Simpósio Qualidade de Água e Radioatividade – 14 a 16 de abril de 2014
Distribuição de Águas Minerais no Brasil
Classificadas segundo a Radioatividade na Fonte
Cristine Hortência Coutinho Pontes
Especialista em Recursos Minerais/Geóloga
Valéria Alves Rodrigues de Melo Especialista em Recursos Minerais/Química
• O que é água mineral?
• Como são classificadas as águas minerais no Brasil com relação à sua radioatividade?
• Quais parâmetros de radioatividade são monitorados nas fontes de águas minerais?
• Como se distribuem geograficamente as fontes de águas minerais com radioatividade na fonte?
• Qual é o perfil das fontes de água mineral que apresentam radioatividade?
DNPM – Órgão Gestor dos Bens Minerais do Brasil
Edifício sede (BSB) 25 Superintendências
7 Escritórios:
Poços de Caldas(MG); Gov. Valadares (MG); Patos de Minas (MG); Itaituba (PA); Criciúma (SC); Rio Branco (AC) e
Código de Águas Minerais Decreto-Lei N° 7.841, de 08/08/1945
Art. 1º Águas minerais são aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que possuam composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa.
§ 1º A presente lei estabelece nos Capítulos VII e VIII os característicos de composição e propriedades para classificação como água mineral pela imediata atribuição de ação medicamentosa.
§ 2º Poderão ser, também, classificadas como minerais, águas que, mesmo sem atingir os limites da classificação estabelecida nos Capítulos VII e VIII possuam inconteste e comprovada ação medicamentosa.
CAPÍTULO VII
DA CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DAS ÁGUAS MINERAIS
Art. 35. As águas minerais serão classificadas, quanto à composição química em: (...)
II. Radíferas, quando contiverem substâncias radioativas dissolvidas que lhes atribuam radioatividade permanente.
(...)
X. Radioativas, as que contiverem radônio em dissolução, obedecendo aos seguintes limites: a) fracamente radioativas, as que apresentarem, no mínimo, um teor em radônio compreendido entre 5 e 10 unidades Mache, por litro, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão;
b) radioativas, as que apresentarem um teor em radônio compreendido entre 10 e 50 unidades Mache por litro, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão;
c) fortemente radioativas, as que possuírem um teor em radônio superior a 50 unidades Mache, por litro, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão.
XI. Toriativas, as que possuírem um teor em torônio em dissolução, equivalente em unidades eletrostáticas, a duas unidades Mache por litro, no mínimo.
CAPÍTULO VIII
DA CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DE ÁGUA MINERAL
Art. 36. As fontes de água mineral serão classificadas, além do critério químico, pelo seguinte:
1º) Quanto aos gases: I. Fontes radioativas :
a) fracamente radioativas, as que apresentarem, no mínimo, uma vazão gasosa de um litro por minuto (1 l.p.m.) com um teor em radônio compreendido entre 5 e 10 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão;
b) radioativas, as que apresentarem no mínimo, uma vazão gasosa de 1 l.p.m., com um teor compreendido entre 10 e 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão;
c) fortemente radioativas, as que apresentarem, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 l.p.m., com teor em radônio superior a 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão.
II. Fontes toriativas as que apresentarem, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 l.p.m., com um teor em torônio na emergência equivalente em unidades eletrostáticas a duas unidades Mache por litro.
Análises de radioatividade:
Cintilometria
Determinação da radioatividade temporária (Rn 222 dissolvido) cintilômetro Pylon AB-5, Portable Radiation Monitor;
Sistema de Desgaseificação - Degassing Unit NG1001 da Pylon;
O Brasil possui cerca
de 1000 concessões de água mineral/
potável de mesa outorgadas pelo DNPM, o que implica em pelo menos 1000 fontes. Dentre elas, 322 já
apresentaram característica de radioatividade.
Fonte: SIGMINE abr, 2014
Da Ocorrência das Águas com
Características de Radioatividade
Perfil das Fontes
Das ocorrências das águas com radioatividade, 68% ocorrem em poços e 32% ocorrem em surgências. A média de profundidade é de 143,0 m.
A maioria das fontes com ocorrência de
radioatividade (87%) é aproveitada para envase, seguido de 10% para balneário e 3% para ambos
os usos. Uso de acordo com o previsto no CAM ou Por_ taria DNPM 374/2009.
Com relação às características de radioatividade
(Art. 35 CAM), observar que das medições, as
faixas fracamente radioativa e radioativa são predominantes.
Perfil Geológico
A radioatividade das fontes está associado em sua maioria a rochas do tipo magmáticas
-granitos, monzodioritos, riolitos, granodioritos, seguida das rochas metamórficas xistos,
quartzitos, gnaisses e até sedimentares . O Domínio Hidrogeológico predominante é o
Domínio 6 (Cristalino/fissural), 4
(Metassedimentos e Metavulcânicas/fissural) e 1 (Formações Cenozóicas/poroso).
Estudos indicam (Szkszay, M; Sampa, M. H. O, 1982) que a radioatividade tem resposta de acordo com o litotipo, estações do ano e ao modelo hidrogeológico. Portanto, a depender da
profundidade do aquífero, do tempo de contato água/rocha e por fim das estações
marcadamente chuvosa ou seca, a radioatividade apresentará variações.
Bibliografia Consultada
• Água mineral – site CPRM/LAMIN
http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.ht m?sid=46
• Szikszay, M; Sampa, M.H.O.. Variação de Radioatividade nas Águas de Fontes da Estância de Águas da Prata, Bol. IG,
Instituto de Geociências, USP, V. 13: 25-42, 1982;
• Código de Águas Minerais. Decreto-Lei N° 7841, de 8 de agosto de 1945.
http://www.dnpm.gov.br/conteudo.asp?IDSecao=67&IDPagin a=84&IDLegislacao=3
• Bonfim et al. Mapa de Domínios Hidrogeológicos, CPRM, 2002.
Obrigada!
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• valeria.melo@dnpm.gov.br
