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PEDAGOGIA HOSPITALAR NO BRASIL: ATUAÇÃO DOCENTE NAS CLASSES HOSPITALARES

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CLASSES HOSPITALARES

WIESE, Maria do Carmo da Silva1 - PUCPR Grupo de Trabalho – Pedagogia Hospitalar Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

Esta pesquisa faz parte de um objetivo maior, cuja finalidade é tomar ciência sobre as instituições de saúde brasileiras que realizam atendimento pedagógico junto a crianças e adolescentes em idade escolar e qual a formação dos profissionais que nela atuam. A Escolarização Hospitalar nasceu na França em 1935 com Henri Sellier, que fundou em Paris a primeira Classe de Escolarização Hospitalar, visando dar continuidade às atividades escolares de crianças vítimas de doenças causadas pela 2ª Guerra Mundial, época considerada como marco decisório na origem da Escolarização Hospitalar. A partir de 1939, surge necessidade de defender por meio de políticas públicas, a legalização deste tipo de atendimento pedagógico, preocupando-se com a garantia do direito a educação destes estudantes hospitalizados, e com a formação de profissionais para atuarem neste contexto. O Programa de Atendimento Pedagógico em ambiente hospitalar representa o cumprimento da legislação vigente no Brasil, garantindo aos escolares internados o direito de acompanhar o currículo escolar durante sua permanência no hospital, esta vertente da pedagogia vem ganhando força em nosso país, com inúmeros projetos de sucesso na área da “Escolarização Hospitalar”, presente em mais de vinte Estados da Federação Brasileira. O objetivo desta pesquisa é sistematizar a realidade vivida por esta forma de atendimento pedagógico hospitalar, destacando as respectivas classes hospitalares existentes nestes ambientes, a fim de, abordando as necessidades no campo da Pedagogia Hospitalar, da formação de pedagogos escolares. Como resultado preliminar, a partir da análise das investigações, foi possível identificar lacunas e campos inexplorados disponíveis a pesquisas futuras, considerando diferentes contextos históricos.

Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar. Atendimento Pedagógico. Formação de Professores. Prática Pedagógica.

1

Doutoranda em Educação do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu da PUCPR – Pontifícia Universidade Católica do Paraná e pesquisadora do Grupo de Pesquisa Paradigmas Educacionais e Formação de Professores – PEFOP. Mestra em Tecnologia, Especialista em psicopedagogia e Pedagoga. Pesquisadora da área da Pedagogia Hospitalar, docente de Graduação e Pós-Graduação. Gestora Pedagógica de Escola Técnica Profissionalizante.

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Introdução

No contexto das políticas públicas brasileiras voltadas para a educação, somente a partir da entrada em vigor da lei 9394/96 – LDBEN é que compreendemos globalmente a ordenação política da educação brasileira e delinear a educação do século XXI.

A sociedade do século XXI enfrenta grandes desafios. Desafios estes que trazem consigo a crise de paradigmas educativos, a qual exige cada vez mais novos modelos educacionais, políticos, econômicos e sociais. Em meio a essa realidade encontra-se a Escolarização Hospitalar, essa considerada no Brasil um espaço de humanização atrelado a área da educação e da saúde.

No Brasil, a inquietação com a qualidade de vida do cidadão tem estado em evidência em relação aos direitos a saúde, educação e inserção na sociedade para o exercício da cidadania. Sabe-se que antes de serem hospitalizadas, crianças e adolescentes criam importantes vínculos com seus familiares. Quando a realidade dessas crianças se modifica e há a necessidade de uma intervenção hospitalar, se torna muito mais importante medidas que mantenham o vínculo afetivo e que proporcionem mais segurança emocional a criança, ao adolescente e a família, ajudando assim no tratamento.

Para garantir a estabilidade emocional a partir do apoio dos familiares e dos profissionais da saúde é possível reaver a capacidade cognitiva desses pacientes. Nesse sentido a escolarização hospitalar, por meio do atendimento pedagógico por profissionais da educação, pode modificar o estado de saúde das crianças e adolescentes que estão hospitalizadas.

Segundo Jesus (2009, p. 82) “o trabalho pedagógico, nesse contexto, é certamente uma perspectiva nova, porém altamente pertinente e necessária, não menos complexa, tanto para o pedagogo como para a equipe hospitalar, hospitalizados e acompanhantes”.

Os registros nos mostram que o atendimento no âmbito educacional a crianças e adolescentes hospitalizados iniciou na II Guerra Mundial, um conflito militar global que envolveu a maioria das nações do mundo, cujo período de duração foi de seis anos e suas consequências permanecem no século XXI por se tratar de um período histórico em que houve um número significativo de ataques a civis. Civis esses, crianças, adolescentes, adultos e idosos que sofreram as consequências desse contexto; as vezes pelos ataques das armas, outras pelas questões psicológicas devido a perda de seus familiares.

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Nesse período, na cidade de Suresnes, na França, o então senador Henry Sellier preocupou-se com o estado das crianças que eram deixadas nos hospitais para tratamentos devido a problemas causados pelos conflitos da guerra. Para Sellier o estado de saúde das crianças hospitalizadas era preocupante.

Com relação à pessoa hospitalizada, o tratamento de saúde não envolve apenas aspectos biológicos da tradicional assistência médica à enfermidade. A experiência de adoecimento e hospitalização implica mudar rotinas; separar-se de familiares, amigos e objetos significativos; sujeitar-se a procedimentos invasivos e dolorosos e, ainda, sofrer com a solidão e o medo da morte – uma realidade constante nos hospitais (BRASIL, 2002, p. 10).

A constatação da verdadeira realidade desses pacientes fez com que, em 1935, Sellier fundasse a primeira Classe Hospitalar2, visando dar continuidade às atividades escolares, no formato lúdico, para crianças vítimas de problemas de saúde causadas pela 2ª Guerra Mundial.

Essa foi a época considerada como marco decisório na origem da Escolarização Hospitalar3. Conforme Matos e Mugiatti (2009, p. 67),

a Pedagogia Hospitalar compreende os procedimentos necessários à educação de crianças e adolescentes hospitalizados, de modo a desenvolver uma singular atenção pedagógica aos escolares que se encontram em atendimento hospitalar e ao próprio hospital na concretização de seus objetivos.

Logo, espalha-se pela Europa e Estados Unidos o trabalho e a ideia de Sellier, locais que também buscavam suprir as necessidades educacionais de crianças vítimas da guerra. A partir de 1939, surge a necessidade de defender por meio de políticas públicas, a legalização deste tipo de atendimento pedagógico, preocupando-se com a garantia do direito a educação destes estudantes hospitalizados e com a formação de profissionais para atuarem neste contexto. Então, nesse mesmo ano, o Ministério da Educação francês criou o cargo de professor hospitalar e também o Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptada – CENEFEI, de Suresnes, tendo como objetivo formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais e como missão, até hoje, mostrar que a escola

2 Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento

de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental (BRASIL, 2002, p. 13).

3 “Hospitalização Escolarizada” foi o primeiro projeto que surgiu no Estado do Paraná, a partir da parceria com

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não é um espaço fechado. O centro promove estágios em regime de internato dirigido a professores e diretores de escolas, aos médicos de saúde escolar e a assistentes sociais.

Desenvolvimento

No Brasil, no ano de 1950 foi criada a primeira classe hospitalar visando o atendimento pedagógico em parceria com as escolas para que, quando não necessitassem estar mais hospitalizados, crianças e adolescentes pudessem continuar os estudos sem grande defasagem.

Foi no ano de 1950, No Hospital Bom Jesus, no Município do Rio de Janeiro, em que a professora Lecy Rittmeyer, que cursava Assistência Social, criou a primeira classe hospitalar, visando com isto o atendimento às crianças internadas, para que em seus retornos para as escolas regulares pudessem continuar seus estudos normalmente (SANTOS; SOUZA, 2009, p. 110).

Antes deste período esses escolares hospitalizados, na maioria das vezes, desistiam dos estudos ou não conseguiam acompanhar o currículo devido ao tempo que permaneciam distante da escola ou ainda, eram aprovados sem mesmo terem o conhecimento básico necessário. O trabalho desenvolvido pela Assistente Social Lecy Rittmeyer foi um marco em âmbito nacional dando vazão a Pedagogia Hospitalar.

A Pedagogia Hospitalar, que atende escolares hospitalizados, impossibilitados de atendimento pedagógico, no ambiente escolar. Partindo do pensamento e do agir é que construímos o sujeito como produto do seu próprio conhecimento, criamos as possibilidades para a autoconstrução e transformações da realidade atual dos escolares hospitalizados.

Para Matos e Mugiatti (2009, p.67),

a Pedagogia Hospitalar compreende os procedimentos necessários à educação de crianças e adolescentes hospitalizados, de modo a desenvolver uma singular atenção pedagógica aos escolares que se encontram em atendimento hospitalar e ao próprio hospital na concretização de seus objetivos.

Embora seja importante contextualizarmos a sociedade atual - do conhecimento e da tecnologia - do ponto de vista social e educacional, é necessário salientarmos que esse mundo desenvolve um longo processo histórico vislumbrando a educação no século XXI, a qual desafia escolas, professores e ambientes de formação pedagógica que se compreendem fora do espaço sala de aula.

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A Pedagogia Hospitalar (PH) está inserida neste contexto de processos diferenciados, em que novas práticas pedagógicas devem ser destaques para que a aprendizagem de fato ocorra, pois o real objetivo da PH é o atendimento pedagógico a escolares hospitalizados ou em tratamento prolongados de saúde, buscando garantir a continuidade de seus estudos.

O Programa de Atendimento Pedagógico em ambiente hospitalar representa o cumprimento da legislação vigente no Brasil, garantindo a criança e ao adolescente internados o direito de acompanhar o currículo escolar durante sua permanência no hospital.

A resolução 41/95 do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – Direitos da Criança o do Adolescente Hospitalizados dispõe:

1. Direito e proteção à vida e a saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação. [...]9. Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar. [...]19. Direito a ter seus direitos Constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, respeitados pelos hospitais integralmente (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 17/10/95 - Seção I, p.163/9-16320 - Brasília - Distri to Federal).

No artigo 214 da Constituição Federal está expresso que o Poder Público deve conduzir a universalização do atendimento escolar em que, nas diversas circunstâncias há interferência na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento ou, ainda, os quais impedem a frequência escolar temporária ou permanente.

O que está mencionado no artigo 214 expressa que as legislações vigentes no Brasil amparam e legitimam o direito à educação as crianças hospitalizadas e impossibilitadas de frequentar a escola, bem como a humanização e a sociabilidade desses pacientes, intervindo dessa forma em sua formação pedagógica.

Devido ao destaque conquistado pelo tema, no Brasil, diversas instituições de ensino abordam a temática Pedagogia Hospitalar em suas propostas pedagógicas, fato que contribui para o aumento significativo de produções científicas sobre o assunto. Em pleno século XXI este segmento da Pedagogia proporciona profundas mudanças, por termos ao nosso alcance possibilidades de minimizar a distância entre o exercício da cidadania e a formação pedagógica dos escolares hospitalizados por meio das classes hospitalares.

O trabalho para atender esses escolares e minimizar o distanciamento entre a escola e o educando é longo, mas não impossível, até porque a legislação brasileira está criando condições para que esses atendimentos sejam realizados na forma de lei, possibilitando desta

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forma a formação pedagógica nos ambientes hospitalares e sociais em que se encontram os escolares que necessitam dessa assistência.

As legislações brasileiras vigentes amparam e legitimam o direito à educação as crianças hospitalizadas e impossibilitadas de frequentar a escola bem como a humanização e a sociabilidade destas pessoas.

O direito à educação se expressa como direito à aprendizagem e à escolarização, traduzido, fundamental e prioritariamente, pelo acesso à escola de educação básica, considerada como ensino obrigatório, de acordo com a Constituição Federal Brasileira. A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho segundo a Constituição Federal no art. 205 (BRASIL, 2002, p. 8).

A legislação brasileira em seu representante – Ministério da Educação – MEC - reconheceu por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA instituído em 1990 Hospitalizado, através da Resolução nº. 41, de 13 outubro de 1995, no item 9, o direito a uma formação pedagógica “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.

Também o MEC através de sua Secretaria de Educação Especial, em 2002, organizou um documento de estratégias e orientações para o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação básica.

Destaco, a região sul do Brasil, no Paraná, Estado e Prefeitura atuam na escolarização hospitalar. No que se refere ao poder público, os registros indicam que o trabalho de atendimento pedagógico a crianças e adolescentes hospitalizados iniciou em 1988 no contexto da Promulgação da Constituição Federal.

A primeira ação constou de uma parceria efetivada entre Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC) e o Hospital Pequeno Príncipe (HPP) para a cessão de uma professora do quadro efetivo da Rede Municipal de Ensino de Curitiba (Rmec) para realizar o apoio escolar individualizado às crianças internadas nesse hospital (FONTANA; SALAMUNUES, 2009, p. 52).

Foi implantado um projeto no Hospital Pequeno Príncipe – HPP, fonte da dissertação de mestrado intitulada “Hospitalização Escolarizada”1. Deu tão certo que nesse mesmo ano a PMC juntamente com a Smec firmou convênio com a Liga Paranaense de Combate ao Câncer (LPCC) do Hospital Erasto Gaertner (HEG) criando-se o projeto “Recreação Hospitalar”.

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Esse projeto contou com apoio de estagiários de outras áreas da educação como, Educação Física e também com voluntários da comunidade entre outros.

A expansão de convênios firmados nessa época entre os hospitais e a PMC/Smec absorvia o movimento nacional de vários profissionais representantes das áreas de saúde, educação, do serviço social em defesa da inclusão escolar e do direito da criança e do adolescente com necessidades educativas especiais à educação (FONTANA; SALAMUNES, 2009, p. 53).

Fortalecendo o trabalho desenvolvido para se cumprir o direito reservado a escolares hospitalizados, impossibilitadas de frequentar a escola, fazendo com que o atendimento pedagógico hospitalar tomasse amplitude, o Município de Curitiba por meio de convênio com o Hospital de Clínicas – HC, da Universidade Federal do Paraná e a Secretaria Municipal de Educação – SME, em 1991 desenvolve atividades contribuindo com a progressão escolar das crianças e adolescentes hospitalizadas.

Conforme Fontana e Salamunes (2009, p. 53), “a proteção a esses direitos é contemplada na Declaração dos Direitos da Criança, da Organização Mundial de Saúde e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e está expressa em Leis da área da Saúde e da Educação”.

Posteriormente, conforme Menezes (2009, p. 23), a Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEEDPR tem como política educacional princípios em defesa da educação e,

em sua política educacional, tem como princípios: defesa da educação como direito do cidadão, a valorização dos profissionais da educação; garantia da escola pública, gratuita e de qualidade; atendimento à diversidade cultural e a gestão escolar democrática, participativa e colegiada.

A SEEDPR tem como finalidade ações que apoiem a prática pedagógica docente, a formação continuada dos profissionais da educação, a utilização das tecnologias em ambientes de formação escolar, a reformulação curricular e a organização coletiva do trabalho.

Com base nestas propostas e contribuindo para ampliar a questão do atendimento ao escolar é que há de se considerar a influência das novas demandas no que diz respeito ao escolar hospitalizado e de ações como a formação pedagógica no ambiente hospitalar.

O resultado disso é a expansão do atendimento pedagógico a crianças hospitalizadas na rede estadual e municipal de Curitiba. Menezes (2009, p. 24) afirma que quando se favorece “interações sociais aos educandos hospitalizados, envolvendo ações pedagógicas

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específicas, o Estado passa a atuar de forma a promover a atenção integral nessa nova situação pela qual estão passando”.

O Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução nº 02, de 11/09/2001, define, entre os educandos com necessidades educacionais especiais, aqueles que apresentam dificuldades de acompanhamento das atividades curriculares por condições e limitações específicas de saúde (art.13, §1º e 20º) (BRASIL, 2002, p. 10).

A legislação brasileira ampara e legitima o direito à educação aos educandos hospitalizados e os impossibilitados de frequentar a escola. Os documentos que promovem a lei são:

a) Constituição Federal – CF de 1988 – Art. 205;

b) Decreto Lei nº. 1.044, de 21 de outubro de 1969 Art. 1º; c) Lei nº. 6.202, de 17 de abril de 1975 Art. 1º;

d) Lei nº. 8.069, de 13 de junho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA);

e) Resolução nº. 41, de 13 de outubro de 1995 (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente);

f) Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – (Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN); os Direitos da criança e do adolescente hospitalizados no Brasil;

g) Parecer do Conselho Nacional de Educação nº 17, de 2001;

h) Resolução nº. 01, de 03 de abril de 2002 – Conselho Nacional de Educação – CNE / Câmara de Educação Básica – CEB (Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica);

i) Documento organizado pelo Ministério da Educação – MEC – Secretaria de Educação Especial – dezembro de 2002. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações;

j) Deliberação nº. 02, de 02 de junho de 2003 – Conselho Estadual de Educação – CEE (Normas para Educação especial);

k) Normas para Educação Especial, modalidade da Educação Básica para alunos com necessidades educacionais especiais, Sistema de Ensino do estado do Paraná; l) a Instrução nº 006, de 2008 – SUED / SEED.

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Com base nessa legislação e nas necessidades educacionais do estado o governo do Paraná criou o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar – Sareh que, juntamente com a Seed implantou o atendimento educacional, aos educandos que se encontram hospitalizados e o atendimento pedagógico em seus domicílios45, impossibilitados de frequentar a escola.

Dessa forma o Estado garante a continuidade do processo de escolarização, a inserção e ou reinserção no ambiente escolar das crianças e adolescentes em tratamento de diferentes enfermidades.

O atendimento educacional hospitalar e o atendimento pedagógico domiciliar devem estar vinculados aos sistemas de educação como uma unidade de trabalho pedagógico das Secretarias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Educação, como também às direções clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam (BRASIL, 2002, p. 13).

Com a criação do Sareh a área de atendimento pedagógico ao escolar hospitalizado se estrutura e possibilita a formação de profissionais para atender a demanda e cria convênios com instituições hospitalares que podem atender a formação pedagógica dos profissionais em formação continuada e, assim, atender a necessidade nessa área em nosso estado.

No Paraná oito instituições se prontificaram a acolher esses profissionais e suprir as prioridades nesse segmento - escolarização hospitalar: Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia – APACN, Curitiba; Hospital Universitário Evangélico – Curitiba; Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná – Curitiba; Hospital do Trabalhador – Curitiba; Hospital Erasto Gaertner – Curitiba; Associação Hospitalar de Proteção à Infância Doutor Raul Carneio – Hospital Pequeno Príncipe – Curitiba; Hospital Universitário Regional – Maringá e o Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná – Londrina.

A preparação dos profissionais para atuarem na escolarização hospitalar tem como base a LDBEN de 1996 que determina que crianças e adolescentes tem a sua disposição todas as oportunidades factíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não cessem.

4 Atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar,

decorrente de problemas de saúde que impossibilite o educando de frequentar a escola ou esteja ele em casas de passagem, casas de apoio, casas-lar e/ou outras estruturas de apoio a sociedade (BRASIL, 2002, p. 13).

5

O alunado do atendimento pedagógico domiciliar compõe-se por aqueles alunos matriculados nos sistemas de ensino, cuja condição clínica ou exigência de atenção integral à saúde, considerados os aspectos psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento impedindo temporariamente a freqüência escolar (BRASIL, 2002, p. 13).

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Considerações finais

Desta maneira o objetivo desta pesquisa foi sistematizar a realidade vivida por esta forma de atendimento pedagógico hospitalar, destacando as respectivas classes hospitalares existentes nestes ambientes, a fim de abordar as necessidades no campo da Pedagogia Hospitalar.

Colaborando para a aprendizagem em diferentes contextos verifica-se que as leis brasileiras contribuem para que cada vez mais a formação educacional nas classes hospitalares possibilite que professores e profissionais da área da saúde se unam para atender ao como, o que, quando e para quem ensinar, de modo a conduzir escolares, que se encontram em ambientes hospitalares para tratamento de saúde, ao conhecimento que está presente na teoria e na prática, construindo um sujeito como produto de seu próprio conhecimento, criando possibilidades para sua autoconstrução e para mudanças da sua realidade atual.

Percebe-se, portanto, que na tarefa de enfrentar uma nova demanda educacional e, consequentemente, um grande desafio social, o atendimento escolar no ambiente hospitalar se efetiva nas classes hospitalares

Entretanto, podemos perceber nos resultados preliminares, a partir da análise das investigações, identificou-se lacunas e campos inexplorados disponíveis a pesquisas futuras, considerando diferentes contextos históricos.

REFERÊNCIAS

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