UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
RONER ANDRÉ LISTON JÚNIOR
SISTEMA DE CONTROLE PARA CONVERSORES ESTÁTICOS
DE ENERGIA APLICADOS EM GERAÇÃO HÍBRIDA
DISTRIBUÍDA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PATO BRANCO 2015
RONER ANDR ´E LISTON J ´UNIOR
SISTEMA DE CONTROLE PARA
CONVERSORES EST ´
ATICOS DE ENERGIA
APLICADOS EM GERAC
¸ ˜
AO H´IBRIDA
DISTRIBU´IDA
Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de graduac¸ ˜ao, apresentado `a disciplina de Trabalho de Conclus ˜ao de Curso 2, do Curso de Engenharia El ´etrica da Coordenac¸ ˜ao de Engenharia El ´etrica - CO-ELT - da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a - UTFPR, Campus Pato Branco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheiro.
Orientador: Prof. Emerson Giovani Carati, Dr. Eng.
PATO BRANCO
TERMO DE APROVAC¸ ˜AO
O Trabalho de Conclus ˜ao de Curso intitulado SISTEMA DE CONTROLE PARA CONVERSORES EST ´ATICOS DE ENERGIA APLICADOS EM GERAC¸ ˜AO H´IBRIDA DISTRIBU´IDA do acad ˆemico Roner Andr ´e Liston J ´unior foi considerado APROVADO de acordo com a ata da banca examinadora N◦ 68 de 2015.
Fizeram parte da banca examinadora os professores:
Prof. Emerson Giovani Carati, Dr. Eng.
Prof. Jean Patric da Costa, Dr. Eng.
A Deus que ´e a raz ˜ao de todas as coisas e aos meus pais Roner Andre Liston e Elis ˆangela da Cruz Liston, que com muito carinho est ˜ao sempre do meu lado para me apoiar em qualquer circunst ˆancia.
Porque Dele, e por Ele e para Ele s ˜ao todas as coi-sas.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradec¸o a Deus que ´e soberano, por seu amor e capacitac¸ ˜ao na realizac¸ ˜ao desse sonho. Por me ajudar com inspirac¸ ˜ao nos momentos dif´ıceis, dando-me ˆanimo, sabedoria e renovando as minhas forc¸as sempre que precisava.
Aos meus familiares pelo apoio, amor, carinho e paci ˆencia nos momentos de aus ˆencia. Por acreditarem e me apoiarem nessa conquista.
Ao meu orientador, Prof. Emerson Giovani Carati, por todo apoio, pela disponibilidade do seu tempo e por todo o conhecimento repassado.
Aos professores Carlos Marcelo de Oliveira Stein e Jean Patric pelas suas contribuic¸ ˜oes como membros da banca e na construc¸ ˜ao do trabalho.
Aos amigos que vieram como um presente nessa caminhada e as amizades que se fortaleceram ainda mais a cada dia. Amizades que acrescentaram alegria, descontrac¸ ˜ao, troca de experi ˆencias e conhecimentos.
RESUMO
Liston J ´unior, Roner Andr ´e. Sistema de controle para conversores est ´aticos de energia aplicados em gerac¸ ˜ao h´ıbrida distribu´ıda. 2015. 100 f. Monografia (Trabalho de Con-clus ˜ao de Curso de Graduac¸ ˜ao) - Departamento Acad ˆemico de El ´etrica, Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a, Pato Branco, PR, 2015.
A gerac¸ ˜ao distribu´ıda ´e uma tend ˆencia para os sistemas el ´etricos de pot ˆencia, pois o mesmo traz uma reduc¸ ˜ao das perdas com a transmiss ˜ao como tamb ´em amplia as possibilidades de fornecimento de energia el ´etrica, reforc¸ando e diversificando a ma-triz energ ´etica. A partir da resoluc¸ ˜ao normativa n ´umero 482, de 17 de abril de 2012, foram estabelecidas condic¸ ˜oes gerais para o acesso de microgerac¸ ˜ao e minigerac¸ ˜ao distribu´ıda ao sistema nacional, possibilitando a utilizac¸ ˜ao de pequenos geradores em unidades consumidoras os quais precisam manter a tens ˜ao, frequ ˆencia e o sincro-nismo de fase em n´ıveis adequados. Este trabalho foca no controle de um conversor est ´atico de pot ˆencia CC-CA monof ´asico o qual est ´a conectado `a rede el ´etrica e com cargas pr ´oximas ao ponto de conex ˜ao. Esse conversor est ´a incluso em sistema que permite a utilizac¸ ˜ao de fontes h´ıbridas de energia, por meio do compartilhamento do barramento CC, como por exemplo as fontes alternativas solar e e ´olica. A topolo-gia adotada nesse trabalho tamb ´em possibilita a aplicac¸ ˜ao em sistemas de gerac¸ ˜ao distribu´ıda como os citados pela normativa. Nesse trabalho s ˜ao feitos v ´arios estu-dos computacionais em malha aberta, por meio de simulac¸ ˜oes com o software PSIM, alterando grandezas e par ˆametros do circuito el ´etrico, os quais revelam algumas ca-racter´ısticas do sistema como din ˆamicas obtidas na conex ˜ao com a rede el ´etrica e a necessidade de um controlador de fase e amplitude. Outra necessidade que foi re-velada ´e de um gerador de refer ˆencia, o qual, possibilita utilizar uma refer ˆencia de pot ˆencia ativa e reativa para gerar uma refer ˆencia de corrente sincronizada por meio de um PLL ressonante. Para o controle desse sistema s ˜ao utilizadas malhas de con-trole no referencial αβ retirando a necessidade da transformac¸ ˜ao para o referencial dq.Para o sincronismo de fase ´e utilizado um PLL ressonante e para a malha de cor-rente ´e utilizado um controlador proporcional ressonante sendo que ambos operam no referencial citado. Outro benef´ıcio que vale ser citado da utilizac¸ ˜ao do controlador proporcional ressonante ´e a possibilidade de uma compensac¸ ˜ao harm ˆonica de forma seletiva com uma malha de controle adicionais para cada harm ˆonica. Utilizando esse sistema de controle s ˜ao obtidos resultados satisfat ´orios para uma rede fraca com um r ´apido sincronismo de fase e um bom controle de corrente sendo que espera-se resul-tados igualmente satisfat ´orios quando replicado para uma rede forte.
Palavras-chave: Gerac¸ ˜ao Distribu´ıda, Conversor CC-CA, Conex ˜ao com a rede el ´etrica, Redes Fracas, Harm ˆonicas.
ABSTRACT
Liston J ´unior, Roner Andr ´e. Control system for static power converters applied to dis-tributed hybrid generation. 2015. 100 f. Monografia (Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de Graduac¸ ˜ao) - Electrical Engineering Department,Federal Technological University of Paran ´a, Pato Branco, PR, 2015.
The distributed generation is a tendency for electric power systems, because it brings a reduction in transmission losses as well expands the possibilities of eletric power supply, strengthening and diversifying the energy matrix. By the normative resolu-tion number 482 of April 17, 2012 , were established general condiresolu-tions for distributed micro-generation and minigeneration access to the national system, allowing the use of small generators in consumer units which need to keep the voltage, frequency and phase sync at appropriate levels. This work focuses on the control of a DC-AC mo-nophase static power converter which is connected to the grid and loads next to the connection point. This static converter is included in a system that allows the use of hybrid power sources, through sharing the DC bus, such as solar and wind alternatives sources. The topology adopted in this work also enables the application in distributed generation systems such as those cited by the rule. This paper makes a number of computational studies in open loop, with simulations in the software PSIM, changing quantities and parameters of the electrical circuit, which reveal some system features like dynamics obtained from the power grid connection and the need for a phase and amplitude controller. Another need that has been disclosed is a reference generator, which makes possible to use an active and reactive power reference for generating a current reference synchronized by a PLL resonance . For the control of this system will be used control loops in the αβ frame excluding the need for transformation to the dq frame. For the phase sync is used a resonant PLL and in the current loop will be used a resonant proportional controller both of which operate in the aforementioned references. Another advantage worth to be mentioned with the use of the resonant proportional controller is the possibility of a selectively harmonic compensation with a further control loop for each harmonic. Satisfactory results were obtained using this control system in a weak network resulting in a fast phase sync and a good current con-trol being expected as good results when replicating this system to a strong network.
Keywords: Distributed Generation, DC-AC Converter, Grid Connection, Weak Grids, Harmonic.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Diagrama de um sistema h´ıbrido de energia com controlador e filtro passabaixas interligado a uma carga local e a rede el´etrica. 22
Figura 2: Topologia do conversor est ´atico CC-CA conectado a rede el ´etrica e uma carga local. . . 23
Figura 3: Circuito el ´etrico dos filtros L, LC e LCL. . . 24
Figura 4: Diagrama de Bode dos Filtros L, LC e LCL. . . 25
Figura 5: Lugar das ra´ızes para o filtro LCL variando a sua pot ˆencia nominal. 26
Figura 6: Modos de operac¸˜ao da ponte H onde em vermelho ´e mostrado a chave em estado de conduc¸ ˜ao. . . 27
Figura 7: PWM em 3 n´ıveis centralizado. . . 28
Figura 8: Circuito utilizado para an ´alise em malha aberta. . . 30
Figura 9: Circuito para variac¸ ˜ao da tens ˜ao do barramento CC para gerac¸ ˜ao ilhada. . . 31
Figura 10: Variac¸ ˜ao da tens ˜ao do barramento CC para gerac¸ ˜ao ilhada. . . 32
Figura 11: Circuito utilizado para an ´alise em malha aberta conectado a rede el ´etrica e em fase. . . 33
Figura 12: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase. . . 33
Figura 13: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase e com correc¸ ˜ao da diferenc¸a de fase na refer ˆencia. . . 34
Figura 14: Diagrama fasorial das tens ˜oes para a an ´alise da conex ˜ao em malha aberta. . . 35
Figura 15: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase com correc¸ ˜ao de fase na re-fer ˆencia e com Vcc em 225 V. . . 35
Figura 16: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase e com Vcc em 225 V com correc¸ ˜ao de fase e amplitude na refer ˆencia. . . 36
Figura 17: Circuito utilizado para an ´alise em malha aberta conectado a rede el ´etrica e defasado em 30o. . . . 37
Figura 18: Conex ˜ao a rede el ´etrica adiantada em 30o. . . . 37
Figura 19: Conex ˜ao a rede el ´etrica adiantada em 30ocom correc¸ ˜ao de fase na refer ˆencia. . . 38
Figura 20: Conex ˜ao a rede el ´etrica adiantada em 30ocom Vcc em 225 V e correc¸ ˜ao de fase e amplitude da refer ˆencia. . . 38
Figura 21: Conex ˜ao com a rede el ´etrica adiantada em 30o onde no mo-mento da conex ˜ao a refer ˆencia ´e comutada para entrar em sin-cronismo com a rede. . . 39
Figura 22: Conex ˜ao com a rede adiantada em 30o e refer ˆencia sincroni-zada antes da conex ˜ao. . . 40
Figura 23: Conex ˜ao no cruzamento entre a forma de onda de tens ˜ao da rede e da carga. . . 40
Figura 24: Desconex ˜ao da rede el ´etrica. . . 41
Figura 25: Circuito completo utilizado para an ´alise. . . 41
Figura 26: Simulac¸ ˜ao com resist ˆencias em s ´erie para rede adiantada em 30oe refer ˆencia comutada para 35.3o no momento da conex ˜ao. 42
Figura 27: Simulac¸ ˜ao com resist ˆencias em s ´erie e a conex ˜ao/desconex ˜ao do sistema no ramo da corrente do If iltro. . . 43
Figura 28: Circuito utilizado para an ´alise da componente CC. . . 44
Figura 29: Simulac¸ ˜ao com o indutor da rede el ´etrica carregado e sem re-sist ˆencias no circuito. . . 45
Figura 30: Simulac¸ ˜ao com o indutor da rede el ´etrica carregado e sem re-sist ˆencias no circuito. . . 46
Figura 31: Circuito utilizado para variac¸ ˜ao dos par ˆametros equivalentes da rede el ´etrica. . . 46
Figura 32: Efeito da variac¸ ˜ao de Lrede para 1,5mH, 2,5mH e 3,5mH para as
formas de onda de tens ˜ao e corrente. . . 47
Figura 33: Efeito da variac¸ ˜ao de Lrede para 1,5mH, 2,5mH e 3,5mH para as
Figura 34: Circuito utilizado para an ´alise da variac¸ ˜ao da carga local. . . 48
Figura 35: Efeito da variac¸ ˜ao da carga local para 1500 W, 2200 W e 2800 W em 127 Vrms. . . 49
Figura 36: Fluxograma demonstrando os controladores utilizados. . . 52
Figura 37: Efeito da transformada de Clarke em um sistema trif ´asico. . . . 54
Figura 38: Transformac¸ ˜ao de Park. . . 55
Figura 39: PLL b ´asico. . . 56
Figura 40: Diagrama de blocos do PLL ressonante. . . 57
Figura 41: Comparac¸ ˜ao entre os m ´etodos de discretizac¸ ˜ao. . . 58
Figura 42: Circuito utilizado para an ´alise do PLL. . . 61
Figura 43: An ´alise do PLL ressonante. . . 62
Figura 44: An ´alise das componentes Vd e Vq do PLL ressonante. . . 63
Figura 45: Gerador de refer ˆencia. . . 64
Figura 46: Gerador de refer ˆencia em malha Aberta trif ´asico. . . 65
Figura 47: Gerador de refer ˆencia em malha aberta monof ´asico. . . 67
Figura 48: Circuito utilizado para simulac¸˜ao. . . 68
Figura 49: Simulac¸ ˜ao do gerador de refer ˆencia em malha aberta - corrente de refer ˆencia. . . 69
Figura 50: Ponto de conex ˜ao na passagem por zero. . . 70
Figura 51: Ponto de conex ˜ao fora do zero. . . 71
Figura 52: Conex ˜ao utilizando uma rampa de pot ˆencia durante 3 ciclos. . . 72
Figura 53: Diagrama demonstrativo do princ´ıpio de funcionamento de con-troladores PR. . . 76
Figura 54: Diagrama de bode do controlador PR ideal e n ˜ao ideal. . . 78
Figura 55: Diagrama de bode do controlador PR + HC n ˜ao ideal. . . 79
Figura 56: Topologia completa dos controladores utilizados. . . 80
Figura 57: Controlador PR durante conex ˜ao e desconex ˜ao. . . 83
Figura 58: Controlador PR - Tens ˜ao na conex ˜ao. . . 84
Figura 60: Controlador PR - Correntes durante a conex ˜ao. . . 85
Figura 61: Controlador PR - Correntes durante a desconex ˜ao. . . 86
Figura 62: Controlador PR - Variac¸ ˜ao de carga de +50%. . . 87
Figura 63: Controlador PR - Variac¸ ˜ao de carga de -50%. . . 87
Figura 64: Controlador PR - Carga com 0,01% da pot ˆencia nominal (Po/10000). 88 Figura 65: Diagrama de blocos do PLL ressonante. . . 94
LISTA DE TABELAS
1 Valores dos componentes utilizados nos filtros. . . 25
2 Valores utilizados para rede el ´etrica e sistema de gerac¸ ˜ao distribu´ıda. . 29
3 Valores dos componentes. . . 30
4 Valores dos componentes para o circuito completo. . . 42
5 Valores dos componentes utilizados na simulac¸ ˜ao de descarga do indu-tor equivalente da rede el ´etrica. . . 44
6 Valores adotados para as vari ´aveis do PLL ressonante. . . 60
7 Constantes para utilizac¸ ˜ao do PLL ressonante em 60 Hz. . . 60
8 Ganhos do controlador PI do PLL ressonante. . . 61
9 Ganhos do controlador. . . 82
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANEEL Ag ˆencia Nacional de Energia El ´etrica.
CA Corrente Alternada.
CA-CC-CA Convers ˜ao de corrente alternada para corrente cont´ınua e nova-mente para corrente alternada.
CC Corrente Cont´ınua.
CC-CA Convers ˜ao de corrente cont´ınua para corrente alternada. CC-CC Conversor de corrente cont´ınua para corrente cont´ınua.
IGBT Transistor Bipolar de Porta Isolada - Insulated Gate Bipolar
Tran-sistor .
MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor .
PI Proporcional Integral.
PID Proporcional Integral Derivativo.
PLL Phase-locked-loop.
PR Proporcional Ressonante.
PWM Pulse-Width Modulation - Modulac¸ ˜ao por largura de pulso.
RCC Raz ˜ao de pot ˆencia de curto-circuito no ponto de conex ˜ao. RIR Raz ˜ao indutivo-resistiva.
LISTA DE S´IMBOLOS H Henry F Farad W Watt Ω Ohms µ Micro Ω Ohms µ Micro α Alfa β Beta ω Omega rad Radiano s Segundo Hz Hertz θ Teta A Ampere
SUM ´ARIO
1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 17
1.1 FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA APLICADAS `A GERAC¸ ˜AO DIS-TRIBU´IDA . . . 17
1.1.1 E ´olica . . . 17
1.1.2 Fotovoltaica . . . 17
1.2 CONVERSORES EST ´ATICOS DE POT ˆENCIA . . . 18
1.3 GERAC¸ ˜AO ILHADA E GERAC¸ ˜AO CONECTADA A REDE EL ´ETRICA . . . 19
1.4 GERAC¸ ˜AO H´IBRIDA DISTRIBU´IDA . . . 19
1.5 OBJETIVOS . . . 20
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . 20
2 GERAC¸ ˜AO H´IBRIDA DISTRIBU´IDA . . . 22
2.1 FILTRO PASSABAIXAS . . . 23
2.2 SISTEMA INVERSOR . . . 26
2.2.1 Modulac¸ ˜ao . . . 27
2.3 REDE FRACA . . . 28
2.4 AN ´ALISE DO SISTEMA EM MALHA ABERTA . . . 29
2.4.1 Variac¸ ˜ao do barramento CC sem conex ˜ao com a rede . . . 31
2.4.2 Variac¸ ˜ao do barramento CC conectado `a rede el ´etrica . . . 32
2.4.2.1 Sem diferenc¸a de fase . . . 32
2.4.2.2 Com diferenc¸a de fase . . . 36
2.4.3 Conex ˜ao e desconex ˜ao da rede . . . 39
2.4.4 Inclus ˜ao de resist ˆencias em s ´erie . . . 41
2.4.5 An ´alise do n´ıvel CC proveniente da rede el ´etrica . . . 43
2.4.6 Variac¸ ˜ao dos par ˆametros equivalentes da rede el ´etrica . . . 46
2.4.7 Variac¸ ˜ao da carga local . . . 48
3 METODOLOGIA DE CONEX ˜AO DE INVERSORES PWM EM GERAC¸ ˜AO
DISTRIBU´IDA . . . 51
3.1 TRANSFORMADA DE CLARKE E PARK . . . 53
3.2 PHASE-LOCKED-LOOP . . . 56
3.3 PLL RESSONANTE . . . 56
3.3.1 Discretizac¸ ˜ao do sistema ortogonal . . . 58
3.3.2 An ´alise do controlador de fase . . . 61
3.4 GERADOR DE REFER ˆENCIA . . . 63
3.4.1 Malha Aberta . . . 64
3.4.1.1 Simulac¸ ˜ao e an ´alise dos resultados . . . 68
3.5 AN ´ALISE DO PONTO DE CONEX ˜AO . . . 69
3.5.1 Rampa de Pot ˆencia . . . 71
3.6 RESUMO DO CAP´ITULO . . . 72
4 CONTROLADOR PROPORCIONAL RESSONANTE . . . 74
4.1 CONTROLADOR IDEAL E IDEAL AMORTECIDO . . . 75
4.2 DISCRETIZAC¸ ˜AO . . . 80
4.3 SIMULAC¸ ˜AO E AN ´ALISE DOS RESULTADOS . . . 81
4.3.1 Variac¸ ˜ao de Carga . . . 86
4.4 RESUMO DO CAP´ITULO . . . 88
5 CONCLUS ˜OES . . . 89
REFER ˆENCIAS . . . 92
AP ˆENDICE A - PLL RESSONANTE . . . 93
A.1 CONTROLADOR PID . . . 93
A.1.1 Controlador PI no referencial s´ıncrono . . . 93
A.2 DISCRETIZAC¸ ˜AO DO PLL PARA OBTENC¸ ˜AO DO ˆANGULOθ. . . 94
AP ˆENDICE B - IMPLEMENTAC¸ ˜AO PR ´ATICA . . . 97
B.1 RECURSOS E COMPONENTES NECESS ´ARIOS . . . 97
17
1 INTRODUC¸ ˜AO
Atualmente os avanc¸os tecnol ´ogicos se devem em grande parte a ener-gia el ´etrica que se tornou a principal fonte de iluminac¸ ˜ao artificial e forc¸a mec ˆanica (ELETROBRAS, 2014, p. 1). Tendo em vista a crescente demanda da mesma, a gerac¸ ˜ao distribu´ıda ganhou foco principalmente a partir de fontes alternativas de energia com a utilizac¸ ˜ao de conversores est ´aticos de pot ˆencia.
1.1 FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA APLICADAS `A GERAC¸ ˜AO DISTRIBU´IDA
De acordo com Nehrir et al. (2006, p. 1) a crescente necessidade de gerac¸ ˜ao de energia el ´etrica aumentou o interesse no uso da gerac¸ ˜ao distribu´ıda evitando a criac¸ ˜ao de novas linhas de transmiss ˜ao de longas dist ˆancias. Ainda, uma atenc¸ ˜ao especial pode ser dada aos sistemas de gerac¸ ˜ao distribu´ıda que utilizam fontes alter-nativas de energia pelo seu baixo impacto ambiental. Segundo Devgan (2001, p. 1) fontes alternativas de energia como e ´olica, solar e biomassa, ser ˜ao necess ´arias para cumprir objetivos ambientais, como a reduc¸ ˜ao da emiss ˜ao de carbono.
1.1.1 E ´olica
O princ´ıpio b ´asico, segundo Oliveira Filho (2010, p. 4), de uma turbina e ´olica ´e converter a energia cin ´etica do vento em torque mec ˆanico e ent ˜ao, atrav ´es de um gerador, em energia el ´etrica. Pela caracter´ıstica de tens ˜ao e frequ ˆencia vari ´aveis de diferentes tipos de geradores s ˜ao necess ´arias t ´ecnicas para extrair a maior pot ˆencia. Desta forma, para conex ˜ao de um sistema deste tipo `a rede de distribuic¸ ˜ao pode ser necess ´ario o uso de um conversor est ´atico CA-CC-CA para adequac¸ ˜ao da frequ ˆencia e amplitude da tens ˜ao gerada.
1.1.2 Fotovoltaica
Pain ´eis fotovoltaicos s ˜ao dispositivos utilizados para transformar a energia solar em energia el ´etrica. Eles s ˜ao formados por c ´elulas fotovoltaicas associadas
1.2 Conversores est ´aticos de pot ˆencia 18
em s ´erie e/ou paralelo a fim de gerar uma tens ˜ao adequada (IMHOFF, 2007, p. 39). Essa energia ´e gerada na forma de corrente cont´ınua (CC), mas geralmente com uma tens ˜ao relativamente baixa. Assim, para utilizac¸ ˜ao da energia gerada em um sistema de distribuic¸ ˜ao ´e necess ´ario o uso de um conversor CC-CC elevador de tens ˜ao e um conversor CC-CA para gerar em corrente alternada na frequ ˆencia e amplitude do sistema.
1.2 CONVERSORES EST ´ATICOS DE POT ˆENCIA
Segundo Mesquita Filho (2010, p. 28) ”conversores est ´aticos s ˜ao circuitos utilizados para realizar a convers ˜ao ou o condicionamento da energia el ´etrica de uma fonte provedora, que disponibiliza a energia em uma forma, para uma carga, que ne-cessita da energia el ´etrica em outra forma”. Estes operam por meio de comutac¸ ˜oes de chaves semicondutoras como MOSFET , transistor de junc¸ ˜ao bipolar (TJB), IGBT, etc.
Quanto a sua aplicac¸ ˜ao, Machado (2012, p. 68) diz que:
Da interac¸ ˜ao entre a microeletr ˆonica e a eletr ˆonica de pot ˆencia tem resultado uma crescente popularizac¸ ˜ao dos conversores est ´aticos, so-bretudo no acionamento de m ´aquinas el ´etricas. No entanto, a utilizac¸ ˜ao da eletr ˆonica de pot ˆencia n ˜ao se restringe apenas `as aplicac¸ ˜oes da automac¸ ˜ao industrial e de acionamento de motores. A gama de aplica-c¸ ˜oes ´e t ˜ao ampla que vai desde simples aplicaaplica-c¸ ˜oes residenciais, tais como dimmers de uso dom ´estico, at ´e sistemas de transmiss ˜ao de ener-gia el ´etrica de alta pot ˆencia. Nota-se, ent ˜ao, a vasta inclus ˜ao de con-versores est ´aticos no atual sistema, em ˆambito nacional e at ´e mesmo internacional.(MACHADO, 2012, p. 68).
No entanto, quando utilizados como carga, os mesmos podem acarretar problemas ao sistema de energia el ´etrica. Segundo Andrade Jr et al. (2006, p. 1) esses dispositivos resultam em cargas altamente n ˜ao lineares conectadas ao sis-tema de distribuic¸ ˜ao de energia el ´etrica. Resultando no surgimento de distorc¸ ˜oes harm ˆonicas na forma de onda de tens ˜ao ou corrente do sistema el ´etrico. Essas distorc¸ ˜oes harm ˆonicas v ˜ao contra as metas de qualidade de energia el ´etrica buscadas pelas concession ´arias.
1.3 Gerac¸ ˜ao ilhada e gerac¸ ˜ao conectada a rede el ´etrica 19
1.3 GERAC¸ ˜AO ILHADA E GERAC¸ ˜AO CONECTADA A REDE EL ´ETRICA
Quando s ˜ao utilizados conversores est ´aticos para gerac¸ ˜ao ilhada existe a necessidade de controlar a amplitude e frequ ˆencia fornecida para a carga local sem a preocupac¸ ˜ao com o sincronismo de fase. Mas quando esse sistema ´e conectado `a rede el ´etrica ´e necess ´ario que a forma de onda de tens˜ao sobre a carga local esteja em sincronismo de fase com a rede el ´etrica. Assim ´e poss´ıvel gerar um fluxo de corrente no sentido do conversor est ´atico para a carga local como tamb ´em da rede el ´etrica para a carga ou do conversor para a rede dependendo da pot ˆencia gerada e requisitada pela carga. Como no caso da gerac¸ ˜ao conectada tamb ´em ´e necess ´ario um controle de amplitude para a conex ˜ao com a rede el ´etrica, sendo este ainda mais importante para este caso, pois uma diferenc¸a de tens ˜ao entre a carga e a rede el ´etrica poder ´a gerar correntes com amplitude e sentido n ˜ao desejados.
Em vista aos problemas que podem ser gerados por uma diferenc¸a de am-plitude ou de fase entre a forma de onda da carga e da rede el ´etrica ´e necess ´ario o uso de uma malha de controle esta para obter caracter´ısticas em regime permanente e din ˆamicas do sistema, de forma a melhor atender os requisitos de qualidade de energia da ag ˆencia reguladora (ANEEL) ou do consumidor.
1.4 GERAC¸ ˜AO H´IBRIDA DISTRIBU´IDA
O fornecimento de energia para o sistema el ´etrico de pot ˆencia, pode ser obtidos por tr ˆes estrat ´egias: Unidades de gerac¸ ˜ao distantes dos centros de cargas, unidades distribu´ıdas pr ´oximas aos centros de cargas ou a mescla de ambas (AGUIAR, 2014, p. 20).
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E na gerac¸ ˜ao distribu´ıda baseada em conversores est ´aticos que entra o conversor CC-CA que ser ´a abordado. Este possui uma caracter´ıstica importante, que independente de uma gerac¸ ˜ao CA ou CC, a mesma pode ser convertida para CC em um n´ıvel de tens ˜ao desejado e a partir deste barramento CC, um conversor CC-CA pode ser regulado utilizando controladores desacoplados. Desta forma, o controle da tens ˜ao do barramento CC possibilita a utilizac¸ ˜ao de sistemas h´ıbridos de gerac¸ ˜ao (AGUIAR, 2014, p. 53).
1.5 Objetivos 20
1.5 OBJETIVOS
O principal objetivo desse trabalho ´e analisar as din ˆamicas de conversores CC-CA monof ´asico conectados com a rede el ´etrica e utilizar t ´ecnicas de controle con-templadas na literatura para obter a regulac¸ ˜ao da tens ˜ao e frequ ˆencia como tamb ´em o sincronismo de fase com a rede de distribuic¸˜ao.
Os principais objetivos espec´ıficos desse trabalho s ˜ao:
• Modelar e analisar, por meio de simulac¸ ˜oes computacionais em malha aberta, um sistema de convers ˜ao est ´atica de energia CC-CA aplicada em gerac¸ ˜ao dis-tribu´ıda e em uma rede fraca;
• Implementar e analisar, por meio de simulac¸ ˜oes computacionais, as t ´ecnicas de controle necess ´arias para conversores CC-CA conectados a rede el´etrica;
• Analisar o desempenho das t ´ecnicas de controle utilizadas em redes fracas.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
Esse trabalho est ´a dividido em cinco cap´ıtulos sendo o primeiro uma breve introduc¸ ˜ao de temas relacionados ao mesmo.
O segundo cap´ıtulo apresenta a estrutura de um sistema de gerac¸ ˜ao h´ıbrida distribu´ıda e ´e dada atenc¸ ˜ao especial a este, aliado aos seus componentes t´ıpicos. Nesse cap´ıtulo s ˜ao realizadas an ´alises do sistema exposto em malha aberta buscando entender melhor algumas caracter´ısticas e din ˆamicas importantes desse sistema.
O cap´ıtulo tr ˆes aborda passos necess ´arios para a conex ˜ao do sistema com a rede el ´etrica como a utilizac¸ ˜ao de um controle para sincronismo de fase, a gerac¸ ˜ao de uma refer ˆencia tamb ´em sincronizada e uma an ´alise do ponto de conex ˜ao do sis-tema.
No cap´ıtulo quatro ´e abordado o controlador proporcional ressonante o qual ´e utilizado na malha de corrente e necessita de uma refer ˆencia correta que ´e obtida no cap´ıtulo tr ˆes por meio do gerador de refer ˆencia. Esse controlador completa a estrutura necess ´aria para o controle correto desse sistema.
No cap´ıtulo cinco s ˜ao apresentados algumas conclus ˜oes do trabalho de-senvolvido e algumas possibilidades de trabalhos futuros por meio desse.
1.6 Estrutura do Trabalho 21
No ap ˆendice A ´e apresentada uma complementac¸ ˜ao para o PLL resso-nante, descrito no cap´ıtulo tr ˆes, como a obtenc¸ ˜ao do angulo θ e algumas estimativas de frequ ˆencia e amplitude do sistema o qual poder ´a ser ´util em outras aplicac¸ ˜oes.
No ap ˆendice B s ˜ao demonstrados alguns passos que s ˜ao vistos como ne-cess ´arios para implementar esse projeto em um prot ´otipo como tamb ´em algumas poss´ıveis dificuldades. Tamb ´em ´e apresentado um breve resumo com alguns dos prin-cipais componentes e equac¸ ˜oes necess ´arias para a implementac¸ ˜ao desse sistema de controle na pr ´atica.
22
2 GERAC¸ ˜AO H´IBRIDA DISTRIBU´IDA
Embora existam diversas configurac¸ ˜oes para implementac¸ ˜ao de um sis-tema de gerac¸ ˜ao distribu´ıda envolvendo mais de uma fonte geradora, neste trabalho ser ´a considerada a abordagem que compartilha barramento CC a partir das fontes alternativas e que tamb ´em ´e utilizada em diversos trabalhos da literatura como por Aguiar (2014, p. 32) e Carmeli et al. (2014, p. 1) que pode ser observada na figura 1.
Essa estrat ´egia possibilita a utilizac¸ ˜ao da gerac¸ ˜ao h´ıbrida, por meio do com-partilhamento do barramento CC utilizando conversores CA-CC e CC-CC adequados para cada tipo de fonte alternativa utilizada, e a conex ˜ao a rede el ´etrica ´e feita por meio de um ´unico conversor est ´atico CC-CA o qual pode utilizar um controlador desa-coplado no ponto comum entre as fontes geradoras. (AGUIAR, 2014, p. 53).
Z
redeV
redeZ
L Rede Elétrica Carga Local Conversor e Filtro Fontes Alternativas Filtro passabaixasFigura 1: Diagrama de um sistema h´ıbrido de energia com controlador e filtro passabaixas interligado a uma carga local e a rede el´etrica.
Fonte: Autoria pr ´opria baseado em Aguiar (2014, p. 32)
Neste trabalho ´e abordado o controle do conversor est ´atico CC-CA, desta-cado na figura 1 e ampliado na figura 2, para que possa ser utilizado em um sistema hibrido de gerac¸ ˜ao de energia. A figura 2 foca o circuito onde ser ´a feito o estudo.
2.1 Filtro passabaixas 23
Al ´em do conversor, um filtro passabaixas ´e utilizado para reduzir dist ´urbios de alta frequ ˆencia provenientes da comutac¸ ˜ao das chaves semicondutoras. Em sequ ˆencia ´e conectada uma carga local e a rede el ´etrica, a qual est ´a representada por uma fonte de tens ˜ao alternada e uma imped ˆancia de rede. Tamb ´em ´e utilizado um controlador com o objetivo de controlar a tens ˜ao como tamb ´em obter o sincronismo de fase com a rede el ´etrica. O controle do mesmo ´e feito no ponto de conex ˜ao com a carga e a rede el ´etrica.
Z
redeV
redeZ
LPWM
Controlador
VIfiltrocargaFiltro
passabaixas
+
V
cargaFigura 2: Topologia do conversor est ´atico CC-CA conectado a rede el ´etrica e uma carga local.
Fonte: Autoria pr ´opria
Tamb ´em podemos notar na figura 2 que foi utilizado uma fonte CC para representar o barramento CC e que os par ˆametros da rede el ´etrica n ˜ao temos dom´ınio.
Na sequ ˆencia ser ˜ao detalhados os seguintes elementos:
• Filtro passabaixas;
• Inversor em ponte completa monof ´asico;
• Modulac¸ ˜ao PWM;
• Rede fraca.
2.1 FILTRO PASSABAIXAS
Para que os pulsos gerados por um inversor PWM sejam convertidos em uma forma de onda pr ´oxima a senoidal ´e necess ´aria a filtragem das componentes harm ˆonicas elevadas referentes `a frequ ˆencia de chaveamento dos semicondutores.
2.1 Filtro passabaixas 24
Algumas das possibilidades s ˜ao os filtros L, LC e o LCL mostrados respectivamente nas figuras 3 (a), (b) e (c).
L
1C
1L
2L
1C
1L
1Filtro L
Filtro LC
Filtro LCL
(a)
(b)
(c)
R
R
R
Figura 3: Circuito el ´etrico dos filtros L, LC e LCL. Fonte: Autoria pr ´opria
´
E poss´ıvel deduzir a func¸ ˜ao de transfer ˆencia de tens ˜ao de sa´ıda do filtro pela tens ˜ao de sa´ıda do inversor de cada filtro a partir do seu circuito el ´etrico conside-rando uma carga resistiva, que podem ser observados nas figuras 3 (a), (b) e (c).
As func¸ ˜oes de transfer ˆencia obtidas para cada filtro podem ser observadas nas equac¸ ˜oes (1) , (2) e (3).
F TL= R L1s + R (1) F TLC = R L1C1Rs2+ L1s + R (2) F TLCL = R L1L2C1s3+ L1C1Rs2+ (L1+ L2)s + R (3)
A partir do projeto dos filtros apresentado por Aguiar (2014) e para analisar e comparar os tr ˆes filtros ´e realizado um diagrama de bode utilizando os valores da tabela 1, que s ˜ao utilizados em Aguiar (2014), e as func¸ ˜oes de transfer ˆencias apre-sentadas.
Podemos analisar a figura 4 onde fica evidente a maior atenuac¸ ˜ao do filtro LCL comparado ao filtro L e LC conforme aumenta a frequ ˆencia. A maior atenuac¸ ˜ao observada auxilia na minimizac¸ ˜ao de componentes n ˜ao desejadas no sinal como a harm ˆonica proveniente do chaveamento das chaves semicondutoras em 12 KHz des-tacado com uma reta vermelha na figura. Para facilitar a visualizac¸ ˜ao tamb ´em foi inserido na figura uma reta verde para indicar a frequ ˆencia fundamental e retas para a frequ ˆencia de corte de cada filtro.
2.1 Filtro passabaixas 25 Tabela 1: Valores dos componentes utilizados nos filtros.
Componente Valor R 7,33Ω Filtro L L1 1500µH Filtro LC L1 1500µH C1 10µF Filtro LCL L1 1000µH L2 500µH C1 10µF
Fonte: Autoria pr ´opria
Magnitude (dB) -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 101 102 103 104 105 Phase (deg) -270 -180 -90 0 L LC LCL
Gráfico de bode - Filtros
Frequency (Hz)
Figura 4: Diagrama de Bode dos Filtros L, LC e LCL. Fonte: Autoria pr ´opria
Pode-se observar na figura 5 o lugar das ra´ızes para o filtro LCL utilizado. Nesse diagrama foi considerado a pot ˆencia nominal de 2200 W e situac¸ ˜oes com 25 % e 10 % respectivamente da pot ˆencia nominal. Analisando o lugar das ra´ızes apre-sentado percebe-se que quanto menor a pot ˆencia mais o sistema se aproxima da instabilidade, ou seja, deve-se tomar certa atenc¸ ˜ao pois na pr ´atica quando a carga ´e reduzida pode levar esse sistema a instabilidade. Tamb ´em vale lembrar que em uma situac¸ ˜ao pr ´atica existir ´a conectado a rede cargas distribu´ıdas nas proximidades
2.2 Sistema inversor 26
auxiliando a levar o sistema em um ponto est ´avel.
-5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 ×104 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 Po Po/4 Po/10 Lugar das raízes
Real (seconds-1)
Imaginário (seconds
-1 )
Figura 5: Lugar das ra´ızes para o filtro LCL variando a sua pot ˆencia nominal. Fonte: Autoria pr ´opria
2.2 SISTEMA INVERSOR
Para convers ˜ao de corrente cont´ınua para corrente alternada pode-se utili-zar chaves semicondutoras, operando em corte e saturac¸˜ao, de forma que permitam alterar o sentido de corrente na carga. Normalmente, o sistema inversor utilizado ´e composto por quatro chaves semicondutoras distribu´ıdas na forma apresentada na fi-gura 6. Este circuito tamb ´em ´e conhecido como ponte H. Assim, atrav ´es de modulac¸ ˜ao por largura de pulso, ´e poss´ıvel obter uma parcela do valor de tens ˜ao seja com polari-dade +VCC, -VCC ou zero na sua sa´ıda, conforme necess ´ario.
Geralmente chaves do tipo IGBT s ˜ao as mais utilizadas para n´ıveis de cor-rente e tens ˜ao mais elevados e com frequ ˆencias menores enquanto MOSFET s ˜ao mais utilizados para n´ıveis de corrente e tens ˜ao menores mas com frequ ˆencias de chaveamento mais elevadas. (BLAKE; BULL, 1989, p. 2-3).
Podemos observar na figura 6 os modos de operac¸ ˜ao da ponte H. O pri-meiro modo, destacado como (a) na figura, conecta VCC em um terminal da carga e
2.2 Sistema inversor 27
operac¸ ˜ao conecta novamente VCC e o terra nos terminais da carga mas dessa vez
s ˜ao acionadas as chaves S2 e S3 produzindo uma corrente no sentido oposto ao
an-terior. Os ´ultimos dois modos s ˜ao similares pois n ˜ao possuem corrente circulando na carga onde o primeiro, na figura (c), ´e conectado ao terra em ambos os terminais e o segundo, na figura (d), ´e conectado ao VCC em ambos os terminais. O modo (d) deve
ser evitado pois a carga fica com potencial Vcc em ambos os terminais.
(b) VCC S1 S3 S2 S2 S4 i +Vcc (a) VCC S1 S3 S2 S2 S4 i -Vcc (d) VCC S1 S3 S2 S2 S4 0 V (c) VCC S1 S3 S2 S2 S4 0 V
Figura 6: Modos de operac¸ ˜ao da ponte H onde em vermelho ´e mostrado a chave em estado de conduc¸ ˜ao.
Fonte: Autoria pr ´opria
2.2.1 Modulac¸ ˜ao
Para o acionamento das chaves semicondutoras foi optado pela modulac¸ ˜ao por largura de pulso (PWM) pela sua grande aplicac¸ ˜ao.
Uma vez que uma ponte completa ´e utilizada, neste trabalho ser ´a utilizada modulac¸ ˜ao PWM em 3 n´ıveis, no caso VCC, 0 e -VCC. O pulso ´e centralizado no
per´ıodo de chaveamento pois nesta condic¸ ˜ao a distorc¸ ˜ao harm ˆonica introduzida pela modulac¸ ˜ao PWM ´e reduzida em relac¸ ˜ao ao pulso no in´ıcio do per´ıodo.
A raz ˜ao c´ıclica (D) a ser aplicada pelo inversor pode ser obtida por meio da equac¸ ˜ao (4), onde VCC ´e a tens ˜ao do barramento CC e VOU T ´e a tens ˜ao desejada na
sa´ıda. D = VOU T(k) VCC (4)
2.3 Rede fraca 28
A fim de trabalhar com o PWM em 3 n´ıveis ´e necess ´ario gerar 2 sinais PWM, um para o ciclo positivo e outro negativo. Quando o valor de VOU T for positivo
o PWM do ciclo positivo possuir ´a o mesmo valor de VOU T e o do ciclo negativo ser ´a
zero. Para um valor de VOU T negativo o segundo PWM recebe o modulo de VOU T e o
primeiro se mantem em zero.
Para centralizar o PWM no per´ıodo de chaveamento uma onda portadora triangular com frequ ˆencia igual a frequ ˆencia de chaveamento ´e utilizada para comparac¸ ˜ao com o sinal modulante, neste caso, o complemento do sinal D. Podemos observar o resultado desta comparac¸ ˜ao na figura 7 para a gerac¸ ˜ao do PWM para o ciclo positivo.
Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 -1 -0.5 0 0.5 1 PWM em 3 niveis centralizado PWM A PWM B D Referência Tempo [ms] 0.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0 0.5 1
Comparação com a triangular
PWM A PWM B 1-D Triangular
Figura 7: PWM em 3 n´ıveis centralizado. Fonte: Autoria pr ´opria
2.3 REDE FRACA
A rede el ´etrica pode ser representada por uma fonte de tens ˜ao ou corrente alternada que possui uma imped ˆancia em s ´erie ou paralelo respectivamente. Essa imped ˆancia vista do ponto de conex ˜ao do sistema depende de caracter´ısticas como imped ˆancia interna da linha, dos transformadores e das cargas ligadas nessa mesma linha. Outro fator importante ´e a capacidade de transfer ˆencia de pot ˆencia a qual ´e dependente diretamente dessa imped ˆancia de rede como tamb ´em da tens ˜ao no ponto de conex ˜ao e na rede el ´etrica. Em suma, quanto maior for a capacidade de
trans-2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 29
fer ˆencia de pot ˆencia entre o ponto de conex ˜ao e a rede el ´etrica mais forte ´e a rede. (AGUIAR, 2014, p. 59-60).
Segundo Aguiar (2014, p. 60) existem dois indicadores que mostram se uma rede ´e fraca: a raz ˜ao de pot ˆencia de curto-circuito no ponto de conex ˜ao (RCC) e a raz ˜ao indutivo-resistiva (RIR).
A raz ˜ao RCC, vide (5), depende da tens ˜ao no ponto de conex ˜ao, nesse caso Vcarga, tamb ´em como da imped ˆancia equivalente da rede el ´etrica e da pot ˆencia
nominal do sistema de gerac¸ ˜ao distribu´ıda.
RCC = V
2 carga
ZredeSnominal
(5)
Na sequ ˆencia pode-se observar na equac¸ ˜ao (6) a raz ˜ao indutivo-resistiva a qual depende apenas da reat ˆancia e da resist ˆencia equivalente da rede no ponto de conex ˜ao.
RIR = Xrede Rrede
(6)
Ao utilizar esses indicadores e aplicar os mesmos para os par ˆametros que est ˜ao na tabela 2 ´e obtido uma RCC de 7,78 e uma RIR de 47,12. Segundo Aguiar (2014, p. 59-60) um RCC menor que 10 ou uma RIR menor que 0,5 indica uma rede fraca ´e poss´ıvel concluir que para esses valores, os quais ser ˜ao utilizados nas an ´alises desse trabalho, ´e obtida uma rede fraca.
Tabela 2: Valores utilizados para rede el ´etrica e sistema de gerac¸ ˜ao distribu´ıda.
Vari ´avel Valor
Vcarga 127 Vrms
Snominal 2200 W
Xrede 0,9425Ω
Rrede 0,0200Ω
Zrede 0,9427Ω
Fonte: Autoria pr ´opria
2.4 AN ´ALISE DO SISTEMA EM MALHA ABERTA
A an ´alise do sistema em malha aberta ´e importante para entendermos quest ˜oes relacionadas a seu funcionamento como: seus problemas, principalmente
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 30
em relac¸ ˜ao ao sincronismo de fase, amplitude da forma de onda de tens ˜ao, sentido e amplitude da corrente da rede e do inversor. Com isso, nessa sec¸ ˜ao s ˜ao analisadas as din ˆamicas do sistema em malha aberta com o auxilio de simulac¸ ˜oes computacionais. O circuito utilizado para a an ´alise pode ser verificado na figura 8 juntamente com o sentido adotado para as correntes.
L
redeV
redeZ
LL
1C
1L
2 Icarga Irede Ifiltro VcargaPWM
Controlador
Figura 8: Circuito utilizado para an´alise em malha aberta. Fonte: Autoria pr ´opria
Para as simulac¸ ˜oes em malha aberta ´e utilizada inicialmente uma tens ˜ao de 220 V no barramento CC e uma refer ˆencia senoidal com 179.61 Vpk, ou seja, ´e
ne-cess ´ario um ´ındice de modulac¸ ˜ao (Vpk/VCC) de 81.64% para atingir a tens ˜ao m ´axima
da refer ˆencia. Para o acionamento das chaves semicondutoras foi utilizado PWM cen-tralizado trabalhando em 3 n´ıveis. A tens ˜ao da rede el ´etrica ´e de 127 Vrms e a carga
local possui uma pot ˆencia de 2200 W nessa tens ˜ao. Segue na tabela 3 os valores utilizados para os componentes os quais s ˜ao baseados em (AGUIAR, 2014).
Tabela 3: Valores dos componentes.
Componente Valor L1 1000µH L2 500µH C1 10µF ZL 7,33Ω LRede 2500µH
Fonte: Autoria pr ´opria
Normalmente, um sistema de gerac¸ ˜ao distribu´ıda est ´a sujeito a diferentes tipos de variac¸ ˜oes de par ˆametros e grandezas, como tens ˜ao do barramento CC, ampli-tude e fase da tens ˜ao da rede el ´etrica, imped ˆancias de carga e de rede, entre outras. Para avaliar o comportamento do sistema quando ocorrem variac¸ ˜oes desta natureza, na sequ ˆencia s ˜ao realizadas as seguintes an ´alises envolvendo:
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 31
• Variac¸ ˜ao do barramento CC para gerac¸ ˜ao isolada;
• Variac¸ ˜ao do barramento CC e ajuste da refer ˆencia do sistema em malha aberta conectado a rede el ´etrica e sem diferenc¸a de fase entre a referˆencia e a rede;
• Variac¸ ˜ao do barramento CC e ajuste da refer ˆencia do sistema em malha aberta conectado a rede el ´etrica e com diferenc¸a de fase entre a referˆencia e a rede;
• Conex ˜ao e desconex ˜ao da rede el ´etrica;
• Inclus ˜ao de resist ˆencias intr´ınsecas no modelo;
• An ´alise do n´ıvel CC proveniente da rede el ´etrica;
• Variac¸ ˜ao da imped ˆancia equivalente da rede el ´etrica;
• Variac¸ ˜ao da carga local.
2.4.1 Variac¸ ˜ao do barramento CC sem conex ˜ao com a rede
Uma possibilidade na pr ´atica ´e a ocorr ˆencia de uma variac¸ ˜ao na tens ˜ao do barramento CC, a qual poderia ser causada, por exemplo, por uma alterac¸ ˜ao na gerac¸ ˜ao ou uma demanda maior de pot ˆencia ocasionando uma queda de tens ˜ao no barramento CC. Essa an ´alise ser ´a feita para gerac¸ ˜ao ilhada com uma variac¸ ˜ao entre 180 V e 280 V utilizando o circuito que est ´a na figura 9.
Z
LL
1C
1L
2 Icarga Ifiltro VcargaPWM
Controlador
Figura 9: Circuito para variac¸ ˜ao da tens ˜ao do barramento CC para gerac¸ ˜ao ilhada.
Fonte: Autoria pr ´opria
Primeiramente ´e poss´ıvel perceber uma variac¸ ˜ao diretamente proporcional da amplitude da tens ˜ao e da corrente sobre a carga como pode ser verificado na figura 10. Esse resultado tamb ´em revela a necessidade de um controlador para corrigir a
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 32
amplitude, compensando essa variac¸ ˜ao do barramento CC e mantendo uma tens ˜ao constante na carga. Tempo [ms] 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Tensão[V] -200 0 200 Tensão na Carga Vcc = 180 V Vcc = 220 V Vcc = 280 V Tempo [ms] 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Corrente [A] -20 0 20 Corrente na Carga Vcc = 180 V Vcc = 220 V Vcc = 280 V
Figura 10: Variac¸ ˜ao da tens ˜ao do barramento CC para gerac¸ ˜ao ilhada. Fonte: Autoria pr ´opria
2.4.2 Variac¸ ˜ao do barramento CC conectado `a rede el ´etrica
Quando efetuamos a conex ˜ao com a rede el ´etrica ´e necess ´ario destacar uma importante carater´ıstica que dever ´a ser buscada, o sincronismo de fase entre o ponto de conex ˜ao e a rede el ´etrica. Essa caracter´ıstica ´e desejada para n ˜ao gerar o fluxo de correntes, entre a rede e o conversor est ´atico, com amplitude e sentido prejudiciais ao sistema.
Com a conex ˜ao com a rede el ´etrica e a variac¸ ˜ao do barramento CC algumas din ˆamicas importantes do sistema s ˜ao observadas. O primeiro caso, que ´e analisado na sec¸ ˜ao 2.4.2.1, ´e para quando n ˜ao existe diferenc¸a de fase entre a refer ˆencia do sistema e a rede el ´etrica e uma segunda situac¸ ˜ao, mostrada na sec¸ ˜ao 2.4.2.2, a rede el ´etrica est ´a adiantada em 30o em relac¸ ˜ao `a refer ˆencia, ambos casos s ˜ao analisados com mais detalhes na sequ ˆencia.
2.4.2.1 Sem diferenc¸a de fase
O circuito utilizado para as an ´alises efetuadas nessa sec¸ ˜ao pode ser ob-servado na figura 11 a qual destaca os elementos que eventualmente ser ˜ao variados para an ´alise, nesse caso o barramento CC e a refer ˆencia para compensar algumas
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 33
caracter´ısticas indesejadas que s ˜ao relatadas na sequ ˆencia.
L
redeV
rede 0ºZ
LL
1C
1L
2 Icarga Irede Ifiltro Vcarga PWM ControladorFigura 11: Circuito utilizado para an ´alise em malha aberta conectado a rede el ´etrica e em fase.
Fonte: Autoria pr ´opria
Podemos observar na figura 12 que existe uma pequena diferenc¸a de fase entre a tens ˜ao na carga e a rede el ´etrica que ´e causada pelas imped ˆancias do sistema. Esta diferenc¸a de fase reflete em uma mudanc¸a significativa nas correntes e nota-se neste caso que ambos, o conversor e a rede est ˜ao fornecendo corrente para a carga e essa pequena diferenc¸a de fase implica na amplitude das correntes do conversor e da rede. Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[V] -200 -100 0 100 200
Malha aberta conectado a rede em fase, com Vcc = 220 V
Vcarga Vrede Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [A] -40 -20 0 20 40 Icarga Ifiltro Irede
Figura 12: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase. Fonte: Autoria pr ´opria
Nesse tipo de sistema geralmente ´e desejado que o fornecimento de cor-rente para a carga local seja proveniente em sua maior parte pelo conversor est ´atico e apenas, caso necess ´ario, complementado pela rede el ´etrica, ou seja, a maior parte da pot ˆencia ser ´a entregue pela gerac¸ ˜ao local. Com base na an ´alise da figura 12 fica
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 34
evidente a necessidade de um controlador de fase, pois isso implica diretamente na amplitude e sentido da corrente do conversor e da rede.
Ao corrigir essa diferenc¸a de fase e reduzir a amplitude da corrente forne-cida pela rede el ´etrica ´e possivel determinar o ˆangulo necess ´ario para corrigir este problema. Como podemos observar na figura 13 adiantando a refer ˆencia em ape-nas 5,3o foi poss´ıvel corrigir a diferenc¸a de fase entre a carga e a rede el ´etrica. Vale ressaltar que esta diferenc¸a de 5,3o ´e gerada pelas imped ˆancias do sistema.
Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[V] -200 -100 0 100
200 Malha aberta conectado a rede em fase, com Vcc = 220 V e Referência +5.3º Vcarga Vrede Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [A] -40 -20 0 20 40 Icarga Ifiltro Irede
Figura 13: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase e com correc¸ ˜ao da diferenc¸a de fase na refer ˆencia.
Fonte: Autoria pr ´opria
´
E not ´avel que a corrente fornecida para a carga ´e proveniente quase em sua totalidade pelo conversor est ´atico que ´e uma caracter´ıstica desejada. Com isso podemos observar a import ˆancia de um controle de fase para manter o sincronismo entre a forma de onda de tens ˜ao sobre a carga local e a rede el ´etrica como tamb ´em para que as correntes tomem a forma desejada, ou seja, provenientes em sua maior parte pelo conversor est ´atico.
Pode-se observar na figura 14 o diagrama fasorial representando a re-fer ˆencia, a carga e a rede el ´etrica com a correc¸ ˜ao de 5,3oefetuadas na ultima simulac¸ ˜ao. Nesse diagrama fasorial fica evidente que a tens ˜ao da rede el ´etrica e da carga est ˜ao em fase e como consequencia a corrente proveniente da rede el ´etrica ´e nula. Agora analisando a refer ˆencia e a carga elas possuem a mesma magnitude mas com uma diferenc¸a de fase a qual faz gerar um fluxo de corrente proveniente do inversor para a carga.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 35
5,3º
V
refe rência =17 9.61 5.3º ∠V
rede,V
carga= 179.61 0º∠Figura 14: Diagrama fasorial das tens ˜oes para a an ´alise da conex ˜ao em malha aberta.
Fonte: Autoria pr ´opria
Outro caso importante para ser analisado ´e a variac¸ ˜ao do barramento CC mas agora mantendo a correc¸ ˜ao de fase da refer ˆencia de 5,3opara facilitar a visualizac¸ ˜ao do efeito causado apenas por essa variac¸ ˜ao.
Quando ocorre uma alterac¸ ˜ao na tens ˜ao do barramento CC de 220 V para 225 V como na figura 15, no primeiro meio ciclo a tens ˜ao sobre a carga fica com sua amplitude maior que a rede gerando o fornecimento de corrente por parte do conversor para a rede. No segundo o fornecimento de corrente da rede complementa a corrente do conversor para formar a corrente da carga.
Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[V] -200 -100 0 100 200
Malha aberta conectado a rede em fase, com Vcc = 225 V e Referência +5.3º
Vcarga Vrede Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [A] -40 -20 0 20 40 Icarga Ifiltro Irede
Figura 15: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase com correc¸ ˜ao de fase na re-fer ˆencia e com Vcc em 225 V.
Fonte: Autoria pr ´opria
Com isso podemos perceber a necessidade do controle da amplitude sobre a carga. Al ´em de manter uma forma de onda senoidal com valor eficaz apropriado, nesse caso 127 V, n ˜ao deixa circular correntes desnecess ´arias e indesejadas no
sis-2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 36
tema como ´e o caso da corrente proveniente da rede.
Ainda com a tens ˜ao do barramento CC em 225 V e com a refer ˆencia do sistema adiantada em 5,3ofoi feita uma correc¸ ˜ao na amplitude da refer ˆencia de 179,61 Vpk para 175,62 Vpk. Esta correc¸ ˜ao ´e feita com o objetivo de corrigir o aumento de
tens ˜ao do barramento CC e o resultado pode ser analisado na figura 16.
Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[V] -200 -100 0 100 200
Malha aberta conectado a rede em fase, com Vcc = 225 V e Referência 175.62 V/5.3º
Vcarga Vrede Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [A] -40 -20 0 20 40 Icarga Ifiltro Irede
Figura 16: Conex ˜ao a rede el ´etrica em fase e com Vcc em 225 V com correc¸ ˜ao de fase e amplitude na refer ˆencia.
Fonte: Autoria pr ´opria
Percebe-se que com uma correc¸ ˜ao na refer ˆencia a tens ˜ao sobre a carga entra em sincronismo com a rede e a corrente fornecida para a carga ´e proveniente pelo conversor est ´atico.
2.4.2.2 Com diferenc¸a de fase
A fim de analisar com mais detalhes a conex ˜ao do sistema com a rede el ´etrica a mesma foi adiantada em 30o e o circuito utilizado para as an ´alises dessa sec¸ ˜ao pode ser observado na figura 17 onde novamente ser ´a feita a variac¸ ˜ao do barra-mento CC e eventualmente da refer ˆencia para compensar caracter´ısticas indesej ´aveis.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 37
L
redeV
rede 30ºZ
LL
1C
1L
2 Icarga Irede Ifiltro Vcarga PWM ControladorFigura 17: Circuito utilizado para an ´alise em malha aberta conectado a rede el ´etrica e defasado em 30o.
Fonte: Autoria pr ´opria
O resultado desse adiantamento em 30o, que pode ser visto na figura 18, ´e um grande aumento na amplitude das correntes da rede e do conversor, nesse caso a rede esta fornecendo corrente para a carga e tamb´em um valor significativo para o conversor o qual ´e um resultado totalmente indesej ´avel.
Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[V] -200 0 200
Malha aberta conectado a rede defasado em 30º, com Vcc = 220 V
Vcarga Vrede Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [A] -100 0 100 Correntes Icarga Ifiltro Irede
Figura 18: Conex ˜ao a rede el ´etrica adiantada em 30o.
Fonte: Autoria pr ´opria
A fim de corrigir a diferenc¸a de fase observada anteriormente, a refer ˆencia foi adiantada em 35,3o ou seja, 30o que a rede est ´a adiantada e 5,3o ocasionados pelas imped ˆancias desse sistema. O efeito dessa correc¸ ˜ao pode ser constatado na figura 19 onde a forma de onda da tens ˜ao da carga logo entra sincronismo com a rede, mas uma componente CC proveniente da rede el ´etrica ´e fornecida para o sistema, ora para o conversor est ´atico e ora para a carga local gerando um fluxo de corrente indesej ´avel essa situac¸ ˜ao ´e analisada melhor na sec¸ ˜ao 2.4.3.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 38 Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[V] -200 0 200
Malha aberta conectado a rede defasado em 30º, com Vcc = 220 V e referencia +35.3º
Vcarga Vrede Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [A] -50 0 50 Correntes Icarga Ifiltro Irede
Figura 19: Conex ˜ao a rede el ´etrica adiantada em 30o com correc¸ ˜ao de fase
na refer ˆencia.
Fonte: Autoria pr ´opria
Por ´ultimo ser ´a efetuada a variac¸ ˜ao do barramento CC mantendo a correc¸ ˜ao de fase de 35,3o. A tens ˜ao do barramento CC foi aumentada de 220 V para 225 V e como ´e esperado, a tens ˜ao sobre a carga ir ´a aumentar. Para corrigir essa situac¸ ˜ao a tens ˜ao da refer ˆencia foi alterada de 179,61 Vpk para 175,62 Vpk corrigindo a
am-plitude como podemos observar na figura 20 mas novamente aparece uma corrente indesejada proveniente da rede el ´etrica.
Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[V] -200 0 200
Malha aberta conectado a rede defasado em 30º, com Vcc = 225 V e referencia 175.62/35.3º
Vcarga Vrede Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [A] -50 0 50 Correntes Icarga Ifiltro Irede
Figura 20: Conex ˜ao a rede el ´etrica adiantada em 30o com Vcc em 225 V e
correc¸ ˜ao de fase e amplitude da referˆencia. Fonte: Autoria pr ´opria
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 39
2.4.3 Conex ˜ao e desconex ˜ao da rede
Nessa sec¸ ˜ao ser ´a analisado o transit ´orio, quando ´e feita a conex ˜ao ou des-conex ˜ao com a rede el ´etrica. O ponto de comutac¸ ˜ao utilizado ser ´a no mesmo ramo da corrente IRede ou seja, a carga estar ´a conectada ao inversor mesmo estando
desco-nectada da rede. O objetivo dessa an ´alise ´e obter informac¸ ˜oes para optar pelo melhor m ´etodo de conex ˜ao com a rede el ´etrica da forma mais adequada como tamb´em tomar conhecimento de poss´ıveis transit ´orios nessa conex ˜ao ou desconex ˜ao.
Na figura 21 a tens ˜ao no barramento CC ´e a nominal de 220 V e inicial-mente existe uma diferenc¸a de fase de 30o entre a refer ˆencia e a rede el ´etrica mas no momento de conex ˜ao a refer ˆencia ´e adiantada em 35,3o para entrar em fase com a rede el ´etrica como de fato acontece mas novamente aparece a mesma componente CC proveniente da rede. 0 5 10 15 20 25 30 35 −200 −100 0 100 200 Tempo [ms] Tensão[V]
Malha aberta com rede defasada em 30º, Vcc 220 V e referencia +35.3º Vcarga Vrede
Conexão com a rede
0 5 10 15 20 25 30 35 −40 −20 0 20 40 Tempo [ms] Corrente [A] Correntes Icarga Ifiltro Irede
Conexão com a rede
Figura 21: Conex ˜ao com a rede el ´etrica adiantada em 30o onde no momento da conex ˜ao a refer ˆencia ´e comutada para entrar em sincronismo com a rede. Fonte: Autoria pr ´opria
Uma poss´ıvel soluc¸ ˜ao para o problema encontrado ´e a sincronizac¸ ˜ao de fase antes da conex ˜ao. Com isso podemos observar a figura 22 onde o problema relatado anteriormente ´e eliminado e tem-se um comportamento desejado.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 40 0 5 10 15 20 25 30 35 −200 −100 0 100 200 Tempo [ms] Tensão[V]
Malha aberta com rede defasada em 30º, Vcc 220 V e referencia +35.3º Vcarga Vrede
Conexão com a rede
0 5 10 15 20 25 30 35 −40 −20 0 20 40 Tempo [ms] Corrente [A] Correntes Icarga Ifiltro Irede
Conexão com a rede
Figura 22: Conex ˜ao com a rede adiantada em 30o e refer ˆencia sincronizada
antes da conex ˜ao. Fonte: Autoria pr ´opria
Outra soluc¸ ˜ao ´e a conex ˜ao do sistema no cruzamento entre as duas ondas de tens ˜ao ou seja quando a rede possuir o mesmo valor de tens ˜ao da carga, isto ir ´a minimizar esse efeito indesejado como pode ser observado na figura 23.
0 5 10 15 20 25 30 35 −200 −100 0 100 200 Tempo [ms] Tensão[V]
Malha aberta com rede defasada em 30º, Vcc 220 V e referencia +35.3º Vcarga Vrede
Conexão com a rede
0 5 10 15 20 25 30 35 −40 −20 0 20 40 Tempo [ms] Corrente [A] Correntes Icarga Ifiltro Irede
Conexão com a rede
Figura 23: Conex ˜ao no cruzamento entre a forma de onda de tens ˜ao da rede e da carga.
Fonte: Autoria pr ´opria
Ao analisar a desconex ˜ao do sistema podemos verificar na figura 24 que n ˜ao ocorre nenhum problema a n ˜ao ser um transit ´orio de curta durac¸ ˜ao na corrente do filtro.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 41 0 5 10 15 20 25 30 35 −200 −100 0 100 200 Tempo [ms] Tensão[V]
Malha aberta com rede defasada em 30º, Vcc 220 V e referencia +35.3º Vcarga Vrede
Desconexão com a rede
0 5 10 15 20 25 30 35 −40 −20 0 20 40 Tempo [ms] Corrente [A] Correntes Icarga Ifiltro Irede
Desconexão com a rede
Figura 24: Desconex ˜ao da rede el ´etrica. Fonte: Autoria pr ´opria
2.4.4 Inclus ˜ao de resist ˆencias em s ´erie
Apesar de idealmente as indut ˆancias n ˜ao possu´ırem resist ˆencia, em um modelo que representa mais fielmente o que ´e verificado na pr ´atica resist ˆencias intr´ın-secas em s ´erie s ˜ao geralmente consideradas. Com a inclus ˜ao de uma resist ˆencia em s ´erie a an ´alise do sistema aproxima-se da realidade. Por isso s ˜ao inclu´ıdas no circuito essas resist ˆencias em s ´erie com as indut ˆancias do sistema como pode ser observado na figura 25. Assim ´e poss´ıvel analisar melhor o comportamento relatado na sec¸ ˜ao 2.4.2.2 do surgimento de uma componente CC proveniente da rede el ´etrica.
R
redeL
redeV
redeZ
LL
1C
1 PWM ControladorL
2R
1R
2 Ifiltro Icarga Irede VcargaFigura 25: Circuito completo utilizado para an ´alise. Fonte: Autoria pr ´opria
Os valores dos componentes utilizados est ˜ao na tabela 4. As resist ˆencias R1 e R2 em s ´erie com os indutores foram obtidas por meio de ensaios em laborat ´orio
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 42 Tabela 4: Valores dos componentes para o circuito completo.
Componente Valor L1 1000µH L2 500µH R1 46,8 mΩ R2 34,5 mΩ RRede 20 mΩ C1 10µF ZL 7,33Ω LRede 2500µH
Fonte: Autoria pr ´opria
Para essa simulac¸ ˜ao o ponto de conex ˜ao est ´a situado no ramo da corrente Irede e a rede el ´etrica esta adiantada em 30o em relac¸ ˜ao a refer ˆencia e no momento
de conex ˜ao com a rede a refer ˆencia ´e comutada adiantando-a em 35,3o, tamb ´em foi necess ´ario compensar a amplitude da refer ˆencia de 179,61 Vpk para 182 Vpk devido
a inclus ˜ao de resist ˆencias no sistema. O resultado, que pode ser verificado na figura 26, ´e o decaimento exponencial dessa componente CC de corrente da rede que ´e dissipado atrav ´es das resist ˆencias que est ˜ao em s ´erie com as indut ˆancias do sistema.
0 20 40 60 80 100 120 140 −200 −100 0 100 200 Tempo [ms] Tensão[V]
Malha aberta com rede defasada em 30º, Vcc 220 V e referencia +35.3º Vcarga Vrede
Conexão com a rede
0 20 40 60 80 100 120 140 −40 −20 0 20 40 Tempo [ms] Corrente [A] Correntes Icarga Ifiltro Irede
Conexão com a rede
Figura 26: Simulac¸ ˜ao com resist ˆencias em s ´erie para rede adiantada em 30o e refer ˆencia comutada para 35.3ono momento da conex ˜ao.
Fonte: Autoria pr ´opria
Tamb ´em ´e necess ´aria uma an ´alise do sistema fazendo a conex ˜ao e des-conex ˜ao do mesmo no ramo da corrente If iltro. Este caso ´e fundamental quando se
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 43
esta conectada a rede el ´etrica e um sistema de gerac¸ ˜ao local ´e conectado `a carga local e `a rede el ´etrica.
Para essa simulac¸ ˜ao a rede el ´etrica est ´a adiantada em 30oe o barramento CC est ´a com seu valor nominal de 220 V. A refer ˆencia foi adiantada em 35,3o para obter o sincronismo de fase quando o inversor for conectado a rede el ´etrica e passar a fornecer a maior parte da corrente para a carga.
´
E estudado melhor essa situac¸ ˜ao pela figura 27 a qual ´e poss´ıvel observar que de forma id ˆentica na conex ˜ao com a rede el ´etrica surge novamente uma compo-nente CC da corrente da rede que decai de forma exponencial. Tamb ´em ´e not ´avel que agora quando o inversor est ´a desconectado quem fornece corrente para a carga ´e a rede el ´etrica. Em relac¸ ˜ao a desconex ˜ao do sistema pode ser observado que n ˜ao ocorre nenhum transit ´orio significativo.
0 50 100 150 −200 −100 0 100 200 Tempo [ms] Tensão[V]
Malha aberta com rede defasada em 30º, Vcc 220 V e referencia +35.3º Vcarga Vrede
Conexão com a rede
0 50 100 150 −20 0 20 Tempo [ms] Corrente [A] Correntes Icarga Ifiltro Irede
Conexão com a rede
Figura 27: Simulac¸ ˜ao com resist ˆencias em s ´erie e a conex ˜ao/desconex ˜ao do sistema no ramo da corrente do If iltro.
Fonte: Autoria pr ´opria
2.4.5 An ´alise do n´ıvel CC proveniente da rede el ´etrica
Para se entender o comportamento da corrente com o surgimento de uma componente CC no instante de conex ˜ao com a rede foi utilizado o circuito da figura 28. Nesse caso foi utilizada uma fonte alternada no lado do inversor com uma tens˜ao de 179,61 Vpk e no lugar da fonte de tens ˜ao da rede el ´etrica foi colocada uma fonte
de tens ˜ao controlada pela tens ˜ao, no caso a tens ˜ao sobre a carga (Vcarga). Por meio
dessa fonte de tens ˜ao controlada ´e poss´ıvel forc¸ar a mesma tens ˜ao sobre a carga e sobre a rede simulando o mesmo efeito do sincronismo de fase obtido por um
contro-2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 44
lador de fase ou a compensac¸ ˜ao de fase de 5,3outilizada nas simulac¸ ˜oes anteriores.
R
redeL
redeZ
LL
1R
1 Ifiltro Icarga Irede Vcarga+
-
Vcarga 179,61VpkFigura 28: Circuito utilizado para an ´alise da componente CC. Fonte: Autoria pr ´opria
Os valores dos componentes utilizados nesse circuito podem ser visua-lizados na tabela 5 os quais ainda s ˜ao mantidos os mesmos, apesar de algumas simplificac¸ ˜oes no circuito para o estudo desse caso especial. Como se quer simular o mesmo efeito que ocorre na conex ˜ao das an ´alises anteriores o indutor equivalente da rede ser ´a carregado com uma corrente inicial com o mesmo valor observado no momento da conex ˜ao da an ´alise da figura 27 da sec¸ ˜ao anterior, no caso -11,6 A.
Tabela 5: Valores dos componentes utilizados na simulac¸ ˜ao de descarga do indutor equivalente da rede el ´etrica.
Componente Valor L1 1500µH R1 81,3 mΩ ZL 7,33Ω LRede 2500µH RRede 20 mΩ
Fonte: Autoria pr ´opria
Primeiramente ser ´a utilizado o circuito mostrado anteriormente sem as re-sist ˆencias e apenas com as indut ˆancias buscando encontrar a mesma situac¸ ˜ao ante-rior de um n´ıvel CC de corrente constante proveniente da rede el ´etrica.
A partir da figura 29 pode-se observar novamente o mesmo n´ıvel CC de corrente e com isso podemos concluir que o valor de corrente cont´ınua obtida depende do ponto de conex ˜ao e do momento que ´e efetuado o sincronismo com a rede visto que nesse momento a tens ˜ao sobre o indutor da rede ´e nula e assim a sua variac¸ ˜ao de corrente tamb ´em ser ´a nula a partir da equac¸ ˜ao (7) ou seja ser ´a mantido um valor constante referente ao momento de sincronizac¸ ˜ao.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 45 Tempo [ms] 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Corrente [A] -30 -20 -10 0 10 20 30 40 Icarga Ifiltro Irede
Figura 29: Simulac¸ ˜ao com o indutor da rede el ´etrica carregado e sem re-sist ˆencias no circuito.
Fonte: Autoria pr ´opria
VLrede = Lrede
d(Irede)
dt (7)
Buscando o mesmo comportamento obtido na figura 27, da sec¸ ˜ao anterior, no momento da conex ˜ao com o surgimento de uma corrente cont´ınua com um decai-mento exponencial s ˜ao inseridas as resist ˆencias intr´ınsecas dos indutores e da rede para descarregar esse indutor.
Analisando a figura 30 percebe-se a similaridade com a figura 27 com o surgimento de uma corrente cont´ınua dissipada exponencialmente por meio das re-sist ˆencias do circuito. Ainda ´e poss´ıvel analisar a tens ˜ao e perceber que seu compor-tamento, da mesma forma que a corrente, ´e similar de um circuito RL s ´erie quando o indutor est ´a sendo descarregado.
Pode-se perceber com a inclus ˜ao da resist ˆencia da rede e por meio de uma an ´alise CC do circuito que agora a parcela de energia em corrente continua armazenada no indutor da rede sera dissipada na resist ˆencia equivalente da rede. Ainda ´e poss´ıvel obter equac¸ ˜oes para descrever essa corrente a partir da an ´alise do circuito como segue:
VLrede = −VR= RIrede (8)
RIrede = Lrede
d(Irede)
dt (9)
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 46 Tempo [ms] 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tensão[V] 0.1 0.15 0.2 0.25 Vl-rede Vr-rede Tempo [ms] 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Corrente [A] -20 0 20 40 Icarga Ifiltro Irede
Figura 30: Simulac¸ ˜ao com o indutor da rede el ´etrica carregado e sem re-sist ˆencias no circuito.
Fonte: Autoria pr ´opria
do indutor:
Irede(t) = Irede−since−(R/L)t (10)
2.4.6 Variac¸ ˜ao dos par ˆametros equivalentes da rede el ´etrica
Tamb ´em ´e interessante fazer uma an ´alise da variac¸ ˜ao da imped ˆancia equi-valente da rede el ´etrica pois tal imped ˆancia depende diretamente do ponto de conex ˜ao com o sistema el ´etrico e ir ´a variar dependendo de onde for utilizado. O circuito utili-zado para esse estudo pode ser observado na figura 31 e a indut ˆancia indicada Lrede
ser ´a variada entre 1,5 mH e 3,5 mH.
L
redeV
redeZ
LL
1C
1L
2 Icarga Irede Ifiltro Vcarga PWM ControladorFigura 31: Circuito utilizado para variac¸ ˜ao dos par ˆametros equivalentes da rede el ´etrica.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 47
Ao analisar a figura 32 percebemos que a forma de onda da tens ˜ao possui uma variac¸ ˜ao pequena para variac¸ ˜oes nos par ˆametros equivalentes da rede el ´etrica e ao mesmo tempo, as correntes variam significativamente conforme ´e variado a ped ˆancia equivalente da rede. Na figura 33 fica vis´ıvel que conforme aumenta a im-ped ˆancia da rede tamb ´em aumenta a corrente do conversor e diminui a corrente da rede. O inverso para quando ocorre a reduc¸ ˜ao da imped ˆancia de rede tamb ´em ´e valido, ocorre o aumento da corrente da rede e diminui do inversor.
Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Tensão[pu] -2 -1 0 1
2 Variação dos parametros da rede
Vcarga (Lrede 1,5mH) Vcarga (Lrede 2,5mH) Vcarga (Lrede 3,5mH) Vrede (Lrede 1,5mH) Vrede (Lrede 2,5mH) Vrede (Lrede 3,5mH) Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [pu] -2 -1 0 1 2 Icarga (Lrede 1,5mH) Icarga (Lrede 2,5mH) Icarga (Lrede 3,5mH)
Figura 32: Efeito da variac¸˜ao de Lrede para 1,5mH, 2,5mH e 3,5mH para as formas de onda de tens ˜ao e corrente.
2.4 An ´alise do sistema em malha aberta 48 Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [pu] -1 -0.5 0 0.5 1
Variação dos parametros da rede
Ifiltro (Lrede 1,5mH) Ifiltro (Lrede 2,5mH) Ifiltro (Lrede 3,5mH) Tempo [ms] 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Corrente [pu] -1 -0.5 0 0.5 1 Irede (Lrede 1,5mH) Irede (Lrede 2,5mH) Irede (Lrede 3,5mH)
Figura 33: Efeito da variac¸˜ao de Lrede para 1,5mH, 2,5mH e 3,5mH para as formas de onda de corrente.
Fonte: Autoria pr ´opria
2.4.7 Variac¸ ˜ao da carga local
Tamb ´em ´e interessante analisar como a variac¸ ˜ao da carga local afeta o sistema. Para isso foi feita uma variac¸ ˜ao entre: 1500 W, 2200 W e 2800 W para 127 Vrms, com o barramento CC em sua tens ˜ao nominal de 220 V e conectado em fase a
rede el ´etrica. O circuito utilizado para isso pode ser verificado na figura 34.
L
redeV
redeZ
LL
1C
1L
2 Icarga Irede Ifiltro Vcarga PWM ControladorFigura 34: Circuito utilizado para an ´alise da variac¸ ˜ao da carga local. Fonte: Autoria pr ´opria
A partir do resultado apresentado na figura 35 pode-se concluir que uma variac¸ ˜ao de 32 % da carga local pouco altera as caracter´ısticas do sistema onde a forma de onda da tens ˜ao praticamente n ˜ao muda e as correntes apenas alteram suas amplitudes de forma proporcional, o que j´a ´e esperado.