EFEITO DO DEFICIT DE AGUA NO PERfoDO REPRODUT
I
VO
SOBRE A PRODUÇÃO DO FEIJÃ0
1
ARNÓBIO ANSELMO DE MAGALHÃES2
e AGUSTfN
A. MILLAR3
RESUMO.-
Usando um delineamento de blocos casualizados com 9
tratamentos
e
3
repetições,
estu-dou-se a
tolerância, àseca,
do feijão,
cultivar "'PA-74-19".
Os
tratamentos
consistiram
em diferentes
números de dias de déficit de água,
de
8a 29 dias,
usando-se uma faixa fenolbgica em torno
do
perfo-do mais crftico, a partir perfo-do
inícioda floração.
O
conteúdo de água no
solo
foi
mantido num nfvel
óti-mo antes e
apôso perfodo de seca.
Por ocasião da colheita fizeram-se determinações de
produção
de
grãos,
número de vagens por planta, e número de grãos por vagem.
Para a produção de grãos por
va-gem, verificaram-se diferenças significativas ao nfvel de 1
%de probabilidade entre os tratamentos;
en-tretanto,
para produção de vagens por planta, houve diferença significativa entre os
tratamentos
ao
nfvel de 5
%.Ap6s 14, 17 e 20 dias sem irrigação, as reduções nos rendimentos foram de
20,
38e
52
%,respectivamente, permanecendo quase constantes até o final de 29 dias de seca.
Te
rm
os
p
a
r
a
i
ndex
a
ção:
déficit
hldrico,irrigação fenol6gica,
tolerância
àseca, perfodo crftico.
INTRODUÇÃO
Existem
numerosas
revisões
de
literaturas
publicadas,
envolvendo
os
temas
"déficit
de
água
em
plantas"
(HSIAO&
ACEVEDO
1974,
SLAVIK
1965,
VAADIA
et aI
.
1961),
"deficiência
hídric'a
relacionada
a processos
fisiológicos
ou ao
crescimento
das
plantas"
(CRAFTS
1967,
HENCKEL
1964,
LAUDE
1974,
STOKER
1960),
e "resistência
à
seca"
(HENCKEL
1964,ILJIM
1957,
LEVITT
1951).
Por
outro
lado,
existem
informações
sobre
o efeito
do déficit
de água em
diferentes
períodos
do ciclo fenológico
da maioria
das
culturas
(DOORENBOS
&
PRUITT
1975,
MILLAR
1976,
SAL TER
& GOODE
1967)
e
sobre
a
metodologia
para
melhor
uso
destas
informações
no
manejo
da
irrigação
(M I L LA R
Aceito para
publicação em 7 de Junho de
1978
Contribuição conjunta do Centro de Pesquisa
Agrope-cuária
do Trópico Sem i-Árido (CPATSA), EMBRAPA,
Companhia de Desenvolvimento do Vale do São
Fran-cisco (CODEVASF) e Projeto FAO-BRA/74/008
Pe-trolina,
PE.
Brasil
.
'
Parte da Tese para obtenção do grau de
Mestre em
Irri-gação,
apresentada pelo primeiro autor na
Universida-de FeUniversida-deral da
Pararba,Campina
Grande,
PB.
2
Eng? Agr?,
M.S.,
Pesquisador
do
CPATSA/EMBRAPA
Caixa Postal 23,
56.300,
Petrolina,
PE.
'
3Eng? Agr~,
Ph.D.,
FAO,
Projeto PNUD/BRA 74/008.
CPATSA/EMBRAPA,
Petrolina,
PE.
Brasil
.
1976).
Contudo,
não existem
dados
sobre o efeito
da deficiência
hídrica
imposta
em
forma
contí-nua
no
período
fenol6gico
da
cultura
de maior
resposta
à falta
de água. Este tipo
de informação
é básico
para se definir
o grau de tolerância
à
seca
e as possibilidades
de se produzir
em condições
de sequeiro,
visto
que
a maioria
das terras
agri-cultáveis
do
mundo
encontram-se
nas regiões
se-mi-áridas,
onde a deficiência
de recursos
hídricos
é
o principal
fator
limitante
para o aumento
de
pro-dução
agrícola
(HURD
1974).
No Nordeste
brasileiro,
encontra-se
o chamado
"polígono
das secas"
, onde
as chuvas
são
concen-tradas
num
único
período,
de
3
a
5
meses,
varian-do as médias
de
uma área
para outra
(200
-
400
mm
anuais),
com
distribuição
irregular.
O coeficiente
de distribuição,
nas áreas
mais secas, é superior
a
50%
(SUDENE
1972).
A evaporação
média
anual
ultrapassa
os 2.000
mm.
Nesta
região,
o feijão
é
uma das culturas
principais
e cuja
produção
repre-senta
32,2%
da produção
nacionaL
O fator
hídri-co, principalmente
a
baixa
pluviometria
e a má
distribuição
das chuvas
é o fator mais limitante
na
produção
regional
do
feijão.
Existe
uma
grande
necessidade
de se tornar
a produção
do feijão
me-nos dependente
dos fatores
climáticos.
Para se
lo-grar
isto,
é preciso
obter-se
a máxima
eficiência
no uso dos recursos
hídricos
e a
introdução
de
va-riedades
mais
adaptadas
e tolerantes
à
seca.
Do
ponto
de vista da
planta,
o conhecimento
do ciclo
fenológico
e os períodos
de maior
resposta
ao
dé-Pesq.
agropec.
bras., Brasília, 13 (N? 2): 55
-
60, 1978
DEFICIT
(N2
DE DIAS)
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DO DÉFICIT
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~
i=:5
70 w a::I='
60 z w~
~ 50 w a:: 40LO---L--~10---ILS---2LO--~25--~30 DEFICIT (N" DE DIAS)Fig. 2.
R
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2 e 4).
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e 29
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dias de
mat
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de grãos
Núm
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2
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EFEITO DO DÉFICIT DE ÁGUA
As características do experimento para discrimi na-ção de tolerância
à
seca são apresentadas por M I L -LAR (1977). No CIMMYT e no Brasil se tem u sa-do a introdução de regimes de irrigação (níveis alto,médio e baixo) para selecionar variedades resisten -tes
à
seca (F ISHE R 1975). Esteé
um procedimen -to válido, só que não discrimina o efeito isolado dos estágios fenológicos da planta. Várias outras características da planta deverão ser levadas em consideração conforme indicação de HU R D(1974).CONCLUSOES
1
.
Para a produção de grãos, verificou-se dife-rença signficativa ao nível de1
% de probabilidade entre os tratamentos de seca.2. Para as produções de vagens por planta e grãos por vagem, verificou-se diferença significativa entre os tratamentos ao nível de
5
% e 1% de pro-babilidade, respectivamente.
3
.
Houve um decréscimo de20%
nos rendimen-tos quando a cultura esteve14
dias sem irrigação durante a floração. Depois de 17 a20
dias sem irri -gação, as reduções nos rendimentos foram de3
0
a 52 %,respectivamente, permanecendo quase cons-tante até o final de2
9
dias de déficit.4
.
Verificou-se que é possível usar o período de maior resposta ao déficit de água para gerar arel a-ção entre rendimento relativo e potencial matricial do solo, a qual é de importância para a definição do nível operacional de manejo de irrigação.REFERÊNCIAS
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ABSTRACT.· EFFECT OF DIFFERENT WATER STRESS DAVS DURING REPRODUCTlON PHASE ON THE VIELD OF BEANS
This work was conducted to study the drought tolerance of beans
(Phaseo
l
us vulgaris L
.
,
cultivarIPA·74-19) when submitted to different water stress days during the reproduction phase. At the
Bebedouro Experimental Station, EMBRAPA, Petrolina-PE, Brazil, an experiment was set up using
randomized complete block with 9 treatments and 3 replicates. Thetreatments consisted of different
water stress days starting at the beginning of flowering. In ali the treatments, the irrigation was
maintained at optimum levei before and after the water stress período At harvest, grain yield, number
of pods per plant, and number of grains per pod were obtained. For grain yield, significative difference
was found between treatments at 0.01 levei. For pods per plant, and grain per pods data, significative
differences were found between treatments at 0.05 and 0.01 levels, respectívely. Vield reduction of
20% was observed when the crop was kept 14 days without irrigation. After 17 and 20 days without
irrigation yield reductions of 38 and 52 %, respectively, were observed. After 20 days yield reduction
remained constant until 29 days of water stress. Usíng the period of greatest response to water stress,
it is possible to obtain the relationship between relative yield and soil matric potential, whích is
important to define the operational levei for irrigation management.