28
MAYO
2001
ACTAS DE
HORTI
.
CULTURA
SOCIEDAD ESPANOLA DE CIENCIAS HORTiCOLAS
IV CONGRESO
IBERICO
DE CIENCIAS HORTiCOLAS
cACERES
7-
11 DE
MAYO, 2001
TOMO
1
•
COMUNICACIONES
CSIC
ORALES 1
Edita: Sociedad Espaiiola de Ciencias Hartfcolas.
Equipo de edici6n: Perez Rodrfguez, J.M.; Pricto Lasada, M".H; Maiiino Espina, M.J;
S.I.D.T. Conscjcrfa de Agricultura y Media Ambiente. Junta de Extremadura. Finca La Orden. Departamento Hortafruticultura. 06187. Guadajira. Badajaz. Espafia.
ISBN: 84-8107-042-4 Deposita Legal: BA-520-02 Imprime: I.G. Aprasuba-3. Badajoz.
COMITE DE HONOR
Excmo. Sr. D. Juan Carlos Roclrfguez Ibarra. Presidente de la Junta de Extremadura.
Excma. Sra. Dna. Anna M<l. Birulcs Bertran. Ministra de Ciencia y Tecnologia.
Ilmo. Sr. D. Jose Mu Saponi Mcndo. Alcalde del Excmo. Ayuntamiento de Caceres. Excmo. Sr. D. Eugenio A.lvarez G6mez.
Consejero de Agricultura y Medio Ambiente de la Junta de Extremadura. Excmo. Sr. D. Luis Millan Vazquez de Migucl.
Consejero de Educaci6n, Ciencia y Tecnologia de la Junta de Extremadura. Ilmo. Sr. D. Antonio Caperote Mayoral.
Prcsidente de la Excma. Diputacion Provincial de Caceres. Sr. D. Aclolfo Cazorla.
Director General del Instituto Nacional de lnvestigaciones Agrarias. Dra. Dna. Isabcl Mourao.
Presidenta de la associa~ao Portuguesa de Hot·ticultura.
Dr. D. VIctor Gal{tn Sauco.
Presidente de la Sociedad Espaiiola de Ciencias Horticolas.
COMITE CIENTiFICO Iloracio Pch'tez Rivera Luis Miguel 'Iorrcs Vila
M" del Carmen Rodrlguez
Ralael Lozano .Juan Jose Ruiz M" Jose Bern{ddcz
J
ordi Marsall :Vfarfa Hcrrcro Alfonso Pardo Bianchi de Aguiar Cristina Oliveira Eduardo Rosa Fernando Antunez Jose rvlonteiroRicanlo Fdez Escobar
J
a vier Baselga YrisarriCOMITE ORGANIZADOR Isabcl Ivlourao
Blanca Delgado de la Rosa
Manucl lVIota Barroso Jose Angel Gonz{tlez Garcfa
fernanda M.G. Delgaclo F. De Sousa Mil Isabel Garcfa Pomar
Eugenio Araujo Faria Lufs i'vl~ Robredo Salazar Guadalupe Esp<'trrago Rodilla
Jose Miguel Colcto
Juan Grajera Facundo
Migucl A.Jcaide Garcfa Manuela Lavado S{mchez M" del 1-Ienar Prieto Losada
Sesi6n 2 Gueves 10, 9:00-10:30)
A-2 Solanaceas I: tamate.
Difcrencias en caracter·es productivos en un RC~ de Lycopersicum esculentum x Lcheesmanii, utilizanclo clifnentes sistemas de riego ... 87
Gmgera, ].; Taj;ia, ].; Rodriguez del Rinc6n, A.; Cuartem,
.f.
Uneas de tomatc de industria de polinizaci6n abicrta resistcntcs a] virus del bronceado ( TSvVV ) ... 89
Gmgem, ).; Pereira, lvl.l!.; Rodriguez del Rinc6n, ;l.
Regula~ao clas alrera~oes t.extu1·ais do tomate durante o amadurecimento de frutos ... 90
;!lmeida, D.PF
Efecto del acolchaclo plastico negro y la fer·tirrigaci6n en un cultivo de tomate para inclustria ... 91
Pm·do, !l.; Suso, M.L.; Vctzquez, N.
InJluencia de dos estrategias de cultivo clifcrentes sobre el clesarrollo, la procluctiviclacl y la calidacl del cultivo de to mate de industria ... 92
Garcia, !vi.!.; Prieto, i\II.H.; Lavarlo, M.; /'v[oftin.o, M J.
lnfluencia de la fertilizaci6n pot<'isica en !as caracteristicas agron6micas y tecnol6gicas cleiLOmate de industria ... 93
L6j;ez, ].; Prieto, f-1.; Lcttorre, !l.; Viguera, F.j.; de la Torre, R.
B-2 Ornamentales
lnfluencia do sistema de condw;ao na produtiviclade e qualicladc de seis cultivares de
rosei1·a (Rosa sp.) ... 97
Gonfalves, S.; ?on-es,;!.; !llfonso, 11.; Jmge, j.
Macqud: un prototipo pm·a el control y automatizaci6n de invernaderos ... 98 Benavente, R.M.; de la Plaza, S.; Dnrdn, J.M.; Garcia, J.L.; Navas, L.iVI.; Oliveira, C.E.L
El at·queado de tallos en cultivo de rosas: su papel en !os intercarnbios gaseosos a escala del cultivo ... 99
Gutierrez, R.P; Gonzrilez-Real, !vl.M.; Baille, A.
Estudo comparativo da pl'Odutividade c qualidacle de gerbct·a em clois sistemas de produ~ao: vaso e solo ... I 00
Gor!{alves, R.; Jmge, L; 7orres, A.; Alfonso, A.
Estuclo de adaptac;ao de cultivares de crisantemo em cultura clirigicla ... I 0 l Silva, 11.; Sim{w, L.; forge, L
Influencia del cultivo sin suelo y cloblado de tallos no comerciales sobre la caliclad de I as rosas ... l 02
Cid, J\!J.C.; de Lelin, !vi.; Diaz, !vf.A.; JV!ansito, P; Cabal/em, M.
C-2 Cultivos leiiosos: fisiologia II. Olivicultura.
Desanollo del endocarpo como mar·caclor fenol6gico en el olivo ... ! 05 Costagli, G.; lvfam·ique, 7:; Rapoport, H.F
Evaluaci6n de la tolerancia a! frio en olivo ... ! 06 Ruiz, N.; Bananco, D.; Rapoport, H.
ESTUDO
COM
PARATI
VO
DA
PRODUTIVIDADE E
QUAL
I
DADE
DE GERBERA EM DOIS
SISTEMAS
DE PRODU<;AO
:
VASOESOLO
Gonyalves, S'.; Torres, N.; Afonso, N; Jorge, L'.
I Escola Superior Agraria de Bragan~a. Campus de Santa Apol6nia, 5301-855 Bragan~a. Portugal. 2Esta~iio Regional de Hortofloricultura, Rua da Agraria, 4485-646 Vairao, Portugal.
Resumo
A gerbera atingiu uma elevada popularidade e valor comercial dentro do conjunto
das flares de corte. No entanto, a elevada sensibilidade da cultura ao excesso de humidade
do solo, propfcio ao aparecimento de doenyas diffceis de combater e causadoras de elevadas
taxas de mortalidade das plantas, ea sua susceptibilidade a problemas de salinidade do solo,
fazem corn que os sistemas de cultura sem solo surjam como uma alternativa de produyao.
Este ensaio decorreu na Estayao Regional de Hortofloricultura da Direcyao
Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (DRAEDM), tendo sido instalado em
Maryo de 1998, corn o objectivo de avaliar a aclapta~ao de seis cultivares de gerbera em dois
sistemas de produyao: no solo e em vaso.
Utilizaram-se as cultivares "Black Jack", "Constance", "Corinda", "Dali", "Maria" e " Supra " , tendo-se avaliado a produtividade e qualidade das hastes florais, e a mortalida
-de das plantas.
Durante o segundo anode produyao (de Abril a Outubro de 1999), a taxa de mor
-talidade foi significativamente superior no solo para todas as cultivares,
a
excepyao da"M aria" e da "Con stance". Apesar disso, todas as cultivares registaram maiores vat ores de produyao no sistema solo, tendo a "Black Jack" e "Mmia" atingido os maiores nfveis medias de produyao, com 3,9 flores/planta/mes. Na cultura em vaso, as cultivares mais produtivas foram a "Constance" ea "Maria", ambas com uma media de 2,3 bastes florais/planta/mes. A
cultivar onde se registou uma maior diferenya de produyao entre os dois sistemas foi a
"Black Jack", corn acrescimos de 95% na situayao solo relativamente
a
produyao em vaso.0 comprimento das hastes florais foi significativamente superior na situayiio solo, durante todo o perfodo de produyao, e para todas as cultivares P<O.OOl). Quanto ao di ilme-tro do capftulo nao se registaram diferenyas significativas entre cultivares e entre sistemas de
produyiio, ficando em ambos os casos bastante aquem dos indicados pela empresa obtentora.
Palavras-chave: Gerbera sp., produtividade, qualidade, cultura em solo, cultura em vaso Abstract
The gerbera has obtained great popularity and commercial value within the group of cut flowers. However, due to the great sensibility of the cultivars towards the excess of moisture in the soil, ideal for the appearance of diseases that are difficult to fight and cause a great number of mortality in the plants, as well as its great susceptibility to the salinity of
the soil, makes the soilless culture appear as an alternative to production.
This experiment was done at the "Estayao Regional de Hortofloricultura da
Direcyao Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (DRAEDM)", having this
re been installed in March of 1998, with the objective of evaluating the adaptation of six ger -bera cultivar in two production systems: in soil and in pot.
"Black Jack", "Constance", "Corinda", "Dali", "Maria" and "Supra" were the cul-tivars used, having evaluated the productivity and the quality of the floral stem and the mo r-tality of the plants.
During the second year of production (from April up to October of 1999). the rate of mortality was significantly superior in soil, in all the cultivars, except for "Maria" and
"Constance". In spite of this, all the cultivars registered greater values of production in the soil system, having "Black Jack" and "M aria" reached the highest average levels of produc -tion, with 3,9 floral stems/plant/month. In the pot system, the cultivars with the most
pro-ductivity were "Constance" and "Maria", both with average of 2,3 floral stems/plant/month. The cultivar where greater differences in production were registered, between two systems, was the "Black Jack", with an increase of 95% in the soil situation, relatively to the produc -tion in pot.
The stems lengths were significantly superior in the soil situation, during all the production period and for all the cultivars (P<OOl). In relation to the diameter of the infl
o-rescence, no significant differences between cultivars and between systems of production were registered, having both cases obtained inferior values to those indicated by the obt ai-ning enterprise.
Keywords: Gerbera sp., yield, quality, soil culture, pot culture
I. Introduc;:ao
A cultura da gerbera foi uma das culturas que mais se desenvolveu ao longo dos ultimos 10 anos, tendo vinclo a atingir uma elevada procura por parte do consumidor. No
entanto, encontra alguns condicionalismos
a
sua expansao: a elevada sensibilidade cla cultu -ra ao excesso de humidade no solo,a
salinidade, ao pH elevado ea algumas docnc;as do solodiffceis de combater, nomeadamente a Phytophthora CJyptogea, restringem-na a situac;oes particulares de solo e de agua de rega. Tornou-se por isso importante procurar alternativas, nomeadamente a cultura scm solo. Esta tecnica de cultivo, embora exija maiores custos de instalac;ao e de funcionamento, bem como uma maior especializac;ao do produtor, tern a lgu-mas vantagens relativamente
a
cultura no solo. 0 controlo das doenc;as e mais eficaz, levan -do a menores perdas por mortalidade. Tambem se torna mais facil o controlo dos valores de salinidade e de pH do solo, atraves da adequac;ao das soluc;ocs nutritivas. Por estes motives. os sistemas de cultura sem solo na gerbera pennitem o aumento das produc;oes e daquali-dade obtidas (Arias et al., 1993).
Por tudo isto, pareceu-nos oportuno avaliar o comportamento da cultura da gerbera em
vaso como altemativa
a
cultura no solo, testando esta tecnica em seis cultivares de gerbera. 2. Materiais. Metodos e Tecnicas2.1. Conduc;:ao do ensaio e material vegetal usaclo
Este ensaio foi instalado em Marc;o de 1998, na Estac;ao Regional Hortoflorfcola de Yairao (DRAEDM).
Atendendo as caracterfsticas climaticas da regiao, nomeadamente os valores de temperatura media durante 0 perfodo invernal e a ocorrencia de geadas, efectuou-se a insta
-lac;ao da cultura numa estufa semicilfndrica de paredes elevadas, com e~trutura metalica de
ferro galvanindo e coberta com polietileno tt~rmico de 200um. A estufa com 255m2 de area
coberta (8,5m de largura e 30 de comprimento), estava orientada no sentido nascente-p oen-te ao longo do eixo do comprimento, e tinha arejamento superior e lateral.
A estufa estava equipada com sistemas automatizados de rega gota-a-gota e de rega
por aspersiio, com possibilidade de efectuar fertirrigar;iio.
Foram usadas seis cultivares de gerbera, corn as caracterfsticas indicadas no Quadro 1, por se tratar de cultivares ja ensaiadas nos do is sistemas de produr;ao em solo e em vaso, e por terem boas caracterfsticas do panto de vista produtivo e comercial.
A estufa foi dividida em dois sectores. A area usada para a cultura no solo foi de 48m!, e para a cultura em substrata de 170m!.
0 ensaio foi delineado em blocos casualizados com quatro repeti<;oes em cacla um dos sistemas de proclur;ao (no solo e em vaso). Em cada repeti<;iio, estiveram em observa<;iio no cullivo em solo cinco plantas por cultivar, e no cultivo em vaso dez plantas.
2.2. Instala~ao e conduyiio da cultura 2,2.l.Cultura no solo
Para o ensaio no solo, o terreno foi preparado e desinfectado com um produto
a
basede metame de s6dio. Atendendo aos valores da analise do solo, efectuou-se uma adubar;ao de
fundo que incorporou lOOKg de F6sforo (P20s), 280 Kg de Potassic (K20) e 50Kg de
Magnesia (MgO) por hectare, respectivamente. 0 terreno foi armada em camalhoes de 80cm
de largura e 25cm de altura, com runs de 50cm. 0 compasso de plantar;ao foi de 30x30cm, o
que equivale a uma densidade de plantar;ao de 5,3 plantasfm! de area coberta .. Utilizou-se o
sistema de rega gota-a-gota, com o qual se efectuava semanalmente a incorpora<;iio de 7,5Kg Azoto (N); 2,5Kg F6sforo (P20s) e 15Kg Potassio (K20)/ha, respectivamente.
2.2.2. Cultura em vaso
No ensaio em vaso usaram-se vasos de 41 de capacidade, cujo volume se
conside-ra ser adequado ao desenvolvimento radicular da gerbera (Vidalie, 1992; Ventinhas, 1997). Estes foram colocados em bancadas. A distancia entre linhas de plantas foi de 58cm, e de
17cm entre plantas na linha
No fundo dos vasos foi colocado 0,5 I de argila expandida, para melhorar a
drena-gem. Para completar o seu enchimento, usou-se um substrata comercial constitufdo por turfa
de Sphagnum e casca de arroz, com as seguintes caracterfsticas: pH (agua)
5,5/6; Condutividade electrica<0,7 mS/cm.
A fertilizar;ao foi realizada por sistema de rega gota-a-gota, com o equilfbrio entre
nutrientes na agua de rega descrito no Quadro 2, para um valor de pH de 5,8 e uma condu-tividade electrica de I ,5mS/cm.
Os tratamentos fitossanitarios realizados faram analagos nos dais sistemas de p
ro-dur;ao e estao descritos em Gan<;alves (2000). 2.3. Registo e Amllise de dadas
A calheita das hastes tlarais teve infcia em Abril e fai efectuada tres vezes par
semana, ao infcia da manha, tendo sida as flares colhidas cam
a
capftulo completamente expandido.Foram avaliadas parametras quantitativos e qualitativos: produtividade,
compri-mento da haste floral, e diametro do capftulo. Registou-se tambem o numero de plantas mar
-tas, em cada urn dos sistemas de produr;ao.
Os dados foram tratados estatisticamente atraves de uma amilise de variancia utili-zando para o efeito o programa informatico Super AN OVA v. 1, 11.
3. Resultados 3.1. Produtividade
Os resultados do primeiro anode ensaio (de Maio a Setembro) estao descritos em Silva et al. (2000). Neste segundo anode cultivo a produ~ao teve infcio em Abril e mante-ve-se ate Outubro. No Quadro 3, encontram-se registados os valores medias de produ~ao
oconidos durante os sete meses de ensaio, em ambas as modalidades de produc;ao.
As maiores produc;oes verificaram-se na cultura em solo corn as cultivares Black Jack e Maria, cada uma corn uma media de 3,9 flores/planta/mes.
Na cultura em vaso, as cultivares mais produtivas foram a Constance e a Maria, ambas corn 2,3 flores/planta/mes.
3.2. Comprimento do pedunculo e diametro do capftulo
No Quadro 3, estao registados os valores medias do comprimento do pedunculo e do diametro do capftulo, em ambos os sistemas de produ~ao, por cultivar.
0 comprimento media do pedunculo atingiu valores mais elevados na situac;ao solo em todas as cultivares, sendo a cultivar Black Jack a que apresentou valores mais elevados nos dais sistemas.
Quanta ao diametro do capftulo nenhuma das cultivares atingiu os 12cm referidos pela casa fornecedora.
3.3. Desenvolvimento das plantas em vaso
Na Figura 1 a) e b) encontra-se evidenciado o tipo de vasa utilizado no ensaio eo desenvolvimento das rafzes nesse mesmo vaso.
Apesar da capacidade do vaso ser considerada suficiente (Vidalie,1992; Ventinhas, 1997), em muitas plantas observaram-se rafzes bastante dobradas, compactadas e ate mesmo atrofiadas, dando a entender que o volume do vasa seria insuficiente para um bom desen -volvimento radicular da planta.
3.4. Morte das plantas
No Quadro 4 estao registados os valores da mortalidade ocorrida nos dois sistemas de produ~ao.
4. Discussao
A
excep~ao da cultivar Maria, a taxa de mortalidade foi sempre maior na situac;ao solo, sobretudo nas cultivares Dali, Supra e Black Jack.A Maria foi a que apresentou a menor percentagem de plantas mortas na situac;ao solo, e a Dali na situac;ao vaso.
A principal causa de morte na situa~ao solo deve-se ao facto de na cultura em solo as plantas serem mais susceptfveis a determinadas doen~as, nomeadamente Phytophthora
sp .. Na cultura em vasa, a principal causa de morte das p1antas foi a desidrata~ao provoca-da pelo entupimento dos gotejadores. Ao longo do perfodo de produ~ao a morte das plantas foi mais acentuada na situa~ao solo, nos meses de Setembro e Outubro.
Apesar do sistema de plantac;ao no solo apresentar em media urn maior numero de plantas mortas, constatou-se que, independentemente da cultivar considerada, a produti vida-de na cultura em solo foi sempre maior do que a verificada na cultura em vaso, tendo-se veri-ficado diferenc;as altamente significativas (P<O.OOl) entre sistemas de produc;ao (Quadro 4,
em Anexo). As cultivares Black Jack e Maria foram as mais produtivas no sistema de
pro-duc;ao solo, corn valores medias de 3,9 flores/planta!mes, tendo-se tambem verificado d ife-renc;as altamente significativas entre cultivares (P<O.OOl). A cultivar que registou a maior diferenc;a de produc;ao entre sistemas foi a Black Jack corn 3,9 flores/planta!mes no sistema solo, para 2,0 flores/planta!Jnes no sistema de produc;ao vaso.
Relativamente ao diametro media do capftulo, as diferenc;as encontradas entre cul -tivares, e entre sistemas de produc;ao nao foram significativas (Quadro 5).
Relativamente ao comprimento medio do pedunculo, os valores mais elevados oco-rreram tambem no sistema solo, tendo sido a cultivar Black Jack a que atingiu maiores com-primentos da haste floral, quer no solo (66, I cm) quer em vaso (60,7cm), inserindo-se na categoria Extra nos dois sistemas de produc;ao, acompanhada da cultivar Dali no sistema de
produc;ao solo. Tal como no primeiro anode ensaio, nenhuma das cultivares ensaiadas a
tin-giu os valores de qualidade referidos pela casa fornecedora.
Verificou-se que, quer a nfvel de produtividade quer a nfvel de qualidade, os mel -hores resultados se obtiveram no sistema de produc;ao em solo, contrariamente ao que seria de esperar, podendo-se por em causa no sistema de produc;ao em vasa a adequac;ao da so lu-c;ao nutritiva, ou a pr6pria capacidade do vasa. Considerando que no sistema de produc;ao em vasa, o m1mero de flares obtido por planta foi menor no segundo ano de ensaio, e atend en-do a que, segundo Silva et al. (2000), os resultados verificados no primeiro ano, apontaram para valores de produtividade semelhanteS entre os dois sistemas, poder-se-a por em causa a capacidade do vasa para o desenvolvimento das plantas, uma vez que no solo, alem da de n-sidade de plantac;ao ser menor, as rafzes tern melhores condic;oes ffsicas de desenvolvime n-to, podendo expandir-se mais, tanto lateralmente coma em profundidade.
Pensamos ainda que, de futuro, se deveriam testar novas modalidades de soluc;oes nutritivas, corn o objectivo de seleccionar a mais adequada ao tipo de substrata utilizado.
Referencias
Arias, S.; Benavent-Garcia, A.; Hernandez, J.& Romo, D. (1993). Gerbera, Lilium, Tulipan y Rosa. Ediciones Mundi-Prensa, pp.l4-60.
An6nimo (1998). Trio Flower B.V.-Catalogo comercial.
An6nimo (1999). Relab den Haan, BV. E mail: denhaan@caiw. nl.
Gonc;alves, R. (2000). A cultura da gerbera nos sistemas de prod119£lo em solo e em substrata. Relat6rio final de estagio. IPB. Braganc;a, p. 59.
Silva, J.; Afonso, A.; & Rosa, E. (2000). lnfluencia do sistema de produr;iio em
vasa, sabre o sistema de produr;iio tradicionalno solo, 1w produtividade da cultura da ger
-bera (ger-berajamesonii) para seis cultivares de gerbera em estufa. In Comunicac;oes do III
Encontro Nacional de Plantas Ornamentais. Associac;ao Portuguesa de Horticultura e Fruticultura, Viana do Castelo. pp.IOI-108.
Ventinhas, R. ( 1997). Cultura da gerbera em vasa para flor de corte. Anuario das
flares e das plantas naturais.
Vidalie, H. (1992). Produccion de flares y plantas ornamentales. 2" Edic;ao. Ediciones Mundi- Prensa, Madrid, pp.l84-192.
Quadro I. Caracteristicas das seis cultivares de gerbera utilizadas (Trio Flower B.V., 1998).
Cultivar Diamet&o da Compi;imel)to ' Cor . P.rodu<;ao anual
f]Q.r d~' h~~!e 09ral (:n?flonwtqh
Black Jack llcm >70cm Vermelha 2201 1601
Constance 12cm >60cm Amarela 1501 1502
Corinda 12crn >60cm Laranja 2501 1802
Dali 12cm >70cm Rosa claro 2301 1702
Maria 12cm >60cm Branca 2001 1602
Su~ra 12cm >70cm Rosa 2301 1702
Para uma densidade de plantartao em vasa de 7 plantas/m2•
2
Para uma densidade de plantartao em solo de 5 plantas/m2
Quadro 2. Equilfbrio entre nutrientes na agua de rega.
Quadro 3. Resultados obtidos no 2' ano de ensaio em ambos os sistemas de produrtao. C9in?nmerito
Jnedro
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S.oJo Vasq Solq
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Black Jack 66,1 60,7 9,9 9,2 Constance 55,7 50,3 9,9 10,0 Corinda 56,8 49,7 10,0 9,7 Dali 61,9 55,8 9,2 9,3 M aria 57,0 50,8 10,2 9,8 Supra 57,0 52,8 9,8 11,5 Media 59,0 53,4 9,1 91,2
Quadro 4. Percentagem de plantas mortas por cultivar em ambos os sistemas de produ<;:ao
durante o periodo do ensaio.
Black Jack Constance Corinda Dali M aria Supra
Figura 1 a) e b)- Aspecto geral do vaso e do desenvolvimento das plantas em vaso.
Quadro 5. Analise de variilncia para a produ<;:ao, diametro da tlor e comprimento do pedunculo.