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TRANSPORTE MANUAL DE CARGAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: IMPLICAÇÕES NA MARCHA DO TRABALHADOR

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Academic year: 2021

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(5) P PQ RSRUT8VW XYVAZ\[XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY% dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk% h l'mMn?mIo p?q rsut9mv wJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v€{9q ~‚ w?p9wƒ~w9„?o myq nO mMp9o r~|u}~w9†>z?o wO‡ˆm NwmyƒIt?ƒN mMnJ rM„?q ‚ q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. 1. Introdução Apesar dos avanços tecnológicos e da mecanização das atividades, o transporte de cargas tem sido uma das atividades laborais que continuam sendo realizadas manualmente. Ainda hoje, cargas além dos limites tolerados, são manuseadas e movimentadas pelo homem. Este é o caso dos transportadores de cimento, onde o trabalho manual com cargas pesadas é uma constante. A maior parte dos materiais de construção, apresentam pesos acima do que seria recomendado para o transporte manual. Com relação às atividades de levantamento e transporte de cargas, a legislação brasileira manifesta na CLT - consolidação das leis do trabalho, no art. 198, que é de 60 kg o peso máximo que um empregado pode remover individualmente. Isto é aplicado a trabalhadores do sexo masculino, pois no caso de mulheres e menores existem outras especificações. Existe também uma disposição geral, para a proteção da saúde dos trabalhadores, que diz: "não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por trabalhador, cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou segurança" (NR.17, item 17.2.2). O ser humano possui grande capacidade para ajustar-se às condições de exposição que lhe são impostas, adaptando-se rapidamente às situações. Pesquisadores sugerem que a experiência na tarefa pode influenciar nas respostas cinéticas e cinemáticas (LITTLEPAGE et al., 1997). Assim, ele tem capacidade de transportar cargas, suportando posições incômodas e inadequadas durante o trabalho. Para Iida (1990) a adoção de posturas incorretas e, ainda, o levantamento e transporte de cargas com pesos acima dos limites máximos permitidos, tanto esporádicos quanto continuamente, provocam dores, deformam as articulações e causam artrites, além da possibilidade de incapacitar o trabalhador. Uma grande parte dos acidentes de trabalho poderia ser evitada, se existisse uma legislação mais adequada e funcional. O controle da marcha sobre as várias condições de transporte de carga têm sido estudado por muitos autores: Bergman et al. (1997) verificaram as forças das articulações durante o carregamento de carga; Knapik et al. (1996) tem documentado os efeitos fisiológicos destes; Kinoshita (1985) e Harman et al. (1992) estudaram a área da força de reação, a força estática, a força de propulsão e a força lateral exigidas no transporte de carga. Em relação aos efeitos da carga no modo de andar, estudos mostram as mudanças nos parâmetros de passada, que incluem diminuição da freqüência das passadas, aumento do tempo de sustentação e diminuição do comprimento da passada (KINOSHITA, 1985; MARTIN, 1986). Diante do exposto este estudo tem como objetivo analisar as alterações na marcha de um trabalhador, durante o transporte manual de carga (sacos de cimento - 50kg). 2. Materiais e métodos Nos depósitos e nas indústrias o transporte do cimento é paletizado e mecanizado, sendo que o transporte manual ocorre essencialmente em obras, desta maneira, este estudo se limitou à análise do transporte manual de sacos de cimento. Para a realização deste estudo foram executadas as seguintes etapas: − Observações armadas, com registros, utilizando máquina fotográfica e filmadora digital, das atividades de transporte de cimento no depósito e nos locais de entrega (obras);. 2.

(6) P PQ RSRUT8VW XYVAZ\[XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY% dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk% h l'mMn?mIo p?q rsut9mv wJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v€{9q ~‚ w?p9wƒ~w9„?o myq nO mMp9o r~|u}~w9†>z?o wO‡ˆm NwmyƒIt?ƒN mMnJ rM„?q ‚ q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. − Simulação do transporte de sacos de cimento de 50kg, variando-se o ombro em que a carga está apoiada (direito e esquerdo), utilizando procedimento de cinemetria tridimensional digital; − Comparação de variáveis referentes à marcha do indivíduo durante o caminhar sem transportar carga (SC), transportando o saco de cimento sobre os ombros direito (CD) e esquerdo (CE). Este estudo de cunho quantitativo com design de um estudo de caso único foi realizado no laboratório de Biomecânica da Universidade Federal de Santa Catarina. Teve como participante um indivíduo do sexo masculino, com 23 anos de idade, 1,7m de estatura e 76kg de massa corporal, com experiência nessa atividade. Os equipamentos utilizados para a análise cinemática tridimensional incluíram: três câmeras de vídeo digitais da marca Dalsa®, com resolução de 1024x1024 pixels e freqüência de 40hz (quadros por segundo), com controle do tempo de abertura, com possibilidade de fixação do foco, previamente calibradas utilizando-se o calibrador do sistema Peak Motus®, este composto por 25 pontos (não-coplanares) distribuídos no espaço determinado para a realização dos movimentos de interesse; DMAS 5.0 (Digital Motion Analysis System) da Spica Technology Corporation, tecnologia de captação de imagens utilizando câmeras filmadoras e software específico para digitalização e processamento de dados. Esse sistema permite também a geração de gráficos e tabelas de valores angulares, a partir das coordenadas 3D dos pontos de interesse demarcados (esferas de isopor revestidas com fita reflexiva) previamente no corpo do participante. Para a análise cinemática do transporte manual dos sacos de cimento, este estudo se restringiu ao controle das medidas dos deslocamentos dos segmentos corporais durante o ciclo do andar, permitindo a captação das medidas de tempo e distância relacionada a uma série de eventos selecionados durante o ciclo da marcha, que são: Evento 1: toque inicial do pé direito no solo; Evento 2: saída do pé esquerdo do solo; Evento 3: toque inicial do pé esquerdo no solo e Evento 4: saída do pé direito do solo. Com base na definição destes eventos, variáveis espaciais e temporais foram determinadas, cada qual correspondendo a uma característica que define a forma de andar do indivíduo em estudo. As variáveis espaço-temporais analisadas neste estudo foram: TAD-D e TAD-E (tempo de apoio duplo direito e esquerdo), TBD e TBE (tempo de balanço direito e esquerdo), TPD e TPE (tempo de passo direito e esquerdo), TAS-D e TAS-E (tempo de apoio simples direito e esquerdo), TTC (tempo total do ciclo), CPD e CPE (comprimento de passo direito e esquerdo), CPASS (comprimento de passada), LP (largura de passo), CAD (cadência) e v (velocidade). Os dados cinemáticos da marcha foram obtidos através da digitalização dos pontos de interesse (tornozelos - maléolos laterais das fíbulas), demarcados no sujeito através da fixação de esferas de isopor (∅= 15mm) cobertas de fita reflexiva nos respectivos acidentes ósseos, representando os eixos articulares dos tornozelos do indivíduo. Nesse sentido, para minimizar os possíveis erros de digitalização foi utilizado o filtro digital least square fit, disponível no próprio sistema (DMAS 5.0), operando de forma automática com uma freqüência de corte pré-estabelecida em 3 hz. Foram registrados três ciclos da marcha para cada uma das três situações experimentadas.. 3.

(7) P PQ RSRUT8VW XYVAZ\[XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY% dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk% h l'mMn?mIo p?q rsut9mv wJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v€{9q ~‚ w?p9wƒ~w9„?o myq nO mMp9o r~|u}~w9†>z?o wO‡ˆm NwmyƒIt?ƒN mMnJ rM„?q ‚ q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. Os dados foram processados usando a estatística descritiva em termos de média e desvio padrão, assim como teste “t” pareado para a comparação do transporte de carga em diferentes situações (p 0,05). 3. Resultados Na tabela 1 constam os valores das variáveis temporais referentes à marcha do indivíduo nas três situações (SC, CD e CE). SC TAD-E TAD-D TBD TBE TPD TPE TAS-E TAS-D TTC. CD. CE. X (s). s (s). X (s). s (s). X (s). s (s). 0,09 0,13 0,41 0,37 0,50 0,51 0,41 0,37 1,01. 0,009 0,021 0,032 0,009 0,021 0,023 0,030 0,011 0,011. 0,14 0,18 0,36 0,35 0,49 0,54 0,36 0,35 1,03. 0,090 0,021 0,090 0,021 0,009 0,009 0,011 0,017 0,009. 0,11 0,15 0,35 0,35 0,46 0,50 0,35 0,35 0,97. 0,080 0,090 0,011 0,019 0,009 0,021 0,012 0,018 0,014. Tabela 1 – Variáveis temporais referentes à marcha do indivíduo nas três situações (SC, CD e CE).. Na tabela 2 são apresentados os valores das variáveis espaciais referentes à marcha do indivíduo nas três situações (SC, CD e CE). SC CPASS CPD CPE LP. X (m) 1,333 0,662 0,671 0,173. CD s (m) 0,012 0,018 0,016 0,012. X (m) 1,172 0,555 0,617 0,213. CE s (m). X (m) 1,201 0,6 0,6 0,211. 0,022 0,021 0,014 0,014. s (m) 0,019 0,023 0,006 0,017. Tabela 2 – Variáveis espaciais referentes à marcha do indivíduo nas três situações (SC, CD e CE).. A tabela 3 apresenta os valores das variáveis espaço-temporais referentes à marcha do indivíduo nas três situações (SC, CD e CE). SC. X. CD s. X. CE s. X. s. v (m/s) 1,324 0,022 1,138 0,022 1,242 0,019 CAD (passos/min) 119,2 1,36 116,5 0,41 124,1 1,76 Tabela 3 – Variáveis espaço-temporais referentes à marcha do indivíduo nas três situações (SC, CD e CE).. Na tabela 4 constam os resultados do teste “t” realizado com as variáveis da marcha do indivíduo comparando as três situações (SC, CD e CE). Conforme pode ser observado na Tabela 4, houve diferenças significativas (p 0,05): ao comparar SC com CD para as variáveis TAD-E (p=0,0101), TTC (p=0,0249), v (p=0,0018), CAD (p=0,0259), CPASS (p=0,0015), CPD (p=0,0032) e CPE (p=0,0218); ao comparar SC. 4.

(8) P PQ RSRUT8VW XYVAZ\[XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY% dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk% h l'mMn?mIo p?q rsut9mv wJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v€{9q ~‚ w?p9wƒ~w9„?o myq nO mMp9o r~|u}~w9†>z?o wO‡ˆm NwmyƒIt?ƒN mMnJ rM„?q ‚ q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. com CE para as variáveis TTC (p=0,0224), v (p=0,0233), CAD (p=0,0233), CPASS (p=0,0012), CPD (p=0,0342) e CPE (p=0,0031); ao comparar CD com CE para as variáveis TPD (p=0,0335), TTC (p=0,0020), v (p=0,0111) e CAD (p=0,0025).. TAD-E TAD-D TBD TBE TPD TPE TAS-E TAS-D TTC v CAD CPASS CPD CPE LP. SC x CD 0,0101* 0,1012 0,1084 0,2508 0,7376 0,2028 0,1084 0,2508 0,0249* 0,0018* 0,0259* 0,0015* 0,0032* 0,0218* 0,0548. SC x CE 0,1012 0,3739 0,0721 0,2508 0,1194 0,8944 0,0721 0,2508 0,0224* 0,0233* 0,0233* 0,0012* 0,0342* 0,0031* 0,0995. Tabela 4 - Comparação entre as variáveis da marcha do indivíduo nas três situações (SC, CD e CE).. 4. Discussão Com relação às variáveis TAD-D e TAD-E, foram observados aumentos dos valores tanto em CD quanto em CE quando comparados com SC (Tabela 1), no entanto, apenas TAD-E apresentou diferença significativa (p=0,0101) ao se comparar SC com CD (Tabela 4). O aumento destas variáveis, durante o transporte da carga, pode ser justificado devido ao fato de o indivíduo ter deslocado seu centro de massa para uma posição mais alta com o posicionamento da carga sobre o ombro, levando a um aumento da exigência de equilíbrio para se deslocar, compensada com a ampliação do tempo de permanência em duplo-apoio dos pés. Em contrapartida aos resultados observados em TAD, tanto TAS-E quanto TAD-D apresentaram redução dos valores quando o indivíduo transportava a carga (CD e CE), contudo estas reduções não foram significativas (p>0,05). Conforme pode ser observado na Tabela 1 o indivíduo estudado, quando na situação SC, apresentou valores de TPD e TPE dentro do que é considerado normal (0,5s) pela literatura (CAROLLO, 2005). No entanto, nas situações CD e CE os valores destas variáveis tenderam a diminuir, no entanto esta redução não se mostrou significativa (p>0,05). Com relação à variável TTC, o valor observado na situação SC (Tabela 1) mostrou-se muito próximo ao observados em indivíduos normais caminhando livremente (1s), conforme relatado pela literatura (CAROLLO, 2005). Já nas situações onde o indivíduo transportava a carga, os valores de TTC apresentaram diferenças significativas quando comparados à situação SC, sendo que para CD houve aumento do valor de TTC (p=0,0249) e para CE houve redução (p=0,0224). Estes fatos podem ter ocorrido devido ao indivíduo possuir o lado direito dominante, possibilitando-lhe transportar uma carga com maior facilidade sobre o ombro direito, em contrapartida ao transportar uma carga sobre o ombro esquerdo lhe proporciona uma maior exigência muscular e de coordenação motora.. 5.

(9) P PQ RSRUT8VW XYVAZ\[XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY% dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk% h l'mMn?mIo p?q rsut9mv wJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v€{9q ~‚ w?p9wƒ~w9„?o myq nO mMp9o r~|u}~w9†>z?o wO‡ˆm NwmyƒIt?ƒN mMnJ rM„?q ‚ q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. Quanto às variáveis espaciais (Tabela 2), os valores de CPD e CPE do indivíduo estudado na situação SC estão de acordo com o que a literatura (SACCO et al., 2001) traz para indivíduos adultos saudáveis (0,66m para CPD e 0,67m para CPE). As variáveis CPASS, CPD e CPE apresentaram redução significativa dos valores nas situações onde o indivíduo transportava a carga (p=0,0015 em CD, p=0,0012 em CE, p=0,0032 em CD, p=0,0342 em CE, p=0,0218 em CD, p=0,0031 em CE, respectivamente). Esta redução pode ser atribuída à curta fase de vôo (balanço) (Tabela 1) realizada pelos pés durante a marcha com a ampliação da massa corporal total. Em um estudo similar (KINOSHITA, 1985) também foram observadas reduções nos comprimentos dos passos de indivíduos durante o transporte de cargas, entretanto estas reduções não foram significativas, fato este que pode ser atribuído às cargas inferiores (20 e 40% da massa corporal do indivíduo) a que foi utilizada no presente estudo (65% da massa corporal do indivíduo). Para a variável LP não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) ao comparar a situação SC com as situações CD e CE, entretanto nota-se um incremento nos valores. Este aumento nos valores de LP (ampliação da base de apoio), dá-se buscando aumentar a capacidade de equilíbrio dinâmico durante a marcha, devido ao aumento da massa corporal total e também pela elevação do centro de massa provocado pelo posicionamento da carga sobre os ombros. Também foi observada a ampliação da base de apoio em indivíduos transportando cargas (20 e 40% da massa corporal do indivíduo) no estudo de Kinoshita (1985), onde inclusive esta ampliação mostrou-se significativa. A respeito da variável v, esta apresentou redução significativa de valores nas situações CD e CE (p=0,0018 e p=0,0233, respectivamente) quando comparadas com a SC. Este fato também pode estar associado à defasagem de equilíbrio provocada pelo aumento da massa corporal total e pela elevação do centro de massa. A redução significativa da variável CAD em ambas as situações de transporte da carga (p=0,0259 em CD e p=0,0233 em CE), devem-se à redução simultânea ocorrida nas variáveis TTC e CPASS (Tabela 4). Em um estudo (MARTIN & NELSON, 1986) com homens transportando cargas de aproximadamente 52% de suas massas corporais foram observadas cadências (125,4 passos/min.) muito próximas as do presente estudo (Tabela 3). 5. Conclusão Com base nos resultados obtidos, no referencial teórico e respeitando as limitações do estudo, conclui-se que: − Dentre as variáveis temporais da marcha do indivíduo estudado, foram observados aumentos nos valores de TAD-E e TTC quando transportando a carga sobre seu ombro direito (CD), e redução nos valores de TTC quando transportando a carga sobre o ombro esquerdo (CE); − Foram observadas reduções nos valores das variáveis espaciais CPASS, CPD e CPE durante o transporte da carga tanto sobre o ombro direito quanto no esquerdo; − Tanto a variável v quanto a CAD também apresentaram reduções de valores durante o transporte da carga em ambos os ombros. Sendo assim, pode-se dizer que durante o transporte manual de sacos de cimento ocorreram alterações no padrão cinemático da marcha do indivíduo estudado, destacando-se o encurtamento da passada e a redução da cadência e velocidade da marcha. Estas alterações denunciam a sobrecarga do sistema músculo-esquelético do indivíduo analisado proporcionada pela grande carga transportada (2/3 da massa corporal do indivíduo).. 6.

(10) P PQ RSRUT8VW XYVAZ\[XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY% dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk% h l'mMn?mIo p?q rsut9mv wJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v€{9q ~‚ w?p9wƒ~w9„?o myq nO mMp9o r~|u}~w9†>z?o wO‡ˆm NwmyƒIt?ƒN mMnJ rM„?q ‚ q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. Destaca-se a limitação deste estudo com relação à sua amostra, fato este que impossibilita a generalização dos achados, havendo assim a necessidade da realização de estudos semelhantes com maior número de indivíduos. Referências BERGMAN, G.; GRAICHEN, F.; KOHLMANN, A. & LINKE, H. Hip joint forces during load carrying. Clin Ortho. Vol. 335, p.190-201, 1997. CAROLLO, J. Gait Instrumentation Lecture. CSM - University of Colorado Health Sciences Center/Center for Gait and Movement Analysis, 2005. HARMAN, E.; HAN, K.E.; FRYKMAN, P.; JOHNSON, M.; RUSSELL, F. & ROSENSTEIN, M. The effects on gait timing, kinetics and muscle activity of various loads carried on the back. Med Sci Sports Exerc.Vol. 24, p.S129, 1992. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher, 1990. KNAPIK, J.; HARMAN, E. & REYNOLDS, K. Load carriage using packs: A review of physiological, biomechanical and medical aspects. Appl Erg. Vol. 27, p.207-215, 1996. KINOSHITA, H. Effects of different loads and carrying systems on selected biomechanics parameters describing walking gait. Ergonomics. Vol. 28 (9), p.1347-1362, 1985. LITTLEPAGE, G.; ROBINSON, W. & REDDINGTON, K. Effects of task experience and group experience on group performance member ability and recognition of expertise. Org Behav Hum Decis Process. Vol. 69 (2), p.133-147, 1997. MARTIN, P.E. & NELSON, R.C. The effects of carried loads on the walking pattern of men and women. Ergonomics. Vol. 29, p.1191-1202, 1986. SACCO, I.C.N.; SERRÃO, J.C.; SÁ, M.R. & AMADIO, A.C. Estudo comparativo de variáveis biomecânicas do andar em esteira rolante entre sujeitos saudáveis e neuropatas. Anais do IX Congresso Brasileiro de Biomecânica. Gramado: UFRGS, 2001.. 7.

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