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A Identidade da Imprensa em Coimbra: os casos de o Diário As Beiras e Diário de Coimbra

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Fernando Pessoa. Mestrado em Ciências da Comunicação. Joana Margarida Rodrigues Lopes Martins A Identidade da Imprensa em Coimbra: os casos de o Diário As Beiras e Diário de Coimbra Porto, Setembro de 2008. Universidade Fernando Pessoa Praça 9 de Abril, 349 P-4249-004 Porto Tel. +351-22550.82.70 Fax. +351-22550.82.69 geral@ufp.pt.

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(3) Universidade Fernando Pessoa. Mestrado em Ciências da Comunicação. Joana Margarida Rodrigues Lopes Martins A Identidade da Imprensa em Coimbra: os casos de o Diário As Beiras e Diário de Coimbra Porto, Setembro de 2008. Universidade Fernando Pessoa Praça 9 de Abril, 349 P-4249-004 Porto Tel. +351-22550.82.70 Fax. +351-22550.82.69 geral@ufp.pt.

(4) Joana Margarida Rodrigues Lopes Martins. A Identidade da Imprensa em Coimbra: os casos de o Diário As Beiras e Diário de Coimbra. Orientador: Professor Doutor Jorge Pedro Sousa. Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências da Comunicação. ______________________.

(5) Resumo Este trabalho pretende contribuir para o estudo da imprensa regional em Portugal, concretamente através de um estudo de caso que aborda a cidade de Coimbra. Assim, começámos por fazer um esforço de congregação das opiniões e contributos de diversos autores para este estudo, sendo numa segunda fase analisadas algumas das teorias da comunicação social, à luz de uma perspectiva de proximidade. Para concretizarmos este estudo optámos por analisar comparativamente, e também em separado, os dois jornais diários existentes em Coimbra, tentando chegar a uma identidade que ajudasse a definir a imprensa regional naquela zona do país e pretendendo avaliar até que ponto o Diário de Coimbra e o Diário As Beiras dariam a mesma informação, ou antes marcariam pela diferença e diversidade. Utilizámos a metodologia da análise de conteúdo do discurso dos dois jornais, numa perspectiva quantitativa e qualitativa, por considerarmos que este seria o melhor método para alcançar os resultados desejados. Concluímos que os títulos marcam essencialmente pela diferença, quer nas opções editoriais, quer no conteúdo noticioso, ou mesmo na área de abrangência. Em ambos encontrámos marcas de proximidade, sinais claros de falamos de uma imprensa dirigida a comunidades mais pequenas, e pontos de enquadramento na imprensa regional..

(6) Summary This work aims to contribute to the study of the local press in Portugal, specifically through a case study that addresses the city of Coimbra. So, we started this study by making an effort to bring together the points of views from various authors, and, in a second phase, we examined some of the theories of social communication in the proximity perspective.. To achieve this objectives, we have chosen to analyze comparatively, and also separately, the two existing daily newspapers in Coimbra, trying to reach out for an identity that would help us to define the regional press in that area of the country, and seeking to understand if Diário de Coimbra and Diário As Beiras would give the same information, or, instead, would show us that they are different.. We used the methodology of discourse analysis of the two newspapers, in a qualitative and quantitative standpoint, because we believe that this would be the best method to achieve the desired results. We concluded that the objects of study are essentially marked by their differences, either in editorial options, either in news content, or even in the geographic area of coverage. In both of them we found marks of proximity, clear signs that we are dealing with a press directed at smaller communities in the framework of regional press..

(7) Sommaire Ce travail vise à contribuer à l'étude de la presse régionale au Portugal, par une étude de cas qui porte sur la ville de Coimbra. Donc, nous avons commencé à faire un effort pour rapprocher les vues et les contributions des différents auteurs de cette étude, et en une deuxième phase, on a examiné des théories de la communication sociale à la lumière de la perspective de proximité.. Pour réaliser cette étude, nous avons choisi d'analyser comparativement, et aussi séparément, les deux journaux à Coimbra, en essayant de parvenir à une identité qui permettrait de définir la presse régionale dans ce domaine du pays, et en cherchant à évaluer dans quelle mesure Diario de Coimbra et Diário as Beiras donne les mêmes informations, ou, plutôt, serait différents.. Nous on utilisé la méthode d'examiner le contenu du discours des deux journaux, dans un point de vue qualitatif et quantitatif, parce que nous croyons que ce serait la meilleure méthode pour atteindre les résultats souhaités. Nous concluons qu’ ils sont essentiellement différents, dans les options d'édition, dans le contenu, ou même dans la zone de couverture. Dans les deux on a trouvé des marques de proximité, qui sont signes évidents de qu’ on parle de la presse réalisé à petites collectivités, et les points dans le cadre de la presse régionale..

(8) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. Índice INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................5 1. IMPRENSA REGIONAL E LOCAL: FUNÇÕES E PAPÉIS DE UMA REALIDADE..............7 1.1 DA ESPECIFICIDADE DO REGIONAL ................................................................................................7 1.1.1 A importância do segmento ..................................................................................................7 1.2 IMPRENSA REGIONAL E NACIONAL: TERRITÓRIOS DISTINTOS .........................................................9 1.2.1 As diferenças entre os segmentos .......................................................................................10 1.2.2 A procura de proximidade na imprensa nacional ..............................................................13 1.3 CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR DE IMPRENSA REGIONAL ............................................................16 1.3.1 Desenvolvimento e história.................................................................................................18 1.3.2 Números e dados em Portugal............................................................................................23 1.3.3 Problemas que subsistem....................................................................................................27 1.3.4 Diagnóstico do sector.........................................................................................................30 1.4 GLOBAL E LOCAL ........................................................................................................................31 1.4.1 Território de identidade e pertença ....................................................................................33 1.4.2 O novo paradigma comunicacional....................................................................................35 1.4.3 Realidades que não se anulam ...........................................................................................37 1.4.4 Glocalização.......................................................................................................................41 1.5 GEOGRAFIA DA IMPRENSA REGIONAL ..........................................................................................42 1.5.1 Tipos e géneros dos media regionais..................................................................................43 1.5.2 Os critérios que definem a imprensa regional....................................................................45 1.6 A PROXIMIDADE EMERGENTE DO TERRITÓRIO.............................................................................47 1.6.1 Jornalismo mesmo aqui ao lado .........................................................................................48 1.6.2 Local como elemento de identidade....................................................................................50 1.6.3 Imprensa regional, uma forma especializada?...................................................................51 1.6.4 Aspectos de proximidade ....................................................................................................53 1.7 FUNÇÕES DOS MEDIA REGIONAIS .................................................................................................56 1.8 O AMANHÃ DO JORNALISMO REGIONAL .......................................................................................59 1.8.1 Elemento unificador do espaço público..............................................................................59 1.8.2 A visão da imprensa ...........................................................................................................62 1.8.3 Propostas de renovação .....................................................................................................63 1.8.4 Media locais versus suportes digitais: que futuro? ............................................................65. 2. CONCEITOS APLICADOS À IMPRENSA REGIONAL E LOCAL ........................................69 2.1 O ACONTECIMENTO .....................................................................................................................69 2.1.1 Tipos de acontecimentos.....................................................................................................71 2.1.2 Acontecimentos na imprensa regional................................................................................71 2.1.3 Do interesse na imprensa regional.....................................................................................72 2.2 A OBJECTIVIDADE .......................................................................................................................73 2.2.1 A objectividade como ritual estratégico .............................................................................74 2.2.2 Para além da objectividade ................................................................................................77 2.2.3 Conceito desgastado...........................................................................................................79 2.3 O PROCESSO DE SELECÇÃO DA NOTÍCIA .......................................................................................81 2.3.1 Os gatekeepers....................................................................................................................82 2.3.2 Outros tipos de controlo das notícias .................................................................................83 2.3.3 Noticiabilidade ...................................................................................................................85 2.3.4 Os valores que definem a notícia........................................................................................87 2.3.5 A proximidade como critério ..............................................................................................89 2.4 O ESPAÇO E O TEMPO ...................................................................................................................91 2.4.1 Cobertura espacial .............................................................................................................91 2.4.2 Os ponteiros do relógio ......................................................................................................92 2.5 JORNALISMO CÍVICO ...................................................................................................................95 2.5.1 Características do movimento ............................................................................................96. 3. ESTUDO DE CASO .........................................................................................................................97. i.

(9) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. 3.1 A REGIÃO ....................................................................................................................................97 3.2 A IMPRENSA NO DISTRITO DE COIMBRA ......................................................................................98 3.2.1 Estatísticas do distrito ......................................................................................................101 3.3 OS JORNAIS ESTUDADOS ...........................................................................................................101 3.3.1 Os títulos on-line ..............................................................................................................103 3.4 METODOLOGIA ..........................................................................................................................104 3.4.1 Hipóteses para uma análise do discurso quantitativa ......................................................104 3.4.2 Hipóteses para uma análise do discurso qualitativa ........................................................106 3.5 ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA PESQUISA ................................................................................107 3.5.1 As categorias do estudo....................................................................................................109 3.6 RESULTADOS E INTERPRETAÇÃO ...............................................................................................115 3.6.1 Análise quantitativa..........................................................................................................116 3.6.2 Análise qualitativa............................................................................................................154 3.6.3 Coincidências entre conteúdos publicitários e conteúdos jornalísticos ...........................182 4. CONCLUSÃO ................................................................................................................................190. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................195 APÊNDICES...........................................................................................................................................199 APÊNDICE 1: MÉDIA DE PÁGINAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS.............................199 APÊNDICE 2: NÚMERO DE PEÇAS ANALISADAS ......................................................................................201 APÊNDICE 3: TOTAL DE PEÇAS ANALISADAS POR MÊS, EXCLUINDO OS DOMINGOS ................................202 APÊNDICE 4: NÚMERO DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA POR GÉNERO ...............................................203 APÊNDICE 5: NÚMERO DE PEÇAS DO DIÁRIO AS BEIRAS POR GÉNERO ..................................................204 APÊNDICE 6: NÚMERO DE IMAGENS UTILIZADAS NO DIÁRIO DE COIMBRA POR MÊS .............................205 APÊNDICE 7: NÚMERO DE IMAGENS UTILIZADAS NO DIÁRIO AS BEIRAS POR MÊS ................................206 APÊNDICE 8: MÉDIA DE IMAGENS NAS EDIÇÕES ANALISADAS ...............................................................207 APÊNDICE 9: NÚMERO DE PEÇAS POR TEMA NO DIÁRIO DE COIMBRA ...................................................208 APÊNDICE 10: NÚMERO DE PEÇAS POR TEMA NO DIÁRIO AS BEIRAS ....................................................209 APÊNDICE 11: NÚMERO DE PEÇAS POR LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA NO DIÁRIO DE COIMBRA ..............210 APÊNDICE 12: NÚMERO DE PEÇAS POR LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA NO DIÁRIO AS BEIRAS .................211 APÊNDICE 13: NÚMERO DE PEÇAS NAS PRIMEIRAS PÁGINAS .................................................................212 APÊNDICE 14: NÚMERO DE PEÇAS NA PRIMEIRA PÁGINA DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS POR TEMA E DESTAQUE ..........................................................................................................................213 APÊNDICE 15: NÚMERO DE PEÇAS NA PRIMEIRA PÁGINA DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS POR LOCAL E DESTAQUE ........................................................................................................................214 APÊNDICE 16: NÚMERO DE PEÇAS NA PRIMEIRA PÁGINA DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS POR GÉNERO E DESTAQUE ......................................................................................................................215 APÊNDICE 17: TEXTOS DE OPINIÃO NO DIÁRIO DE COIMBRA ................................................................216 APÊNDICE 18: TEXTOS DE OPINIÃO NO DIÁRIO AS BEIRAS ...................................................................225 APÊNDICE 19: TEXTOS DE OPINIÃO APRESENTADOS POR TEMA NO DIÁRIO DE COIMBRA E NO DIÁRIO AS BEIRAS ..................................................................................................................................................232 APÊNDICE 20: TEXTOS DE OPINIÃO APRESENTADOS POR SECÇÃO NO DIÁRIO DE COIMBRA E NO DIÁRIO AS BEIRAS.............................................................................................................................................233 APÊNDICE 21: TEXTOS DE OPINIÃO APRESENTADOS POR GÉNERO NO DIÁRIO DE COIMBRA E NO DIÁRIO AS BEIRAS.............................................................................................................................................234 APÊNDICE 22: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 3 DE OUTUBRO DE 2005.................................................................................................................................................235 APÊNDICE 23: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 11 DE OUTUBRO DE 2005.................................................................................................................................................246 APÊNDICE 25: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 19 DE OUTUBRO DE 2005.................................................................................................................................................256 APÊNDICE 26: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 27 DE OUTUBRO DE 2005.................................................................................................................................................265 APÊNDICE 27: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 4 DE NOVEMBRO DE 2005.................................................................................................................................................275 APÊNDICE 28: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 12 DE NOVEMBRO DE 2005 .............................................................................................................................285 APÊNDICE 29: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA DE 20 DE NOVEMBRO DE 2005..................296 ii.

(10) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. APÊNDICE 30: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 28 DE NOVEMBRO DE 2005 .............................................................................................................................299 APÊNDICE 31: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 6 DE DEZEMBRO DE 2005.................................................................................................................................................310 APÊNDICE 32: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 14 DE DEZEMBRO DE 2005.................................................................................................................................................320 APÊNDICE 33: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.................................................................................................................................................332 APÊNDICE 34: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 30 DE DEZEMBRO DE 2005.................................................................................................................................................341 APÊNDICE 35: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 7 DE JANEIRO DE 2006......................................................................................................................................................349 APÊNDICE 36: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA DE 15 DE JANEIRO DE 2006 .......................359 APÊNDICE 37: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 23 DE JANEIRO DE 2006......................................................................................................................................................362 APÊNDICE 38: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 31 DE JANEIRO DE 2006......................................................................................................................................................372 APÊNDICE 39: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 8 DE FEVEREIRO DE 2006.................................................................................................................................................382 APÊNDICE 40: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 16 DE FEVEREIRO DE 2006.................................................................................................................................................395 APÊNDICE 41: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 24 DE FEVEREIRO DE 2006.................................................................................................................................................408 APÊNDICE 41: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 4 DE MARÇO DE 2006......................................................................................................................................................418 APÊNDICE 42: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA DE 12 DE MARÇO DE 2006 ........................427 APÊNDICE 43: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 20 DE MARÇO DE 2006......................................................................................................................................................430 APÊNDICE 44: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 28 DE MARÇO DE 2006......................................................................................................................................................445 APÊNDICE 45: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 5 DE ABRIL DE 2006......................................................................................................................................................455 APÊNDICE 46: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 13 DE ABRIL DE 2006......................................................................................................................................................468 APÊNDICE 47: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 21 DE ABRIL DE 2006......................................................................................................................................................479 APÊNDICE 48: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 29 DE ABRIL DE 2006......................................................................................................................................................488 APÊNDICE 49: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA DE 7 DE MAIO DE 2006 .............................502 APÊNDICE 50: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 15 DE MAIO DE 2006......................................................................................................................................................505 APÊNDICE 50: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 23 DE MAIO DE 2006......................................................................................................................................................516 APÊNDICE 51: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 31 DE MAIO DE 2006......................................................................................................................................................529 APÊNDICE 52: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 8 DE JUNHO DE 2006......................................................................................................................................................540 APÊNDICE 53: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 16 DE JUNHO DE 2006......................................................................................................................................................555 APÊNDICE 54: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 24 DE JUNHO DE 2006......................................................................................................................................................567 APÊNDICE 55: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA DE 2 DE JULHO DE 2006 ............................578 APÊNDICE 56: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 10 DE JULHO DE 2006......................................................................................................................................................581 APÊNDICE 57: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 18 DE JULHO DE 2006......................................................................................................................................................589 APÊNDICE 58: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 26 DE JULHO DE 2006......................................................................................................................................................599 APÊNDICE 59: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 3 DE AGOSTO 608. iii.

(11) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. APÊNDICE 60: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 11 DE AGOSTO ..............................................................................................................................................................618 APÊNDICE 61: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 19 DE AGOSTO ..............................................................................................................................................................626 APÊNDICE 62: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA DE 27 DE AGOSTO .....................................634 APÊNDICE 63: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 4 DE SETEMBRO ..............................................................................................................................................................637 APÊNDICE 63: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 12 DE SETEMBRO ..............................................................................................................................................................647 APÊNDICE 64: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 20 DE SETEMBRO ..............................................................................................................................................................655 APÊNDICE 65: ANÁLISE DE PEÇAS DO DIÁRIO DE COIMBRA E DO DIÁRIO AS BEIRAS DE 28 DE SETEMBRO ..............................................................................................................................................................663 ANEXOS .................................................................................................................................................673 ANEXO 1: HÁBITOS DE LEITURA DE JORNAIS REGIONAIS E NACIONAIS POR DISTRITO ............................673 ANEXO 2: ÍNDICE DE LEITURA DE JORNAIS REGIONAIS E NACIONAIS .....................................................674 ANEXO 3: ÍNDICE DE LEITURA DE JORNAIS REGIONAIS POR DISTRITO ....................................................675 ANEXO 4: HÁBITOS DE LEITURA DE IMPRENSA REGIONAL E LOCAL EM PORTUGAL (2000)....................676 ANEXO 5: PERFIL DOS LEITORES DE IMPRENSA REGIONAL.....................................................................677 ANEXO 6: LEITURA DE JORNAIS REGIONAIS SEGUNDO A PERIODICIDADE DOS MESMOS .........................678 ANEXO 7: PERCENTAGEM DE LEITORES DE IMPRENSA REGIONAL POR DISTRITO (2007) ........................679 ANEXO 8: PERCENTAGEM DE LEITORES DE IMPRENSA REGIONAL POR DISTRITO (2006) ........................680 ANEXO 9: TIRAGEM E CIRCULAÇÃO DO DIÁRIO AS BEIRAS (2007).......................................................681 ANEXO 10: TIRAGEM E CIRCULAÇÃO DO DIÁRIO DE COIMBRA (2007) .................................................682 ANEXO 11: ANÁLISE DE DADOS DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA O CONTROLO DE TIRAGENS E CIRCULAÇÃO (2007) .............................................................................................................................683 ANEXO 12: EDIÇÃO ON-LINE DO DIÁRIO DE COIMBRA ..........................................................................685 ANEXO 13: EDIÇÃO ON-LINE DO DIÁRIO AS BEIRAS .............................................................................686. iv.

(12) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. Introdução O objecto do nosso estudo é a imprensa regional. Estudar a realidade da imprensa regional não é novidade, mas afigurou-se-nos antes como necessário, sobretudo se tivermos em consideração que este género é amplo, varia de região para região e é, ainda hoje, algo associado aos poderes e elites locais, sendo que muitos autores, como João Carlos Correia (1998, p. 158) lhe associam ainda traços de ruralidade e inércia. Parece-nos, no entanto, que esta imprensa tem vindo a sofrer reconfigurações, na medida em que, ainda que seja por uma questão de sobrevivência, se tem vindo a adaptar e a deixar de lado um estilo de jornalismo mais arcaico e uma essência conotada com a opinião. Ainda que não estejamos perante uma realidade uniforme em todo o país, encontramos na imprensa regional um objecto de estudo interessante, sobretudo se o olharmos desse prisma perante o qual ainda tem um caminho a percorrer, do qual estarão a ser dados já alguns passos. Assim, o interesse do tema não se esgota no simples apontamento das suas fragilidades, mas antes pode ser visto como um contributo para a mudança, para fazer mais e melhor, tentando até alguns prismas de renovação, como aqueles que sugere López García (2004, pp. 68-69). O estudo deste sector da comunicação social apoiou-se em pesquisas semelhantes, que escolheram o mesmo objecto, como é o caso de Sofia Santos (2007), que desenvolveu uma pesquisa acerca dos media regionais do distrito de Lisboa, procurando saber mais do estado dos títulos e profissionais do sector, e alcançando um diagnóstico que nos permite inferir algumas medidas a tomar quando pensamos no amanhã desta imprensa. Desde logo a nossa pesquisa se ancorou em Coimbra, não só pela proximidade inerente ao facto de ser esse o nosso local de implantação geográfica, mas também porque nos pareceu que a imprensa regional no distrito poderia suscitar questões pertinentes. Desde logo a questão da existência de dois jornais diários regionais editados na mesma cidade, um dos poucos casos no país, e também o facto de Coimbra se assumir como pólo universitário e de saúde, contendo ainda traços de importância política e até desportiva. Quisemos, portanto, perceber exactamente o que espelhavam estes jornais de larga difusão da cidade, como sobrevivem e como tratam a informação, inquirindo se se. 5.

(13) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. limitam a um mimetismo editorial, ou se, pelo contrário, primam pela diferença que pode existir na informação inerente à cidade. No capítulo 1 abordámos este género de proximidade, procurando distingui-la da imprensa denominada nacional e que, pelo seu território de abrangência e implantação, procura alcançar o todo do país, ao invés de uma localidade ou região. Quisemos ainda mostrar os traços que definem este “jornalismo de proximidade”, tal como o apelidou Carlos Camponez (2002), não só que toca ao nosso país, mas também no que diz respeito a este género como um todo, com suas falhas e potencialidades, segundo as visões de diferentes autores. Procurámos enquadrar os conceitos de global e de local, seus pontos de distanciamento e de aproximação, numa perspectiva de mundialização e massificação da informação que não exclui esta forma de imprensa tradicional. Ainda na primeira parte deste trabalho procurámos avaliar o futuro da imprensa regional, pesquisando algumas propostas de renovação para o género, ao mesmo tempo que estabelecemos também um paralelismo com a nova sociedade de informação e conhecimento. Deixámos o segundo capítulo da dissertação para pegarmos em alguns conceitos e teorias do jornalismo, como sendo a noção de acontecimento, a objectividade, os processos de selecção da notícia, o espaço, o tempo e o jornalismo cívico. Foi nossa intenção olhar estas teorias à luz da sua aplicação na imprensa regional, tentando assim encontrar-lhe novos ângulos de abordagem. Por último, no que toca ao estudo de caso, escolhemos então como objectos de análise os dois jornais de imprensa diária da cidade de Coimbra: o Diário As Beiras e o Diário de Coimbra. Analisámos as suas edições durante um ano, utilizando a metodologia da análise de conteúdo qualitativa e quantitativa e procurámos pontos comuns e de diferenciamento, elementos identitários e traços característicos dos media regionais. Quisemos averiguar a pertinência da existência de dois jornais diários na mesma cidade e perceber até que ponto eles se completam ou imitam e qual a sua vocação em termos informativos.. 6.

(14) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. 1 Imprensa Regional e Local: Funções e Papéis de uma realidade 1.1 Da especificidade do regional Existe uma frase consagrada que define os media tradicionais: a rádio anuncia, a televisão mostra e a imprensa explica. A este velho slogan poderíamos acrescentar que a imprensa regional especifica. Ainda que aos jornais em geral caiba esta função de explicar o acontecimento, será porventura nos títulos de carácter regional que a informação se torna mais específica, face à dimensão territorial mais reduzida da sua área de abrangência. Vivemos numa aldeia global, mas o espaço não se esgota para o local, para o específico, para o identitário e para a noção de pertença a um território específico. Ao mesmo tempo que cada vez mais somos cidadãos do mundo, são as nossas raízes que definem quem somos. E num país como Portugal, onde subsistem ainda traços profundos de ruralidade, a modernidade ainda não é sinónimo do esbater das tradições e pode, ao mesmo tempo, significar avanços importantes no caminho da imprensa regional. Assim, para nós, a imprensa regional ainda é a voz do público, o espelho dos problemas que o atormentam na sua própria rua, no seu bairro, na sua cidade, ou na sua região. É nos títulos de índole local que o leitor encontra a partilha das suas preocupações mais imediatas e que ele próprio ganha voz. É nesta imprensa de especificidade que o público lê a entrevista do presidente da sua Junta de Freguesia, encontra o resultado do jogo de futebol da equipa da sua vila e se inteira do que tem a dizer o vizinho do lado. A região é-lhe explicada e especificada no dia-a-dia, de acordo com as rotinas e preocupações dos seus habitantes, daqueles que com ele dividem o mesmo espaço geográfico. Tudo isto sem prejuízo de uma informação mais generalista que parte do particular para o geral, bem como de uma informação geral a abrangente em termos da região e suas instituições.. 1.1.1 A importância do segmento Existem várias definições que procuram explicar o que se entende por imprensa regional. Fernando Cascais é um dos autores que nos apresenta essa definição.. 7.

(15) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. [A imprensa regional define-se como o conjunto de] publicações periódicas cujo conteúdo e distribuição se destinam sobretudo a comunidades regionais e locais. […] Ao contrário de outros países europeus, a imprensa regional portuguesa não registou grande desenvolvimento, oscilando entre uma maioria de estruturas débeis ou pouco mais do que artesanais a alguns projectos empresariais e profissionais de relevo. No entanto, a imprensa regional constitui uma força social activa, guardiã da cultura local e elo de ligação com as comunidades emigradas. (Cascais, 2001, pp. 109-110).. Esta definição é algo limitada mas permite ter uma visão geral do que queremos dizer quando utilizamos a expressão imprensa regional. Ao utilizarmos este conceito ao longo deste trabalho estamos em primeiro lugar a referirmo-nos à imprensa escrita, por ser ela o objecto primeiro do nosso estudo. Não invalida, no entanto, que muitos dos traços apontados no que toca à identidade, território e proximidade não sejam também de igual modo aplicados à televisão e à rádio. María José Cantalapiedra (cit. in Mercadé, 1997, 59) define a informação local como aquela que se refere à narração de acontecimentos e opiniões cujo interesse não transcendo um âmbito geográfico e reduzido em termos populacionais. Mercadé (1997, p. 60) vai mais longe e enquadra neste conceito as “publicações periódicas que se editam e distribuem nos municípios e núcleos urbanos que têm identidade própria e cujo conteúdo informativo responde a temas que afectam directamente a vida municipal… Suprimem o vazio que geram os grandes meios de comunicação”. Nesta primeira abordagem já contamos com dois conceitos importantes para percebermos a realidade em que se movimenta a imprensa regional: território e identidade. Queremos ainda esclarecer que é a comunidade onde o jornal está enraizado aquela que primeiro define a imprensa regional, porque estes meios de comunicação existem para servir de intermediários entre a informação do local e esses habitantes que compõem a dita comunidade. Associada à comunidade está a identidade, enquanto conjunto de valores que congrega a história, as crenças, tradições e especificidades desse grupo de pessoas que consome essa imprensa regional, e que nela deve ver reflectida esses mesmos elementos. A comunidade de que aqui falamos está assente num território geograficamente delimitado, ainda que o interesse da informação que lá é produzida não se esgote nas fronteiras do local – temos a questão dos emigrantes como exemplo maior. É, como afirma Mercadé (1997, p. 62), um “jornalismo de serviço directo, próximo, utilitário e comprometido; de conteúdos que valorizam e realçam o. 8.

(16) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. modesto e quotidiano”, ou seja, uma “comunicação focalizada”, por oposição ao que o autor denomina de “comunicação panorâmica” (imprensa nacional). Barreiras Duarte (2005, p. 13) considera a informação de proximidade como um “importante instrumento do desenvolvimento económico e social das diversas regiões”. Atentando na proximidade que a caracteriza, o autor acrescenta ainda que estes meios de comunicação social representam “um importante capital de formação, socialização, e, em última análise, de formação para a cidadania, factores decisivos na construção de massa crítica para o desenvolvimento local e regional”. É sem dúvida a estes meios de comunicação que cabe um papel relevante nos passos que a comunidade dá em direcção ao futuro. Um público bem informado e inteirado da realidade traduz-se em cidadãos conscientes do seu papel no mundo e na região. São eles os mesmos que podem encetar rumos de desenvolvimento para a sua rua, cidade, região ou país. É portanto uma imprensa de proximidade, termo tão bem aplicado por Carlos Camponez e que congrega uma série de aspectos que ajudam à sua definição. É próxima porque está ali ao lado, porque transborda conteúdos que dizem respeito a quem está naquele território e porque o seu papel é ajudar no desenvolvimento da comunidade, ao mesmo tempo que deve ser uma intermediária entre o público e o local. É próxima porque é regional e porque a região é geograficamente mais pequena e permite essa mesma proximidade entre a imprensa e as fontes, os actores e as instituições que fazem o acontecimento. Todos estes aspectos, aos quais necessariamente acrescem mais alguns, serão abordados ao longo deste trabalho.. 1.2 Imprensa regional e nacional: territórios distintos Não podemos confundir a imprensa que encontra a sua vocação num país, ou seja, num território nacional, com aqueles media cuja vocação está em espaços mais reduzidos, como sejam uma localidade ou uma região. É por isso importante distinguir estes dois géneros segundo a sua abrangência. La comunicación local en el siglo XX existe porque hay una sociedad local con determinadas características – diferentes en cada caso – económicas, sociales y culurales que precisa de medios para la socialización del conocimiento y la canalización de información y opinión. (López García, 2004, p. 96). 9.

(17) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. Falar em imprensa regional é atingir um público específico, um grupo de leitores que se encaixam em determinada região e apreendem, dos jornais dessa região, a informação que concerne a mesma. Ainda que estes periódicos possam conter informação de âmbito nacional, os leitores procuram sobretudo inteirar-se daquilo que acontece no espaço físico no qual eles se enquadram. Assim, enquanto um jornal nacional pretende abranger a população do país, a imprensa regional encontra a sua vocação na informação delimitada de determinado território onde está implantada. Um bom exercício é imaginarmos uma notícia de âmbito nacional como, por exemplo, uma decisão governativa afecta às escolas do país. Se o título de imprensa nacional vai explicar ao leitor do Minho, do Centro e do Algarve exactamente quais as implicações da nova lei, a imprensa regional preocupar-se-á em ouvir a professora e o aluno da escola da cidade em causa.. 1.2.1 As diferenças entre os segmentos Num estudo realizado por Paulo Ferreira (2005, p. 145), deparamo-nos com uma forte prevalência da informação considerada relevante para o país nas páginas da imprensa nacional, sendo que o autor refere que entre 1995 e 1999 existem 1325 referências a notícias sobre esses factos relevantes nos principais órgãos da imprensa nacional e apenas 66 nos media regionais. Para o autor, este fenómeno é tanto mais espantoso, quanto os estudos mais recentes à época mostravam uma clara opção dos leitores pelo consumo de títulos da imprensa regional (Ferreira, 2005, p. 145). A nosso ver, estes dados são claros indicadores dos distintos papéis representados pelos dois segmentos da comunicação social. No entanto, os leitores da imprensa regional não deixariam de ganhar em ter uma informação de ordem nacional, ainda que reduzida, mas que fosse, de certo modo, abrangente, sobretudo no que toca a temas considerados relevantes, como são aqui os analisados por Paulo Ferreira. Na informação nacional encontramos, portanto, os interesses gerais da sociedade, enquanto que a imprensa regional nos oferece um ângulo mais concreto e específico de uma comunidade (Cagide, 2000, p. 36). Barreiras Duarte (2005, p. 14), por sua vez, assinala as diferenças apontando à imprensa regional “uma capacidade de gerar informação mais útil e com impacto mais imediato no dia-a-dia das populações”.. 10.

(18) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. Assim, as duas formas de informação não são rivais, mas antes se completam e encontram um espaço próprio na sociedade. O jornal nacional não pode chegar aos interesses específicos de cada uma das comunidades concretas que compõem o país, assim como o jornal regional não consegue abranger a informação local e ao mesmo tempo fazer uma cobertura uniforme e abrangente do todo nacional. Fica-se, na maioria das vezes, pela informação sumária de âmbito nacional, valorizando antes a especificidade do que acontece na rua, na vila, na cidade ou na região. É essa, aliás, a sua vocação. Carlos Camponez (2002, p. 95) faz referência à concepção de Sanfiz Raposo, para quem os media locais se fundam no objectivo de preencher o espaço que existe entre a comunicação individual (boca a boca, telefone, etc.) e os media de âmbito nacional e internacional, que cobrem obrigatoriamente uma actualidade diferente. É, de facto, uma mediação, o preencher de uma lacuna, que oferece ao leitor da imprensa regional a possibilidade de saber mais sobre o que se passa à sua volta, sem ser apenas pelas conversas de vizinhança e de café. Segundo Fernando Salgado Garcia (2000, p. 91), é a vocação de cada um dos jornais que os distingue. Assim, enquanto que a imprensa nacional centra a sua perspectiva nos acontecimentos que cobrem o mundo, o jornal regional aposta na perspectiva desses mesmos acontecimentos na sua comunidade. El periódico central tiene vocación de generalidad y el periódico local tiene vocación de singularidad. El primero busca la cima de la montaña para tener una perspectiva más amplia desde las alturas, el segundo se propone profundizar mucho más en las raíces, en la base, en la perspectiva celular. (Salgado Garcia, 2000, p. 91). O autor pretende assim mostrar que os pontos de vista dos dois jornais são diferentes. Enquanto o jornal de âmbito nacional é mais geral e procura ver de cima para baixo, abarcando uma visão mais global da informação, o título regional procura aprofundar os acontecimentos singulares que concernem determinado local. É, aliás, este tipo de acontecimentos singulares que vai de encontro às expectativas de quem procura a imprensa local. Tal como explicávamos há pouco, a diferença entre estes dois tipos de meios de comunicação social prende-se também com o ângulo de abordagem da informação, que varia consoante o público a que o media se destina.. 11.

(19) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. João Mesquita (cit. in Camponez, 2002, p. 107) considera que as noções de imprensa regional e imprensa nacional, em Portugal, são apenas usadas por comodidade, na medida em que cada jornal se reporta ao território onde está implantada a sua sede. Assim, segundo o autor, é curiosa a designação de jornais como os já extintos A Capital ou O Comércio do Porto, os quais tendemos a intitular de jornais nacionais. Camponez (2002, p. 108) conclui, por isso, que o que parece distinguir os dois tipos de imprensa são as suas formas de organização empresarial, a par com a estratégia vocacionada para uma abordagem de temas mais generalistas, quanto mais generalista se pretenda que seja o público, num território mais ou menos vasto. O autor releva, no entanto, que a implantação geográfica do título circunscreve o seu âmbito de acção, nomeadamente em termos do espaço geográfico de implantação, que é também o local de produção e apreensão dos acontecimentos; do espaço de difusão privilegiada e estratégica; dos conteúdos partilhados; da informação disponível; e da selecção do ou dos públicos (Camponez, 2002, p. 108). A nosso ver é mesmo este local de implantação geográfica do meio de comunicação social que pode condicionar a sua vocação. Se o Jornal de Notícias tem a sua sede na cidade do Porto, a informação que acontece na zona Norte do país terá uma cobertura maior do que no Diário de Notícias que tem a sua sede em Lisboa. É até uma questão de recursos humanos, visto que a sede do jornal conta com um número maior de profissionais a trabalhar do que as suas delegações. Além disso, é um facto que, neste caso, o Jornal de Notícias tem um maior índice de leitores na zona norte do país, o que torna os cidadãos nortenhos uma espécie de público-alvo camuflado, ainda que a sua vocação seja a nacional e pretenda, uniformemente, chegar à informação de todo o país. Isto também nos parece ser verdade para os títulos de imprensa regional. Um jornal local em Lisboa será certamente diferente de um periódico no Minho, visto que o seu local de abrangência é a capital, onde tem lugar o maior número de acontecimentos que dizem respeito à vida do país. Carlos Camponez (2002, p. 19) aponta as especificidades que definem a imprensa regional. De acordo com o autor caracterizam-na a sua “forte territorialização”, a “territorialização dos seus públicos”, a proximidade em relação aos “agentes e às instituições sociais que dominam esse espaço”, “o conhecimento dos seus leitores e das temáticas correntes na opinião pública local”. Camponez considera que isto distingue as. 12.

(20) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. duas formas de imprensa – a nacional e a regional – “ainda que ambas possam ser consideradas formas de comunicação de massa e utilizem suportes que entram nessa categoria demasiado abrangente de mass media”. Essa proximidade da comunidade de lugar, criada na partilha de valores e de um território é também geradora de formas comunicacionais características de que a imprensa e local é um exemplo. E isso faz a diferença entre o órgão de comunicação “da terra” e os outros: os de outras regiões, os nacionais, os de além-fronteiras. (Camponez, 2002, p. 20). Claro que o território é um forte elemento de distinção entre estas duas formas de imprensa, como o é também a questão da proximidade. As fronteiras e as realidades são diferentes e, como tal, não podemos ver na imprensa regional e na imprensa nacional o mesmo tipo de actuação ou informação. No entanto, todos estes elementos de diferenciação são apenas isso: características associadas a cada uma das formas distintas de imprensa, no que concerne à sua área de abrangência territorial. Não pretendemos aqui defender que o público da imprensa nacional não tem qualquer sentimento de pertença e de partilha com a informação de âmbito mais geral. Queremos apenas estabelecer alguns pontos que ajudam a enquadrar um ou outro jornal nas respectivas vocações territoriais, facilitando assim o ajustamento da análise que pretendemos fazer da imprensa regional, seus valores, modos de estar, formas de actuação e relação com o público. Deixamos bem claro que existe espaço para ambas as formas de imprensa, como existe também lugar no quotidiano informativo para os media de âmbito transnacional e internacional. O leitor que se interessa pelos problemas da sua comunidade não é indiferente ao mundo, nem ao seu próprio país, assim como o público que busca a informação mais abrangente não passa ao lado do que acontece ao fundo da sua rua.. 1.2.2 A procura de proximidade na imprensa nacional Gaye Tuchman (cit. in Traquina, 1988, p. 170) defende que as empresas jornalísticas estendem uma rede noticiosa de modo a abranger acontecimentos num espaço mais alargado. Para alcançar tal propósito existem três estratégias: 1) A territorialidade geográfica – as empresas dividem o mundo em áreas de responsabilidade territorial; 2) a especialização organizacional – as empresas estabelecem «sentinelas» em certas organizações que, do ponto de vista dos valores-notícia, produzem os acontecimentos. 13.

(21) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. julgados com noticiabilidade; 3) a especialização em termos de temas – as empresas autodividem-se em secções que enchem certas «rubricas» do jornal. Quanto às áreas de responsabilidade territorial, podemos inferir que se trata de garantir a abrangência de todo o país e não só o território de implantação do jornal (a cidade que alberga a sua sede). A especialização organizacional é precisamente o cobrir dos acontecimentos com elementos colocados em instituições ou organizações chave, das quais podem mesmo ser um exemplo as instituições europeias, onde trabalham jornalistas de títulos nacionais, com acesso in loco à informação. No que toca à especialização em certos temas, podemos referir os cadernos de cultura e de economia que compõem muitos dos jornais, procurando assim satisfazer o interesse por temas específicos que, muitas vezes, não cabem na produção noticiosa da informação. Basicamente estas lacunas na rede noticiosa prendem-se também com o facto de a grande maioria dos jornalistas exercer a sua actividade profissional, em larga escala, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Isto não só os condiciona quando se trata de abordar acontecimentos respeitantes a outras zonas do país – visto que não se encontram lá e, logo, a informação não é tão fiel como se testemunhassem o acontecimento, ou mesmo se estivessem inseridos naquela comunidade para melhor a compreenderem – como também é sinal de que são escassos os jornalistas que se dividem pelos restantes concelhos e distritos do país. Gans (cit. in Traquina et al., 2001, p. 61) refere que o resto do país era notícia quando havia desordem, ou quando lá se deslocava um chefe de estado ou autoridade institucional. De facto, estas são estratégias utilizada por muitos meios de comunicação social, cuja vocação original é uma informação mais alargada e abrangente em termos de território. O mesmo público que procura inteirar-se desses acontecimentos também tem interesses mais específicos e na guerra das audiências ou na simples vontade de chegar mais longe, e ao mesmo tempo mais perto, as empresas jornalísticas optam não só pela generalidade, mas também por uma tentativa de aproximação ao acontecimento mais local ou mais específico. Nos anos 90 o grupo Sonae lançou o jornal Público, inovador em termos de conteúdo, no que respeita ao tratamento de fundo dos assuntos diários, e também em termos de apresentação gráfica. Foi este o primeiro jornal que introduziu edições diferenciadas no Porto e em Lisboa (Rodriguez, 1994, p. 381). Ainda que hoje em dia essa realidade 14.

(22) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. esteja mais esbatida, há cerca de três anos títulos como o Jornal de Notícias ou o Público tinham edições diferentes consoante a área de difusão do jornal. O Jornal de Notícias tinha, aliás, quatro edições distintas: Minho, Porto, Centro e Lisboa. Hoje em dia os títulos mantêm as delegações ou correspondentes, mas o jornal é igual para todos, independentemente da sua área de distribuição. A área metropolitana de Lisboa concentra 37% do consumo de jornais diários de circulação nacional e o Porto acumula 23%. Juntas, as duas metrópoles, detêm cerca de 60% do consumo de jornais diários em Portugal (Faustino, 2005, p. 48). Assim, assume especial importância a descentralização editorial que se consignou no surgimento de edições locais integradas nos grandes diários nacionais, visto que os restantes 40% eram representativos de um público que se interessa por temas fora do âmbito territorial das duas maiores cidades do país. Paulo Faustino (cit. in Faustino, 2005, p.48) aponta dois motivos que levam os grandes diários nacionais a inserirem edições locais. O autor refere um motivo de natureza informativa, visto que a intenção é “aproximar o jornal do leitor, oferecendo-lhe informação local”. A segunda razão tem a ver com as preocupações ao nível empresarial, no sentido da procura de novos recursos através da publicidade. Ambas podem justificar a estratégia, mas o produto final é o mesmo e prende-se com a ampliação da área de acção do título, espremendo regionalmente questões que podem interessar a um público mais circunscrito que, até aí, precisava de comprar dois jornais diferentes para ter acesso a dois tipos de informação: a nacional e a regional. Para Xosé López García (2004, pp. 63-64) o local encontrou o seu espaço na organização dos conteúdos dos meios de comunicação social de índole nacional e a oferta é cada vez maior, na medida em que foram também revalorizados os conceitos de local e de regional no cenário da União Europeia, através das suas instituições viradas para estes territórios e divisões administrativas que as contemplam. O autor refere que este trabalho das edições locais é feito por profissionais, os quais precisam de ter um bom conhecimento da sociedade do local em questão, assim como do seu âmbito geográfico, no fundo parecidos com os jornalistas que trabalham nos meios de comunicação regionais (López García, 2004, p. 64). No entanto, existem diferenças, visto que estas secções de informação local são uma pequena parte de um projecto geral com uma estrutura e modo de organização distinto. O enfoque, as técnicas e os formatos. 15.

(23) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. nem sempre são, por isso, coincidentes com os títulos exclusivamente regionais, porque o nacional não dá total prioridade ao que é próximo (López García, 2004, p. 64). Estas secções assemelham-se em muitos aspectos à imprensa regional, mas não a substituem nas suas características fundamentais. Como tal, falamos de jornais de difusão nacional que, apesar das edições locais diferenciadas que congregam, não deixam de dedicar apenas uma pequena parte à informação de proximidade. Segundo a tipologia de Gabriel Ringlet (1981, p. 85-86), os jornais nacionais que englobam secções locais enquadram-se na categoria de “semi-local”. Na verdade, tal como o autor descreve, são títulos onde falta uma verdadeira vocação regional, sendo que eles procuram um compromisso entre os seus leitores nacionais e a realidade local ou regional, maioritariamente por uma questão de rentabilidade. Ringlet (1981, p. 86) fala mesmo numa subordinação desta informação local ao resto da informação. Falamos, claro, de duas realidades diferentes que não deixam, no entanto, de se tocar em aspectos tão importantes como a proximidade e a observação privilegiada do desenrolar dos acontecimentos. A secção local de um jornal de amplitude nacional não substitui nem anula o papel dos títulos de âmbito regional. No entanto, a especificidade da informação mediante a zona geográfica de veiculação do jornal, traz uma mais-valia ao nível do leitor do título nacional que tem a visão privilegiada do país no geral e da sua região em particular.. 1.3 Caracterização do sector de Imprensa Regional Caracterizar a imprensa regional é mais do que reduzi-la a uma série de tipos de jornais. Não podemos também inserir neste conceito todos os títulos cuja amplitude seja menor do que a informação de âmbito nacional, visto que, ainda que estes tenham, de facto, um carácter regional, são distintos entre si. No nosso universo mediático, a expressão imprensa regional sempre foi sonante porque sugere de imediato um leque de pequenos jornais não diários, mais vocacionados para a história quotidiana das comunidades locais do que para o país ou o mundo. A denominação remete-nos também para projectos pessoais, que na sua maioria ainda são reflexo dos primórdios da imprensa. (Santos, 2007, p. 26-27). De facto, enquadra-se na imprensa regional todo e qualquer jornal que se reporte a uma comunidade ou região de menor amplitude territorial do que aqueles títulos que procuram abranger a totalidade de um país. Sofia Santos (2007, p. 26) aponta que a 16.

(24) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. expressão imprensa regional sugere de imediato “um leque de pequenos jornais não diários, mais vocacionados para a história quotidiana das comunidades locais do que para o país ou para o mundo”. Reitera ainda que esta denominação nos remete muitas vezes para projectos pessoais que ainda contêm “reflexos dos primórdios da imprensa”. No entanto, dentro dessa definição mais abrangente existem meios de comunicação com vocações distintas, sejam elas religiosas, políticas ou sociais. Temos também jornais que procuram abranger uma região maior englobando, por exemplo, vários distritos, e aqueles que se limitam à sua cidade, ou mesmo à sua vila. A Lei de Imprensa contempla estas publicações no artigo 14.º. O documento faz a distinção entre a imprensa regional e nacional, definindo a primeira como aquela que é composta por publicações que, pelo seu conteúdo e distribuição, se destinem predominantemente às comunidades regionais e locais. Considera-se imprensa regional todas as publicações periódicas de informação geral, que se destinem predominantemente às respectivas comunidades regionais e locais, dediquem de forma regular, mais de metade da sua superfície redactorial a factos ou assuntos de ordem cultural, social, religiosa, económica ou política a elas respeitantes e não estejam dependentes directamente ou por interposta pessoa, de qualquer poder político, inclusive o autárquico.. Além desta distinção, que se limita a “partir” geograficamente o espaço da imprensa regional, é ainda possível ter em conta parâmetros como o facto de o jornal regional ser ou não diário, abarcar um ou mais concelhos, ou apenas uma localidade (Santos, 2007, p. 28). Neste âmbito, Palmeiro (cit. in Santos, 2007, p. 29) aponta o facto de existir uma relação fraca da população de Lisboa e do Porto (onde se situam os títulos nacionais) com a imprensa regional, afirmando que nestas localidades “não existe imprensa regional, o que há é imprensa urbana e suburbana”. Como já referimos acima, é certamente diferente a ligação do leitor de imprensa regional de Lisboa e do leitor de imprensa regional no Minho, até porque os títulos de âmbito mais reduzido existentes na capital, não deixam de estar inseridos num espaço de acção da maioria dos acontecimentos que se estendem à própria realidade do país. O Decreto-Lei n.º 106/88, de 31 de Março define no seu preâmbulo: A imprensa regional desempenha um papel altamente relevante, não só no âmbito territorial a que naturalmente mais diz respeito, mas também na informação e contributo para a manutenção de laços de autêntica familiaridade entre as gentes locais e as comunidades de emigrantes dispersas pelas partes mais longínquas do mundo. 17.

(25) UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA. A IDENTIDADE DA IMPRENSA EM COIMBRA. De facto, não podemos ser indiferentes, nesta caracterização do sector da imprensa regional, à questão dos laços identitários que um título de índole local estabelece com a comunidade onde se insere, tenha ela uma presença física no local ou não. Os imigrantes espalhados pelo mundo também encontram nestes media um veículo privilegiado que lhes permite aceder ao seu território de pertença, onde estão as suas raízes e onde deixaram familiares ou amigos. João Carlos Correia (1998, p. 160) reitera que estas definições não limitam a imprensa regional à região na qual ela se insere. Pelo contrário, vêm mostrar que, ainda que essas fronteiras sejam ultrapassadas, isso “não se traduz no desenraizamento em relação às realidades vividas das comunidades locais de que as notícias são referentes”. O facto de a informação chegar além fronteiras, nomeadamente com este exemplo dos imigrantes, não é, de facto, sinónimo de desenraizamento. Para terem sentido os acontecimentos de âmbito local não têm de se resumir a um círculo fechado de leitores e as fronteiras da região podem ser ultrapassadas sem prejuízo para o título em causa.. 1.3.1 Desenvolvimento e história A Gutenberg devemos a tipografia moderna, ou seja, aquela que se estendeu até aos finais do século XIX, quando deu lugar à tipografia contemporânea. Estávamos no século XV quando ele inventou a tipografia e permitiu, deste modo, a difusão e impressão da informação sob o formato de jornal. Mas este foi apenas o primeiro passo num caminho que conheceria diversas fases e evoluções, passaria por décadas de história que influenciariam o desenvolvimento dos meios de comunicação social e a sua relação com o público e com os próprios profissionais dos media. A história da imprensa portuguesa não poderá ser observada como um fenómeno isolado e sui generis, mas como um dos aspectos – certamente um dos aspectos mais vivos e expressivos – da história da nossa cultura. (Tengarrinha, 1989, p. 263). Foram as Gazetas da Restauração os primeiros periódicos portugueses, surgidas a 1 de Dezembro de 1640, sendo que, após ter começado, o movimento de surgimento de periódicos foi imparável. É precisamente na segunda metade do século XIX que surgem títulos como o Diário de Notícias, O Comércio do Porto, O Primeiro de Janeiro, o Jornal de Notícias, o Jornal do Comércio, O Século e o Diário de Notícias da Madeira.. 18.

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