• Nenhum resultado encontrado

Histórico da RSP: a Revista do Serviço Público no pensamento administrativo brasileiro (1937-1989)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Histórico da RSP: a Revista do Serviço Público no pensamento administrativo brasileiro (1937-1989)"

Copied!
33
0
0

Texto

(1)

_____________ E H 8 A I O

Í

A Revista do Serviço Público no Pensamento

ISTORICO DA RSP

Administrativo Brasileiro (1937-1989)

T a n i a M a r g a r e t e M e z z o m o K e l n e r t J o s é C a r l o s V a z

C o n te x to d e re f e rê n c ia

E ste estu d o insere-sc cm um trabalho d e pesq uisa m ais am plo, d estin ad o a re c o n stitu ir o cam po d c co n h ecim en to em adm inis­ tração pública n o Brasil. O traba­ lho p ro cu ra re sp o n d e r a algum as indagações: O q u e é adm inis­

tração pública n o Brasil? É

possível falar-se em disciplina? Q uais seus paradigm as? Q ual sua evolução ao lo n g o d o tem po? O q u e e com o se escreveu a respei­ to? Q uais suas tend ên cias (1) ? O o b jeto em pírico d esta pesquisa constitui-se na p ro d u ç ão brasilei­ ra em adm in istração pública - e

eventuais obras estrangeiras

im p o rtan tes - expressa em

periódicos, anais d e congressos, obras e program as d os cursos de adm inistração pública.

Na prim eira fase da pesquisa

foram analisados os artigos

publicad os na Revista d e Admi­

nistração Pública (RAP) d esd e

sua fundação, em 1967, até

nossos dias. Através d este estu d o

A

lin h a e d ito r ia l d a RSP a ssu m e d iversa s m u d a n ­ ças a o longo do tem po. Mas, e m su a trajetória, observa- se d u a s tendências: ser u m a revis­ ta oficial, p o r u m lado, e ta m b é m ser científica. No p a p e l d e p re c u r­ sora (é a n te rio r a o p ró p rio DASP), a RSP ca ta liso u em to m o d e si pesso a s in teressa d a s etn p e n s a r (e repensar) a a d m in is ­

tração p ú b lic a brasileira. M esm o n o p e río d o d a ru p tu ra (65 a 79). Nesse período, o te m a refo rm a a d m in is tra tiv a voltou a ser d iscu ­ tid o - m a s im p regna do p elo discurso m ilita r, essen cialm ente político, e d estin a d o a leg itim a r a n o va ordem .

foi possível constatar, prelim inar­

m ente, a em ergência d e um

cam po d c conhecim ento au tô n o ­ m o em adm inistração pública (2). Nesta fase da pesquisa p ro ced e­ m os a análise da Revista d o Serviço Público (RSP), periódico que, so m ente pela sua longevida­

d e (1937-1989) - a m aior d o

gênero, n o Brasil -, já g aran te sua im portância. Não o bstante, sua

(2)

participação na estru tu ração da

adm inistração pública e na

form ulação d os prim ó rd io s d o p e n sa m e n to adm inistrativo brasi­ leiro é fu ndam ental (3).

N este artigo n os p ro p o m o s a fazer um a reconstituição histórica da trajetória d a RSP, destacando as características p o r ela assum i­ das em cada p erío d o e o papel cu m p rid o na evolução d o cam po d e co n h ecim en to em adm inis­ tração. A análise terá com o base a classificação efetuada - locus e focus - cujos d ad o s serão analisa­ d os p relim in arm en te (4).

A análise efetuada inspirou-se em trabalhos efetuados n os Estados

U nidos p o r G OLEM BIE WSKI

(1973/1977) e HENRY (1975); na América Latina p o r WARLICH

(1978) e KLIKSBERG (1982/

1992); e n o Brasil p o r MEZZOMO KEINERT & LAPORTA (1994).

B aseando-se na m etodologia

p ro p o sta p o r GOLEMBIEWSKI,

os 3898 artigos constituintes

da Revista d o Serviço Público

n o p e río d o 1937-1989 foram

classificados seg u n d o seu locus e

fo c u s (5).

O fo c u s é a perspectiva teórica q u e coloca à disposição conceitos para selecionar e in terp re tar os fatos reais e as observações inte- grativas relevantes para as princi­ pais questões; o q u e individuali­ za as posições e dá m eios para m ap ear o território. O focus é um

certo o qu ê sobre o cam po

(specialized what). Um focus

usual na adm inistração pública, cita o autor, tem sido o estu d o d e certos p rin cíp io s d a a d m in is ­

tra ç ã o , mas novam ente, o focus

da disciplina vem sen d o alterado

com a m u dança d e seus

paradigm as.

Foram identificados cinco enfo­ ques básicos, ou seja, cinco g ru p o s q u e valiam-se d o m esm o instrum ental teórico d e análise: Ciência Política, Ciência Jurídica, Ciência Administrativa, Ciência

Econômica, Epistem ologia. Um

últim o g rupo, sem enfo q u e defi­ nido, foi intitu lad o O u tro s (ver Tabelas 1 e 2) (6).

O locus, p o r sua vez, define os fenôm enos em píricos q u e con sti­ tuem o objeto da análise, o q u e delim ita o território q u e deve ser explorado. É o local institucional do cam po (in stitu tio n a l w here). O a u to r cita com o exem plo d e locus reco rren te para a adm inis­ tração pública o estu d o da b u ro ­

cracia governam ental, em bora

ressalve q u e o locus da disciplina esteja am pliando-se em função da m udança d e seus paradigm as, possivelm ente n o sen tid o dc abranger todos os assu ntos rela­

cionados com o interesse

coletivo.

Da classificação p o r locus

originaram -se 39 itens, p o sterio r­ m ente agrup ado s para m elh or com preensão. Suigiram assim,

(3)

T o n ia M o r g a r o t e M e z z o n o K oinort e Jo sé C a r l o s V a z

qu atro giu p u s: Estruturação

Adm inistrativa d o Estado, O rgani­ zação Econôm ica, Políticas Seto­ riais e E nsino c Pesquisa (ver Tabelas 5 e 6).

A R e v is ta d o S e r v iç o P ú b lic o

RSP foi lançada em novem ­

b ro d c 1937 pelo CFSPC

(C onselho Federal d o Serviço Público Civil) p re cu rso r d o DASP (D ep artam en to Adm inistrativo do Serviço Público) q u e passou a editá-la a p a rtir d e sua criação, cm 1938. No ú ltim o p erío d o (1981-1989) a FUNCEP (Fun­ d ação C en tro d c Form ação d o S ervidor Público) foi o órgão responsável pela sua publicação. Sua linha editorial assum e diver­

sas m udanças ao longo d o

tem po, o q u e im plica em

co n stan te s alterações nas seções intern as, em a u m e n to ou re d u ­ ção d o n ú m e ro d e textos publica­ d os e em m udanças n o perfil de seus colaboradores.

Na trajetória da Revista é possível observar d u as tendências básicas

que, ap e sar d e conflitantes,

buscam com plem entar-se: a de

ser um a revista oficial, p o rtan to incum bida d e divulgar a filosofia

d o g overno cm exercício (e

tam bém eventos, program as,

leis, projetos d e leis, pareceres, acórdãos d e tribu nais etc.); e a de

ser um a revista científica,

p ublicando artigos d e caráter acadêm ico, plural e crítico. Desde

seu lançam ento seus ed ito res

procuraram a te n d e r a essa d u pla vocação d a Revista, com osci­ lações ao longo d o tem po, ora n o sen tid o d e tom ar-se um a revista mais técnica e d e divulgação

interna; ora em sen tid o

contrário.

Não obstante, o caráter acadêm i­ co ganha espaço ao longo d o tem po, diferenciando-se d e sua fase inicial, mais pragm ática. Com o objetivo d e facilitar a análise d o s d ado s o b tid o s através d a classificação realizada efetuou-

se um corte histórico. Nesta

periodização aliou-se o con tex to institucional a critérios carac­ terísticos da Revista, tais com o

público-alvo, linha editorial,

locus c focus. Identificaram -se, assim, q u atro períodos, q u e serão com entados a seguir (7).

O p e r ío d o d e e s tr u t u ra ç ã o (1937- 45)

ssentam -sc, n este p erío d o , as bases d o Estado Adm inistrativo n o Brasil, característica m arcan­

te da Revolução d e 30

(NASCIMENTO, 1967). Vive-se o desafio d e criar um Estado inter- vencionista - capacitado a ind u zir

o crescim ento econôm ico

estruturá-lo jurídica e o peracio­ nalm ente, e adm inistrá-lo.

(4)

P

ara cu m p rir esta tarefa

busca-se a profissionali­

zação d o funcionalism o

pú b lico im p la n ta n d o um sistem a

d e ingresso com petitivo e

critérios d e p rom oção p o r m ere­ cim ento. Data d e 1936 a ap ro ­ vação d o prim eiro p lan o d e clas­ sificação d e cargos e introdução d o sistem a d e m érito. Um órgão central d e pessoal, m aterial, orça­ m ento, organização e m étodos foi in stitu íd o em 1938, para d a r execução à reform a - o DASP - D e p artam en to Adm inistrativo do Serviço Público.

O DASP su bstituiu o CFSPC -

C onselho Federal d o Serviço

Público Civil - criado pela Lei 284 d e 1936, q u e era u m órgão cole- giado, d iscip lin ad o r da adm inis­ tração d e pessoal. E struturou-se

regionalm ente, através dos

d ep a rta m e n to s estaduais, o que lhe garan tiu ascendência sobre os in terv en to res - figura q u e substi­ tuiu os govern adores - e prefei­ tos. C om o consta num editorial d a Revista d e 1938, o "prim ado p olítico d o executivo" seria exer­

cido através "da instituição,

ju n to à p resid ência d a República, d e u m d e p a rta m e n to m ediante o qual o p rim eiro m agistrado da Nação possa exercer, efetivam en­ te, e em to d a a sua p len itu d e, o co m an d o d o co n ju n to d e órgãos q u e c o n stitu i o serviço público d a União".

A p reo cu p ação com a organi­

zação adm inistrativa era d om i­

nante, chegando-se a afirmar, n o m esm o editorial, q u e "se gover­ n a r é adm in istrar - ... - é evidente

q u e o sucesso d e q u a lq u e r

program a governam ental se acha

largam ente co n dicion ado à

eficácia d a ação adm inistrativa". Esta crença foi o q u e fez com q u e o program a d e reform a d e Vargas fosse baseado nas teorias ad m i­

nistrativas p re d o m in an tes na

época nos Estados U nidos - nota- d am en te os princípios d e ad m i­ nistração d e W illoughby e Eayol e

a d o u trin a da adm inistração

científica, d e Taylor - com vista a g arantir sua eficiência.

C om o salienta Warlich (1984),

” ... o estilo da reform a foi ao m esm o tem po prescritivo (no q u e se harm onizava com a teoria adm inistrativa corrente) e coerci­ tivo (no q u e se harm onizava com o caráter político d o regim e Vargas)".

Neste cenário, a RSP, em sua

prim eira fase, destina-se ao

funcionalism o, em p en h ad a q u e estava em con stitu ir um corp o d e funcionários q u e dom inassem "as m odernas técnicas d e adm inis­ tração" e q u e fossem capazes d e m u d ar o Estado através delas.

O enfoque adm inistrativo é

p re d o m in a n te n o perío d o , com 54,7% d a pro d u ção total da Revista. A Ciência Adm inistrativa com eça a surgir, e n q u a n to cam po d e conhecim ento n o Brasil, ain da bastante m esclada com o en fo q u e

(5)

RSP

T a n ia M a r g a r e t e M e z z o n o Koinert e J o sé C a r lo s V a z

jurídico, q u e p ro d u z iu 17,9%

d o s artigos d o p erío d o . O cam po em form ação abriga d e sd e advo­ g ados escrevendo com enfoque adm inistrativo até artigos com

en fo q u e juríd ico d iscutindo

princípios d e adm inistração (8). Um novo paradigm a deiineia-se, n este p erío d o , passando, gradati- vam ente, d e um a abordagem jurídica para um enfo q u e basea­

d o n a em erg en te C iência da

A dm inistração. C om o destaca

WARLICH (1984): "Um d os mais

im p o rtan tes resu ltad o s desse

p e río d o foi d e sp e rta r o interesse p elo e stu d o das C iências Admi­ nistrativas, até en tão considera­ das n o Brasil com o seto r de co n h ecim en to c o n tid o n o D ireito Administrativo".

A presen ça m arcante d e artigos com caráter descritivo, sem enfo­ q u e definido, classificados com o O utros, tam bém indica um deli-

n e a m e n to ainda precário da

C iência Adm inistrativa. Eles

re p resen tam 18,6% da pro d u ção d o p e río d o (ver Tabela 3), o q u e

d em o n stra a necessidade da

Revista se r u m forneced o r d e

subsídios, d a d o s e inform ações q u e contribuíssem com a ativida­ d e form ativa q u e se iniciava e reto m assem , even tualm ente, cm form a d e artigos e com entários m ais elaborados.

C om relação ao locus, o g ru p o E stru tu ração d o Estado p ro d u z 77,2% d a p ro d u ç ã o total d o

p erío d o (ver Tabela 7), co eren te com a ideologia em voga. In ter­ n am en te ao g rup o, é g ra n d e o

p eso d e Recursos H um anos

(29,3% da p ro d u ç ão d o p eríod o), possivelm ente reflexo d a ativida­ d e pioneira d o DASP n o trein a­ m ento d o funcionalism o. O rgani­ zação Administrativa tam bém é relevante (23,6%), d ad a a p re o c u ­ pação com a estru tu ração d o

Estado. A função o rçam entária

tam bém se destaca (7,9%), já q u e era entendida, n o p eríod o, com o

elem ento-chavc na consecução

d e um m elhor d ese m p e n h o das operações governam entais.

Ainda é preciso d estacar a

presença m arcante d o locus

S aúde e Previdência, q u e p ro d u z 45,8% d e sua p ro d u ção total na Revista, n este p erío d o (ver Tabela

6). Cabe lem brar q u e o Minis­

tério d o Trabalho, Ind ústria e

C om ércio e o d a Educação e

Saúde Pública foram criados

nesta época.

O p e r ío d o d e c o n s o lid a ç ã o

(1946-64)

ive-se, a nível m undial, o p erío d o áu reo d o p lanejam ento, q u e tem sua expressão m áxim a nas políticas d e tipo keynesiano e na ideologia desenvolvim entista. A nível d e Brasil, o p e río d o é m arcado p o r um a reestru tu ração institucional, com o fim d o Estado-Novo. Este cenário exp res­

(6)

sa-sc, p elo m enos, d e duas

m aneiras distintas: um a, nos

p ro jeto s d e coo peração in tern a­ cional - a cham ada Adm inistração para o D esenvolvim ento - e, o u tra, n o esboço das prim eiras p ro p o stas d e descentralização.

A idéia desenvolvim entista

fu nd am entou-se, p o r um lado, n o desejo d o s países ricos criarem n os países p o b res pré-condições para investim entos; e, d e outro, nas evidentes necessidades dos novos Estados d c transform arem suas burocracias d e tipo colonial em in stru m en to s d e m udança social (CAIDEN & CERVANTES,

1982).

Um d o s acord os mais im portan­ tes, n esta área, foi o Program a dc Ensino em A dm inistração Pública e d e Em presas (P13A-1), firm ado em 1959, e q u e se destinava a "prover suficiente n ú m ero de técnicos co m p ete n te s às repar­ tições públicas e privadas". No â m b ito d este program a foram enviados professores e técnicos

d o DASP para a realização de­

cursos d e m estrad o e d o u to ra d o n os EUA, o q u e resultou na criação d e cursos d e adm inis­

tração a nível d c graduação

(UFRGS e UEBA) c n o aperfeiçoa­ m en to d o s vigentes (EBAP e EAESP, am bas da FGV). Estes convênios, som ados aos an terio ­ res, com o o cjue deu origem à

FGV (1943/4-1), to m aram a

influência am ericana decisiva,

d irec io n an d o , ideológica e

m etodologicam cnte, o en sin o de

adm inistração pública e as

proposições d e reform a ad m in is­ trativa n o Brasil.

A idéia d e descentralizar, p o r sua vez, ganha espaço nos estu d o s do DASP q u e pro põ em , pela prim ei­

ra vez, um a descentralização

gerencial em tod os os níveis (WARLICH, 1984). C abe m encio­ n ar q u e isto reflete um a m udança profunda, um a vez q u e o DASP havia sido criado com claros p ropósitos centralizadores - e n ­ tend id o s positivam ente na época d e sua criação.

A adm inistração com eça a a d q u i­ rir conto rn o s d e cam po d e conhecim ento: ocorre um a u ­ m ento na pro d u ção d e textos d e caráter teórico-conceitual e um a presença m arcante de traduções, im portações destin adas a auxiliar sua estruturação. O país já d isp õ e d c um corpo d c técnicos c e stu ­ diosos capazes d e g erar um a

sofisticação na p ro d u ção d e

co nhecim ento em adm inistração. A Revista, com o conseqüência, volta-se, neste período, aos e stu ­ diosos e profissionais d e ad m inis­

tração. É em blem ático d este

processo um editorial d e 1961, in titulado "Menos Volume, Mais

Qualidade", o n d e a Revista

propõe-se a "... ser verdadeiro in stru m en to d e orientação para a classe dc professores, estu d a n te s

de a d m in istra ç ã o e a d m in is ­ tradores p ro fissio n a is que está

(7)

T o n io M a r g a r e t e M e z z o n o K einert e J o sé C a r lo s V a z

em erg in d o n o fíra sit' (o grifo

n ão co nsta n o original). Esse m esm o editorial, com unica que: "C olaborações cm nível d e carti­

lha e d e co m pêndio, m eras

com pilações d e com pilações,

rep etiçõ es d e assu n to s já esgota­ d o s em livros, n ão representam in teresse para um órgão desta ín d o le e, p o r conseguinte, não serão aceitas."

Nesse m o m ento, a Revista fecha suas p o rtas à publicação d e arti­ gos d e caráter mais pragm ático p ro d u z id o s p elo funcionalism o p úblico e as ab re para escritos da elite intelectual em erg en te na área d e adm inistração. Inspirada

em revistas com o a Public

A d m in is tr a tio n , da Inglaterra, e a P ublic A d m in istra tio n R eview ,

d o s Estados U nidos, a Revista d o Serviço Público coloca-se com o um esp aço catalisador d o cam po d e co n h ecim en to em adm inis­ tração (9).

O focus C iência Administrativa experim enta, assim, um p eq u e­ n o crescim ento (3,8%), passando d e d e te n to r d e 54,7% para 56,8% d a p ro d u ç ã o d o p e río d o (ver Tabelas 3 e 4). O enfoque delineia-se com m aior clareza, g a n h a n d o tam bém p rofundidade. O u tra m u d ança pcxle ser verifi­ cada n os artigos sem enfoque

definid o, classificados com o

O utros, q u e re d u z em 13%

(Tabela 4) sua participação,

p assan d o d e d e te n to r d e 18,6%

da p rodução para 16,2% (Tabela 3). Esta m udança p o d e ser resul­ tado, p o r um lado, da tentativa d e to m a r a Revista mais acadêm i­ ca - com o influência da p róp ria

linha editorial - e, p o r o u tro ,

pela existência d e condições

objetivas para fazê-lo.

Em relação ao locus, o g ru p o Ensino e Pesquisa foi o q u e a p re­ sen tou crescim ento mais signifi­ cativo n o p erío d o (75,5%) (ver Tabela 8) passando d e d e te n to r de 9,7 para 17% da p ro d u ç ão (ver Tabela 7). Este crescim ento é represen tad o especialm ente p elo increm ento de 168,8% n o locus Análises Teórico-Conceituais, q u e passa d e d e te n to r d e 3,9% para 10,6% da p ro d u ção do p eríod o; e d o locus adm inistração: Ensino e Pesquisa q u e cresce 67,8%. Estes d ado s atestam a sofisticação da pro d u ção n o sen tid o d e cons­

tituir-se e n q u a n to disciplina.

Revelam, tam bém , o peso q u e a estruturação das escolas d e adm i­ nistração n o país represen to u na p rodução d o período.

O g ru p o Políticas Setoriais

tam bém cresce b astante (66,6%) passando d e 8,1% para 13,5%.

In ternam ente, apresentam um

crescim ento expressivo os loci

Educação (310,8%), Meio

Am biente (362,9%), Políticas

Sociais (145,95 %), P lanejam ento

U rbano (131,4%), Segurança

(276,1%) e T ransp orte (247,2%).

Estes d ados refletem a em er­

gência d e um Estado q u e já tem

(8)

cap acid ade para intervir setorial- m ente. A adm inistração pública com eça a afastar-se d a adm inis­ tração d e em presas - d e um a visão técnico-operacional interna, a reflexão desloca-se para a form ulação d e políticas públicas (ver T abelas 7 e 8). É interessante n otar, tam bém , u m fortalecim en­ to d o s governos locais, passando a existir n a Revista, inclusive,

um a seção d e adm inistração

m unicipal.

O crescim ento d os dois g ru p o s an terio res reflete-se na relativa

p erd a d e im portância da

p ro d u ç ão com locus em E strutu­ ração d o Estado, q u e passa de d e te n to r d e 77,2% para 63,8% da p ro d u ç ão , re p re se n ta n d o um a um a q u e d a d e 17,4%. Intern a­ m e n te ao g ru p o , o locus O igani- zação Adm inistrativa p e rd e força, passa n d o d e d e te n to r d e 23,6% da p ro d u ç ão n o p e río d o an terio r

p ara 14,4% (-38,7%). Q uem

ganha, in te rn a m e n te ao g rupo , é

o locus O rganização Política

(46,2%) e P lanejam ento G overna­ m ental (79,8%), dois loci q u e

a n te rio rm e n te eram pou co

expressivos (ver Tabelas 7 e 8). T am bém in teressan te é destacar u m crescim ento d o locus D ocu­ m entação, q u e passa d e d e te n to r d e 0,9% p ara 2,9% d os artigos (+ 226% ), cheg an d o a haver, na Revista, u m a seção com este títu ­ lo, o q u e expressa a existência de um a p re o cu p aç ão em organizar e

sistem atizar a pro d u ção n ascente (ver Tabelas 7 e 8).

O p e r ío d o d e ru p tu ra

(1965-79)

E

ste p erío d o caracteriza-se

p o r um a ru p tu ra político-

institucional à m edida q u e os militares, to m an d o o p o d e r à força, suprim em os d ireito s civis e instauram n o Brasil a D ou trin a d e Segurança Nacional. O co rre

um crescim ento d a m áq uin a

governam ental com vistas a

au m en ta r sua capacidade de

intervenção, d e centralização e

d e co ntro le (10).

O tem a reform a adm inistrativa

volta a ser discu tid o agora

im preg nad o pelo discurso m ilitar - essencialm ente político - e d esti­ n ad o a legitim ar a nova o rdem . O Decreto-Lei 200, d e 1967, foi o estatu to básico d a reform a ad m i­ nistrativa deste perío d o . Através d este decreto, reafirm ou-se a

im portância d o plan ejam en to

com o princípio d om in an te,

garantiu-se a expansão das

em presas estatais e centralizou-se o controle na Secretaria d e Plane­

jam ento (SEPLAN). Deve-se

m encionar o g ran d e p o d e r d a d o à esta últim a, um a vez que, aléin d e atu ar com o agência central em relação ao sistem a d e p laneja­ m en to contabilidade e au d ito ria

com o um todo, exercia o

(9)

RSP

T o n ia M a r g a r e t e M e z z o n o K e in e rl e Jo sé C a r lo s V a z co n tro lc central sobre todas as

em p re sas estatais, fundações

públicas e autarq u ias (an­

terio rm e n te sob o co n tro le seto ­ rial d o respectivo m inistério; agora sob co n tro le setorial e central).

O DASP, n este perío d o , divide a

liderança d a reform a com a

SEMOR (Secretaria d e M oderni­ zação e Reforma Adm inistrativa - u n id a d e d a SEPLAN) te n d o sua atuação restrita à área de recur­ sos h um anos.

Na Revista d o Serviço Público oco rre tam bém um a ru p tu ra - ela diferencia-se bastan te d os dois p erío d o s an terio res - devido ao caráter oficial q u e assum e. Arti­ gos d e m inistros, d o executivo,

judiciário e m em bros d o alto

escalão d o governo são com uns. Além disto, este é um p eríodo atípico para a Revista, já q u e não possu i linha editorial clara, seu

público-alvo tom a-se h ete­

ro g ên eo e o corre, inclusive, um p e río d o d c in terru p ção (11). Tam bém há um co n tro le mais rígido na p o stu ra expressa nos

artigos e na p ró p ria linha da

Revista. No a n o d e 1974, p o r

exem plo, circula um volum e

o n d e as páginas d o editorial estão em branco, apenas com a justificativa d e q u e o m esm o fôra retirad o devido à sua in ad e­ quação aos p ro p ó sito s da Revista. Q u a n to ao focus, Ciência Política c o n tin u a crescendo, au m en ta n d o

53,4% n este p erío d o (passa de d e te n to r d e 1,8% para 2,8% dos artigos); ao passo q u e o en foq ue

Ciência Administrativa p erd e

espaço, decrescendo 3,5%, man-

tendo-se, porém hegem ônico

(54,8% da produção). Saliente-se o m ovim ento crescente d e p arti­ cipação da Ciência Política com o

instrum ental d e análise d esd e

o início da Revista (ver Tabelas 3 e 4).

O enfoque jurídico volta a crescer (36,4%), passando d e responsável

p o r 17,8% para 24,3% d a p ro ­

dução, o q u e p o d e ser reflexo da nova necessidade d e in stru m en ­ tos legais d e gestão d o Estado interventor.

Em relação ao locus, o g ru p o E struturação d o Estado volta a crescer (21,1%) re to m an d o seu

patam ar an terio r (77,2% da

produção). Apesar disto, sua

com posição interna se modifica: ganham espaço loci com o O rga­ nização Política, Reforma Admi­ nistrativa e Planejam ento, estes dois últim os num a perspectiva próxim a ao prim eiro. Em sintonia com este m ovim ento d e m aior preocupação com as q u estõ es

políticas, o locus O rganização

Administrativa, p erd e (ver Tabe­ las 7 e 8).

O locus Estatais tem, n este p erío ­ do, sua m aior pro d u ção na Revis­ ta, assim com o foi, tam bém , o d e sua m aior expansão na econom ia brasileira.

(10)

A

p ro d u ç ã o d o locus Plane­ jam en to U rbano é nula,

n este perío d o , d a d o o

processo centralizad o r q u e

ocasionou g ra n d es p erd as à a u to ­ n o m ia e im portância das adm i­ nistraçõ es locais.

O locus Experiência Internacio­ nal tam bém p e rd e espaço, d ado q u e as análises voltam-se para a realidade nacional. O país já po ssu i reflexão acum ulada e e stu ­ dioso s em adm inistração capazes d e desenvolver um p en sam en to

adm inistrativo m ais in d e p e n ­

d en te.

T odos os dem ais g ru p o s d e locus, Econom ia, Políticas Seto­ riais e E nsino e Pesquisa, perd em relevância em função d o novo crescim ento d o g ru p o E strutu­ ração Adm inistrativa d o Estado, o u seja, novam ente o Estado volta-se para si p ró p rio e para seu p o d e r d e intervenção.

O s a n o s d e r e d e m o c r a t iz a ç ã o

(1980-89)

país vive, n este período, uma crise fiscal e financeira reflexo da crise internacional e d o esgota­ m en to d o m odelo desenvolvi- m entista-exp ortador. A crise é tam bém social, à m edida q u e o crescim ento econôm ico deixou para trás u m rastro d e pobreza e m arginaliza ção.

No plano político, o país

caracteriza-se p o r um a transição para um sistem a dem ocrático, passando p o r p eríod os d e g ran ­ des m anifestações sindicais e sociais.

Um novo conceito d e desenvolvi­

m ento com eça a em ergir,

transform ando-se, gradativam en- te, em m atéria d e en sin o e pesquisa em adm inistração p ú b li­ ca (12). O cenário da p ro d u ç ão teórica em adm inistração pública é o de um a sociedade com cres­ cente nível d e contestação e o rga­ nização, o n d e as pressões são exercidas mais clara e ab e rtam en ­ te. O corre um a m ultiplicação e

diversificação d os canais d e

com unicação en tre o Estado e a

sociedade n o sen tid o d e

am pliação d e seu co ntro le sobre o seto r público. Os pactos p o líti­ cos passam a p re d o m in a r sob re as decisões técnicas e, p rincip al­ m ente, existe um a crise d e legiti­ m idade das instituições públicas e de seu poder. Neste contexto, tom a-se óbvia a reconceituação do q u e seja desenvolvim ento

(FISCIIER, 1984). Este novo

conceito traz consigo, e n tre

outras características, o enfra­

qu ecim en to da idéia d o estad o interventor, pro pondo-se, inclusi­ ve, um prim eiro Program a de D esestatização (1981).

Adm inistrativam ente, destaca-se

com o iniciativa im po rtan te, n o

início d o períod o, o Program a

Nacional d e D esburocratização

(11)

RSP

T a n ia M a r g a r e t e M o z z o n o K einort e J o sé C a r lo s V a z (D ecreto 83740/julho/79), q u e

visava, com o algum as p ro p o ­ sições an teriores, a simplificação e a racionalização das norm as

organizacionais, d e m o d o a

to m a r os órgãos públicos mais ágeis e dinâm icos. Acrescentava, po rém , u m a dim en são inovadora: visava n ão tan to a eficiência in ter­ na d o sistem a q u a n to manifestava um a p reo cu p ação com o usuário

- o cliente. C om o destacou

Warlich (1984) "nesse sentido, carregava um im pulso social e político q u e n ão existiu n o passa­ do, além d e reclam ar, da buro cra­

cia, u m a m udança d e com ­

portam ento".

Em 1986, o DASP é extinto c suas

funções absorvidas pela Secre­

taria d a A dm inistração Pública

d a Presidência d a República

(SEDAP). MARCELINO (1987),

destaca o esvaziam ento q u e o DASP vinha sofrendo n os últim os anos, to m a n d o -se "efetivam ente um g ra n d e cartó rio d e m ovim en­

tação d e papéis", p erd e n d o

assim , a im portância q u e teve nas d écadas d e 30 a 50. Não o b stan ­ te, cabe ao DASP o m érito d e haver in tro d u zid o a form ação d o serv ido r pú b lico em caráter d e trein a m e n to n o Brasil e d e ser o im p u lsio n a d o r da estru tu ração d o cam p o d e co n h ecim en to em adm inistração pública (13). C abe salientar, ainda, q u e já a p a rtir d e 1980, com a criação da F u ndação C en tro d e Form ação d o Servidor Público (FUNCEP),

as atividades de aprim o ram en to da gerência d o seto r p úblico passaram a ser p o r ela exercidas.

A publicação da Revista d o

Serviço Público, a p artir d e 1981,

tam bém é assum ida pela

FUNCEP, retiran d o o DASP d o exercício d e du as d e suas ativida­ des tradicionais.

Entre as iniciativas d este p erío ­ do, deve-se m encionar, ainda, o

Programa d e M odernização

Administrativa d o G overno

Sam ey (1985-1989) voltado esp e­ cialm ente para o funcionalism o, destin ad o a criar um a burocracia profissional, estável, e com co n ti­ n u id ad e de ação. Neste sen tido, foi criada, em 1986, com o órgão da FUNCEP, a Escola Nacional d e

Adm inistração Pública (ENAP)

destinada à formação, aperfeiçoa­ m ento e profissionalização d o pessoal civil d e nível su p erio r (14).

A Revista, q u e não circulava

d esd e 1974, é retom ada n este

perío d o (1981). C om o salienta o editorial d o prim eiro n ú m ero após a interrup ção " A Revista d o Serviço Público ressurge (grifo no original) inspirada pela cons­ ciência d a crescente necessidade d e m an ter a função pública em

con tato regular com análises

objetivas, em linguagem

acessível, d os gran des tem as

p o lítico -a d m in istra tivo s (não

grifado n o original) d e nossa

época. Trata-se, num a palavra, d e

c o n trib u ir para q u e o funcio­

(12)

nalism o se beneficie d c toda um a atividade intelectual, e notada- m en te universitária, voltada para a c o m p re en são cm p ro fu n d id ad e da ação d e governo e d os pro b le­ m as p o r ela enfrentados".

A Revista, d esta form a, volta-se p ara o púb lico in tern o e, ainda q u e m an ten h a a publicação de artigos acadêm icos e d e técnicos d o g overno federal - especialm en­ te sob re reform a adm inistrativa -, n ão se assem elha a um a revista científica, to m an d o -se um a revis­ ta d e divulgação d e atos governa­ m entais e d e inform ação ao funcionalism o p úblico federal. S om ente nas últim as edições, de 1989, a p ropo sição d e um a revis­ ta m ais acadêm ica é retom ada. C om o conseqüência, a Revista,

n o p erío d o , apresen ta carac­

terísticas diversificadas, o q u e faz com q u e a p ro d u ç ão sem enfo­ q u e d efinido (OUTROS) volte a a u m e n ta r (126,7%), passan d o de re p re se n ta n te d e 13,2% para 30% d a p ro d u ç ão (ver Tabelas 3 e 4). Este g ru p o tem , n este perío do, sua m aior participação na Revis­ ta; o q u e p o d e indicar, com o saliento u METCALFE (1992), q ue

a adm inistração pública está

am p lian d o seu locus, ab ran g en ­ d o todas as qu estõ es relativas ao interesse coletivo.

Em relação ao focus, o enfoque

C iência A dm inistrativa experi­

m enta um a redução em sua p ro d u ç ão (32,2%), atingindo seu

m en o r patam ar na história da Revista (37,2%). Não ob stan te, este enfoq ue é aind a o d o m in an ­ te. Os artigos com focus Ciência Política, p o r sua vez, exp erim en ­

tam um gran d e crescim ento

(188,9%), o que, aliás, tem sido constan te d u ra n te a existência da Revista (ver Tabelas 3 c 4). Deve- se destacar, nesta evolução, n ão som ente o au m en to da im po r­ tância d o focus Ciência Política isoladam ente, com o tam bém a sua influência so bre os artigos com focus Ciência Administrativa, qu e passa a apropriar-se d e p arte d o instrum ental d e análise d o prim eiro.

M ovimento sem elhante é o b ser­ vado no locus. O g ru p o E stru tu ­ ração d o Estado re d u z sua p a rti­ cipação em 44,6%, passand o d e d e te n to r d e 77,2% para 42,8% da produção. C om parativam ente aos g ru p o s Econom ia e Políticas Seto­ riais, p erd e im portância relativa (ver Tabelas 7 e 8).

In tern am en te ao g ru po, g ra n d e im portância assum em os loci Reforma Adm inistrativa (que cres­ ce 121,5%) e O rganização Política (crescim ento d e 106,5%), passan­

d o a rep resen ta r 75% da

produ ção d o g rupo. O co m p o rta­ m en to d estes loci co ntrasta com a q u ed a na p ro d u ção com locus cm O rganização Administrativa,

q u e decresce 70,8%. C om o

salienta o editorial an tes citado, a

preocupação agora é

p o lític o -a d m in istra tiv a .

(13)

T a n ia M a r g a r e t e M e z z o n o K einert o J o sé C a r l o s V o z

O

g ru p o E conom ia experi­m en ta um crescim ento expressivo (607,8%) dada a c o n ju n tu ra econôm ica d e crise e a n ec essid ad e d e reconceituali- zar o m o d elo d e desenvolvim en­

to. A lguns locus destacam -se

in te rn a m e n te , co m o é o caso de C om ercio E xterior e Tecnologia, possivelm en te d e lin e a n d o a ab er­ tura econôm ica, q u e o co rre logo a seg u ir (ver Tabelas 7 e 8). A Revista volta-se tam bém para a análise d e Políticas Setoriais, q u e in crem en ta sua p ro d u ç ã o em 324,2% em relação ao p erío d o an terio r. As q u e stõ e s tom am -se,

efetivam ente, m enos relativas à

e stru tu ra ç ã o d o Estado, e, mais às razões d e sua existência.

C o n c lu s õ e s

Revista d o Serviço Público p o d e se r caracterizada com o um a publicação q u e recebeu, d u ra n te sua existência, d u as influências básicas: um a en d ó g e n a, d o órgão d o e stad o à qual estava vincula­ da; e o u tra exó gena, relativa ao estad o d a a rte da ciência adm inis­ trativa. Estas d u a s influências, é claro, estavam ligadas a um a mais

am pla, co n ju n tu ra l, q u e as

influenciava e direcionava.

N este sen tid o , po d e-se salientar alguns aspectos. Politicam ente,

o co rreu um m ovim ento de

dem ocratização d o país, com

altos e baixos. Este m ovim ento

foi ac o m panhad o p o r ou tro ,

cíclico, de centralização-

descentralização, em bora não

relacionado univocam ente com o prim eiro. O Estado brasileiro efetivam ente evolui d e um a ab or­ dagem técnico-burocrática para um a tentativa d e im plantação de políticas públicas, q u e d esem b o ­ ca, finalm ente, na preo cup ação com o cliente-usuário, o cidadão. A Revista acom panha g rad ual­ m en te este m ovim ento, d a d o q u e as m udanças sociais e governa­

m entais não se m anifestam

m ecânica e im ediatam ente na publicação. Cabe salientar a rela­ tiva autonom ia e profissionali­ zação d os qu ad ro s encarregados de editá-la, o q u e se revela nesta g radualidade. No ob stante, a RSP, p o r seu p ró p rio caráter d e p u b li­ cação governam ental, foi sem pre

identificada com o q u e n ele

ocorria, especialm ente o relativo aos processos d e reform a ad m i­ nistrativa. Ela foi, p o r assim dizer, um esp elho o n d e estas p ro p o ­ sições se refletiam, ora com caráter técnico-inform ativo, ora mais crítico.

O público a q u e a Revista

destinava-se tam bém foi fruto destas oscilações. A publicação iniciou com objetivos d e divul­ gação interna; pro p o n d o -se a seguir um direcio n am en to mais

científico; tom an d o -se d ep o is

relativam ente heterogênea; e, p o r

fim, reto m an d o a p ostu ra

(14)

acadêm ica. Esta trajetória reflete, além d as oscilações in tern as ao governo, o m ovim ento asc en d en ­ te n o se n tid o d a criação d e um a C iência d a A dm inistração. Desta forma, a Revista apresen ta, em

sua evolução, um a crescente

sofisticação d e sua p ro d u ção . Os artigos, a n tes m onográficos e sem referências bibliográficas, revelam

agora m aio r com plexidade e

p ro fu n d id a d e.

A nalisando-se os en foques dos artigos, o focus C iência A dm inis­

trativa revela-se absolu tam en te

h eg em ô n ico em to d o s os p erío ­ dos. Percebe-se, claram ente, a form ação e o crescim ento do

cam p o d e co n h ecim en to em

adm inistração - o rig in ad o dos prim eiro s e stu d o s na área p ú b li­ ca. C rescim en to co n stan te experi­ m en ta o focus C iência Política cm to d o o p e río d o d e existência da Revista; a m p lian d o o in stru m en ­ tal teórico das análises organiza­

cionais. As co ntrib u içõ es de

c u n h o jurídico, p o r sua vez, são

tam bém b astan te expressivas,

e sp ecialm en te n o s prim eiros

p erío d o s, o n d e boa p arte d e

seus co lab o rad o res possuíam

form ação jurídica.

Em relação ao locus, o g ru p o

E stru tu ração Adm inistrativa d o E stado é tam bém m ajoritário, em to d o s os p erío d o s. Isto explica-se, um a vez q u e to d o s os esforços d e e stru tu ra ç ã o e re estru tu ração do E stado - d ilem a sem p re em trans­ form ação - estão n ele contidos.

D estaque deve ser dado , n este g rupo, ao locus Recursos H um a­ nos, o n d e se refletem os investi­ m entos feitos nesta área, tan to a nível d e form ação e treinam ento - inicialm ente realizados pelo DASP e p o sterio rm en te pelas Escolas d e Adm inistração - q u a n ­ to d e reflexo. Ainda na área de recursos h u m ano s a im plem en ­ tação d e planos d e cargos e

salários, d e concursos para

adm issão, d o sistem a de p ro m o ­ ção p o r m érito - p ion eiram en te

in troduzidos pelo DASP

refletem -se na p ro d u ção d a Revis­ ta. C abe m encionar, ainda, a redução co nstante da p ro d u ção com locus em Experiências In ter­ nacionais n o d eco rrer d os p erío ­ dos, o q u e dem o nstra q u e a

referência externa tom ava-se

m enos im p o rtan te para a Revista. O g ru p o d e loci Políticas Setoriais tam bém apresen ta um crescim en­ to significativo: cresce em to do s os p erío d o s da Revista - com o exceção d o P eríodo d e R uptura (1965-79) -, significando q u e a

p rodução em adm inistração

pública, efetivam ente, voltava-se para fora d o aparelho estatal. O u tro g ru p o tam bém cresce cm todos os peruxlos: Ensino e Pesquisa, o q u e atesta claram ente a evolução e o crescim ento do cam po d e co nhecim en to em adm inistração pública.

C oncluindo, deve-se destacar o papel fundam ental na g ênese do p en sam ento adm inistrativo brasi­ leiro d ese m p e n h ad o pela Revista

(15)

T o n ig M a r g a r e t e M e z z o n o K einert e J o sé C a r lo s V o z

d o Serviço Público. No pap el d e p re c u rso ra - note-se q u e ela é an te rio r ao p ró p rio DASP - catali­ sou em to m o d e si, n o s diversos p erío d o s d e su a long a existência - pessoas in teressad as em p en sa r

(e re p en sar) a adm inistração

p ú b lica brasileira. Idéias com o a d e u m a reflexão sistem ática e científica so b re a adm inistração pública; d e profissionalização e dignificação d a função pública; d e e q ü id a d e e ig u ald ad e n o aces­ so aos caigos públicos; d e e stru ­ turas organizacionais adequadas; d e p re o cu p aç õ es com o usuário- cidadão; d e n tre outras; escorrem

d e suas páginas cheias de

história. A tarefa po rém , n ão foi concluída, e c o n tin u a a desafiar aqueles q u e acreditam na adm i­ n istração pública.

(16)

T a b e la 1

D is t r ib u iç ã o d o s fo c i p o r p e r ío d o e m n ú m e r o d e te x to s p u b lic a d o s

F o cu s P e río d o 37-45 46-64 65-79 80-89 T o tal C iência Política 16 38 9 20 83 C iência Ju ríd ica 218 375 79 45 717 Ciência Adm inistrativa 666 1195 178 93 2132

C iência Econôm ica 87 127 11 16 241

E pistem ologia 5 30 5 1 41

O u tro s 226 340 43 75 684

T o ta l 1 2 1 8 21 0 5 325 25 0 3 8 9 8

F onte: Revista do Serviço Público

T a b e la 2 D is t r i b u iç ã o d o s fo c i p o r p e r í o d o e m p e r c e n t u a is F o cu s P e río d o 37-45 46 -64 65-7 9 8 0-89 T o tal Ciência Política 19.3 45.8 10.8 24.1 100.0 C iência Ju ríd ica 30.4 52.3 11.0 6.3 100.0 Ciência A dm inistrativa 31.2 56.1 8.3 4.4 100.0

C iência Econôm ica 36.1 52.7 4.6 6.6 100.0

E pistem ologia 12.2 73.2 12.2 2.4 100.0

O u tro s 33.0 49.7 6.3 11.0 100.0

T o ta l 3 1.2 54.0 8.3 6.4 3 8 9 8

(17)

RSP

H is tó r ic o d a R SP T a b e la 3 P a r t ic i p a ç ã o d o s fo c i n a p r o d u ç ã o d o s p e r i d o s e m p e r c e n t u a is F o c u s P e río d o 37-45 46-64 6 5-79 80 -8 9 T o tal C iência Política 1.3 1.8 2.8 8.0 2.1 C iência Jurídica 17.9 17.8 24.3 18.0 18.4 C iência Adm inistrativa 5-17 56.8 54.8 37.2 54.7 Ciência Econôm ica 7.1 6.0 3 .4 6A 6.2 E pistem ologia 0 .4 1.4 1.5 0 A 1.1 O u tro s 18.6 16.2 13.2 30.0 17.5 T o tal 1 0 0 .0 100.0 100.0 100.0 100 .0

Fonte: Revista do Serviço Público

T a b e la 4 E v o lu ç ã o d a p a r t i c ip a ç ã o d o s fo ci n a p r o d u ç ã o d o s p e r í o d o s e m p e r c e n t u a is d e v a r i a ç ã o F ocus P e río d o 46-64 65 -7 9 8 0 -8 9 C iência Política 37.4 53.4 188.9

C iência Juríd ica -0.5 36.4 -25.9

C iência Adm inistrativa 3.8 -3-5 -32.1

C iência Econôm ica -15.5 -43.9 89.1

Epistem ologia 247.2 7.9 -74.0

O u tro s -13.0 -18.1 126.7

(18)

T a b e la 5

D is t r i b u iç ã o d o s Loci p o r p e r ío d o e m n ú m e r o d e te x to s

L o c u s Período 37-45 46-64 65-79 80-89 Total ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO 940 1342 251 107 2640 Organização Administrativa 287 304 40 9 640 Recursos Humanos 357 460 94 10 921 Finanças Públicas 96 158 17 7 278

Rei/M odernização Administrativa 72 90 27 46 235

Organização Política 38 96 17 27 178 Planejamento Governamental 28 87 17 6 138 Organizações 0 8 1 0 9 Sistema de Informação 6 5 18 0 29 Documentação 11 62 13 1 87 Estatais 5 3 4 0 12 Exper. Internacional 40 69 3 1 113 ECONOMIA 61 120 9 49 239 Organização Econômica 20 45 4 8 77 Turismo 1 2 0 0 3 Comércio Exterior 2 9 1 22 34 Empresas Privadas 1 0 0 0 1 Agropecuária 11 18 0 2 31 Política Industrial 10 5 0 0 15 Política Energética 0 13 0 l 14 Sistema financeiro 7 16 3 3 29

Tecnologia / Política Tecnológica 9 12 1 13 35

POLÍTICAS SETORIAIS 99 285 19 62 465 Saúde/Previdência 54 59 3 2 118 Habitação 0 13 1 2 16 Educação 10 71 11 4 96 Meio Ambiente t 8 29 38 Planejamento Urbano 11 44 0 9 64 Políticas Sociais 8 34 2 12 56 Política Cultural 5 1 1 0 7 m

(19)

RSP

H is tó r ic o d a R SP Tabela 5 - com. Políticas Públicas 2 -< 0 0 6 Segurança Pública

4

26 1 1 32 Transportes

4

24

0 3 31 Reforma Agrária 0 1 0 0 1 ENSINO E PESQUISA 1(8 358

46

32 554 Análise Teórico-Conceitual •18 223 33 15 319 Pesquisa 3 8 0 0 11 Dados Estatísticos 6 1 0 0 7 Legislação 51 96 7 12 166 Opinião Pública 0 1 1 0 2

Administraçáo: Ensino/Pesqu isa 10 29 5 5

49

TOTAI. 1218 2105 325 250 3898

Fonte: Revista do Serviço Público

(20)

T a b e la 6 D is t r ib u iç ã o d o s lo ci p o r p e r ío d o e m p e r c e n t u a is Locus Período 37-45 46-64 65-79 80-89 Total ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO 35.6 50.8 9 5 4.1 100.0 Organização Administrativa ■<4.8 47.5 6.3 1.4 100.0 Recursos Humanos 38.8 49.9 10.2 1.1 100.0 Finanças Públicas 34.5 56.8 6.1 2.5 100.0 Ref./Modernízação Administrativa 30.6 38.3 11.5 19.6 100.0 Organização Política 21.3 53.9 9.6 15.2 100.0 Planejamento Governamental 20.3 63.0 12.3 4.3 100.0 Organizações 0.0 88.9 11.1 0.0 100.0 Sistema dc Informação 20.7 17.2 62.1 0.0 100.0 Documentação 12.6 71.3 14.9 1.1 100.0 Estatais 41.7 25.0 33.3 0.0 100.0 Exper. Internacional 35.4 61.1 2.7 0.9 100.0 ECONOMIA 25.5 50.2 3.8 20.5 100.0 Organização Econômica 26.0 58.4 5.2 10.4 100.0 Turismo 33.3 66.7 0.0 0.0 100.0 Comércio Exterior 5.9 26.5 2.9 64.7 100.0 Empresas Privadas 100.0 0.0 0.0 0.0 100.0 Agropecuária 35.5 58.1 0.0 6.5 100.0 Política Industrial 66.7 33.3 0.0 0.0 100.0 Política Energética 0.0 92.9 0.0 7.1 100.0 Sistema Financeiro 24.1 55.2 10.3 10.3 100.0

Tecnologia / Política Tecnológica 25.7 34.3 2.9 37.1 100.0

POLÍTICAS SETORIAIS 21.3 61.3 4.1 13.3 100.0 Saúde/Previdência 45.8 50.0 2.5 1.7 100.0 Habitação 0.0 81.3 6.3 12.5 100.0 Educação 10.4 74.0 11.5 4.2 100.0 Meio Ambiente 2.6 21.1 0.0 76.3 100.0 Planejamento Urbano 17.2 68.8 0.0 14.1 100.0 Políticas Sociais 14.3 60.7 3.6 21.4 100.0 Política Cultural 71.4 14.3 14.3 0.0 100.0

(21)

RSP

H istó ric o d a R SP Tabela 6 - conl. Políticas Públicas 33.3 66.7 0.0 0.0 100.0 Segurança Pública 12.5 81.3 3.1 3 1 100.0 Transportes 12.9 77.4 0.0 9.7 100.0 Reforma Agrária 0.0 100.0 0.0 0.0 100.0 ENSINO E PESQUISA 21.3 64.6 8.3 5.8 100.0 Análise Teórico-Conceitual 15.0 69.9 10.3 4.7 100.0 Pesquisa 27.3 72.7 0.0 0.0 100.0 Dados Estatísticos 85.7 14.3 0.0 0.0 100.0 Legislação 30.7 57.8 4.2 7.2 100.0 O pinião Pública 0.0 50.0 50.0 0.0 100.0 Administração: Ensino/Pesquisa 20.4 59.2 10.2 10.2 100.0 TOTAL 31.2 54.0 8.3 6.4 100.0

F o n te : Revista do Serviço Público

(22)

T a b e la 7 D is t r i b u iç ã o d o s lo ci p o r p e r ío d o e m p e r c e n t u a is Locus Período 37-45 46-64 65-79 80-89 Total ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO 77.2 63.8 77.2 42.8 67.7 Organização Administrativa 23.6 14.4 12.3 3.6 16.4 Recursos Humanos 29.3 21.9 28.9 4.0 23.6 Finanças Públicas 7.9 7.5 5.2 2.8 7.1 Rcf./Modcrnizaçâo Administrativa 5.9 4.3 8.3 18.4 6.0 Organização Política 3.1 4.6 5.2 10.8 4.6 Planejamento Governamental 2.3 4.1 5.2 2.4 3.5 Organizações 0.0 0.4 0.3 0.0 0.2 Sistema de Informação 0.5 0.2 5.5 0.0 0.7 Documentação 0.9 2.9 4.0 0.4 2.2 Estatais 0.4 0.1 1.2 0.0 0.3 Expcr. Internacional 3.3 3.3 0.9 0.4 2.9 ECONOMIA 5.0 5.7 2.8 19.6 6.1 Organização Econômica 1.6 2.1 1.2 3.2 2.0 Turismo 0.1 0.1 0.0 0.0 0.1 Comércio Exterior 0.2 0.4 0.3 8.8 0.9 Empresas Privadas 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 Agropecuária 0.9 0.9 0.0 0.8 0.8 Política Industrial 0.8 0.2 0.0 0.0 0.4 Política Energética 0.0 0.6 0.0 0.4 0.4 Sistema Financeiro 0.6 0.8 0.9 1.2 0.7

Tecnologia / Política Tecnológica 0.7 0.6 0.3 5.2 0.9

POLÍTICAS SETORIAIS 8.1 13.5 5.8 24.8 11.9 Saúde/Previdência 4.4 2.8 0.9 0.8 3.0 Habitação 0.0 0.6 0.3 0.8 0.4 Educação 0.8 3.4 3.4 1.6 2.5 Meio Ambiente 0.1 0.4 0.0 11.6 1.0 Planejamento Urbano 0.9 2.1 0.0 3.6 1.6 Políticas Sociais 0.7 1.6 0.6 4.8 1.4 Política Cultural 0.4 0.0 0.3 0.0 0.2

(23)

RSP

H is tó r ic o d a R SP Tabela 7 - com. Políticas Públicas 0.2 0.2 0.0 0.0 0.2 Segurança Pública 0.3 1.2 0.3 0.4 0.8 Transportes 0.3 1.1 0.0 1.2 0.8 Reforma Agrária 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 ENSINO E PESQUISA 9.7 17.0 14.2 12.8 14.2 Análise Teórico-Conceitual 3.9 10.6 10.2 6.0 8.2 Pesquisa 0.2 0.4 0.0 0.0 0.3 Dados Estatísticos 0.5 0.0 0.0 0.0 0.2 Legislação 4.2 4.6 2.2 4.8 4.3 Opinião Pública 0.0 0.0 0.3 0.0 0.1 Administração: Ensino/Pesquisa 0.8 1.4 1.5 2.0 1.3 TOTAL 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

Fonte: Revista do Serviço Público

(24)

T a b e la 8 E v o lu ç ã o d a p a r t ic ip a ç ã o d o s lo ci n a p r o d u ç ã o d o s p e r ío d o s e m p e r c e n t u a is d e v a r i a ç ã o Locus Período 46-64 65-79 80-89 ES TRUTURAÇÃO DO ESTADO -17.4 21.1 -44.6 Organização Administrativa -38.7 -14.8 -70.8 Recursos Humanos -25.4 32.4 •«6.2 Finanças Públicas -4.8 -30.3 -46.5 Ref./Modernização Administrativa -27.7 94.3 121.5 Organização Política 46.2 14.7 106.5 Planejamento Governamental 79.8 26.6 -54.1 Organizações 0.0 -19.0 -100.0 Sistema de Informação -51.8 2231.7 • 100.0 Documentação 226.1 35.8 -90.0 Estatais -65.3 763.6 -100.0 Exper. Internacional -0.2 -71.8 -56.7 ECONOMIA 13.8 -51.4 607.8 Organização Econômica 30.2 -42.4 160.0 Turismo 15.7 -100.0 0.0 Comércio Exterior 160.4 -28.0 2760.0 Empresas Privadas -100.0 0.0 0.0 Agropecuária -5.3 -100.0 0.0 Política Industrial •71.1 -100.0 0.0 Política Energética 0.0 -100.0 0.0 Sistema Financeiro 32.3 21.4 30.0

Tecnologia / Política Tecnológica -22.9 -46.0 1590.0

POLÍTICAS SETORIAIS 66.6 -56.8 324.2 Saúde/Previdência -36.8 -67.1 -13.3 Habitação 0.0 -50.2 160.0 Educação 310.8 0.3 -52.7 Meio Ambiente 362.9 -100.0 0.0 Planejamento Urbano 131.4 -100.0 0.0 Políticas Sociais 145.9 -61.9 680.0

(25)

RSP

H is tó ric o d o R SP Tabela 8 - com. Política Culiural -88.1 547.7 • 100.0 Políticas Públicas 15.7 -100.0 0.0 Segurança Pública 276.1 -75.1 30.0 Transportes 2-17.2 -100.0 0.0 Reforma Agrária 0.0 • 100.0 0.0 ENSINO E PESQUISA 75.5 -16.8 -9 6 Análise Teórico-Conceitual 168.8 -4.2 -40.9 Pesquisa 54.3 100.0 0.0 Dados Estatísticos -90.4 -100.0 0.0 Legislação 8.9 •52.8 122.9 O pinião Pública 0.0 547.7 -100.0 Administração: Ensino/Pesquisa 67.8 11.7. 30.0

Fonte: Revista do Serviço Público

(26)

T a b e la 9 C r u z a m e n t o fo c i X lo ci ( a g r u p a d o s ) e m n ú m e r o d e te x to s p u b li c a d o s Locus Focus Ciência Política Ciência Jurídica Ciência Adnún. Ciência Econ. Episte-mologia Outros Total O rg . Econômica 1 36 77 72 2 51 239 Ensino c Pesquisa 14 295 164 6 29 46 554 Políticas Setoriais 6 29 189 19 4 218 465 E stru t. A dm . E sta d o 62 357 1702 144 6 369 2640 Total 83 717 2132 241 41 684 3898

Fonte: Revista do Serviço Público

T a b e la 10 C r u z a m e n t o fo ci X loci ( a g r u p a d o s ) e m p e r c e n t u a is Locus Focus Ciência Política Ciência Jurídica Ciência Admin. Ciência Econ. Epistc-mologia Outros Total Org. Econômica 0.03 0.92 1.98 1.85 0.05 1.31 6.13 Ensino e Pesquisa 0.36 7.57 4.21 0.15 0.74 1.18 14.21 Políticas Setoriais 0.15 0.74 4.85 0.49 0.10 5.59 11.93

Estrut. Adm. Estado 1.59 9.16 43.66 3.69 0.15 9.47 67.73

Total 2.13 18.39 54.69 6.18 1.05 17.55 100.00

Fonte: Revista do Serviço Público

(27)

T a n io M a r g a r e t e M e z z o n o e Jo sé C a r lo s V oz

G r á f ic o 1 - E v o lu ç ã o d o s foci p o r p e r ío d o

(em número de textos publicados)

C . A d m in is t ra t iv a

C . J u ríd ic a

O u t r o s

1

C . E c o n ô m ic a

C . Política i E p is t e m o lo g io períodos G r á f ic o 2 - E v o lu ç ã o d o s foci p o r p e r ío d o

(em % da produção do período)

períodos

1

C . A d m in is t ra t iv a

1

C . J u ríd ic a

O u t r o s

i

C . E c o n ô m ic a

C . P olítica

s

E p is t e m o lo g ia

(28)

r o d e t e x t o s

G rá fic o 3 - E v o lu ç ã o d o s loci p o r p e r ío d o (em n úm ero do textos publicados)

I I I E stru t.A d m . E s ta d o | E n s in o e P e s q u is a _ | Po lítico s S e t o r ia is p H O r g . E c o n ô m ic a

períodos

G rá fic o 4 - E v o lu ç ã o d o s loci p o r p e r ío d o (em % d a p ro d u ç ã o d o período) l i H E stru t.A d m . E s ta d o | E n s in o e P e s q u is a Po lítica s S e t o r ia is 1 O r g . E c o n ô m ic o pe río d o s BTfl

(29)

T a n ia M a r g a r o t o M o z z o n o o J o sé C a r lo s V o z

G rá fic o 6 - P a rticiçã o d o s loci (em % d a p ro d u ç ã o total)

^jj P o lítica s S « t o r ia is ( 1 2 % ) | E n s in o • P e s q u is a (1 4 % ) |~j O r g . E c o n ô m i c o ( 6 % )

(30)

N o t a s

(1) Projeto dc Pesquisa desenvolvido junto ao Centro de Estudos de Admi­

nistração Pública e Governo

(CEAPG/EAES P/FG V) intitulado "A Evolução Ilistórica do Campo de Administração Pública no Brasil

(1889-1992)".

(2) Ver "A RAP e a Evolução do Campo de Administração Pública no Brasil (1965-1992)", Anais do 17° ENANPAD, Salvador, 27 a 29 de setembro de 1993, p. 51-65.

(3) A produção cm administração pública constante nos Anais da ANPAD, Revista dc Administração de Empresas (RAE) e Revista dc Admi­ nistração (RAUSP) serão os próximos objetos a serem analisados.

(4) Com o objetivo dc analisar-se em maior profundidade o grande volu­

me de dados obtidos prevê-se a

elaboração dc um segundo trabalho dedicado à análise da "história da

história" da RSP, através dc seus

editoriais; e dc um terceiro, procu­ rando tirar conclusões no sentido da proposição mais geral da pesquisa; efetuando, inclusive, comparações com o trabalho desenvolvido a partir da R/M1.

(5) Não foram classificados, por não termos tido accsso às publicações, os exemplares dc out/nov/dez dc 1940, vol. IV, n° 1,2 c 3 e o número 3, do volume 109, no período entre abr/jun de 1974 c out/dez dc 1981.

(6) O item "Outros" constitui-se dc Diagnósticos, Propostas c Relatos dc Experiências, além dc reportagens, impressões c defesas de opinião.

(7) Em trabalho onde analisa os processos de reforma administrativa no Brasil, no período 1930-1982, Beatriz Warlich realiza rccortc seme­ lhante. Ver: WARLICH, B. "A Reforma Administrativa no Brasil: Experiência Anterior, Situação Atual e Perspecti­ vas", RAP, RI, 18(1): 49-59, jan/mar 1984.

(8) A RSP mantinha um espaço reser­

vado para parcccrcs, acórdãos c

decretos-lcis, os quais não foram

classificados. Pequenas notas c

editais de concursos públicos rece­ beram o mesmo tratamento.

(9) Apesar desta proposição, a Revis­ ta continua publicando pareccres, acórdãos (numa seção chamada Jurisprudência Administrativa), algu­ mas notícias e pequenos registros; ou seja, mantém seu caráter oficial. (10) Apesar de ter havido uma expansão da administração indireta, neste período, foram reforçados os sistemas de controle destas, especial­ mente a partir da Secretaria do Planejamento, que tinha unidades cm cada ministério e em cada unida­ de da administração descentralizada, isto é, empresas estatais, fundações e autarquias.

(11) A Revista circulou por 37 anos (ate 1974) sem interrupções ficando, então, 7 anos sem scr publicada. Em 1981 sua publicação é retomada, com uma periodicidade bastante irregular, até o ano dc 1989, quando

c novamente interrompida.

(12) Para uma discussão sobre a formação do administrador público intcr-rclacionada com a evolução do campo de administração pública ver KEINERT, T. M. Mczzomo & IAPOR­ TA, C. "Mudança dc Paradigmas, Ensino c Pesquisa cm Administração Pública", Anais da CLADEA’s XXVIII

(31)

RSP

T a n ia M a r g a r e t e M e z z o n o K e in e rt e Jo sé C a r lo s V o z ASSEMBLY, Miami, 7-10 dc Novem­

bro d c 1993, p .179-194.

(13) Uma avaliação do período pós- DASP, especialmente a partir da Nova Constituição, pode ser encon­ trada em PIMENTA, C. C. "O Papel da Secretaria da Administração Federal no Processo dc Modernização da

’Função-admi-nistração’ - Brasil,

1988-1992", dissertação dc mestra­ do, EASESP/FGV, São Paulo, 1993. (14) Posteriormente, cm 1990, a FUNCEP foi transformada na atual Fundação Escola Nacional de Admi­

nistração Pública (ENAP), esta,

portanto, substituiu a primeira.

Bibliografia

CAIDEN, G. e CARAVANTES, G. R econsideração d o conceito dc Desenvolvim ento. R evista

de A d m in istra çã o P ú b lica ,

Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 4-16, 1982.

EISCIIER, T. Adm inistração p ú b li­ ca com o área de co nh eci­ m ento e ensino: a trajetória brasileira. R evista de A d m i­

n istração d e E m p resas, Rio

dcjanciro.v. 24, n. 4, p. 278-288, 1984.

GOLEMBIEWSKI, Robert T.

Public a d m in is tra tio n a s a developing discipline, New

York; Decker, 1977.

HENRY, Nicholas. Paradigm s of

public adm inistration",

Public A d m in istra tio n Review , W ashington, n. 35,

p. 378-386, jul/ago, 1975.

KLIKSBERG, B. A gerência

nadécada d e 90. R evista de

A d m in istra çã o P ública, Rio

de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 59-85, 1988.

________ C omo tra n sfo rm a r o

Estado - para além d e m itos

e dogmas", Brasília: ENAP, 19 9 2 ,8 7 p.

(32)

KUHN, T. A e stru tu ra d a s revo­

luções científicas. São Paulo:

Perspectiva, 1975.

METCALFE, Les. I-a lógica dcl

m anagem cnt publico",

A xie n d a P u b b lica , n. 2, p.

375-420, dez, 1989.

MARCF.LINO, G. F. E volução do

E stado e r e fo n n a a d m in is ­ tra tiv a , Brasília: ALAP/5E- DAP, 1987.

METCALFE, Les. Public m anage-

m e n t: from, im itation to innovation, Bruxelas, In ter­ nacional In stitu te o f Adrni- nistrative Sciences, 1992.

MEZZOMO KEINERT, Tania.

D escen tra liza çã o e d e m o ­ c ra tiz a ç ã o : o processo de

reform a adm inistrativa da

m u n icip alid ad e d e São

Paulo. Bogotá, 1992. (XXVII Asem blea Anual d e Cladea. _____ e LAPORTA, C láudio. A RAP

e a evolução d o cam po de

adm inistração pública no

Brasil (1967-1992). Revista

d e A d m in istra ç ã o P ú b lica ,

Rio d e Janeiro, v. 28, n. 1, p. 5-17, 1994.

NASCIMENTO, Kleber. Reflexões so b re estratégia d e reform a adm inistrativa: a experiência federal brasileira'1, R evista de

A d m in istra ç ã o P ú b lica , Rio

d e Janeiro, v .l, p. 11-50, 1978.

WARHLICH, Beatriz. Evolucion d e las ciências ad m in istrati­ vas en America Latina", R evis­

ta In te rn a c io n a l d e C iências A d m in istra tiv a s, n. 12, p.

70-92, 1978.

_____ A reform a adm inistrativa no Brasil: experiência a n te ­

rior, situação atual e

perspectivas. R evista e A d m i­

nistra çã o P ública, Rio d e

Janeiro, v. 18, n. 1, p. 49-59.

R e s u m e n

RSP EN EL PENSAMIENTO ADMINISTRATIVO BRASILENO

La línea editorial d e Ia RSP asum e diversas transform aciones a lo largo dei tiem po. Sin em bargo, en su trayectoria, se observam dos tendencias: ser u n a revista oficial, p o r un lado, y tam bién ser científica, p o r otro. En la función d e precursora (ella es a n te rio r al p ro p rio DASP), la RSP ha atraido

una serie d e p erso nalidad es

interessadas en p en sa r (y re p e n ­ sar) la adm inistración pública brasilena, hasta m ism o en el perío d o d e ru p tu ra (65 a 79). En este perío do , el tem a d e la refor­ ma adm inistrativo volvió a ser discutido, y destin ad o a legitim ar la nueva orden.

(33)

T a n io M a r g a r e t e M e z z o n o K einert e Jo sé C a r lo s V o z

A b s t ra c t

THE RSP ADMINISTRATIVE T H IN K IN G

RSP’s editorial line has suffered m any changes since it was crca- ted in 1937. However, d u rin g ali this long pcrio d o f time, the RSP in tc n d e d to be both an official an d a scicntific periodical. Prece- d in g DASP itself, thc RSP has clus- tcrcd a ro u n d itself a g ro u p o f p eo p lc engaged in thinking and

rcth in k in g Brazilian Public

A dm inistration.

Th ese activities have not becn

discon tin u cd du rin g the

1965-1979 p eriod , although thc discussion o f thc adm inistrative rcform d e v e lo p c d u ndcr a mili- tary p o in t o f vicw such as to p ro v id e a basis o f lcgitim acy fo r the n c w regim e. T a n ia M arg arete M ez zo m o K e in e rt e J o s é C arlo s Vaz sã o p e s q u is a d o r e s d a E sco la d e A d m in istra ç ã o d e E m p re s a s d e São P a u lo - EAESP/FGV.

D

Referências

Documentos relacionados

de qualquer um dos benefícios citados anterior- mente, fazendo jus a 100% das contribuições da PUCRS e das suas contribuições, quando tiver encerrado o seu vínculo empregatício com

O levantamento das transformações ocorridas mediante a implantação da metodologia lipminiana propõe um debate acerca da importância de garantir uma educação holística

Este seguro prevê e regula a inclusão, automática dos cônjuges dos Segurados Principais que estejam em perfeitas condições de saúde, na qualidade de Segurados

O Globoplay não se restringe a reprodução ou ​catch-up da programação aberta (conteúdos já exibidos na televisão) como faziam suas antecessoras, trata-se de

O teste de tetrazólio é resultado de muitas pesquisas e sua aplicação em embriões zigóticos para estudo da viabilidade de sementes de coqueiro é importante por possibilitar

Na seção “Opinião”, Jairo Nicolau, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em “Eleições presidenciais nos municípios brasileiros: uma breve comparação dos

Após extração do óleo da polpa, foram avaliados alguns dos principais parâmetros de qualidade utilizados para o azeite de oliva: índice de acidez e de peróxidos, além

A democratização do acesso às tecnologias digitais permitiu uma significativa expansão na educação no Brasil, acontecimento decisivo no percurso de uma nação em