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5.1 - Diretrizes. Referências. Anexos Descrição e Análise dos dados das entrevistas 1

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1 SUMÁRIO Introdução Tema e Justificativa Objetivo Geral Objetivos Específicos Metodologia Capítulo I - Os Idosos

1.1 - Expectativa de Vida e População Idosa 1.2 - O Conceito de Envelhecimento

1.3 - Perfil dos Idosos

1.4 - Algumas Ações Voltadas aos Idosos 1.5 - Envelhecimento Ativo

Capítulo II - Habitação para Idosos

2.1 - Condições de Moradia dos Idosos 2.2 - Qualidades Ambientais Específicas

2.3 - Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) 2.4 - Condomínio Habitacional para Idosos

2.5 - Conceito Habitação e Direito à Moradia Digna 2.6 - Habitação Social para Idosos

Capítulo III - Levantamento e Análise dos Dados Pesquisados em Campo

3.1 - Entrevistas

3.2 - Descrição e Análise dos dados das entrevistas

Capítulo IV - Programa

4.1 - Definição de Área de Implantação

4.2 - Referências de quantificação e áreas para o Programa 4.3 - Formulação de Dados do Programa

4.4 - Programa por Atividades 4.5 - Programa por Ambientes 4.5 - Organograma

Capítulo V - Diretrizes para o Projeto de Conclusão de Curso

5.1 - Diretrizes

5.2 - Plano de Trabalho 5.3 - Cronograma

Referências

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2 Introdução

Tema e Justificativa

Esse trabalho tem como tema a questão da Habitação Social Para Idosos.

A escolha do tema foi motivada pelo convívio com meus avós, observando seu hábitos e necessidades. Refletindo sobre o assunto passei a me preocupar com a população de Idosos e com as barreiras que enfrentam. A vontade de aprender mais sobre o envelhecimento e sobre os parâmetros de projeto que esse público demanda, porém, tem como justificativa também outros aspectos no âmbito social atual.

O aumento da expectativa de vida e consequentemente o aumento da população de Idosos traz à sociedade a tarefa de adaptar seus diversos aspectos à essa parcela da população cada vez mais expressiva.

Suas condições de moradia, que muitas vezes apresentam-se como barreiras à sua autonomia e a crescente tendência de morarem sozinhos chama a atenção para a questão da habitação voltada à esse público. É de responsabilidade do Estado garantir o direito à todos. Além disso, a aposentadoria muitas vezes reduz a renda do Idosos ou do casal.

Como alternativa às condições de moradia dos Idosos, ao déficit de habitação e suas demandas por parte desse público, surgiram às Habitações Sociais para Idosos, que oferecem habitação em seu sentido amplo, proporcionando além de um teto para morar diversos outros fatores que juntos garantem a moradia digna, respeitando a individualidade e também proporcionando a integração social, através de espaços mais privativos e outros mais coletivos.

Essas habitações são ainda casos isolados no Brasil, presentes em cidades como São Paulo e Avaré no estado de São Paulo e em Maringá e Toledo no estado do Paraná. Existem, porém, muitos outros locais com demanda pelas Habitações Sociais para Idosos nos quais não há previsão de sua implantação.

Esse tipo de Habitação tem como principal público alvo pessoas com 60 anos ou mais que, considerando os parâmetros de acessibilidade, podem realizar as atividades básicas da vida diária (tomar banho, vestir-se, comer, locomover-se...) ou ainda as atividades instrumentais da vida diária (utilizar meios de transporte, cozinhar, comunicar-se, cuidar da saúde...) de forma independente e que se encontram em situação de Vulnerabilidade Social.

Para garantir o caráter dessa habitação voltada aos Idosos, suas instalações pertencem ao Governo e a moradia nesses locais ocorre por meio de concessão, que é feita ao Idoso ou ao Casal de Idosos e que, portanto, não podem deixá-la de herança.

• Como tratar a questão da Habitação Digna à população de Idosos em situação de vulnerabilidade Social?

• Como proporcionar a integração entre os moradores dessa habitação Social para Idosos e a Sociedade próxima?

• Como propiciar através da arquitetura um local adequado ao público alvo para a realização de diversas atividades?

Esses são alguns questionamentos para os quais o trabalho pretende buscar soluções.

Objetivo Geral

Esse trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um projeto de Habitação Social para

Idosos, com atividades e serviços, considerando as características específicas desse público, tendo

como parâmetros de projeto uma arquitetura com qualidades que propiciem independência e vida

saudável aos moradores e usuários. Objetivos Específicos

 Conhecer o público-alvo, seus hábitos e suas características;

 Pesquisar e analisar os exemplos de projetos de mesmo caráter ou semelhantes;

 Estudar as qualidades ambientais específicas para o público alvo;

 Propor um programa com base no que foi estudado, pesquisado e vivenciado anteriormente;

 Lançar diretrizes para o projeto arquitetônico.

Metodologia

Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados os seguintes instrumentos de acordo com cada etapa:

 Revisão bibliográfica;

 Pesquisa de referências;

 Entrevistas;

 Análise dos dados obtidos através das entrevistas;

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3 Capítulo I - Os Idosos

1.1 - EXPECTATIVA DE VIDA E POPULAÇÃO IDOSA

O aumento da expectativa de vida resulta no aumento da população de idosos, fenômeno que ocorre de forma global.

Gráfico 01 - População Idosa no Mundo Fonte: Organização das Nações Unidas (2008).

Nos países mais desenvolvidos isso ocorre de forma gradativa tendo o poder público e a sociedade mais tempo e condições de se prepararem, porém, nos países em desenvolvimento esse fenômeno vem ocorrendo de maneira muito rápida, podendo a conquista do envelhecimento representar um problema social.

No Brasil o aumento da população idosa é cada vez mais expressivo e vem sendo acompanhado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através dos Censos Demográficos, que consideram como idoso a pessoa com 65 anos ou mais.

Gráfico 02 - População de Idosos no Brasil elaborado pela autora de acordo com os dados do IBGE

Nas Regiões Sul e Sudeste ocorre a maior concentração de idosos. De acordo com o Censo de 2010, em ambas a representação de pessoas acima de 65 anos era de 8,1% da população da região.

O IBGE prevê também o aumento da expectativa de vida para homens e mulheres no Brasil.

Gráfico 03 - Previsão e Expectativa de vida no Brasil elaborada pela autora de acordo com os dados do IBGE

É perceptível então a Feminização da Velhice (Anita Liberalesso Neri - Palavras-chave em Gerontologia), que está relacionada à maior presença relativas das mulheres na população Idosa, à maior longevidade das mulheres em comparação aos homens, ao crescimento relativo do número de

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mulheres que fazem parte da população economicamente ativa e ao crescimento relativo do número de mulheres que são chefes de família.

De acordo com o acompanhamento e a perspectiva do crescimento da população Idosa no Brasil, nossa sociedade ainda terá muitos conceitos à rever e muitas atitudes à tomar em relação à essa população, que será o futuro do nosso país. Teremos de enfrentar o desafio de construir uma estrutura que atenda às especificidades das pessoas Idosas.

1.2 - O CONCEITO DE ENVELHECIMENTO

O conceito de envelhecimento varia de acordo com diversos fatores individuais, grupais e socio-culturais, além de sofrer alterações ao longo do tempo de acordo com as transformações nos demais setores.

A sociedade ocidental de modo geral desenvolveu um conceito de envelhecimento sob o ponto de vista cronológico, desconsiderando a singularidade de cada indivíduo nesse processo, sua

individualidade, sua história de vida e seu contexto socio-econômico e cultural; e desvalorizando o idoso. Em decorrência disso, o envelhecimento ainda hoje é visto de forma negativa por grande parte de nossa sociedade e segundo Beth Hong em seu artigo "O envelhecer sob um novo olhar" é

considerado por muitos como involutivo e improdutivo social, econômica e intelectualmente. Esse ponto de vista baseia-se ainda no modelo social de velho elaborado em contraposição às qualidades atribuídas ao jovem e ao novo, apontado pela antropóloga Elisabeth Frohlich Mercadante. Neste modelo, são atribuídas aos jovens qualidades como beleza; produtividade e agilidade,

considerando o velho então, feio; improdutivo e devagar.

O aumento da expectativa de vida e o consequente aumento da população de idosos exige da sociedade uma revisão de seu conceito de envelhecimento.

Primeiramente temos que entender e aceitar o envelhecimento. Se desejamos viver mais, devemos considerar o envelhecer como um processo contínuo e natural, e não como algo negativo. Além disso, é necessário entender que o envelhecimento ocorre de maneira diferente para cada um, e que não é sinônimo de doença, incapacidade e dependência.

Esse trabalho adota o conceito de envelhecimento como um processo pelo qual passamos ao longo da vida e que ocorre de forma diferente para cada indivíduo, ainda que determinadas características sejam mais comuns em determinadas fazes da vida.

Algumas ações voltadas aos Idosos foram sendo desenvolvidas ao longo do tempo e chamam atenção para essa alteração no conceito de envelhecimento. É, porém, de extrema importância que as ações voltadas à esse público considerem-no não apenas como espectador, mas também como ator, participando tanto da elaboração quanto da execução dessas ações.

1.3 - PERFIL DOS IDOSOS

O Estatuto do Idoso considera como idoso a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, porém, o envelhecimento ocorre de forma diferente para cada indivíduo pois é influenciado, como cita Sylvia Volpi no texto “A ergonomia na adequação e prevenção de riscos gerados pelo processo de envelhecimento do ser humano no trabalho” por fatores intrínsecos, como a genética; e extrínsecos, como radiação, poluição e alimentação, intimamente ligados as condições de vida de cada um. Nem todos os indivíduos apresentam as mesmas características quando chegam aos sessenta anos de idade, portanto, não é possível precisar até que idade as pessoas tem condições de trabalhar ou de exercer determinada atividade.

Apesar desse caráter individual do envelhecimento, algumas características relacionadas à saúde são mais comuns entre a população de Idosos. Sylvia Volpi diz que com o passar dos anos algumas habilidades tendem a ficar comprometidas em maior ou menor grau, tende a ocorrer:

 Perda de acuidade visual;

 Diminuição da rapidez de movimentos;

 Diminuição da precisão dos movimentos;

 Diminuição da coordenação motora;

 Diminuição da elasticidade dos músculos;

 Perda de memória;

 Dificuldades de comunicação;

 Dificuldades de alimentação;

 Maior risco de fraturas.

Além disso, outras ocorrências podem caracterizar o envelhecimento nos aspectos sociais e psicológicos. Guite I. Zimerman em seu livro "Velhice: aspectos biopsicossociais" (2007) aponta como principais fatores:

 Perda da autonomia;

 Alteração do papel do Idoso na família;

 Falta de participação do Idoso na sociedade;

 Diminuição dos contatos sociais.

Esses fatores muitas vezes causam a perda da auto-estima, depressão e o sentimento de solidão. Guimarães RM. Sinais e Sintomas em Geriatria, 2004, Towards Age-friendly Primary Health Care

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citado pela Dra Marília Cristina Prado Louvison, identificam como os principais problemas que atingem aos idosos:  Imobilidade;  Instabilidade postural;  Incontinência;  Insuficiência cognitiva;  Iatrogenia;  Insuficiência familiar.

O envelhecimento, porém, não é sinônimo de incapacidade. A medicina evolui a cada dia e possibilita que o indivíduo viva cada vez mais com mais qualidade. Aos poucos o poder público também está se voltando para isso e interferindo na sociedade através da criação de políticas de saúde, socialização e valorização dos idosos. Quando a ocorrência de algumas das características, consideradas negativas em comparação às características atribuídas aos jovens, porém muitas vezes inevitáveis durante a velhice, essas podem ser superadas pelas aptidões de cada um, pela serenidade de pensamentos, pela sabedoria e pelo discernimento, gerados principalmente através da experiência, valorizando os aspectos positivos desse processo.

A arquitetura, voltada ao público de Idosos, pode contribuir para amenizar essas ocorrências e/ou suas consequências e então valorizar as aptidões desse público.

1.4 - ALGUMAS AÇÕES VOLTADAS AOS IDOSOS

1.4.1 - Aposentadoria

A aposentadoria foi criada na Alemanha em 1889 através da implantação de um sistema de pensão atendendo à revindicações trabalhistas. Essa ação beneficiava trabalhadores do comércio, da indústria e da agricultura com idade igual ou superior a 70 anos. (diz a matéria "Quando surgiu a aposentadoria?" publicada pela revista Mundo Estranho da Editora Abril).

No Brasil, segundo Camila Mie Ujikawa em sua tese "Vila dos Anciãos - Intervenção Urbana em Área Degradada Destinada a Habitação e Convívio de Idosos" (2010), a aposentadoria teve início através dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que a partir de 1960 foram unificados formando um IAP que abrangia à todas as classes profissionais. Além disso, foram criado em 1966 o Instituto Nacional de Previdência Social e em 1974 o Ministério da Previdência Social, demonstrando que a questão da “velhice” passaria a ser de responsabilidade pública.

Originalmente, segundo matéria "Quando surgiu a aposentadoria?", a aposentadoria destinava-se aos trabalhadores com idade avançada, inválidos e incapacitados. Com o passar do tempo esdestinava-se benefício passou a atingir também aqueles que trabalharam por muitos anos, mesmo não tendo atingido a idade para a aposentadoria, atualmente conhecida no Brasil como Aposentadoria por Tempo de Contribuição.

Esses aposentados passaram a conformar uma parcela da sociedade que, com o benefício da pensão e muitas vezes ainda em condições de exercer atividades, contribuem para as alterações no conceito de envelhecimento.

1.4.2 - Geriatria e Gerontologia

Os estudos relacionados à saúde dos idosos, segundo Camile Mie Ujikawa (2010) iniciaram-se em meados do séc XIX devido ao crescente número de idosos principalmente na França.

Esses estudos resultaram na fundação da Sociedade de Geriatria de Nova York em 1912, que inspirou a criação posterior de outras organizações de mesmo cunho. A Gerontologia surgiu nos anos 30 em decorrência do aumento no interesse em estudar além da saúde os aspectos psicológicos e sociais dos Idosos.

Ainda segundo Camile Mie Ujikawa (2010), no Brasil, os estudos relacionados aos idosos tiveram início através da contribuição do SESC e foram fortalecidos através da fundação, em 1961, da Sociedade Brasileira de Geriatria, que em 1969 incorpora também a Gerontologia e passa a se chamar Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Segundo a SBGG, define-se Geriatria como “uma especialidade médica que lida com o envelhecimento, que abrange desde a promoção de um envelhecer saudável até o tratamento e a reabilitação do idoso.” e Gerontologia como “o estudo do envelhecimento em todos os seus aspectos - biológicos, psicológicos, sociais e outros.” estando portanto a Geriatria contida na Gerontologia.

Atualmente a SBGG promove Congressos de Geriatria e Gerontologia a nível nacional e estadual, difundindo seus estudos acerca do envelhecimento e provocando a discussão e reflexão de diversos pontos desse processo.

Algumas Instituições foram sendo criadas por iniciativa da Geriatria e/ou da Gerontologia e são de extrema importância. Essas Instituições estabelecem uma troca, oferecendo serviços e atividades ao público e criando um campo de pesquisa e aplicações por parte dos pesquisadores. Outras áreas afins também investem em projetos de mesmo caráter, como a Educação Física e a Fisioterapia.

1.4.2.1 - NETI - UFSC

O NETI foi oficialmente fundado em 1983 através da UFSC com interesse em participar

efetivamente do esforço nacional em prol do envelhecimento sadio.

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próprio envelhecer oferecendo cursos, grupos, oficinas e projetos objetivando a atualização e inserção social do idoso.

Além disso presta assessoria e consultoria à comunidade, através de parcerias com entidades governamentais e não-governamentais.

Figura 01 - NETI UFSC Fonte: http://neti.ufsc.br/

1.4.3 - Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso

Em 1994 foi criada no Brasil a Política Nacional do Idoso Lei nº 8.842/94 que assegura ao idoso, pessoa com sessenta anos de idade ou mais, seus direitos sociais, com a promoção de sua autonomia, integração e participação na sociedade. Segundo a própria lei, é regida pelos seguintes princípios: “I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida; II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos;

III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza;

IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política;

V - as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta Lei.”

Posteriormente foi criado o Estatuto do Idoso Lei nº 10.741/03 que abrange pontos como a Garantia a Dignidade, Saúde, Alimentação, Trabalho, Cidadania, Educação, Cultura, Esporte, Lazer, Previdência Social, Assistência Social, Habitação, Transporte, Proteção, Respeito e Convivência familiar e comunitária impondo à família, à comunidade, à sociedade e ao Poder Público a responsabilidade de

assegurar aos idosos esses direitos.

Além disso, foram criados no Brasil Políticas e Conselhos para os Idosos a níveis Estadual e Municipal, que ajudam à garantir esses direitos e possibilitam uma interação entre os idosos e o poder público.

1.4.4 - Política Estadual do Idoso SC, Conselho Estadual do Idoso SC, Política Municipal do Idoso de Florianópolis e Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis

A nível estadual foram criadas em Santa Catarina a Política Estadual do Idoso, através da lei Nº 11.436, de 07 de junho de 2000 e o Conselho Estadual do Idoso através da Lei n.º 8.072, de 25 de setembro de 1990, com redação modificada pela Lei n.º 8.320, de 05 de setembro de 1991, e pela Lei n.º 10.073, de 30 de janeiro de 1996.

Foram também criados a Política Municipal do idoso de Florianópolis, através da Lei 7694/08 e o Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis, através da Lei 5.371 em 1998, revogada e substituída pela Lei 7.694 em 2008, ambos com atuação a nível Municipal.

Cabe ao órgão estadual responsável pela Assistência Social a coordenação geral da Política Estadual do Idoso, com a participação dos Conselhos Estaduais e Municipais do Idoso.

Essas Políticas e Conselhos a níveis Estadual e Municipal regem-se de acordo com os dispositivos da Política Nacional do Idoso e atuam como importante fonte de conhecimento e efetivação dos direitos dos idosos por parte dos próprios Idosos e da Sociedade.

1.4.5 - Locais para Desenvolvimento de Atividades de Estimulação Física e Cognitiva

Ao longo do tempo foram criados locais para o desenvolvimento de atividades de estimulação física e cognitiva para Idosos, alguns como ações pontuais, como o Centro de Estimulação Cognitiva para os Idosos, e outros de forma mais abrangente, como é o caso dos Centros Dia para Idosos.

1.4.5.1 - Centro de Estimulação Cognitiva para Idosos - Hospital-Dia Geriátrico (HC - FMUSP) - São Paulo - SP

O Centro de Estimulação Cognitiva para Idosos oferece tratamento multiprofissional integrado ao idoso com doença de Alzheimer, com abordagens não medicamentosas que complementam o tratamento medicamentoso.

Baseia-se no modelo de hospital-dia, cuidando integralmente do paciente durante o dia, com atividades terapêuticas de estimulação cognitiva, física e funcional e oferece ainda grupos

psicoeducacionais e psicoterapêuticos aos familiares e cuidadores com o objetivo de auxiliá-los a lidar com as dificuldades advindas da doença.

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Figura 02- Centro de Estimulação Cognitiva para Idosos

Fonte: http://www.ipqhc.org.br/pag_detalhe.php?categ=Hospital&id=266

1.4.5.2 – Centro Dia para Idosos

O centro dia para Idosos, segundo o Ministério da Previdência e Assistência Social, consiste em um programa de atenção integral a pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social que possuem limitações para exercer suas Atividades de Vida Diária. No espaço, que pode ser em uma edificação construída para essa finalidade ou em uma edificação previamente construída e adaptada para esse fim, são oferecidos atendimento de suas necessidades básicas, atividades terapêuticas e atividades socioculturais. O próprio Ministério da Previdência e Assistência Social, através da Gerência de Atenção à Pessoa Idosa, estabelece uma série de Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil, dentre eles os Centros-Dia.

Em Santa Catarina, segundo o Governo, está previsto para até 2014 a construção de 20 Centros -Dia para Idosos através da uma iniciativa da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST). As pessoas serão encaminhadas aos Centros-Dia através dos Centros de Referência Especializados em Assistência Social (Creas). Os dois primeiros municípios que contarão com o Centro Dia para Idosos são Lages e Joinville. Para a definição dos municípios que abrigarão os Centro Dias são considerados aspectos como possuir instalados o Concelho Municipal do Idoso e o CREAS, meio de encaminhamento para o Centro Dia.

Figura 03 - Projeto Centro Dia do Idoso - Lages - SC

Fonte: http://www.lages.sc.gov.br/site_novo/noticias.php?id_noticia=139

1.4.6 - Guia Global: Cidade Amiga do Idoso

Os fenômenos globais do aumento da população de Idosos e do crescimento acelerado das cidades, que ocorrem de formas diferentes em cada país, demonstram que as cidades deverão passar por um processo de adaptação e planejamento, criando ambientes urbanos favoráveis e estimulantes aos Idosos.

Com objetivo de auxiliar essa adaptação e planejamento, a OMS lançou em 2007 o Guia Global: Cidade Amiga do Idoso que trata dos seguintes temas:

 Prédios Públicos e Espaços Abertos;

 Transporte;

 Moradia;

 Participação Social;

 Respeito e Inclusão Social;

 Participação Cívica e Emprego;

 Comunicação e Informação; e

 Apoio Comunitário e Serviços de Saúde.

Os problemas, preocupações e sugestões acerca desses temas foram apontados por Idosos, Cuidadores e Prestadores de Serviços. Foi elaborado também para cada um dos temas uma lista de checagem.

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de moradia para Idosos, que ofereçam variedade de serviços, áreas de lazer, atividades, privacidade, segurança e que sejam integradas à sociedade.

1.5 - ENVELHECIMENTO ATIVO

O Envelhecimento Ativo, conceito formulado pela Organização Mundial de Saúde consiste, segundo a própria OMS, no “processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas”. Esse conceito propõe a interação entre saúde física e mental associadas a um bom convívio social, autonomia e independência.

Figura 04 - Atividade Física

Fonte: httpblogdosindiclube.wordpress.com20130619atividade-fisica-e-sinonimo-de-vida-longa

A OMS defende como prioridade que sejam formulados planos de ação para promover o envelhecimento saudável considerando 3 principais aspectos:

Saúde - Promoção da saúde durante toda a vida, o que resulta em mais qualidade de vida

durante o envelhecimento;

Participação - Propiciar a participação ativa das pessoas nas atividades da sociedade,

principalmente durante o envelhecimento;

Segurança - Proporcionar segurança aos idosos através da garantia de seus direitos.

O Ministério da Saúde do Brasil desenvolveu o Programa “Brasil Saudável” no qual, através de uma de suas ações, propõe a criação de políticas públicas que promovam modos de viver mais saudáveis em todas as etapas da vida, favorecendo a prática de atividades físicas, o acesso a alimentos saudáveis e a redução do consumo de tabaco. A Secretaria de Vigilância em Saúde reproduziu o documento “Envelhecimento Ativo: Uma Política de Saúde” (2005) elaborado pela Unidade de

Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial de Saúde (OMS) com o intuito de informar, disseminar e dar suporte técnico à esse conceito, porém, para vencermos o desafio do Envelhecimento Ativo é necessário que essas ideias sejam colocadas em prática com o envolvimento das diversas áreas relacionadas de forma integrada.

A arquitetura tem papel fundamental na promoção do Envelhecimento Ativo uma vez que as características dos espaços influenciam de diversas maneiras nos 3 aspectos.

Os equipamentos de saúde, por exemplo, devem obedecer à normas específicas quanto às características arquitetônicas, porém, a influência da arquitetura sobre a saúde não se resume à obediência às normas. A arquitetura de todos os espaços influencia na saúde. Um espaço com degraus, por exemplo, aumenta o risco de quedas, influenciando diretamente na saúde física. Além disso, lugares escuros e pequenos, por exemplo, causam sensação de clausura, influenciando na saúde psicológica do ser humano.

A participação e a segurança também são influenciadas pela Arquitetura. Não é suficiente que todos possam ou devam frequentar determinados espaços sem que suas características arquitetônicas permitam, facilitem e principalmente convidem à essa participação.

É através da Concepção de Ambientes de Qualidade, que se baseie nos princípios do Desenho Universal, que a Arquitetura pode contribuir com o Envelhecimento Ativo.

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9 Capítulo II - Habitação para Idosos

2.1 - CONDIÇÕES DE MORADIA DOS IDOSOS

As diversas transformações que vem ocorrendo na sociedade vem alterando também as condições de moradia dos Idosos.

Antigamente, em geral, os filhos cuidavam dos pais na velhice. Muitas vezes moravam juntos, na casa de um ou de outro, que não recebia nenhum tipo de adaptação adequada aos Idosos.

Atualmente, de modo geral, a quantidade de filhos por casal vem diminuindo muito. De acordo com o IBGE em 1950 as mulheres tinham em média seis filhos e em 2010 esse número reduz para um ou dois. Muitos deles trabalham fora, não tendo condições de cuidar dos pais. Além disso, é também cada vez mais comum no Brasil casais de Idosos que não tiveram filhos.

Esses fatores resultam em uma grande quantidade de idosos que moram com seus cônjuges ou até mesmo sozinhos. De acordo com matéria publicada no site "Indicador Brasil", em 2012, com base na Pesquisa por Amostragem realizada pelo IBGE em 2011, os Idosos que viviam sozinhos eram cerca de 3 milhões, o que representava 14% do total de Idosos no Brasil.

Outro fator a ser considerado é a questão da falta de acessibilidade em suas moradias. Muitos dos Idosos e de suas famílias não tem consciência da necessidade de se fazer alterações de adequação dos espaços às características dos Idosos (quando possíveis) e das facilidades que viriam a gerar. Além disso, a redução salarial na aposentadoria muitas vezes não permite que essas alterações, que

demandam investimentos, sejam feitas.

Por todas essas questões, alguns Idosos e suas famílias buscam alternativas, como os

Instituições de Longa Permanência para Idosos, os Condomínios para Idosos e mais recentemente as Habitações Sociais para Idosos.

2.2 - QUALIDADES AMBIENTAIS ESPECÍFICAS

O Público para o qual esse projeto é destinado exige qualidades ambientais específicas tendo como parâmetros principais três áreas de estudos que envolvem espaço e usuário, a Ergonomia, a Acessibilidade e o Desenho Universal.

As três tem muito em comum, porém, cada uma delas possui enfoques específicos: A

Acessibilidade é voltada ao acesso seguro e autônomo a todos os espaços e equipamentos pela maior quantidade de pessoas possíveis, instituindo através de norma porcentagens mínimas de atendimento acessível; o Desenho Universal possui enfoque na concepção dos espaços e equipamentos inteligíveis e utilizáveis por todos, independente das características dos usuários; e a Ergonomia busca a interação e otimização do bem estar humano e do bom desempenho do sistema.

2.2.1 - ERGONOMIA

De acordo com a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), a Ergonomia é a disciplina

relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e ao desenvolvimento de projetos para otimizar o bem estar humano e o desempenho do sistema. Os elementos ou sistemas devem ser compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas, e cabe ao ergonomista promover essa compatibilidade.

A Ergonomia, de acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) atua em três diferentes, porém complementares áreas:

Ergonomia Física: relacionada às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia

e biomecânica em sua relação a atividade física.

Figura 05 - Postura Correta

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10 Ergonomia Cognitiva: relacionada aos processos mentais, como percepção, memória, raciocínio

e resposta motora e suas influências na relação entre os seres humanos e outros elementos de um sistema.

Figura 06 - Stress

Fonte: http://tecnologiaegestao.wordpress.com/2010/04/12/stress-x-trabalho/

Ergonomia Organizacional: consiste na otimização dos sistemas sociotécnicos, incluindo suas

estruturas organizacionais, políticas e de processos.

A arquitetura está intimamente relacionada à essas três áreas. As dimensões e posicionamentos dos elementos componentes da arquitetura, por exemplo, influenciam na Ergonomia Física. Quanto à Ergonomia Cognitiva, a arquitetura influencia através de suas características que permitem ou atrapalham algumas capacidades cognitivas, como por exemplo a capacidade de concentração, de escutar e/ou ser escutado e de visualização. Na área da Ergonomia Organizacional, essa relação ocorre, por exemplo, através da distribuição dos espaços e dos elementos dentro deles. É então perceptível a importância da Arquitetura para a integral compatibilidade que a Ergonomia propõe.

2.2.2 - ACESSIBILIDADE

Acessibilidade consiste na possibilidade de acesso seguro e autônomo à edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos. No Brasil, a Normativa NBR - 9050 - "Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos" tem como objetivo proporcionar a

Acessibilidade à maior quantidade possível de pessoas, independente de suas características e deficiências.

É importante entender que deficiência, que ocorre à nível Fisiológico, não significa incapacidade que depende não apenas da pessoas e suas mas também das condições às quais a pessoas está

submetida. Todos nós estamos sujeitos a enfrentar dificuldades para a realização de atividades devido à relação entre nossas características e as condições às quais estamos submetidos.

Figura 07 - Dificuldade de alcance

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/melhor-idade-477190.shtml

Essas dificuldades são originadas por barreiras que podem ser de dois tipos: as físico-espaciais, que consistem em elementos físicos, naturais ou construídos que dificultam ou impedem a realização de atividades de forma independente. Podem ser ainda permanentes ou dinâmicas, tendo como solução transformações no espaço físico ou as atitudinais, que ocorrem na esfera social através do preconceito e discriminação do indivíduo em decorrência de suas dificuldades.

A solução dos problemas de acessibilidade depende de diferentes âmbitos de atuação e exigem a integração e capacitação profissional.

2.2.2.1 - Componentes da Acessibilidade Espacial

Consta no material "Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: Programa de Acessibilidade às Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida nas Edificações de Uso Público" (2012) quatro categorias de Componentes da acessibilidade espacial, cujo atendimento total é imprescindível, caso contrário a edificação não mais é considerada acessível.

- Orientação espacial

As condições de orientação espacial estão relacionadas às características de reconhecimento da identidade e das funções dos espaços e definição de estratégias para seu deslocamento e uso.

Depende tanto das configurações arquitetônicas e dos suportes informativos adicionais, como placas e e letreiros, quanto das condições dos indivíduos de perceber e processar as informações espaciais, tomar decisões e agir.

Esse componente afeta principalmente as pessoas com deficiências sensoriais e/ou cognitivas, pois essas estão sujeitas a maiores dificuldades em obter informações e/ou processá-las.

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Figura 08 - Poluição de Informações

Fonte: http://www.infoescola.com/meio-ambiente/poluicao-visual/

- Comunicação

As condições de comunicação consistem na possibilidade de troca de informações que permitam o acesso, a compreensão e participação nas atividades existentes.

Essas informações devem ser acessíveis a todos.

Esse componente afeta principalmente à pessoas com deficiência auditiva, problemas na fala ou deficiência cognitiva.

Figura 09 - Telefone público (TDD) que emite e recebe mensagens de texto permite a comunicação das pessoas com deficiência auditiva.

Fonte: Marta Dischinger, Vera Helena Moro Bins Ely e Sonia Maria Demeda Groisman Piardi. " Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: Programa de Acessibilidade às Pessoas

com Deficiência ou Mobilidade Reduzida nas Edificações de Uso Público" (2012)

- Deslocamento

As condições de deslocamento em ambientes edificados consistem na possibilidade de qualquer pessoa poder movimentar- se ao longo de percursos horizontais e verticais de forma independente, segura e confortável.

Esse componente afeta principalmente os Idosos, se cansam com mais facilidade e estão mais sujeitas a quedas e as pessoas com deficiências motoras.

Figura 10 - Dificuldade de Deslocamento

Fonte: Luciene C. Miranda, "O Idoso e o Transporte Público" (2010)

- Uso

As condições de uso de ambientes e equipamentos consistem na possibilidade de participação e realização de atividades por todas as pessoas. Nesse caso, muitas vezes, é necessária a inclusão de equipamentos ou dispositivos de tecnologia assistiva, como pisos táteis e sistemas de voz em computadores para pessoas com deficiência visual.

Figura 11 - Pisos Táteis

(12)

12 2.2.3 - DESENHO UNIVERSAL

O conceito de Desenho Universal não se resume, como muitos podem pensam, na aplicação de normas técnicas para tornar projetos acessíveis, o que gera projetos pobres e problemas de

acessibilidade nos espaços. O Desenho universal consiste na criação de ambientes inteligíveis e utilizáveis por todos, ou seja, não é voltado à um público de pessoas específico e sim abrange a todos eles.

Para contemplar esse conceito, porém, deve-se possuir pleno conhecimento das necessidades e dificuldades humanas.

O livro " Desenho Universal: Métodos e Técnicas para Arquitetos e Urbanistas" (2012) de Silvana Cambiaghi, traz sete princípios, seguidos de diretrizes, que devem ser aplicados na orientação de novos projetos.

- Equiparação nas Possibilidades de Uso: Disponibilizar os mesmos recursos de uso para todos

os usuários, evitar segrega-lo ou estigmatiza-lo e proporcionar a eles privacidade e segurança de forma igualitária.

- Flexibilidade no Uso: Poder ser acessível e utilizados por todos, oferecendo adaptabilidade às

especificidades dos usuários.

Figura 12 - Cadeira com possibilidade de mesa lateral utilizável por destros e canhotos Fonte: http://giodas.blogspot.com.br/2011/09/criativos-e-criadores.html

- Uso Simples e Intuitivo: Tornar o uso facilmente compreendido pelo usuário, eliminando

complexidades desnecessárias, sendo coerente com suas expectativas e intuição, acomodando as diversas capacidades de leitura e capacidade linguística e disponibilizando as informações com facilidade de percepção de forma hierárquica.

- Informação Perceptível: Garantir comunicação eficaz ao usuário das informações necessárias,

utilizando diferentes meios de comunicação, contraste adequado, maximizando a clareza das

informações essenciais, tornando fáceis as instruções de uso e disponibilizando técnicas e recursos às limitações sensoriais.

Figura 13 - Audio descriação e linguagem gestual

Fonte: http://www.blogdaaudiodescricao.com.br/2011_09_01_archive.html

- Tolerência ao erro: Minimizar o risco e consequências de acidentes, isolando e protegendo

elementos de risco, disponibilizando alertas no caso de erro e recursos que reparem possíveis falhas de utilização.

Figura 14 - Banheiro com assento e barras de apoio para minimizar os riscos Fonte: http://abnt-acessibilidade.blogspot.com.br/2010/09/banheiro-seguro.html

- Mínimo Esforço: Utilizar de forma eficiente e confortável, mantendo a postural corporal

neutra, exigindo pouco esforço para a operação, minimizando as ações repetitivas e os esforços físicos quando não puderem ser evitados.

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13 - Dimensionamento de espaços para acesso e uso de todos: Criar espaços com dimensões

apropriadas ao uso, possibilitando o alcance visual dos ambientes e produtos aos usuários, acesso e utilização confortáveis, acomodando variações de tamanho de mãos e pegadas e adequando os espaços ao uso de pessoas com órteses ou outros elementos necessários ao uso.

Figura 15 - Catraca para cadeirantes

Fonte: http://www.tecnoponto.com/pt/catracas/produtos/cadeirante.htm Segundo Silvana Cambiaghi objetivo é diminuir a distância funcional entre os elementos do espaço e as capacidades dos usuários, garantindo que todos possam desfrutar dos ambientes sem discriminação por características pessoais.

2.3 - INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

No Brasil, segundo Giovanny Gerolla em matéria publicada pela UOL-SP em 2013, os "asilos" surgiram como meio de excluir os "loucos" ou os "diferentes", como eram considerados os Idosos, do convívio com a sociedade.

Atualmente esse caráter está bastante alterado. As Instituições de Longa Permanência para Idosos, como são conhecidos hoje são uma modalidade de serviço, assim como escolas, creches e hospitais.

Nessas instituições os idosos possuem moradia, assistência à saúde, higiene e alimentação. Geralmente possuem quartos e banheiros individuais ou compartilhados e as demais áreas são de uso coletivo.

O problema é que muitas vezes essas instituições, sendo públicas ou privadas, tendem à Infantilizar os Idosos e fazem com que se sintam muito dependentes, limitados, ou cerceados de sua autonomia. O idoso, que já passou por todas as outras fases da vida nas quais era consideravelmente independente, não quer se sentir dependente novamente.

Além disso, a rigidez nos horários de visitas muitas vezes acabam por romper os laços com seus amigos e familiares, pois a maioria possui horários de visita apenas durante o dia, justamente o horário em que a maioria deles está trabalhando.

Esse tipo de instituição é mais indicada para os casos de Idosos com alto nível de dependência nos quais a família não tem condições de cuidar diariamente ou de contratar os serviços de cuidador. Percebe-se então que, apesar de muitas vezes ser a única opção, o Ancionato não é a melhor

alternativa para a população idosa de modo geral.

Existem diversos exemplos desse tipo de Instituição no Brasil, uma vez que existem a bastante tempo. Um exemplo em Florianópolis, cidade de implantação de do Projeto desse trabalho, é o Asilo Irmão Joaquim, localizado no centro da cidade.

2.3.1 - Asilo Irmão Joaquim - Florianópolis – SC

O Asilo Irmão Joaquim foi construído em 1910 na Avenida Mauro Ramos no centro de Florianópolis, como parte de um processo de modernização da cidade no início do Séc. XX.

De origem filantrópica, a instituição que inaugurou abrigando 20 Idosos e já chegou a abrigar 200, atende atualmente a 34 Idosos em situação de vulnerabilidade social.

Figura 16 - Asilo Irmão Joaquim

Fonte: http://asiloirmaojoaquim5.blogspot.com.br/p/historico.html

2.4 - CONDOMÍNIO HABITACIONAL PARA IDOSOS

Em resposta as barreiras que muitas residências apresentam, aos aspectos inadequados de muitas Instituições de Longa Permanência para Idosos, ao aumento da Expectativa de Vida, o Crescimento da População Idosa e a disseminação do conceito de Desenho Universal, a iniciativa privada no Brasil vem investindo na construção de Complexos Residenciais para Idosos.

Seu funcionamento ocorre de forma similar à outros residenciais, onde cada Idoso ou casal tem o seu apartamento, geralmente alugado. Não existem restrições de horários de visita e alguns desses condomínios possuem ainda acomodações para familiares, fatores que facilitam o vínculo dos Idosos com a família e com os amigos.

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Por tratar-se de um público alvo bastante específico, as instalações do Residencial devem ser todas acessíveis, conferindo ao Idosos maior qualidade de vida, conforto e autonomia.

Outro diferencial está na assistência oferecida, geralmente através de uma equipe

multidisciplinar com cuidadores, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. Além disso, possuem espaços coletivos para a realização de atividades sociais, físicas e de lazer.

Considera-se no entanto o grau de dependência de cada morador, oferecendo maior assistência e serviços aos moradores mais dependentes e atividades mais livres aos moradores mais independentes e autônomos.

Devido à acessibilidade e a assistência oferecidas, muitos procuram por esse espaço também em casos pós-cirurgicos, de tratamento e de reabilitação, como hospedagem temporária.

Esses Condomínios Habitacionais muitas vezes oferecem também instalações e serviços abertos ao público, tanto na área da saúde, como através de clínicas e consultórios, quanto voltados ao lazer, com atividades para os Idosos.

Esse tipo de Condomínio está sendo cada vez disseminado no Brasil. Em Florianópolis já encontramos algumas opções, como por exemplo o Spazio Vital. Em Joinville, cidade com maior número de habitantes de Santa Catarina, também possui um Condomínio desse caráter, que buscou inspiração de edificações do exterior para sua concepção.

2.4.1 - Spazio Vital - Florianópolis - SC

O Spazio Vital consiste em um Complexo composto por Residência Assistida, Centro Dia, Centro de Atividade, Centro de Fisioterapia, SPA e Consultório Médico com diversas especialidades, localizado entre os bairros Lagoa da Conceição e Itacorubi.

Sua edificação é composta em dois níveis, com algumas instalações mais privativas, como os quartos duplos ou individuais e outras de uso coletivo, inclusive abertas ao público externo.

O local é envolto por vegetação e possui um pátio amplo onde ocorrem também algumas atividades coletivas.

Figura 17 - Spazio Vital

Fonte: http://www.spaziovital.com.br/?page_id=119

2.4.2 - Ventura Residence - Joinville – SC

O Ventura Residence, localizado na cidade de Joinville, consiste em um Residencial para a terceira idade com diferenciais estruturais de moradia para os idosos, resultado da política de investimento social privado sem fins lucrativos da Fundação 12 de Outubro.

Oferece recursos físicos e humanos com serviços hoteleiros, assistência ambulatorial 24h, acompanhamento nutricional, assistência social, além de programação de atividades físicas, culturais e sociais para os moradores e também abertas ao público.

Suas instalações estão dispostas em 12 pavimentos, sendo as mais privativas compostas de apartamentos, suítes e ambulatório e as de uso coletivo bastante variadas, com refeitório, ateliê, sala de jogos e diversos outros espaços.

Figura 18 - Edifício Ventura Residence

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15 2.5 - CONCEITO DE HABITAÇÃO E DIREITO À MORADIA DIGNA

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e de inúmeros outros documentos posteriormente elaborados baseados nessa declaração, a moradia digna é um direito básico de todos, que aliado ao direito à saúde e à educação formam um conjunto de direitos fundamentais sociais para a dignidade humana.

É de responsabilidade do Estado garantir o direito à moradia digna e para tanto, mostra-se necessária no Brasil a implantação de Políticas Públicas Habitacionais.

Essas políticas, porém, devem entender a habitação em um sentido amplo considerando, além de um teto para morar, a promoção de privacidade, espaços e acessos adequados, segurança,

iluminação, ventilação, infraestrutura básica, abastecimento de água e energia elétrica, coleta e tratamento de esgoto e de lixo, qualidade ambiental, saúde e localização adequada , dentre outros fatores que a Organização das Nações Unidas considera como sinônimos de moradia adequada.

O Estatuto do Idoso estabelece atendimento prioritário ao Idoso nos programas habitacionais públicos ou subsidiados com recursos públicos, nos quais devem ser considerados como principais os fatores específicos para o público Idoso.

No caso dos programas habitacionais para Idosos, devem ser considerados como principais fatores, tanto no âmbito material quanto no âmbito social e afetivo: segurança; saneamento; higiene; acessibilidade; transporte; saúde; assistência social; alimentação; educação continuada e atividades física e de lazer, aspectos que no total garantem de forma plena os direitos fundamentais.

2.6 - HABITAÇÃO SOCIAL PARA IDOSOS

No Brasil, alguns estados como São Paulo e Paraná, através da Iniciativa Pública Habitacional, vem construindo habitações sociais destinadas aos Idosos. Essas habitações proporcionam moradia, atividades e não possuem restrições de horários de visitas, assemelhado-se aos Condomínios para Idosos, porém, com caráter Social. Existem, porém, muitas regiões com demanda por esse tipo de habitação nas quais não há previsão de sua implantação.

Por se tratar de uma Habitação de caráter social e destinada à um público específico, é

importante considerar aspectos básicos a serem atendidos, tanto no âmbito material quanto no âmbito social e afetivo como segurança, saneamento, higiene, acessibilidade, transporte; saúde; assistência e interação social, alimentação; educação continuada e atividades física e de lazer , aspectos que no total garantem de forma plena seus direitos fundamentais.Esses aspectos devem ser analisados, no caso de já existirem no local, ou devem ser propostos pelo projeto.

Vale ressaltar, dentre os fatores supracitados, a promoção das relações sociais, que abrange diversos outros fatores. Os projetos de Habitações Sociais para Idosos devem conter locais adequados e meios de promover essas relações, tanto com a família e/ou com os amigos, laços já consolidados anteriormente, quanto com os demais moradores e profissionais, principalmente nos casos em que o

Idoso já não possui mais muitos vínculos consolidados. Essas relações são essenciais para a Vida do Idoso.

Essas construções ocorrem por meio de programas como o "Vila dos Idosos", em São Paulo e o "Vila Dignidade" em Avaré, também no Estado de São Paulo, ou por meio de parcerias entre governos em diferentes âmbitos e suas secretarias, como ocorre em Maringá e Toledo, ambos no Estado do Paraná.

2.6.1 - Conjunto Habitacional Avaré - Programa Vila Dignidade - SP

O Programa Vila Dignidade, voltado ao atendimento a idosos de baixa renda consiste em uma parceria entre a SH, a CDHU, a SEDS - Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e as Prefeituras dos Municípios Paulistas.

Visa à construção de equipamento público constituído de moradias assistidas incorporando os preceitos do desenho universal, com áreas de convivência e atividades socialculturais e de lazer e prevê também acompanhamento social permanente ao público beneficiado, integrado à rede de serviços do Município.

O candidato a participar do Programa deve seguir critérios como idade, independência, renda e tempo mínimo de moradia no município. A seleção é realizada através do Conselho Municipal dos Idosos e do Fundo Social do município onde reside.

O conjunto é composto por 22 casas térreas geminadas com hall de entrada comum a cada duas unidades, um dormitório; banheiro; sala e cozinha integradas e área de serviços cada. Além disso, possui áreas de uso coletivo, algumas em uma edificação diferenciada e outras dispostas em um pátio central.

Figura 19 - Disposição geral das unidades e áreas coletivas do Conjunto Habitacional de Avaré Fonte:

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Figura 20 - Planta baixa com layout da unidade habitacional do Conjunto Habitacional de Avaré Fonte:

http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/cdhu-inicia-construcao-de-primeiro-conjunto-habitacional-exclusivo-para-idosos-145871-1.asp

2.6.2 - Programa Vila dos Idosos - São Paulo - SP

O programa Vila dos Idosos é de iniciativa da COHAB de São Paulo. O projeto responde à reivindicações do Grupo de Articulação para Conquista de Moradia dos Idosos da Capital (GARMIC), que atua em parceria com o Conselho Municipal do Idoso.

Localizado no bairro Pari, próximo ao centro da cidade de São Paulo, é composto por 145 unidades, (apartamentos de um dormitório de 42m² e mono-ambientes de 30m2), além de áreas comuns como salas para TV e jogos, salas de uso múltiplo, salão comunitário, quadra de bocha e horta comunitária, dispostos em até 4 pavimentos.

Figura 21 - Conjunto Habitacional Programa Vila dos Idosos Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing

Figura 22 - Planta Baixa Conjunto Habitacional Programa Vila dos Idosos Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing

Figura 23 - Planta Baixa Unidades Habitacionais Programa Vila dos Idosos Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing

2.6.3 - Conjunto Habitacional do Idoso Maringá - Maringá - PR

O Conjunto Habitacional do Idoso de Maringá partiu da iniciativa da Prefeitura do Município e o projeto arquitetônico foi elaborado por alunos dos cursos de arquitetura da Universidade Estadual de Maringá seguindo as normas da ABNT.

É composto por 40 apartamentos acessíveis de 47 metros quadrados cada, dispostos em edificações de ate 2 pavimentos, além de, através da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), promover aos moradores atividades de saúde, culturais e de lazer internas e externas.

O local abriga pessoas da terceira idade de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade social. Os candidatos devem atender à uma série de critérios como, dentre outros, Idade, renda e tempo mínimo de residência no Município.

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Figura 24 - Condomínio Habitacional do Idoso Maringá

Fonte: http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/cuidados/condominio-do-idoso-e-inaugurado-em-maringa.html

2.6.4 - Conjunto Habitacional Recanto Feliz - Toledo - PR

O Conjunto Habitacional Recanto Feliz de Toledo, no Paraná, destinado à Idosos, foi construído com recursos provenientes do Fundo Municipal de Habitação.

É composto por 18 residências de 57,92m² com uma sala, uma cozinha, dois quartos, uma lavanderia e um banheiro, construídas seguindo as normas para utilização dos idosos.

A seleção ocorre através do Cadastro Único e considera critérios como a renda familiar, idade, maior tempo de residência em Toledo e condições de independência física e psíquica do casal. É permitido que outro integrante da família resida na casa desde que seja, exclusivamente, para cuidar dos idosos.

As casas do Residencial Recanto Feliz pertencem ao patrimônio público municipal sendo emprestadas às famílias através de um termo de concessão de uso.

Figura 25 - Conjunto Habitacional Recanto Feliz

Fonte: http://www.jornaldooeste.com.br/cidade/conjunto-habitacional-recanto-feliz-estara-pronto-em-dezembro-37499/

Capítulo III - Levantamento e Análise dos Dados Pesquisados em Campo

Nesta etapa do trabalho pretendia-se utilizar dois instrumentos, as Entrevistas e as Fichas de Observação, que seriam elaborados com foco na próxima etapa do projeto, a criação de um Programa. Ambos os instrumentos seriam utilizados com o intuito de obter variedade nos resultados, gerando análises qualitativas e não quantitativas.

As Fichas de Observação foram elaboradas com o objetivo de observar e analisar espaços similares ao que este trabalho irá propor para entender como proporcionam e de que forma influenciam o viver dos Idosos e obter variedade de referências para a elaboração do Programa e posteriormente do Projeto.

Devido à burocracia de alguns lugares quanto à visitações e ao tempo disponível para a realização das fichas de observação, sua aplicação ocorreu apenas em dois locais de residência e atividades para Idosos. Como nesse caso as Fichas e Observação não representariam a variedade desejada, optou-se por não apresentar os resultados e as análises nesse trabalho.

As entrevistas foram elaboradas com o intuito de entender como vivem os Idosos e como gostariam de viver, suas necessidades e vontades do ponto de vista dos próprios Idosos e buscando diversidade, por tanto, não restringiu-se à um tipo específico de moradia ou de atividade realizada. Sua aplicação ocorreu em dois locais diferentes, a Associação Vida Verde e o NETI.

A Associação Vida Verde consiste em uma associação de voluntárias vinculada à pastoral da Saúde que produz remédios e outros produtos afins utilizando plantas medicinais. A maioria de suas voluntárias atualmente são idosas aposentadas que dedicam algumas tardes por semana ao trabalho da associação.

O Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI) da UFSC, já citado nesse trabalho, desenvolve um processo educacional para idosos através de cursos e outras atividades. Seu funcionamento conta com o trabalho de profissionais e voluntários.

O processo de elaboração da entrevista e apresentação e análise dos dados serão apresentados à seguir.

3.1- ENTREVISTAS

Para a elaboração das entrevistas foram considerados 6 aspectos dos quais pretendia-se saber:

1) O idoso; 2) Rotina; 3) Situação atual de moradia e serviços; 4) O lugar onde gostariam de viver; 5) Atividades e 6) Relacionamentos. A partir de então foi formulada uma pergunta ampla e diversas perguntas específicas para cada um desses aspectos.

O objetivo dessa estrutura é conduzir uma conversa a partir das perguntas amplas e utilizar as perguntas mais específicas de acordo com o andamento de cada entrevista, uma vez que muitas das

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perguntas específicas já são respondidas com a pergunta ampla, evitando assim um sistema rígido de perguntas e respostas.

3.2 - Descrição e Análise dos Dados das Entrevistas

A aplicação das entrevistas ocorreu com um total de 11 Pessoas, com um grupo de Voluntárias da Pastoral da Saúde e com Voluntárias, Funcionárias e Participantes do Núcleo de Estudos da Terceira Idade da UFSC.

Para a descrição e análise dos dados obtidos através das entrevistas utilizou-se a mesma

estrutura da entrevista de forma a obter parâmetros mais evidentes para cada tema. Para cada aspectos foram elaborados um ou mais quadros para apresentar os dados que serão analisados, sem considerar porém valores quantitativos.

O Idoso

Foram entrevistados 11 pessoas, de 60 à 84 anos de idade, sendo 9 mulheres e apenas 2 homens. Essa proporção demonstra a já mencionada questão da feminização da velhice.

Alguns dos entrevistados trabalham, ainda não se aposentaram, ou mesmo aposentados continuam trabalhando. A maioria dos entrevistados, ainda que aposentados, estão envolvidos com algum trabalho social ou de voluntariado, apontados por eles mesmos através das entrevistas como essenciais para a própria saúde e para a integração e colaboração com a sociedade.

O Estado Civil é bastante variado, a maioria é casada ou viúva. Alguns são separados ou até mesmo nunca foram casados. A pesar da variedade do Estado Civil, todos eles tem filhos, biológicos ou de criação. Vários deles tem também netos e até bisnetos. Em geral se relacionam bem com todas as gerações, apresentando porém maior interação com os filhos, independente de morarem longe ou perto.

Apesar de diversos pontos em comum entre os entrevistados, apresentam perfis bastante variados.

IDADE ESTADO CIVIL FAMÍLIA

HOMENS MULHERES ENTREVISTADOS 11 OCUPAÇÃO FILHOS NETOS BISNETOS 60 - 84 ANOS 9 2 APOSENTADOS TRABALHADORES VOLUNTÁRIOS CASADOS VIÚVOS SEPARADOS NUNCA CASADOS

Quadro 01 - Dados dos Idosos

Fonte: Elaborado pela autora através das entrevistas

Rotina

A maioria dos entrevistados relatou passar boa parte dos dias fora de casa, envolvida com o trabalho, com o voluntariado e/ou com as atividades das quais participa.

Muitos deles apontaram também como parte da rotina idas ao médico, demonstrando a responsabilidade que têm com a saúde.

Devido à essa rotina, muitos deles fazem as refeições fora de casa, o que ressalta a importância da orientação nutricional não apenas entre os próprios idosos mas também por parte dos restaurantes.

Algumas das entrevistadas relataram fazer ainda os trabalhos domésticos, muitas vezes sem nenhum auxílio de outras pessoas. Relataram também por vezes cuidar de outros familiares. É então perceptível o papel fundamental que exercem no funcionamento da casa e na família.

Alguns dos entrevistados também demonstraram passar boa parte do tempo em contato com a natureza e consideram essa relação importante não apenas para o meio ambiente mas também para a própria saúde.

É perceptível então que de um modo geral os entrevistados, independente da Idade, são bastante ativos e ocupados e exercem ainda, de formas diferentes, papéis de extrema importância na sociedade, na casa e/ou na família.

EM CASA FORA DE CASA

ALIMENTAÇÃO TRABALHO

SERVIÇOS DOMÉSTICOS VOLUNTARIADO ATIVIDADES ALIMENTAÇÃO CONTATO COM A NATUREZA MÉDICO CUIDADOS DE FAMILIARES

Quadro 02 - Dados da Rotina

Fonte: Elaborado pela autora através das entrevistas

Situação atual de moradia e serviços

Entre os entrevistados, alguns moram em casa e outros em apartamento. Alguns moram

sozinhos, com os cônjuges ou com outros membros da família. Além disso, alguns deles, independente de morarem sós ou acompanhados, possuem animais de estimação.

Todos vivem em Florianópolis, na parte insular ou continental, ou em Municípios próximos, fato decorrente das entrevistas terem sido realizadas em grupos de atividades que ocorrem em

Florianópolis.

A maioria considera o local onde mora bem servido, porém, muitos estão acostumados a utilizar os serviços próximos aos locais de suas atividades. Os serviços apontados foram bastante diversos, como Padaria, Mercado, Farmácia, Hospital, Lojas, Praças, Aparelhos para a Terceira Idade e Bancos, dentre outros.

Alguns alegam falta de serviços no local de residência, por morarem em locais bastante isolados, onde a falta de serviços disponíveis é grande, ou por levarem em consideração fatores bastante

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relatadas em relação aos locais de residência, como a violência, a falta de segurança e o risco de enchentes.

Devido à variedade de locais de residência entre os entrevistados, é perceptível que

encontramos locais bem servidos e outros já não tanto. Apesar disso, a maioria apontou algum aspecto negativo. MORADIA CASA PRÓXIMOS À RESIDÊNCIA PRÓXIMOS ÀS ATIVIDADES LOCAIS

ISOLADOS PONTUAIS GERAL VIOLÊNCIA

FALTA DE SEGURANÇA RISCO DE ENCHENTE SERVIÇOS INSATISFAÇÕES COM LOCAL DE RESIDÊNCIA

FALTA DE COLETA E TRATAMENTO DE

ESGOTO FALTA DE

SERVIÇOS PADARIA MERCADO FARMÁCIA

HOSPITAL LOJAS PRAÇAS ATI BANCOS MUNICÍPIOS PRÓXIMOS CONTINENTE ILHA APARTAMENTO RESIDÊNCIA FLORIANÓPOLIS

Quadro 03 - Situação atual de moradia e serviços Fonte: Elaborado pela autora através das entrevistas

Alguns dos entrevistados, em decorrência de necessidade própria ou da necessidade de algum familiar já realizaram adaptações na casa. Consistem em adaptações relativamente simples como colocação de corrimãos, barras no banheiro, retirada de tapetes, alteração de piso e instalação de rampas de acesso ao invés de degraus.

Essas adaptações foram necessárias pois essas casas, como a maioria que encontramos pelo menos no Brasil, não são concebidas através dos princípios do Desenho Universal, que seria o mais adequado, e não levam em consideração pequenos elementos que proporcionam praticidade e conforto no dia a dia de qualquer pessoa, como rampas de acesso e dimensões mínimas.

Outros aspectos pontuais e variáveis foram indicados como problemas nas casas, como a falta de espaço, falta de circulação de ar adequada e umidade. Alguns dos entrevistados, de acordo com as experiências própria fizeram indicações, como à construção de casas térreas para Idosos, o mobiliário que deve estar à uma altura de fácil alcance aos Idosos e até contra indicações, como o uso de cadeiras giratórias e cama box para Idosos.

ADAPTAÇÕES REALIZADAS

PROBLEMAS

APONTADOS INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES CORRIMÃOS FATA DE ESPAÇO

BARRAS NO BANHEIRO RETIRADA DE TAPETES ALTERAÇÃO DO PISO RAMPAS FALTA DE CIRCULAÇÃO DE AR UMIDADE CONSTRUÇÃO DE CASAS TÉRREAS MOBILIÁRIO DE ALTURA ADEQUADA CADEIRA GIRATÓRIA CAMA BOX

Quadro 04 - Situação atual de moradia e serviços II Fonte: Elaborado pela autora através das entrevistas

Os locais e as condições de moradias nas quais se encontram os entrevistados são bastante variados, porém, devido ao fato de frequentarem locais em comum, acabam tendo acesso a muitos serviços de forma semelhante. Já em relação às características das casas e os serviços que são

essenciais de se ter perto do local de moradia, encontram-se em situação de desigualdade, depende do local onde moram, independente das necessidades.

O lugar onde gostariam de viver

A maioria dos entrevistados, apesar de apontarem uma série de aspectos negativos em relação à suas casa e aos serviços oferecido próximo à elas, alegaram estarem satisfeitos com a casa e com o local onde moram. Muito disso pode ter relação com a falta de perspectivas, a valorização do que conquistaram e/ou a culpa que sentem por reclamarem ou pedirem algo.

Em comum foi apontado um aspecto sutil de desejo de viver mais próximo à natureza. Ainda assim, ressaltaram a importância dos serviços das áreas urbanas. É perceptível então o desejo por parte dos entrevistados de conciliar esses dois aspectos.

Além disso, alguns entrevistados apontaram fatores desejáveis, como conforto, maior privacidade, maior segurança, maior relação com os vizinhos, com o entorno e com a sociedade de modo geral e facilidade no acesso à cultura.

Apesar de a maioria se dizer satisfeito com o local onde mora, algumas respostas tímidas e pontuais ensaiaram a configuração de um local onde gostariam de viver.

PROXIMIDADE COM A NATUREZA SERVIÇOS DA ÁREA URBANA

MAIOR RELAÇÃO COM A SOCIEDADE FACILIDADE NO ACESSO À CULTURA O LUGAR ONDE GOSTARIAM DE VIVER

CONFORTO MAIOR PRIVACIDADE

MAIOR SEGURANÇA MAIOR RELAÇÃO COM OS VIZINHOS

MAIOR RELAÇÃO COM O ENTORNO

Quadro 05 - O lugar onde gostariam de viver Fonte: Elaborado pela autora através das entrevistas

Atividades

Esse tema obteve respostas muito variadas, ponto positivo para o projeto uma vez que pretende buscar essa variedade.

Entre as atividades de lazer foram apontados encontros, passeios, lanches, idas ao parque, cinema, teatro, coral, shows e outras atividades relacionadas à música, jogos, viagens, e bailes. A maioria dos entrevistados disse preferir realizar as atividades em grupo. É perceptível que a maioria dessas atividades dependem de equipamentos públicos ou de uso público e compõem a interação social entre os usuários e a sociedade de modo geral.

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As atividades físicas apresentaram menor variedade. Foram apontadas ginástica, academia, hidroginástica e caminhadas.

Alguns dos entrevistados alegaram também fazer cursos como de bordado, pintura e outros cursos oferecidos pelo NETI.

A maioria dos entrevistados demonstraram estar bem ocupados ao longo do dia, ainda assim alguns deles relataram que gostariam de realizar outras atividades como cursos de música, cursos de informática, cursos de trabalhos manuais e trabalhos voluntários (outros quando já o fazem).

O meio de locomoção que utilizam para chegar ao local das atividades depende de onde ficam esses locais e onde moram. Quando as atividades são próximas ao local de residência em geral vão caminhando, quando ficam longe, a maioria utiliza ônibus e alguns utilizam carro.

A variedade obtida nesse tema não é resultado apenas da diversidade de atividades que os entrevistados fazem como um todo, mas também da diversidade de atividades das quais cada um deles participa.

TIPOS DE

ATIVIDADES ATIVIDADES QUE REALIZAM

ATIVIDADES QUE GOSTARIAM DE REALIZAR MEIO DE LOCOMOÇÃO ENCONTROS PASSEIOS LANCHES IDAS AO PARQUE CINEMA TEATRO CORAL SHOWS MÚSICA JOGOS VIAGENS BAILES GINÁSTICA ACADEMIA HIDROGINÁSTICA CAMINHADAS CURSO DE INFORMÁTICA TRABALHO MANUAIS TRABALHO VOLUNTÁRIO ÔNIBUS CARRO EM GRUPO INDIVIDUAIS Quadro 06 - Atividades

Fonte: Elaborado pela autora através das entrevistas

Relacionamentos

A maioria dos entrevistados relatou ter um bom relacionamento com a família, considerando principalmente filhos, noras e genros, netos e bisnetos e também com os amigos.

As atividades físicas e de lazer que praticam, já que na maioria dos casos são realizadas em grupo, representam as atividades que realizam principalmente com os amigos.

As atividades sociais que praticam, além das já citadas anteriormente, são basicamente atividades de convívio, como passeios, encontros, lanches e almoços e são realizadas tanto em locais mais públicos, como restaurantes, cafés e parques, quanto em locais mais íntimos, como as casas das pessoas.

LOCAIS DAS ATIVIDADES

FAMÍLIA FAMÍLIA AMIGOS RESTAURANTES

FILHOS CAFÉS

NORAS/GENROS PARQUES

NETOS CASA DA PESSOA

BISNETOS CASA DOS AMIGOS

ATIVIDADES FÍSICAS ATIVIDADES DE LAZER

LOCAIS DAS ATIVIDADES QUE PARTICIPAM RELACIONAMENTOS AMIGOS ATIVIDADES PASSEIOS ENCONTROS LANCHES ALMOÇOS Quadro 07 - Relacionamentos

Fonte: Elaborado pela autora através das entrevistas

Análise geral das entrevistas

Os dados obtidos através das entrevistas possibilitaram a compreensão de diversos aspectos. Os entrevistados apresentaram muitos pontos em comum, mas também muita variedade de perfis. Demonstraram ser bastante ativos e ocupados, mesmo quando aposentados, se envolvem com trabalhos voluntários, com atividades física, culturais e de lazer e também com responsabilidades dentro de casa.

Demonstraram também ter, de modo geral, um bom relacionamento com a família e com os amigos, realizando atividades que proporcionem o convívio entre eles.

Em relação ao local onde moram, apresentam bastante variedade e portanto a disponibilidade de serviços varia, sendo, porém, sua falta suprida através da disponibilidade de serviços próximos aos locais das atividades.

Em relação as residências, apesar de todos alegarem estar satisfeitos, relataram algumas alterações que foram necessárias e ainda alguns aspectos que gostariam de mudar.

De modo geral, o aspecto que mais se evidenciou através das entrevistas foi a participação que os Idosos demonstram ter tanto na casa e na família quanto na sociedade. Essa participação chama atenção para a questão da acessibilidade e da necessidade da sociedade capacitar-se para os Idosos.

(21)

21 Capítulo IV - Programa

4.1 - Definição de Área de Implantação

Para a definição da área de implantação o principal aspecto considerado foi a densidade de Idosos em Florianópolis. Para tanto, foram consultados os mapas interativos do IBGE, formulados de acordo com os interesses desse trabalho e outros mapas e tabelas com dados afins com o objetivo de delimitar de forma um pouco mais precisa a área.

Mapa 01 - População de Idosos em Florianópolis Fonte: IBGE

Mapa 02 - População de Idosos na região central e continental de Florianópolis Fonte: IBGE

A partir dos mapas é perceptível que a maior concentração de idosos ocorre na região central de Florianópolis, considerando as partes continental e insular, já nas demais áreas essa população encontra-se mais distribuída.

Quadro 08 - Elaborada pela autora através dos dados da PMF

Fonte: http://www.pmf.sc.gov.br/sistemas/saude/unidades_saude/populacao/uls_2012_index.php Nessa tabela a população de Florianópolis encontra-se dividida por distrito, sexo e idade superior à 60 anos.

É evidente a concentração da população de idosos no Distrito Centro, composto pelos bairros: Agronômica; Centro; Monte Serrat; Prainha e Trindade e no Distrito Continente, composto pelos bairros: Abraão; Balneário; Capoeiras; Coloninha; Estreito; Jardim Atlântico; Monte Cristo; Morro da

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