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Famine Early Warning Systems Network. 3 de Julho 2003

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Academic year: 2021

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O presente boletim mensal é produzido pela FEWS NET em colaboração com os seus parceiros, que incluem o Departamento de Aviso Prévio (DAP) e o Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA) do Ministério da Agricultura e

desenvolvimento Rural (MADER),o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM),e o Programa Mundial de Alimentação PMA). The Famine Early Warning System Network (FEWS NET) is funded by USAID

and managed by Chemonics International, Inc.

FEWS NET Mozambique • Ministry of Agriculture and Rural Development • National Directorate of Agriculture Av. das FPLM, 2698 • Instituto Nacional de Investigação Agronómica (INIA)

P.O. Box 4739 Maputo, Mozambique

Telephone: (258-1) 461872 • Facsimile: (258-1) 460588 • E-Mail: mind@fews.net • http://www.fews.net

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Famine Early Warning

Systems Network 3 de Julho 2003

Destaques

• O recém publicado relatório da Missão de Avaliação de Culturas e Disponibilidade de Alimentação da FAO/PMA (CFSAM – sigla em Inglês) estima que 788,000 pessoas em 40 distritos precisam de assistência alimentar de emergência no período de Abril a Setembro de 2003, por causa da persistente insegurança alimentar nas regiões semi-áridas das regiões sul e centro de Moçambique. O número vai crescer para 949,000 pessoas a partir de Outubro de 2003 até Março de 2004.

• Apesar de um aumento agregado na produção de cereais e outras culturas, a CFSAM notou que a má produção nas zonas afectadas pela seca foi exacerbada pela redução das receitas e oportunidades de emprego, devido a dinâmica regional na África Austral. O Impacto do HIV/SIDA na segurança alimentar foi veementemente constatada, apesar de tais efeitos não poderem ser quantificados adequadamente.

• A resposta de ajuda alimentar do PMA aumentou duma forma consistente desde

Setembro de 2002, mas o número de beneficiários que se espera cobrir em Junho ainda está de certo modo abaixo das estimativas feitas em Dezembro pelo Comité de Análise de Vulnerabilidade (CAV) e consideravelmente abaixo das novas estimativas da CFSAM. • De acordo com a Direcção Nacional de Comércio (DNC), o balanço alimentar a nível

nacional está em altura de responder aos requisitos de consumo ao longo do ano comercial (Abril 2003 a Março de 2004), apesar de que quantidades avultadas de excedentes carecerem de mercados, e haver necessidade de fazer importações (comerciais e ajuda alimentar) para responder aos requisitos de consumo no sul. • Os preços do milho no Mercado demonstram consideráveis variações entre o norte e o

sul do país, quer a nível do produtor, quer a nível do consumidor. Os preços de Maputo continuam mais altos do que em qualquer outro mercado. A mudança nos diferenciais históricos dos preços de milho em grão e do arroz pode estar a provocar mudanças nos padrões normais de compras, o que pode resultar no aumento do consumo de arroz importado.

• Os défices de precipitação suscitaram preocupação em relação a escassez de água na zona sul. Os níveis de água em todas as barragens das bacias hidrográficas estão mais baixos do que estiveram em 2001-2002, que também foi um ano de seca. Algumas chuvas fora da época podem trazer melhorias na situação da água no sul do país.

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2 Avaliação de Culturas e Disponibilidade de alimentos reporta sobre aumento da produção; aumento das necessidades de assistência

A Missão de Avaliação de Culturas e Disponibilidade de Alimentação da FAO-PMA (CFSAM – sigla em Inglês) publicou o seu relatório no dia 23 de Junho de 2003. O relatório confirmou padrões de produção variáveis para a época 2002/03, com abundância no norte e uma perda quase total de culturas no sul e partes da zona centro, e um quadro misto noutros pontos. A missão identificou 40 distritos que precisam de ajuda alimentar de emergência no sul e no centro, estimando que 788,000 pessoas precisam de ajuda alimentar de Abril a Setembro de 2003, e o número vai crescer para 949,000 a partir de Outubro de 2003 para Março de 2004. A boa precipitação no norte levou a um ligeiro aumento na produção total nacional de cereais acima do nível do ano passado, e um aumento de quase 10% acima da média dos cinco anos (1997/98 a 2001/2). Porém, a nível regional, a produção de todas as culturas (excepto o arroz) baixou drasticamente no sul mesmo se comparada à colheita medíocre do ano passado (Figura 1).

Para além da fraca produção no sul e no centro, a CFSAM destacou a redução das oportunidades de angariação de receitas e de emprego, em parte como resultado da dinâmica económica na África Austral. Os valores monetários vindo quer da África do sul, quer do Zimbabwe baixaram consideravelmente, como consequência de mudanças políticas e económicas nos dois países. A procura de culturas de rendimento por parte do Zimbabwe, como era o caso do algodão, cessou, o que reduziu drasticamente o acesso a receitas e a alimentos nos distritos fronteiriços. A posse de gado é normalmente um recurso importante nas zonas afectadas pela seca, mas este ano, a febre aftosa, a escassez de pastos e de água, os fracos termos de trocas comerciais com cereais reduziram a contribuição das vendas de gado como contribuição para a segurança alimentar dos agregados familiares. A CFSAM enfatizou veementemente o papel do HIV/SIDA na actual crise. Os líderes locais, especialmente nos distritos ao longo da fronteira com o Zimbabwe, deram a conhecer um crescente número de famílias chefiadas por crianças e de órfãos. Também foi relatado que

Figura 1

M udança percentual da produção, por região, 2001/02 a 2002/03

-50% -25% 0% 25% 50%

Milho Mexoeira Arroz Feijões Mandioca

Norte Centro Sul Nacional

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3 há uma grande exploração de recursos naturais, aumento da dependência do consumo de alimentos silvestres, e a redução de refeições por dia.

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4 Nas zonas semi-áridas das províncias de Gaza, Maputo, Inhambane e Tete, e no distrito de Muanza em Sofala, a CFSAM constatou que mais de 50% da população total está a enfrentar uma escassez de alimentos. A CFSAM projecta que a situação vai piorar no ultimo trimestre do ano, antes da próxima colheita, e espera-se que o número de pessoas com necessidade de ajuda alimentar venha a aumentar para 949,000. Figura 2 ilustra a percentagem da população que precisa de ajuda alimentar nos quarenta distritos durante o período que vai de Abril a Setembro.

Com base nas constatações da CFSAM, será necessário um total de 156,000 toneladas métricas de milho para responder as necessidades de ajuda alimentar até Março de 2004. Até a data, o PMA tem 22,000 toneladas métricas. de alimentos em reserva e 23,000 Toneladas métricas de promessas confirmadas ainda por chegar. De acordo com o PMA, problema principal que tem no seu programa é a falta de composto de milho e soja (CSB) usada no programa conjunto da UNICEF/PMA de suplemento nutricional para mulheres grávidas e crianças abaixo dos cinco anos.

Resposta do PMA em constante crescimento

O PMA aumentou gradualmente o número de beneficiários de ajuda alimentar nos últimos nove meses, uma vez que o fracasso das principais chuvas tornou-se evidente no sul, e com o aumento da disponibilidade de alimentos e de parceiros de distribuição ( Figura 2, barras castanhas). Em Junho de 2003, o PMA pretende distribuir ajuda alimentar para 533,000 pessoas. Isto vai cobrir cerca de 70% das necessidades recentemente constatadas pela CFSAM. O PMA vai publicar dentro em breve o seu novo plano para as suas Operações de emergência (EMOP) para o período de Julho de 2003 – Junho de 2004, no qual vai detalhar a sua resposta prevista para os próximos nove meses.

Figura 3

Evolução das necessidades alimentares e resposta

0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000 800000 900000 1000000 Set-02 Out-02 Nov-02 Dez-02 Jan-03 Fev-03 Mar-03 Abr-03 Mai-03 Jun-03 Jul-03 Ago-03 Set-03 Out-03 Nov-03 Dez-03 Jan-04 Fev-04 Mar-04 Número de pessoas

Beneficiários actuais do PMA Necessidades avaliadas pelo VAC Necessidades avaliadas pelo CFSAM p

l a n n

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5 O Comité de Análise de Vulnerabilidade (CAV), de Moçambique está actualmente analisando os resultados da pesquisa recém terminada da segurança alimentar e nutrição. A pesquisa, em que foram feitas 5.000 entrevistas com famílias em zonas afectadas pelas secas, vai dar informação adicional sobre as actuais taxas de desnutrição, níveis de reservas alimentares dos agregados familiares, e a perspectivas de produção para a segunda época. Os resultados são esperados nos princípios de julho.

Balanço alimentar nacional para o novo ano agrícola revela níveis de importação

A folha do balanço alimentar, preparada pela direcção Nacional de Comércio (DNC), demonstra um défice nacional de cereais relativamente pequeno para o período de Abril de 2003 a Março de 2004. A DNC espera que este défice seja coberto pelas importações, conforme ilustra a tabela abaixo. Os dados do balanço alimentar são ligeiramente diferentes dos constantes nas tabelas da CFSAM devido a diferenças metodológicas.

(In 000 MT)

Milho Arroz Trigo Mapira/

Mexoeira Total de cereais Mandioca Outros tubércul os Feijão/ Amendoi m Total Disponível 1,276 155 40 389 1,860 5,431 438 309 Necessidades de consumo 1,335 383 267 373 2,357 5,289 383 308 Défice/excedentes -59 -227 -227 16 -497 142 55 2 Importações 141 240 305 0 686 0 0 20 Exportações 70 0 0 0 70 30 0 6 Reservas finais previstas 12 13 78 16 119 112 55 16

Fonte: Ministério da Indústria e Comércio/Direcção Nacional de Comércio

A DNC prevê uma necessidade de importações comerciais no sul para cobrir o défice. Por outro lado, a região norte produziu cerca de 300.000 toneladas métricas de excedentes de cereais, que poderiam ser exportadas dependendo das infra-estruturas adequadas e da procura. A DNC indica que o défice global de cereais de 497,000 Ton métricas (milho, arroz e trigo) será coberto parcialmente através de importações comerciais, de programa de ajuda alimentar (que é vendida nos mercados), e ajuda alimentar de emergência. A DNC projecta pequenos excedentes de mandioca e outros tubérculos, o que poderia ajudar a suprir o défice de outras culturas.

Apesar das reserves finais parecerem adequadas a nível nacional para responder as

necessidades de consumo do país, vão persistir défices localizados, devido a combinação de condições adversas de crescimento este ano e a inabilidade de alguns agregados familiares de suprirem esses défices através de compras complementares.

Diferenças entre o preço a retalho de milho e arroz diminui em Maputo

Os preços actuais de milho quer a nível do produtor, quer a retalho têm uma grande

variação do norte para o sul. De acordo com os dados do SIMA dos finais de Junho, o preço mais baixo é praticado em Mutarara (1090 Mt/kg) e o preço mais alto continua a ser

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6 preços mais baixos dos produtores também são praticados em Mutarara (780 Mt/kg), enquanto no mercado do Chókwe, zona sul, os preços aplicados pelos produtores são cerca de 3500 Mt/kg.

Estes preços de milho consistentemente altos em Maputo podem estar a alterar os padrões de compra e reduzindo o consumo de milho. Isto pode afectar a folha de balanço alimentar apresentada acima, aumentando a procura de importações de arroz e diminuindo a procura do milho. Historicamente, o arroz – dos quais cerca de dois terços são importados

comercialmente – tem um preço consideravelmente mais alto que o milho, conforme a demonstração constante nas duas linhas da figura abaixo. Em média, o preço do arroz tem sido consistente, e é cerca de 2000 Mt/kg acima do preço do milho. Mas desde o princípio de 2002, os preços das duas comodidades aproximaram-se bastante (vide as barras na figura). Em Janeiro de 2003, o preço do quilo do milho chegou a ultrapassar o preço do arroz. Porque o milho tem que ser moído ou pilado manualmente antes do consumo, o que acresce o custo, muitos consumidores tendem a optar pelo arroz quando a diferença for menor. O SIMA pretende fazer uma análise adicional desses factores de preço/consumo num futuro próximo.

Contrariamente as expectativas anteriores, há trocas comerciais de milho com o Malawi, a partir das províncias de Tete e Zambézia. Fontes do SIMA e AMODER confirmam que o milho está a entrar no Malawi a partir do norte de Moçambique, apesar da boa produção e boas reservas no Malawi. As prováveis razões deste fenómeno são: o preço baixo no lado Moçambicano e a tradicional dependência que as zonas da parte sul do Malawi tem em relação a produção Moçambicana.

Em 2003, os preços dos produtores em Manica, um distrito que faz fronteira com o Zimbabwe, são relativamente baixos do que eram no ano passado (Figura 5). Os mesmos padrões de preços dos produtores ocorrem em todas as zonas produtivas do norte.

Figura 4

Preços a retalho de Milho e do Arroz em Maputo

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai

MT/

K

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7 Escassez de água suscita preocupação: os níveis de água nas barragens estão a baixar no sul

A precipitação total da época 2002-2003 foi menos de 50% do normal na maior parte da zona sul de Moçambique. Esta anomalia afectou as bacias dos rios Incomati, Umbeluzi, e Maputo. Também foram afectadas consideráveis porções da bacia do Rio Limpopo.

Figura 5

Preços do Milho ao nível do produtor em Manica

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Jan Fev Mar Abr Mai

MT/Kg

2002 2003

Fonte de dados: SIMA

Figura 6

BACIA DO RIO LIMPOPO - BARRAGEM DE MASSINGIR NÍVEL DA ALBUFEIRA 100.0 102.0 104.0 106.0 108.0 110.0 112.0 114.0 01-10 11-10 21-10 31-10 10-11 20-11 30-11 10-12 20-12 30-12 09-01 19-01 29-01 08-02 18-02 28-02 10-03 20-03 30-03 09-04 19-04 29-04 09-05 19-05 29-05 N íve l da Á gua (m)

Lake level 2001_02 Lake level 2002_03

Dam Full Level =127.5 m

Full Capacity Volume = 2844 x 10 ^6 m3

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8 Estes défices de precipitação suscitaram preocupações em relação a escassez de água na região. De acordo com os dados da Direcção Nacional de água (DNA), os níveis de água em todas as barragens estão a baixo do que estiveram em 2001-2002, que também foi um ano de seca. Conforme ilustra a figura 6, a diferença entre os níveis de 2001-2002 e deste ano está a aumentar com a continuação do declínio do nível das águas.

De acordo com algumas autoridades de alguns distritos do sul, especialmente na província de Maputo, a escassez de água está a começar a afectar a vida das populações. De facto, no distrito de Namaacha, as fontes de água potável (especialmente os poços) estão a secar. A empresa de abastecimento de água diz que a periodicidade de distribuição de água foi diminuindo ao longo do tempo, primeiro o abastecimento era feito de dois em dois dias, passou a ser uma vez por semana e agora é uma vez em cada 15 dias. Dizem que a situação está a piorar e colocam a hipótese de alugar camião cisterna para poderem trazer água para a capital distrital.

As autoridades no distrito de Marracuene também dizem que as fontes de água estão a secar, e o Rio Incomati tem níveis tão baixos que até permitem o influxo de aguas salobres do mar.

A Administração regional de Águas do Sul (ARA-Sul) confirmou a situação preocupante. De acordo com uma fonte desta empresa, durante a época chuvosa de 2002-2001, a ARA-Sul fez consideráveis descargas das barragens, com base na suposição de que iriam ocorrer chuvas normais a acima do normal em Fevereiro, mas isso não aconteceu. A mesma fonte acrescentou que todos os rios do sul estão a níveis abaixo do normal. A precipitação fora da época nos meados de Junho pode reduzir parcialmente a escassez de água.

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