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LOBOTOMIA PRÉ-FRONTAL. RESULTA DOS CLÍNICOS EM HOSPITAL PRIVADO PAULINO W. LONGO * A. MATTOS PIMENTA ** JOY ARRUDA ***

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L O B O T O M I A P R É F R O N T A L . R E S U L T A -D O S C L Í N I C O S E M H O S P I T A L P R I V A -D O

P A U L I N O W . L O N G O * A . M A T T O S P I M E N T A **

J O Y A R R U D A ***

O tratamento cirúrgico de algumas formas de doenças mentais, pela lobotomia, constitui método terapêutico d e eficiência comprovada. T o d a s as glórias d o sucesso desta terapêutica cabem a E g a s Moniz, cuja bri-lhante inteligência tem sido dedicada aos estudos da fisiopatologia dos lobos frontais, desde a realização do Congresso Internacional de N e u r o -logia em L o n d r e s , em 1935, até este novo Congresso em que obtém êle os mais brilhantes louros de sua vitória científica.

A lobotomia teve seu marco inicial em 12 d e novembro de 1935, quando E g a s Moniz, em colaboração com o cirurgião Almeida Lima, e o psiquiatra Cid Sobral, empreendeu o tratamento d e pacientes psicóticos, pela secção das fibras de ligação do lobo frontal ao tálamo. O resultado

favorável foi divulgado imediatamente em varias comunicações resumidas 1

e, em j u n h o de 1936, e r a publicada uma monografia descrevendo os

resultados em 20 casos 2. Estes trabalhos de E g a s Moniz a t r a í r a m a

atenção da maioria dos psiquiatras e neurocirurgiões de todos os países. N o Brasil, a primeira operação foi feita em agosto de 1936, no Hospital

de Juqueri, por u m de n ó s3 que, nessa época, operou 4 pacientes: 3

eram portadores de depressão ansiosa e u m de esquizofrenia crônica. H o u v e duas melhoras temporárias e u m a remissão completa que posterior-mente recidivou. E s t a s tentativas n ã o foram continuadas em vista da ausência daquele neurocirurgião que permaneceu em estudos e m países estrangeiros até 1942, quando j á outros neurocirurgiões principiavam a aplicar o método em nosso meio.

T r a b a l h o do S e r v i ç o d e N e u r o - P s i q u i a t r i a do I n s t i t u t o P a u l i s t a ( D i r e t o r - c l í n i c o : P r o f . P a u l i n o W . L o n g o ) , a p r e s e n t a d o ao C o n g r e s s o I n t e r n a c i o n a l d e N e u r o - c i r u r g i a , r e a l i z a d o e m L i s b o a e m s e t e m b r o d e 1948. * D i r e t o r c l í n i c o do S e r v i ç o d e P s i q u i a t r i a do I n s t i t u t o P a u l i s t a . C a t e d r á t i c o d e N e u r o -logia n a E s c o l a P a u l i s t a d e M e d i c i n a . ** N e u r o c i r u r g i ã o d o H o s p i t a l de J u q u e r i . * * * P s i q u i a t r a do S e r v i ç o d e N e u r o - P s i q u i a t r i a do I n s t i t u t o P a u l i s t a e d a Secção de H i g i e n e M e n t a l E s c o l a r . ==1. M o n i z , E g a s — L e s possibilités d e la c h i r u r g i e d a n s le t r a i t e m e n t d e c e r t a i n e s p s y c h o s e s . L i s b o a m e d . , 13:141 ( m a r ç o ) 1936. M o n i z , E g a s — L e s p r e m i e r e s t e n t a t i v e s o p e r a t o i r e s d a n s le t r a i t e m e n t d e c e r t a i n e s p s y c h o s e s . L ' E n c e p h a l e , 31 ( j u n h o ) 1936. M o n i z , E g a s e A l m e i d a L i m a — S y m p t o m e s d u lobe p r e f r o n t a l . R . N e u r o l , 65:582, 193 6. ==2. M o n i z , E g a s — T e n t a t i v e s o p e r a t o i r e s d a n s le t r a i t e m e n t d e c e r t a i n e s p s y c h o s e s . M a s s o n et Cie. E d . , P a r i s , 1936. ==3. M a t t o s P i m e n t a , A . — L e u c o t o m i a c e r e b r a l . A r q u i v o s A s s i s t . P s i c o p . de S. P a u l o , 1:259, 1936.

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F r e e m a n e W a t t s4, nos Estados Unidos, foram dos primeiros a por em prática o método de Moniz, executando a primeira operação em setembro de 1936. E m vista d o resultado favorável, o método foi seguido por outros e expandiu-se progressivamente aos diversos centros médicos americanos, ingleses e latino-americanos, sendo menor a contri-buição dos centros europeus.

Recente revisão do desenvolvimento da psicocirurgia foi feita por

F r e e m a n e W a t t s 5 desde a primeira operação praticada em 1935 por

E g a s Moniz. Consideram estes autores que com a interferência da g u e r r a no desenvolvimento deste processo na E u r o p a , os Estados U n i d o s tomaram dianteira na sua aplicação. P o r t u g a l e Italia, originariamente lideres do processo, ficaram para trás, parecendo que, atualmente, o maior entu-siasmo está prevalecendo na Inglaterra, pois o " P r o c e e d i n g s of the Royal Society of Medicine" revelava estatísticas de mais de 800 casos. N o s Estados Unidos, cerca de 2 . 0 0 0 operações j á foram procedidas. Rela-tórios esparsos têm sido publicados, provenientes da America Latina, Suiça, Checoslovaquia, índia, N o v a Zelândia e H a w a i i .

A psicocirurgia, portanto, tem sido aplicada amplamente como mé-todo de tratamento das desordens mentais e seu progresso evidencia-se pela enorme literatura já existente e pelo n ú m e r o crescente de casos registrados. Atualmente, e m lugar d e apresentação de casos individuais ou de pequenas séries, são apresentados em grupos de centenas ou mais. O tempo de observação dos resultados nos casos operados, j á é suficientemente longo para que aqueles que acompanham o método desde o seu aparecimento possam avaliar convenientemente o que tem sido feito de modo favorável. O s resumos dos relatórios das várias clínicas de todo o m u n d o revelam grande semelhança nos resultados terapêuticos e,

no dizer de Freeman e W a t t s 5, grosseiramente, u m terço dos doentes

são curados, u m terço melhora e um terço n ã o se influencia.

A maioria dos problemas referentes ao processo têm sido debatidos, havendo notáveis trabalhos sobre cada u m deles. E s t ã o assim, senão resolvidas, pelo menos estudadas e encaminhadas várias pesquisas com o fim de melhorar a sua aplicabilidade. Verificamos, no estado atual, grandes progressos e grandes perspectivas futuras. Assim, em relação à s suas indicações, muito se tem escrito e existem tendências p a r a a ampliação de seu uso fora das doenças mentais- E m relação a estas

é F r a n k 6 quem, de maneira simples, resume suas indicações,

conside-rando como favoráveis os casos de início súbito conseqüente a alguma ==4. F r e e m a n , W . e W a t t s , J . W . — P r e f r o n t a l lobotomy i n a g i t a t e d d e p r e s s i o n c a s e . A n n . M e d . D i s t r i c t of C o l o m b i a . 5:326 ( n o v e m b r o ) 1936. C i t a d o p o r H a l s t e a d 16. ==5. F r e e m a n , W . e W a t t s , J . W . — P s y c h o s u r g e r y d u r i n g 1936 — 1946. A r c h . N e u r o l , a. P s y c h i a t . , 58:425 ( o u t u b r o ) 1947. ==6. F r a n k , J . Clinical s u r v e y a n d r e s u l t s of 200 c a s e s of p r e f r o n t a l l e u c o t o m y . J . M e n t . S c . 92:497, 1946.

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causa física ou psicológica e que apresentam plasticidade na produção de sintomas tal como produtividade delirante, certo g r a u de tendência cíclica, uma ilhota de personalidade íntegra preservada no desastre psi-cótico. Serão desfavoráveis aqueles em que ha incapacidade de formar conceitos de n a t u r e z a abstrata, associada com desordens d e linguagem tipicamente esquizofrênica. O s casos com início insidioso, com tendên-cia autística na história pessoal, pré-psicótica e ausêntendên-cia de períodos tem-pestuosos d e agitação psicomotora são de significado agravante. N o s hebefrênicos com embotamento afetivo e nas formas simples com evi-dente embotamento emocional, a leucotomia é, em geral, contra-indicada.

F r e e m a n e W a t t s 5 observam que os melhores resultados têm sido

notados em estados de tensão obsessiva e em síndromes de ansiedade

crônica. E s t a opinião é corroborada pela maioria dos autores. Myerson 7

mostra-se céptico quanto ao seu valor era qualquer forma de esquizofrenia, mas indicadissima e de resultados muito favoráveis na ansiedade crônica e estados compulsivo-obsessivos. A maioria dos autores concordam em que os resultados obtidos nas neuroses obsessivas e estados depressivos ansiosos são, e m geral, superiores àqueles obtidos n a esquizofrenia.

A lobotomia tem sido experimentada no tratamento de outros casos 8

-E m casos de dores incuráveis, Poppen recomenda utilizar inicialmente, processos operatorios simples e, posteriormente drásticos, justificando, assim, o emprego da lobotomia em casos de dores crônicas insuportáveis.

H o r r a x 9, entre outros, tem recomendado a lobotomia para o tratamento

da a^ucinose dos amputados. E l a tem sido aconselhada, também, para o

tratamento de desordens de conduta pós-encefáliticas, por T h o r p e1 0,

a b r i n d o novo campo de ação para a criminologia. S a r g a n t1 1 registra

um caso de neurose crônica de guerra, tratado com sucesso pela

lobo-tomia. F r e e m a n e W a t t s1 2 procuram aplicá-la na esquizofrenia em

crianças, dada a gravidade da doença nessa i d a d e ; em u m primeiro relato baseado em 10 casos, apesar d e pouco satisfatórios os resultados, os autores mostram-se entusiastas. N o Brasil, uma série de crianças

esqui-zofrênicas, internadas no Hospital de Juqueri, j á foi submetida a esse ==7. M y e r s o n , A . e M p e r s o n , P . G. — P r e f r o n t a l l e u c o t o m p or l o b o t o m p . D i g e s t of N e u r o l o g y a n d P s y c h i a t . I n s t i t . of L i v i n g , a b r i l 1947, p a g . 2 0 0 . ==8. F r e e m a n , W . e W a t t s , J . W . — P a i n of o r g a n i c d i s e a s e r e l i e v e d b y p r e f r o n t a l lobotomy. L a n c e t , 1 : 9 3 5 , 1946. F r e e m a n , W . e W a t t s , J . W . — P s y c h o s u r g e r y . I n P r o g r e s s i n N e u r o l o g y a n d P s y -c h i a t r y . G r u n e & S t r a t t o n , 1946, p a g . 6 4 9 . ==9. H o r r a x , G. —. E x p e r i e n c e s w i t h c o r t i c a l e x c i s i o n s for t h e relief of i n t r a t a b l e p a i n i n t h e e x t r e m i t i e s . S u r g e r y , 2 0 : 5 9 3 , 1946. = = 1 0 . T h o r p e , F . T . — P r e f r o n t a l l e u c o t o m y i n t r e a t m e n t of p o s t - e n c e p h a l i t i c c o n d u c t d i s o r d e r . B r i t . M . J . , 1:312, 1946. = = 1 1 . S a r g a n t , W . e S t e w a r t , C. M . — C h r o n i c b a t t l e n e u r o s i s t r e a t e d w i t h l e u c o t o m y . B r i t . M . J . , 4 : 8 6 6 - 8 6 9 , 1947. R e s u m o e m D i g e s t of N e u r o l , a. P s y c h i a t . , I n s t i t u t e of L i v i n g ( J a n e i r o ) 1938. = = 1 2 . F r e e m a n , W . e W a t t s , J . W . — S c h i z o p h r e n i a i n C h i l d h o o d . I t s m o d i f i c a t i o n s b y p r e f r o n t a l l o b o t o m y . D i g e s t of N e u r o l , a. P s y c h i a t . I n s t , of L i v i n g ( a b r i l ) 1 9 4 7 .

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tratamento, sendo os resultados considerados bons. A s contra-indicações dizem respeito, em geral, ao grave estado de deterioração mental do paciente, o que certamente prejudica totalmente o resultado da operação. E m vista de observações interessantes sobre a influência d a lobotomia sobre a hipertensão arterial e sobre o sistema nervoso autônomo ( G r e e n

-blatt e colaboradores 1 3) fala-se em sua indicação no t r a t a m e n t o da

hiper-tensão e certas desordens psicossomáticas.

P o r outro lado, muitos têm sido os trabalhos que procuram

de-monstrar os possiveis prejuízos intelectuais nos lobotomizados. Robinson 1 4

procura demonstrar que tais pacientes pagam alto preço pelas suas me-lhoras, consistente na diminuição do fator de deliberação ou atenção

prolongada. O u t r o s autores, entretanto, como Kisker 1 5, Halstead e

cola-boradores 1 6, e outros, baseados e m estudos psicológicos, antes e depois

da operação, mostram que muitas das alterações da personalidade verifi-cadas após a operação dependem d o tipo de personalidade pré-psicótica do indivíduo, n ã o sendo diretamente imputaveis à operação. N ã o ha, entretanto, ainda estudos convincentes sobre possiveis prejuízos causados pela lobotomia. O certo é que certos sinais de deficiência do lobo frontal têm sido descritos (diminuição da inibição, dificuldade de

sín-tese e de iniciativa, preguiça, etc.) que, como Nichols e H u n t1 7

salien-tam, compensam a sintomatologia psicótica anterior.

O s problemas de técnica operatória têm sido muito deb?tidos prefe-rindo u n s a preconizada por E g a s Moniz, outros a de F r e e m a n e W a t t s e outros a de L y e r l y ; entretanto, os resultados globais obtidos com todas elas aproximam-se muito.

Como todo processo novo de tratamento psiquiátrico a lobotomia foi recebida com cepticismo. Ainda hoje, h á autores que a combatem, mesmo sem possuírem experiência alguma do método- E isto não cons-titui privilégio de determinados países. Lembramos, por exemplo, a parcialidade dos profissionais fortemente estruturados nos conceitos psica-nalíticos, a ponto de não admitirem n a d a mais além da sua teoria. É o que Brill deixa entrever ao discutir um dos trabalhos d e F r e e m a n e W a t t s , dizendo não poder compreender as vantagens da lobotomia pré-frontal e, muito menos-, as conclusões de alguns autores. P a r a êle não ha razão alguma para o interesse em relação a esses trabalhos = = 1 3 . G r e e n b l a t t , A r n o t , P o p p e n e C h a p m a n — R e p o r t on l o b o t o m y s t u d i e s a t t h e B o s t o n P s y c h o p a t h i c H o s p i t a l . A m . J . P s y c h i a t , 104:361-3 6 8 , 1 9 4 1 . = = 1 4 . R o b i n s o n , M . F . — W h a t p r i c e J o b o t o m y ? J . A b n o r m a l & Social P s y c h o l . , 41:421-436, o u t u b r o , 1946. R e s u m o i n D i g e s t of N e u r o l , a. P s y c h i a t . I n s t , of L i v i n g ( j a n e i r o ) 1947, p a g . 5 3 . = = 1 5 . K i s k e r , G. W . — R e m a r k s o n t h e p r o b l e m of p s y c h o s u r g e r y . A m . J . P s y c h i a t . , 100:2 ( s e t e m b r o ) 1 9 4 3 . = = 1 6 . H a l s t e a d , W . C , C a r m i c h a e l , H . T . e B u c y , P . C. — P r e f r o n t a l l o b o t o m y . A m . J . P s y c h i a t . , 103:2, 217-228 ( s e t e m b r o ) 1946. = = 1 7 . N i c h o l s e H u n t — i n Cobb, S. — B o r d e l a n d s of P s y c h i a t r y . H a r v a r d U n i v . P r e s s , 1 9 4 3 .

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que nada mais mostram do que interessante experimentação. Zilborg 1 8 refere-se a esta e outras terapêuticas psiquiátricas como uma expressão de sadismo dos médicos, não orientados analiticamente. Seguem estes autores, ortodoxamente, seu mestre que defendia sua teoria dizendo que a razão da não aceitação da psicanálise dependia do temor d e cada u m

para com a mesma. W i n n i c o t t1 9 clama contra a operação e contra os

tratamentos de choque usados pelos psiquiatras sem qualquer explicação sobre a ação terapêutica, constituindo verdadeiros " t i r o s n o e s c u r o " ; se-gundo este autor, "diante do progresso da terapêutica física das desor-dens mentais é preciso que se recorra rapidamente a um novo tipo de habeas corpus, como garantia contra a interferência sociologicamente peri-gosa da cirurgia no cérebro — um habeas cerebrum".

V á r i o s trabalhos m o s t r a r a m a inoportunidade desses ataques,

citan-do-se entre eles os de Kisler 1 5 e de Halstead 1 6, e as centenas d e

con-clusões favoráveis à sua aplicação e m todos os países. T ê m , pois, toda

a razão F r e e m a n e W a t t s 2 0, em afirmar que a psicocirurgia já venceu a

etapa d e resistência por parte dos conservadores pessimistas: " N e g a r que a psicocirurgia conseguiu um lugar na terapêutica das desordens mentais indica ou ignorância ou intolerância, ambas prejudiciais ao pro-g r e s s o " .

A lobotomia em nosso país tem sido bastante experimentada nos

últimos anos- Iniciada por Mattos P i m e n t a 5, tem sido feita por outros

neurocirurgiões que já tem apresentado seus resultados em colaboração

com psiquiatras. Barreto 2 1 publicou os seus resultados e m 100 casos,

obtendo 2 4 % de remissões e melhoras. E s t e mesmo autor 2 2 descreveu

um lobótomo idealizado pelo Serviço de Cirurgia do Hospital de Juqueri que simplifica muito a intervenção, servindo ao mesmo tempo de catéter,

lobótomo e para a injeção de lipiodol. Y a h n 2 3, em aula proferida em

curso de especialização psiquiátrica, relata sua casuística pessoal, cons-tante de 209 casos, dos quais 161 foram operados pelo processo de Moniz e 4 8 pelo método d e F r e e m a n e W a t t s . O s resultados clínicos globais não e x p r i m e m as grandes vantagens da terapêutica ( 1 4 % de re-missões e 6 % de melhoras apreciáveis) talvez, em virtude da qualidade do material humano dos hospitais psiquiátricos públicos, já m u i t o dete-riorado pela longa duração da moléstia; houve incidência letal de 1 % .

= = 1 8 . Z i l b o r g , G. — H i s t o r i a d e la P s i c o l o g i a M e d i c a . L,ibreria H a c h e t t e , e d i t . B u e n o s A i r e s , 1 9 4 1 . = = 1 9 . W i n n i c o t t , D . H . e o u t r o s — P h y s i c a l t h e r a p y i n m e n t a l d i s o r d e r s . C o r r e s p o n -d e n c i a -do B r i t . M e -d . J. ( -d e z e m b r o 1945 a m a i o -d e 1 9 4 6 ) . = = 2 0 . F r e e m a n , W . e W a t t s , J . W . — P s y c h o s u r g e r y . I n P r o g r e s s i n N e u r o l o g y a n d P s y c h i a t r y . G r u n e & S t r a t o n , 1946, p a g . 4 6 1 . = = 2 1 . B a r r e t o , A . C. — L e u c o t o m i a p r é - f r o n t a l d e E g a s M o n i z . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S . P a u l o ) , 2:248-254 ( s e t e m b r o ) 1944. = = 2 2 . B a r r e t o , A . C. — L o b o t o m i a p r é - f r o n t a l . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S . P a u l o ) , 3:420-427 ( d e z e m b r o ) 1 9 4 5 . = = 2 3 . Y a h n , M . — S o b r e a l e u c o t o m i a p r é - f r o n t a l d e E g a s M o n i z . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S . P a u l o ) , 4:213-238 ( s e t e m b r o ) 1946.

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C a v a l c a n t i2 4, numa pequena série de casos ( 1 3 ) , obteve benefícios em mais de metade ( 7 ) tendo 3 obtido alta clínica; 4 n ã o melhoraram, um

piorou e um faleceu em virtude da intervenção. Vianna 2 5 analisa ps

resul-tados obtidos em 16 casos, seguindo um critério sintomatológico, anotan-do 2 casos de morte operatória.

U m a visão d e conjunto dos resultados da lobotomia registrados na literatura mostra que os mesmos melhoram quanto mais nos distanciamos do início de sua aplicação; parece que isto se deve n ã o tanto aos aperfeiçoamentos técnicos, m a s à seleção dos casos. O s resultados obti-dos pelos autores brasileiros constituem um obti-dos mais b a i x o s ; julgamos poder explicar esse pouco sucesso, principalmente por ser o método apli-cado em casos crônicos e, e m geral, após o fracasso de outras

terapêu-ticas- A este respeito são muito instrutivos os comentários d e F r e e m a n 2 6,

a o discutir trabalho de Greenblatt e o u t r o s1 3. P a r a F r e e m a n os

resul-tados podiam ser melhorados atendendo a tres aspectos que considera de grande importância. O primeiro refere-se à escolha d o paciente na base da tensão emocional ainda evidente; F r e e m a n chama a atenção para a elevada percentagem de curas nas séries de pacientes operados em seu primeiro ano de hospitalização. O segundo aspecto diz respeito à família, devendo-se d a r preferência a pacientes cujas famílias ainda mos-t r a m inmos-teresse na reabilimos-tação pós-operamos-tória; a família sendo coopera-tiva, muito pode ser feito, mesmo nos casos mais crônicos de esquizo-frenia e depressão agitada. O terceiro aspecto refere-se à tática cirúr-gica; com os aperfeiçoamentos introduzidos considera F r e e m a n que, em cada operação, deve-se decidir onde e como fazer a s incisões: em casos crônicos e graves com deterioração, para obter bons resultados, as inci-sões devem ser feitas 6 a 10 mm. atrás do plano d a espinha esfenoidal.

O B S E R V A Ç Õ E S

O material humano dos hospitais psiquiátricos públicos muito deixa a desejar em relação aos dois primeiros aspectos de seleção aconse-lhados por F r e e m a n . Desejando contribuir para a casuística brasileira procuramos, no presente trabalho, tecer considerações em t o r n o de nossa pequena experiência em hospital particular, com pacientes cujas famílias cooperam e cujo estado de cronicidade da doença ainda não é muito avançado. A s observações abaixo d ã o uma visão de conjunto, resu-mida, da sintomatologia, diagnóstico, tempo de duração, resultados e evolução de nossos

casos-==24 C a v a l c a n t i , J . - L o b o t o m i a p r e - f r o n t a l . N e u r o b i o l o g i a ( R e c i f e ) , 4:220 ( d e z e m b r o ) , 1 9 4 6 = = 2 5 . V i a n n a , J . M . — L o b o t o m i a p r e - f r o n t a l . T e s e d e d o u t o r a m e n t o . F a c . M e d . d a B a h i a , 1946.

= = 2 6 . F r e e m a n , W . — D i s c u s s i o n of t h e r e p o r t on lobotomy s t u d i e s . A m . T. P s y c h i a t 104:6-367 ( d e z e m b r o ) 1947.

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C A S O 1 — Lídia L . H . , siria, 42 anos, branca, casada. Súmula clínica: E x c i t a ç ã o p s i c o m o t o r a permanente. D e s c o n e x ã o psíquica, indocilidade, atitudes de pavor, indiferença ou agressividade. R e b a i x a m e n t o global intelectual. N ã o i n f l u -enciada pelos tratamentos de choque. D o e n t e ha mais de 10 anos. Diagnostico: E s q u i z o f r e n i a crônica, estado demencial. Lobotomia: P r o c e d i d a em 15 de a g o s t o de 1945. Resultado imediato: E s t a d o mental n ã o influenciado. Retirada do hospital e m 2 de outubro de 1945. Resultado ulterior: P e r m a n e c e no lar, apresentando m e l h o r a s que tornam compatível sua vida na família, sem e x e r c e r a t i v i -dade pratica util. P o u c o melhorada, continuava e m casa, e m m a i o de 1948.

C A S O 2 — F r a n c i s c o S., brasileiro, 4 0 anos, solteiro, médico, Súmula clínica: D o e n t e ha 14 anos. S í n d r o m e delirante, alucinatória, persecutória e p o l i m o r f a ; d e s a g r e g a ç ã o ideativa, inafetividade, irritabilidade p s i c o m o t o r a ; risos, g e s t o s e atitudes e s t e r e o t i p a d a s ; incapaz de atividade coordenada e uti.l; surtos de a g i t a ç ã o , a g r e s s i v i d a d e e destrutibilidade. S u b m e t i d o a t o d o s os tratamenos de choque, sem resultado. Diagnostico: E s q u i z o f r e n i a paranoide, em e s t a d o crônico.

Lobotomia: P r i m e i r a o p e r a ç ã o e m d e z e m b r o de 1946.. s e g u i d a de c o n v u l s õ e s p r e d o

-minantes à direita e estado c o m a t o s o durando cerca de tres dias. Resultado

imediato: B o a s melhoras mentais e físicas, c o m d e s a p a r e c i m e n t o dos s i n t o m a s

psicóticos, durante 5 m e s e s . Resultado ulterior: Reincidência da s í n d r o m e a l u c i -natória de influência estranha. C o m p o r t a m e n t o c a l m o . F a l t a de consciência do estado mórbido. V i d a pragmática fácil e rudimentar s e m seqüelas n e u r o l ó g i c a s . P o u c o melhorado. Continua n o hospital e m m a i o de 1948.

C A S O 3 — O l g a D . , branca, russa, casada, 40 anos. Súmula clínica: C o n s -tantes atos o b s e s s i v o s ( l a v a r quase permanentemente as m ã o s , braços e boca, em a g u a fervente, a l i m e n t a r - s e de chás e sopas ferventes, m a n t e r - s e em banhos de a s s e n t o ) . Diagnostico: N e u r o s e o b s e s s i v a crônica, datando de, a p r o x i m a d a m e n t e , 10 anos. Lobotomia: P r o c e d i d a e m 2 7 - 8 - 4 6 , tendo apresentado no dia seguinte, crises c o n v u l s i v a s frustras que cederam c o m Gardenal injetável. Resultado

ime-diato : D e s a p a r e c i m e n t o dos atos o b s e s s i v o s , acalmia e conduta aparentemente

normal. S a i u d o hospital considerada curada e m 28-11-46. Resultado ulterior: Cerca de u m a n o depois da o p e r a ç ã o a paciente v o l t o u a apresentar n o v o s s i n t o m a s o b s e s s i v o - c o m p u l s i v o s e i d é i a s d e l i r a n t e s , p e r s e c u t o r i a s c o m a t i t u d e s a g r e s s i v a s aos familiares, sendo reinternada em hospital psiquiátrico estadual.

S e m resultado. Continuava n o hospital e m m a i o de 1948.

C A S O 4 — D o r a h V . B., brasileira, branca, solteira, 2 9 anos. Súmula clínica: D o e n t e ha 5 anos. A g i t a ç ã o p s i c o m o t o r a descoordenada e permanente. D e s a g r e -g a ç ã o psíquica. Inafetividade, d e s i n t e r e s s e , despudor, a-gressividade, atividade descoordenada e inútil. E s t e r e o t i p i a de pensamentos, alucinações. Diagnóstico: E s -quizofrenia paranoide e m e s t a d o crônico. Lobotomia. P r e c e d i d a e m dezembro de 1946. Resultado imediato: S e m influência tendo apresentado acalmia transitória.

Resultado ulterior: Continua inalterável o seu estado mental. Internada, no S a n a

-t ó r i o Pinei s e m a-tividade prá-tica. S e m resul-tado, con-tinuava no hospi-tal e m m a i o de 1948.

C A S O 5 — E v a T . , inglesa, casada, 42 anos. Súmula clinica: D o e n t e desde 1942. S í n d r o m e alucinatória de influência, delírios polimorfos, d e s c o n e x ã o i d e a tiva, inafetividade, indiferença e carência de atividade prática. Diagnóstico: E s q u i z o f r e n i a f o r m a paranoide, rebelde aos tratamentos de choque. Lobotomia: R e a l i -zada e m abril de 1947. Resultado imediato: R e m i s s ã o acentuada dos s i n t o m a s . A l t a clínica. Resultado ulterior: M u i t o melhorada. Continuava e m casa e m m a i o de 1948.

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C A S O 6 — F r a n c i s c o R. M . P., espanhol, casado, operário, 53 anos. Súmula

clínica: D o e n t e desde j u n h o de 1945. E x c i t a ç ã o psicomotora descoordenada,

constante estereotipia de l i n g u a g e m , atividade deambulatoria permanente.

Diagnos-tico : S i n d r o m e confusional crônica, de n a t u r e z a h e t e r o t o x i c a , rebelde a todos s

tratamentos de choque. Lobotomia: P r i m e i r a operação em janeiro de 1946 c o m r e m i s s ã o completa. Reincidência e segunda o p e r a ç ã o e m n o v e m b r o de 1946.

Re-sultado imediato: R e m i s s ã o pós-operatoria total. ReRe-sultado ulterior: A l t a

clínica. V o l t a a o lar. D e s e m p e n h a trabalhos caseiros. P e r s i s t e a remissão. D e -sempenha atividade prática rudimentar, desinteressado do futuro e s e m a m b i ç õ e s , c a l m o e consciente. P e r s i s t e a melhora em m a i o de 1948.

C A S O 7 — W . M o n a c o , brasileiro, branco, solteiro, estudante, 25 anos.

Súmula clínica: D o e n t e h a 5 anos. Apatia, indiferentismo, pobreza ideativa,

fugas-s e m defugas-stino, efugas-stereotipia de l i n g u a g e m , a l u c i n a ç õ e fugas-s auditivafugas-s nenhuma atividade prática, impulsibilidade. Diagnóstico: Esquizofrenia forma simples, rebelde aos tratamentos de choque. Lobotomia: R e a l i z a d a e m 29 de m a r ç o de 1948.

Resultado-imediato: A c a l m i a , conduta m a i s p r ó x i m a da normal, m a i s e x p a n s i v o , a l e g r e ,

cortez, adaptável a o r e g i m e hospitalar. Resultado ulterior: A l t a d o hospital e m 10 de abril de 1946. R e m i s s ã o social. Continua e m casa, m e l h o r a d o , fazendo pequenas t a r e f a s simples, sob orientação, c o m p o r t a m e n t o p r a g m á t i c o rudimentar. R e a g e à lembrança da o p e r a ç ã o c o m revolta. P o u c o m e l h o r a d o . R e v i s t o e m m a i o de 1948.

C A S O 8 — A . A . T e l e s , 30 anos, brasileiro, casado a d v o g a d o , Súmula clínica: D o e n t e ha um ano. S i n d r o m e delirante interpretativa, c o m desconfiança, c i ú m e s , angustia, reações impulsivas e a g r e s s i v a s . Diagnóstico: E s q u i z o f r e n i a paranoide. Rebelde a o s tratamentos de choque. Lobotomia: E m 15 de m a r ç o de 1947.

Re-sultado imediato: D e s a p a r e c i m e n t o dos s i n t o m a s psicóticos. R e i n t e g r a ç ã o social

parcial. Resultado ulterior: V i d a familiar e social regular, R e i n t e g r a d o nas f u n -ç õ e s de seu c a r g o público. Considerado c o m o curado e m m a i o d e 1948.

C A S O 9 — S i l v i o E . L., brasileiro, branco, solteiro, industrial, 36 anos.

Súmula clínica: D o e n t e ha 7 anos. D e s a j u s t a m e n t o familiar, c o m desordens

afe-tivas, reações impulsivas, a g r e s s i v a s e anti-sociais. P o b r e z a e estereotipia de pensamentos. A t i v i d a d e prática e iniciativa reduzidas. S u r t o s de i s o l a m e n t o e sitiofobia. Diagnostico: E s q u i z o f r e n i a catatônico-paranoide. Lobotomia: e m 18 de j u n h o de 1948. Resultado imediato: A c a l m i a , bem estar geral, m e l h o r adaptabi-lidade e dcciiidade. Resultado ulterior: Reincidência das inadaptações familiares, inafetividade a o s familiares, discórdias, r e a ç õ e s , i m p u l s i v o a g r e s s i v a s . R e i n t e r -nação em hospital psiquiátrico para t r a t a m e n t o reeducacional, o que foi ineficiente. P o u c o m e l h o r a d o . R e v i s t o e m m a i o de 1948.

C A S O 10 — E n i o R. D . S., branco, brasileiro, solteiro, m é d i c o , 29 anos.

Súmula clínica: D o e n t e ha dois anos. S u r t o s freqüentes caracterizados por

inte-riorização, ambivalência, ansiedade, p e n s a m e n t o s obsessivos, p e r v e r s õ e s afetivas e s e x u a i s , e a g i t a ç ã o psicomotora, mitigada por i n s ô n i a rebelde. Diagnostico: E s q u i -zofrenia catatônica, evoluindo e m surtos, rebelde a todos os tratamentos de choque.

Lobotomia: F e i t a em m a r ç o de 1948. Resultado imediato: A c a l m i a , b e m - e s t a r ,

satisfação, pequenas atividades, dócil, a l i v i a d o da a g i t a ç ã o da a n s i e d a d e ; a m b i v a lência. Resultado ulterior: A l t a d o hospital. A d a p t a ç ã o sóciofamiliar. R e i n t e -g r a ç ã o em trabalho m é d i c o de rotina. I n t e r e s s e p e l o futuro e r e l a t i v o e s t a d o s u b j e t i v o de dúvida nesse sentido. C o n s i d e r a d o curado e m m a i o de 1948.

C A S O 11 — M a r e i o M., branco, brasileiro, solteiro, estudante, 25 anos. Súmula

(9)

negativista, r e b a i x a m e n t o mental, carência de iniciativa, v o l i ç ã o e atividade. C o n -v u l s õ e s epileptiformes. Diagnostico: E s q u i z o f r e n i a simples e epilepsia. N e n h u m resultado c o m os tratamentos de choque. Lobotomia: E m f e v e r e i r o de 1948.

Resultado imediato: E x p a n s i v i d a d e , a l e g r i a e docilidade, a p r e s e n t a n d o c o m p o r t a

-m e n t o prático aparente-mente n o r -m a l . Resultado ulterior: V o l t a ao lar, adaptando-s e perfeitamente. Reincidência de diadaptando-stúrbioadaptando-s d o comportamento, t o r n a n d o - adaptando-s e irri-ta vel , i m p u l s i v o , e de atividade descoordenada. T r a t a d o pela insulina. Reinternado permanece m u i t o m e l h o r a d o ( m a i o de 1 9 4 8 ) .

C A S O 12 — S. N u t e s , branca, israelita, casada, 41 a n o s . Súmula clínica: D o e n t e ha 6 anos. S í n d r o m e depressiva, ansiosa, c o m i n ú m e r o s sintomas c e n e s -t é s i c o s ; l a m e n -t a ç õ e s , choros, insônias c o n s -t a n -t e s ; sin-tomas n ã o i n f l u e n c i a d o s pelas terapêuticas de choque, Diagnóstico: S í n d r o m e d e p r e s s i v a ansiosa. Lobotomia: E m 8 de abril de 1948. Resultado imediato: E v i d e n t e acalmia, satisfação, b e m estar e d e s e j o de r e g r e s s o a o lar. A l t a clínica. Resultado ulterior: V o l t o u para c a s a aliviada totalmente da ansiedade e d a s perturbações cenestésicas. Interessada e m atividades práticas d o lar. Considerada curada ( e m o b s e r v a ç ã o ) e m m a i o de 1948.

C A S O 13 — S. V . , brasileiro, branco, a d v o g a d o , casado, 60 anos. Súmula

clínica: D o e n t e ha d o i s anos. A g i t a ç ã o p s i c o m o t o r a constante. E x c e s s i v a e u f o r i a .

L c q u a c i d a d e , f u g a s de idéias, b a i x a de autocrítica, tendência à espurcía e g a t i s m o . E s t a d o pré-demencial. Diagnostico: P s i c o s e maniaco-depressiva, e m fase maníaca e m estado crônico pré-demencial. Lobotomia: E m 31 de m a r ç o de 1948. Resultado

imediato: A c a l m i a geral. E s t a d o de s a t i s f a ç ã o , bem-estar, c o m hábitos n o r m a i s .

I n t e r e s s e reduzido, pequenas a m b i ç õ e s . I d e a ç ã o aparentemente normal, persistindo l i g e i r o déficit da autocrítica. Resultado ulterior: Curado. Continua e m obser-v a ç ã o adaptado a o ambiente familiar e social, capaz de trabalhar, sem n e n h u m

s i n t o m a psicótico ( m a i o de 1 9 4 8 ) .

C A S O 14 — F . B . Barata, americana, casada, 47 anos. Súmula clínica: D o e n t e desde 1932. Constante e x c i t a ç ã o psicomotora, impulsividade, agressividade, destruti-bilidade, m a n t e n d o - s e isolada, negativista. D e s a g r e g a ç ã o psíquica. A l u c i n a ç õ e s . E s t e r e c t i p i a s . Soliloquios. Inafetiva. Diagnóstico: Esquizofrenia catatônica e m fase demencial, rebelde a todos os tratamentos d e choque. Lobotomia: e m 2 9 de •março de 1946. Resultado imediato: A c a l m i a transitória. M a i s dócil e m e n o s irritada. Resultado ulterior: S e m r e s u l t a d o . E s t á fora d o hospital, sem traba-lhar e sob e n f e r m a g e m ( m a i o de 1 9 4 8 ) .

C A S O 15 — A . Barbato, italiano, solteiro, 2 0 anos. Súmula clínica: D o e n t e d e s d e outubro de 1943. E x c i t a ç ã o p s i c o m o t o r a intensa. Canta, chora, ri, e n f e i t a -se e x t r a v a g a n t e m e n t e , a g r e s s i v o , c h a f u r d a - s e e m espurcícia, d e s c o n e x ã o ideativa, insônia. Diagnóstico: E x c i t a ç ã o maníaca. P s i c o s e m a n i a c o - d e p r e s s i v a . S u r t o anterior, e m 1935 tipo mania. Lobotomia: E m 2 0 de d e z e m b r o de 1944. Resultado

imediato: M e l h o r a s imediatas e p r o g r e s s i v a s . A c a l m i a , interesse prático e atividades

simples. I d e a ç ã o e c o m p o r t a m e n t o normais. Resultado ulterior: A c e n t u a ç ã o das m e l h o r a s . R e i n t e g r a ç ã o satisfatória, n o ambiente familiar, social e n o trabalho. Considerado curado em m a i o de 1948.

C A S O 16 — R. S a n t ' A n n a , brasileiro, solteiro, 2 4 a n c s . Siimula clínica: D o e n t e h a t r ê s anos. D e s c o n e x ã o ideativa. • S í n d r o m e de influência, estranha, a l u c i n a ç õ e s , distúrbios c e n e s t é s i c o s . Impulsividade, agressividade, n e g a t i v i s m o , inafetividade, isolamento, falta de atividade. Diagnostico: E s q u i z o f r e n i a f o r m a paranoide, rebelde aos tratamentos de choque. Lobotomia. Resultado imediato: A c a l m i a , atenuação dos sintomas psicóticos, interesse e m atividades rudimentares e m industria particular. Resultado ulterior: Reincidência dos sintomas, de forma atenuada e passageira. Considerado c o m o p o u c o m e l h o r a d o ( m a i o de 1 9 4 8 ) .

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C A S O 17 — O d e t e M., 41 anos, brasileira, solteira. Súmula clínica: I n t e r -n a d a desde 1916. F r a -n c o estado deme-ncial. Co-nsta-nte a g i t a ç ã o , estereotipia de m o v i m e n t o s , s o l i l ó q u i o s . i d e a ç ã o q u a s e n u l a , s e l v a g e r i a , f r a g m e n t a ç ã o d a l i n -g u a -g e m , isolamento, vida v e -g e t a t i v a . Dia-gnóstico; E s q u i z o f r e n i a f o : m a cata-t o n i a demencial. Lobocata-tomia: E m 8 de m a i o de 1946. Resulcata-tado imediacata-to: A c a l m i a transitória. Resultado ulterior: Inalterado o estado mental ( m a i o de 1 9 4 8 ) .

C A S O 18 — M a r i a C . D . , 40 anos, branca, brasileira, casada. Súmula clínica: D o e n t e ha 3 anos. Instabilidade psicomotora, lamentações, idéias de incapacidade « imprestabilidade, ansiedade, atividade reduzida, volição inibida. Rebelde aos

tratamentos psicoterápicos e de choque. A p n e u m e n c e f a l o g r a f i a revela a t r o f i a s corticais nos dois hemisférios, mais acentuadas nas r e g i õ e s frontal e parietal.

Diagnóstico; S í n d r c m e depressiva a n s i o s a . Lobotomia: E m j u n h o de 1 9 4 7 . Resultado imediato; A c a l m i a , bem-estar, consciência do estado mórbido. Resul-tado ulterior; P e r f e i t a m e n t e restabelecida s e m sintomas psicóticos e n e u r ó t i c o s ;

reintegrada na vida familiar, social e nos a f a z e r e s d o m é s t i c o s . Considerada c o m o curada ( m a i o de 1 9 4 8 ) .

C A S O 19 — M . L . S . R., 33 anos, brasileira, sclteira. Súmula clínica: D o e n t e desde a infância, c o m crises c o n v u l s i v a s . D e s d e os 18 anos de idade, freqüentes surtos de instabilidade p s i c c m o t o r a , c o m impulsividade, irritabilidade, agressividade, necessitando permanecer e m hospital. T r a t a m e n t o s sintomáticos e convulsoterapia sem resultados. Diagnostico; S u r t o s psicóticos e m débil mental c o m epilepsia. Lobotomia. Resultado imediato; Ligeira acalmia. Resultado

ulte-rior: Continua s e m modificações e m seu e s t a d o mental. Considerada c o m o n ã o

m e l h o r a d a e m m a i o de 1948.

C A S O 20 — D e l o v e r , V . . Súmula clínica: D o e n t e ha 6 anos. A p a t i a , indifer e n t i s m o , inatividade, inafetividade, pobindifereza intelectual, abulia. R e b e l d e aos t indifer a tamentos de choque. Diagnóstico: E s q u i z o f r e n i a f o r m a simples, e s t a d o de c r o n i -cidade. Lobotomia. Resultado imediato: P e q u e n a m e l h o r a n o interesse vital pessoal. Resultado ulterior: R e i n c i d ê n c i a de seu e s t a d o mental anterior, apatia,

indiferentismo, etc. N ã o m e l h o r a d a ( m a i o de 1 9 4 8 ) .

C A S O 21 — E d i t h P., branca, brasileira, solteira, 22 anos. Súmula clínica: D o e n t e ha 3 anos. Su"tos psicóticos, c o m r e m i s s õ e s transitórias, a g i t a ç ã o p s i c o -m o t o r a , idéias persecutórias, agressividade, i-mpulsividade, i n a f e t i v i d a d e , atividade desccordenada, religiosidade. Diagnóstico; E s q u i z o f r e n i a f o r m a paranoide, evo-> luindo e m surtos c o m r e m i s s õ e s transitórias. Lobotomia: E m d e z e m b r o de 1947. Resultado imediato: A c a l m i a p r o g r e s s i v a , consciência d o e s t a d o mórbido. M e l h o r a da atividade prática. V o l t a da afetividade e dos interesses vitais.

Resultado ulterior: A d a p t a d a a o ambiente soõial familiar. D e d i c a - s e a a f a z e r e s

d o m é s t i c o s . V a g a s idéias persecutórias, afetivamente descoloridas. Considerada c c m o m u i t o melhorada e m m a i o de 1948.

Resumidamente, nossos resultados podem ser esquematizados, segundo o critério de Ziegler, da seguinte m a n e i r a :

Doentes operados • 21

Falecidos e m conseqüência da operação — Falecidos posteriormente • —

Considerados piorados depois da operação — Clinicamente não melhorados com a operação 7

(11)

Clinicamente pouco melhorados com a operação 5 Clinicamente muito melhorados com a operação 3 Curados após a operação (desaparecimento dos sintomas psicóticos

ou neuróticos) fi* Pacientes ainda hospitalizados 7

Pacientes fora do hospital, porem incapazes de trabalhar 6 Pacientes fora do hospital, em atividade util (parcial ou t o t a l ) . 8

Simplificando os resultados, afim de melhor avaliar a eficiência do método, podemos dividi-los do seguinte m o d o : Curados, 6 ; beneficiados, 9 ; não influenciados, 6 . Estes resultados aproximam-se da afirmativa de F r e e m a n , W a t t s de que 1/3 dos pacientes cura-se, 1/3 melhora, 1/3 não é influenciado.

A classificação nosológica do nosso material é a seguinte: 1 — Esquizofrenia, 14 ( f o r m a demencial 2, forma catatônica 2, forma paranoide 7, forma simples 3 ) ; 2 — Neurose obsessiva, 1 ; 3 — S í n d r o -me depressiva ansiosa 2 ; 4 —• Psicose maniaco-depressiva ( m a n i a ) 2 ; 5 —• Síndrome confusional crônica 1 ; 6 — Debilidade mental (surto psicótico) 1.

O s casos que apresentaram melhores resultados foram os diagnos-ticados c o m o : mania crônica (casos 15 e 1 3 ) , esquizofrenia (casos 8 e 1 0 ) , síndrome confusional crônica e síndrome depressiva ansiosa (casos 12 e 1 8 ) .

Pareceu-nos que os estados de ansiedade crônica foram os que mais rápida e positivamente se influenciaram. Dois destes casos poderiam ser considerados como curados, dado o seu estado de adaptação perfeita; contudo o período de observação ainda não é suficiente para avaliação definitiva. O tempo de duração da moléstia variou, em nosso material, de maneira muito ampla, sendo os primeiros casos operados com 30 e 20 anos de d o e n ç a ; na maioria dos casos a duração da doença osci-lava entre um e cinco anos.

E m alguns casos, apesar da longa duração da moléstia observamos, após a operação, alguma melhora n o comportamento do doente, tornando sua hospitalização e enfermagem muito facilitada e trazendo ao doente maior acalmia e bem estar- O s resultados brilhantes foram obtidos nos casos com menos de 2 anos de doença (casos 8, 10, 13, 1 5 ) . O s

resul-tados desfavoráveis foram observados nos casos em que a duração da

moléstia era muito longa e que já se encontravam em estado demencial. T e m o s a impressão de que, quanto mais cedo se intervier, evitando-se as possibilidades de rebaixamento intelectual, tanto melhores serão os

resul-* D o i s d e s t e s c a s o s , p o r s e r e m r e c e n t e s , a i n d a c o n t i n u a m e m o b s e r v a ç ã o a p e s a r d e p e r f e i t a r e i n t e g r a ç ã o n o s a m b i e n t e s social, f a m i l i a r e d e t r a b a l h o .

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tados. Isto foi bem demonstrado, principalmente por Lyerly, que em casos com menos de u m ano d e duração d a moléstia, obteve 7 1 , 8 % d e

melhoras. É essa, talvez, a razão dos nossos ótimos resultados.

A técnica operatória, usada e m todos os casos, foi a de F r e e m a n e W a t t s . N ã o houve acidentes operatórios de gravidade, observando-se, em muitos deles, hipertermia durante alguns dias.

A s complicações observadas nos casos operados consistiram em crises convulsivas f rustras, n o dia subseqüente à operação e m dois casos, sendo transitórias em um (caso 3 ) e mais intensas em outro, que permaneceu e m estado semi-comatoso, durante dois dias (caso 2 ) . Desaparecidos estes sintomas, não mais se repetiram as crises convulsivas- Dois de nossos casos eram considerados epilépticos, um deles apresentando crises epilépticas típicas (caso 19) e outro, convulsões pregressas com E E G mostrando disritmia cerebral (caso 1 1 ) . E m nenhum destes casos, houve oiora do estado comicial, não tendo os doentes apresentado qualquer

reação convulsiva após a operação. A evolução foi seguida, através de entrevistas mais ou menos periódicas, ou por informes dos familiares, diretamente ou por cartas.

Só em dois casos, a evolução pós-operatória é de poucos meses, tendo a maioria um seguimento de mais d e u m a n o ; um dos casos foi operado ha 4 anos, continuando em ótimas condiçõ,es.

Q u a n d o às modificações da personalidade, observadas nos doentes operados, limitamo-nos ao exame clínico, verificando que, logo no dia seguinte ao ato cirúrgico, o paciente liberta-se da ansiedade, dos pensa-mentos obsessivos, da ambivalência e dos sentipensa-mentos de inferioridade. Torna-se consciente d e si próprio e é capaz d e voltar aos seus interesses externos. Responde adequadamente aos estímulos, porem mostrase e u f ó -rico, ligeiramente superficial e infantil. N ã o mostra aspirações elevadas, projetando-se pouco no futuro- S u a ambição é reduzida e satisfaz-se com a vida diária. Torna-se amável, bondoso, u m tanto indiferente à opinião alheia. P e r d e a impulsividade e agressividade. U m de nossos pacientes refere-se a certa dificuldade em fazer projetos p a r a o futuro (caso 1 0 ) , a esposa d e o u t r o (caso 8 ) relata n o t a r que o paciente t o r n o u -se excessivamente amável, cortez e cheio d e m e s u r a s .

N ã o observamos nos casos que previamente mostravam bom nivel intelectual, o déficit apontado por muitos autores. Pensamos, com Haístead e colaboradores, que a lobotomia não altera o déficit intelectual j á existente, assim como não o suprime. Kisker refere-se a deficits no pensamento abstrato, que não podem ser medidos p o r testes psicoló-gicos estandartizados. D e qualquer maneira, verificamos que o s pacien-t e s cujo nivel inpacien-telecpacien-tual era bom, conpacien-tinuaram depois da operação pacien-tão

(13)

antes-D e maneira geral, baseados em nossa pequena experiência e n o conhecimento da literatura sobre o assunto, podemos concluir que a lobo-tomia é método terapêutico de g r a n d e valor p a r a certas formas d e doenças mentais, principalmente nos casos de ansiedade crônica e na esquizofrenia paranoide. T e m o s a convição de que ela deve ser indi-cada nos casos com tendências à evolução crônica, não se levando m u i t o em conta, o título diagnóstico e sim a forma clínica. Somos de opinião que quanto maior a tensão emocional e a produtividade psicopatológica e menor o rebaixamento intelectual, mais brilhantes serão os resultados. Daí a necessidade de intervir precocemente.

R E S U M O E C O N C L U S Õ E S

O s autores consideram que o tratamento cirúrgico d e algumas for-mas de doenças mentais pela lobotomia é plenamente justificada; após ter vencido a fase experimental, a lobotomia constitui, hoje, um método terapêutico de eficiência comprovada. Salientam que todas as glórias do sucesso desta terapêutica, cabem a E g a s Moniz cuja brilhante e clarividente inteligência tem sido dedicada profundamente aos estudos da fisiopatologia dos lobos frontais, desde a realização do Congresso Internacional de Neurologia ( L o n d r e s , 1935).

F a z e m u m histórico do processo terapêutico desde o seu. marco ini-cial, e m 12 de novembro de 1935, quando E g a s Moniz, em colaboração com o cirurgião Almeida Lima e o psiquiatra Cid Sobral, empreendeu o tratamento de pacientes psicóticos pela secção das fibras d e ligação d o lobo frontal ao tálamo. A p ó s a divulgação do método através da monografia de E g a s Moniz (junho de 1936) n o Brasil, Aloysio Mattos P i menta procedeu à primeira operação em 21 d e agosto de 1936, n o H o s -pital de Juqueri. F r e e m a n e W a t t s , nos Estados Unidos, em 14 de se-tembro executaram a primeira operação e desde então prosseguiram inten-sivamente em seus estudos dos quais resultaram intensa aplicação d o novo método terapêutico e sua difusão nos centros neuro-psiquiátricos do mundo todo.

Focalizam o progresso sempre crescente da terapêutica cirúrgica quanto à s suas aplicações nos vários campos neuro-psiquiátricos, os seus resultados clínicos e algumas d a s futuras perspectivas. F a z e m uma com-paração dos resultados de vários autores, incluindo os brasileiros, expli-cando os pequenos resultados destes em virtude de operarem, em geral, casos cuja moléstia é de muito longa duração e j á com estado mental bastante deteriorado.

Comprovando estes comentários, procuram n o presente trabalho r e -latar os resultados clínicos bastante favoraveis que obtiveram em hospi-tal psiquiátrico privado, n o qual a maioria dos doentes acham-se e m u m estágio da molestia anterior à deterioração mental. Seus resultados

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podem ser esquematizados, segundo o critério de Ziegler, da seguinte m a n e i r a :

Doentes operados • 21 Falecidos e m conseqüência da operação — Falecidos posteriormente • —

Considerados piorados depois d a operação — Clinicamente não melhorados com a operação 7 Clinicamente pouco melhorados com a operação 5 Clinicamente muito melhorados com a operação 3 Curados após a operação (desaparecimento dos sintomas psicóticos

ou neuróticos) 6 Pacientes ainda hospitalisados 7

Pacientes fora do hospital, porem incapazes de trabalhar 6 Pacientes fora d o hospital, em atividade util parcial ou total . . . . 8

Estes resultados, afim de melhor serem avaliados, podem ser assim classificados: D o e n t e s operados 2 1 ; curados 6 ; beneficiados 9 ; n ã o influenciados 6. Estes resultados aproximamse da afirmativa de F r e eman e W a t t s de que u m terço dos pacientes curase, u m terço m e -lhora e u m terço não é influenciado. Concluem os autores pela neces-sidade da intervenção precoce, antes que a doença mental determnie o rebaixamento mental irremovivel. Sua impressão é a de que os casos de ansiedade crônica e os d e esquizofrenia paranoide são os que mais se influenciam com o tratamento.

S U M M A R Y

Leucotomy, the so called surgical therapy of certain forms of mental diseases, is considered by the authors as having successfully passed its experimental stage. Emphasis is given to E g a s Moniz, as the respon-sible m a n for the success of such method, which achieved recognition thanks to his brilliant and penetrating mind, deeply engaged in t h e study of physiopathology of the frontal lobes since the International Congress of Neurology in London, 1935, until the present Congress, when his scientific achievement wins full recognition. H i s t o r y of the therapy dates back to November 12th., 1935 w h e n Moniz w i t h Almeida L i m a and Cid Sobral undertook the treatment of psychotic patients by means of the surgical interruption of the frontal association pathways to the thalamus. After the report of the process through E g a s M o n i z ' s monography ( J u n e , 1936), Aloysio Mattos P i m e n t a p e r f o r m e d the first operation on August 21st, 1936, at the Juqueri Hospital, S. P a u l o , Brasil. F r e e m a n n and W a t t s , in U . S. A., w e r e the first to use Moniz's method, a n d performed their first operation on September 14th., 19.36, and then the method gained recognition in the world's neuro-psychiatrics centers, its use being quickly widespread. T h e great progress of t h e

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application of the method is pointed out and also its great possibilities outside the field of mental diseases. T h e results of the leucotomy found in the litterature show that those obtained by the Brasilian authors are among the most unfavorable, due chiefly to the fact that operations are only performed in very chronic cases at state hospitals. In this paper, the authors report the successfully results obtained in a private hospital, where the patients still have a family wishing to cooperate and w h e r e the chronic state of the disease is not as advanced as in most

state hospitals cases.

Summing up, the results of the authors can be shown, according to Ziegler, as follows:

N u m b e r of cases operated on 21 Deaths as a consequence of the operation —

Deaths after the operation — Considered clinically w o r s e after the operation —

Showing no clinical improvement after the operation 7 Showing little improvement after the operation 5 Showing great clinical improvement after the operation 3

Recovery after the operation (disappearance of psychotic and neurotic symptoms) • 6

N u m b e r of patients in the hospital at present 7 N u m b e r of patients out of the hospital but unable to w o r k 6

N u m b e r of patients out of the hospital, performing active duty,

partially or totally 8 Results can be simplified in the following manner to show m o r e

clearly the efficiency of the m e t h o d : recovered, 6 ; improved, 9 ; not influenced, 6. These results approach to F r e e m a n n a n d W a t t ' s affir­ mation that one third recoveries, one third becomes better and one third shows no improvements. T h e authors are convinced that it is necessary to operate on the patients as early as possible, before the intellectual deterioration takes place. T h e y also believe that leucotomy is a therapeutic method of great value, chiefly in cases of chronic anxiety and paranoid schizophrenia.

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