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Macroeconomia. 7. Políticas Económicas, Inflação e Desemprego. Francisco Lima

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(1)

Macroeconomia

7. Políticas Económicas, Inflação e Desemprego

Francisco Lima

2º ano – 1º semestre – 2014/2015

(2)

Política Orçamental

• O Governo pode alterar o equilíbrio segundo os seus objetivos de

crescimento e estabilidade

• O Governo têm como instrumentos de política orçamental:

– Gastos públicos

– Transferências

– Impostos

• Vamos supor que o governo decide aumentar os seus gastos para expandir a

procura agregada – política expansionista

• Qual o efeito no mercado do produto?

– O aumento da AD provoca um aumento do produto

– O aumento do produto inicial é igual ao aumento do consumo público, mas o

aumento final é superior devido ao efeito multiplicador

(3)

3

Política Orçamental

• No mercado monetário, o aumento do produto (rendimento) implica um

aumento da procura de liquidez (de moeda)

• O aumento da procura de liquidez provoca um aumento do preço do

dinheiro – aumenta a taxa de juro

• Com uma taxa de juro superior, as componentes da AD que dependem da

taxa de juro diminuem – Investimento (e, entre outros, o consumo de bens

duradouros)

• Ou seja, o impacto da política orçamental expansionista também se faz

sentir na composição da AD, nomeadamente

– Aumento do consumo público

– Aumento do consumo privado

– Diminuição do investimento privado quando sobe a taxa de juro devido a uma

política orçamental de expansão – crowding out (efeito de deslocamento)

(4)

Política Monetária

• No mercado monetário, o Banco Central pode alterar a taxa de juro de

equilíbrio, o que tem efeitos no mercado do produto

• O mecanismo de transmissão será via função investimento e de todas as

componentes da AD que dependam da taxa de juro (por exemplo, o

consumo de bens duradouros)

• O Banco Central aumenta a oferta de moeda para diminuir a taxa de juro –

política monetária expansionista

– Diminuição da taxa de juro → aumento do investimento (e de outras

componentes da procura agregada) → aumento da procura agregada → aumento

do produto (PIB)

• O contrário – política monetária restritiva – provoca uma diminuição do

produto

(5)

5

Política Monetária

Mecanismo de transmissão monetária

• Contracção da oferta de moeda Æ subida das taxas de juro Æ menor

concessão de crédito Æ abrandamento da procura (contracção da AD) e

descida da inflação, acompanhadas de redução do investimento Æ

desaceleração ou decréscimo do PIB e aumento do desemprego

• Expansão da oferta de moeda Æ descida das taxas de juro Æ maior facilidade

de acesso ao crédito Æ aquecimento da procura (expansão da AD) e subida de

preços, acompanhados de maior investimento Æ crescimento do PIB e

redução do desemprego

• No longo prazo estamos na zona quase vertical da AS e os efeitos da política

monetária são quase só de subida de preços e expansão do PIB nominal, sem

expansão do PIB real: diz-se que a política monetária é neutra no longo prazo

(6)

Oferta Agregada e Desemprego

• No curto prazo as políticas incidem sobre a AD, tentando minimizar o efeito

das flutuações cíclicas sobre a inflação e o emprego

• No longo prazo, o crescimento económico e as melhorias do nível de vida

dependem das deslocações na AS e da expansão do produto potencial

• No curto prazo a AS é positivamente inclinada; no longo prazo é vertical, ao

nível do produto potencial

• Produto potencial

– Depende da quantidade de recursos disponíveis na economia: trabalho, capital,

tecnologia

– Produto máximo sustentável, sem desencadear pressões inflacionistas

– Corresponde a uma taxa de desemprego = Non Accelerating Inflation Rate of

Unemployment (NAIRU) - tx de desemprego compatível com uma taxa de inflação

constante - isto é, tx de desemprego que não gera pressões inflacionistas - também

designada por taxa natural de desemprego ou, também designada de taxa de

desemprego estrutural

• Como é “sustentável”, podemos ter PIB > PIB potencial, mas apenas

temporariamente (ex: fábricas e trabalhadores em horas extraordinárias)

(7)

7 Fontes: INE e cálculos do Banco de Portugal.

Notas: Para mais detalhes sobre os métodos de cálculo do produto produto ver, Almeida, V. e R. Félix, (2006), “Cálculo do produto potencial e do hiato do produto para a economia portuguesa”, Banco de Portugal,

Boletim Económico-Outono e Valle e Azevedo, (2007), “A Multivariate Band-Pass Filter”, Banco de Portugal, Working Paper 17.

Crescimento do PIB potencial em Portugal |

calculado segundo diferentes

métodos

A existência de taxas de crescimento do produto potencial ligeiramente negativas enquadra-se num contexto de

desaceleração tendencial visível desde 1998, reflectindo sobretudo características estruturais da economia, mas também os próprios desenvolvimentos cíclicos.

Reflete a fragilidade de carácter estrutural relacionada com a baixa qualidade dos fatores de produção:

- Qualificações e mudança tecnológica

- Capacidade de gestão

(8)

Taxa de desemprego observada e taxa de desemprego estrutural |

Em

percentagem

Fontes: INE e Banco de Portugal.

Nota: A série da taxa de desemprego portuguesa foi corrigida da quebra de série registada em 2011. O cálculo do

desemprego estrutural resulta da aplicação de um método baseado em componentes não observados e utilizando o filtro

Evolução da taxa de desemprego estrutural: – Aumento da proporção de desempregados de longa duração – Mudança na composição do emprego por tipo de forma contratual, com um peso sempre crescente de formas não permanentes

– Uma possível mudança no comportamento dos salários reais, num contexto de taxas de inflação relativamente baixas

(9)

9

Hiato do produto = PIB – PIB potencial (ou a diferença das taxas de crescimento)

Hiato do desemprego = taxa de desemprego – taxa natural de desemprego

(10)

Oferta Agregada e Desemprego

• Duas escolas:

– Keynesianos sustentam que AS é relativamente horizontal no curto prazo, logo

políticas de contração da AD implicam queda significativa do produto

– Clássicos sustentam que AS é quase vertical, logo estamos sempre perto do pleno

emprego e desemprego existente é quase todo voluntário; políticas sobre AD

quase não afetam o produto

– Clássicos modernos

• Flexibilidade de salários e preços

• Expetativas racionais – explicar a curva de Phillips

• Teoria de ciclos económicos reais – choques tecnológicos (e não as forças monetárias ou do lado da AD)

• Economia do lado da oferta (supply-side economics)

• Face a expansões da AD, produção não pode aumentar indefinidamente,

logo AS torna-se vertical; resposta passa a ser dos preços

(11)

11

Desemprego

População total = população activa + população inactiva

População ativa = empregados + desempregados

– Desempregados = os que não estão empregados, estão disponíveis para trabalhar e estão ativamente à procura de emprego

Taxa de desemprego = nº desempregados / população activa

População inativa = domésticos, reformados, estudantes e todos os que não

trabalham nem procuram emprego

Desemprego Friccional – Procura de 1º emprego, mudança de emprego, mudança de

região

Desemprego Estrutural – Desajustamento entre procura e oferta numa dada

profissão ou região; Salários (ou custo do trabalho, de forma geral) têm de responder

para reajustar

Desemprego Cíclico – Generalizado a todos os sectores, por contracção do PIB

Desemprego Voluntário – O friccional + o das pessoas que, àquele salário, preferem

não aceitar

Desemprego Involuntário – Querem trabalhar ao salário vigente, mas não encontram

(12)

O Mercado de Trabalho em Portugal

Predomina o nível de ensino básico

Serviços representam mais de 50% do emprego

Desemprego jovem elevado

Desemprego mais elevado nos níveis mais baixos de educação

Desemprego de longa duração elevado

Predominam empresas de pequena dimensão

Baixos salários

Segmentação no mercado de trabalho

Como reduzir a taxa de desemprego estrutural?

– Melhorar informação sobre vagas e oferta de trabalho – Aumentar qualificação da mão-de-obra

– Diminuir incentivos à ociosidade

– Alterar as instituições que regulam o mercado de trabalho: contractos a prazo /

permanentes; Taxa Social Única (TSU); subsídio de desemprego; negociação colectiva – Políticas activas de emprego

(13)

População, emprego e desemprego |

Taxa de variação homóloga em

percentagem, salvo indicação em contrário

(14)

Empresas

EMPRESAS, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA, SEGUNDO O ESCALÃO DE DIMENSÃO DA EMPRESA

2012, Continente, Fonte: Quadros de Pessoal

TOTAL TOTAL 1 - 4 5 - 9 10 - 49 50 - 99 100 - 249 250 - 499 500 e +

ACTIVIDADES (CAE - REV.3) %

TOTAL 268 026 181 804 46 685 33 159 3 663 1 884 489 342

TOTAL (%) 100% 68% 17% 12% 1% 1% 0,2% 0,1%

A Agri cul tura , prod. Na ., ca ça , fl ores t. e pes ca 4% 11 903 78% 14% 8% 0,4% 0,2% 0,1%

B Ind. Extra cti va s 0,2% 618 41% 26% 30% 2,3% 0,6% 0,3% 0,2%

C Ind. Tra ns forma dora s 12% 32 824 45% 22% 26% 3,8% 1,9% 0,5% 0,2%

F Cons truçã o 11% 29 895 63% 23% 13% 0,9% 0,4% 0,1% 0,0%

G Comérci o por gros s o e a reta l ho; 28% 74 719 72% 18% 9% 0,7% 0,3% 0,1% 0,1% rep. de veíc a ut. e mot

H Tra ns portes e a rma zena gem 4% 10 925 73% 13% 11% 1,3% 0,8% 0,2% 0,3% I Al oja mento, res ta ura çã o e s i mi l a res 11% 30 385 72% 18% 9% 0,7% 0,2% 0,1% 0,0% J Acti vi da des de i nf. e de comuni ca çã o 2% 4 095 64% 17% 14% 2,2% 1,3% 0,6% 0,4% K Acti vi da des fi nancei ra s e de s eguros 1% 3 456 75% 12% 9% 2,2% 1,1% 0,3% 0,5% L Acti vi da des i mobi l i á ri a s 2% 6 220 86% 10% 3% 0,2% 0,0% 0,0%

M Acti vi da des de cons ul tori a , ci ent., téc. e s i m. 8% 20 571 77% 15% 7% 0,5% 0,3% 0,1% 0,1% N Acti vi da des a dm. e dos s erv. de a poi o 3% 7 180 65% 16% 14% 2,1% 1,9% 0,7% 0,9% O Adm. Públ i ca e Defes a ; Seg. Soci a l Obri g. 0,2% 638 36% 12% 48% 2,5% 0,5% 0,3% 0,2%

P Educa çã o 1% 3 562 55% 18% 21% 3,6% 2,1% 0,4% 0,1%

(15)

Emprego

PESSOAS AO SERVIÇO NAS EMPRESAS, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA,SEGUNDO O ESCALÃO DE DIMENSÃO DA EMPRESA

TOTAL TOTAL 1 - 4 5 - 9 10 - 49 50 - 99 100 - 249 250 - 499 500 e +

ACTIVIDADES (CAE - REV.3) %

TOTAL 2 562 550 372 048 301 503 644 967 250 607 282 543 166 015 544 867

TOTAL (%) 100% 15% 12% 25% 10% 11% 6% 21%

A Agri cul tura , prod. Na ., ca ça , fl ores t. e pes ca 2% 51 973 34% 20% 31% 6% 5% 4%

B Ind. Extra cti va s 0,3% 8 653 7% 13% 45% 11% 6% 7% 11%

C Ind. Tra ns forma dora s 22% 567 236 6% 9% 31% 15% 17% 10% 13%

E Ca pta çã o, tra ta mento e di s t. de á gua ; Sa n., 1% 20 346 3% 4% 19% 13% 27% 13% 20%

F Cons truçã o 8% 215 241 19% 20% 33% 9% 8% 5% 6%

G Comérci o por gros s o e a reta l ho;

rep. de veíc. a ut. e mot 20% 511 079 21% 16% 25% 7% 7% 4% 19%

H Tra ns portes e a rma zena gem 5% 126 798 12% 8% 20% 8% 10% 7% 36%

I Al oja mento, res ta ura çã o e s i mi l a res 7% 181 605 25% 19% 27% 7% 6% 4% 12%

J Acti vi da des de i nf. e de comuni ca çã o 3% 66 674 8% 7% 17% 9% 14% 11% 33%

K Acti vi da des fi na ncei ra s e de s eguros 3% 83 918 6% 3% 8% 6% 7% 5% 65%

L Acti vi da des i mobi l i á ri a s 1% 19 029 50% 20% 19% 5% 2% 4%

M Acti vi da des de cons ul tori a , ci ent., téc. e s i m. 4% 111 746 28% 18% 24% 7% 8% 4% 11%

N Acti vi da des a dm. e dos s erv. de a poi o 9% 219 789 4% 3% 9% 5% 10% 7% 61%

O Adm. Públ i ca e Defes a ; Seg. Soci a l Obri g. 0% 10 584 5% 5% 62% 10% 6% 6% 6%

P Educa çã o 2% 52 335 8% 8% 31% 17% 21% 8% 7%

Q Acti vi da des de s a úde huma na e a poi o s oci a l 8% 217 531 8% 6% 26% 15% 15% 6% 23%

R Acti vi da des a rtís ti ca s , de es pect., des p. e rec. 1% 20 837 18% 10% 28% 12% 18% 6% 8%

S Outra s a cti vi da des de s ervi ços 3% 70 230 29% 14% 27% 9% 12% 4% 5%

(16)

Remunerações

GANHO MÉDIO, POR ACTIVIDADE ECONÓMICA,SEGUNDO A DIMENSÃO DA EMPRESA Euros, 2012, Continente, Fonte: Quadros de Pessoal

1 - 4 5 - 9 10 - 49 50 - 99 100 - 249 250 - 499 500 e + ACTIVIDADES (CAE - REV.3)

Pes s oa s Pes s oa s Pes s oa s Pes s oa s Pes s oa s Pes s oa s Pes s oa s

TOTAL 1.096 730 850 977 1.096 1.256 1.277 1.436

A Agri cul tura , prod. Na ., ca ça , fl ores t., pes ca 813 675 781 915 987 885 860 730

B Ind. Extra cti va s 1.190 851 891 970 1.069 1.077 1.219 2.373

C Ind. Tra ns forma dora s 989 699 744 840 940 1.089 1.145 1.379

F Cons truçã o 967 704 757 891 1.107 1.268 1.269 1.563

G Comérci o por gros s o e a reta l ho;

rep. de veíc. a ut. e mot 1.015 724 916 1.044 1.197 1.386 1.275 1.058 H Tra ns portes e a rma zena gem 1.345 734 914 1.099 1.247 1.258 1.397 1.741 I Al oja mento, res ta ura çã o e s i mi l a res 728 560 617 743 909 1.055 1.007 737 J Acti vi da des de i nf. e de comuni ca çã o 1.826 1.058 1.237 1.507 1.791 2.041 2.043 2.046 K Acti vi da des fi na ncei ra s e de s eguros 2.292 1.304 1.985 2.512 2.150 2.158 2.163 2.370 L Acti vi da des i mobi l i á ri a s 1.107 848 991 1.351 1.606 1.298 1.852 -M Acti vi da des de cons ul tori a , ci ent., téc. e s i m. 1.367 901 1.129 1.523 1.678 1.828 1.675 1.585 N Acti vi da des a dm. e dos s erv. de a poi o 924 819 925 1.098 1.075 1.113 1.078 821 O Adm. Públ i ca e Defes a ; Seg. Soci a l Obri g. 1.060 677 728 828 1.415 1.500 2.116 1.889

P Educa çã o 1.224 774 828 1.096 1.266 1.400 1.463 1.585

TOTAL

(17)

Remunerações

Remunerações (base e ganho) dos Trabalhadores por Nível de Qualificação

Euros, 2012, Continente, Fonte: Quadros de Pessoal

(18)

População com ensino secundário ou superior no total da população em

idade ativa em 2013 |

Em percentagem

Fonte: Eurostat. A qualificação média da força de trabalho portuguesa é bastante inferior à observada na generalidade dos outros países da área do euro

Em 2013, apenas 40% da população activa portuguesa apresentava qualificações iguais ou superiores ao ensino secundário, em contraste com cerca de 70% na média da área do euro

(19)

Estrutura do emprego por nível de escolaridade |

Em percentagem

Fonte: INE (Inquérito ao Emprego).

19

A proporção da força de trabalho com

qualificações superiores ou iguais ao ensino secundário subiu perto de 25 p.p. entre 1998 e 2013 Ainda predomina o emprego de trabalhadores com o ensino básico, principalmente de 1º e 2º ciclos

(20)

População total, população ativa e emprego |

Taxa de variação, em percentagem

Fontes: INE e Banco de Portugal.

A forte destruição de emprego em termos líquidos é um aspecto marcante do processo de ajustamento em curso na economia portuguesa Emprego em 2013 semelhante ao registado em meados da década de noventa

(21)

Número de desempregados por duração da procura de emprego

(2008T1-2014T2) |

Milhares

21

Problemas económicos e sociais do desemprego

• Desperdício de recursos (em épocas de desemprego muito elevado, estimado como maior que o triângulo de perda de bem-estar em monopólio)

(22)

Variação do emprego por principais setores de atividade

(23)

23

Oferta Agregada e Desemprego

Rigidez nos mercados dos fatores (e.g. fraco ajustamento dos salários) podem explicar a

diferente inclinação da AS no curto e no longo prazo

São também apontadas como causa de desemprego

– Contractos de trabalho não se ajustam em contínuo

• Analogamente para contratos de aluguer de instalações ou equipamento, ou de utilização de tecnologia, ou de fornecimento de matérias-primas

• Empresas acabam por ter custos fixos elevados (enquanto os contratos não são renegociados)

– Salários nominais raramente descem – Papel dos sindicatos

– Ajustamento dá-se pela quantidade em vez de pelo preço

– Negociações de salários (negociações coletivas, por ex.) têm custos muito elevados (menu costs), por isso não se podem fazer com muita frequência

No longo prazo há flexibilidade

Como analisar a falta de flexibilidade no mercado de trabalho, através da procura e oferta

de trabalho?

(24)

Ilustração da Lei de Okun, 1955-2002 Lei de Okun: PIB desce 2%

abaixo do PIB potencial implica aumento do desemprego 1 p.p. – Logo, para não aumentar o

desemprego, o crescimento do PIB tem de acompanhar o crescimento do PIB potencial. – E para baixar taxa de

desemprego, PIB tem de crescer acima do PIB potencial

Oferta Agregada e Desemprego

Desemprego tende a variar inversamente ao nível de produto, ao longo do ciclo

(25)

Taxa de utilização da capacidade produtiva na indústria

transformadora em Portugal e na área do euro |

Em percentagem

Fonte: Comissão Europeia. 25

A acumulação de capital por trabalhador é um dos mecanismos clássicos de crescimento tendencial nos modelos de

desenvolvimento

económico. Em momentos de deterioração da posição cíclica, a taxa de utilização do capital instalado reduz-se

Na indústria

transformadora, esta taxa é bastante mais reduzida do que a média no período 1995-2007 (cerca de 80%), o qual reflecte também as condições estruturais da economia

(26)

Nível de capital por trabalhador em 2013 |

Em milhares de euros, a preços de

2005

Fonte: Comissão Europeia (AMECO).

Num contexto em que o progresso tecnológico seja enviesado para a utilização de capital, o que é

normalmente também acompanhado por maiores necessidades de capital humano, os países com menores rácios de capital por trabalhador, como é o caso de Portugal, tenderão a ser penalizados em termos de produtividade e

(27)

27

Portugal

Aumento do índice de capital por

trabalhador

Aumento, mas menor, do índice

capital-produto

(28)

Factores de Crescimento – Growth Accounting

Determinar o contributo do trabalho, capital e outras fontes de crescimento do produto

Outros fontes: produtividade total dos fatores (TFP – total factor productivity or

productivity index)

Também designado de resíduo de Solow – captura o progresso tecnológico

Qual o contributo para o crescimento, uma vez considerados os contributos do

crescimento do trabalho e capital?

(

)

L

L

K

K

A

A

Y

Y

Δ

+

Δ

+

Δ

=

Δ

α

α

1

(

)

⎥⎦

⎢⎣

Δ

+

Δ

Δ

=

Δ

L

L

K

K

Y

Y

A

A

α

α

1

α α −

=

1

L

AK

Y

(29)

Factores de Crescimento

Taxa de variação do stock de capital modesta ou negativa - a economia tenderá a apresentar maiores dificuldades na adoção de novas tecnologias de produção, as quais permitem potencialmente um aumento da produtividade total dos factores.

No caso português esta situação conjuga-se com um baixo nível de capital por trabalhador, quando

comparado com as economias avançadas, em consonância com o nível relativamente baixo de capital humano da população activa.

A produtividade total dos factores contempla a influência de diversos efeitos, nomeadamente o avanço tecnológico e organizacional, alterações do enquadramento institucional da actividade económica e todas as alterações qualitativas dos próprios

factores produtivos, com destaque para a evolução do capital humano.

(30)

Evolução dos contributos para a variação real do PIB per capita |

Índice

1995=100

Fontes: INE e Banco de Portugal.

A análise da evolução acumulada do produto per

capita nas últimas duas

décadas revela importantes fragilidades estruturais na economia portuguesa

Após o início deste século, o produto real per capita deixou de crescer de forma sustentada O contributo

do emprego acompanhou este padrão

O stock de capital manteve uma dinâmica de

acumulação que perdurou até 2010

(31)

31

PIB – Convergência real

PIB per capita a preços correntes e corrigido de paridades de poder de compra

| Portugal em percentagem da União Europeia (UE15)

Fonte: Comissão Europeia (AMECO).

Nota: UE15 refere-se aos 15 Estados-membros iniciais da União Europeia.

Este indicador de

convergência situou-se a um nível de cerca de 68% do PIB per capita médio da UE15 em 2013, próximo do nível observado no início da área do euro O processo de convergência real abrandou durante a década de noventa, tendo sido interrompido a partir de 2000

(32)

Casos e Exercícios

Comente as figuras abaixo no contexto da economia portuguesa, definindo os conceitos

envolvidos.

(33)

Casos e Exercícios

Assinalar se verdadeiro ou falso e explicar:

a) A oferta agregada reage a uma alteração da procura agregada com uma variação do

preço e quantidade: essencialmente uma variação de preço se as empresas estão

próximo da capacidade produtiva; essencialmente variação de quantidade se abaixo da

capacidade produtiva.

b) A melhoria das qualificações dos trabalhadores leva por si só a uma expansão da oferta

agregada.

(34)

Inflação e Desemprego: Preços e Procura Agregada

As políticas orçamental e monetária têm também efeitos no preços, quando estes não

são constantes – o efeito nos preços pode significar inflação

Objectivo: inflação reduzida e estável – manter o crescimento do PIB dentro do

corredor estreito entre as pressões inflacionistas e a recessão

Preços são também determinados pela concorrência internacional

– Subidas dos preços do petróleo e descidas dos preços dos produtos tecnológicos

E Deflação? Não, porque política monetária torna-se inoperante – só resta a política

orçamental

– Taxas de juro reais elevadas, logo baixo investimento: Taxa de juro real = tx juro nominal + tx de deflação

– Banco Central não pode baixar taxas nominais abaixo de zero (porque dinheiro tem taxa de juro = 0)

(35)

35

Inflação

Moderada: 1 dígito – É previsível –

Permite assinar contratos de longo

prazo em termos nominais

Galopante: 2 ou 3 dígitos –

Contratos indexados (a um índice de

preços ou a uma moeda estrangeira) –

Detenção mínima de moeda

Hiperinflação: pode-se voltar à

troca direta

– Ex: Alemanha pós 1ª Guerra Mundial – impressão de notas para pagar

despesa pública

Crescimento da oferta de moeda provoca inflação: exemplo histórico da impressão de

notas durante as guerras napoleónicas

(36)

Custos da inflação

Efeito redistributivo: de quem emprestou para quem pediu emprestado, se empréstimo

foi a taxa fixa

– Por isso, empréstimos com taxa variável, indexada

Distorce a sinalização dos preços

– Não se distingue entre subida do preço de um bem (logo, sinal que o mercado dá de que se deve passar para um substituto) e subida geral dos preços

Elevado custo de oportunidade de deter moeda, logo gasta-se recursos para gerir

tesouraria de forma a deter menos moeda: shoe leather costs

Imposto de inflação – não atualização dos escalões do IRS, do montante das deduções

específicas, tributação dos rendimentos de capitais que foram só para cobrir a

inflação,…

(37)

37

Inflação – causas

Antecipada: baixo impacto sobre a eficiência económica e redistribuição

Não antecipada: pode gerar grandes transferências de riqueza

A inflação pela procura ocorre quando a procura agregada (AD) aumenta mais

rapidamente que o potencial produtivo

Inflação pelos custos

– Ex: por subida do preço do petróleo

– AS desloca-se para cima (choque na oferta)

Inflação de inércia

– Quando a inflação está relativamente estável, ela é a inflação esperada

– Os agentes incorporam-na nas suas decisões (ex: negociações salariais, fixação de preços de produtos - portagens e outros) e ela acaba por verificar-se e assim se vai mantendo:

self-fulfilling prophecy

(38)

Inflação, Desinflação e Crescimento Económico

No longo prazo, relação entre inflação e crescimento do PIB é em forma de U

invertido

– Diminuir inflação para zero supõe que salários também crescem em média zero – Como para alguns sobem, para outros teriam de descer

– Como a rigidez para descer é grande, haveria mais desemprego

– Logo, diminuir inflação para zero tem custos a nível do emprego e do produto

Custos de desinflação

– Para os EUA estima-se que 1 p.p. a menos de inflação anual custe cerca de 4% do PIB anual – Importância da credibilidade das políticas de desinflação (para ajudar a formar expectativas de

desinflação – relembrar self-fulfilling prophecies)

– Importância das regras (de crescimento monetário, de saldo orçamental,…) e do enforcing externo (UE, FMI, …)

(39)

39

Inflação e Desemprego

O Governo e o Banco Central enfrentam o mesmo dilema no curto prazo – As

funções objectivo são, no entanto, diferentes

Curva de Phillips de curto prazo

– Existe um trade-off (dilema) entre inflação e desemprego, pelo menos no curto prazo – mais inflação associada a menos desemprego e vice-versa

– Crescimento dos salários nominais deve ser igual ao crescimento dos preços + crescimento

da produtividade

Se houver uma expansão da AD, movemo-nos para a esquerda ao longo da curva de

Phillips de curto prazo, com menos desemprego e mais inflação

– Depois os agentes incorporam esta subida de preços nos contratos (revêem a sua inflação esperada) e a curva de Phillips desloca-se para cima

No longo prazo a curva de Phillips é vertical, ao nível da taxa “natural” de

desemprego: só então a inflação estabiliza

– Indica que trade-off é um fenómeno nominal – no longo prazo não é possível alterar a taxa de desempego

(40)

Curvas de Phillips (de salários) para a área euro

x -

var. anuais em pontos percentuais; y - var. anuais em %

Mostra que durante a 1ª fase da crise (à volta da Grande Recessão 2008-2009), a resposta estimada dos salários a

variações da taxa de desemprego era menor do que antes da crise, mas parece ter aumentado no período da segunda fase da recessão

(41)

41

Dívida pública e PIB

• Em equilíbrio, quando Y = AD, é equivalente a

investimento = poupança + saldo orçamental – exportações líquidas

Ou:

(Investimento nacional =) I + NX = S+ SO (= Poupança nacional)

– Nota: NX entendido como compra de bens por estrangeiros (quando >0), ou seja,

uma forma de investimento estrangeiro

• Saldo orçamental negativo (défice orçamental) tendencialmente reduz os

fundos disponíveis para o investimento; o défice orçamental implica o

aumento da dívida pública

• Ou seja, o efeito do défice extravasa o período em análise

– Compete com o investimento privado pela captação da poupança

– Menos investimento implica um menor aumento do stock de capital (capacidade

produtiva do país)

– O que implica uma menor taxa de crescimento para o PIB

– Adicionalmente, dívida pública implica impostos no futuro, o que agudiza a

situação (visão ricardiana da política orçamental)

(42)

Poupança e investimento em

economia fechada

Poupança e investimento numa pequena

economia aberta

(43)

43

A dívida pública remove o capital privado

(44)
(45)

Composição da dívida pública

45

Dívida em Portugal

(46)

Dívida total em diferentes países

(47)

Casos e Exercícios

Assinalar se verdadeiro ou falso e explique.

a)

Quando o Estado diminui os seus gastos, a taxa de juro aumenta, provocando uma

diminuição do investimento.

b)

O produto potencial apenas se altera devido ao progresso tecnológico.

c)

Um aumento do preço do petróleo diminui a AS de curto prazo e de longo prazo.

d)

A AS é vertical no longo prazo.

e) A curva de oferta agregada de curto prazo é positivamente inclinada no espaço

preços-rendimento.

f) A curva de procura agregada exprime a relação inversa entre o nível de preços e o

rendimento.

g) Segundo o modelo AS-AD, um aumento a curto prazo dos preços pode resultar de um

aumento da oferta nominal de moeda.

h) Um deslocamento da curva AD para a direita pode ser devido a um aumento da taxa

de juro.

i) Um aumento da produtividade do trabalho provoca um aumento do emprego de curto

prazo e uma diminuição a longo prazo.

(48)

Comente a figura e a tabela, explicando os conceitos envolvidos (PTF =

produtividade total dos factores). Portugal é o país representado. Admitindo que a situação em 2012 é semelhante a 2011, o que espera que aconteça a partir de 2013/2014? Apresente,

justificando, um esboço do gráfico após 2012.

(49)

49

Solução do caso anterior:

Casos e Exercícios

Growth accounting

Descrever o contributo do trabalho, capital e

produtividade total dos factores para explicar a variação do PIB potencial Em 2013 ou 2014 espera-se uma variação positiva do PIB, com o contributo positivo da produtividade total dos fatores e um contributo quase nulo ou negativo do capital e trabalho Espera-se que as alterações estruturais produzam o efeito desejado

(50)

Bibliografia

• Samuelson: cp. 29-31 (cp. 31-34 na 18ª ed. ou anteriores)

• Banco de Portugal: Relatórios Anuais e Boletim Económico

– http://www.bportugal.pt/pt-PT/EstudosEconomicos/Publicacoes/Paginas/default.aspx

• INE: textos sobre emprego e desemprego (site da disciplina)

• BCE (site da disciplina)

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