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Processo de internacionalização de empresas: uma revisão bibliográfica pautada nas vantagens e nos principais desafios

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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

GUSTAVO FRANCISCO DUZZIONI

PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PAUTADA NAS VANTAGENS E NOS PRINCIPAIS

DESAFIOS

CRICIÚMA 2016

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PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PAUTADA NAS VANTAGENS E NOS PRINCIPAIS

DESAFIOS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de graduação no curso de Administração de Empresas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador: Prof. Jorge A. Marcelino.

CRICIÚMA 2016

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Dedico este trabalho a Deus por me proporcionar saúde e força para encarar meus desafios, e a minha família, a qual sempre me deu suporte a tudo.

(4)

Quero primeiramente agradecer a DEUS, por ter me proporcionado condições que pudessem fazer com que completasse mais esse ciclo da minha jornada.

Agradeço a minha esposa Sabrina Casagrande. Ainda busco palavras que possam homenagea-la neste momento e agradecê-la por tudo. Certamente, sem seu amparo nos momentos em que pensava não ser mais possível trilhar, estava ao meu lado servindo-me de ancora para que pudesse caminhar gradativamente e de forma lenta rumo a mais uma conquista. Quanto pensava em desistir, sabia me confortar com sábias palavras para seguir adiante. Meu amor, você é tão merecedora desta conquista quanto eu. Pois foi você que passou noites em claro junto comigo tendo que estudar para as provas, ou nos finais de semana privando-nos do lazer para que pudesse por meus estudos em dia. Obrigado.

Agradeço aos meus amigos de jornada que estiveram ao meu lado sempre. Que juntos sofreram naquelas disciplinas que pareciam impossíveis passar. E o alívio ao final de cada semestre, quando enfim, a aprovação se concretizava. Aqueles que em algum momento permaneceram no caminho, por infortúnios da vida, obrigado, por terem contribuído de alguma forma.

Agradeço aos meus professores. Meus mestres na arte do ensino. Fontes de inspiração. Que me mostraram a ver a administração com olhos de um apaixonado, de um profissional que ama o que faz. E espera seguir adiante, pois foi inspirado por aqueles que são fonte de sabedoria.

Agradeço a instituição como um todo, à coordenação, ao pessoal de apoio, e a todos aqueles que em algum momento fizeram parte desta jornada. De uma forma, todos são especiais. Cada um à sua maneira.

E por último, mas não menos especial, ao meu mestre e orientador, professor Jorge Antônio Marcelino. Professor, obrigado por tudo. Por ter me orientado. E poder dividir comigo, um pouco da sua vasta sabedoria.

A todos, um muito obrigado. Aos que não tiveram o seus nomes aqui citados, certamente, estão registrado em meu coração ou em minha mente. Todos são especiais.

(5)

“Os analfabetos do próximo século (XXI)

não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender..”

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DUZZIONI, Gustavo Francisco. PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO

DE EMPRESAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PAUTADA NAS VANTAGENS E NOS PRINCIPAIS DESAFIOS. 2016. 72 páginas. Monografia

do Curso de Administração de Empresas da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

A internacionalização é um desejo de muitos empresários que buscam fugir da concorrência acirrada no mercado interno. Quando adentram no mercado internacional, a concorrência pode ser ainda mais acirrada, uma vez que as empresas multinacionais estão a competir, e as barreiras podem ser maiores. Portanto, o presente trabalho, buscou por meio de uma revisão da literatura, verificar quais os desafios, vantagens e desvantagens da internacionalização. Com uma análise dos trabalhos publicados no período de 2010 a 2015 no site da CAPES, verificou-se que pouco se fala em desvantagens da internacionalização. As vantagens são citadas, assim como as barreiras e os desafios a serem vencidos, como a questão cultural, e as legislações. Uma das formas de se vencer as barreiras é o associativismo e os clusters, oferecendo vantagens no mundo competitivo internacional.

Palavras chaves: Internacionalização, exportação, processo de internacionalização.

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Quadro – 1 Conceitos de internacionalização de empresas ... 20 Quadro – 2 Artigos selecionados condizentes com o tema internacionalização ... 43 Quadro – 3 Publicações com abordagem sobre franquias ... 46 Quadro – 4 Publicações com abordagem sobre internacionalização de

empresas do ramo agrícola. ... 49 Quadro – 5 Publicações com abordagem sobre internacionalização de PMEs ... 50 Quadro – 6 Publicações com abordagem sobre internacionalização e redes

hoteleiras ... 53 Quadro – 7 Publicações com abordagem sobre internacionalização e

metalurgia... 54 Quadro – 8 Publicações com abordagem sobre internacionalização e empresas de TI ... 55 Quadro – 9 Publicações com abordagem sobre internacionalização e redes

financeiras ... 56 Quadro – 10 Publicações com abordagem sobre internacionalização das

empresas de Santa Catarina ... 56 Quadro – 11 Publicações com abordagem sobre internacionalização e redes de cooperação... ...57 Quadro – 12 Publicações com abordagem sobre estratégias para atingir o

mercado internacional ... 58 Quadro – 13 Publicações com abordagem sobre a internacionalização e

empresas globais ... 60 Quadro – 14 Publicações com abordagem sobre Redes Espanholas com

atuação no Brasil. ... 61 Quadro – 15 Publicações com abordagem sobre empresas britânicas com

atuação no Brasil ... 62 Quadro – 16 Publicações com abordagem sobre barreiras à internacionalização .... 63

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APEX BRASIL Agência Brasileira de Exportação e Investimento APL Arranjo Produtivo Local

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social EUA Estados Unidos da América

MIDC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior OMC Organização Mundial do Comércio

REDESIST Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais da Universidade Federal do Rio de Janeiro

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1 INTRODUÇÃO ... 11 1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA ... 12 1.3 OBJETIVOS ... 13 1.3.1 Objetivo Geral ... 13 1.3.2 Objetivos Especificos ... 13 1.4 JUSTIFICATIVA ... 14 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15

2.1 UMA BREVE COMPREENSÃO DOS FUNDAMENTOS DA ECONOMIA E DO COMÉRCIO INTERNACIONAL ... 15

2.1.1 O comércio fundamentado em vantagens corporativas: DAVID RICARDO... 16

2.1.2 Comércio Internacional ... 17

2.2 INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS ... 19

2.2.1 Benefícios da internacionalização ... 20

2.2.2 Riscos da internacionalização ... 21

2.2.3 O dólar como moeda internacional ... 23

2.3 EXPORTAÇÃO ... 25

2.3.1 Breve histórico da evolução do comércio no Brasill ... 25

2.3.2 Alternativas para o exportador atingir o mercado internacional ... 27

2.4 COOPERATIVAS ... 29

2.5 APL - ARRANJO PRODUTIVO LOCAL ... 30

2.6 CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO ... 30

2.7 PROGRAMAS DE FINANCIAMENTO DE EXPORTAÇÃO...31

2.7.1 Agências de Exportação ... 31

2.8 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA EXPORTAÇÃO ... 32

2.9 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA EXPORTAÇÃO ... 33

2.9.1 Valor do planejamento ... 34

2.9.2 O que exportar ... 35

2.9.3 Para onde exportar ... 36

2.9.4 Como exportar ... 37

2.9.5 Barreiras a exportação ... 37

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 39

(10)

3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS ... 42

4. RESULTADOS E DISCUSÃO ... 43

4.1 ARTIGOS SELECIONADOS ... 43

4.1.1 Franquias ... 46

4.1.2 Internacionalização de empresas do ramo agrícola... 48

4.1.3 Internacionalização de PMEs ... 50

4.1.4 Internacionalização e redes hoteleiras ... 53

4.1.5 Internacionalização e metalurgia ... 54

4.1.6 Internacionalização e empresas de TI ... 55

4.1.7 Internacionalização e redes financeiras ... 55

4.1.8 Internacionalização de empresas de Santa Catarina ... 56

4.1.9 Redes de cooperação ... 57

4.1.10 Estratégias para atingir o mercado internacional ... 58

4.1.11 Internacionalização e empresas globais ... 60

4.1.12 Redes espanholas com atuação no Brasil ... 61

4.1.13 Empresas britânicas com atuação no Brasil ... 62

4.1.14 Barreiras a internacionalização ... 63

5 CONCLUSÃO ... 64

(11)

1. INTRODUÇÃO

Muitas empresas buscam o mercado externo quando o mercado interno já está saturado. São vários os motivos que levam o empresário a buscar o mercado internacional como alternativa, desde a expansão dos seus negócios, até mesmo a necessidade de manter-se no mercado. Uma vez que saturado o mercado interno e a concorrência mais acirrada, acaba-se direcionando o empresário a buscar uma alternativa, que ultrapasse as fronteiras geográficas do Estado.

O mercado internacional oferece suas vantagens, como possui inúmeras desvantagens. A globalização tem favorecido o comércio internacional. A globalização é um processo de integração econômica que permite o acesso aos mais variados mercados do mundo e a empresa que não conseguir acompanhar a dinâmica mundial, modernizando-se, corre o risco de encerrar suas atividades (MELLO, 2009).

Com a globalização, a concorrência no mercado internacional mostra-se a cada dia mais acirrada, deixando de ser uma concorrência local, e passando a ser mundial. Os empresários que buscavam fugir da concorrência local, e viam no comércio internacional uma alternativa, encontraram a concorrência internacional.

A concorrência internacional exige dos empresários constantes processos e adequações de seus produtos, que objetivem principalmente a redução dos custos finais, ou seja, a redução dos custos totais, de modo a oferecer produtos mais competitivos no mercado internacional. Portanto, o mercado consumidor, vem exigindo, a cada dia produtos com uma maior qualidade, e com preços mais reduzidos, necessitando investimentos dos empresários, nos seus processos, para que consigam atingir tal objetivo.

Segundo Mello (2009), a internacionalização é de fundamental importância para a organização que deseja manter-se no mercado internacional, onde as mudanças são constantes e a concorrência de empresas estrangeiras em seu próprio país é uma realidade, não se trata de uma opção, mas de uma necessidade de integração ao mercado global.

Desta forma, a internacionalização, torna-se um cenário de sobrevivência para muitos empresários.

(12)

Ainda de acordo com o autor supracitado, outras vantagens podem ser elencadas, tais como, a exportação representa uma decisão empresarial que pode ser viável as organizações. A exportação possui portanto, a possibilidade de confronto com outras realidades, correntes, outras exigências, gerando desta forma, para a empresa a busca por uma maior competitividade.

Torrent (2012) elenca ainda os riscos a serem considerados quanto a matéria de exportação. O primeiro risco que se apresenta as empresas exportadoras é o risco comercial, que significa a possibilidade de inadimplência do exportador.

Pode-se ainda citar o risco Legal. Este está associado a diferenças legais presentes nos instrumentos jurídicos dos diversos países.

Segundo Teixeira (2015) o Brasil tem uma participação, embora ainda muito discreta, bastante importante na corrente de comércio internacional, se mantendo como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de commodities, com destaque especial para minérios, carnes, açúcar e grãos.

O Brasil, desde sua época de colonização, segundo os ensinamentos dos livros de história, ganhando o mercado internacional com produtos primários, principalmente. Com base nesta premissa, e na ideia de que o estado de Santa Catarina desponta no cenário nacional com empresas com reconhecimento a nível nacional. Como pode-se ver na reportagem de “A Notícia”, de 20131. O presente

estudo, com base na literatura, buscará verificar, mediante estudos anteriores já realizados, quais os desafios e vantagens visualizados, sob a ótica destes estudos para as empresas brasileiras que buscam inserir-se no mercado internacional.

1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA

Buscar o mercado internacional não é tarefa fácil. Já não é fácil, o empresário conseguir se manter com a concorrência acirrada no local em que seu empreendimento encontra-se instalado. Imaginando estar a se livrar da concorrência tão acirrada, o mercado internacional, poderia estar a lhe oferecer vantagens que o mercado local não possui.

Partindo-se da premissa de que se os desafios locais são grandes, os desafios globais são ainda maiores. Como competir com empresas multinacionais,

1 Fonte:

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que investem em inovação e sistema de produção a fim de diminuir o custo final do seu produto, ao mesmo tempo em que aumentam a qualidade de seus produtos?

A globalização trouxe vantagens, abriu portas. Para alguns, pode-se dizer que derrubou-se verdadeiros obstáculos, que estavam impenetráveis. Mas como lidar com essa concorrência sendo um empresário de pequeno porte ou médio porte?

Ao mesmo tempo em que inicialmente a ideia de desbravar o mercado internacional vislumbra os olhos do pequeno e médio empresário, o choque ao conhecer a realidade do mercado externo.

A partir destas indagações, o presente estudo busca ajudar a resolver a problemática daqueles empresários que visam adentrar no mercado internacional. O objetivo deste trabalho é demonstrar, com base em estudos anteriores, e experiências vivenciadas, e publicadas na literatura cientifica, quais as vantagens e desvantagens, os desafios que possivelmente possam esperar os empresários que estão se aventurando na internacionalização.

Esta é a pergunta de pesquisa: quais as vantagens e os principais

desafios da internacionalização das empresas brasileiras: uma revisão bibliográfica do período de 2010 à 2015.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral:

Elaborar uma revisão bibliográfica pautada nas vantagens e nos principais desafios do processo de internacionalização das empresas brasileiras.

1.3.2 Objetivos específicos:

 Elencar, a partir dos dados CAPES, as publicações do período de 2010 à 2015.

 Descrever as principais vantagens das empresas no processo de internacionalização;

 Analisar os principais desafios das empresas brasileiras no processo de internacionalização;

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1.4 JUSTIFICATIVA

Para Torrent (2012), a partir de 1973, o mundo passou a visualizar um novo cenário econômico. O cenário econômico que se inicia com a globalização abre portas, quebra barreiras, extingue limites geográficos.

Buscar o mercado externo pode ser a saída que o empresário de pequena e média empresa estava esperando para enfrentar a crise econômica vivida no país e a concorrência acirrada local.

Ao mesmo tempo, a internacionalização pode ser a força para o empresário que não se planeja ou não conhece o cenário que está a desbravar.

Com base nisso, o presente estudo visa elencar as vantagens, desvantagens e os desafios a serem enfrentados pelos empresários que buscam a internacionalização.

Ao mesmo tempo em que, possivelmente, possa servir de estímulos aos empresários da região. Uma região rica em potencial de crescimento como há que habitamos, deve ser melhor aproveitada. E esse potencial pode ser aproveitado no mercado externo, que apesar dos desafios, pode ser uma oportunidade para muitos empresários da região.

Da mesma forma, estudos específicos que versem sobre o tema voltado a pequenas e médias empresas na região, são escassos na literatura, espera-se desta forma, contribuir com o meio acadêmico.

Como relevância o estudo, justifica-se pautado em investigar com base nas publicações no sistema CAPES, o qual reuni material da produção acadêmica nos mais variados níveis de ensino, principalmente dissertações e teses, como ocorre a internacionalização. Sob a ótica da academia, pode-se ter uma visualização dos principais vantagens e desafios das empresas que buscam a internacionalização. Uma vez que o site reúne, produção acadêmica de todo o território nacional.

Por ser ainda, uma revisão bibliográfica dos últimos cinco anos, as informações quanto as vantagens e desafios não se encontram tão ultrapassados ainda, podendo servir de parâmetros para aqueles empresários que mostram interesse em internacionalizar sua empresa.

(15)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo versa sobre a fundamentação teórica, que dará suporte ao estudo a ser realizado. Com divisão em seções, a fim de promover uma maior compressão dos futuros leitores e uma melhor organização do assunto necessário a fundamentar o estudo.

2.1 UMA BREVE COMPREENSÃO DOS FUNDAMENTOS DA ECONOMIA E DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Atualmente vive-se um processo de globalização a nível mundial. E neste contexto de globalização o comércio foi um dos sistemas mais afetados. De acordo com Barbosa (2010), esse fato ocorreu em partes,

Visto que as inúmeras transações comerciais realizadas entre as pessoas, as empresas e os governos da quase totalidade dos países do mundo acabou sendo radicalmente transformada, adquirindo uma nova afeição. Em suma, o que ocorreu essencialmente foi que todas essas transações de caráter comercial ganharam muito mais agilidade e eficiência, na medida em que, aos poucos, ficavam livre de uma série de restrições, barreiras alfandegárias, entraves burocráticos, taxações e cotas (BARBOSA, 2010, p. 19).

Segundo o autor citado, historicamente o comércio surgiu no momento em que o ser humano deixou de ser nômade, e resolveu fixar suas raízes em local fixo, de permanência, na qual objetivava não mais sair à caça e pesca e locais incertos, mas plantar e domesticar animais, afim de poder garantir a sua subsistência, e de sua família, e não mais depender da sorte e do acaso.

O comércio passou por um longo processo ao decorrer dos séculos, e mesmo que discursássemos nestas páginas não esgotaríamos o assunto sobre a história do comércio e de como este surgiu.

Para Teixeira (2015), assim como as aldeias na antiguidade não produziam todos os produtos para sua subsistência, ou os feudos que trocavam produtos com seus vizinhos, os países não possuem condições de se auto manter e aderem ao comércio, para sua manutenção.

Determinados países aproveitam a matéria prima dos países de terceiro mundo, essencialmente agrícolas na transformação, de bens, em sua grande

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maioria duráveis. E nesta troca, nasce o comércio internacional, e junto deste a economia internacional atrelada (BARBOSA, 2010).

Ainda segundo o autor citado, a compra de produtos, e o comércio internacional necessita possuir sua própria moeda. Uma vez que o Brasil, por exemplo, que possui como moeda o real, ao comprar ou vender para os Estados Unidos, que utiliza o dólar como moeda nacional estariam enfrentando sérios problemas. Portanto, a fim de facilitar o comércio e as transações a nível mundial, adotou-se uma única moeda que rege os negócios: o dólar

Os principais fundamentos do comércio internacional para Teixeira 2015, são elencados como: (a) Não Discriminação: garante tratamento igual a todos os membros no que se refere aos privilégios comerciais e aos produtos importados e nacionais, os quais não podem ter privilégios em detrimento dos importados; (b) Previsibilidade: as normas e o acesso aos mercados, tanto na exportação quanto na importação, devem ser previsíveis através da consolidação dos compromissos tarifários para bens e das listas de ofertas em serviços para que os operadores do comércio exterior possam desenvolver suas atividades; (c) Concorrência Leal: visa garantir um comércio mais aberto e justo, coibindo práticas comerciais desleais como o dumping e os subsídios, que distorcem as condições de comércio entre os países; (d) Proibição de Restrições Quantitativas: impede o uso de proibições e quotas como meio de proteção, permitindo apenas a utilização de tarifas, por ser mais transparentes, desde que estejam previstas nas listas de compromissos dos países; e (e) Tratamento Especial e Diferenciado para Países em Desenvolvimento: os países desenvolvidos abrem mão da reciprocidade nas negociações tarifárias.

A partir dos fundamentos do comércio internacional destacados, a seguir passa-se ao estudo das vantagens absolutas de Adam Smith.

2.1.1 O comércio fundamentado nas vantagens coorporativas: Na visão de DAVID RICARDO.

Segundo a lei das vantagens comparativas, mesmo que uma nação seja menos eficiente do que a outra na produção de ambas as commodities, existe ainda uma base para mutuamente benéfica para o comércio. A primeira nação deveria especializar-se na produção de commodity na qual sua desvantagem absoluta seja

(17)

menor, e importar a commodity na qual sua desvantagem absoluta seja maior (SALVATORE, 1998).

Esta teoria, uma das que compõem as teorias clássicas do comércio, juntamente com a teoria de Adam Smith. Para estas duas teorias, de uma maneira geral, as vantagens teriam sua origem de diferenças tecnológicas, especialmente da produtividade do trabalho.

Atualmente começa a se dar uma ênfase as teorias neoclássicas do comércio. Este teoria deixa de assumir um fator de produção e assume que o comércio internacional resulta de dotações de dois ou mais fatores de produção (TEIXEIRA, 2015).

Ainda segundo o autor citado, as teorias neoclássicas, também são conhecidas como teorias Suecas, foram desenvolvidas nos anos de 1919 e 1924 pelos suecos Eli Heckscher e Bertil Ohlin para sistemas de duas economias, dois bens e dois fatores de produção e estendidos para múltiplos bens e fatores.

Eli Heckscher e Bertil Ohlin ao estudarem o tema, destacam a teoria de proporção dos fatores. Segundo esta, com base nos autores citados, a teoria as vantagens comparativas de um determinado país são determinadas pela relação e pela proporção que os diferentes fatores de produção encontram-se disponíveis nos diferentes países e a proporção que eles são usados para produzir um determinado produto (PIO, 2002).

Ohlin e Heckscher, não consideram como terra e capital como não sendo modelos específicos de um determinado setor. Para estes, os dois recursos seriam utilizados em todos os setores, não sendo destinado a algum setor em específico (PIO, 2002).

2.1.2 Comércio internacional

As normas do comércio internacional, segundo Teixeira (2015), estão relacionadas diretamente a soberania e ao território de cada nação, sendo que as normas são formuladas pelo Governo de cada país, levando em consideração os seguintes enfoques: protecionismo, livre comércio e comércio regular.

O protecionismo visa a proteção das indústrias nacionais da concorrência estrangeira por meio de: i) impostos de tarifas que tornam os produtos importados

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mais caros do que os similares encontrados no mercado nacional; ii) quotas para as quantidades de mercadorias importadas; iii) proibição a importação; iv) e pedido de restrição voluntária a importação (TEIXEIRA, 2015).

A concorrência da indústria deve ser pautada no livre comércio. Assim, pode-se dizer que o livre comércio significa o intercâmbio ilimitado de comércio entre compradores e vendedores, por meio de fronteiras, buscando assegurar que as legislações trabalhistas, ambientais e de defesa do consumidor de um país não sejam aplicadas de forma que vise discriminar injustamente as empresas estrangeiras.

Enquanto o comércio regular é o meio termo entre o protecionismo e o livre comércio. Os países adeptos desta prática, permitem o amplo comércio, porém sua intervenção ocorre por meio de tarifas, subsídios, e outras políticas nacionais que objetivam transformar os produtos nacionais mais atrativos, estimulando novas indústrias, a pesquisa e o desenvolvimento nacional (TEIXEIRA, 2015).

Os princípios fundamentais da Organização do Comércio Mundial (OMC), segundo MDIC (2013), citado por Teixeira (2015), são:

a) Não discriminação: garante tratamento igual a todos os membros no que se refere aos privilégios comerciais e aos produtos importados e nacionais, os quais não podem ter nenhum tratamento privilegiado em relação aos importados;

b) Previsibilidade; as normas e o acesso aos mercados, tanto os de importação quantos os de exportação, devem possuir previsibilidade por meio da consolidação de compromissos tarifários para bens e das listas de ofertas em serviços que os operadores do comércio exterior possam desenvolver suas atividades;

c) Concorrência leal: possui o objetivo de garantir um comércio mais justo e aberto, coibindo qualquer tipo de prática desleal como o dumping e os subsídios que distorcem as condições de comércio entre os países; d) Proibição da restrição quantitativas: impede o uso de proibições e quotas como meio de proteção, permitindo apenas a utilização de tarifas, por serem mais transparentes, desde que previstas na lista de compromisso dos países;

(19)

e) Tratamento especial e diferenciado em países em desenvolvimento: os países desenvolvidos abrem mão da reciprocidade nas negociações tarifárias.

O que favorece a competitividade de empresas de países em desenvolvimento. Sem o princípio de tratamento diferenciado e especial a países em desenvolvimento, a participação de empresas nacionais como do Brasil seria bem inferior no mercado internacional. Uma vez que a competitividade de empresas brasileiras é muito aquém de empresas norte americanas ou alemãs. Sem este tratamento diferenciado, possivelmente o mercado internacional, seria dominado na sua quase integridade por empresas dos países desenvolvidos, basicamente norte americanas e europeias (TEIXEIRA, 2015).

2.2 INTERNACIONALIZAÇAO DAS EMPRESAS

Para Murgi (2014), as teorias sobre a internacionalização de empresas iniciam sua escrita no período pós-Segunda Guerra Mundial, em um contexto de intensificação da ordem liberal no mundo ocidental liderada pelos Estados Unidos da América, na ordem legitimada pela atuação de organizações internacionais, em que a Europa e o Japão estão inicialmente enfraquecidos por sua participação no conflito.

Sobre este período, Hobsbawm (1995), comenta que,

Uma economia capitalista mundial desenvolveu-se assim em torno dos EUA. Ergueu menos obstáculos aos movimentos internacionais de fatores de produção que qualquer outra desde o período médio-vitoriano, com uma exceção: a migração internacional demorou a recuperar-se do estrangulamento do entre guerras. (HOBSBAWM, 1995, p. 271).

Quanto ao conceituar de internacionalização de empresas, Teixeira (2015), citando Ludovico (2009) e Brasil (2011), comenta que a internacionalização consiste na participação ativa das empresas nos mercados externos.

Para Dib e Carneiro (2006, apud TEIXEIRA, 2015), a internacionalização trata-se de uma busca por posições de quase monopólio, isso ocorre devido à exploração das imperfeições do mercado pelo uso das competências e vantagens específicas da empresa, como a redução de custo e a economia de escala, entre outras.

(20)

A seguir, segundo dados de Teixeira (2015), com base em Souza e finili (2012), estão elencados alguns conceitos disponíveis na literatura sobre internacionalização, que podem sofrer variação de acordo com o foco que é dado a cada conceito.

Quadro 1: Conceitos de internacionalização de empresas.

Conceito Autor(es)

“[...] processo pelo qual as empresas gradativamente se envolvem em negócios internacionais.”

Johanson e Vahlne (1977) “[...] processo de envolvimento crescente em operações

internacionais, no sentido do contexto doméstico para mercados estrangeiros e vice-versa.”

Welch e Luostarinen (1988)

“[...] processo no qual as relações são continuamente estabelecidas, mantidas, desenvolvidas, rompidas e dissolvidas

no intuito de atingir os objetivos da firma.”

Johanson e Mattsson (1988)

“[...] processo de desenvolvimento de redes de relacionamento de negócios em outros países através de extensão, penetração

e integração.”

Johanson e Vahlne (1990)

“[...] processo de incremento do envolvimento da firma em

operações internacionais.” Calof e Beamish (1995) “[...] processo de adaptação da modalidade de troca comercial a

mercados internacionais.”

Andersen (1997) “[...] processo de mobilização, desenvolvimento e acumulação

de recursos para atividades internacionais.”

Ahokangas (1998) “[...] processo de expansão e consolidação de atividades

econômicas das empresas com mercados estrangeiros.” Ruzzier, Hisrich e Antoncic (2006)

Fonte: Citado Souza e Fenili (2012, p. 105) e adaptado por Teixeira (2015, p. 44).

2.2.1 Benefícios da internacionalização

As empresas adotam estratégias de internacionalização por uma série de motivos (TEIXEIRA, 2015), entre eles:

a) Necessidade de captar novas tecnologias para seus produtos e processos;

b) Acessar recursos naturais e fatores de produção com menores custos; c) Acessar novos mercados consumidores e fornecedores;

d) Reduzir o risco de negócios e dependências do mercado interno; e) Desenvolver novas competências;

f) Atender as necessidades dos consumidores internacionais;

g) Explorar a competitividade em custos através da economia de escola e produtos diferenciados;

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h) Contornar as restrições estabelecidas por barreiras tarifárias e não tarifárias;

i) Ficar mais próximo dos fornecedores e se beneficiar do Global

Sourcing;

j) Aumentar o valor da marca;

k) Melhorar a imagem da empresa no mercado doméstico; l) Obter maiores margens de lucro.

A pressão da concorrência no mercado global, a saturação ou baixas taxas de crescimento no mercado doméstico e as políticas governamentais, podem ainda ser citados como fatores que influenciam nas decisões para a expansão internacional de uma empresa (CAVUSGIL et al., 2010).

Cretoiu et al. (2012, apud TEIXEIRA, 2015) ressaltam que a internacionalização proporciona benefícios para as empresas e também para o país, entre eles:

a) Melhoria da imagem do país no exterior;

b) Aumento da arrecadação de tributos; geração de emprego, renda e fortalecimento da economia local;

c) Impactos positivos na balança comercial;

d) Aumento da competitividade em relação aos concorrentes estrangeiros no país;

e) Incorporação de novas tecnologias e processos à indústria nacional; f) Fortalecimento do país nas negociações internacionais e na OMC.

2.2.2 Riscos da internacionalização

Ao mesmo tempo em que a internacionalização abriu inúmeras portas para as empresas, gerando oportunidades de negócios, essas mesmas empresas tiveram que adaptar-se aos riscos que o mercado global passava a oferecer e ainda a acirrada e violenta concorrência internacional (Cavusgil et. al, 2010).

Quanto aos riscos dos negócios internacionais, o risco comercial está relacionado a probabilidade de prejuízos ou fracasso da empresa, como resultado de estratégias, tanto a nível tático e operacional, ou ainda, procedimentos formulados ou implementados de formas inadequadas. Como por exemplo, no caso

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do erro ao escolher o parceiro de negociações, na escolha do momento mais oportuno para adentrar em um mercado, formulação de preços, especificações de produtos e campanhas promocionais, ações que podem causar danos a reputação e o desempenho internacional de uma empresa (Cavusgil et. al, 2010).

O risco intercultural refere-se a uma situação em que a má interpretação cultural coloca em jogo alguns valores humanos, entre eles, diferenças de idioma, estilo de vida, modo de pensar, costumes e religião (TEIXEIRA, 2015). Cavusgil et. al. (2010), salienta que esses valores influenciam a mentalidade e o modo de trabalhar de funcionários e os padrões de compra de consumidores. Ainda segundo o autor, o idioma constitui uma dimensão crucial da cultura, pois, além de facilitar a comunicação, é uma janela para os sistemas de valores e condições de vida de um povo. Assim, como a falha de comunicação causada por diferenças culturais dando origem as estratégias inadequadas de negócios e relações ineficazes com os clientes.

O Risco cambial refere-se às flutuações nas taxas de câmbio, ou seja, o valor de uma moeda em relação à outra (TEIXEIRA, 2015). Em casos onde existem uma variação significativa ou acentuada das flutuações, o valor dos ativos, lucro e renda operacional de uma empresa podem sofrer redução. A inflação e outras condições econômicas prejudiciais podem apresentar efeito imediato sobre as taxas de câmbio, devido à inter-relação das economias nacionais (CAVUSGIL et al., 2010).

O Risco-país, refere-se aos efeitos

Potencialmente adversos às operações e à lucratividade das empresas, causados por desdobramentos nos ambientes político, jurídico e econômico de um país, abrangendo a possibilidade de uma intervenção governamental nas atividades empresariais, como por exemplo, restringir o acesso a mercados, impor procedimentos burocráticos sobre transações comerciais e limitar a remessa de lucros obtidos em operações externas (TEIXEIRA, 2015, p. 46).

O risco-país, pode ainda envolver leis e regulamentações que afetem as operações e o desempenho empresarial, entre elas, a proteção à propriedade industrial e intelectual e as políticas econômicas e tributárias potencialmente prejudiciais, envolvendo altos índices de inflação, dívida externa e desequilíbrio na balança comercial (CAVUSGIL et al., 2010).

(23)

Ainda, segundo o autor acima citado, os riscos, mesmo inevitáveis, podem em alguns casos serem evitados pelos administradores das corporações através de pesquisas que busquem visualizar potenciais riscos, compreendendo desta forma suas implicações e procedimentos afim de evitar ao mínimos que estes riscos venham a afetá-la.

2.2.3 O dólar como moeda internacional

O dólar assume um papel importante no sistema monetário internacional no momento em que a Inglaterra, em função da Primeira Guerra Mundial, o padrão ouro e a moeda americana passa a assumir a posição de libra esterlina como moeda forte (ROBERTS, 2000).

O entre guerras teve sua marcação com a grande depressão de 29, deterioração do comércio internacional e dos fluxos de capitais na medida em que os países impunham barreiras tarifárias. Com as conquistas comerciais e financeiras dos Estados Unidos no período, o país superou a Inglaterra e definiu o reposicionamento do centro de gravidade do SI a seu favor (EICHENGREEN, 2000, apud DAMBRÓS, 2013).

Para Dambrós (2013), no final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos da América eram, a economia que predominava e detinha cerca de 70% das reservas mundiais de ouro.

Dês forma, segundo o autor citado, o dólar possuía um papel central nos novos arranjos. Mas a posição de dólar como moeda chave, teria ocorrido somente com o colapso de bretton Woods, e o fim da paridade do dólar/ouro, quando o dólar passou a ter um caráter de moeda flexível e fiduciário. Respaldado no período na consolidação do poder econômico e/ou financeiro que os Estados Unidos da América detinham em consonância com a importância das instituições financeiras norte-americanas e a dimensão no mercado financeiro doméstico.

Prates (2005), acredita que a aceitação da moeda a nível internacional estaria condicionada as mesmas premissas convencionalmente adotadas para a aceitação de uma moeda no âmbito doméstico, a saber, meio de liquidação das transações e contratos, unidade de conta e reserva de valor. Na ausência da institucionalização de uma moeda internacional formal, existe o compromisso informal no sistema

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econômico internacional da aceitação do dólar como sendo a moeda-chave internacional, o qual reflete na distribuição de poder vigente (DAMBRÓS, 2013).

O momento de instabilidade sistêmica teve fim com o choque dos juros de 1979, que reafirmou o posicionamento da economia americana e inaugurou a política do “dólar forte”, acompanhada da desregulamentação e liberalização financeira. Mediante a aceitação dos demais países centrais, estabelece-se o padrão dólar flexível (DAMBRÓS, 2013).

Quando a autora fala na instabilidade sistêmica que havia se instalado, a mesma refere-se ao colapso de Bretton Woods, sendo responsável pela insegurança que se instaurou sobre a hegemonia americana. O sistema Bretton Woods, legitimou a estruturação de um padrão de riqueza subjugado ao plano das finanças, em vez do emprego, o que teria ocasionado seu colapso (OLIVEIRA, MAIA e MARIANO, 2008).

A economia mundial entrou em um período de turbulência, encarando ondas especulativas dentro de um contexto em que a demanda e a liquidez internacional aumentavam como resposta ao crescimento da economia americana e do mercado de eurodólares (SERRANO, 2002).

Sendo assim, os Estados Unidos por serem emissores de moeda chave, passam a adquirir um caráter de devedor líquido (DAMBRÓS, 2013).

Tendo em vista o papel do dólar como moeda-chave, ressalta-se que existe uma hierarquia na qual as moedas se posicionam a partir da posição do dólar, denominada de “Pirâmide Monetária”.

[...]

No contexto atual, o dólar se situaria no topo desta pirâmide, uma vez que cumpre as três funções da moeda em âmbito internacional. Após o dólar, estão algumas moedas conversíveis no SI, que, embora sejam meio de troca e unidade de conta, desempenham um papel secundário como reserva de valor. A base, então, seria constituída pela grande maioria das moedas não conversíveis. O poder monetário na pirâmide se distribui do topo para a base (DAMBRÓS, 2013, p. 28).

A autora ainda conclui seu pensamento, sobre o dólar como moeda internacional, referindo que, de uma forma geral, o dólar dispõe, ao menos desde o início do colapso de Bretton Woods, como sendo uma posição fundamental como meio de troca, reserva de valor e unidade de conta no cenário internacional.

Ainda de acordo com a autora, a hierarquia monetária refletia portanto, as assimetrias do poder monetário que os norte americanos detinham, e os diferentes

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níveis de autonomia na formação das políticas econômicas dos Estados Unidos da América.

Assim, pode-se verificar que existe uma simetria hierárquica entre os países emissores de moedas fortes, utilizadas na economia internacional.

2.3 EXPORTAÇÃO

A variação cambial encontra-se relacionada diretamente com a exportação. Portanto, a seguir, será estudado de forma breve a exportação com seus principais pontos, dentre iniciando com um breve estudo da evolução do comércio no Brasil, até chegar às alternativas para que o empresário possa atingir o mercado internacional.

2.3.1 Breve histórico da evolução do comércio no Brasil

Rocha (2012), acredita que o comercio se caracteriza por uma base de sustentação para o desenvolvimento e crescimento de um determinado país. O autor divide o comércio no Brasil em várias etapas.

A primeira etapa teria ocorrido segundo dispõem Rocha (2012), no período entre a década de 70 e início da década de 80. Período em que teria, ocorrido um crescimento acentuado da economia brasileira, acompanhado de um volume relevante de importações.

Para o autor, o II Plano Nacional (PND), teria sido basilar no projeto da industrialização brasileira, tendo como premissas as importações de bens de capital, bens intermediários, o petróleo. Fatores que dominavam a pauta comercial naquele período.

A segunda etapa teria se iniciado, em 1982, com a crise da divida externa, e estendendo-se por toda a década de 80, que ficou conhecida, segundo Rocha (2012), como a década perdida.

A segunda etapa, segundo Rocha (2012), teria correspondido ao período em que houve a necessidade de entrada de divisas para que pudesse ser honrado os compromissos externos brasileiros assumidos, assim como a aplicação de diversos

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projetos industriais que desenvolveram-se durante a primeira etapa da evolução comercial do Brasil.

O baixo crescimento da economia brasileira e o acentuado protecionismo do Brasil, foram decisivos para manter as importações em níveis baixos e estáveis (ROCHA, 2012).

Segundo o autor, a terceira fase faz referência a década de 1990, sendo que a principal característica deste período reluz ao processo de liberação econômica no ano de 1990 e a instituição do Plano Real em 1994. Com a liberação econômica o objetivo era aumentar as exportações, aumentando a eficácia e a competitividade da economia brasileira. Enquanto que a adoção do plano real durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, proporcionou significativas mudanças

Rocha (2012), destaca que o plano real teve uma variedades de impactos sobre o desempenho da economia brasileira. Para o autor, se por um lado houve, a adoção de um regime de câmbio fixo, ensejando sobre a valorização da moeda brasileira, por outro lado, o aumento da renda doméstica acabou por ampliar a demanda por importações, e consequentemente reduzindo a oferta de bens para a exportação.

Portanto, segundo o autor, o plano real passou a reforçar os efeitos diretos esperados pela liberação das importações, que consistiam no desempenho comercial, sendo marcado pela obtenção sucessiva de déficits comerciais a partir do ano de 1994, em função do crescimento das importações bem superiores a das exportações.

As crises financeiras no final da década de 1990, estancaram o processo de crescimento das importações brasileiras (ROCHA, 2012).

E a última fase, destacada por Rocha (2012), refere-se ao ano de 2002, como resultado de um forte crescimento de preços internacionais e da demanda – período esse que teve a China como um dos principais países responsáveis por essa evolução.

Com a evolução do comércio brasileiro e a abertura para empresas estrangeiras venderem seus produtos no Brasil, aumentou a competitividade no comércio. Ao mesmo tempo em que a evolução do comércio no Brasil ocorreu e houve a liberação para que outras empresas pudessem vir fixar-se no território brasileiro, o inverso também ocorreu.

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2.3.2 Alternativas para o exportador atingir o mercado internacional

Pode-se considerar que a exportação é basicamente, a saída da mercadoria do território aduaneiro de um país, decorrente de um contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas. A atividade de exportação está baseada no tripé: pesquisa, promoção comercial (feiras e missões comerciais) e persistência, aliada à visão de longo prazo (MDIC, 2010; TEIXEIRA, 2015).

Um dos maiores objetivos da exportação, é conseguir divisas, sobretudo para pagar pelos produtos importados e promover o desenvolvimento econômico do país exportador. No caso do Brasil, a necessidade de aumentar as exportações tem levado o governo, através dos organismos responsáveis, a elaborar políticas de incentivo às empresas de pequeno e médio porte a colocarem seus produtos no mercado internacional, sobretudo produtos de alto valor agregado ou de capital intensivo (MOREIRA e SANTOS, 2001, apud TEIXEIRA, 2015).

Segundo Teixeira (2015), a empresa que exporta possui vantagens sobre os concorrentes internos, que não exportam. Pois ocorre um melhor aproveitamento do mercado, aproveitamento da produtividade, diversificação de mercados, incorpora novas tecnologias, e ainda aumenta a rentabilidade da corporação, o que levará a uma diminuição dos custos operacionais.

Teixeira (2015, apud Sousa 2010), salienta no que tange a motivação, que a exportação, é decorrente de diversos fatores que podem ser agrupados em duas categorias: proativas e reativas.

As motivações proativas estão ligadas a estímulos que levam os empresários a perseguir certos objetivos de forma racional para atingir a estratégia de internacionalização, enquanto que, as motivações reativas levam os empresários a responder às mudanças no ambiente empresarial e adaptar suas atividades e estratégias ao longo do tempo, garantindo assim, a sobrevivência das empresas. (TEIXEIRA, 2012). Segundo o autor ainda, quando se trata de MPE´s, a motivação é do tipo reativa.

Para Garcia (2010), as alternativas mais utilizadas pelas empresas para exportação são: Exportação Direta, Exportação Indireta e Exportação via Trading

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A Exportação Direta é a operação em que o próprio exportador (fabricante ou produtor) fatura seu produto em nome do importador, no exterior (GARCIA, 2007; TEIXEIRA, 2015). Neste sentido a exportação

Pode ser realizada pelo produtor por meio de encomendas repassadas por agentes no país importador, que podem ser vendedores comissionadas ou agentes comerciais autônomos; ou ainda, através da utilização dos serviços especializados de uma empresa importadora em regime de exclusividade (TEIXEIRA, 2015, p. 64).

Ainda sobre a exportação direta, Garcia (2007) apud Teixeira (2015) acrescenta que, para o desenvolvimento desse tipo de exportação, é importante que a empresa exportadora tenha conhecimentos básicos sobre a apuração de custos e riscos próprios da atividade, países para os quais poderá destinar seus produtos, formas de negociação internacional, documentos necessários e outras particularidades relacionadas à apresentação do produto, prazo de entrega, embalagens, modalidades de pagamento, etc.

A Exportação Indireta, é a operação em que empresas intermediárias ou intervenientes estabelecidas no mercado interno, compram produtos de diversos fabricantes com o fim específico de exportação (GARCIA, 2007). Neste caso, Sousa (2010) acrescenta que as empresas fabricantes não têm controle sobre a operação, pois não conhecem os seus clientes, mas, por outro lado, o risco operacional é muito menor.

A Exportação via Trading Companies, é uma operação idêntica à exportação indireta, com a diferença de ser conduzidas por empresas, intituladas “Empresas Comerciais Exportadoras” (GARCIA, 2007).

Além das alternativas destacadas acima, outras formas de acesso ao mercado internacional por meio da exportação, podem ocorrer, através da união de empresas ou produtores, especialmente micro e pequenos, sob as formas de Cooperativas, Arranjos Produtivos Locais e Consórcios de Exportação (TEIXEIRA, 2015).

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2.4 COOPERATIVAS

As cooperativas, são destacadas por Teixeira (2015), como sendo associações autônomas, formadas por no mínimo 20 (vinte), pessoas, que estão unidas de forma voluntária, para prestarem serviços e atender as necessidades econômicas, sociais e culturais, sem objetivar o lucro.

Desta forma, por meio de uma empresa de propriedade coletiva, e o controle exercido de forma democrática por parte daqueles que são associados.

Segundo dispõem Teixeira (2015), as cooperativas são constituídas, com forma jurídica própria e os sócios não estão sujeitos à falência. Os sujeitos que compõem uma sociedade de cooperativas, contribuem com seus bens e/ou serviços para o desenvolvimento da atividade econômica em comum.

Galwak (2007) salienta que o cooperativismo possui origem na cooperação, doutrina cultual e socioeconômica, fundamentada na liberdade humana que visa a busca do desenvolvimento da capacidade intelectual das pessoas de forma criativa, inteligente, harmônica, visando sempre, a melhoria continua.

As Sociedades Cooperativas, de acordo com Gawlak (2007) e Brasil (2008, apud TEIXEIRA, 2015), são classificadas, conforme a descrição que segue:

(a) Cooperativas Singulares (1º grau): quando constituídas de, no mínimo vinte pessoas físicas, sendo permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Têm por objetivo, a prestação direta de serviços aos associados; (b) Cooperativas Centrais e Federações de Cooperativas (2º grau): quando constituídas de, no mínimo, três cooperativas singulares, podendo admitir associados individuais. Têm por objetivo, defender os interesses econômicos e assistenciais das filiadas, integrando e orientando suas atividades e facilitando a utilização dos serviços;

(c) Confederações de Cooperativas (3º grau): quando constituídas de, no mínimo, três federações de cooperativas ou cooperativas centrais, de qualquer modalidade. Têm por objetivo, orientar e coordenar as atividades das filiadas, nos casos que transcenderem o âmbito de atuação das centrais e federações.

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2.5 APL – ARRANJO PRODUTIVO LOCAL

A Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – REDESIST, define os Arranjos Produtivos Locais da seguinte maneira:

[...] são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto de atividades econômicas que apresentam vínculos, mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que podem ser produtoras de bens e serviços, fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras organizações públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento (1997).

Puga (2003, apud TEIXEIRA, 2015) define APL como uma concentração geográfica de empresas – em geral, pequenas e médias – e outras instituições que se relacionam em um setor particular, incluindo desta forma, fornecedores especializados, universidades, associações de classe, instituições governamentais e outras organizações que proveem educação, informação, conhecimento e/ou apoio técnico.

2.6 CONSÓRICIO DE EXPORTAÇÃO

De acordo com Lima et al. (2002; 2007, apud TEIXEIRA, 2015), trata-se de uma união de esforços de pequenas e médias empresas de um mesmo setor ou de setores complementares, mantendo a individualidade no mercado doméstico e otimizando a produção e venda de seus produtos no exterior, de tal forma que o consórcio funcione como um departamento de exportação comum dos consorciados. Segundo o autor, ainda podem ser agrupamento de empresas, ou produtores que possuem interesses comuns, porém, cada um mantendo a sua individualidade no mercado interno, e, de forma conjunta, reúnem esforços para atingir o mercado externo, geralmente em formato de Associações ou Cooperativas.

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2.7 PROGRAMAS DE FINANCIAMENTO DE EXPORTAÇÃO

Objetiva proporcionar condições de financiamento às exportações brasileiras equivalentes às do mercado internacional, nas modalidades Financiamento (destinada às micro, pequenas e médias empresas) e Equalização (destinada às empresas de qualquer porte), conduzidas pelo Banco do Brasil (TEIXEIRA, 2015).

2.7.1 Agencias de Exportação

De acordo com o MDIC (2013, apud TEIXEIRA, 2015), as principais entidades ou agentes de apoio e promoção às exportações brasileiras são:

(a) Agência Brasileira de Promoção de Exportações - APEX-Brasil: buscam atender empresas de todos os portes, com foco, principalmente, nas empresas de pequeno e médio porte, atuando de forma estratégica para inseri-las no mercado internacional, diversificar e agregar valor à pauta de exportação dos seus produtos e serviços, aumentar o volume comercializado, consolidar a presença do país em mercados tradicionais e abrir novos mercados. Desta forma, visa oferecer soluções nas áreas de informação, qualificação e promoção comercial;

(b) Portal Brazil Global Net: é uma ferramenta de apoio às empresas brasileiras que buscam se lançar no mercado externo. Oferecendo oportunidades comerciais com empresas estrangeiras e demandas de produtos brasileiros, além de oportunidades de investimento e de transferência de tecnologia;

(c) Banco do Brasil: é um dos principais, se não o principal parceiro dos exportadores brasileiros, e disponibiliza soluções financeiras para a instalação, manutenção, ampliação e modernização das empresas. O banco do Brasil é uma instituição habilitada para emissão de Certificado de Origem, além de ser o agente financeiro do PROEX e BNDES, entre outros;

(d) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES: principal financiador do Governo Federal, incentiva a área de comércio exterior e a internacionalização de empresas, por meio de custos e prazos diferenciados. O BNDES oferece programas de financiamento para a produção de bens de capital que sejam destinados à exportação e, outros focados em empresas exportadoras de setores afetados pela conjuntura econômica internacional;

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(e) Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE: atua para ampliar o acesso das micro e pequenas empresas aos mercados internacionais.

2.8 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA EXPORTAÇÃO

Segundo Carpes et. al. (2010), a exportação seja o modo dos empresários nacionais adentrarem em mercados estrangeiros. Porém, tal entrada envolve menos riscos e menos investimentos no início.

Teixeira (2015 apud CAVUSGIL et al. 2010) relatam algumas vantagens e desvantagens acerca da exportação,

[...] (a) Vantagens: i) aumento do volume de vendas, da participação no mercado e geração de margens de lucro mais favoráveis do que no mercado doméstico; ii) aumento da economia de escala e redução do custo por unidade produzida; iii) diversificação da base de clientes e redução da dependência do mercado doméstico; iv) redução das flutuações nas vendas associadas à sazonalidade da demanda; e v) redução do risco e aumento da flexibilidade, em comparação com as outras estratégias de entrada. (b) Desvantagens: i) falta de conhecimento sobre o mercado, os consumidores e os concorrentes; ii) investimento constante de recursos para capacitação e aquisição de competências para conduzir as operações de modo adequado; e iii) maior sensibilidade às barreiras tarifárias e não tarifárias e às oscilações cambiais CAVUSGIL ET. AT 2010, citado por TEIXEIRA 2015, p. 60).

Minervine (2012) define capacidade exportadora como sendo a aptidão que uma empresa possui para adequar-se as variáveis do mercado internacional, realizando alterações interna nos seus departamentos, desde o departamento de recursos humanos até o departamento de produção.

Teixeira (2015) acredita que as exportações de um país dependam tanto de fatores políticos como fatores não políticos. Assim, quando se alisar o comportamento das exportações deve-se levar em consideração os aspectos tanto socioeconômicos, quanto os investimentos governamentais, recursos naturais, políticas industriais, tecnologia utilizada, políticas comerciais e fiscais, movimento de capitais, custo de transportes, produtividade, linhas de crédito para exportação e ainda os fatores externos que possam por ventura, afetar a oferta e a demanda mundial dos produtos comercializados.

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Para o MDIC (2010), os bons resultados nas exportações nos últimos anos estariam associado a uma gama de fatores, tais como a melhoria da qualidade das empresas nacionais, aliadas as políticas de comércio exterior adotadas pelo Governo Federal, em conjunto com o Banco do Brasil, Ministério da Relações Exteriores, entre outros. Mas, ainda existem diversos entraves para o incremento das exportações nacionais, que se encontram relacionados principalmente às dificuldades burocráticas e deficiências nos serviços de infraestrutura, das quais é possível destacar-se as altas tarifas portuárias, alto custo do frete, entre outros fatores internos que dificultam e oneram a atividade exportadora do país (TEIXEIRA, 2015).

As micro e pequenas empresas, segundo o autor supracitado, apresentam uma pequena participação no mercado externo, fato que se deve de uma forma geral a baixa produtividade dessas empresas decorrentes da absorção de mão de obra pouco qualificada, o que acarreta o comprometimento da competitividade das empresas de pequeno e médio porte no mercado internacional. Em contra partida no cenário interno, as micro e pequenas empresas são fatores que geram e movimentam a economia nacional, pois geram emprego e renda para milhões de pessoas de todos os estados de municípios da federação.

As empresas podem participar e participam consequentemente do mercado internacional de forma diária ou eventual. A participação estaria condicionada a questão de como a empresa elaborou suas estratégias para adentrar no mercado internacional.

2.9 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA EXPORTAÇÃO

Em um mundo globalizado, com a necessidade crescente de internacionalização por parte das empresas, a cada dia maior, o posicionamento que estadas adotam assumem um papel primordial no mundo dos negócios. Esse planejamento deve estar pautado em detalhamento do diagnóstico de recursos, da capacidade das empresas e dos objetivos que esta possui (LOPEZ e GAMA, 2002).

Ainda segundo os autores, para que uma empresa venha a atuar no mercado internacional, é necessário que venha a desenvolver uma estratégia que lhe

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assegure a capacidade seja compatível com o ambiente competitivo do mercado internacional.

A formulação de uma estratégia baseada em pesquisas e avaliações bem feitas aumentam as chances de que sejam tomadas as melhores decisões.

2.9.1 Valor do planejamento

Segundo Lopez e Gama (2002), antes de adentrar ao mercado internacional é necessário obter-se informações prévias sobre os mercados mais promissores e as melhores maneiras de acessá-los. Na verdade, essa não é apenas uma regra que se aplica ao campo internacional, mesmo no âmbito local ou nacional, a empresa deve obter essas informações para que tenha sucesso.

Empresas que não obtenham as informações acima mencionadas, podem sim ter sucesso e uma vida útil longa, mas não é a regra, e sim a exceção. E da mesma forma, obter a informações não garante que a empresa terá sucesso, são vários fatores que estão de alguma forma relacionados.

Lopez e Gama (2002) acreditam que um dos segredos para o desenvolvimento de um planejamento de sucesso é o envolvimento de todo o pessoal que estará de alguma forma participando da exportação. Todos os aspectos do projeto de exportação devem ser conhecidos por aqueles que irão coloca-los em prática, ou contribuirão de alguma forma, para que tal projeto venha a se concretizar.

Os autores supracitados elencam como necessários e indispensáveis na formulação dos projetos de exportação os seguintes itens:

a) A exportação exige continuidade, portanto, determinada parcela da produção deve ser reservada, para o mercado externo;

b) Os negócios permanentes exigem investimentos no mercado, inclusive, de forma a oferecer no mínimo um serviço de pós venda;

c) Conhecer, ao menos, o essencial sobre os regimes alfandegários e cambiais, bem como os impostos e taxas em vigor no mercado alvo; d) Dispensar especial atenção às disposições sobre embalagens, etiquetas e requisitos sanitários/fitossanitários, vigentes para o produto no mercado pretendido;

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e) Evitar trabalhar como e com amadores, uma vez que a operação de exportação requer coordenação de profissionais, com equipe bem treinada;

f) Ter cuidado especial na formulação do preço de exportação;

g) As formas de promoção de um produto devem ser adequadas às peculiaridades de cada mercado;

h) Deve haver compromisso com a quantidade e atendimento eficiente; i) Não esperar resultados imediatos;

Segundo Lopez e Gama (2002), os erros mais comuns cometidos por exportadores iniciantes são:

a) Falta de avaliação da capacidade de internacionalização; b) Não cumprimento do prazo de entrega;

c) Atraso nas respostas e no encaminhamento de informações ao importador;

d) Apresentação de produtos em desacordo com a negociação, em termos de qualidade e exigências;

e) Embalagem inadequada;

f) Design não adequado ao mercado alvo.

Desta forma, pode-se entender os valores a serem adotados por aqueles que buscam exportar.

2.9.2 O que exportar

Qualquer produto, a princípio pode ser alvo de exportação. O diferencial que transforma um produto comum em um produto de exportação está relacionado aos fatores de controle mais eficientes de custos, maiores cuidados com a embalagem e principalmente atenção às exigências do mercado consumidor, ou seja, o mercado alvo (LOPEZ e GAMA, 2002).

Quanto as preocupações, segundo os autores, está a capacidade de renovação dos produtos, aperfeiçoamento tecnológico e adaptação as necessidades dos mercados importadores. O objetivo é de que a presença da empresa no mercado internacional, desta forma, não venha a ser passageiro ou temporário, mas sim uma conquista definitiva de espaço.

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A exportação também está em saber aproveitar o mercado e as oportunidades. Para exportar, basta talvez, saber aproveitar o momento. Como o momento de crise, por exemplo.

O site ENDEAVOR,2 cita o caso de empresas brasileiras, que tem obtido

sucesso com a exportação em momentos de crise.

2.9.3 Para onde exportar

Como ressaltado no item anterior, tudo pode ser exportado, dependendo do empresário e da atenção dispensado ao produto. Porém, nem tudo pode ser exportado para qualquer lugar ou país.

Alguns países possuem controles de ordem sanitárias, burocráticas e documentais, assim como limites quantitativos que podem afetar as perspectivas de comércio dos empresários, e em determinados casos, inviabilizá-los (LOPES e GAMA, 2002).

Uma das formas mais eficientes de conhecer tais requisitos, assim como o comportamento do mercado consumidor, pode ser o de viajar para o local, no qual se almeja vender o produto. Conhecendo desta forma o comportamento do público consumidor, os concorrentes e posteriormente os tramites legais.

Não existe empresa que consiga desenvolver uma estratégia de internacionalização sem antes avaliar seu posicionamento no mercado.

Para Lopez e Gama (2002), uma empresa procura direcionar seus produtos para os seguintes mercados:

a) Mais próximos;

b) Em franco crescimento;

c) Mais similarmente culturalmente; d) Com competição menos agressiva;

e) Que apresentem grande potencial para o produto.

O local almejado para a exportação, deve ser aquele que mais atende as necessidades e vai de encontro aos objetivos da empresa. Desta forma, uma boa pesquisa de mercado antes, pode ser a chave do sucesso.

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2.9.4 Como exportar

Lopez e Gama (2002), elencam algumas formas de colocação de produtos de uma empresa no mercado internacional, como por exemplo:

a) Vendendo para empresas que atuam no mercado interno e que exportam por sua conta;

b) Vendendo a agentes de estrangeiros no mercado nacional; c) Exportar via trading company;

As exportações por meio de tradings caracterizam-se por: a) Atuação em marcados diversos;

b) Existência de estoques que possibilitam fornecimento regular; c) Maior facilidade de regulação dos custos;

d) Possibilidade de melhor atendimento ao cliente devido a variada gama de produtos;

e) Exportação de produtos consolidados, de diversos fornecedores. Os benefícios de quem exporta via consórcio podem ser:

a) Maior poder de competição;

b) Menores custos na participação de feiras; c) Maior facilidade na obtenção de financiamento; d) Maior poder de aquisição de matéria prima; e) Maior facilidade de investir em novas tecnologias;

f) Possibilidade de criação de marca própria no exterior sem perda da identidade no âmbito nacional.

O MDIC (2016), destaca que para exportar a pessoa física ou jurídica, devem estar inscritas no REI – Registro de Exportadores e Importadores. O MDIC ainda destaca uma série de passos a serem seguidos como procedimento para a obtenção no REI.

2.9.5 Barreiras a exportação

Segundo os ensinamentos de Minervini (2001), cita alguns exemplos de barreiras a exportação:

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b) Falta de moeda conversível;

c) Excessiva burocracia e instabilidade econômica; d) Normas técnicas.

Menezes e Luz (2007), classificam as barreiras a importação em dois grupos, as internas e as externas. Segundo os autores, as barreiras internas compreendem as barreiras de informação.

Para Morgan Katsikeas (1997), as barreiras a informação, fazem referência quanto a identificação, seleção, e contato em mercados internacionais devido a ineficiência de informações.

Menezes e Luz (2007), acreditam que as barreiras identificadas no grupo de informações são: informação limitada para localizar e/ou analisar mercados, problemas com dados de mercado internacionais, identificação de oportunidades de negócios no estrangeiro e falta de habilidade para contatar clientes no exterior.

As barreiras funcionais que para Vozikis e Mescon (1985), caracterizam-se como aquelas relativas a ineficiência de várias funções em empreendimentos, tais como os recursos humanos, produção, entre outros.

As barreiras de marketing, que segundo Menezes e Luz (2007), tratam especificamente dos produtos da companhia, preço, distribuição, logística e atividades de promoções no exterior.

Já as barreias externas, temos as ambientais, tarefas, governamentais e processuais.

As barreiras processuais, são os aspectos das operações de transação com clientes estrangeiros e incluem 3 itens: falta de familiaridade com procedimentos e papéis de exportação, problemas de comunicação com clientes de outros mercados e arrecadação lenta de pagamentos no exterior (MENEZES e LUZ, 2007).

As barreiras ambientais, para Kedia e Chhokar (1986) e Moini (1997), são divididas em oito barreiras associadas às barreiras de ordem política, de política legal e sociocultural.

As barreiras governamentais, são aquelas relativas às ações ou falta de ações por parte do governo local ao país que se destinam as exportações, as quais podem ainda ser separadas em: falta de incentivos/assistência do governo local e de países com regras e regulamentos locais não favoráveis (MENEZES e LUZ, 2007).

Referências

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