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Cleânio da Luz Lima. Estudo das propriedades vibracionais do molibidato de sódio hidratado por espectroscopia Raman em função da pressão hidrostática

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Estudo das propriedades vibracionais do

molibidato de s´

odio hidratado por

espectroscopia Raman em fun¸

ao da

press˜

ao hidrost´

atica

Fortaleza – CE Julho / 2008

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Estudo das propriedades vibracionais do

molibidato de s´

odio hidratado por

espectroscopia Raman em fun¸

ao da

press˜

ao hidrost´

atica

Disserta¸c˜ao apresentada ao Departamento de F´ısica da Universidade Federal do Cear´a, como parte dos requisitos para a obten¸c˜ao do T´ıtulo de Mestre em F´ısica.

Orientador:

Prof. Dr. Josu´e Mendes Filho

Co-orientador:

Prof. Dr. Paulo de Tarso Cavalcante Freire

Mestrado em F´ısica Departamento de F´ısica

Centro de Ciˆencias

Universidade Federal do Cear´a.

Fortaleza – CE 26 de Julho de 2008

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Disserta¸c˜ao de Mestrado sob o t´ıtulo Estudo das propriedades vibracionais do moli-bidato de s´odio hidratado por espectroscopia Raman em fun¸c˜ao da press˜ao hidrost´atica, defendida por Cleˆanio da Luz Lima e aprovada em 18 de Julho de 2008, em Fortaleza, Cear´a, pela banca examinadora constitu´ıda pelos doutores:

Prof. Dr. Josu´e Mendes Filho Departamento de F´ısica - UFC

Orientador

Prof. Dr. Paulo de Tarso Cavalcante Freire Departamento de F´ısica - UFC

Co-orientador

Prof. Dr. Antˆonio Gomes de Souza Filho Departamento de F´ısica - UFC

Prof. Dr. Waldeci Paraguassu Feio Departamento de F´ısica - UFMA

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A minha m˜ae Marizete e ao meu irm˜ao Paulo Cesar, pelo amor, carinho e dedi-ca¸c˜ao para com seus familiares.

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– `A Deus, pelo dom da vida e por todas as conquistas nela realizada;

– Aos meus pais, Jos´e Pereira Lima e Marizete de Sousa Lima, aquele pelo o exemplo de pessoa simples e de poucas palavras, nunca o vi reclamar da vida, sempre disposto mas vivendo trancado em sua redoma, hoje mais ainda com Alzheimer. Aquela a quem devo o que sou hoje, por tanto ter me obrigado a ir a escola, sempre cheia de vida e disposi¸c˜ao, hoje aos 65 anos cuida de seu mais novo filho (meu pai). M˜ae muito obrigado por tudo que me ensinaste, te amo. Aos irm˜aos, Paulo Cesar (pela sua dedica¸c˜ao familiar para com seus pais e irm˜aos deixando de lado a sua vida, para mim, espero que para todos, vocˆe ´e um segundo pai), Josilene, Paulo S´ergio, Carlos Henrique, Jucelino, Josane, Samuel Cosme e Samuel Dami˜ao e demais familiares pelos exemplos de coragem e perseveran¸ca; – Ao Prof. Dr. Josu´e Mendes Filho pela oportunidade e por ter aceito orientar uma pessoa que n˜ao tinha em seu curriculo v´ınculo com pesquisa, agrade¸co sua aten¸c˜ao, orienta¸c˜ao, e principalmente sua dedica¸c˜ao;

– Aos Professores Dr. Paulo de Tarso Cavalcante Freire e Dr. Antˆonio Gomes de Souza Filho, pelo incentivo e pelas importantes discuss˜oes referentes a este trabalho e pela co-orienta¸c˜ao;

– Aos professores do Departamento de F´ısica da Universidade Federal do Piau´ı, e aos professores da Universidade Federal do Cear´a pela importante contribui¸c˜ao na minha vida acadˆemica;

– `A minha namorada Maria Moura pelo amor, carinho e compreens˜ao;

– Aos col´egas de laborat´orio: Arian Paulo (por me ensinar o manuseio dos equipamen-tos do laborat´orio), Gardˆenia de Sousa (por me aux´ıliar na escrita desta disserta¸c˜ao (e fam´ılia)), Aldilene Saraiva, Dr. Gilberto Dantas (por me ajudar a analisar os result´ados obtidos e por me passar tal amostra para analise que resultou nesta disserta¸c˜ao), Francisco Ferreira e Jos´e Alves pela grande ajuda prestada;

– Aos col´egas Roberto, Vinhaes, Andrey, Marcus, S´ergio, Acr´ısio, Eduardo Gir˜ao, Ricardo, Danila, Saulo, Johnny e tantos outros, sem exce¸c˜ao, col´egas da p´os-gradua¸c˜ao

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pela amizade e pelos momentos alegres; – Aos amigos do SEFUFPI;

– `As secret´arias do curso de p´os gradua¸c˜ao, Rejane e Ana Cleide; – `A coordena¸c˜ao do curso de p´os-gradua¸c˜ao (todos que a constitui); – Aos funcion´arios do Departamento de F´ısica da UFC;

– Aos funcion´arios da biblioteca setorial de F´ısica da UFC;

– `As institui¸c˜oes de fomento `a pesquisa CNPq, CAPES e FUNCAP pelo aux´ılio financeiro.

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Os molibidatos constituem uma grande classe de compostos inorgˆanicos e tˆem sido o objeto de v´arias investiga¸c˜oes, devido o estudo ainda n˜ao realizado no mesmo usando espectroscopia Raman em fun¸c˜ao da press˜ao e as diversas aplicabilidades em diversos campos de estudos do Na2MoO4.2H2O nos motivamos a realiza este estudo. Geralmente os membros desta fam´ılia possuem f´ormula geral Y2XO4.nH2O, onde Y = (Na, Ca), X = (Mo, S, W, Mn) com n = (0, 1, 3, 4...). O Na2MoO4.2H2O foi estudado atrav´es de ex-perimentos de espectroscopia Raman visando investigar os efeitos da aplica¸c˜ao de press˜ao hidrost´atica em suas propriedades estruturais e vibracionais. Na c´elula de press˜ao (DAC, do inglˆes Diamond Anvil Cell, que permite a obten¸c˜ao de press˜ao de 0-10GPa) foram uti-lizados como meios compressores uma mistura de ´alcoois (metanol e etanol na propor¸c˜ao de 4:1) e ´oleo mineral (Nujol). O material Na2MoO4.2H2O experimenta uma transi¸c˜ao de fase quando o meio compressor ´e a mistura de ´alcoois, sendo esta transi¸c˜ao estrutural. J´a quando o meio compressor ´e o nujol (´oleo mineral) o Na2MoO4.2H2O experimenta duas transi¸c˜oes de fase. A diferen¸ca para tais acontecimentos ´e que o Na2MoO4.2H2O interage com o meio compressor ´alcool, uma vez que ao relaxar-se a press˜ao o espectro do material apresenta-se como se estivesse semidesidratrado n˜ao voltando para a fase original (fase

α). Quando o meio compressor ´e o nujol, al´em de uma fase adicional, o Na2MoO4.2H2O, no processo de relaxamento, recupera a fase original, sendo que a fase intermedi´aria δ ´e suprimida devido ao efeito de histerese. Portanto, identificam-se trˆes fases distintas no

Na2MoO4.2H2O, uma no intervalo de 0 a 3,0 GPa (fase α), outra entre 3,0 e 4,0 GPa (fase

δ) e a terceira acima de 4,0 GPa (fase β). A primeira transi¸c˜ao da fase α para a fase δ ´e

uma transi¸c˜ao conformacional, devido a distor¸c˜oes nos tetraedros MoO4, saindo do grupo de simetria D2h15. A segunda transi¸c˜ao ´e uma transi¸c˜ao estrutural devido ao colapso de dois modos em um ´unico modo, principalmente na regi˜ao dos modos da rede, o que indica uma transi¸c˜ao para uma estrutura de maior simetria que a anterior (possivelmente de ortorrˆombica para tetragonal).

(8)

The molibdates constitute a large class of inorganic compounds and have been the subject of several investigations. Usually the members of this family have Y2XO4.nH2O general formula, where Y = (Na, Ca), X = (Mo, S, W, Mn) with n = (0, 1, 3, 4...).

Na2MoO4.2H2O was studied through experiments of Raman spectroscopy with the ob-jective of investigating the effects of hydrostatic pressure on its structural and vibrational properties. The material Na2MoO4.2H2O experiences a phase transition when the com-pressor medium is a mixture of methanol-ethanol. When the comcom-pressor medium is the nujol (mineral oil) Na2MoO4.2H2O undergoes two phase transitions. The difference between these events can be explained as follows: Na2MoO4.2H2O interacts with the alcohol, since we have observed that the original phase is not obtained when pressure is relaxed. When the compressor medium is nujol, Na2MoO4.2H2O is able to restore its original phase. It was possible to identify three distinct phases for Na2MoO4.2H2O: (i) in the range 0 to 3.0 GPa (phase α); (ii) another between 3.0 and 4.0 GPa (phase β) and (iii) above 4.0 GPa (phase δ). The first transition from phase α to phase β, is classified as a conformational transition, with distortions of tetrahedra MoO4, but maintaining the space group (D2h)15. The second transition is a structural one; we have observed the collapse of two modes in a single band, indicating a transition to a structure of higher symmetry, possibly from the orthorhombic to a tetragonal structure.

(9)

Lista de Figuras p. x

Lista de Tabelas p. xv

1 Introdu¸c˜ao p. 17

2 Descri¸c˜ao dos molibidatos p. 19

2.1 Estrutura do Molibidato Na2MoO4.2H2O . . . . p. 21 2.1.1 Coordena¸c˜ao em torno dos ´ıons de s´odio . . . p. 24 2.1.2 Agua da cristaliza¸c˜ao . . . .´ p. 25 2.1.3 A estrutura do ˆanion (MoO4)2− . . . p. 26 2.1.4 Teoria de grupo para o Na2MoO4.2H2O . . . . p. 27 2.1.4.1 Vibra¸c˜oes do Na e dos grupos poliatˆomicos . . . p. 29

3 T´ecnicas e Procedimentos Experimentais p. 33

3.1 A espectroscopia Raman . . . p. 33 3.2 Press˜ao . . . p. 37 3.3 Descri¸c˜ao dos equipamentos . . . p. 38 3.3.1 C´elula de press˜ao . . . p. 38 3.3.2 Espectrˆometro Raman . . . p. 42

4 Resultados e Discuss˜oes p. 45

4.1 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na press˜ao ambiente . . . . p. 45 4.2 Medidas de espalhamento Raman com ´alcool como meio hidrost´atico . p. 50

(10)

4.3 Medidas de espalhamento Raman com o nujol como meio hidrost´atico . p. 58 4.4 Compara¸c˜ao do efeito da press˜ao no Na2MoO4.2H2O com os dois meios

compressores . . . p. 66 4.5 Suposi¸c˜ao da nova estrutura. . . p. 67

5 Conclus˜ao p. 78

Apˆendice A -- Difra¸c˜ao de raios-X do N a2M oO4.2H2O p. 79

Apˆendice B -- C´elula unit´aria e c´elula de Bravais p. 83

(11)

1 Uma vis˜ao perpendicular ao eixo a + b da estrutura de um material do tipo A+B3+(M6+O

4)2 com simetria de ponto D3d e que mostra duas camadas de B3+(M6+O

4)2 separadas por c´ations A+ [12]. . . p. 20 2 Estrutura com simetria D3d3 do material KSc(MoO4)2. Esta estrutura

´e constitu´ıda por camadas de octaedros de B3+O

6 compartilhando os ´atomos dos v´ertices com tetraedros de (M6+O

4)2−[12]. . . p. 20 3 A estrutura do XXYZ vista ao longo do eixo a [19]. . . p. 22 4 A estrutura vista ao longo do eixo b. As linhas cheias representam as

liga¸c˜oes Na − O(H2O) [19]. . . . p. 23 5 A estrutura vista ao longo do eixo c [19]. . . p. 23 6 As coordena¸c˜oes do oxigˆenio em torno dos dois c´ations de s´odio. Na(1)

tem seis coordenadas e o Na(2) cinco [19]. . . . p. 24 7 Uma vis˜ao dos fenˆomenos que ocorrem ao se incidir luz em um material

[12]. . . p. 34 8 Espalhamento el´astico de luz. O zero da escala ´e definido como sendo

relativo ao comprimento de onda de excita¸c˜ao. . . p. 35 9 Rela¸c˜ao de dispers˜ao dos fˆonons para a primeira zona de Briluoin de um

sistema c´ubico. A linha pr´oxima ao eixo ω representa a dispers˜ao da luz. p. 36 10 Diagrama de energia do espalhamento Raman (estados eletrˆonicos), onde

En ´e a energia do estado fundamental, Em corresponde `a energia que a

mol´ecula tem quando est´a vibrando em um de seus modos normais e

Ev s˜ao estados excitados e muito inst´aveis e a mol´ecula rapidamente cai

para estados de menor energia. . . p. 37 11 Figura da c´elula de press˜ao (DAC) utilizada nos experimentos [12]. . . p. 39 12 Sistema de medidas de fluorescˆencia do Rubi . . . p. 41

(12)

13 Um dos espectros medido do Rubi . . . p. 41 14 Espectrˆometro modelo T64000 da Jobin Yvon, usado para aquisi¸c˜ao dos

espectros Raman. . . p. 44 15 Diagrama do espalhamento Raman na geometria de retroespalhamento. p. 44 16 Estrutura com simetria pertencente ao grupo D2h15do material Na2MoO4.2H2O.

As esferas laranjas representam os (Mo), as vermelhas os (O), as verdes

(Na(1)), as brancas (Na(2)), as azuis (H2O(1)) e as pretas (H2O(2)). . p. 46 17 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O `a press˜ao e temperatura ambientes

na regi˜ao entre 50 e 450 cm−1. . . . p. 48

18 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O `a press˜ao e temperatura ambientes

na regi˜ao entre 750 e 950 cm−1. . . . p. 48

19 Ajustes dos espectros Raman do Na2MoO4.2H2O `a press˜ao e

tempe-ratura ambientes. (Frequˆencia (cm−1) vs Intensidade (u.a.)). . . . p. 49

20 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao de baixa frequˆencia obti-dos durante a compress˜ao usando o ´alcool como meio hidrost´atico. Pode-se pensar na existencia de trˆes modos entre 50 e 100 cm−1, mas como

pode ser visto na Figura 19 que existe apenas dois modos nesse regi˜ao. p. 51 21 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos de baixa energia do Na2MoO4.2H2O. p. 51 22 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao de m´edia frequˆencia

obti-dos durante a compress˜ao usando o ´alcool como meio hidrost´atico. . . . p. 52 23 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos na regi˜ao 300-400 cm−1 do

Na2MoO4.2H2O. . . . p. 52 24 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao de alta frequˆencia obtidos

durante a compress˜ao usando o ´alcool como meio hidrost´atico. . . p. 53 25 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos na regi˜ao 800-950 cm−1 do

Na2MoO4.2H2O. . . . p. 53 26 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral 50-275 cm−1

obtidos durante a descompress˜ao usando o ´alcool como meio hidrost´atico. p. 55 27 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos de baixa energia do Na2MoO4.2H2O

(13)

28 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral 275-450 cm−1

obtidos durante a compress˜ao usando o ´alcool como meio hidrost´atico. . p. 56 29 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos de m´edia energia do Na2MoO4.2H2O (decrescendo a press˜ao). . . p. 56 30 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral 790-950 cm−1

obtidos durante a compress˜ao usando o ´alcool como meio hidrost´atico. . p. 57 31 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos de alta energia do Na2MoO4.2H2O

(decrescendo a press˜ao). . . p. 57 32 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral entre 50-275

cm−1 obtidos durante a compress˜ao usando o nujol como meio hidrost´atico. p. 59

33 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos Raman na regi˜ao espectral 50-275 cm−1 do Na

2MoO4.2H2O. . . . p. 59 34 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral 275-450 cm−1

obtidos durante a compress˜ao usando o nujol como meio hidrost´atico. . p. 60 35 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos Raman na regi˜ao espectral

275-350 cm−1 do Na

2MoO4.2H2O. . . . p. 60 36 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral 750-950 cm−1

obtidos durante a compress˜ao usando o nujol como meio hidrost´atico. . p. 61 37 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos Raman na regi˜ao espectral

875-940 cm−1 do Na

2MoO4.2H2O. . . . p. 61 38 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral entre 50-275

cm−1obtidos durante a descompress˜ao usando o nujol como meio hidrost´atico. p. 62

39 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos Raman na regi˜ao 60-180

cm−1 do Na

2MoO4.2H2O num experimento decrescendo a press˜ao. . . p. 62 40 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral entre 275-450

cm−1obtidos durante a descompress˜ao usando o nujol como meio hidrost´atico. p. 63

41 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos Raman na regi˜ao 300-360

cm−1 do Na

2MoO4.2H2O num experimento decrescendo a press˜ao. . . p. 63 42 Espectro Raman do Na2MoO4.2H2O na regi˜ao espectral entre 790-950

(14)

43 Gr´afico da frequˆencia vs. press˜ao dos modos Raman na regi˜ao 880-940

cm−1 do Na

2MoO4.2H2O num experimento decrescendo a press˜ao. . . p. 64 44 Vista em perspectiva da estrutura do material CsBi(MoO4)2 na fase

ortorrˆombica (grupo espacial D2h3=Pccm) [12]. . . p. 65 45 Comparativo dos espectros Raman do Na2MoO4.2H2O para a regi˜ao de

baixa frequˆencia tendo o ´alcool como meio hidrost´atico. O espectro do

Na2MoO4 ´e mostrado para efeito de compara¸c˜ao. . . p. 66 46 Comparativo dos espectros Raman do Na2MoO4.2H2O para a regi˜ao de

alta frequˆencia tendo o ´alcool como meio hidrost´atico. O espectro do

Na2MoO4 ´e mostrado para efeito de compara¸c˜ao. . . p. 67 47 Comparativo dos espectros Raman do Na2MoO4.2H2O para a regi˜ao de

baixa frequˆencia tendo o nujol como meio hidrost´atico. O espectro do

Na2MoO4 ´e mostrado para efeito de compara¸c˜ao. . . p. 68 48 Comparativo dos espectros Raman do Na2MoO4.2H2O para a regi˜ao de

alta frequˆencia tendo o nujol como meio hidrost´atico. O espectro do

Na2MoO4 ´e mostrado para efeito de compara¸c˜ao. . . p. 69 49 Espectro Raman do nujol. . . p. 69 50 Espectro para a regi˜ao baixa frequˆencia tendo o nujol como meio hidrost´atico

para o entendimento do valor da intensidade. . . p. 70 51 Gr´afico referentes ao modos de vibra¸c˜ao interna ν2 e ν4. . . p. 72 52 Zoom no gr´afico de press˜ao 0,03 Gpa na regi˜ao do modo ν4. . . p. 73 53 Gr´afico referentes ao modos de vibra¸c˜ao interna ν1 e ν3. . . p. 74 54 Zoom no gr´afico de press˜ao 0,03 Gpa na regi˜ao do modo ν3. . . p. 75 55 Zoom no gr´afico de press˜ao 4,0 Gpa na regi˜ao do modo ν3. . . p. 76 56 Espectros de difra¸c˜ao de raios-X dos compostos KBr e KCl [41]. . . p. 80 57 Reflex˜ao de um feixe de raios-X por planos de um cristal tal como

con-cebido por Bragg. O feixe incidente faz um ˆangulo θ com a superf´ıcie do

plano [41]. . . p. 81 58 Espectro de difra¸c˜ao de raios-X do Na2MoO4.2H2O estudado neste

(15)

59 Ficha cristalogr´afica do material Na2MoO4.2H2O da base de dados do

(16)

1 Coordenadas atˆomicas (x104) com estimativas de desvios entre parˆenteses

[19]. . . p. 25 2 N´umero de coordena¸c˜ao do S´odio em alguns cristais [19]. . . p. 25 3 Distˆancias interatˆomicas e ˆangulos nas liga¸c˜oes de hidrogˆenio e nas liga¸c˜oes

de coordena¸c˜ao [19]. . . p. 26 4 Distˆancias interatˆomicas no ´ıon (MoO4)2− e dos poli´edros s´odio-oxigˆenio,

com os seus desvios padr˜ao estimados [19]. . . p. 27 5 Angulos das liga¸c˜oes no ´ıon (MoOˆ 4)2− e nos poliedros s´odio-oxigˆenio,

com os seus desvios padr˜ao estimados [19]. . . p. 28 6 N´umero de ´atomos por mol´ecula . . . p. 29 7 Diagrama de correla¸c˜ao entre os grupos Td e D2h (modos vibracionais

internos do ´ıon (MoO4)2−). fγ ´e o grau de vibra¸c˜oes livres presente em cada especie de s´ıtio γ, νvib´e o tipo de vibra¸c˜ao (uni, bi ou tridimensional)

e ZB´e o n´umero de f´ormulas na c´elula de Bravais; C

ς ´e a degenerescˆencia

da esp´ecie ς do grupo fator; aς ´e o n´umero de graus de liberdade obtidos

pela distribui¸c˜ao de fγ em termos das componentes ς do grupo fator. . p. 30

8 Diagrama de correla¸c˜ao entre os grupos C2v e D2h (modos vibracionais

internos do ´ıon H2O). η = (1, 2, 3) e ξ = (x, y, z) . . . . p. 31 9 Tabela de caracteres do grupo D2h . . . p. 32 10 Diˆametros do Diamante e as press˜oes nominais que podem ser alcan¸cadas

[35]. . . p. 40 11 Frequˆencias ω para os modos do Na2MoO4.2H2O `a press˜ao e temperatura

ambientes. . . p. 50 12 Grupos pontuais que possuem o D2h como subgrupo [25]. . . p. 71 13 Tabela referente apenas aos modos Raman ativos. . . p. 71

(17)

14 Tabela referente apenas aos modos Raman ativos. . . p. 77 15 N´umero de pontos da rede (LP) que reduz a c´elula unit´aria cristalogr´afica

(18)

1

Introdu¸c˜

ao

As investiga¸c˜oes dos processos f´ısicos induzidos por altas press˜oes hidrost´aticas tˆem bastante importˆancia na pesquisa cient´ıfica por que revela novos fenˆomenos e estimula a formula¸c˜ao de modelos para descrever o comportamentos dos materiais em condi¸c˜oes extremas. Isso se deve principalmente ao fato de que este tipo de estudo ´e fundamental para o entendimento da forma¸c˜ao dos minerais constituintes do interior do planeta onde as condi¸c˜oes de press˜ao s˜ao bastante hostis. Nesta perspectiva, o estudo de processos f´ısico-qu´ımicos sob altas press˜oes hidrost´aticas constitui uma abordagem multidisciplinar envolvendo a F´ısica, a Qu´ımica e a Geologia. Do ponto de vista de F´ısica dos materiais, a press˜ao hidrost´atica pode ser considerada como uma ferramenta limpa e eficiente para estudar a estabilidade estrutural dos materiais, pois atrav´es da aplica¸c˜ao de altas press˜oes ´e poss´ıvel sintetizar novos materiais n˜ao permitidos por outras t´ecnicas. Na F´ısica, em particular, um dos campos de grande interesse ´e o de transi¸c˜oes de fase estruturais, que associa experimentos dependentes da press˜ao hidrost´atica, teoria e simula¸c˜ao. Assim, a press˜ao pode ser adicionada aos parˆametros normalmente j´a utilizados, como temper-atura, campo el´etrico e concentra¸c˜ao de impurezas. Al´em disso pode ser usada como parˆametro para verificar o que ocorre com a energia do sistema, por ela ser uma vari´avel termodinˆamica, fornecendo informa¸c˜oes n˜ao s´o `a F´ısica mas a diversos outros campos da ciˆencia, al´em dos j´a citadas, como: Ciˆencia dos Materiais, Medicina, Nutri¸c˜ao, Biologia, Engenharia, Astronomia etc.

Como a press˜ao hidrost´atica est´a ligada intrinsicamente a estabilidade estrutural do material, a espectroscopia Raman, por ser uma t´ecnica muito sens´ıvel `as varia¸c˜oes nas liga¸c˜oes qu´ımicas, ´e uma das ferramentas mais apropriadas para investigar os diversos tipos de transforma¸c˜oes estruturais que os materiais experimentam sob a varia¸c˜ao dessa vari´avel termodinˆamica. Os materiais pertencentes `a fam´ılia dos molibidatos formam uma grande classe de compostos inorgˆanicos que apresentam interessantes propriedades f´ısicas e qu´ımicas bem como aplica¸c˜oes tecnol´ogicas no campo da cat´alise [1, 2] e da

(19)

eletrˆonica quˆantica [3]. Os molibidatos, de uma forma geral, tˆem sido estudados por diferentes t´ecnicas experimentais tais como: absor¸c˜ao no infravermelho [4, 5], difra¸c˜ao de raios-X [6, 33], espectroscopia Raman [33, 8], espalhamento Brillouin [9, 10], entre ou-tras. Alguns compostos dessa fam´ılia de materiais apresentam fenˆomenos de amorfiza¸c˜ao, quando submetidos `a altas press˜oes hidrost´aticas, como ´e o caso do composto cristalino

Sc2(MoO4)3 [11]. Uma caracter´ıstica comum dos molibidatos ´e a riqueza de fenˆomenos a-presentados tais como amorfiza¸c˜ao e pr´e-amorfiza¸c˜ao, deforma¸c˜ao, decomposi¸c˜ao qu´ımica e transforma¸c˜oes cristalogr´aficas [6] quando estes s˜ao submetidos `a varia¸c˜ao de tempe-ratura e press˜ao.

O presente trabalho est´a direcionado ao estudo do molibidato Na2MoO4.2H2O sub-metido `a varia¸c˜ao de press˜ao hidrost´atica (no intervalo de 0,0 at´e 7,0 GPa) atrav´es da espectroscopia Raman. O comportamento dos modos vibracionais deste cristal em fun¸c˜ao da press˜ao auxiliar´a o entendimento das suas propriedades estruturais e, principalmente, a intera¸c˜ao entre os grupos poliatˆomicos MoO4; isto ´e, a influˆencia dessa intera¸c˜ao nas propriedades do material, na estabiliza¸c˜ao das novas fases e nos mecanismos das eventuais transi¸c˜oes de fase.

Este trabalho est´a organizado da seguinte forma:

No cap´ıtulo 2 ser´a apresentado um panorama geral dos estudos j´a realizados no cristal de Na2MoO4.2H2O, descrevendo os principais resultados obtidos em diferentes condi¸c˜oes de temperatura no que diz respeito `as propriedades estruturais e aos mecanismos das transi¸c˜oes de fase. No cap´ıtulo 3 descrevemos as t´ecnicas experimentais bem como a mon-tagem da c´elula de altas press˜oes para a realiza¸c˜ao dos experimentos de espectroscopia Raman. No cap´ıtulo 4 apresentamos de forma detalhada a descri¸c˜ao dos modos vibra-cionais do Na2MoO4.2H2O sob varia¸c˜ao de press˜ao hidrost´atica. Discutimos a transi¸c˜ao de fase observada no material, dando ˆenfase em especial `as regi˜oes onde os modos es-tudados apresentam um comportamento singular em compara¸c˜ao aos demais modos e no cap´ıtulo 5, conclu´ımos o nosso trabalho evidenciando os principais resultados obtidos nesta Disserta¸c˜ao e os futuros estudos na busca de uma melhor compreens˜ao das pro-priedades f´ısicas do mesmo e de outros membros da fam´ılia dos compostos molibidatos atrav´es desta e de outras t´ecnicas investigativas.

(20)

2

Descri¸c˜

ao dos molibidatos

Os molibitatos hidratados s˜ao membros da fam´ılia dos materiais com f´ormula geral

Y2XO4.nH2O, onde Y = Na, Ca, X = Mo, S, W, Mn e n = (0, 1, 3, 4...). Uma outra f´ormula para tais materiais pode ser A+B3+(M6+O

4)2, onde A+ = (Na, Cs, K, Rb),

B3+ = (Al, Bi, In, Sc, Cr) e M6+ = (Mo, W ). Estes materiais apresentam estruturas lamilares onde trˆes dos quatro oxigˆenios pertencentes ao grupo poliatˆomico (M6+O

4)2− fazem fortes liga¸c˜oes com ´ıons trivalentes B3+ formando camadas de B3+(M6+O

4)2 (ver a Figura 1). Estas camadas s˜ao compostas por tetraedros de (M6+O

4)2− compartilhando os oxigˆenios dos v´ertices com octa´edros de B3+O

6. Os oxigˆenios que fazem liga¸c˜oes com os ´ıons trivalentes B3+ s˜ao chamados algumas vezes como oxigˆenios da base do tetrae-dro e s˜ao identificados na Figura 3 como O2, O3 e O4. O quarto oxigˆenio O1 n˜ao faz liga¸c˜ao com os ´ıons trivalentes, por´em, no caso dos materiais do tipo A+B3+(M6+O

4)2, os metais alcalinos A+ ficam intercalados entre as camadas presos por fracas liga¸c˜oes com este oxigˆenio. A Figura 1 mostra uma vis˜ao perpendicular ao eixo a+b da estrutura de um material do tipo A+B3+(M6+O

4)2 com simetria D3d. Nesta Figura vˆeem-se duas camadas de B3+(M6+O

4)2 separadas por ´ıons monovalentes A+. Estes geralmente apre-sentam transi¸c˜ao de fase ferroel´astica (que n˜ao ´e o caso do nosso material). Esse tipo de transi¸c˜ao ocorre com o KSc(MoO4)2 por exemplo, onde a fase parael´astica apresenta-se em uma estrutura trigonal como mostra a Figura 2. Esta estrutura ´e constitu´ıda por camadas de octaedros de B3+O

6 compartilhando os ´atomos dos v´ertices com tetraedros de (M6+O

4)2 (estrutura de camadas). A redu¸c˜ao da simetria da fase trigonal pode levar a estrutura para uma fase monocl´ınica C2h, como ´e o caso dos materiais CsBi(MoO4)2 [14] e NaAl(MoO4)2 [13] em condi¸c˜oes de press˜ao ambiente.

A estrutura em camadas ´e uma caracter´ıstica particular dos molibidatos e tungstatos. Estes materiais apresentam uma caracter´ıstica muito peculiar no espectro Raman, um modo de estiramento dos ´ıons tetra´edricos (M6+O

4)2−com car´ater fortemente harmˆonico, onde a harmonicidade ´e refletida na pequena largura da banda Raman associada ao

(21)

Figura 1: Uma vis˜ao perpendicular ao eixo a + b da estrutura de um material do tipo

A+B3+(M6+O

4)2com simetria de ponto D3de que mostra duas camadas de B3+(M6+O4)2 separadas por c´ations A+ [12].

Figura 2: Estrutura com simetria D3d3 do material KSc(MoO4)2. Esta estrutura ´e con-stitu´ıda por camadas de octaedros de B3+O

6 compartilhando os ´atomos dos v´ertices com tetraedros de (M6+O

(22)

mesmo. Resultados de dinˆamica de rede no material KSc(MoO4)2 mostrou que este modo ´e resultante de uma vibra¸c˜ao praticamente unidimensional dos ´ıons oxigˆenio O1 contra os ´ıons Mo [15].

2.1

Estrutura do Molibidato N a

2

M oO

4

.2H

2

O

Os molibidatos constituem uma grande classe de compostos inorgˆanicos que tˆem sido investigados por v´arias t´ecnicas experimentais incluindo estudos de espectroscopia in-fravermelho [17] e Raman [17, 18]. Estes materiais s˜ao tecnologicamente importantes podendo ser usados como cintiladores e tamb´em usado para detectores criogˆenicos para a mat´eria escura [20]. Al´em do uso tecnol´ogico, existem outras aplica¸c˜oes como no cultivo de arroz, para aumentar o n´umero de gr˜aos produzidos [21] e no concreto armado, para inibir a corros˜ao [22]. Os primeiros estudos da estrutura cristalina do Na2MoO4.2H2O que se tem relato, foram feitos por R. J. Poljud et al [23] em 1958 no qual foi descrito a c´elula unit´aria e o grupo espacial. Em 1964 Busey analisou o mesmo por espectroscopia Raman e infravermelho, Matsumoto et al [19] em 1974 com an´alise de difra¸c˜ao de raios-X mostrou que o cristal tinha estrutura ortorrˆombica com o grupo espacial Pbca (D15

2h) [23], descrevendo ainda as dimens˜oes da c´elula unit´aria: a = 8.463(3), b = 10.552(3), c = 13.827(6)˚A; Z = 8 (ver a Figura 3). Em 1996/97 Mahadevan et al [24] descreveram o

grupo fator e as correla¸c˜oes dos modos vibracionais dos ´ıons (MoO4)2− neste material. Como pode ser visto na Figura 3, as camadas da ´agua e as camadas do ˆanion moli-bidato s˜ao vistas alternadamente. O tetraedro representa os ˆanions (MoO4)2−. As liga¸c˜oes coordenadas em torno dos c´ations de Na+s˜ao mostradas com linhas cheias. As linhas pon-tilhadas s˜ao O(2)99KH2O(1)L99O(4) liga¸c˜oes do hidrogˆenio entre dois ˆanions (MoO4)2− na mesma camada. As linhas de ponto-tra¸co O(2) − . − H2O(2) − . − O(4) s˜ao liga¸c˜oes de hidrogˆenio que constroem uma ponte sobre camadas adjacentes. Os n´umeros pequenos 1, 2, 3, e 4 representam os ´atomos de oxigˆenio equivalentes a O(1), O(2), O(3) e O(4). Os ´atomos Na(2) s˜ao vistos na Figura 3.

A estrutura do cristal consiste nas camadas alternadas do tetraedro (MoO4)2− par-alelas a (001) e das mol´eculas de ´agua; mostram-se trˆes proje¸c˜oes nas Figs 3, 4, e 5. O tetraedro (MoO4)2− dentro de uma camada ´e conectado com Na(1) e Na(2), tamb´em pela liga¸c˜ao do hidrogˆenio O(2) H2O e O(4). As camadas adjacentes s˜ao interligadas pelos c´ations e hidrogˆenio, O(2)-.-H2O-.-O(4), como ´e mostrado nas Figs 3 e 4.

(23)
(24)

Figura 4: A estrutura vista ao longo do eixo b. As linhas cheias representam as liga¸c˜oes

Na − O(H2O) [19].

(25)

Figura 6: As coordena¸c˜oes do oxigˆenio em torno dos dois c´ations de s´odio. Na(1) tem seis coordenadas e o Na(2) cinco [19].

2.1.1

Coordena¸c˜

ao em torno dos ´ıons de s´

odio

As coordena¸c˜oes do oxigˆenio em torno dos dois ´atomos de s´odio cristalograficamente independentes s˜ao diferentes, como ´e mostrado na Figura 5. Os ´ıons Na(1) s˜ao cercados por dois ´atomos de oxigˆenio da ´agua e dos quatro oxigˆenio de ´ıon (MoO4)2− formando um

octa´edro distorcido. Os ´ıons Na(2) s˜ao cercados por dois ´atomos de oxigˆenio da ´agua e de trˆes oxigˆenios do ´ıon (MoO4)2−, formando uma pirˆamide trigonal distorcida. A distˆancia

m´edia da liga¸c˜ao Na(1) − O ´e 2,439˚A, enquanto que a da liga¸c˜ao Na(2) − O ´e 2,335˚A. A diferen¸ca ´e atribu´ıda aos diferentes n´umeros de coordena¸c˜oes [19].

Os n´umeros de coordena¸c˜ao dos ´atomos do s´odio e as distˆancias Na − O em alguns sais de s´odio hidratado s˜ao vistos na Tabela 2. Ela mostra que o n´umero mais comum da coordena¸c˜ao de ´atomos do s´odio ´e seis e que a coordena¸c˜ao cinco nesse ´ıon de s´odio, como em Na2MoO4.2H2O, ´e raro, [27, 28]. Um outro exemplo ´e encontrado em Na2SiO3 [29]

e Na2OGeO2.6H2O [30], junto com a distˆancia Na − O do Na2SiO3 acima mencionado,

que junto com Na2MoO4.2H2O s˜ao as distˆancias Na − O mais curtas relatadas. Alguns

dos compostos listados na Tabela 3 tˆem ´ıons do s´odio inteiramente ligados pelos oxigˆenios da ´agua. Os sais do s´odio desidratado dos oxi´acidos que contˆem elementos do grupo 4, 5, ou 6 na Tabela peri´odica por oxigˆenios da ´agua e do ˆanion, `a distˆancia Na − O(H2O)

(26)

Tabela 1: Coordenadas atˆomicas (x104) com estimativas de desvios entre parˆenteses [19]. x y z Mo 5149(1) 1982(1) 5266(0) Na(1) 6565(4) 4952(3) 4145(2) Na(2) 7424(4) 4492(3) 6482(2) O(1) 5573(6) 3602(5) 5431(4) O(2) 4505(7) 1759(5) 4013(4) O(3) 6877(7) 1090(6) 5393(4) O(4) 3716(6) 1486(5) 6097(4) H2O(1) 2288(7) 1416(6) 2011(4) H2O(2) 4617(8) 4077(6) 2996(4)

Tabela 2: N´umero de coordena¸c˜ao do S´odio em alguns cristais [19].

N´umero de oxigˆenio da ´agua N´umero de oxigˆenio n˜ao pertencen-coordenados aos ´atomo de Na, tes `a ´agua pertencen-coordenados ao ´atomo com o intervalo das distˆancias de Na, com a distˆancia de Na-O Na-O entre parˆenteses (˚A) entre parˆenteses (˚A)

Na2SO4.10H2O 6(2,39-2,47) 0 Na2H2P2O6.6H2O6 4(2,329-2,485) 2.(2,325-2,459) Na2H2P2O7.6H2O 4(2,350-2,507) 2(2,332-2,434) Na2Zn(SO4).4H2O 2(2,43-2,75) 4(2,32-2,38) Na2HC2O4.H2O 2(2,311-2,403) 4(2,328-2,475) Na2HAsO4.7H2O 6(2,365-2,509) 0 Na2HP O4.7H2O 6(2,341-2,486) 0 Na2SiO3 0 5(2,282-2,549) Na2H2SiO4.4H2O 1(2,38) 4(2,31-2,40) Na2OH.4H2O 5(2,36-2,37)

Na2MoO4.2H2O n˜ao h´a nenhuma diferen¸ca apreci´avel entre as distˆancias Na − O(H2O) e Na − O(ˆanion).

2.1.2

Agua da cristaliza¸c˜

´

ao

A liga¸c˜ao do hidrogˆenio e as coordena¸c˜oes de H2O − Na s˜ao descritas nas Figuras 3 e 4. A Tabela 3 mostra as distˆancias da ´agua a outros ´ıons no Na2MoO4.2H2O, bem como os ˆangulos de liga¸c˜ao. Em torno de H2O(1) e de H2O(2), os ´atomos de oxigˆenio de dois ˆanions (MoO4)2− e dois c´ations do s´odio constroem um tetraedro distorcido; isto sugere que dois pares solit´arios de um ´atomo de oxigˆenio da ´agua apontam na dire¸c˜ao dos

(27)

dois ´ıons do s´odio. O ˆangulo de O(2)vi99KH2O(1)L99O(4)v difere visivelmente do ˆangulo

da ´agua H − O − H na fase de g´as, 104.5o; isto implica que a liga¸c˜ao do hidrogˆenio de

O−HL99O n˜ao ´e linear. O ˆangulo de O(2)99KH2O(2) − O(4)v est´a pr´oximo a 104.5o, e o

O ←→ HO neste caso pode ser considerado como quase linear. Observando-se os dados

dos espectros de infravermelho e sabendo-se que as distˆancias do O−HL99O s˜ao de 2,78 e de 2,87˚A pode-se prever que as frequˆencias de estiramento do O − H s˜ao 3250 e 3450

cm−1 [17].

Tabela 3: Distˆancias interatˆomicas e ˆangulos nas liga¸c˜oes de hidrogˆenio e nas liga¸c˜oes de coordena¸c˜ao [19]. H2O(1)L99O(4)V I 2,772(8)˚A H2O(1)L99O(4)V 2,821(8) H2O(1)←→Na(2)I 2,297(7) H2O(1)←→Na(1)V 2,426(7) O(2)V I99KH 2O(1)L99O(4)V 91, 9(2)o Na(1)V←→H 2O(1)←→Na(2)I 108,2(3) H2O(1)-.-O(2) 2,824(8)˚A H2O(1)-.-O(4)V 2,798(8) H2O(1)←→Na(1) 2,468(7) H2O(1)←→Na(2)III 2,405(7) O(2)-.-H2O(2)-.-O(4)V 105, 9(3)o

Na(1)←→H2O(2)←→Na(2)III 93,0(2)

2.1.3

A estrutura do ˆ

anion (M oO

4

)

2−

As distˆancias do MoO e os ˆangulos O − MoO − O s˜ao listados nas tabelas 4 e 5, respectivamente. A forma do ˆanion ´e um tetraedro ligeiramente deformado, e a distˆancia do MoO no ˆanion MoO4 ´e quase igual `aquelas encontradas nos cristais K2MoO4 anidro (1,74(1) e 1,78(1)˚A) [31]. O ´atomo O(2), que ´e coordenado ao c´ation Na(2), d´a origem a duas liga¸c˜oes do hidrogˆenio com as duas mol´eculas de ´agua, e O(4) aceita duas liga¸c˜oes do hidrogˆenio e ´e unido tamb´em ao Na(1); Os comprimentos das liga¸c˜oes Mo − O(2) (1,788(6)˚A) e Mo − O(4) (1,781(6)˚A), parecem ser significativamente mais longos do que

Mo−O(1) (1,768(5)˚A) e Mo−O(3) (1,752(6)˚A). O ˆangulo O(2)−Mo−O(4) (112,74(24)o)

´e maior do que o ˆangulo O −Mo−O de 3,23 - 5,12(26)o. O tetraedro do (MoO

4)2− parece estirado, como se fosse puxado pelas liga¸c˜oes do hidrogˆenio, e empurradas pelos c´ations de s´odio. Os ´ıons (MoO4)2−, mol´eculas da ´agua e ´atomos de Na ocupam s´ıtios gerais C1 no cristal. Desse ´ıon o estiramento MoO ´e observado como uma banda em 900cm−1, como

(28)

a correla¸c˜ao das intera¸c˜oes vibracionais dos modos dos ´ıons de (MoO4)2− e H2O. O ´ıon (MoO4)2− com simetria Td possui quatro modos normais de vibra¸c˜ao que s˜ao ν1(A1)

894cm−1; ν

2(E) 318cm−1; ν3(F2) 823cm−1 e ν4(F2) 381cm−1.

Tabela 4: Distˆancias interatˆomicas no ´ıon (MoO4)2− e dos poli´edros s´odio-oxigˆenio, com os seus desvios padr˜ao estimados [19].

Mo←→O(1) 1,768(5)˚A Na(2)III←→O(1)III 2,334(6)˚A

Mo←→O(2) 1,788(6) Na(2)III←→O(2)II 2,304(6)

Mo←→O(3) 1,752(6) Na(2)III←→O(3)I 2,337(7)

Mo←→O(4) 1,781(6) Na(2)III←→H

2O(1)II 2,297(7)

O(1)←→O(2) 2,906(8) Na(2)III←→H

2O 2,405(7)

O(1)←→O(3) 2,872(8) Na(1)←→O(1) 2,427(6)

O(1)←→O(4) 2,882(8) Na(1)←→O(4)I 2,393(7)

O(2)←→O(3) 2,858(8) Na(1)←→O(3)II 2,481(7)

O(2)←→O(4) 2,972(8) Na(1)←→O(1)III 2,439(6)

O(3)←→O(4) 2,877(8) Na(1)←→H2O(1)IV 2,426(7)

Na(1)←→H2O(2) 2,468(7)

2.1.4

Teoria de grupo para o N a

2

M oO

4

.2H

2

O

Como j´a referido anteriormente o grupo espacial deste material ´e D15

2h como pode ser visto no apˆendice A (Difra¸c˜ao de raios-X). Dessa an´alise, temos a estrutura cristalogr´afica e o n´umero de mol´eculas por c´elula unit´aria `a temperatura ambiente. Como em uma es-trutura cristalina os ´atomos ocupam posi¸c˜oes espec´ıficas que definem seu s´ıtio de simetria temos assim, na an´alise das medidas de raios-X, o grupo espacial e seus respectivos s´ıtios de simetria.

As informa¸c˜oes necess´arias do estudo de raios-X ser´a, o grupo espacial D15

2h com Z=8 e todos os ´atomo ocupando s´ıtios de simetria C1 na posi¸c˜ao c. De acordo com a Tabela 8A do trabalho do S´ergio Porto [25], os poss´ıveis s´ıtios de simetria ocupados na estrutura

D15 2h s˜ao:

D2h15= ∞[cC1(8)] + (b + a)C1(4). (2.1)

Como D15

2h(Pbca) ´e uma c´elula primitiva (representada pela letra P em Pbca) a c´elula unit´aria coincide com a c´elula unit´aria de Bravais, com isso a representa¸c˜ao acima ´e a representa¸c˜ao irredut´ıvel do material. Embora isto esteja correto, devemos ter cuidado quando analisamos cristais com c´elulas unit´arias dos tipos A, B, C, etc., pois em tais

(29)

Tabela 5: ˆAngulos das liga¸c˜oes no ´ıon (MoO4)2− e nos poliedros s´odio-oxigˆenio, com os seus desvios padr˜ao estimados [19].

O(1)←→Mo←→O(2) 109, 6(3)o O(4)I←→Na(1)←→H

2O(2) 100, 4(2)o

O(1)←→Mo←→O(3) 109,3(3) O(3)II ←→Na(1)←→O(1)III 85,7(2)

O(1)←→Mo←→O(4) 108,6(3) O(3)II ←→Na(1)←→H

2O(1)IV 86,4(2)

O(2)←→Mo←→O(3) 107,6(3) O(1)III ←→Na(1)←→H

2O(1)IV 93,2(2)

O(2)←→Mo←→O(4) 112,7(3) O(1)III ←→Na(1)←→H

2O(2) 83,9(2)

O(3)←→Mo←→O(4) 109,0(3) H2O(1)IV ←→Na(1)←→H2O(2) 94,7(2)

O(4)I←→Na(1)←→O(1)III 174,2(2)

O(1)←→Na(2)←→O(2)I 95,6(2) O(1) ←→Na(1)←→H

2O(1)IV 174,0(2)

O(1)←→Na(2)←→O(3)II 93,4(2) H

2O(2) ←→Na(1)←→O(3)II 174,0(2)

O(1)←→Na(2)←→H2O(1)I 111,3(2) O(1) ←→Na(1)←→O(4)I 89,6(2)

O(1)←→Na(2)←→H2O(2)III 87,6(2) O(1) ←→Na(1)←→O(3)II 87,6(2)

O(2)I←→Na(2)←→O(3)II 91,6(2) O(1) ←→Na(1)←→H

2O(2) 91,2(2)

O(2)I←→Na(2)←→H

2O(1)I 94,0(2) O(1)←→Na(1)←→O(1)III 86,3(2)

O(3)I←→Na(2)←→H

2O(2)III 175,9(3) O(4)I←→Na(1)←→O(3)II 90,0(2)

O(3)II←→Na(2)←→H

2O(1)I 153,9(3) O(4)I←→Na(1)←→H2O(4)IV 90,4(2)

O(3)II←→Na(2)←→H

2O(2)III 85,5(2)

H2O(1)I←→Na(2)←→H2O(2)III 87,3(2)

representa¸c˜oes a c´elula unit´aria possui duas ou mais c´elulas de Bravais e com isso ter´a mais vibra¸c˜oes previstas do que o necess´ario para representar as vibra¸c˜oes da rede cristalina (ver discuss˜ao no apˆendice B).

Na express˜ao 2.1 vemos que h´a apenas s´ıtios cristalogr´aficos equivalentes com simetria

C1, onde a multiplicidade de cada s´ıtio ´e 8 (n´umero entre parˆentese `a direita do s´ımbolo de simetria do s´ıtio), ou seja, h´a 8 ´atomos equivalentes ocupando o s´ıtio C1.

O pr´oximo passo ´e saber como os modos externos e internos se distribuem em ter-mos da representa¸c˜ao irredut´ıvel do grupo fator D2h. Para vermos tal distribui¸c˜ao, con-sideraremos o cristal constitu´ıdo de ´atomos de Na e de grupos MoO4 e H2O (grupos poliatˆomicos), embora exista uma outra maneira de se obter, (fazendo para cada ´atomo separadamente). Visto que, na equa¸c˜ao 2.1 mostra-se que exitem infinitos s´ıtio C1, as re-presenta¸c˜oes irredut´ıveis dos modos translacionais e rotacionais de cada s´ıtio de simetria e a distribui¸c˜ao dos modos internos ´e feita mediante as tabelas de correla¸c˜ao fornecidas na Ref [25].

Antes de obtermos o diagrama de correla¸c˜ao calcularemos o n´umero total de modos da c´elula.

(30)

Tabela 6: N´umero de ´atomos por mol´ecula

Na2 (MoO4) 2H2O Atomos por mol´ecula´

N0 de ´atomos 2 5 6 13

Como s˜ao 8 mol´eculas por c´elula e 13 ´atomos por mol´ecula temos ent˜ao que o total de ´atomos na c´elula ser´a de 104 (8x13). Multiplicando por 3 (n´umero de graus de liberdade) obtemos o n´umero total de modos da c´elula unit´aria, que ser´a de 312.

2.1.4.1 Vibra¸c˜oes do Na e dos grupos poliatˆomicos

Na2 −→ Transla¸c˜ao

As representa¸c˜oes irredut´ıveis do Na ocupando s´ıtios C1 dentro do grupo fator D2h, ou seja, os modos da rede translacionais s˜ao dados por (Tabela 8B [25]):

T : C1(8) −→ 3Ag+ 3Au+ 3B1g + 3B1u+ 3B2g+ 3B2u+ 3B3g + 3B3u; (2.2) como s˜ao 16 ´atomos na c´elula unit´aria, ent˜ao temos: T : 16Na-C1(8)−→2(3Ag + 3Au+

3B1g+3B1u+3B2g+3B2u+3B3g+3B3u), produzindo um total de 48 modos translacionais associados ao s´odio.

Os oito grupos (MoO4) contribuem tamb´em para os modos translacionais com 24 modos distribu´ıdos de acordo com a equa¸c˜ao 2.2 enquanto que as 16 mol´eculas de ´agua contribuem com o dobro daquilo, ou seja, com 48 modos.

Os modos libracionais para o (MoO4) s˜ao distribu´ıdos de acordo com a Tabela 8C [25] com: 3Ag + 3Au + 3B1g + 3B1u+ 3B2g + 3B2u + 3B3g + 3B3u, enquanto os modos libracionais do H2O representam o dobro disto.

Assim, restam 120 modos normais que s˜ao exatamente os modos internos das mol´eculas (MoO4) e H2O, cujas correla¸c˜oes com o grupo fator D2h s˜ao feitas a seguir.

Como o grupo livre (MoO4) tem simetria Tdas representa¸c˜oes irredut´ıveis s˜ao A1, E, F1 e F2. No cristal, estes grupos ocupam s´ıtios de simetria C1 cujas representa¸c˜oes s˜ao Ag,

(31)

irredutivel (mol´ecula, cristal e grupo fator D2h) se relacionam (transformam). Para obter-mos o diagrama utilizaobter-mos as tabelas 8D e 31D [25].

(MoO4) −→ Td=                  A11) A2(S) E(ν2) F1(R) F23, ν4, T )

Tabela 7: Diagrama de correla¸c˜ao entre os grupos Td e D2h (modos vibracionais internos do ´ıon (MoO4)2−). fγ ´e o grau de vibra¸c˜oes livres presente em cada especie de s´ıtio γ, νvib

´e o tipo de vibra¸c˜ao (uni, bi ou tridimensional) e ZB ´e o n´umero de f´ormulas na c´elula de

Bravais; Cς ´e a degenerescˆencia da esp´ecie ς do grupo fator; aς ´e o n´umero de graus de

liberdade obtidos pela distribui¸c˜ao de fγ em termos das componentes ς do grupo fator.

Simetria S´ıtio de Grupo

molecular simetria fator

ν vib Td C1 D2h Ag(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 8 1 A1 Au(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 8 1(S) A2 B1g(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 16 2 E A(ν1,2,3,4, 1 120 B1u(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 24 3(R) F1 T, R) B2g(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 72 3ν3, 3ν4, 3T F2 B2u(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 B3g(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 B3u(ν1,2,3,4, T, R) 1 15 Obs: os modos est˜ao assim distribuidos para M = (Ag, Au, B1g, B2g, B3g, B1u, B2u e

B3u),

M(1ν1+ 2ν2+ 3ν3+ 3ν4+ 3T + 3R)

O grupo H2O (´agua livre), tem simetria C2v com representa¸c˜oes irredut´ıveis A1, A2,

B1 e B2. Para obtermos o diagrama utilizamos as tabelas 7D e 8D [25].

(H2O) −→ C2v=              A11, Tz) A2(Rz) B12, Tx, Ry) B23, Tz, Rx)

(32)

Tabela 8: Diagrama de correla¸c˜ao entre os grupos C2v e D2h(modos vibracionais internos do ´ıon H2O). η = (1, 2, 3) e ξ = (x, y, z)

Simetria S´ıtio de Grupo

molecular simetria fator

ν vib C2v C1 D2h 32 1, 2Tz A1 Ag(νη, Tξ, Rξ) 1 18 Au(νη, Tξ, Rξ) 1 18 16 2Rz A2 B1g(νη, Tξ, Rξ) 1 18 A(νη, 2Tξ 1 144 B1u(νη, Tξ, Rξ) 1 18 48 2ν2, 2Tx, 2Ry B1 2Rξ) B2g(νη, Tξ, Rξ) 1 18 B2u(νη, Tξ, Rξ) 1 18 48 2ν3, 2Ty, 2Rx B2 B3g(νη, Tξ, Rξ) 1 18 B3u(νη, Tξ, Rξ) 1 18

Obs: os modos est˜ao assim distribuidos para N = (Ag, Au, B1g, B2g, B3g, B1u, B2u e

B3u),

N(2ν1+ 2ν2+ 2ν3+ 6T + 6R)

Somando todas as contribui¸c˜oes, os modos vibracionais do Na2MoO4.2H2O, em ter-mos das representa¸c˜oes irredut´ıveis do grupo fator D2h, ficam distribuidos da seguinte maneira:

ΓD2h = 39(Ag+ Au+ B1g + B1u+ B2g+ B2u+ B3g+ B3u),

sendo que 1(B1u+ B2u+ B3u) s˜ao ac´usticos.

A distribui¸c˜ao dos modos internos do Na2MoO4.2H2O s˜ao: 0(ν) do Na, 72(ν) do

MoO4 e 48(ν) do H2O. Dessa forma temos um total de 120 modos internos.

Por ´ultimo, precisamos saber quais simetrias s˜ao ativas no Raman, onde as mesmas s˜ao obtidas a partir da tabela de caracteres 8E [25] que est´a parcialmente reproduzida abaixo. Temos ent˜ao que as vibra¸c˜oes ativas no Raman s˜ao Ag, B1g, B2g e B3g. Portanto os modos ´oticos que esperamos observar s˜ao:

Γ = 39(Ag+ B1g + B2g+ B3g) e os modos ac´usticos dados por,

(33)

Tabela 9: Tabela de caracteres do grupo D2h D2h IR Raman Ag αxxαyyαzz Au B1g RZ αxy B1u TZ B2g Ry αxz B2u Ty B3g Rx αyz B3u Tx

(34)

3

ecnicas e Procedimentos

Experimentais

Visto que a maior parte dos experimentos utilizados neste trabalho baseia-se na t´ecnica de espectroscopia Raman (principal t´ecnica de caracteriza¸c˜ao utilizada no trabalho), nesta se¸c˜ao ser˜ao feitas breves discuss˜oes dos fundamentos te´oricos das mesmas, juntamente com aspectos relacionados `a press˜ao apresentando em seguida, os procedimentos experimentais utilizados.

3.1

A espectroscopia Raman

Ao incidir luz em um meio material, parte dela ´e refletida, parte ´e transmitida e parte ´e espalhada (pequena parte) (Figura 7). Este espalhamento ´e devido `a intera¸c˜ao da luz com o material, excitando ou deformando a mat´eria, ocasionando altera¸c˜oes na pola-rizabilidade da amostra. Sabe-se da teoria eletromagn´etica que apenas dipolos oscilantes interagem com a radia¸c˜ao, emitindo ou absorvendo radia¸c˜ao. Deste modo para se observar o fenˆomeno do espalhamento, deve-se trabalhar apenas com polariza¸c˜oes oscilantes.

Os tipos de espalhamentos podem ser caracterizados como el´astico e inel´astico, onde no el´astico a radia¸c˜ao espalhada possui a mesma energia da radia¸c˜ao incidente (espa-lhamento Rayleigh), que ´e um pico bastante intenso, observado nos espectros Raman. No inel´astico, as radia¸c˜oes espalhadas e incidentes possuem energias diferentes (espalhamento Raman)(Figura 8).

Essa intera¸c˜ao com a mat´eria, que produz o espalhamento atrav´es dos momentos de dipolos el´etricos do sistema, pode ser convenientemente descrita pela Mecˆanica Quˆantica atrav´es da teoria da perturba¸c˜ao dependente do tempo, onde o campo el´etrico, E, da radia¸c˜ao produz uma perturba¸c˜ao no sistema que ´e expressa pelo operador, H’ = P.E,

(35)

Figura 7: Uma vis˜ao dos fenˆomenos que ocorrem ao se incidir luz em um material [12].

onde P ´e o momento de dipolo el´etrico.

O momento de dipolo el´etrico de um sistema pode ser decomposto atrav´es de uma s´erie de potˆencia do campo el´etrico tendo uma parte intr´ınseca, µ, e partes induzidas, α e β,

P = µ + αE + βE2,

onde α ´e a polarizabilidade (tensor de segunda ordem) e β ´e a hiperpolarizabilidade (tensor de terceira ordem).

A parte intr´ınsica µ est´a associada com a emiss˜ao ou absor¸c˜ao ordin´aria, onde a energia do f´oton fornece a energia para a transi¸c˜ao eletrˆonica de uma forma direta (absor¸c˜ao no infravermelho). A primeira parte induzida, αE, est´a associada com os v´arios efeitos de dois f´otons (incidente e espalhado), sendo um de absor¸c˜ao e o outo de emiss˜ao, entre eles o efeito Raman, onde a diferen¸ca de energia entre os f´otons espalhados e incidentes ´e igual a energia da transi¸c˜ao entre os n´ıveis de energia. O terceiro termo βE2 est´a associado com diversos processos entre eles o hiper-Raman.

Na formula¸c˜ao matem´atica da teoria da perturba¸c˜ao dependente do tempo a proba-bilidade de ocorrer uma transi¸c˜ao dipolar el´etrica, entre os estados n e m, est´a associada com os elementos de matriz apropriados,

< m/µ/n > para infravermelho, < m/α/n > para Raman, < m/β/n >para hiper-Raman.

(36)

Figura 8: Espalhamento el´astico de luz. O zero da escala ´e definido como sendo relativo ao comprimento de onda de excita¸c˜ao.

Portanto, a polarizabilidade do sistema desempenha um papel importante no efeito Raman. Quando α permanece constante durante o processo devido `a ortonormalidade entre os estados, < n|m >= δnm, somente o espalhamento Rayleigh ´e permitido n =

m. Logo, o efeito Raman s´o pode ocorrer quando a polarizabilidade muda durante o

processo. Essa mudan¸ca pode estar associada com a deforma¸c˜ao da nuvem eletrˆonica (principalmente dos el´etrons mais externos) frente `a radia¸c˜ao incidente. Essa deforma¸c˜ao ser´a tamb´em dependente do movimento nuclear em torno de sua posi¸c˜ao de equil´ıbrio.

Pelo estudo dos elementos de matriz associados que estejam com a transi¸c˜ao para um oscilador harmˆonico simples obtemos a regra de sele¸c˜ao para o efeito Raman (e IR), ∆n = ±1; assim s´o podem ocorrer transi¸c˜oes entre n´ıveis adjacentes.

Uma maneira de vermos esta regra de sele¸c˜ao diz respeito `a dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao dos vetores de onda e est´a relacionada `a conserva¸c˜ao do momento linear do sistema cristalino como um todo. A intera¸c˜ao total entre os vetores de onda deve permanecer constante para uma rede peri´odica, com a eventual adi¸c˜ao de um vetor da rede rec´ıproca. Em primeira ordem, as leis de conserva¸c˜ao para energia e momento ficam na forma,

~ωs = ~ω ± ~ω0

n~κs± n~κ0 = ~κ + ~G,

onde n ´e o ´ındice de refra¸c˜ao do cristal; κs, κ0 e κ s˜ao, respectivamente, os vetores de onda

da radia¸c˜ao espalhada, do fˆonon emitido e da radia¸c˜ao incidente e G ´e um vetor da rede rec´ıproca. Os sinais correspondem aos processos anti-Stokes (+) e Stokes (-).

(37)

Figura 9: Rela¸c˜ao de dispers˜ao dos fˆonons para a primeira zona de Briluoin de um sistema c´ubico. A linha pr´oxima ao eixo ω representa a dispers˜ao da luz.

Um fˆonon ´e a propaga¸c˜ao de uma oscila¸c˜ao de um ´ıon da mol´ecula por toda a estrutura da amostra cristalina, diferindo do conceito de modo normal de vibra¸c˜ao apenas pelo fato de que um modo de vibra¸c˜ao comum n˜ao carrega polariza¸c˜ao, isto ´e, ocorre apenas uma oscila¸c˜ao localizada na polariza¸c˜ao sem se propagar pela estrutura cristalina. Um fˆonon ´e caracterizado por uma velocidade de fase discreta ν, uma frequˆencia de oscila¸c˜ao ω e um vetor de propaga¸c˜ao de onda κ. A rela¸c˜ao entre a frequˆencia do fˆonon e seu vetor de onda, ´e chamada de rela¸c˜ao de dispers˜ao. A rela¸c˜ao de dispers˜ao possui dois tipos de modos que s˜ao denominados de modos ac´usticos e modos ´oticos. Estes ´ultimos s˜ao acess´ıveis quando ativos `a espectroscopia Raman.

Uma outra maneira de descrever o espalhamento Raman ´e atrav´es de f´otons de energia, isto ´e, quando um f´oton hν0 interage com uma mol´ecula ´e poss´ıvel que ocorra o

espa-lhamento el´astico. Neste caso a energia do f´oton permanece inalterada (espaespa-lhamento Rayleigh), caso contr´ario, quando a energia do f´oton ´e alterada, ocorre espalhamento inel´astico. O f´oton pode dar ou receber energia do sistema igual `a diferen¸ca de dois n´ıveis de energia de estados estacion´arios ∆E = En − Em. Assim, o f´oton espalhado

pode apresentar energias hν0 ± ∆E, e frequˆencias ν0 ± ∆E/h dando origem `as linhas

Stokes e Anti-Stokes (Figura 10). Portanto, o efeito Raman produz linhas com frequˆencias equidistantes de ∆E/h da linha incidente de frequˆencia ν0.

(38)

Figura 10: Diagrama de energia do espalhamento Raman (estados eletrˆonicos), onde En

´e a energia do estado fundamental, Em corresponde `a energia que a mol´ecula tem quando

est´a vibrando em um de seus modos normais e Ev s˜ao estados excitados e muito inst´aveis

e a mol´ecula rapidamente cai para estados de menor energia.

3.2

Press˜

ao

A press˜ao, por ser uma vari´avel termodinˆamica tal qual a temperatura, tamb´em pode ser usada como parˆametro de verifica¸c˜ao da energia do sistema. Uma grande vantagem da aplica¸c˜ao de press˜ao hidrost´atica ´e que atrav´es desta t´ecnica pode-se chegar a valores muito mais altos do que se consegue com a aplica¸c˜ao de press˜ao uniaxial.

A c´elula de press˜ao ´e um poderoso dispositivo que permite a engenheiros, f´ısicos e qu´ımicos a descoberta de novos estados da mat´eria, al´em de permitir compreender a F´ısica e a Qu´ımica em condi¸c˜oes extremas. O princ´ıpio b´asico da c´elula de press˜ao ´e colocar uma amostra entre os paralelos de duas faces opostas de diamante que s˜ao pressionados um em dire¸c˜ao ao outro. Como a press˜ao ´e definida como for¸ca dividida pela ´area, ´e poss´ıvel chegar a mais elevadas press˜oes aumentando a for¸ca ou diminuindo a ´area da amostra submetida `a compress˜ao. A pequena dimens˜ao da amostra e, consequentemente, do diamante, reduzem os requisitos para a necessidade de grandes for¸cas. A pequena dimens˜ao da c´elula tem a vantagem adicional que o custo de um tal dispositivo ´e bastante modesto quando comparado com outros dispositivos de altas press˜oes [32]. Hoje uma DAC capaz de gerar press˜oes superiores a 100 GPa pode caber na palma da m˜ao e uma s´erie de medi¸c˜oes sofisticadas, incluindo difra¸c˜ao de raios-X e outras variedades de t´ecnicas espectrosc´opicas, pode ser realizada em materiais de dimens˜oes microsc´opicas [33].

(39)

eles cristalinos ou n˜ao, ´e a redu¸c˜ao das distˆancias interatˆomicas do material e consequente redu¸c˜ao de volume. As novas acomoda¸c˜oes atˆomicas procuram minimizar a energia do cristal, para aquela dada configura¸c˜ao, preservando a simetria inicial do cristal. No en-tanto, existe uma situa¸c˜ao limite onde a simetria da estrutura n˜ao consegue mais min-imizar a energia para maiores press˜oes (ou menor volume). Neste caso, os ´atomos que comp˜oem a estrutura vˆeem-se obrigados a se organizar em uma outra configura¸c˜ao (sime-tria) que possibilite a minimiza¸c˜ao da energia do sistema; diz-se que o cristal sofreu uma transi¸c˜ao de fase estrutural.

Durante o aumento da press˜ao, uma das observa¸c˜oes mais comuns no espectro Raman ´e a diminui¸c˜ao da intensidade de todo o espectro. Este ´e o comportamento geral da maioria dos materiais. Geralmente, uma diminui¸c˜ao na intensidade do espectro Raman, algumas vezes pode ser entendida como um efeito pr´e-transicional onde uma fase de alta simetria ´e esperada. No entanto, este comportamento n˜ao ´e uma regra geral. Esta perda de intensidade est´a relacionada `a perda de luz espalhada devido `as heterogeneidades induzidas pelo gradiente de press˜ao e tamb´em a processos de amorfiza¸c˜ao. Entre outras causas, a mudan¸ca do coeficiente de absor¸c˜ao devido `a varia¸c˜ao de press˜ao, ´e uma poss´ıvel explica¸c˜ao para a diminui¸c˜ao na intensidade dos espectros Raman [34].

3.3

Descri¸c˜

ao dos equipamentos

3.3.1

elula de press˜

ao

Nos experimentos realizados nesta disserta¸c˜ao foi utilizada uma c´elula de press˜ao do tipo bigorna com diamantes (DAC) de fabrica¸c˜ao industrial com limites de opera¸c˜ao no intervalo de press˜ao de 0-10 GPa. A moldura do DAC ´e feita de a¸co inoxid´avel e o com-partimento onde se coloca a amostra (amostra foi obtida da VETEC QU´IMICA FINA LTDA e possui as seguintes caracteristicas: Policristalina, transparente e tamanho de gr˜ao de proximadadente 1mm3), geralmente ´e feito de carboneto de tungstˆenio. A c´elula tem aberturas ao longo da dire¸c˜ao axial, a fim de permitir medi¸c˜oes a serem realizadas na amostra. A Figura 11 mostra o esquema deste tipo de c´elula de press˜ao indicando os prin-cipais elementos que se precisa conhecer para entender os procedimentos experimentais. Este equipamento ´e constitu´ıdo basicamente, dos seguintes elementos:

1 - Um parafuso principal, que ´e respons´avel direto pelo controle da press˜ao durante o experimento. A regulagem da press˜ao deve ser feita muito cuidadosamente, pois ao contr´ario do que se possa pensar, a press˜ao n˜ao aumenta linearmente com o n´umero

(40)
(41)

de voltas do parafuso. Existe um processo de acomoda¸c˜ao das arruelas que faz com que apertos (ˆangulos de giro) iguais sobre o parafuso, resultem em press˜ao bastante diferentes. 2 - Uma alavanca com arruelas e mais alguns perif´ericos, que s˜ao respons´aveis pela transmiss˜ao da press˜ao aos diamantes.

3 e 4 - Diamantes (superior e inferior). Estes, por sua vez, constituem as pe¸cas de maior valor, e apesar de sua (conhecida) alta dureza, os diamantes podem sofrer danos irrepar´aveis com o manuseio incorreto do equipamento. Os diamantes s˜ao respons´aveis diretos (via fluido transmissor de press˜ao) pela aplica¸c˜ao da press˜ao sobre a amostra. Eles s˜ao desenhados de modo que a ´area de contato com a gaxeta seja a m´ınima poss´ıvel. Quanto menor for a ´area de contato, menor ´e a press˜ao execida sobre a gaxeta e, por conseguinte, maior ´e a press˜ao sobre a amostra. Os diamantes geralmente s˜ao seleciona-dos a partir do corte de pedras brilhantes, s˜ao polida na forma desejada (8 ou 16 arestas) e tamanho, dependendo das press˜oes que s˜ao obrigados a trabalhar em um dado experi-mento. Uma lista de v´arios diˆametros e respectivas press˜oes que podem ser obtidos, com os diamantes, ´e mostrado na tabela 10.

Tabela 10: Diˆametros do Diamante e as press˜oes nominais que podem ser alcan¸cadas [35]. Diˆametro do diamante µm Press˜ao alcan¸cada (GPa)

500 60

400 70

300 70-80

200 100

100 100-150

5 - A gaxeta ´e uma pe¸ca met´alica constitu´ıda de a¸co inoxid´avel, no interior da qual ficar´a a amostra e o l´ıquido transmissor de press˜ao durante o experimento. Esta pe¸ca ´e confeccionada de modo a ficar com dimens˜oes de (1, 0cm)x(1, 0cm)x(0, 1cm) com uma cavidade (onde ficar´a a amostra) de 200µm de diˆametro, feita por fus˜ao a laser (no nosso caso). No entanto os detritos originados da carboniza¸c˜ao do material, durante a fus˜ao, devem ser removidos por meio da aplica¸c˜ao de ultra-som. A gaxeta ´e posta entre os diamantes durante a montagem do experimento e sofre deforma¸c˜oes consider´aveis no decorrer do mesmo. Esta pe¸ca n˜ao pode ser reaproveitada para outro experimento, devendo ser substitu´ıda. A press˜ao entre a gaxeta e os diamantes impede a sa´ıda do fluido transmissor de press˜ao.

(42)

´e composto de uma mistura de metanol e etanol na propor¸c˜ao de 4:1; um outro fluido utilizado ´e o ´oleo mineral. Estas substˆanciais garantem a hidrostaticidade do fluido, e ambos foram utilizados neste trabalho.

7 - Rubi. Quando usado em uma DAC, o rubi ´e colocado juntamente com a amostra, na cˆamara de press˜ao, sendo a fluorescˆencia excitada por um laser ou qualquer fonte luminosa. Um detector ´optico recolhe o sinal e, em seguida, ´e mostrado como um gr´afico apresentando intensidade versus comprimento de onda. Uma t´ıpica configura¸c˜ao de um sistema com um correspondente gr´afico s˜ao mostrados nas figuras 12 e 13, respectivamente. A linha do rubi ´e bastante intensa, e sob a press˜ao hidrost´atica a o comprimento de onda varia linearmente [33]. O uso da varia¸c˜ao do comprimento de onda da fluorescˆencia do rubi como sensor para determinar a press˜ao foi originalmente desenvolvido por Forman, Piermarini, Barnett e Block [36]. Depois de ser revisto in´umeras vezes, a fluorescˆencia do rubi ´e o m´etodo que tem sido mais amplamente utilizado em todo o mundo.

Figura 12: Sistema de medidas de fluorescˆencia do Rubi 4900 4950 5000 5050 5100 5150 I n t e n si d a d e ( u . a . ) Frequêcia cm -1

Figura 13: Um dos espectros medido do Rubi

Na realiza¸c˜ao dos experimentos com press˜ao s˜ao necess´arios alguns cuidados especiais na prepara¸c˜ao da amostra. As amostras devem ter a espessura de 100µm. Um peda¸co da amostra, com ´area superficial em torno de 0, 02mm2, ´e separado para ser colocado no interior da cavidade da gaxeta durante a montagem do experimento descrita anterior-mente. Estas dimens˜oes devem ser obedecidas para que durante o experimento de press˜ao a amostra n˜ao sofra a a¸c˜ao de componentes n˜ao hidrost´aticas de press˜ao, resultantes do contato da mesma com as paredes internas da cavidade (Figura 11, N5).

Durante o processo de montagem do experimento os diamantes devem ser cuidadosa-mente alinhados e limpos (com o aux´ılio de pince, papel e acetona) para evitar obstru¸c˜ao

(43)

da luz do laser por part´ıculas microsc´opicas. Ap´os o processo de limpeza, a gaxeta ´e colocada sobre o diamante inferior; a amostra escolhida ´e cuidadosamente colocada no interior da cavidade e o l´ıquido transmissor de press˜ao ´e colocado na cavidade com a ajuda de uma seringa. Este trabalho deve ser feito com muito cuidado, pois o escoamento do l´ıquido transmissor de press˜ao ocorre muito rapidamente, e a imprecis˜ao dos passos citados acima pode ocasionar o surgimento de bolhas de ar no interior da cavidade que, por sua vez, ir˜ao interferir no experimento.

O feixe de laser entra por uma abertura (Figura 11, N5) da c´elula passando pelo

diamante e pelo l´ıquido transmissor de press˜ao (uma vez que estes s˜ao transparentes) e atinge a amostra. As medidas dos valores de press˜ao no decorrer do experimento foram feitas utilizando o m´etodo do deslocamento das linhas de luminescˆencia R1 e R2 do rubi (Al2O3 : Cr3+). ´E conhecido da literatura que as energias das linhas R1 e R2 s˜ao fun¸c˜oes lineares da press˜ao at´e o limite de 25 GPa, por isso os valores das press˜oes, em unidades de GPa, podem ser calculado utilizando a seguinte rela¸c˜ao emp´ırica,

P = (ω2− ω1)/7, 535,

onde Ri pode ser tanto a energia (em n´umero de onda) da linha R1 quanto a energia da linha R2 (em unidades de cm−1) `a press˜ao P e o ω1 ´e a energia da respectiva linha `a press˜ao ambiente.

3.3.2

Espectrˆ

ometro Raman

Os espectros Raman foram registrados usando um espectrˆometro triplo, modelo T64000 da Jobin Yvon (Figura 14) equipado com detector CCD resfriado com nitrogˆenio l´ıquido, usando uma configura¸c˜ao de dupla subtra¸c˜ao e geometria de retroespalhamento.

As fontes de excita¸c˜ao empregadas foram as linhas de laser 514,5 e 532nm provenientes de um laser de argˆonio e Verdi-V5 respectivamente, com potˆencia de 200mW de acordo com o sinal. O feixe do laser foi focalizado utilizando-se um microsc´opio OLYMPUS BH-2 equipado com uma lente de distˆancia focal f = 20,5mm e abertura num´erica de 0,35. Consegue-se com esta configura¸c˜ao um ”spot”com diˆametro da ordem de 1µm. Este diˆametro pode ser calculado utilizando-se a f´ormula,

D = 1,22λ/NA

onde λ ´e o comprimento da luz usada no experimento e NA ´e a abertura num´erica de 0,35 [12]. Entre as medidas da luminescˆencia do rubi e a obten¸c˜ao dos espectros Raman

(44)

da amostra, empregava-se um tempo de relaxamento de 15 e 20 min na subida e descida, respectivamente. Este tempo ´e necess´ario para acomoda¸c˜ao do experimento aos novos valores de press˜ao.

Os dados obtidos eram arquivados em um computador acoplado ao espectrˆometro, de onde os mesmos eram transferidos para um outro computador onde eram analisados com a ajuda dos softwares Origin da OriginLab Corporation e PeakFit da SPSS Inc. Os espectros foram ajustados por somas de picos, cada um descrito por uma fun¸c˜ao Gaussiana + Lorentziana, de onde foram extra´ıdos dados como posi¸c˜ao, intensidade e largura de linha das bandas Raman observadas. Ap´os este processo foi feita a interpreta¸c˜ao dos dados.

(45)

Figura 14: Espectrˆometro modelo T64000 da Jobin Yvon, usado para aquisi¸c˜ao dos es-pectros Raman.

Referências

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