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ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA: a realidade dos idosos do abrigo São Vicente de Paulo em Campina Grande/PB

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Academic year: 2021

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ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA: a realidade dos idosos do abrigo

São Vicente de Paulo em Campina Grande/PB

Rochele Sidartha Pimenta de Oliveira1 Juliana Kelly Dantas da Silva2 Kelly Hyanny Fernandes Farias3

Resumo: Na atualidade envelhecimento e qualidade de vida expressam múltiplas dimensões, necessitando de maiores enfoques. Dessa forma, o presente estudo centrou-se na análise da qualidade de vida dos idosos, que encontram-se no Abrigo São Vicente de Paulo em Campina Grande/Pb. Para tanto, utilizamos à pesquisa de campo, de caráter qualitativo e quantitativo. Segundo os resultados, verificamos que 80% dos entrevistados revelaram teremqualidade de vida, enquanto 20% afirmaram que não possuem qualidade de vida, o que foi atribuído a aspectos subjetivos, como: mau humor, ansiedade e depressão. Portanto, a maioria dos idosos reconhecem que tem qualidade de vida no referido abrigo.

Palavras-chave: Qualidade de vida, envelhecimento, idosos.

Abstract: Nowadays age and quality of life express multiple dimensions, requiring greater focus. Thus, this study focused on the analysis of quality of life of older people who are at the shelter São Vicente de Paulo in Campina Grande/Pb. For this, use the field research, qualitative and quantitative in nature. According to the results show that 80% of respondents revealed they have quality of life, while 20% said they have no quality of life, which was attributed to subjective aspects such as: bad mood, anxiety and depression. Therefore, most patients must recognize that quality of life in the shelter.

Key words: Quality of life, aging, elderly.

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Graduanda. Universidade Estadual da Paraíba. E-mail: sidartha_pimenta@hotmail.com

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Graduanda. Universidade Estadual da Paraíba. E-mail: julianakelly18@hptmail.com

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento da população idosa é, hoje, um proeminente fenômeno mundial. Isso significa um crescimento mais elevado da população idosa com relação aos demais grupos etários. No caso do Brasil, a participação da população maior de 60 anos, no qual registra um percentual de 8,6% da população total. Tem-se ainda uma projeção de cerca de 30,9 milhões de indivíduos que terão mais de 60 anos de idade no ano de 2020 (BELTRÃO, et al., 2004, p.71).

A denominada Terceira Idade traz consigo limitações sobre um corpo já muito vivido. No qual não se tem a mesma vitalidade da jovialidade, diminuição dos movimentos e do raciocínio. Existindo mais tempo disponível, porém muitos dos idosos não sabem como aproveitá-lo.

Do ponto de vista físico, o fator mais importante na manutenção da saúde é o cuidado com a alimentação. Uma alimentação saudável implica em suprir o organismo com todos os nutrientes de que ele necessita para o seu bom funcionamento e para a conservação de um peso estável, fatores importantes na prevenção de várias doenças.

Visitas regulares ao médico são fundamentais para prevenir, diagnosticar e tratar possíveis doenças que possam diminuir a qualidade de vida. Juntamente com a prática regular de atividades aeróbicas e exercícios contribuindo para a conservação da saúde.

Esta integração é de suma importância para o idoso, uma vez que um de seus maiores prazeres consiste em relatar fatos acontecidos em sua vida e perceber que as pessoas que o cercam dão-lhe a atenção devida.

Entre outros inúmeros fatores, os citados acima direcionam para obtenção e/ou manutenção da qualidade de vida, porém, podemos dizer em linhas gerais que, qualidade de vida engloba aspectos objetivos e subjetivos.

Neste contexto, encontra-se o nosso objeto de estudo que intentou analisar a qualidade de vida dos idosos, que encontram-se no Abrigo São Vicente de Paulo em Campina Grande/Pb.

Tratou-se de uma pesquisa de campo, em que articulamos metodologias qualitativas e quantitativas. Os sujeitos da pesquisa, foram 25 idosos abrigados, dentre homens e mulheres, o que corresponde a uma amostra de 33,33%.

Para a interpretação dos dados utilizamos como instrumentos: a análise de conteúdo e de conjuntura.

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2 O FENÔMENO DO ENVELHECIMENTO

A percepção do fato de que os organismos vivos envelhecem não gera controvérsias, pois a partir da simples observação da realidade, é possível perceber esse fenômeno, porém, vários pontos de controvérsia surgem no momento de estabelecer indicadores para as variáveis envolvidas no processo. Assim, estabelece-se a dificuldade de construir conceitos fundamentais que possam ser articulados em construções lógicas explicativas do envelhecimento.

No entanto, pode-se considerar o envelhecimento, como admite a maioria dos biogerontologistas, como a fase de um continuum que é a vida, começando esta com a concepção e terminando com a morte.

O envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade. Este conceito pode ser complementado com o elaborado por Comfort (1979), segundo o qual o envelhecimento se caracteriza por redução da capacidade de adaptação homeostática, perante situações de sobrecarga funcional do organismo.

As manifestações somáticas da velhice pode ser caracterizada por redução da capacidade funcional e do trabalho, assim como da resistência, entre outras, associam-se perdas dos papéis sociais, solidão e perdas psicológicas, motoras e afetivas.

A aproximação da velhice não reduz drasticamente qualquer faculdade do indivíduo ao ponto de impedí-lo de continuar ativo e útil ao grupo social a que pertence. O comportamento do ser humano independente da idade, não pode ser padronizado ou generalizado.

A velhice trata-se de uma fase esperada na vida das pessoas, mas quando esta chega, o idoso acaba sofrendo significativas perdas, seu papel na sociedade sofre modificações, além da perda de amigos e familiares, a substituição de suas ocupações profissionais e o aparecimento de doenças crônicas (PASCHOAL, 2000).

Existem cada vez mais evidências cientificas apontando o efeito benéfico de um modo de vida ativa na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. Além dos benefícios da atividade aeróbica, existem também

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importantes benefícios do treinamento de força muscular no adulto e na terceira idade, quais sejam: melhora da velocidade de andar, melhora do equilíbrio, aumento do nível de atividade física espontânea, melhora da auto-eficácia, contribuição na manutenção e/ou aumento da densidade óssea, ajuda no controle da diabete, artrite e doenças cardíacas, além da melhora na ingestão alimentar.

Acreditamos que ao se discutir a etapa do envelhecimento humano, é preciso considerar tanto os critérios cronológicos, como os eventos biológicos que ocorrem ao longo desse período. A idade em si não representa o estado do envelhecimento de uma pessoa, mas a combinação de vários fatores associados, embora seja difícil tal avaliação. Nesse sentido, percebemos que o envelhecimento, como muitas outras situações de vida, se apresenta diferente para cada ser humano (HAYFLICK, 1996,p. 166 -169).

3 QUALIDADE DE VIDA

O termo qualidade explica por que boa qualidade tem significados diferentes, para diferentes pessoas, em lugares e ocasiões diferentes. É por isso que há inúmeros conceitos de qualidade de vida. Assim, qualidade de vida é um conceito que está submetido a múltiplos pontos de vista e que tem variado de época para época, de país para país, de cultura para cultura, de classe social para classe social e, até mesmo de indivíduo para indivíduo.

Portanto, o conceito de qualidade de vida varia de autor para autor, sendo um conceito subjetivo dependente do nível sociocultural, da faixa etária e da forma de pensar de cada indivíduo.

Qualidade de vida está relacionado à auto-estima e ao bem-estar pessoal e abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade (SANTOS et al., 2002, p. 757-64 ).

O termo qualidade de vida tem significados divergente, para diferentes pessoas, em lugares e ocasiões diversas, gerando deste modo inúmeras conceituações do termo, pois este conceito está submetido a múltiplos pontos de vista variáveis de acordo com a cultura, classe social, temporalidade, estado emocional e características individuais (GUYATT et al., 1993, p. 622-9 ).

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3.1 Qualidade de Vida na Velhice

O estudo e a avaliação da qualidade de vida se revela como sendo importantes para a população idosa, pois o envelhecimento é uma experiência heterogênea, vez que cada indivíduo pautará sua vida de acordo com padrões, normas, expectativas, desejos, valores e princípios diferentes.

Lawton (1983) construiu um modelo de qualidade de vida na velhice em que a multiplicidade de aspectos e influências inerentes ao fenômeno é representada em quatro dimensões inter-relacionadas, quais sejam: a primeira, refere-se as condições ambientais, ou seja, diz respeito ao contexto físico, ecológico. A segunda, a competência comportamental, o que depende do comportamento de cada indivíduo, de seu potencial, suas experiências, condições de vida e dos valores. A terceira, qualidade de vida percebida, reflete a avaliação da própria vida, influenciada pelos valores que o indivíduo foi agregando e pelas expectativas pessoais e sociais e por fim, a quarta, relacionada ao bem-estar subjetivo, significa satisfação com apropria vida, satisfação global e satisfação específica em relação a determinados aspectos da vida.

4 RESULTADOS

O abrigo São Vicente de Paulo - lócus da pesquisa - foi fundado no ano de 1979, pelas filhas da caridade São Vicente de Paulo, com o objetivo de abrigar os idosos carentes. Atualmente vivem na instituição 75 idosos entre homens e mulheres.

Esta instituição é caracterizada como não-governamental, funcionando com recursos advindos da sociedade civil.

No que se refere ao estado civil dos entrevistados, constatamos que 30% são casados, 30% são viúvos, 20% são divorciados e 20% nunca casaram. Foi observado que a maioria, não possui memória ativa e baixo nível de escolaridade. Foi verificado também que 50% dos entrevistados acreditam ter uma boa saúde, o que para muitos justifica possuir qualidade de vida, outros 50% se queixam de dores de cabeça e uma certa dificuldade de se locomover, tornando-se dependentes dos remédios, inclusive para conseguir dormir, visto que nesta idade o sono se torna mais um problema, conforme depoimento de uma idosa entrevistada.

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Quanto a concepção dos idosos entrevistados acerca da qualidade de vida, verificamos, surpreendentemente - antes da pesquisa, tínhamos como hipótese, que aqueles que residiam no abrigo eram indivíduos mal cuidados, tristes, depressivos, mal humorados e que não gostavam do abrigo, estando insatisfeitos – que 80% avaliaram que estão satisfeitos com o modo como vivem no abrigo e que possuem qualidade de vida, mesmo diante de limitações e dificuldades, enquanto outros 20% revelaram não terem qualidade de vida, o que foi atribuído a aspectos subjetivos, como: ansiedade, depressão, mau humor.

De acordo com as observações, os idosos são atendidos de acordo com as suas necessidades individuais, como: alimentação, saúde, lazer, etc. Também verificamos uma grande importância para o desenvolvimento das atividades em grupo.

Os grupos de convivências estimulam a independência individual e a autodeterminação de superar desafios, cada integrante funciona como apoio para os demais membros, estimulando-os a adquirir maior autonomia, melhorando a sua auto-estima, qualidade de vida, senso de humor e promovendo inclusão social (CHACRA, 2002).

Nos grupos também são relatados as experiências vivenciadas pelos idosos participantes, o que possibilita a socialização entre os mesmos, pois, como sabemos, nesta fase da vida muitos se sentem excluídos perante a sociedade e a convivência com seus familiares é reduzida.

A participação dos idosos em grupos de socialização desvincula o idoso a uma possível ociosidade, deste modo permite um envelhecimento mais saudável, pois promove ao idoso uma ocupação de forma lúdica e prazerosa (FERRAZ e PEIXOTO, 1997, p. 316).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no que foi abordado neste trabalho é notório que conceituar e avaliar qualidade de vida não é uma tarefa das mais fáceis, dada a complexidade das variáveis envolvidas, principalmente quando envolve a população idosa, pois a qualidade de vida em idosos e sua avaliação sofrem os efeitos de numerosos fatores, sendo uma questão não apenas metodológica, mas também ética, tendo em vista que o padrão de qualidade de vida é um fenômeno altamente pessoal.

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Tal compreensão é afirmada quando a maioria dos idosos revelaram terem qualidade de vida no abrigo São Vicente de Paulo, demonstrando que cada um tem um conceito acerca do que consideram qualidade de vida.

Porém, devemos ter clareza que envelhecer em um país com tantos problemas sociais, econômicos e estruturais, constitui-se um grande desafio. Apesar de todo aparato legalmente instituído a esse segmento populacional, especialmente com o Estatuto do Idoso, ainda há muito a fazer, principalmente na implantação e implementação de novas políticas sociais direcionadas para melhorar a qualidade de vida dos “nossos idosos”.

REFERÊNCIAS

BELTRÃO, K. I.; CAMARANO, A. A.; KANSO, S. Dinâmica populacional brasileira na virada do século XX. Rio de Janeiro: Ipea, 2004. p. 71.

COMFORT, A. The biology of senescence, 3 ed. Edinburgh: Church Livingstone, 1979. CHACRA, F. C. Empatia e comunicação na relação médico-paciente: uma semiologia autopoiética do vínculo. 2002. Tese (Doutorado) - Faculdade de Ciência Médicas, UNICAMP, Campinas.

FERRAZ, A. F.; PEIXOTO, M. R. B. Qualidade de vida na velhice: estudo de uma instituição pública de recreação para idosos. Revista da Escola de Enfermagem USP. v. 31, n. 2, p. 316-338. 1997.

GUYATT, G. H.; FEENY, D. H.; PATRICK, D. L. Measuring health-related quality of life. Ann Intern Med. v. 118, n. 8, 622-9. 1993.

HAYFLICK L. Como e por que envelhecemos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1996. p. 166 - 169.

LAWTON, M.P. Environment and other determinants of well-being in older people. Berontologist., 1983. p.349-357.

MINAYO, M. C. S.; DESLANDE, S. F.; CRUZ NETO, O.; GOMES, R. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo - Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1999.

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MOREIRA, M. M. S. Trabalho, qualidade de vida e envelhecimento. 2000. Dissertação (Mestrado) - Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro.

PASCHOAL, S. M. P. Epidemiologia do envelhecimento. In: PAPALÉO NETTO, M. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu, 1996. p. 26-43.

PASCHOAL, S. M. P. Qualidade de vida do idoso: elaboração de um instrumento que privilegia sua opinião. 2000. Dissertação (Mestrado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo.

PINHEIRO, A. R. O.; RECINE, E.; CARVALHO, M. F. O que é uma alimentação saudável? Considerações sobre o conceito, princípios e características: uma abordagem ampliada. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

SANTOS, S. R.; SANTOS, I. B. C.; FERNANDES, M. G. M.; HENRIQUES, M. E. R. M. Elderly quality of life in the community: application of the Flanagan’s Scale. Revista Latino Americana de Enfermagem. v. 10, n. 6, p. 757-64. 2002.

SILVA, Y. F. Cuidando de si ou violência corporal? A produção da velhice na mídia. 1999. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Referências

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