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Justificativa para o Estudo I

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Curso de Formação Surdez,

Linguagem e Comunicação

Alternativa

Profa. Carolina Magalhães CRFa 11179/RJ Curso de Fonoaudiologia Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Justificativa para o Estudo I

Introdução da CAA no trabalho de crianças

com múltipla deficiência + surdez que não

conseguem oralizar ou aprender Libras.

Parceria entre:

Curso de Fonoaudiologia - Programa de

Atenção à Saúde Auditiva

Curso de Terapia Ocupacional

Serviço de atenção à saúde auditiva

Credenciamentos em 2007

(PortariaGM nº 2.073/04)  Alta Complexidade - referência para avaliação,

diagnóstico e reabilitação em crianças até

3a11m. ou com afecções associadas

(neurológicas, psicológicas, síndromes genéticas, cegueira, visão subnormal).  Média complexidade (Ambulatório de surdez do

curso de fonoaudiologia) - acompanhamento terapêutico em idade escolar.

 Proposta bilingue: língua oral + LIBRAS, visando a aquisição de linguagem e de conceitos básicos da educação infantil

Perfil da demanda

A demanda por atendimentos à usuários com

múltipla

deficiência

tem

aumentado

progressivamente

no

serviço

de

fonoaudiologia.

Dados

internacionais

revelam

que

aproximadamente 40% das crianças surdas

apresentam outras deficiências (Moores,

2001; Mitchell and Karchmer, 2006).

Questão: prognóstico desfavorável

 Língua oral:

 Usuários que não se beneficiam de recursos tecnológicos como AASI e/ou IC  Problemas motores  Déficit cognitivo

LIBRAS:

Problemas motores Déficit cognitivo

Novas necessidades

Estrutura física, equipamentos e

recursos

humanos especializados

T.O.:

(2)

Proposta e objetivos

Agregar o conhecimento fonoaudiológico ao

conhecimento da Terapia Ocupacional

Prestar

assistência

multiprofissional

especializada em casos múltipla deficiência

 Instrução diferenciada, através de sistemas de símbolos que utilizem figuras

 Proporcionar o desenvolvimento da comunicação alternativa ou suplementar visando o desenvolvimento emocional, social, linguístico e cognitivo (Spencer e Marschark, 2010).

LIBRAS

Língua ou Linguagem?

Linguagem x Língua

Meio de comunicação humano ou não humano, natural ou artificial do corpo, dos gestos, dos outros animais, musical, matemática, imagética, dos sinais e apitos de trânsito, das expressões faciais, verbal >língua... (Fernandes,2003)

Capacidade humana – capacidade biológica relacionada à cognição da espécie GU

Traços comuns a todas as línguas

Usos da Lgg – discursos (narrativo, argumentativo, político, midiático...) Linguagem não verbal X verbal / Extralinguístico X Linguístico

Linguagem

Conceito amplo: aquilo que pode ter sentido (François, 2006)

Linguagem

e suas relações

Subjetividade

– mundo interno: emoções, sentimentos,

crenças, valores, pensamentos. Construção permeada

pela lgg.

Intersubjetividade

- relação com o outro

Cognição

– funções mentais inferiores > superiores,

compreensão de implícitos e de causalidade e

sequencialidade. Interdependência em relação à lgg.

Desenvolvimento pleno apenas através da aquisição da lg!

Sistema abstrato de

regras

, estrutura organizada em

níveis:

* Fonológicas– regras de combinação de fonemas ex: (cha)ma CCV X (shr)imp CCC)

* Morfológicas– regras de formação lexical

ex: (Re)fazer prefixos X roubar 1X > ladrão 2X repetição) * Sintáticas– regras de formação de frases

ex: + comuns SVO (Inglês, Português) X SOV (Japonês) * Semânticas – associação e mutabilidade semântica

Fruta Maçã – eixo vertical (diferentes graus de abstração, exemplar > categoria) * Pragmáticas- regras de contextualização e uso (Fernandes, 2003)

Língua

Uma forma especial de linguagem

A

ssim como todas as

outras

Línguas de Sinais, possui

diversas

propriedades

comuns à todas as línguas naturais,

sejam oral-auditivas ou espaço-visuais (sinalizadas).

Línguas artificiais são planejadas para serem fáceis e funcionarem como lgs

francas internacionais - esperanto (LO) e gestuno (LS)

Não é universal!

Cada comunidade linguística tem sua própria LS

pois Lgs naturais surgem da interação, da

necessidade de comunicação entre as pessoas.

(3)

Rio de Janeiro

vacina (fora do RJ) x R-I-O (RJ)

Há regionalismos em uma mesma LS!

Produtividade ou criatividade

Conjunto limitado de

partes

que podem ser combinadas

infinitamente para produzir novos enunciados com

f

lexibilidade e versatilidade:

*falar sobre qualquer assunto, seja ele complexo, polêmico, delicado, contraditório, profundo (política, emoções, artes, ciências)

*realizar todas as funções da linguagem:

+simples: especular, chamar, pedir, nomear, responder (sim/não, alternativas, QU), descrever

+complexas: comentar, narrar, ?, questionar, argumentar, mentir, planejar

Dupla articulação

da linguagem (Martinet)

Unidades finitas

:

fonemas – sem significado e

morfemas - significantes

Recombinação infinita:

léxico alargável

-

classe aberta /

palavras de conteúdo (subst., adj., verbos)

frases inéditas

LS e LO nº finito de fonemas ±65 configurações de mão ±35 fonemas

Produtividade

(1) Não há um limite para a frase mais extensa. (2) Não há um limite para o número de frases.

Somos capazes de produzir um número infinito de frases bem formadas (sintática e semanticamente).

“O homem mordeu o cã o.”

“O homem mordeu o cã o que mordeu o gato.”

“O homem que gosta de gelado de baunilha mordeu o cão que mordeu o gato.”

“Ninguém acredita que o homem que gosta de gelado de baunilha mordeu o cão que mordeu o gato na casa de massagens.” “Se ninguém acredita que o homem que gosta de gelado de baunilha mordeu o cão que mordeu o gato na casa de massagens,

então não há problema.” limite de memória

Deslocamento

Permite falar de temas/assuntos:

*distantes do aqui/agora, ou seja, retomar o

passado (narrar histórias, relatar experiências

vivenciadas) e fazer planos sobre o futuro.

*abstratos

(desejos, sentimentos, mitologia,

religião, ficção)

“A língua permite informar sobre eventos e entidades ausentes, quer sejam contemporâneos, passados ou futuros, assim como fictícios ou mesmo inexistentes.” Hockett

Arbitrariedade do signo linguístico

Não há relação necessária entre símbolo e referente Signo = significante (fala, o que é articulado) + significado(Saussure) “A palavra “cão” não morde!” (William James)

“Não podemos adivinhar a função de uma palavra sem examinar seu uso" (Wittgenstein).

Assim como as palavras das LO, os sinais das LS são

convencionados e precisam ser aprendidos para serem compreendidos e utilizados. Crianças surdas sem exposição à LSnão

entendeminstintivamente os sinais.

(4)

Iconicidade? Sentar > sit > sit > sedere > s'asseoir

http://www.acessobrasil.org.br/libras/LIBRAS

http://www.aslpro.com/cgi-bin/aslpro/aslpro.cgiASL Língua americana de sinais

http://www.auslan.org.au/about/dictionary/AUSLAN

Língua australiana de sinais

OBS: As palavras nas LO são as mesmas, as LO tem a mesma origem. Os sinais são diferentes.As LS não derivam das Lo de seu país! Pode haver empréstimos linguísticos em decorrência do contato, assim como do francês (sutiã, abajour) e do inglês (deletar, fake) para o português.

http://elisdiz.eurac.edu/diz/Língua italiana de sinais

http://www.lsfplus.fr/dico.htmLíngua francesa de sinais

Sentar (Libras), sit (ASL), sit (Auslan)

Mesmo o componente icônico

muda para cada LS.

É arbitrário, mas não

necessariamente aleatório.

Au-au X ua-ua (francês)

Cama, bed (ASL), bed (Auslan)

Objetivo = Quando LFS

Não LIBRAS = Onde ASL

Outras características das LS

*Favorecem o

desenvolvimento

pleno de crianças

surdas, por serem adquiridas sem necessidade de

ensino formal - Lgg, cognição, emoção, socialização

*São representadas no

hemisfério esquerdo

que é

responsável pela linguagem (enquanto o direito

processa a informação espacial)

Apresenta TODOS os Níveis Linguísticos

LIBRAS

-

Modalidade gestual-visual ou espaço-visual

Informação recebida pelos olhos e produzida pelas mãos

Estrutura

simultânea

de organização dos elementos

ou unidades formacionais

CM Cachorro

L M

Língua oral-auditiva é sequencial (

sucessão

)

(5)

Lg > cognição

Funções mentais inferiores > superiores (Vygotsky)

Atenção involuntária > voluntária

(seletiva)

• bb mamando ouve barulho e desvia sua

atenção para olhar o que é X adulto lendo ouve barulho e se mantêm atento na leitura

• cç no cinema se distrai com outras pessoas, mãe focaliza a atenção da criança

Memória direta

(natural)

indireta

(artificial ou autogerada: mediada por signos)

• çc vê a roupinha e lembra da boneca X ad

amarra nós ou escreve para lembrar algo

Signo:

escolha lexical e construção conceitual

(Tomasello)

Perspectiva – possibilidade de situar a mesma entidade em diferentes categorias conceituais para diferentes propósitos comunicativos. Faz o outro interpretar uma situação experiencial ou assumir uma perspectiva em relação a uma entidade ou evento.

– Caráter intersubjetivo (intenção comunicativa do outro) Ex: Criança ganha uma boneca da amiga.

A mãe pergunta: Gostou da boneca que você ganhou? A amiga pergunta: Gostou da boneca que eu te dei?

A criança percebe que a mesma situação é referenciada de forma diferente por/para cada participante.

Lg >

cognição

Lg > cognição

Contraste– uso de expressões mais específicas. Criança percebe que o adulto usa uma expressão quando podia ter usado outra. (dar/compartilhar, ter/usar, bonito/comportado)

Especificidade

Cadeira de escrivaninha < cadeira < móvel < coisa

Hoje na escola eu ganhei adesivo no caderno por que fiquei bonito

Função ou papel social

Mulher, mãe, professora, aluna, filha, cliente, ativista pelos direitos dos animais, praticante de yoga...

Criança aprende que existem muitas formas de se olhar para uma mesma situação> delimitação dos conceitos.

Flexibilidade cognitiva.

Lg > cognição

Subsídio > é possível aprender novas expressões

linguísticas através do contexto no qual elas se

encontram.

Cena perceptual

Cena de Atenção Conjunta

Cena Referencial

Cena Perceptual - Objetos e pessoas percebidos fora da CAC

CAC– contexto intersubjetivo em que se dá o processo de simbolização.

“interação social na qual criança e adulto prestam conjuntamente atenção a uma terceira coisa, e à atenção um do outro à terceira coisa, por um período razoável de tempo.”

Cena Referencial – concerne a um subconjunto de coisas que ocorrem na CAC

(6)

Compreensão sociopragmática

Compreensão do

contexto situacional

através

das

pistas sociopragmáticas

> Compreensão

da

intenção comunicativa

inserida numa

CAC significativa

> compreensão do

papel

comunicativo das partes

(palavras)

Situações recorrentes > inferências sobre a linguagem

banho, alimentação, vestir, rotina,

acontecimentos, brincadeiras... Fluxo de interação social

enquanto fazemoscoisas

Substantivos concretos básicos, alguns verbos

Podem ser adquiridos/aprendidos através da

Denominação ostensiva

Verbos, advérbios, preposições, artigos...

Só podem ser entendidos no contexto situacional da

interação social, ou seja, no

Fluxo das interações

verbais através do Subsídio

Através da aquisição do discurso narrativo ocorre a

compreensão das noções de:

Sequencialidade

(antes, durante, depois)

Causalidade

(causa/consequência)

Enquadre – briga x brincadeira

Pistas de contextualização

Corporais

(gestos, olhares, etc.)

Supra-segmentais

(pausa, entonação,

prolongamento)

Na narrativa

(quem, onde, quando)

Níveis Linguísticos

da LIBRAS

Fonológico (som) Quirológico (mão)

Configuração de mão

- forma da mão ou estado dos dedos ao

realizar o sinal. Há 73 unidades (letras e nº da datilologia etc)

ex de pares mínimos: queijo x velho, primo x empregada, copacabana x botafogo, verde x cinza x roxo, identidade x lei, educar x acostumar ex pares mínimos lg oral: p X b, t x d, f x v

Movimento –

maneira como a mão se move ao longo da

realização do sinal

ex: ano x ano-passado, quando: futuro x passado, deus x deficiente, aumentar x diminuir, atrasar x antes, contexto x liberdade

sonoridadepata ≠ bata,ponto de articulação– lugar – bilabiais,

modo de articulação- oclusivas

Fonológico

Localização ou ponto de articulação-local ende o sinal é realizado *ponto de contato no corpo testa, boca... ex: sábado x aprender x ouvinte *espaço neutro (azul, sinais soletrados)

Orientação da mão- direção para a qual a palma da mão aponta na produção do sinal.

ex: cavalo X coelho, triste x desculpar, jacarepaguá x empregada, me-emprestar x te-emprestar, me-ajudar x te-ajudar

Expressão não-manual -expressão facial (testa, sombrancelha...) e movimento corporal (ombros, cabeça)

(7)

Mão dominante x não-dominante

mão preferida e não preferida (+ ágil – ágil)

Simetria

ex: cheque, cama, futebol, capoeira, família, congresso, rede

Sinal com

ǂ

s configurações de mão

Mão ativa x passiva

(ex: lei, voltar, verde, objetivo)

Mudança

(ex: limpo, comprar, azul, galinha, bom)

Fonológico

Morfológico -

Formação lexical

 Classificador - morfema para descrever forma, tamanho, a

maneira como esse referente é segurado ou como ele se comporta naação verbal, incorporados a verbos para marcar plural

– Caminhar: 1-pessoa x 2-pessoas x Cão

– Dirigir x Dirigir-ônibus

– Cair x Papel-cair

– Pular, andar, sentar, mergulhar, deitar

 Compostos:

-Casa + estudar = escola - Cavalo + listrado = zebra

Derivação: por sufixação (pedra > pedreira> pedregulho)por composição (auto-falante)

Flexão de gênero, número, graumenina/ meninos / meninão

Morfológico

 Incorporação do numeral

1-h, 2-h, 3-h, 4-h (horário e duração) Ontem, anteontem

 Incorporação da negação

Gostar x não-gostar, conhecer x não-conhecer, ter x não-ter

 Nominalização (verbo > nome)

Portugues afixoprefixo/sufixoex: vender > vendedor LIBRAS repete e encurta ex: roubar x ladrão, sentar x cadeira

ouvir x ouvinte

Sintático

Ordem de elementos na frase: SVO

Verbos

com X sem

concordância

Com -

Dar, enviar e-mail, responder, perguntar, ajudar

Sem -

Gostar, pensar, conhecer, amar, aprender, ouvir

Relações de f uncionalidade Ex: A menina sujeito pula corda predicado. Classesda língua Substantiv o, adjetivo, verbo...

Semântico

o significadode um sinal em LIBRAS pode não corresponder exatamente ao de uma palavra equivalente em

Português:

Aumentar

preço X tamanho x som

Contexto –situação Conhecimento de mundo –vivência Metáforas-menina flor

Polissemia -manga1 manga2 Sentidos - denotativo luz1 /conotativo luz2

Pragmático

Maternalês:

falar mais alto e devagar, usar frases simples e curtas, fonologia expressiva

*Chamar a criança através de toques e ESPERAR a criança olhar para então sinalizar

ǂ Sobreposição de turnos: > RJ ǂ < RS

*Sinalização no campo visual ou no corpo da criança ǂ olhar nos olhos Brasil/EUA distância corporal RJ/RS *Ausência de expressão facial dos pronomes interrogativos

com crianças pequenas para evitar confundir com bronca.

Usos da língua. Funções da linguagem. Circunstâncias (situação) Finalidades (intenção); comoos interlocutores estabelecem um diálogo; comoas pessoas interagemfalando;

(8)

Sobre a linguagem...

Halliday - A linguagem é uma forma de interação e, portanto, aprendida por seu intermédio;

Soares - A linguagem é, ao mesmo tempo, o principal produto da cultura e o principal instrumento de sua transmissão; Bahktin - Nossas falas não são tomadas dos dicionários ou

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