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CONFLITOS NO SUBCENTRO DA PERIFERIA: UM ESTUDO DA AVENIDA FREI BENJAMIM VITÓRIADA CONQUISTA / BA

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CONFLITOS NO SUBCENTRO DA PERIFERIA: UM ESTUDO DA AVENIDA FREI BENJAMIM – VITÓRIADA CONQUISTA / BA

Bruno Pereira Marques

Graduando, em Geografia/UESB e Bolsistado PIBID/CAPES.

E-mail: brunop_marques@hotmail.com

INTRODUÇÃO

Atualmente, as cidades médias vêm ganhando novas morfologias em áreas periféricas e essa dinâmica passa a ser vista como necessária para seus crescimentos. Tendo as cidades brasileiras essa mudança morfológica, faz-se necessário estudar sobre como se dá esse processo e como ele atinge a sociedade. Como afirma Carlos (1992), as cidades têm as suas relações como fruto do capital e, conforme esse atua, os habitantes perdem suas referências de rua, bairro, por esses locais estarem em constante mudança.

A cidade de Vitória da Conquista, situada no interior do estado da Bahia, é marcada por contradições e conflitos socioeconômicos e, recentemente, por mudanças na paisagem de suas avenidas e ruas. Ao percorrer a cidade, percebe-se que existem duas áreas com características distintas. Do lado leste, localiza-se o centro econômico, comercial e os bairros mais elitizados. À oeste, a característica predominante, até á década de 1990, era a de uma área residencial, onde se consolidaram duas avenidas de grande importância, à Avenida Brumado, que dá acesso a BA 262; e a própria Frei Benjamim, que liga dois bairros muito populosos: o bairro Brasil e o Patagônia, objeto de estudo da presente pesquisa.

Vitória da Conquista classifica-se como uma cidade média, sendo a terceira maior cidade do Estado, estando situada a Sudoeste da capital Salvador, no território de identidade homônimo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, a população do município girava em torno de 306.866, sendo que a cidade possuía 260.260 habitantes. A cidade localiza-se, num entroncamento das rodovias BR 116, que corta o país do norte ao sul; da BA 262, que liga a outras cidades a leste e a oeste; e da BA 415, que

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permite acesso ao litoral sul e a BR 101. Essa posição influencia até hoje o seu desenvolvimento econômico, que tem um papel de centro regional. Para realização da pesquisa, também é necessário entender os novos valores de uso e de troca do solo urbano, e como essas novas relações vêm gerando conflitos nessa centralidade em relação dos moradores com esses novos usos.

Como a Geografia tem como princípio fundamental compreender a natureza das relações e inter-relações sociais, econômicas, políticas e culturais na constituição da realidade socioespacial, é necessário fazer algumas reflexões sobre o que acontece no cotidiano da cidade quanto à intensa reestruturação que acontece, sendo essas mudanças frutos de novas lógicas de reprodução do capital.

A centralidade que as avenidas localizadas em áreas periféricas exercem no entorno dos bairros é um campo de estudo que deve ser aprofundado, e uma ênfase maior deve levar em conta a relação dessas mudanças com a população que ainda reside nesse espaço, no âmbito da produção de novos conflitos. Portanto, esta pesquisa poderá contribuir para futuros estudos sobre a reestruturação urbana, no âmbito da centralidade e outras questões a essas atinentes, porque poderá desvelar tensões que as mudanças provocam.

Convém observar que essa modificação não acontece da mesma forma em todas as avenidas e por isso é feito um recorte no bairro Brasil, entre as avenidas Brumado e Alagoas. Entende-se que são as relações sociais que contribuem para o crescimento e desenvolvimento das cidades, portanto pretende-se levantar neste trabalho como esse novo núcleo econômico de Vitória da Conquista se relaciona com os moradores, tentando entender os conflitos que ocorrem. Espera-se que ao final a população possa compreender sobre esse processo que ocorre na avenida e na cidade como um todo, pensando para quem tais mudanças serão benéficas.

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O objetivo deste trabalho é compreender como ocorrem os conflitos na centralidade exercida pela avenida Frei Benjamim na cidade de Vitória da Conquista – BA, mediante análise de como o capital transforma o espaço urbano e as relações dos antigos moradores da avenida com essa nova dinâmica da via e também Identificar os principais agentes que fazem do bairro Brasil um subcentro; verificar a opinião dos moradores em relação às transformações e aos conflitos que vêm ocorrendo, em função do fortalecimento do subcentro do bairro Brasil; e Relacionar essa lógica de transformação da avenida com o processo de valorização fundiária.

METODOLOGIA

Este é um projeto de pesquisa de cunho monográfico, que vem retratar sobre os conflitos que estão relacionados à centralidade gerada na cidade de Vitória da Conquista, neste caso de estudo, da avenida frei Benjamim, via essa que tem se tornado uma nova centralidade. Também serão analisados os fatores que vêm contribuindo para que haja essa reestruturação urbana e os conflitos por ele gerados.

A referente via foi escolhida como campo de estudo deste projeto de pesquisa por estar localizada em um bairro que, desde a década de 1990, atua como um subcentro. Porém, nos últimos anos, a av. Frei Benjamim passou por um forte processo de mudança, caracterizando-se agora por ter uma característica mais terciária do que residencial, o que vem causando certos conflitos com os moradores e comerciantes que utilizam esse espaço.

Para respaldo deste trabalho, faz-se menção as obras de Sposito (2009) acerca da urbanização difusa; Corrêa (1989) sobre a urbanização e os principais agentes responsáveis; Carlos (2011) sobre as cidades e suas morfologias; Limonad (1999) sobre como se dá a urbanização dispersa nas cidades; J. Santos (2009) no qual aborda sobre a urbanização baiana nas últimas décadas e as cidades médias e pequenas; dentre outros.

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Para melhor trabalharmos a questão dos conflitos gerados faz-se necessário a realização de uma pesquisa de campo, sendo essa por meio de observações acerca de em quais pontos da avenida o processo de reestruturação se faz mais presente, através da diminuição da presença de residências em relação aos estabelecimentos comerciais.

RESULTADOS PRELIMINARES

Para análise da temática proposta, faz-se necessário compreender os conceitos de centro e centralidade, o que fundamenta os conflitos por esses gerados, bem como as discussões sobre as cidades médias e suas reestruturações urbanas. Tendo como ponto de partida a análise desse conjunto de conceitos, inicia-se este trabalho abordando sobre urbanização, para enfim partir para o que são as cidades médias, e porque Vitória da Conquista é considerada como tal.

O processo de urbanização é visto pelos estudiosos da área como um movimento espaço-temporal. Assim como outros autores, Sposito (1992) ressalta sobre a importância de se realizar um esforço no sentido de buscar a unicidade tempo-espaço e de superar a tradição positivista de legar a análise do tempo à História e a análise do espaço à Geografia. Porém, para compreendermos a urbanização, devemos analisá-la ao longo de todo ciclo tempo-espaço, as relações e os conflitos gerados por cada mudança.

Seguindo por essa linha de pesquisa, percebemos então que a urbanização se trata de um processo de longa duração, que se iniciou há muito tempo com o aparecimento das primeiras cidades e que se revela a partir de diferentes modos de produção, sob diversas formas. Em seu bojo, podem ser reconhecidos dinâmicas, fatos e formas de intervenção que ocorrerem de diferentes formas, ao longo do tempo, e que são estudados por diferentes profissionais em busca de se compreender no contexto do processo como um todo.

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[...] a urbanização contém/expressa a idéia de processo, remete, necessariamente, à análise da origem e evolução histórica das cidades, em relação ao nível de desenvolvimento das forças produtivas, ao estágio da divisão social e territorial do trabalho, às transformações de ordem política e social, às manifestações de caráter cultural e estético, às revoluções e contra-revoluções ideológicas e do conhecimento, à Filosofia e à especulação, à Ciência e ao quadro do cotidiano, como já destacou Lefebvre em sua obra. (SPOSITO, 1992, p.93)

Para Sposito, o processo de urbanização está intrinsecamente ligado à lógica de reprodução do capital. Isso se dá por conta dos diferentes níveis de divisão social e de trabalho, e deve ser analisado de forma continua desde o surgimento a evolução das cidades. Na urbanização contemporânea uma maior articulação entre o urbano e o rural, muitas vezes expressos por menor distinção entre o campo e a cidade, não pode ser indicativo de que houve uma superação do modo capitalista de produção. Muito ao contrário, essa tendência revela o aprofundamento das bases desse modo de produção, tendo por base que há cada vez mais uma ampliação da divisão técnica e social do trabalho.

Faz-se necessário também revisar o processo de urbanização brasileira. Como aponta Brito (2001), se trata de algo recente, pois, até as décadas de 1950 e 1960, a população rural era maior do que a urbana. Somente após os dados censitários da década de 1970 que houve o apontamento de que havia uma inversão. Segundo J. Santos (2009), o processo de urbanização na Bahia ocorreu de forma tardia, somente em 1980 foi que houve a inversão da população entre rural a urbana.

Um dos fatores importantes sobre a crescente urbanização se dá por conta do grande fluxo migratório, ocorrente entre os anos de 1960 a 1980, nos quais muitas pessoas que viviam nas áreas rurais migraram para as cidades, em busca de melhorias de vida. Estima-se que esse processo foi responsável pelo aumento de 53% do crescimento da população urbana, se considerarmos então os filhos desses migrantes, esse índice sobe para 65%. (CARVALHO, 1994).

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Atualmente, vem se discutindo sobre urbanização difusa nas cidades. Sposito (2009) e Limonad (2007) são algumas autoras que abordam sobre essa temática. Para Sposito, o espraiamento dos tecidos urbanos, seja ele analisado ou conceituado pelo seu caráter de dispersão, coloca em xeque desde a antiguidade sobre o que é campo e cidade. A intensificação dessas relações se dá por conta da interpenetração dos espaços urbanos e rurais. Esse novo aspecto vem rompendo com algo que se formou há 5.500 anos.

Atualmente, espaços urbanos de diferentes tamanhos demográficos e diversidade de papéis urbanos vêm conhecendo mudanças dessa natureza, indicando que se trata, efetivamente, de novas formas de se produzir e se apropriar do espaço, com impactos importantes na vida econômica e social, gerando, sobretudo, a constituição de novos habitats residenciais, ainda que eles possam ser observados, também, no que respeita à localização de atividades industriais, comerciais e de serviços. (SPOSITO, 2009. p. 3)

Assim, a unidade espacial da cidade, em contraponto ao campo, encontra-se em processo de dissolução, em função do espraiamento do tecido urbano e da diminuição relativa das taxas de densidade demográfica em espaços urbanos ou periurbanos. Percebe-se que, cada vez menos, há uma noção clara de onde termina a cidade e começa o campo e cada vez mais se intensificam os fluxos de pessoas e mercadorias entre espaços rurais e urbanos e o uso do tempo social cotidiano está se dividindo entre ambientes e paisagens que poderiam ser considerados, segundo enfoques conceituais correntes, como campo e como cidade.

Como se sabe, essa urbanização dispersa e espraiada que ocorre nas cidades é proporcionada pelos interesses dos grupos e agentes econômicos. São eles os grandes responsáveis pela produção de uma cidade, cuja estruturação é constituída pela paradoxal combinação entre vazios urbanos e adensamento demográfico.

Ao se adjetivar as cidades com o termo pequena, média ou grande, faz-se menção a dimensão da malha urbana, como também por suas relações intra e interurbanas. Como é abordada por diversos autores, a delimitação numérica para classificar o porte das cidades vem sendo algo muito complicado, devido a não existir um consenso entre os órgãos e países.

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Costa (2002) aborda sobre o quão tem sido complicado delimitar certo número, pois diferentes valores quantitativos já foram estabelecidos em congressos da área e até pela própria Organização das Nações Unidas (ONU), que delimita o número de 100.000 habitantes para se considerar uma cidade média. Porém, para se analisar se uma cidade pode ser considerada de porte médio, deve-se levar em conta outras questões, que não só os dados quantitativos populacionais, como também a posição da cidade no sistema urbano e as relações que ela sustenta em âmbito local, regional e até nacional.

Para Souza, (2003), apenas os dados quantitativos não especificam como é o porte de uma cidade. Por conta disso, deve-se analisar também as relações que as cidades têm com suas regiões, pois uma cidade com 100.000 habitantes na região Nordeste não é igual a uma cidade com o mesmo número de habitantes, estando localizada em outra região do país.

[...] Uma cidade média em uma região pobre, como o Nordeste brasileiro, tenderá a não apresentar comércio e serviços tão diversificados e sofisticados quanto uma cidade de mesmo porte em uma região mais próspera, com uma presença bem mais expressiva de estratos de renda médios, como o interior de São Paulo ou o Sul do país, por exemplo. (SOUZA, 2003, p. 30-31)

Percebe-se, então, que podemos considerar Vitória da Conquista como cidade média, não só por conta de seus 260.260 habitantes (IBGE, 2010), mas também por conta das diversas relações sociais que realiza com os municípios da região e por ser um centro regional, atraindo várias pessoas que vêm em busca de algo que não poderia ser feito em suas cidades.

Sposito (2009) destaca como características de uma cidade média:

[...] o papel de intermediação entre as pequenas e as grandes, então são cidades que comandam uma região, que polarizam uma região, que crescem em detrimento da sua própria região ou crescem em função da sua própria região, as duas coisas acontecem. Cidades médias que ampliam seus papéis, porque diminuem os papéis das cidades pequenas a partir de uma série de mecanismos econômicos, ou cidades que, em função do tipo de atividade que

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têm, das lideranças que ali se encontram, são capazes de crescer e propor um projeto ou desempenhar um papel político, econômico e social de crescimento para toda uma região. (SPOSITO, 2009, p. 19)

Dessa forma, as cidades médias adotadas são aquelas que apresentam certa concentração e centralização econômica regional, provocadas por sua posição territorial, pelo sistema de transporte, por ser polo comercial e por atrair a população de outras cidades em busca de serviços médicos e outros. Vitória da Conquista, segundo a autora supracitada, classifica-se como cidade média, não só por conta da sua população, mas também por conta da centralidade regional que impõe perante as demais da região.

Para fazermos uma análise sobre as cidades e como ela são compostas temos que levar em conta os diferentes espaços que elas apresentam através da reestruturação urbana e sobre o que é este conceito.

Em todas as cidades, existem claramente áreas de uso residencial, nas quais encontra-se frequentemente um comércio de bairro, onde as pessoas e famílias podem fazer compras para seu abastecimento diário, semanal ou mensal, com genêros alimentícios e de outros consumos rotineiros. Já em alguns espaços concentram-se o comércio principal e os serviços bancários assim como outros, tornando essa área como verdadeira localidade central.

Sposito (1986 apud VIANA, 2009. p. 43), ao tratar da cidade, aborda:

É possível mesmo, pensar no centro como a principal face da urbanidade. Como sua representação mais marcante, mas também como expressão do sentimento social de pertencer a uma cidade. A cidade centraliza, porque concentra atividades econômicas e lúdicas, porque é o ponto de concentração das pessoas, porque é o espaço do exercício do poder e da representação desse poder e da cultura de uma sociedade. O centro da cidade é por sua vez, o espaço de excelência e expressão dessa concentração porque se constitui seu ponto de integração geográfica e social. (SPOSITO, 1986, p.116)

Os espaços onde as atividades de comércio e serviços se concentram são, sem dúvida, o principal espaço da cidade, sendo ele amplamente valorizado. A grande maioria das cidades possui claramente o seu “centro”. Esse centro, no caso das cidades grandes e, nos últimos

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anos, também nas cidades médias, tende, muitas vezes, a se expandir e evoluir até atingir as dimensões de uma moderna área central de negócios, chegando a um ponto onde não há mais espaço físico para crescerem. Por isso, fazem-se necessário os “subcentros”. São esses antigos espaços da cidade que tinham outras relações sociais que não as mesmas, ou não do mesmo porte, que são modificados para atenderem essa demanda comercial.

Pórém, os subcentros apresentam vários status que refletem as características socioeconômicas da população que reside em seu entorno. Há subcentros de alto status, de médio status e até subcentros populares, na periferia metropolitana. Por isso, os que são mais modificados são os de alto e médio status, por conta da população residente na localidade deter de certo poder de compra para com as novas atividades econômicas no local.

Sposito esclarece então que: “As atividades comerciais e de serviços, incluso o lazer, são as principais responsáveis pela definição de centralidade, já que se localizam de forma concentrada e geram fluxos permanentes de pessoas e mercadorias.” (SPOSITO, 2002, p. 49)

Pode-se analisar a centralidade urbana através da valorização fundiária. Vale ressaltar que essa nova centralização não decorre de um baixo nível de acessibilidade da população para o centro. Entra em debate então sobre como o capital modifica um espaço urbano para que possa atingir um maior público, que não era alcançado no antigo centro. Para isso, é necessário que haja uma modificação na paisagem em determinado espaço, para que possam ser instalados, os agentes que irão contribuir para que o capital fique sempre em circulação.

As discussões sobre a alteração na morfologia urbana passaram a ser importantes nas últimas décadas, porém deve-se utilizar essa expressão com certa cautela, pois não se pode aplicar o termo “reestruturação”, aplicando-o a qualquer mudança no uso do solo urbano.

Um dos pensadores sobre as cidades que abordam sobre a reestruturação urbana é Soja (1993), autor esse que sistematizou em quatro períodos todo o processo de reestruturação urbana no mundo. Segundo Soja, a reestruturação das cidades modernas pode ser sistematizada em quatro estágios: mercantil, industrial de livre concorrência, de monopólio empresarial e administrada pelo monopólio fordista. Vale ressaltar que esse

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processo não ocorre de maneira igual em todos os países, cada um tem sua reestruturação de maneiras diferentes, sendo essa ação um movimento cumulativo ao longo da história. (SOJA, 1993 apud VIANA, 2009 p. 40)

Com as recentes mudanças na estrutura das cidades, surgiram novas discussões a respeito das cidades, espaço urbano, como também para a população residente, que se tratam da reestruturação urbana. J.Santos assim aborda sobre:

A cidade torna-se, assim, palco de conflitos de interesses pelo acesso àqueles espaços que, hipoteticamente, possuem a capacidade de proporcionar maior rentabilidade aos negócios. Cada atividade que se instala objetiva criar condições ideais, independente da área onde se localiza, no intuito de atrair consumidores potenciais para adquirir seus produtos, com a aquiescência do Estado, um mediador central do processo, porque esse ajusta, constantemente, seus interesses aos interesses dos grupos dominantes. (SANTOS, J. 2008 p. 26 - 30)

Podemos concluir, então, que as reestruturações que as cidades médias, e grandes vêm passando ocasionam uma alteração nas relações sociais, pois, devido às modificações que as novas centralidades têm, podem ocasionar nos citadinos certa desagregação socioespacial, por perceberem as modificações que ocorre no espaço vivido por eles.

Limonad (1999) assim aborda sobre esses conflitos sociais.

A cidade, o espaço urbano, assim passa a integrar a paisagem geográfica do capital enquanto parte necessária de um espaço social complexo e pleno de contradições que simultaneamente estimula e obstaculariza o desenvolvimento e reprodução das relações sociais de produção a nível geral, num movimento de construção de novos espaços e destruição / apropriação de espaços pretéritos. (LIMONAD, 1999 p. 78)

Analisar os processos pertinentes à (re)produção do espaço urbano é, antes de qualquer coisa, resultado do estudo da cidade, visto o papel de expressão que esta assume nos

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dias atuais. Esse ciclo do capital demanda cada vez mais uma quantidade menor de tempo para realizar-se.

REFERÊNCIAS

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CARLOS, Ana Fani Alessandrini. A cidade. São Paulo: Contexto, 2011. (Repensando a Geografia)

CARLOS, Ana Fani Alessandrini. A (re)produção do espaço urbano. São Paulo: Edusp, 2008 CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989

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