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A Revista do Serviço Público no PensamentoISTORICO DA RSP
Administrativo Brasileiro (1937-1989)T a n i a M a r g a r e t e M e z z o m o K e l n e r t J o s é C a r l o s V a z
C o n te x to d e re f e rê n c ia
E ste estu d o insere-sc cm um trabalho d e pesq uisa m ais am plo, d estin ad o a re c o n stitu ir o cam po d c co n h ecim en to em adm inis tração pública n o Brasil. O traba lho p ro cu ra re sp o n d e r a algum as indagações: O q u e é adm inis
tração pública n o Brasil? É
possível falar-se em disciplina? Q uais seus paradigm as? Q ual sua evolução ao lo n g o d o tem po? O q u e e com o se escreveu a respei to? Q uais suas tend ên cias (1) ? O o b jeto em pírico d esta pesquisa constitui-se na p ro d u ç ão brasilei ra em adm in istração pública - e
eventuais obras estrangeiras
im p o rtan tes - expressa em
periódicos, anais d e congressos, obras e program as d os cursos de adm inistração pública.
Na prim eira fase da pesquisa
foram analisados os artigos
publicad os na Revista d e Admi
nistração Pública (RAP) d esd e
sua fundação, em 1967, até
nossos dias. Através d este estu d o
A
lin h a e d ito r ia l d a RSP a ssu m e d iversa s m u d a n ças a o longo do tem po. Mas, e m su a trajetória, observa- se d u a s tendências: ser u m a revis ta oficial, p o r u m lado, e ta m b é m ser científica. No p a p e l d e p re c u r sora (é a n te rio r a o p ró p rio DASP), a RSP ca ta liso u em to m o d e si pesso a s in teressa d a s etn p e n s a r (e repensar) a a d m in is tração p ú b lic a brasileira. M esm o n o p e río d o d a ru p tu ra (65 a 79). Nesse período, o te m a refo rm a a d m in is tra tiv a voltou a ser d iscu tid o - m a s im p regna do p elo discurso m ilita r, essen cialm ente político, e d estin a d o a leg itim a r a n o va ordem .
foi possível constatar, prelim inar
m ente, a em ergência d e um
cam po d c conhecim ento au tô n o m o em adm inistração pública (2). Nesta fase da pesquisa p ro ced e m os a análise da Revista d o Serviço Público (RSP), periódico que, so m ente pela sua longevida
d e (1937-1989) - a m aior d o
gênero, n o Brasil -, já g aran te sua im portância. Não o bstante, sua
participação na estru tu ração da
adm inistração pública e na
form ulação d os prim ó rd io s d o p e n sa m e n to adm inistrativo brasi leiro é fu ndam ental (3).
N este artigo n os p ro p o m o s a fazer um a reconstituição histórica da trajetória d a RSP, destacando as características p o r ela assum i das em cada p erío d o e o papel cu m p rid o na evolução d o cam po d e co n h ecim en to em adm inis tração. A análise terá com o base a classificação efetuada - locus e focus - cujos d ad o s serão analisa d os p relim in arm en te (4).
A análise efetuada inspirou-se em trabalhos efetuados n os Estados
U nidos p o r G OLEM BIE WSKI
(1973/1977) e HENRY (1975); na América Latina p o r WARLICH
(1978) e KLIKSBERG (1982/
1992); e n o Brasil p o r MEZZOMO KEINERT & LAPORTA (1994).
B aseando-se na m etodologia
p ro p o sta p o r GOLEMBIEWSKI,
os 3898 artigos constituintes
da Revista d o Serviço Público
n o p e río d o 1937-1989 foram
classificados seg u n d o seu locus e
fo c u s (5).
O fo c u s é a perspectiva teórica q u e coloca à disposição conceitos para selecionar e in terp re tar os fatos reais e as observações inte- grativas relevantes para as princi pais questões; o q u e individuali za as posições e dá m eios para m ap ear o território. O focus é um
certo o qu ê sobre o cam po
(specialized what). Um focus
usual na adm inistração pública, cita o autor, tem sido o estu d o d e certos p rin cíp io s d a a d m in is
tra ç ã o , mas novam ente, o focus
da disciplina vem sen d o alterado
com a m u dança d e seus
paradigm as.
Foram identificados cinco enfo ques básicos, ou seja, cinco g ru p o s q u e valiam-se d o m esm o instrum ental teórico d e análise: Ciência Política, Ciência Jurídica, Ciência Administrativa, Ciência
Econômica, Epistem ologia. Um
últim o g rupo, sem enfo q u e defi nido, foi intitu lad o O u tro s (ver Tabelas 1 e 2) (6).
O locus, p o r sua vez, define os fenôm enos em píricos q u e con sti tuem o objeto da análise, o q u e delim ita o território q u e deve ser explorado. É o local institucional do cam po (in stitu tio n a l w here). O a u to r cita com o exem plo d e locus reco rren te para a adm inis tração pública o estu d o da b u ro
cracia governam ental, em bora
ressalve q u e o locus da disciplina esteja am pliando-se em função da m udança d e seus paradigm as, possivelm ente n o sen tid o dc abranger todos os assu ntos rela
cionados com o interesse
coletivo.
Da classificação p o r locus
originaram -se 39 itens, p o sterio r m ente agrup ado s para m elh or com preensão. Suigiram assim,
T o n ia M o r g a r o t e M e z z o n o K oinort e Jo sé C a r l o s V a z
qu atro giu p u s: Estruturação
Adm inistrativa d o Estado, O rgani zação Econôm ica, Políticas Seto riais e E nsino c Pesquisa (ver Tabelas 5 e 6).
A R e v is ta d o S e r v iç o P ú b lic o
RSP foi lançada em novem
b ro d c 1937 pelo CFSPC
(C onselho Federal d o Serviço Público Civil) p re cu rso r d o DASP (D ep artam en to Adm inistrativo do Serviço Público) q u e passou a editá-la a p a rtir d e sua criação, cm 1938. No ú ltim o p erío d o (1981-1989) a FUNCEP (Fun d ação C en tro d c Form ação d o S ervidor Público) foi o órgão responsável pela sua publicação. Sua linha editorial assum e diver
sas m udanças ao longo d o
tem po, o q u e im plica em
co n stan te s alterações nas seções intern as, em a u m e n to ou re d u ção d o n ú m e ro d e textos publica d os e em m udanças n o perfil de seus colaboradores.
Na trajetória da Revista é possível observar d u as tendências básicas
que, ap e sar d e conflitantes,
buscam com plem entar-se: a de
ser um a revista oficial, p o rtan to incum bida d e divulgar a filosofia
d o g overno cm exercício (e
tam bém eventos, program as,
leis, projetos d e leis, pareceres, acórdãos d e tribu nais etc.); e a de
ser um a revista científica,
p ublicando artigos d e caráter acadêm ico, plural e crítico. Desde
seu lançam ento seus ed ito res
procuraram a te n d e r a essa d u pla vocação d a Revista, com osci lações ao longo d o tem po, ora n o sen tid o d e tom ar-se um a revista mais técnica e d e divulgação
interna; ora em sen tid o
contrário.
Não obstante, o caráter acadêm i co ganha espaço ao longo d o tem po, diferenciando-se d e sua fase inicial, mais pragm ática. Com o objetivo d e facilitar a análise d o s d ado s o b tid o s através d a classificação realizada efetuou-
se um corte histórico. Nesta
periodização aliou-se o con tex to institucional a critérios carac terísticos da Revista, tais com o
público-alvo, linha editorial,
locus c focus. Identificaram -se, assim, q u atro períodos, q u e serão com entados a seguir (7).
O p e r ío d o d e e s tr u t u ra ç ã o (1937- 45)
ssentam -sc, n este p erío d o , as bases d o Estado Adm inistrativo n o Brasil, característica m arcan
te da Revolução d e 30
(NASCIMENTO, 1967). Vive-se o desafio d e criar um Estado inter- vencionista - capacitado a ind u zir
o crescim ento econôm ico
estruturá-lo jurídica e o peracio nalm ente, e adm inistrá-lo.
P
ara cu m p rir esta tarefabusca-se a profissionali
zação d o funcionalism o
pú b lico im p la n ta n d o um sistem a
d e ingresso com petitivo e
critérios d e p rom oção p o r m ere cim ento. Data d e 1936 a ap ro vação d o prim eiro p lan o d e clas sificação d e cargos e introdução d o sistem a d e m érito. Um órgão central d e pessoal, m aterial, orça m ento, organização e m étodos foi in stitu íd o em 1938, para d a r execução à reform a - o DASP - D e p artam en to Adm inistrativo do Serviço Público.
O DASP su bstituiu o CFSPC -
C onselho Federal d o Serviço
Público Civil - criado pela Lei 284 d e 1936, q u e era u m órgão cole- giado, d iscip lin ad o r da adm inis tração d e pessoal. E struturou-se
regionalm ente, através dos
d ep a rta m e n to s estaduais, o que lhe garan tiu ascendência sobre os in terv en to res - figura q u e substi tuiu os govern adores - e prefei tos. C om o consta num editorial d a Revista d e 1938, o "prim ado p olítico d o executivo" seria exer
cido através "da instituição,
ju n to à p resid ência d a República, d e u m d e p a rta m e n to m ediante o qual o p rim eiro m agistrado da Nação possa exercer, efetivam en te, e em to d a a sua p len itu d e, o co m an d o d o co n ju n to d e órgãos q u e c o n stitu i o serviço público d a União".
A p reo cu p ação com a organi
zação adm inistrativa era d om i
nante, chegando-se a afirmar, n o m esm o editorial, q u e "se gover n a r é adm in istrar - ... - é evidente
q u e o sucesso d e q u a lq u e r
program a governam ental se acha
largam ente co n dicion ado à
eficácia d a ação adm inistrativa". Esta crença foi o q u e fez com q u e o program a d e reform a d e Vargas fosse baseado nas teorias ad m i
nistrativas p re d o m in an tes na
época nos Estados U nidos - nota- d am en te os princípios d e ad m i nistração d e W illoughby e Eayol e
a d o u trin a da adm inistração
científica, d e Taylor - com vista a g arantir sua eficiência.
C om o salienta Warlich (1984),
” ... o estilo da reform a foi ao m esm o tem po prescritivo (no q u e se harm onizava com a teoria adm inistrativa corrente) e coerci tivo (no q u e se harm onizava com o caráter político d o regim e Vargas)".
Neste cenário, a RSP, em sua
prim eira fase, destina-se ao
funcionalism o, em p en h ad a q u e estava em con stitu ir um corp o d e funcionários q u e dom inassem "as m odernas técnicas d e adm inis tração" e q u e fossem capazes d e m u d ar o Estado através delas.
O enfoque adm inistrativo é
p re d o m in a n te n o perío d o , com 54,7% d a pro d u ção total da Revista. A Ciência Adm inistrativa com eça a surgir, e n q u a n to cam po d e conhecim ento n o Brasil, ain da bastante m esclada com o en fo q u e
RSP
T a n ia M a r g a r e t e M e z z o n o Koinert e J o sé C a r lo s V a zjurídico, q u e p ro d u z iu 17,9%
d o s artigos d o p erío d o . O cam po em form ação abriga d e sd e advo g ados escrevendo com enfoque adm inistrativo até artigos com
en fo q u e juríd ico d iscutindo
princípios d e adm inistração (8). Um novo paradigm a deiineia-se, n este p erío d o , passando, gradati- vam ente, d e um a abordagem jurídica para um enfo q u e basea
d o n a em erg en te C iência da
A dm inistração. C om o destaca
WARLICH (1984): "Um d os mais
im p o rtan tes resu ltad o s desse
p e río d o foi d e sp e rta r o interesse p elo e stu d o das C iências Admi nistrativas, até en tão considera das n o Brasil com o seto r de co n h ecim en to c o n tid o n o D ireito Administrativo".
A presen ça m arcante d e artigos com caráter descritivo, sem enfo q u e definido, classificados com o O utros, tam bém indica um deli-
n e a m e n to ainda precário da
C iência Adm inistrativa. Eles
re p resen tam 18,6% da pro d u ção d o p e río d o (ver Tabela 3), o q u e
d em o n stra a necessidade da
Revista se r u m forneced o r d e
subsídios, d a d o s e inform ações q u e contribuíssem com a ativida d e form ativa q u e se iniciava e reto m assem , even tualm ente, cm form a d e artigos e com entários m ais elaborados.
C om relação ao locus, o g ru p o E stru tu ração d o Estado p ro d u z 77,2% d a p ro d u ç ã o total d o
p erío d o (ver Tabela 7), co eren te com a ideologia em voga. In ter n am en te ao g rup o, é g ra n d e o
p eso d e Recursos H um anos
(29,3% da p ro d u ç ão d o p eríod o), possivelm ente reflexo d a ativida d e pioneira d o DASP n o trein a m ento d o funcionalism o. O rgani zação Administrativa tam bém é relevante (23,6%), d ad a a p re o c u pação com a estru tu ração d o
Estado. A função o rçam entária
tam bém se destaca (7,9%), já q u e era entendida, n o p eríod o, com o
elem ento-chavc na consecução
d e um m elhor d ese m p e n h o das operações governam entais.
Ainda é preciso d estacar a
presença m arcante d o locus
S aúde e Previdência, q u e p ro d u z 45,8% d e sua p ro d u ção total na Revista, n este p erío d o (ver Tabela
6). Cabe lem brar q u e o Minis
tério d o Trabalho, Ind ústria e
C om ércio e o d a Educação e
Saúde Pública foram criados
nesta época.
O p e r ío d o d e c o n s o lid a ç ã o
(1946-64)
ive-se, a nível m undial, o p erío d o áu reo d o p lanejam ento, q u e tem sua expressão m áxim a nas políticas d e tipo keynesiano e na ideologia desenvolvim entista. A nível d e Brasil, o p e río d o é m arcado p o r um a reestru tu ração institucional, com o fim d o Estado-Novo. Este cenário exp res
sa-sc, p elo m enos, d e duas
m aneiras distintas: um a, nos
p ro jeto s d e coo peração in tern a cional - a cham ada Adm inistração para o D esenvolvim ento - e, o u tra, n o esboço das prim eiras p ro p o stas d e descentralização.
A idéia desenvolvim entista
fu nd am entou-se, p o r um lado, n o desejo d o s países ricos criarem n os países p o b res pré-condições para investim entos; e, d e outro, nas evidentes necessidades dos novos Estados d c transform arem suas burocracias d e tipo colonial em in stru m en to s d e m udança social (CAIDEN & CERVANTES,
1982).
Um d o s acord os mais im portan tes, n esta área, foi o Program a dc Ensino em A dm inistração Pública e d e Em presas (P13A-1), firm ado em 1959, e q u e se destinava a "prover suficiente n ú m ero de técnicos co m p ete n te s às repar tições públicas e privadas". No â m b ito d este program a foram enviados professores e técnicos
d o DASP para a realização de
cursos d e m estrad o e d o u to ra d o n os EUA, o q u e resultou na criação d e cursos d e adm inis
tração a nível d c graduação
(UFRGS e UEBA) c n o aperfeiçoa m en to d o s vigentes (EBAP e EAESP, am bas da FGV). Estes convênios, som ados aos an terio res, com o o cjue deu origem à
FGV (1943/4-1), to m aram a
influência am ericana decisiva,
d irec io n an d o , ideológica e
m etodologicam cnte, o en sin o de
adm inistração pública e as
proposições d e reform a ad m in is trativa n o Brasil.
A idéia d e descentralizar, p o r sua vez, ganha espaço nos estu d o s do DASP q u e pro põ em , pela prim ei
ra vez, um a descentralização
gerencial em tod os os níveis (WARLICH, 1984). C abe m encio n ar q u e isto reflete um a m udança profunda, um a vez q u e o DASP havia sido criado com claros p ropósitos centralizadores - e n tend id o s positivam ente na época d e sua criação.
A adm inistração com eça a a d q u i rir conto rn o s d e cam po d e conhecim ento: ocorre um a u m ento na pro d u ção d e textos d e caráter teórico-conceitual e um a presença m arcante de traduções, im portações destin adas a auxiliar sua estruturação. O país já d isp õ e d c um corpo d c técnicos c e stu diosos capazes d e g erar um a
sofisticação na p ro d u ção d e
co nhecim ento em adm inistração. A Revista, com o conseqüência, volta-se, neste período, aos e stu diosos e profissionais d e ad m inis
tração. É em blem ático d este
processo um editorial d e 1961, in titulado "Menos Volume, Mais
Qualidade", o n d e a Revista
propõe-se a "... ser verdadeiro in stru m en to d e orientação para a classe dc professores, estu d a n te s
de a d m in istra ç ã o e a d m in is tradores p ro fissio n a is que está
T o n io M a r g a r e t e M e z z o n o K einert e J o sé C a r lo s V a z
em erg in d o n o fíra sit' (o grifo
n ão co nsta n o original). Esse m esm o editorial, com unica que: "C olaborações cm nível d e carti
lha e d e co m pêndio, m eras
com pilações d e com pilações,
rep etiçõ es d e assu n to s já esgota d o s em livros, n ão representam in teresse para um órgão desta ín d o le e, p o r conseguinte, não serão aceitas."
Nesse m o m ento, a Revista fecha suas p o rtas à publicação d e arti gos d e caráter mais pragm ático p ro d u z id o s p elo funcionalism o p úblico e as ab re para escritos da elite intelectual em erg en te na área d e adm inistração. Inspirada
em revistas com o a Public
A d m in is tr a tio n , da Inglaterra, e a P ublic A d m in istra tio n R eview ,
d o s Estados U nidos, a Revista d o Serviço Público coloca-se com o um esp aço catalisador d o cam po d e co n h ecim en to em adm inis tração (9).
O focus C iência Administrativa experim enta, assim, um p eq u e n o crescim ento (3,8%), passando d e d e te n to r d e 54,7% para 56,8% d a p ro d u ç ã o d o p e río d o (ver Tabelas 3 e 4). O enfoque delineia-se com m aior clareza, g a n h a n d o tam bém p rofundidade. O u tra m u d ança pcxle ser verifi cada n os artigos sem enfoque
definid o, classificados com o
O utros, q u e re d u z em 13%
(Tabela 4) sua participação,
p assan d o d e d e te n to r d e 18,6%
da p rodução para 16,2% (Tabela 3). Esta m udança p o d e ser resul tado, p o r um lado, da tentativa d e to m a r a Revista mais acadêm i ca - com o influência da p róp ria
linha editorial - e, p o r o u tro ,
pela existência d e condições
objetivas para fazê-lo.
Em relação ao locus, o g ru p o Ensino e Pesquisa foi o q u e a p re sen tou crescim ento mais signifi cativo n o p erío d o (75,5%) (ver Tabela 8) passando d e d e te n to r de 9,7 para 17% da p ro d u ç ão (ver Tabela 7). Este crescim ento é represen tad o especialm ente p elo increm ento de 168,8% n o locus Análises Teórico-Conceituais, q u e passa d e d e te n to r d e 3,9% para 10,6% da p ro d u ção do p eríod o; e d o locus adm inistração: Ensino e Pesquisa q u e cresce 67,8%. Estes d ado s atestam a sofisticação da pro d u ção n o sen tid o d e cons
tituir-se e n q u a n to disciplina.
Revelam, tam bém , o peso q u e a estruturação das escolas d e adm i nistração n o país represen to u na p rodução d o período.
O g ru p o Políticas Setoriais
tam bém cresce b astante (66,6%) passando d e 8,1% para 13,5%.
In ternam ente, apresentam um
crescim ento expressivo os loci
Educação (310,8%), Meio
Am biente (362,9%), Políticas
Sociais (145,95 %), P lanejam ento
U rbano (131,4%), Segurança
(276,1%) e T ransp orte (247,2%).
Estes d ados refletem a em er
gência d e um Estado q u e já tem
cap acid ade para intervir setorial- m ente. A adm inistração pública com eça a afastar-se d a adm inis tração d e em presas - d e um a visão técnico-operacional interna, a reflexão desloca-se para a form ulação d e políticas públicas (ver T abelas 7 e 8). É interessante n otar, tam bém , u m fortalecim en to d o s governos locais, passando a existir n a Revista, inclusive,
um a seção d e adm inistração
m unicipal.
O crescim ento d os dois g ru p o s an terio res reflete-se na relativa
p erd a d e im portância da
p ro d u ç ão com locus em E strutu ração d o Estado, q u e passa de d e te n to r d e 77,2% para 63,8% da p ro d u ç ão , re p re se n ta n d o um a um a q u e d a d e 17,4%. Intern a m e n te ao g ru p o , o locus O igani- zação Adm inistrativa p e rd e força, passa n d o d e d e te n to r d e 23,6% da p ro d u ç ão n o p e río d o an terio r
p ara 14,4% (-38,7%). Q uem
ganha, in te rn a m e n te ao g rupo , é
o locus O rganização Política
(46,2%) e P lanejam ento G overna m ental (79,8%), dois loci q u e
a n te rio rm e n te eram pou co
expressivos (ver Tabelas 7 e 8). T am bém in teressan te é destacar u m crescim ento d o locus D ocu m entação, q u e passa d e d e te n to r d e 0,9% p ara 2,9% d os artigos (+ 226% ), cheg an d o a haver, na Revista, u m a seção com este títu lo, o q u e expressa a existência de um a p re o cu p aç ão em organizar e
sistem atizar a pro d u ção n ascente (ver Tabelas 7 e 8).
O p e r ío d o d e ru p tu ra
(1965-79)
E
ste p erío d o caracteriza-sep o r um a ru p tu ra político-
institucional à m edida q u e os militares, to m an d o o p o d e r à força, suprim em os d ireito s civis e instauram n o Brasil a D ou trin a d e Segurança Nacional. O co rre
um crescim ento d a m áq uin a
governam ental com vistas a
au m en ta r sua capacidade de
intervenção, d e centralização e
d e co ntro le (10).
O tem a reform a adm inistrativa
volta a ser discu tid o agora
im preg nad o pelo discurso m ilitar - essencialm ente político - e d esti n ad o a legitim ar a nova o rdem . O Decreto-Lei 200, d e 1967, foi o estatu to básico d a reform a ad m i nistrativa deste perío d o . Através d este decreto, reafirm ou-se a
im portância d o plan ejam en to
com o princípio d om in an te,
garantiu-se a expansão das
em presas estatais e centralizou-se o controle na Secretaria d e Plane
jam ento (SEPLAN). Deve-se
m encionar o g ran d e p o d e r d a d o à esta últim a, um a vez que, aléin d e atu ar com o agência central em relação ao sistem a d e p laneja m en to contabilidade e au d ito ria
com o um todo, exercia o
RSP
T o n ia M a r g a r e t e M e z z o n o K e in e rl e Jo sé C a r lo s V a z co n tro lc central sobre todas asem p re sas estatais, fundações
públicas e autarq u ias (an
terio rm e n te sob o co n tro le seto rial d o respectivo m inistério; agora sob co n tro le setorial e central).
O DASP, n este perío d o , divide a
liderança d a reform a com a
SEMOR (Secretaria d e M oderni zação e Reforma Adm inistrativa - u n id a d e d a SEPLAN) te n d o sua atuação restrita à área de recur sos h um anos.
Na Revista d o Serviço Público oco rre tam bém um a ru p tu ra - ela diferencia-se bastan te d os dois p erío d o s an terio res - devido ao caráter oficial q u e assum e. Arti gos d e m inistros, d o executivo,
judiciário e m em bros d o alto
escalão d o governo são com uns. Além disto, este é um p eríodo atípico para a Revista, já q u e não possu i linha editorial clara, seu
público-alvo tom a-se h ete
ro g ên eo e o corre, inclusive, um p e río d o d c in terru p ção (11). Tam bém há um co n tro le mais rígido na p o stu ra expressa nos
artigos e na p ró p ria linha da
Revista. No a n o d e 1974, p o r
exem plo, circula um volum e
o n d e as páginas d o editorial estão em branco, apenas com a justificativa d e q u e o m esm o fôra retirad o devido à sua in ad e quação aos p ro p ó sito s da Revista. Q u a n to ao focus, Ciência Política c o n tin u a crescendo, au m en ta n d o
53,4% n este p erío d o (passa de d e te n to r d e 1,8% para 2,8% dos artigos); ao passo q u e o en foq ue
Ciência Administrativa p erd e
espaço, decrescendo 3,5%, man-
tendo-se, porém hegem ônico
(54,8% da produção). Saliente-se o m ovim ento crescente d e p arti cipação da Ciência Política com o
instrum ental d e análise d esd e
o início da Revista (ver Tabelas 3 e 4).
O enfoque jurídico volta a crescer (36,4%), passando d e responsável
p o r 17,8% para 24,3% d a p ro
dução, o q u e p o d e ser reflexo da nova necessidade d e in stru m en tos legais d e gestão d o Estado interventor.
Em relação ao locus, o g ru p o E struturação d o Estado volta a crescer (21,1%) re to m an d o seu
patam ar an terio r (77,2% da
produção). Apesar disto, sua
com posição interna se modifica: ganham espaço loci com o O rga nização Política, Reforma Admi nistrativa e Planejam ento, estes dois últim os num a perspectiva próxim a ao prim eiro. Em sintonia com este m ovim ento d e m aior preocupação com as q u estõ es
políticas, o locus O rganização
Administrativa, p erd e (ver Tabe las 7 e 8).
O locus Estatais tem, n este p erío do, sua m aior pro d u ção na Revis ta, assim com o foi, tam bém , o d e sua m aior expansão na econom ia brasileira.
A
p ro d u ç ã o d o locus Plane jam en to U rbano é nula,n este perío d o , d a d o o
processo centralizad o r q u e
ocasionou g ra n d es p erd as à a u to n o m ia e im portância das adm i nistraçõ es locais.
O locus Experiência Internacio nal tam bém p e rd e espaço, d ado q u e as análises voltam-se para a realidade nacional. O país já po ssu i reflexão acum ulada e e stu dioso s em adm inistração capazes d e desenvolver um p en sam en to
adm inistrativo m ais in d e p e n
d en te.
T odos os dem ais g ru p o s d e locus, Econom ia, Políticas Seto riais e E nsino e Pesquisa, perd em relevância em função d o novo crescim ento d o g ru p o E strutu ração Adm inistrativa d o Estado, o u seja, novam ente o Estado volta-se para si p ró p rio e para seu p o d e r d e intervenção.
O s a n o s d e r e d e m o c r a t iz a ç ã o
(1980-89)
país vive, n este período, uma crise fiscal e financeira reflexo da crise internacional e d o esgota m en to d o m odelo desenvolvi- m entista-exp ortador. A crise é tam bém social, à m edida q u e o crescim ento econôm ico deixou para trás u m rastro d e pobreza e m arginaliza ção.
No plano político, o país
caracteriza-se p o r um a transição para um sistem a dem ocrático, passando p o r p eríod os d e g ran des m anifestações sindicais e sociais.
Um novo conceito d e desenvolvi
m ento com eça a em ergir,
transform ando-se, gradativam en- te, em m atéria d e en sin o e pesquisa em adm inistração p ú b li ca (12). O cenário da p ro d u ç ão teórica em adm inistração pública é o de um a sociedade com cres cente nível d e contestação e o rga nização, o n d e as pressões são exercidas mais clara e ab e rtam en te. O corre um a m ultiplicação e
diversificação d os canais d e
com unicação en tre o Estado e a
sociedade n o sen tid o d e
am pliação d e seu co ntro le sobre o seto r público. Os pactos p o líti cos passam a p re d o m in a r sob re as decisões técnicas e, p rincip al m ente, existe um a crise d e legiti m idade das instituições públicas e de seu poder. Neste contexto, tom a-se óbvia a reconceituação do q u e seja desenvolvim ento
(FISCIIER, 1984). Este novo
conceito traz consigo, e n tre
outras características, o enfra
qu ecim en to da idéia d o estad o interventor, pro pondo-se, inclusi ve, um prim eiro Program a de D esestatização (1981).
Adm inistrativam ente, destaca-se
com o iniciativa im po rtan te, n o
início d o períod o, o Program a
Nacional d e D esburocratização
RSP
T a n ia M a r g a r e t e M o z z o n o K einort e J o sé C a r lo s V a z (D ecreto 83740/julho/79), q u evisava, com o algum as p ro p o sições an teriores, a simplificação e a racionalização das norm as
organizacionais, d e m o d o a
to m a r os órgãos públicos mais ágeis e dinâm icos. Acrescentava, po rém , u m a dim en são inovadora: visava n ão tan to a eficiência in ter na d o sistem a q u a n to manifestava um a p reo cu p ação com o usuário
- o cliente. C om o destacou
Warlich (1984) "nesse sentido, carregava um im pulso social e político q u e n ão existiu n o passa do, além d e reclam ar, da buro cra
cia, u m a m udança d e com
portam ento".
Em 1986, o DASP é extinto c suas
funções absorvidas pela Secre
taria d a A dm inistração Pública
d a Presidência d a República
(SEDAP). MARCELINO (1987),
destaca o esvaziam ento q u e o DASP vinha sofrendo n os últim os anos, to m a n d o -se "efetivam ente um g ra n d e cartó rio d e m ovim en
tação d e papéis", p erd e n d o
assim , a im portância q u e teve nas d écadas d e 30 a 50. Não o b stan te, cabe ao DASP o m érito d e haver in tro d u zid o a form ação d o serv ido r pú b lico em caráter d e trein a m e n to n o Brasil e d e ser o im p u lsio n a d o r da estru tu ração d o cam p o d e co n h ecim en to em adm inistração pública (13). C abe salientar, ainda, q u e já a p a rtir d e 1980, com a criação da F u ndação C en tro d e Form ação d o Servidor Público (FUNCEP),
as atividades de aprim o ram en to da gerência d o seto r p úblico passaram a ser p o r ela exercidas.
A publicação da Revista d o
Serviço Público, a p artir d e 1981,
tam bém é assum ida pela
FUNCEP, retiran d o o DASP d o exercício d e du as d e suas ativida des tradicionais.
Entre as iniciativas d este p erío do, deve-se m encionar, ainda, o
Programa d e M odernização
Administrativa d o G overno
Sam ey (1985-1989) voltado esp e cialm ente para o funcionalism o, destin ad o a criar um a burocracia profissional, estável, e com co n ti n u id ad e de ação. Neste sen tido, foi criada, em 1986, com o órgão da FUNCEP, a Escola Nacional d e
Adm inistração Pública (ENAP)
destinada à formação, aperfeiçoa m ento e profissionalização d o pessoal civil d e nível su p erio r (14).
A Revista, q u e não circulava
d esd e 1974, é retom ada n este
perío d o (1981). C om o salienta o editorial d o prim eiro n ú m ero após a interrup ção " A Revista d o Serviço Público ressurge (grifo no original) inspirada pela cons ciência d a crescente necessidade d e m an ter a função pública em
con tato regular com análises
objetivas, em linguagem
acessível, d os gran des tem as
p o lítico -a d m in istra tivo s (não
grifado n o original) d e nossa
época. Trata-se, num a palavra, d e
c o n trib u ir para q u e o funcio
nalism o se beneficie d c toda um a atividade intelectual, e notada- m en te universitária, voltada para a c o m p re en são cm p ro fu n d id ad e da ação d e governo e d os pro b le m as p o r ela enfrentados".
A Revista, d esta form a, volta-se p ara o púb lico in tern o e, ainda q u e m an ten h a a publicação de artigos acadêm icos e d e técnicos d o g overno federal - especialm en te sob re reform a adm inistrativa -, n ão se assem elha a um a revista científica, to m an d o -se um a revis ta d e divulgação d e atos governa m entais e d e inform ação ao funcionalism o p úblico federal. S om ente nas últim as edições, de 1989, a p ropo sição d e um a revis ta m ais acadêm ica é retom ada. C om o conseqüência, a Revista,
n o p erío d o , apresen ta carac
terísticas diversificadas, o q u e faz com q u e a p ro d u ç ão sem enfo q u e d efinido (OUTROS) volte a a u m e n ta r (126,7%), passan d o de re p re se n ta n te d e 13,2% para 30% d a p ro d u ç ão (ver Tabelas 3 e 4). Este g ru p o tem , n este perío do, sua m aior participação na Revis ta; o q u e p o d e indicar, com o saliento u METCALFE (1992), q ue
a adm inistração pública está
am p lian d o seu locus, ab ran g en d o todas as qu estõ es relativas ao interesse coletivo.
Em relação ao focus, o enfoque
C iência A dm inistrativa experi
m enta um a redução em sua p ro d u ç ão (32,2%), atingindo seu
m en o r patam ar na história da Revista (37,2%). Não ob stan te, este enfoq ue é aind a o d o m in an te. Os artigos com focus Ciência Política, p o r sua vez, exp erim en
tam um gran d e crescim ento
(188,9%), o que, aliás, tem sido constan te d u ra n te a existência da Revista (ver Tabelas 3 c 4). Deve- se destacar, nesta evolução, n ão som ente o au m en to da im po r tância d o focus Ciência Política isoladam ente, com o tam bém a sua influência so bre os artigos com focus Ciência Administrativa, qu e passa a apropriar-se d e p arte d o instrum ental d e análise d o prim eiro.
M ovimento sem elhante é o b ser vado no locus. O g ru p o E stru tu ração d o Estado re d u z sua p a rti cipação em 44,6%, passand o d e d e te n to r d e 77,2% para 42,8% da produção. C om parativam ente aos g ru p o s Econom ia e Políticas Seto riais, p erd e im portância relativa (ver Tabelas 7 e 8).
In tern am en te ao g ru po, g ra n d e im portância assum em os loci Reforma Adm inistrativa (que cres ce 121,5%) e O rganização Política (crescim ento d e 106,5%), passan
d o a rep resen ta r 75% da
produ ção d o g rupo. O co m p o rta m en to d estes loci co ntrasta com a q u ed a na p ro d u ção com locus cm O rganização Administrativa,
q u e decresce 70,8%. C om o
salienta o editorial an tes citado, a
preocupação agora é
p o lític o -a d m in istra tiv a .
T a n ia M a r g a r e t e M e z z o n o K einert o J o sé C a r l o s V o z
O
g ru p o E conom ia experim en ta um crescim ento expressivo (607,8%) dada a c o n ju n tu ra econôm ica d e crise e a n ec essid ad e d e reconceituali- zar o m o d elo d e desenvolvim ento. A lguns locus destacam -se
in te rn a m e n te , co m o é o caso de C om ercio E xterior e Tecnologia, possivelm en te d e lin e a n d o a ab er tura econôm ica, q u e o co rre logo a seg u ir (ver Tabelas 7 e 8). A Revista volta-se tam bém para a análise d e Políticas Setoriais, q u e in crem en ta sua p ro d u ç ã o em 324,2% em relação ao p erío d o an terio r. As q u e stõ e s tom am -se,
efetivam ente, m enos relativas à
e stru tu ra ç ã o d o Estado, e, mais às razões d e sua existência.
C o n c lu s õ e s
Revista d o Serviço Público p o d e se r caracterizada com o um a publicação q u e recebeu, d u ra n te sua existência, d u as influências básicas: um a en d ó g e n a, d o órgão d o e stad o à qual estava vincula da; e o u tra exó gena, relativa ao estad o d a a rte da ciência adm inis trativa. Estas d u a s influências, é claro, estavam ligadas a um a mais
am pla, co n ju n tu ra l, q u e as
influenciava e direcionava.
N este sen tid o , po d e-se salientar alguns aspectos. Politicam ente,
o co rreu um m ovim ento de
dem ocratização d o país, com
altos e baixos. Este m ovim ento
foi ac o m panhad o p o r ou tro ,
cíclico, de centralização-
descentralização, em bora não
relacionado univocam ente com o prim eiro. O Estado brasileiro efetivam ente evolui d e um a ab or dagem técnico-burocrática para um a tentativa d e im plantação de políticas públicas, q u e d esem b o ca, finalm ente, na preo cup ação com o cliente-usuário, o cidadão. A Revista acom panha g rad ual m en te este m ovim ento, d a d o q u e as m udanças sociais e governa
m entais não se m anifestam
m ecânica e im ediatam ente na publicação. Cabe salientar a rela tiva autonom ia e profissionali zação d os qu ad ro s encarregados de editá-la, o q u e se revela nesta g radualidade. No ob stante, a RSP, p o r seu p ró p rio caráter d e p u b li cação governam ental, foi sem pre
identificada com o q u e n ele
ocorria, especialm ente o relativo aos processos d e reform a ad m i nistrativa. Ela foi, p o r assim dizer, um esp elho o n d e estas p ro p o sições se refletiam, ora com caráter técnico-inform ativo, ora mais crítico.
O público a q u e a Revista
destinava-se tam bém foi fruto destas oscilações. A publicação iniciou com objetivos d e divul gação interna; pro p o n d o -se a seguir um direcio n am en to mais
científico; tom an d o -se d ep o is
relativam ente heterogênea; e, p o r
fim, reto m an d o a p ostu ra
acadêm ica. Esta trajetória reflete, além d as oscilações in tern as ao governo, o m ovim ento asc en d en te n o se n tid o d a criação d e um a C iência d a A dm inistração. Desta forma, a Revista apresen ta, em
sua evolução, um a crescente
sofisticação d e sua p ro d u ção . Os artigos, a n tes m onográficos e sem referências bibliográficas, revelam
agora m aio r com plexidade e
p ro fu n d id a d e.
A nalisando-se os en foques dos artigos, o focus C iência A dm inis
trativa revela-se absolu tam en te
h eg em ô n ico em to d o s os p erío dos. Percebe-se, claram ente, a form ação e o crescim ento do
cam p o d e co n h ecim en to em
adm inistração - o rig in ad o dos prim eiro s e stu d o s na área p ú b li ca. C rescim en to co n stan te experi m en ta o focus C iência Política cm to d o o p e río d o d e existência da Revista; a m p lian d o o in stru m en tal teórico das análises organiza
cionais. As co ntrib u içõ es de
c u n h o jurídico, p o r sua vez, são
tam bém b astan te expressivas,
e sp ecialm en te n o s prim eiros
p erío d o s, o n d e boa p arte d e
seus co lab o rad o res possuíam
form ação jurídica.
Em relação ao locus, o g ru p o
E stru tu ração Adm inistrativa d o E stado é tam bém m ajoritário, em to d o s os p erío d o s. Isto explica-se, um a vez q u e to d o s os esforços d e e stru tu ra ç ã o e re estru tu ração do E stado - d ilem a sem p re em trans form ação - estão n ele contidos.
D estaque deve ser dado , n este g rupo, ao locus Recursos H um a nos, o n d e se refletem os investi m entos feitos nesta área, tan to a nível d e form ação e treinam ento - inicialm ente realizados pelo DASP e p o sterio rm en te pelas Escolas d e Adm inistração - q u a n to d e reflexo. Ainda na área de recursos h u m ano s a im plem en tação d e planos d e cargos e
salários, d e concursos para
adm issão, d o sistem a de p ro m o ção p o r m érito - p ion eiram en te
in troduzidos pelo DASP
refletem -se na p ro d u ção d a Revis ta. C abe m encionar, ainda, a redução co nstante da p ro d u ção com locus em Experiências In ter nacionais n o d eco rrer d os p erío dos, o q u e dem o nstra q u e a
referência externa tom ava-se
m enos im p o rtan te para a Revista. O g ru p o d e loci Políticas Setoriais tam bém apresen ta um crescim en to significativo: cresce em to do s os p erío d o s da Revista - com o exceção d o P eríodo d e R uptura (1965-79) -, significando q u e a
p rodução em adm inistração
pública, efetivam ente, voltava-se para fora d o aparelho estatal. O u tro g ru p o tam bém cresce cm todos os peruxlos: Ensino e Pesquisa, o q u e atesta claram ente a evolução e o crescim ento do cam po d e co nhecim en to em adm inistração pública.
C oncluindo, deve-se destacar o papel fundam ental na g ênese do p en sam ento adm inistrativo brasi leiro d ese m p e n h ad o pela Revista
T o n ig M a r g a r e t e M e z z o n o K einert e J o sé C a r lo s V o z
d o Serviço Público. No pap el d e p re c u rso ra - note-se q u e ela é an te rio r ao p ró p rio DASP - catali sou em to m o d e si, n o s diversos p erío d o s d e su a long a existência - pessoas in teressad as em p en sa r
(e re p en sar) a adm inistração
p ú b lica brasileira. Idéias com o a d e u m a reflexão sistem ática e científica so b re a adm inistração pública; d e profissionalização e dignificação d a função pública; d e e q ü id a d e e ig u ald ad e n o aces so aos caigos públicos; d e e stru turas organizacionais adequadas; d e p re o cu p aç õ es com o usuário- cidadão; d e n tre outras; escorrem
d e suas páginas cheias de
história. A tarefa po rém , n ão foi concluída, e c o n tin u a a desafiar aqueles q u e acreditam na adm i n istração pública.
T a b e la 1
D is t r ib u iç ã o d o s fo c i p o r p e r ío d o e m n ú m e r o d e te x to s p u b lic a d o s
F o cu s P e río d o 37-45 46-64 65-79 80-89 T o tal C iência Política 16 38 9 20 83 C iência Ju ríd ica 218 375 79 45 717 Ciência Adm inistrativa 666 1195 178 93 2132
C iência Econôm ica 87 127 11 16 241
E pistem ologia 5 30 5 1 41
O u tro s 226 340 43 75 684
T o ta l 1 2 1 8 21 0 5 325 25 0 3 8 9 8
F onte: Revista do Serviço Público
T a b e la 2 D is t r i b u iç ã o d o s fo c i p o r p e r í o d o e m p e r c e n t u a is F o cu s P e río d o 37-45 46 -64 65-7 9 8 0-89 T o tal Ciência Política 19.3 45.8 10.8 24.1 100.0 C iência Ju ríd ica 30.4 52.3 11.0 6.3 100.0 Ciência A dm inistrativa 31.2 56.1 8.3 4.4 100.0
C iência Econôm ica 36.1 52.7 4.6 6.6 100.0
E pistem ologia 12.2 73.2 12.2 2.4 100.0
O u tro s 33.0 49.7 6.3 11.0 100.0
T o ta l 3 1.2 54.0 8.3 6.4 3 8 9 8
RSP
H is tó r ic o d a R SP T a b e la 3 P a r t ic i p a ç ã o d o s fo c i n a p r o d u ç ã o d o s p e r i d o s e m p e r c e n t u a is F o c u s P e río d o 37-45 46-64 6 5-79 80 -8 9 T o tal C iência Política 1.3 1.8 2.8 8.0 2.1 C iência Jurídica 17.9 17.8 24.3 18.0 18.4 C iência Adm inistrativa 5-17 56.8 54.8 37.2 54.7 Ciência Econôm ica 7.1 6.0 3 .4 6A 6.2 E pistem ologia 0 .4 1.4 1.5 0 A 1.1 O u tro s 18.6 16.2 13.2 30.0 17.5 T o tal 1 0 0 .0 100.0 100.0 100.0 100 .0Fonte: Revista do Serviço Público
T a b e la 4 E v o lu ç ã o d a p a r t i c ip a ç ã o d o s fo ci n a p r o d u ç ã o d o s p e r í o d o s e m p e r c e n t u a is d e v a r i a ç ã o F ocus P e río d o 46-64 65 -7 9 8 0 -8 9 C iência Política 37.4 53.4 188.9
C iência Juríd ica -0.5 36.4 -25.9
C iência Adm inistrativa 3.8 -3-5 -32.1
C iência Econôm ica -15.5 -43.9 89.1
Epistem ologia 247.2 7.9 -74.0
O u tro s -13.0 -18.1 126.7
T a b e la 5
D is t r i b u iç ã o d o s Loci p o r p e r ío d o e m n ú m e r o d e te x to s
L o c u s Período 37-45 46-64 65-79 80-89 Total ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO 940 1342 251 107 2640 Organização Administrativa 287 304 40 9 640 Recursos Humanos 357 460 94 10 921 Finanças Públicas 96 158 17 7 278
Rei/M odernização Administrativa 72 90 27 46 235
Organização Política 38 96 17 27 178 Planejamento Governamental 28 87 17 6 138 Organizações 0 8 1 0 9 Sistema de Informação 6 5 18 0 29 Documentação 11 62 13 1 87 Estatais 5 3 4 0 12 Exper. Internacional 40 69 3 1 113 ECONOMIA 61 120 9 49 239 Organização Econômica 20 45 4 8 77 Turismo 1 2 0 0 3 Comércio Exterior 2 9 1 22 34 Empresas Privadas 1 0 0 0 1 Agropecuária 11 18 0 2 31 Política Industrial 10 5 0 0 15 Política Energética 0 13 0 l 14 Sistema financeiro 7 16 3 3 29
Tecnologia / Política Tecnológica 9 12 1 13 35
POLÍTICAS SETORIAIS 99 285 19 62 465 Saúde/Previdência 54 59 3 2 118 Habitação 0 13 1 2 16 Educação 10 71 11 4 96 Meio Ambiente t 8 29 38 Planejamento Urbano 11 44 0 9 64 Políticas Sociais 8 34 2 12 56 Política Cultural 5 1 1 0 7 m
RSP
H is tó r ic o d a R SP Tabela 5 - com. Políticas Públicas 2 -< 0 0 6 Segurança Pública4
26 1 1 32 Transportes4
24
0 3 31 Reforma Agrária 0 1 0 0 1 ENSINO E PESQUISA 1(8 35846
32 554 Análise Teórico-Conceitual •18 223 33 15 319 Pesquisa 3 8 0 0 11 Dados Estatísticos 6 1 0 0 7 Legislação 51 96 7 12 166 Opinião Pública 0 1 1 0 2Administraçáo: Ensino/Pesqu isa 10 29 5 5
49
TOTAI. 1218 2105 325 250 3898
Fonte: Revista do Serviço Público
T a b e la 6 D is t r ib u iç ã o d o s lo ci p o r p e r ío d o e m p e r c e n t u a is Locus Período 37-45 46-64 65-79 80-89 Total ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO 35.6 50.8 9 5 4.1 100.0 Organização Administrativa ■<4.8 47.5 6.3 1.4 100.0 Recursos Humanos 38.8 49.9 10.2 1.1 100.0 Finanças Públicas 34.5 56.8 6.1 2.5 100.0 Ref./Modernízação Administrativa 30.6 38.3 11.5 19.6 100.0 Organização Política 21.3 53.9 9.6 15.2 100.0 Planejamento Governamental 20.3 63.0 12.3 4.3 100.0 Organizações 0.0 88.9 11.1 0.0 100.0 Sistema dc Informação 20.7 17.2 62.1 0.0 100.0 Documentação 12.6 71.3 14.9 1.1 100.0 Estatais 41.7 25.0 33.3 0.0 100.0 Exper. Internacional 35.4 61.1 2.7 0.9 100.0 ECONOMIA 25.5 50.2 3.8 20.5 100.0 Organização Econômica 26.0 58.4 5.2 10.4 100.0 Turismo 33.3 66.7 0.0 0.0 100.0 Comércio Exterior 5.9 26.5 2.9 64.7 100.0 Empresas Privadas 100.0 0.0 0.0 0.0 100.0 Agropecuária 35.5 58.1 0.0 6.5 100.0 Política Industrial 66.7 33.3 0.0 0.0 100.0 Política Energética 0.0 92.9 0.0 7.1 100.0 Sistema Financeiro 24.1 55.2 10.3 10.3 100.0
Tecnologia / Política Tecnológica 25.7 34.3 2.9 37.1 100.0
POLÍTICAS SETORIAIS 21.3 61.3 4.1 13.3 100.0 Saúde/Previdência 45.8 50.0 2.5 1.7 100.0 Habitação 0.0 81.3 6.3 12.5 100.0 Educação 10.4 74.0 11.5 4.2 100.0 Meio Ambiente 2.6 21.1 0.0 76.3 100.0 Planejamento Urbano 17.2 68.8 0.0 14.1 100.0 Políticas Sociais 14.3 60.7 3.6 21.4 100.0 Política Cultural 71.4 14.3 14.3 0.0 100.0
RSP
H istó ric o d a R SP Tabela 6 - conl. Políticas Públicas 33.3 66.7 0.0 0.0 100.0 Segurança Pública 12.5 81.3 3.1 3 1 100.0 Transportes 12.9 77.4 0.0 9.7 100.0 Reforma Agrária 0.0 100.0 0.0 0.0 100.0 ENSINO E PESQUISA 21.3 64.6 8.3 5.8 100.0 Análise Teórico-Conceitual 15.0 69.9 10.3 4.7 100.0 Pesquisa 27.3 72.7 0.0 0.0 100.0 Dados Estatísticos 85.7 14.3 0.0 0.0 100.0 Legislação 30.7 57.8 4.2 7.2 100.0 O pinião Pública 0.0 50.0 50.0 0.0 100.0 Administração: Ensino/Pesquisa 20.4 59.2 10.2 10.2 100.0 TOTAL 31.2 54.0 8.3 6.4 100.0F o n te : Revista do Serviço Público
T a b e la 7 D is t r i b u iç ã o d o s lo ci p o r p e r ío d o e m p e r c e n t u a is Locus Período 37-45 46-64 65-79 80-89 Total ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO 77.2 63.8 77.2 42.8 67.7 Organização Administrativa 23.6 14.4 12.3 3.6 16.4 Recursos Humanos 29.3 21.9 28.9 4.0 23.6 Finanças Públicas 7.9 7.5 5.2 2.8 7.1 Rcf./Modcrnizaçâo Administrativa 5.9 4.3 8.3 18.4 6.0 Organização Política 3.1 4.6 5.2 10.8 4.6 Planejamento Governamental 2.3 4.1 5.2 2.4 3.5 Organizações 0.0 0.4 0.3 0.0 0.2 Sistema de Informação 0.5 0.2 5.5 0.0 0.7 Documentação 0.9 2.9 4.0 0.4 2.2 Estatais 0.4 0.1 1.2 0.0 0.3 Expcr. Internacional 3.3 3.3 0.9 0.4 2.9 ECONOMIA 5.0 5.7 2.8 19.6 6.1 Organização Econômica 1.6 2.1 1.2 3.2 2.0 Turismo 0.1 0.1 0.0 0.0 0.1 Comércio Exterior 0.2 0.4 0.3 8.8 0.9 Empresas Privadas 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 Agropecuária 0.9 0.9 0.0 0.8 0.8 Política Industrial 0.8 0.2 0.0 0.0 0.4 Política Energética 0.0 0.6 0.0 0.4 0.4 Sistema Financeiro 0.6 0.8 0.9 1.2 0.7
Tecnologia / Política Tecnológica 0.7 0.6 0.3 5.2 0.9
POLÍTICAS SETORIAIS 8.1 13.5 5.8 24.8 11.9 Saúde/Previdência 4.4 2.8 0.9 0.8 3.0 Habitação 0.0 0.6 0.3 0.8 0.4 Educação 0.8 3.4 3.4 1.6 2.5 Meio Ambiente 0.1 0.4 0.0 11.6 1.0 Planejamento Urbano 0.9 2.1 0.0 3.6 1.6 Políticas Sociais 0.7 1.6 0.6 4.8 1.4 Política Cultural 0.4 0.0 0.3 0.0 0.2
RSP
H is tó r ic o d a R SP Tabela 7 - com. Políticas Públicas 0.2 0.2 0.0 0.0 0.2 Segurança Pública 0.3 1.2 0.3 0.4 0.8 Transportes 0.3 1.1 0.0 1.2 0.8 Reforma Agrária 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 ENSINO E PESQUISA 9.7 17.0 14.2 12.8 14.2 Análise Teórico-Conceitual 3.9 10.6 10.2 6.0 8.2 Pesquisa 0.2 0.4 0.0 0.0 0.3 Dados Estatísticos 0.5 0.0 0.0 0.0 0.2 Legislação 4.2 4.6 2.2 4.8 4.3 Opinião Pública 0.0 0.0 0.3 0.0 0.1 Administração: Ensino/Pesquisa 0.8 1.4 1.5 2.0 1.3 TOTAL 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0Fonte: Revista do Serviço Público
T a b e la 8 E v o lu ç ã o d a p a r t ic ip a ç ã o d o s lo ci n a p r o d u ç ã o d o s p e r ío d o s e m p e r c e n t u a is d e v a r i a ç ã o Locus Período 46-64 65-79 80-89 ES TRUTURAÇÃO DO ESTADO -17.4 21.1 -44.6 Organização Administrativa -38.7 -14.8 -70.8 Recursos Humanos -25.4 32.4 •«6.2 Finanças Públicas -4.8 -30.3 -46.5 Ref./Modernização Administrativa -27.7 94.3 121.5 Organização Política 46.2 14.7 106.5 Planejamento Governamental 79.8 26.6 -54.1 Organizações 0.0 -19.0 -100.0 Sistema de Informação -51.8 2231.7 • 100.0 Documentação 226.1 35.8 -90.0 Estatais -65.3 763.6 -100.0 Exper. Internacional -0.2 -71.8 -56.7 ECONOMIA 13.8 -51.4 607.8 Organização Econômica 30.2 -42.4 160.0 Turismo 15.7 -100.0 0.0 Comércio Exterior 160.4 -28.0 2760.0 Empresas Privadas -100.0 0.0 0.0 Agropecuária -5.3 -100.0 0.0 Política Industrial •71.1 -100.0 0.0 Política Energética 0.0 -100.0 0.0 Sistema Financeiro 32.3 21.4 30.0
Tecnologia / Política Tecnológica -22.9 -46.0 1590.0
POLÍTICAS SETORIAIS 66.6 -56.8 324.2 Saúde/Previdência -36.8 -67.1 -13.3 Habitação 0.0 -50.2 160.0 Educação 310.8 0.3 -52.7 Meio Ambiente 362.9 -100.0 0.0 Planejamento Urbano 131.4 -100.0 0.0 Políticas Sociais 145.9 -61.9 680.0
RSP
H is tó ric o d o R SP Tabela 8 - com. Política Culiural -88.1 547.7 • 100.0 Políticas Públicas 15.7 -100.0 0.0 Segurança Pública 276.1 -75.1 30.0 Transportes 2-17.2 -100.0 0.0 Reforma Agrária 0.0 • 100.0 0.0 ENSINO E PESQUISA 75.5 -16.8 -9 6 Análise Teórico-Conceitual 168.8 -4.2 -40.9 Pesquisa 54.3 100.0 0.0 Dados Estatísticos -90.4 -100.0 0.0 Legislação 8.9 •52.8 122.9 O pinião Pública 0.0 547.7 -100.0 Administração: Ensino/Pesquisa 67.8 11.7. 30.0Fonte: Revista do Serviço Público
T a b e la 9 C r u z a m e n t o fo c i X lo ci ( a g r u p a d o s ) e m n ú m e r o d e te x to s p u b li c a d o s Locus Focus Ciência Política Ciência Jurídica Ciência Adnún. Ciência Econ. Episte-mologia Outros Total O rg . Econômica 1 36 77 72 2 51 239 Ensino c Pesquisa 14 295 164 6 29 46 554 Políticas Setoriais 6 29 189 19 4 218 465 E stru t. A dm . E sta d o 62 357 1702 144 6 369 2640 Total 83 717 2132 241 41 684 3898
Fonte: Revista do Serviço Público
T a b e la 10 C r u z a m e n t o fo ci X loci ( a g r u p a d o s ) e m p e r c e n t u a is Locus Focus Ciência Política Ciência Jurídica Ciência Admin. Ciência Econ. Epistc-mologia Outros Total Org. Econômica 0.03 0.92 1.98 1.85 0.05 1.31 6.13 Ensino e Pesquisa 0.36 7.57 4.21 0.15 0.74 1.18 14.21 Políticas Setoriais 0.15 0.74 4.85 0.49 0.10 5.59 11.93
Estrut. Adm. Estado 1.59 9.16 43.66 3.69 0.15 9.47 67.73
Total 2.13 18.39 54.69 6.18 1.05 17.55 100.00
Fonte: Revista do Serviço Público
T a n io M a r g a r e t e M e z z o n o e Jo sé C a r lo s V oz
G r á f ic o 1 - E v o lu ç ã o d o s foci p o r p e r ío d o
(em número de textos publicados)
■
C . A d m in is t ra t iv a■
C . J u ríd ic a□
O u t r o s1
C . E c o n ô m ic a□
C . Política i E p is t e m o lo g io períodos G r á f ic o 2 - E v o lu ç ã o d o s foci p o r p e r ío d o(em % da produção do período)
períodos
1
C . A d m in is t ra t iv a1
C . J u ríd ic a□
O u t r o si
C . E c o n ô m ic a□
C . P olíticas
E p is t e m o lo g iar o d e t e x t o s
G rá fic o 3 - E v o lu ç ã o d o s loci p o r p e r ío d o (em n úm ero do textos publicados)
I I I E stru t.A d m . E s ta d o | E n s in o e P e s q u is a _ | Po lítico s S e t o r ia is p H O r g . E c o n ô m ic a
períodos
G rá fic o 4 - E v o lu ç ã o d o s loci p o r p e r ío d o (em % d a p ro d u ç ã o d o período) l i H E stru t.A d m . E s ta d o | E n s in o e P e s q u is a Po lítica s S e t o r ia is 1 O r g . E c o n ô m ic o pe río d o s BTfl
T a n ia M a r g a r o t o M o z z o n o o J o sé C a r lo s V o z
G rá fic o 6 - P a rticiçã o d o s loci (em % d a p ro d u ç ã o total)
^jj P o lítica s S « t o r ia is ( 1 2 % ) | E n s in o • P e s q u is a (1 4 % ) |~j O r g . E c o n ô m i c o ( 6 % )
N o t a s
(1) Projeto dc Pesquisa desenvolvido junto ao Centro de Estudos de Admi
nistração Pública e Governo
(CEAPG/EAES P/FG V) intitulado "A Evolução Ilistórica do Campo de Administração Pública no Brasil
(1889-1992)".
(2) Ver "A RAP e a Evolução do Campo de Administração Pública no Brasil (1965-1992)", Anais do 17° ENANPAD, Salvador, 27 a 29 de setembro de 1993, p. 51-65.
(3) A produção cm administração pública constante nos Anais da ANPAD, Revista dc Administração de Empresas (RAE) e Revista dc Admi nistração (RAUSP) serão os próximos objetos a serem analisados.
(4) Com o objetivo dc analisar-se em maior profundidade o grande volu
me de dados obtidos prevê-se a
elaboração dc um segundo trabalho dedicado à análise da "história da
história" da RSP, através dc seus
editoriais; e dc um terceiro, procu rando tirar conclusões no sentido da proposição mais geral da pesquisa; efetuando, inclusive, comparações com o trabalho desenvolvido a partir da R/M1.
(5) Não foram classificados, por não termos tido accsso às publicações, os exemplares dc out/nov/dez dc 1940, vol. IV, n° 1,2 c 3 e o número 3, do volume 109, no período entre abr/jun de 1974 c out/dez dc 1981.
(6) O item "Outros" constitui-se dc Diagnósticos, Propostas c Relatos dc Experiências, além dc reportagens, impressões c defesas de opinião.
(7) Em trabalho onde analisa os processos de reforma administrativa no Brasil, no período 1930-1982, Beatriz Warlich realiza rccortc seme lhante. Ver: WARLICH, B. "A Reforma Administrativa no Brasil: Experiência Anterior, Situação Atual e Perspecti vas", RAP, RI, 18(1): 49-59, jan/mar 1984.
(8) A RSP mantinha um espaço reser
vado para parcccrcs, acórdãos c
decretos-lcis, os quais não foram
classificados. Pequenas notas c
editais de concursos públicos rece beram o mesmo tratamento.
(9) Apesar desta proposição, a Revis ta continua publicando pareccres, acórdãos (numa seção chamada Jurisprudência Administrativa), algu mas notícias e pequenos registros; ou seja, mantém seu caráter oficial. (10) Apesar de ter havido uma expansão da administração indireta, neste período, foram reforçados os sistemas de controle destas, especial mente a partir da Secretaria do Planejamento, que tinha unidades cm cada ministério e em cada unida de da administração descentralizada, isto é, empresas estatais, fundações e autarquias.
(11) A Revista circulou por 37 anos (ate 1974) sem interrupções ficando, então, 7 anos sem scr publicada. Em 1981 sua publicação é retomada, com uma periodicidade bastante irregular, até o ano dc 1989, quando
c novamente interrompida.
(12) Para uma discussão sobre a formação do administrador público intcr-rclacionada com a evolução do campo de administração pública ver KEINERT, T. M. Mczzomo & IAPOR TA, C. "Mudança dc Paradigmas, Ensino c Pesquisa cm Administração Pública", Anais da CLADEA’s XXVIII
RSP
T a n ia M a r g a r e t e M e z z o n o K e in e rt e Jo sé C a r lo s V o z ASSEMBLY, Miami, 7-10 dc Novembro d c 1993, p .179-194.
(13) Uma avaliação do período pós- DASP, especialmente a partir da Nova Constituição, pode ser encon trada em PIMENTA, C. C. "O Papel da Secretaria da Administração Federal no Processo dc Modernização da
’Função-admi-nistração’ - Brasil,
1988-1992", dissertação dc mestra do, EASESP/FGV, São Paulo, 1993. (14) Posteriormente, cm 1990, a FUNCEP foi transformada na atual Fundação Escola Nacional de Admi
nistração Pública (ENAP), esta,
portanto, substituiu a primeira.
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R e s u m e n
RSP EN EL PENSAMIENTO ADMINISTRATIVO BRASILENO
La línea editorial d e Ia RSP asum e diversas transform aciones a lo largo dei tiem po. Sin em bargo, en su trayectoria, se observam dos tendencias: ser u n a revista oficial, p o r un lado, y tam bién ser científica, p o r otro. En la función d e precursora (ella es a n te rio r al p ro p rio DASP), la RSP ha atraido
una serie d e p erso nalidad es
interessadas en p en sa r (y re p e n sar) la adm inistración pública brasilena, hasta m ism o en el perío d o d e ru p tu ra (65 a 79). En este perío do , el tem a d e la refor ma adm inistrativo volvió a ser discutido, y destin ad o a legitim ar la nueva orden.
T a n io M a r g a r e t e M e z z o n o K einert e Jo sé C a r lo s V o z
A b s t ra c t
THE RSP ADMINISTRATIVE T H IN K IN G
RSP’s editorial line has suffered m any changes since it was crca- ted in 1937. However, d u rin g ali this long pcrio d o f time, the RSP in tc n d e d to be both an official an d a scicntific periodical. Prece- d in g DASP itself, thc RSP has clus- tcrcd a ro u n d itself a g ro u p o f p eo p lc engaged in thinking and
rcth in k in g Brazilian Public
A dm inistration.
Th ese activities have not becn
discon tin u cd du rin g the
1965-1979 p eriod , although thc discussion o f thc adm inistrative rcform d e v e lo p c d u ndcr a mili- tary p o in t o f vicw such as to p ro v id e a basis o f lcgitim acy fo r the n c w regim e. T a n ia M arg arete M ez zo m o K e in e rt e J o s é C arlo s Vaz sã o p e s q u is a d o r e s d a E sco la d e A d m in istra ç ã o d e E m p re s a s d e São P a u lo - EAESP/FGV.