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TÍTULO: PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE TEMPO EM ÁRBITROS DE FUTEBOL PROFISSIONAL COLABORADOR(ES): ROBSON MARIANO DO NASCIMENTO, ROGÉRIO DOS SANTOS NÓBREGA

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Academic year: 2021

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TÍTULO: PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE TEMPO EM ÁRBITROS DE FUTEBOL PROFISSIONAL TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): RUBENS PINHEIRO JUNIOR AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): LEANDRO DOS SANTOS AFONSO ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): ROBSON MARIANO DO NASCIMENTO, ROGÉRIO DOS SANTOS NÓBREGA COLABORADOR(ES):

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1 RESUMO

Julgar a passagem do tempo é uma tarefa complexa e que muitas vezes passa desapercebida, ela depende de uma intrincada rede neural, a qual pode ser modulada por fatores como sono, idade e a habilidade de direcionar a atenção ao tempo, que resulta numa maior ou menor facilidade para estimar subjetivamente a passagem do tempo. No esporte contemporâneo, cada vez mais exige-se do árbitro o dinamismo da partida e que o jogo apresente maior fluidez com menos e menores interrupções durante a sua execução. Entretanto, as paralisações são em muitos casos inevitáveis, nessas situações cabe ao árbitro acrescer o tempo determinado para compensar tal paralisação. Contudo, apesar da possibilidade do uso de equipamentos para estimar o tempo, os árbitros fazem uso da sua percepção temporal para definir o acréscimo ao tempo de partida que será alocado ao término do tempo regulamentar do jogo. O objetivo do estudo é avaliar a percepção subjetiva de tempo de árbitros do futebol profissional de modo a observar se existe influência da hora do dia nessa percepção subjetiva do tempo. Para a determinação da percepção subjetiva do tempo foram utilizadas as súmulas dos jogos do campeonato de futebol profissional da série A1, do gênero masculino organizados pela F.P.F. no ano de 2013, com o total de 202 partidas.As variáveis utilizadas são: tempo de bola rolando no 1° tempo, acréscimo de tempo do 1° tempo, tempo de bola rolando no 2° tempo, acréscimo de tempo do 2° tempo, tempo total de bola rolando na partida, tempo total de acréscimo de tempo na partida. Os resultados obtidos foram: tempo de bola rolando em partidas realizadas no horário da tarde 1° tempo 30,8 ± 1,2 min e 2° tempo 30,3 ± 1,2 min, com o total de 61,0 ± 2,2 min, nas partidas realizadas no horário da noite 1° tempo 30,7 ± 1,3 min e 2° tempo 30,4 ± 1,5 min, como o total de 61,1 ± 2,2 min. No tempo de acréscimo em partidas realizadas no horário da tarde 1° tempo 1,4 ± 0,8 min e 2° tempo 3,0 ± 1,1 min, com o total de 4,4 ± 1,5 min, nas partidas realizadas no horário da noite 1° tempo 1,6 ± 0,9 min e 2° tempo 3,2 ± 0,7 min, com o total de 4,8 ± 1,1 min. Pelos resultados observados não foram identificadas diferenças significativas entre as partidas realizadas em diferentes horários do dia, tanto no tempo de bola rolando como no tempo de acréscimo. Desse modo pode-se especular que o horário do jogo não influencia na percepção subjetiva de tempo do árbitro no momento de definir quanto tempo de acréscimo será incluido ao final do tempo regulamentar.

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2 INTRODUÇÃO

O Tempo e o Espaço são dimensões fundamentais da existência dos seres humanos, assim como de outras espécies. Mesmo que o Espaço esteja perdendo o seu valor em uma realidade cada vez mais dominada pelas redes computacionais e bibliotecas virtuais, o Tempo torna-se a essência do cotidiano contemporâneo, de modo a demonstrar a sua importância em atividades rotineiras, como nos horários de atividades ocupacionais, nas práticas desportivas, nos horários de dormir e despertar, na apreciação da música e compreensão da fala (BUHUSI e MECK, 2005).

Julgar a passagem do tempo é uma tarefa complexa e que muitas vezes passa desapercebida, ela depende de uma intrincada rede neural, a qual pode ser modulada por fatores como sono, idade e a habilidade de direciona a atenção ao tempo, que resulta numa maior ou menor facilidade para estimar subjetivamente a passagem do tempo.

O conhecimento dos mecanismos neurais subjacentes à habilidade de processar a ordem, o intervalo e a duração dos eventos sensoriais e motores permite o entendimento de como o sistema nervoso processa os estímulos complexos do mundo real (MAUK e BUONOMANO, 2004). A atividade sinérgica de diferentes áreas do sistema nervoso, como os gânglios da base, a área motora suplementar, o cerebelo e o córtex frontal anterior, está intrinsecamente relacionada com a estimativa da duração de intervalos de tempo em humanos (COULL, CHENG e MECK, 2010).

O indivíduo ao saber da necessidade futura de relatar a duração de um determinado evento, o intervalo subjetivo é relatado como de maior duração, quando comparado a um experimento no qual o indivíduo não tem consciência dessa necessidade (WITTMANN, 2009).

Com os avanços das técnicas de imageamento funcional, novos estudos apontam para o envolvimento cada vez maior de uma parte considerável do sistema nervoso no controle da percepção do tempo (MORILLON, KELL e GIRAUD, 2009).

No esporte contemporâneo cada vez mais exige-se do árbitro o dinamismo da partida, que o jogo apresente maior fluidez com menos e menores interrupções durante a sua execução. Entretanto, as paralisações são em muitos casos inevitáveis, nessas situações cabe ao árbitro acrescer o tempo determinado à

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compensar tal paralisação. Contudo, apesar da possibilidade do uso de equipamentos para estimar o tempo, os árbitros também fazem uso da sua percepção temporal para definir o acréscimo ao tempo de partida que será alocado ao término do tempo regulamentar do jogo. Assim, é de fundamental importância entender os processos e características dessa percepção subjetiva de tempo utilizada pelos árbitros, com o objetivo de compreender as possíveis variações da percepção do tempo ao longo da partida e em diferentes horários do dia, de modo que se possa aumentar a compreensão dos possíveis fatores intervenientes no processo de definição do tempo de acréscimo de uma partida de futebol.

3 OBJETIVO

O objetivo do estudo é avaliar a percepção subjetiva de tempo de árbitros de futebol profissional de modo a observar se existe influência da hora do dia nessa percepção subjetiva do tempo.

4 METODOLOGIA

O estudo foi basedo na análise das súmulas das 202 partidas do Campeonato Paulista de Futebol Profissional – Série A1, promovido pela Federação Paulista de Futebol (F.P.F.) no ano de 2013. Os árbitros para dirigirem uma partida nesse nível de competição devem pertencer pelo menos ao quadro da F.P.F., contudo, há indivíduos que além de pertencerem ao quadro da F.P.F., pode apresentar a categorização de árbitro nacional, com o pertencimento ao quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (C.B.F.). E uma parcela reduzida alcança a categoria de árbitro internacional, com a sua inclusão no quadro de árbitros da Fédération Internationale de Football Association (F.I.F.A.). Desse modo, os dados foram obtidos em partidas de futebol que contavam com arbitragem considerada de categoria especial ou primeira para arbitragem de futebol. As informações das súmulas são disponibilizadas para o acesso público no endereço eletrônico da F.P.F. Utilizou-se a estatística descritiva composta pela média aritmética e desvio padrão, além da apresentação dos valores absolutos e relativos da amostra estudada. Para a comparação dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para a homocedasticidade e o teste de Mann-Whitney com p˂0,05.

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5 DESENVOLVIMENTO

O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Anhanguera de São Paulo – UNIAN/SP, com sede no município de São Paulo/SP.

Para a determinação da percepção subjetiva do tempo foram utilizadas as súmulas dos jogos referentes ao campeonato de futebol profissional da série A1, do gênero masculino organizados pela F.P.F. no ano de 2013, com o total de 202 partidas, as quais englobam as partidas pertencentes à primeira fase da competição, além das partidas das fases finais. Essas súmulas eram disponibilizadas pela entidade para consulta pública de maneira eletrônica. A escolha do campeonato de 2013 se deve por ser o último campeonato que manteve o sistema de disputa de grupo único, com a classificação dos oito clubes melhores colocados para a segunda fase, que no sistema instituido era realizada de maneira eliminatória. Essa maneira de disputa foi utilizada de 2007 até 2013 e foi modificada no ano de 2014 em decorrência do calendário esportivo nacional abarcar as datas e atividades inerentes do Campeonato Mundial de Futebol promovido pela F.I.F.A. no Brasil.

As variáveis utilizadas para a determinação da percepção subjetiva do tempo foram fornecidas nas súmulas das partidas, são elas: tempo de bola rolando no 1° tempo, acréscimo de tempo do 1° tempo, tempo de bola rolando no 2° tempo, acréscimo de tempo do 2° tempo, tempo total de bola rolando na partida, tempo total de acréscimo de tempo na partida. Foram observadas também as variáveis substituições realizadas e o momento da partida que foram efetuadas, advertências cometidas e punidas com o cartão amarelo, advertências cometidas e punidas com o cartão vermelho e o número de faltas cometidas pelas equipes mandantes e visitantes. Com as variáveis citadas é possível determinar se o tempo de bola rolando e o tempo determinado de acréscimo estipulado pelo árbitro apresentam concordância.

6 RESULTADOS

Na Tabela 1 são apresentados em média aritmática e desvio padrão os resultados do tempo de bola rolando tanto no 1° tempo da partida como no 2° tempo, além do tempo total observado no evento. Essa variável representa o quanto

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do tempo do jogo foi efetivamente utilizado no desenvolvimento de atividades com a bola em movimento e com a realização de ações tanto defensivas como ofensivas por parte das equipes, assim sendo, com condições e possibilidades de resultarem em gols. Esses resultados são separados de acordo com os horários dos jogos. Na comparação entre os horários das partidas, não foram identificadas diferenças significativas entre os momentos do dia e entre o 1° e 2° tempos no mesmo horário.

Tabela 1 - Tempo de bola rolando de cada etapa da partida.

Momento Tarde Noite

1° tempo (min) 30,8 ± 1,2 30,7 ± 1,3

2° tempo (min) 30,3 ± 1,2 30,4 ± 1,5

Total (min) 61,0 ± 2,2 61,1 ± 2,2

*p˂0,05

Ao final de cada tempo regulamentar de 45 minutos o árbitro deve acrescer o tempo que ele acreditar ser necessário para compensar o tempo dispendido com paralisações que interfiram na dinâmica da partida. Desse modo, ele comunica aos demais componentes da equipe de arbitragem, e, esses disseminam a informação aos outros atores do evento, como treinadores, atletas e espectadores. Os resultados do tempo de acréscimos estipulado para o 1° tempo e para o 2° tempo da partida e do total do tempo de acréscimo são apresentados na Tabela 2 em média aritmética e desvio padrão. Esses resultados são separados de acordo com o horário do jogo. Não foram identificadas diferenças significativas entre os jogos realizados nos diferentes momentos do dia. Contudo, observou-se diferenças significativas entre o tempo de acréscimo do 1° tempo e 2° tempo, tanto no horário da tarde como no horário da noite.

Tabela 2 - Tempo de acréscimos ao final de cada etapa da partida.

Momento Tarde Noite

1° tempo (min) 1,4 ± 0,8 1,6 ± 0,9 2° tempo (min) 3,0 ± 1,1* 3,2 ± 0,7 *

Total (min) 4,4 ± 1,5 4,8 ± 1,1

*p˂0,05 entre o 1° tempo e o 2° tempo.

Dentre os muitos fatores que podem paralisar ou retardar uma partida de futebol, a ação de substituir um atleta durante o jogo tem destaque. Para que ela aconteça é necessário que o árbitro principal seja informado pelos árbitros assistentes, assim, no momento apropriado, ou seja, em alguma circunstância em

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que a partida esteja paralisada, como por exemplo a saída da bola do campo de jogo, o árbitro autoriza primeiramente a saída do atleta que será substituido e, após a efetiva saída desse jogador do campo, o árbitro autoriza a entrada do atleta substituto pela linha central do campo (FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL, 2013; CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2014). Os resultados obtidos em relação ao número e momento da partida que são realizadas essas substituição estão apresentados na Tabela 3 em valores absolutos e percentuais de acordo com os horários das partidas e com a agregação de todos os jogos do campeonato.

Tabela 3 – Substituições efetuadas nas partidas realizadas no turno da tarde, da noite e geral do campeonato.

Momento Tarde Noite Geral

n % n % n %

1° tempo 18 5,1 52 6,5 71 6,1

Intervalo 11 2,9 15 1,9 26 2,2

2° tempo 344 92,0 728 91,6 1072 91,7

Total 374 100,0 795 100,0 1169 100,0

Outro fator que pode interferir no andamento da partida é o número de faltas, fato que pode culminar na maior incidência de paralisações, tanto para organização da distribuição dos altetas no campo, como por exemplo na formação da barreira, como também na eventualidade do atendimento especializado ao atleta lesionado no solo, atendimento esse que o árbitro primeiramente deve avaliar superficialmente a sua necessidade, de modo a permitir a entrada dos membros da comissão técnica da equipe do atleta lesionado e caso o atleta não tenha condições de deixar o campo, solicitar a entrada da equipe de remoção, que fará uso de maca e veículo de acordo com a gravidade da situação. Na Tabela 4 são apresentados os resultados para o número de faltas cometidas pelas equipes mandantes e visitantes em média aritmética e desvio padrão de acordo com o horário em que a partida foi realizada. Não foram identificadas diferenças significativas entre o número de faltas efetuadas pelas equipes, independentemente do horário em que as partidas foram realizadas.

Tabela 4 - Número de faltas efetuadas pelas equipes mandantes e visitantes.

Equipe Tarde Noite

Mandantes (faltas) 16,2 ± 4,2 15,6 ± 4,7 Visitantes (faltas) 16,1 ± 4,5 15,9 ± 4,8

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Outro momento que influência no tempo de paralisação da partida é a situação na qual o árbitro decide advertir um atleta, para essa ação, o árbitro necessita paralisar o jogo para demonstrar de maneira clara ao alteta advertido e aos demais atores do jogo qual foi a advertência e qual atleta foi advertido. Na Tabela 5 são apresentados em valores absolutos e relativos os resultados do número de advertências com cartões amarelos e o respectivo momento em que foram aplicadas.

Tabela 5 - Número absoluto e relativo de infrações punidas com o cartão amarelo e o respectivo momento da partida.

Momento Tarde Noite Total

n % n % n % 0 – 15 min 12 4,0 28 4,1 40 4,1 15 – 30 min 41 13,8 101 14,9 142 14,6 30 – 45 min 48 16,2 117 17,3 165 17,0 Acréscimo 1°t 02 0,7 14 2,1 16 1,6 45 – 60 min 55 18,6 123 18,2 178 18,3 60 – 75 min 62 21,0 128 18,9 190 19,5 75 – 90 min 65 22,0 132 19,5 197 20,3 Acréscimo 2° t 11 3,7 34 5,0 45 4,6 Total 296 100,0 677 100,0 973 100,0

Já na Tabela 6 os resultados são referentes as infrações punidas com o cartão vermelho, essa ação necessita dos mesmos procedimentos que demandam a punição com cartão amarelo, com o agravante da necessidade da saída do atleta punido do campo de jogo, fato esse que pode acarretar em uma maior demanda de tempo de paralisação.

Tabela 6 - Número absoluto e relativo de infrações punidas com o cartão vermelho e o respectivo momento da partida.

Momento Tarde Noite Total

n % n % n % 0 – 15 min 00 0,0 01 1,5 01 1,1 15 – 30 min 00 0,0 03 4,6 03 3,2 30 – 45 min 03 10,7 08 12,1 11 11,7 Acréscimo 1°t 00 0,0 03 4,6 03 3,2 45 – 60 min 03 10,7 10 15,1 13 13,8 60 – 75 min 09 32,1 16 24,2 25 26,6 75 – 90 min 12 42,9 18 27,3 30 31,9 Acréscimo 2° t 01 3,6 07 10,6 08 8,5 Total 28 100,0 66 100,0 94 100,0

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelos resultados observados não foram identificadas diferenças significativas entre as partidas realizadas em diferentes horários do dia, tanto no tempo de bola rolando como no tempo de acréscimo. Desse modo pode-se especular que o horário do jogo não inluencia na percepção subjetiva de tempo do árbitro no momento de definir quanto tempo de acréscimo será incluido ao final do tempo regulamentar.

Chama a atenção o fato do tempo de acréscimo incluido no 2° tempo ser praticamente o dobro do tempo disponibilizado no 1° tempo. Esse resultado pode ser explicado pela maior quantidade de paralisações na segunda etapa da partida. Os resultados obtidos revelam que 37,3% das infrações advertências punidas com o cartão amarelo foram realizadas no 1° tempo, enquanto que 62,7% dessas infrações ocorreram no 2° tempo, o que indica um maior gasto de tempo em paralisações para essas ações por parte do árbitro.

Em relação as infrações punidas com o cartão vermelho e a consequente exclusão da partida, somente 19,2% dessas punições ocorreram no 1° tempo contra 80,8% observadas no 2° tempo. Isso também auxilia na explicação do maior tempo de acréscimo no 2° tempo do jogo.

Uma informação que infelizmente não foi possível analisar é a distribuição do número de faltas ao longo das partidas, isso possibilitaria observar o comportamento do uso da realização de faltas como uma estratégia para a paralisação das partidas com a finalidade de reduzir o tempo de bola rolando e minimizar o risco da criação de situações e oportunidades de gols adversários.

Mas o dado que apresenta uma necessidade maior de aprofundamento é o número de substituições realizadas durante a partida. Nos resultados obtidos foi observado que apenas 6,1% dessas substituições ocorreram no 1° tempo e 2,2% no intervalo entre as etapas do jogo, contra o valor expressivo de 91,7% no 2° tempo. Essa ação pode produzir uma demanda tempo importante no momento de definir a quantidade de tempo que será acrescido após o tempo regulamentar no 2° tempo.

Uma “regra” popularmente propagada na mídia de maneira geral, que é compartilhada por dirigente, treinadores, atletas, torcedores e até mesmo árbitros, é a de acrescer 30 segundo no tempo por cada substituição realizada. A Regra 7 que trata do tempo da partida não relata essa recomendação abertamente. De acordo com Gaciba (2011), essa orientação foi dada em um livro lançado pela C.B.F. o qual

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informava que em média o tempo utilizado para cada substituição era de 30 segundos, desse modo, muitos árbitros passaram a simplesmente contabilizar os 30 segundos para cada substituição efetuada, assim, com os dados obtidos nesse estudo pode-se compreender em parte o maior tempo de acréscimo no 2° tempo da partida. Entretanto, não há na regra da modalidade um tempo mínimo ou máximo para se concretizar a substituição, assim, o árbitro deve observar o real tempo demandado para efetivar o procedimento de substituiçao e acrescer o tempo que compense ao gasto na paralisação da partida.

Mas se o árbitro deve considerar não somente o tempo consumido na paralisação para as substituições, mas também no tempo utilizado para as advertências, na avaliação de atletas lesionados ou simulando lesões, no primeiro atendimento e transporte de atletas para fora do campo, além do retardo da reposição da bola em jogo, principalmente por equipes que estejam com vantagem na competição. Talvez alguma quantidade de tempo paralisado não esteja sendo contabilizada pelos árbitros ou a sua percepção de tempo possa estar sob influencia de outros fatores, como os evantados por Dohmen (2008) e Garicano, Palacios-Huerta e Prendergast (2005), que relataram um maior acréscimo de tempo em partidas que a equipe mandante esteja perdendo.

Sugere-se mais estudos para aprofundar a compreensão dos mecanismos utilizados pelos árbitros de futebol profissional para estipular o tempo necessário para acrescentar após o tempo regulamentar de maneira justa e imparcial. E talvez em um futuro próximo discutir a utilização de recursos objetivos para dimiuir a influencia e a subjetividade que ainda caracteriza essa decisão.

8 FONTES CONSULTADAS

BUHUSI, C.V.; MECK, W.C. What makes us tick? functional and neural mechanisms of interval timing. Nature Reviews Neuroscience. v. 6, p. 755-765, 2005

COULL, J.T.; CHENG, R.K.; MECK, W.H. Neuroanatomical and neurochemical substrates of timing. Neuropsychopharmacology. v. 36, p. 3-25, 2010.

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MAUK, M.; BUONOMANO, D. The neural basis of temporal processing. Annual Review of Neuroscience. v. 27, p. 307-340, 2004.

MORILLON, B.; KELL, C.A.; GIRAUD, A.L. Three stages and four neural systems in time estimation. Journal of Neuroscience. v. 29, n. 47, p. 14803-14811, 2009.

WITTMANN, M. The inner experience of time. Philosophical Transactions of The Royal Society B: Biological Sciences. v. 364, n. 1525, p. 1955-1967, 2009.

GARICANO, L.; PALACIOS-HUERTA, I.; PRENDERGAST, C. Favoritism under social pressure. Review of Economics and Statistics. v.87, n.2, p. 208-216, 2005

DOHMEN, T.J. The influence os social forces: evidence from the behavior of football referees. Economic Inquiry. v.48, n.3, p.148-155, 2008.

GACIBA, L. 30 Segundos por Substituição. 01 de setembro de 2011. Disponível

em:http://sportv.globo.com/platb/blog-do-gaciba/2011/09/01/30-segundos-por-substituicao/#comments. Visualizado em 05 de julho de 2015.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. Regras de Futebol 2014/2015. Rio de Janeiro: CBF, 2014.

FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL. Regras de Futebol 2013/2014. São Paulo: FPF, 2013.

Referências

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