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Parto Humanizado: limites e possibilidades / Humanized Childbirth: limits and possibilities

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Academic year: 2020

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Parto Humanizado: limites e possibilidades

Humanized Childbirth: limits and possibilities

DOI:10.34117/bjdv6n11-359

Recebimento dos originais: 16/10/2020 Aceitação para publicação: 17/11/2020

João Eduardo D’avila Cotta

Ensino superior incompleto em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde Básica na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Praça Joana Angélica, 58-São José, Teixeira de Freitas – BA – 45996-108 joaoeduardo.cotta@gmail.com

Anna Luisa Santos de Faria

Ensino superior incompleto em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde Básica na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

annaluisa45.alsdf@gmail.com Julya Fernanda Alves dos Santos

Ensino superior incompleto em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde Básica na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

julyaferalv174@gmail.com Liziane Martins

Doutorado em Ensino, Filosofia e História das Ciências; professora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

lizianeufsb@gmail.com. RESUMO

Objetivo: Analisar as possibilidades e limitações de um parto humanizado dentro da assistência pública, considerando as características que qualificam suas diferentes dimensões. Metodologia: Elaborado a partir de levantamento bibliográfico de literatura nacional e internacional na biblioteca eletrônica científica online do SciELO e no setor de publicações do Centro Universitário São Camilo. A pesquisa abrangeu artigos do período de 2015 a 2018. Porém, foram incluídos 6 textos mais antigos que nos pareceu pertinente para a pesquisa. Resultados: Todos da equipe obstétrica precisam trabalhar em conjunto com a parturiente, levando em consideração as vontades pessoais da grávida e instruindo-a a condutas saudáveis; como também explicar de forma clara as diferenças entre parto normal e cesárea. Há, entretanto, limitações presentes na atenção básica à gestante quando o exercício profissional de obstetrícia é concebido de forma restrita ao âmbito técnico-procedimental, decorrente, principalmente, de atividades maçantes do cotidiano de trabalho. O papel das doulas se destaca para reverter esse problema, mas encontra-se instável no regime da equipe obstétrica, mesmo sendo uma assistência não convencional que se prova eficiente na promoção de cuidados e autonomia da parturiente. Ademais, destaca-se a violência obstétrica como causa significativa de muitos problemas biopsicossociais, identificado na falta de atenção à parturiente e nos procedimentos não humanizados, existentes na sala de parto e também no pré e pós-natal. Conclusão: O desenvolvimento da autonomia da mulher gestante e sua participação ativa no planejamento de parto colabora efetivamente na humanização de seu processo, de forma que a

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melhor tecnologia e estrutura institucional não poderia garantir. A deficiência de cuidados administrativos torna as relações humanas desgastadas pela burocracia e dificulta a participação benéfica de assistências não convencionais ao parto, tanto como a participação dos próprios acompanhantes da gestante. Outrossim, a tecnologia bem orientada, pode suplantar as questões reprováveis de seu uso desnecessário e conquistar uma função plena que salvaguarde à saúde da mulher e do neonato.

Palavras-chave: Parto Humanizado, Apresentação Pélvica, Cesárea, Salas de Parto. ABSTRACT

Objective: To analyze the possibilities and limitations of humanized delivery within public assistance, considering the characteristics that qualify its different dimensions. Methodology: Based on a bibliographic survey of national and international literature in the online electronic scientific library of SciELO and in the publications sector of the Centro Universitário São Camilo. The research covered articles from the period 2015 to 2018. However, 6 older texts were included that seemed relevant to the research. Results: Everyone in the obstetric team needs to work together with the parturient woman, taking into account the pregnant woman's personal desires and instructing her on healthy behaviors; but also to clearly explain the differences between normal and cesarean delivery. There are, however, limitations present in primary care for pregnant women when the professional practice of obstetrics is conceived in a restricted way to the technical-procedural scope, resulting mainly from boring activities of daily work. The role of doulas stands out to reverse this problem, but it is unstable in the obstetric team regime, even though it is unconventional assistance that proves efficient in promoting care and autonomy of the parturient. In addition, obstetric violence stands out as a significant cause of many biopsychosocial problems, identified in the lack of attention to parturient women and in non-humanized procedures, existing in the delivery room and also in the pre and post-natal period. Conclusion: The development of the autonomy of pregnant women and their active participation in childbirth planning effectively collaborates in the humanization of their process, in a way that the best technology and institutional structure could not guarantee. The lack of administrative care makes human relationships eroded by bureaucracy and hinders the beneficial participation of unconventional birth assistance, as well as the participation of the pregnant woman's own companions. Furthermore, well-oriented technology can overcome the objectionable issues of its unnecessary use and achieve a full function that safeguards the health of women and the newborn.

Keywords: Humanized Childbirth, Breech presentation, Cesarean section, Childbirth Rooms.

1 INTRODUÇÃO

Dentro da perspectiva histórica do parto, houve várias ressignificações das suas práticas e de seu entendimento. Os partos que antes eram feitos de maneira familiar com base em anos de conhecimentos empíricos de parteiras na idade média, foram sendo trocados, gradualmente, por auxílios médicos na idade moderna e, por conseguinte, métodos científicos e ortodoxos nos hospitais em grande parte do mundo atual. Ademais, a partir do século XVIII, a institucionalização do parto ocorreu de forma efetiva, sendo realizado por médicos nas maternidades e afins. Assim, permitindo que as mulheres perdessem a

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privacidade ao ficarem internadas em quartos coletivos e sendo cada vez mais privadas do acompanhamento familiar. (POSSATI et al., 2017)

A partir disso, este estudo é válido para retratar como é importante a presença dos acompanhantes antes e durante o parto, bem como as influências deste do apoio familiar na saúde psicológica da mãe no período neonatal. As condições que passam confiança e conforto à gestantes estão relacionadas ao contato não somente físico, diante da presença do acompanhante e possível pai, mas também no trabalho pela equipe de saúde em potencializar as atribuições do pai, com informações úteis e orientações adequadas, assegurando psicologicamente um parceiro mais preparado para lidar com as diretrizes do parto e seu funcionamento, tanto quanto dar mais suporte emocional à mulher gestante. (CREPALDI; MOTTA, 2005)

Inclusive, há estudos na literatura que aprofundam a questão do parto domiciliar assistido no Brasil destacando a melhor interaçãoentre os atores do parto supracitados e os profissionais de saúde. Entretanto, conforme os autores, ainda que decorra em melhores práticas do que no hospital, aindahá intervenções desnecessárias no atendimento domiciliar feito por enfermeiras obstétricas, obstetrízes e médicos qualificados. Tornando importante a avaliação dos processos de humanização dentro da formação desses profissionais. (KOETTKER et al., 2018)

A discussão dessa transferência para um ambiente mais íntimo da gestante vem sendo feita com o intuito de mitigar algumas das violências que o evento médico ou tecnológico do parto hospitalar colabora para que aconteçam. É necessária a construção de significados que promovam a atuação mais ampla da gravida em relação ao seu bem estar; evidenciando mais do que simples papel de paciente entregue ao médico profissional responsável pela execução do parto em ambiente hospitalar, como explorado por Pereira (2018). Já que, dessa forma, avessa à autonomia de decidir seu próprio bem, a mulher tem seu corpo exposto num ritual de nascimento em que seu corpo não lhe pertence, pois está entregue aos outros que detém o saber científico das práticas ritualizadas. (CECHIN, 2002)

Ainda na perspectiva da dificuldade do empoderamento da mulher gestante sobre seu próprio corpo, elucida-se o quanto isso está superlativo às raízes de um sistema público de saúde que, principalmente no Brasil, tem demonstrado dificuldade de praticar as indicações articuladas pela OMS de resgate ao parto normal, tema discutido também nos estudos de Possati (2017). Pode-se perceber, uma fragilidade dos sistemas de saúde nas diferentes regiões do país em oferecer um atendimento prévio para a população com menos renda, seja essa uma assistência humanizada ou não. (PEREIRA et al., 2018)

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Além do mais, a partir desses fatores sociais, este estudo se justifica na importância do parto humanizado como questão de política pública, à medida que satisfaz a literatura de práticas de atenção ao parto em identificar obstáculos sociais às boas práticas da saúde gestacional e elucida aspectos facilitadores para implantação do cuidado humanizado, pautando-se na percepção das mulheres sobre a atenção recebida. (NAGAHAMA; SANTIAGO, 2008)

Segundo Anunciação, Lamy, Pereira et al. (2019), a partir da percepção dessas mulheres quanto a sua vivência no período de gestação, estudos foram capazes de evidenciar negligências no atendimento materno-infantil, por parte da interpretação feminina a respeito das assistências obstétricas. Além de que, há possibilidades de violências obstétricas nas práticas de atenção perinatal, sendo de suma seriedade uma reflexão pautada no redirecionamento dessas práticas para o enfrentamento da mortalidade neonatal precoce e no fortalecimento do cuidado integral à mulher no período de sensibilidade, com as questões físicas, culturais e emocionais da gravidez. (FRANÇA; LANSKY; REGO et al., 2017) (CECHIN, 2002)

Diante dessa realidade, nosso trabalho tem como questão norteadora a seguinte problemática: quais características qualificam o parto humanizado, considerando suas diferentes dimensões? Para responder a essa pergunta, fez-se este estudo com o objetivo de analisar as possibilidades e limitações de um parto humanizado dentro da assistência pública. Para atingir este, temos como metas: (i) avaliar as diferentes concepções do conceito de humanização na literatura; (ii) destacar a importância da autonomia das gestantes no desenvolvimento saudável do seu pré, durante e pós-parto; (iii) relacionar as assistências não convencionais aos seus benefícios e malefícios; (iv) refletir sobre as consequências da violência obstétrica no parto não humanizado; (v) comparar o parto normal e cesáreo no processo de humanização.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho foi elaborado a partir de levantamento bibliográfico de literatura nacional e internacional em abril de 2019, na biblioteca eletrônica científica online do SciELO (www.scielo.org), com exceção de um artigo, no qual foi encontrado no setor de publicações do Centro Universitário São Camilo (www.saocamilo-sp.br). A pesquisa abrangeu artigos do período de 2015 a 2018, para obtermos uma amostra atual sobre discussões a respeito de parto humanizado. Porém, foram incluídos 6 outros textos que nos pareceu pertinente para pesquisa e que com frequência eram citados pelos textos que

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compõem o corpus de nosso trabalho: um artigo de 2002 que retrata o movimento crescente sobre o resgate do parto natural na era da tecnologia; um de 2005 que discute o apoio emocional na perspectiva da parturiente; um de 2006 e de 2009, visto que juntos ampliam o conceito de humanização na assistência puerperal; um artigo de 2008 que retrata sobre os desafios para humanização do cuidado em hospitais públicos e um artigo de 2010 que relaciona os modelos de assistência ao parto e taxa de cesárea em vários países. As palavras chave utilizadas foram: “parto humanizado”, “apresentação pélvica”, “cesárea” e “salas de parto”; e seus correspondentes em inglês, “humanizing delivery, “breech presentation”, “cesarean section” e “delivery rooms”.

No SciELO, utilizando as palavras chave “parto humanizado” e “cesárea” com filtro “citável”, foram encontrados 191 e 1295 artigos, respectivamente; já com “sala de parto” foram achados 82 artigos. No setor de revistas do Centro Universitário São Camilo, buscou-se artigos no período entre 2009 a 2019 nas edições da Revista Mundo da Saúde que contemplassem o Parto Humanizado e seus segmentos na saúde.

Após a leitura dos títulos dos artigos, foi feita uma avaliação se o tema preenchia ou não aos critérios deste estudo; caso a resposta fosse negativa, seria descartado; se positiva, passava-se para a leitura do resumo. Depois de lido este, selecionávamos ou não os trabalhos. Em outras palavras, a leitura flutuante dos trabalhos levantados, com foco nos resumos, após a análise de seus títulos, foi o percurso metodológico adotado para a (não)/inclusão dos estudos.

Foram critérios de exclusão: artigos de língua estrangeira, devido à pesquisa ser voltada para a saúde pública brasileira; como também os artigos que discutiam a significação masculina no parto; transmissão de doenças mãe-bebê e os que tratavam especificamente do parto domiciliar. Alguns critérios de inclusão foram: artigos que tratavam do conceito de parto humanizado; os que buscavam dialogar sobre a importância do contato mãe/bebê no período puerperal; os que discutiam sobre a inserção de assistências obstétricas de enfermagem e doulas; os que evidenciam a autonomia da mulher no processo gestacional e os que tratassem da questão da violência obstétrica presente no corpo profissional de saúde. Além destes, houve estudos incluídos que discutiam o cenário de assistência pública de saúde no Brasil.

Para a melhor compreensão das discussões a respeito do parto humanizado diante do cenário público e sua dimensão quanto à assistência maternal, foi escolhida uma abordagem segmentada, considerando cada objetivo específico citado na introdução como uma subseção. Pretende-se que, dessa forma, seja identificada a importância de cada conteúdo

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moderadamente isolado e uma melhor clareza no processo de leitura e compreensão dos textos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os oito artigos selecionados para o desenvolvimento do trabalho, em uma primeira análise, todos abordavam discussões pró-humanização, dificuldades na efetivação desta e práticas consideradas desumanizadoras. A partir de um exame mais minucioso constatou-se que, de forma geral, dois conceituavam parto e cuidado humanizado (MARQUE; VARGAS; AZEVEDO, 2006; PRISZKULNIK; MAIA, 2009); umreferia aos direitos da mulher no âmbito hospitalar e o respeito ao processo natural do parto (SUÁREZ-CORTÉS et al., 2015); dois mencionavam a inserção de outros profissionais de saúde em busca de qualidade na assistência de saúde materno-infantil (BARBOSA et al., 2018; MARTINS et al., 2016); três versavam sobre práticas de rotinas hospitalares que dificultam o estabelecimento do vínculo entre mãe e filho a partir da violação de direitos e violência (OLIVEIRA; PENNA, 2017;MASCARELLO et al., 2018; SILVA et al., 2016). A partir de tais artigos, podem-se inferir diferentes reflexões teórico-epistemológicas, como se segue.

3.1 AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DO CONCEITO DE HUMANIZAÇÃO NA LITERATURA

Conceituar parto humanizado pode ser uma tarefa árdua enquanto reconhecimento do que é mais humano. Segundo Martins et al. (2016), “O termo Humanização é um conceito polissêmico e amplo” , desta maneira são encontrados estudos de diferentes percepções sobre o tema e distintos modos de falar e discuti-lo. Dentre esses, pode-se destacar os que envolvem a atuação e importância da mulher nas escolhas do modelo de seu próprio parto, visando a saúde da mãe/bebê e ressaltando a limitação do papel do profissional de saúde presente no percurso da atenção à gestante, de forma que não insista em intervenções desnecessárias. Assim, como destacam ainda os autores supracitados, é de relevante importância a desincorporação do modelo tecnocrático vigente que valoriza a utilização de condutas invasivas e a reestruturação da humanização na assistência pública hospitalar. (MARTINS et al., 2016)

Nesse sentido, no estudo “A percepção da equipe de enfermagem sobre humanização do parto e nascimento”; realizado por Marque, Vargas e Azevedo (2006) em duas instituições públicas na cidade do Rio de Janeiro, são expostos dois pontos de vista sobre o conceito de humanização: o das depoentes da maternidade e das depoentes da casa de parto. Ademais, de

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acordo com as enfermeiras da maternidade, a humanização do parto se dá pela “[...] realização de um parto sem nenhum tipo de manobras ou adição de drogas como a ocitocina.” Fato este que não é unicamente tratado nas declarações das enfermeiras da casa de parto, onde abordam que a humanização se estabelece “[...] através do respeito pela mulher, sendo este o fator primordial para a humanização da assistência ao parto, proporcionando à parturiente condições de escolha [...]”. Dentro dessa perspectiva, vê-se a possibilidade de integrar as visões acerca da humanização no parto para que sejam fundamentados modos de pensar mais expressivos e amplos na execução do maior objetivo: humanizar.

Frente a essa meta, é também importante a discussão sobre como funcionaria as etapas para oferecer um atendimento mais humanizado para as parturientes. Segundo Priszkulnik e Maia (2009), no momento da recepção da gestante até o seu pós-parto, é necessário considerar as suas singularidades com respeito e disponibilizar o acompanhamento por outros profissionais de amparo, tais como as doulas, caso não tenham familiares para isso. Além de que é importante informar as futuras mães das possibilidades de escolha que possuem e quais serão os procedimentos realizados ao longo deste processo. Sendo significativo, possibilitar o controle da dor, assim como afirmam Priszkulnik e Maia (2009) sobre a importância de “[…] meios não-farmacológicos e/ou invasivos; […] massagens, técnicas de relaxamento, banhos de imersão [...]”, a fim de que a gestante tenha possibilidade de participar melhor das decisões à medida que a qualidade terapêutica desenvolvida promove um acolhimento confortável, seguro e confiável.

Por fim, em consonância com Priszkulnik e Maia (2009), pode-se considerar a necessidade de fazer exames na parturiente e no recém-nascido e de incentivar “a amamentação na primeira hora” de vida; bem como gerar uma relação respeitosa entre os profissionais de saúde e a mãe, sendo “bom lembrar: humanizar é verbo pessoal e intransferível, posto que ninguém pode ser humano em nosso lugar”. Em outras palavras, é possível valorizar a interação equidistante entre profissionais, gestante e o neonato, a medida que o desenvolvimento desta relação está aquém da estrutura hospitalar, estando presente na transformação de uma perspectiva mais humana do contato entre todos.

3.2 A IMPORTÂNCIA DA AUTONOMIA DAS GESTANTES NO

DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL DO SEU PRÉ, DURANTE E PÓS-PARTO De acordo com estudos:

Quando o parto foi considerado um processo hospitalar, foram incluídas determinadas práticas rotineiras e protocolizadas tais como a episiotomia, a

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depilação, os enemas, [...], sem que seu uso rotineiro fosse avalizado por evidências científicas. (SUÁREZ-CORTÉS et al., 2015)

Este achado evidencia que, esses procedimentos inseridos como protocolos a serem seguidos na assistência pública, dificultam a prática do direito de escolha da mulher gestante no âmbito hospitalar à medida que naturalizam procedimentos de forma inflexível.

Parafraseando Suárez-Cortés et al. (2015), um Plano de Parto e Nascimento é um documento escrito de caráter legal, onde a gestante deve demonstrar quais alternativas prefere durante seu parto; sendo antecipadamente informada sobre a gravidez e o processo de parto. Dessa forma, não deixando de lado intervenções necessárias para assegurar a saúde mãe-bebê, como exposto no estudo de Marque, Vargas e Azevedo (2006): “não se podem negar as contribuições dos avanços técnico-científicos, que ao reduzir os riscos maternos e fetais, tornaram o parto mais seguro”. Portanto, a ausência de um plano de parto compromete o conhecimento a respeito do parto, a humanização do mesmo e seus acontecimentos fisiológicos. É relevante, nesse cenário, apontar a dificuldade no nivelamento de decisões em virtude do nível escolar e a fragilidade emocional da parturiente, indicados neste trabalho como fatores limitantes no processo de desenvolvimento da autonomia da mulher. Ou seja, a autonomia feminina está mais vulnerável; sendo importante salientar que, apresenta-se, majoritariamente, no atendimento do setor público de saúde, no qual as mulheres de menor renda social e nível escolar tem maior frequência. (MARQUE; VARGAS; AZEVEDO, 2006) Ainda que a autonomia esteja muito presente na discussão acerca do parto humanizado, o assunto é delicado à medida que as ações e processos em que a mulher/mãe passa, caminham para uma direção profissional invasiva e de desempoderamento feminino. O direito da mulher começa desde os primeiros atendimentos em seu pré-natal, no qual deve ser um momento de identificação da gestante; de suas expectativas, desejos, cultura e particularidades. (MARQUE; VARGAS; AZEVEDO, 2006) (SUÁREZ-CORTÉS et al., 2015)

Para que, então, o profissional que está atendendo na maternidade, conheça e oriente não apenas como pessoa diplomada, mas na valência de ser humano que reconhece qualquer relação como primariamente humana; seja fora ou dentro do hospital. Dar autonomia a mulher é sinônimo de humanizar o parto, já que na maioria das vezes as mulheres tomam decisões diferentes do procedimento convencional e técnico quando existe essa liberdade. Verificou-se em estudos realizados na participação de 9.303 mulheres que, as mães que possuem direito de escolha (no plano de parto, por exemplo), o “contato pele a pele” pós-parto entre mãe e

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neonato, “a eleição da posição de dilatação e parto” e o “clampeamento tardio do cordão”, foram escolhas frequentes. (SUÁREZ-CORTÉS et al., 2015)

Pode-se considerar que é difícil efetivar a autonomia das pacientes gestacionais se os profissionais de saúde não possibilitarem um melhor conhecimento acerca da individualidade de cada parturiente e sua cosmovisão. Desse modo, denota-se importante trabalhar a atenção a esses fatores aplicados ao PPP (pré-natal, parto e pós-parto). Assim, nas intercorrências de gravidez, o profissional de saúde obstétrica pode saber e contemplar os desejos das mulheres durante todo período gestacional e fazer um atendimento personalizado levando em consideração às prioridades destas. Todavia, de acordo com os estudos feitos por Carvalho, Maria e Azevedo (2006), são identificados alguns casos de despreparo dos profissionais de saúde e certa resistência para a mudança nas maneiras de prestar assistência à gestante. Situação que aponta limitações da prática do acompanhamento profissional em razão de formações acadêmicas técnico-procedimentais; reforçando a assistência obstétrica como obrigação cotidiana à um ângulo instrumentalista – incapacitando-a de resolver possíveis conflitos na relação profissional-paciente e de satisfazer as necessidades individuais de saúde de cada parturiente em detrimento da convicção profissional de um atendimento com qualidade, sensibilidade e empatia.

3.3 AS ASSISTÊNCIAS NÃO CONVENCIONAIS: SEUS BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS Sabe-se que, as tarefas presentes na assistência de parto, são atualmente permeadas de definições científicas e pouco podem considerar a construção de significados acerca dessas práticas. Nesse ínterim, percebe-se cada vez mais a importância das assistências não convencionais à medida que promovem um reforço legítimo do bem estar biopsicossocial da gestante no pré-natal, parto e pós-natal. (BARBOSA et al., 2018)

A forma como essas assistências convencionais, de doulas e enfermeiras obstétricas, dialogam com o grande número de mulheres, depende de alguns fatores estruturais, sociais e culturais. Por vezes, a luta das doulas pela qualidade da assistência médica em sintonia com os direitos de decisão da mulher no parto promove conflitos mediante as atribuições profissionais. Por um lado, há a creditação da doula na valorização da tradição e da experiência de limitada participação, por outro, tem-se médicos ancorados no desenvolvimento científico e com possíveis operações, excessivamente técnicas como propõe os estudos de Barbosa et al. (2018). É possível destacar uma profissão que articula no meio campo desses polos: tradição e tecnologia - a enfermagem obstétrica. Tanto graduada no âmbito dos cuidados como nos procedimentos, a enfermeira obstétrica tem o

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compromisso de fortalecer o equilíbrio entre as intervenções necessárias e o processo fisiológico do parto, dando condições necessárias para evitar a ação costumeira dos procedimentos de episiotomia, cesarianas, substâncias farmacológicas, dentre outros. (MARTINS et al., 2016)

Atualmente, dentro do sistema público de saúde no Brasil, há limitações estruturais que desencadeiam uma fuga das doulas para o sistema particular de saúde, já que elas têm passado por estresse e sofrimento no voluntariado público. Ou então, aquelas que também não decidem pelo ativismo, na luta mesmo injusta do ambiente hospitalar hierárquico, flexibilizam sua perspectiva e se restringem ao apoio emocional e limitado à parturiente - institucionalizando e contaminando a identidade da doula no processo de manutenção e construção da autonomia da mulher no progresso natural do nascimento de seu filho. (BARBOSA et al., 2018)

Compreende-se que, a partir desse cenário, desfavorável às várias adaptações da assistência não convencional oferecida pelas Doulas na estrutura de saúde pública, em Barbosa et al. (2018), há o esclarecimento de que “[...] no lugar de funcionarem como dispositivos para melhoria da qualidade da assistência, muitas vezes, são gatilhos de embates e de produção de mais violência, e isso produz sofrimento nelas e nos demais.”. Ou seja, ainda dentro da perspectiva dos autores, o trabalho das doulas é dificultado pela aceitação negativa das equipes médicas, sendo apontado como fator limitante para extensão e preservação do parto humanizado na assistência pública de saúde. (BARBOSA et al., 2018)

3.4 AS CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO PARTO NÃO HUMANIZADO

Saúde, bem-estar e segurança na gestação materna são termos distantes às questões de violência obstétrica; porém, a prática social do parto é mais complexa e não se garante na simples definição conceitual do que é aceitável às parturientes e aos profissionais de saúde. De acordo com os estudos de Oliveira e Penna (2017), “Envolve questões de igualdade de gênero, de acesso à renda e à educação.”, ou seja, as particularidades dos grupos envolvidos e suas respectivas epistemologias se traduzem numa malha complexa de influências externas ao ambiente da sala de parto.

A relação que compreende a atenção dos médicos e enfermeiros com a mãe gestante está limitada a uma aproximação subjetiva incapaz de ser medida. Porém, o silêncio da enfermagem, o consentimento das mulheres grávidas e a negligência médica quanto à violência obstétrica, denotam um problema objetivo de origem discutível. Pode-se entender

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a partir de Oliveira e Penna (2017), a possível construção dessa problemática a partir dos “[...] limites estabelecidos pela hierarquia médico/enfermeiro na instituição hospitalar, restringindo e controlando o seu espaço na assistência ao parto.” Também, ainda sob a perspectiva das autoras é importante salientar que: “[...] a sala de parto apresenta-se como um espaço onde ações irracionais e automatizadas podem ocorrer, na medida em que o processo de parto e nascimento torna-se habitual e corriqueiro para quem está ali diariamente.”; ou seja, banaliza- se a prática do parto.

Deve-se considerar, também que, parte dessa banalização do parto, é oriunda de uma realidade encoberta dentro da maternidade - espécie de “violência maquiada.” Esta que:

[...] está presente na sala de parto, escutar palavras ofensivas pode doer e persistir mais que as agressões físicas, por sua dimensão invisível, que se projeta no campo moral e psíquico, e por envolver todos numa conspiração do silêncio, o que implica em não dizer o que se pensa, o que acha justo, em respeito ao outro. (OLIVEIRA; PENNA, 2017)

Dar-se então, justificadamente, a possibilidade de fazer mudanças positivas, segundo Barlem et al. (2016), a partir de estratégias ativistas de enfermagem como a “advocacia do paciente”; em que a coragem, a atitude e a sinceridade para consigo e aos outros, sendo estes pacientes ou médicos obstetras, é mais expressiva que o voto de silêncio frente aos problemas.

Esses problemas se reafirmam à medida que os autores explicam:

As dificuldades enfrentadas para garantir os direitos das parturientes, o receio do enfrentamento com os colegas de trabalho e o tratamento agressivo e pouco tolerante que permeia o cuidado durante o trabalho de parto e o parto fazem-se presentes. (OLIVEIRA; PENNA, 2017)

Não há maneiras mais ou menos corretas que definam a melhor relação do todo a partir de mudanças dos grupos isoladamente, sejam pacientes, enfermeiros ou médicos. Pode-se perceber que, a construção dessa relação saudável, dar-se-á a partir da possibilidade de todos os atores coparticiparem dela. A cooperação pode ser fruto de um motivo maior, retratado claramente pelas autoras assim:

Entende-se que essa mudança virá quando se conseguir mudar a lógica de entendimento do parto, quando ele parar de ser visto somente como um evento médico e hospitalar e puder ser entendido como um evento humano. (OLIVEIRA; PENNA, 2017)

Por mais próximo que o parto humanizado esteja com a ideia de humanidade, a disciplina acerca dessa teoria tem prática vivida no combate a violência além da sala de parto. A disciplina dos planejamentos do pré-natal e pós-parto tem vínculo direto com o parto, já

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que as ações e tensões se acumulam entre as equipes de atendimento, como expresso por uma doula no artigo de Barbosa et. al. (2018): “A maioria das equipes violentam. Começa da técnica e vai até o obstetra”. Além disso, há a concepção de violência obstétrica pautada em períodos e atores isolados, a violência avança e se intensifica ao longo do pré-parto, parto e pós-parto, fomentada pela paciente, pela enfermeira ou pelo médico. Mas há de se compreender que, a paciente/parturiente, tende a uma maior fragilidade nessa relação, demonstrando-se importante levar em conta sua autonomia e o momento único pelo qual a transformação materna é envolvida - mudanças fisiológicas, físicas, emocionais entre outras. (MARQUE; VARGAS; AZEVEDO, 2006)

3.5 PARTO NORMAL E CESÁREO NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO

O parto normal e o parto cesáreo são modalidades em que a gestante se submete/ou não no momento em que vai dar a luz. Esse momento é um dos mais importantes para as mães, e, por conta disso, é fundamental que seja um momento de realização, assim como afirmam Priszkulnik e Maia. (2009): é uma ocasião delicada, sendo necessário que a mãe possa “[...] compreender a dor como parte integrante do nascimento do bebê.” Deste modo, é importante a discussão das diferenças do parto normal e cesárea no viés do parto humanizado, evidenciando quais possíveis características tangenciam as práticas humanizadas, levando em conta questões sociais, estruturais, financeiras e fisiológicas.

O parto cesáreo segundo Priszkulnik e Maia (2009) é uma forma cirúrgica reconhecida por reduzir a morbidade e a mortalidade perinatal e materna; à vista disso, passou a ser a cirurgia mais popular do mundo. Porém, Mascarello et al. (2018) relaciona-se esse tal método com “[...] maior risco de infecção pós-parto, infecção urinária, cefaleia, dor e complicações da anestesia”. Segundo estudos realizados durante seis anos na cidade de Pelotas, com 4.244 mães, acerca das complicações maternas precoces e tardias relacionadas à via de parto: “As mulheres submetidas à cesariana [...] apresentaram 2,40 vezes mais relatos de dor em comparação às mulheres que tiveram parto vaginal.” (MASCARELLO et al., 2018)

Além disso,

Para a criança, existem riscos extras, em especial, por causa de problemas respiratórios, advindos da prematuridade, geralmente, associados com a retirada antecipada do concepto antes da maturidade pulmonar plena, sobretudo em cesáreas com “hora marcada” ou cesariana por motivo fútil. (PRISZKULNIK; MAIA, 2009)

Não somente, de acordo com os estudos feitos sobre a relação mãe-neonato, outro fator maléfico para a criança identificado na cesárea, é a diminuição do contato pele a pele

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entre mãe e filho nas primeiras horas de vida, o que dificulta a promoção do aleitamento materno, visto que, a mãe se encontra sonolenta e com movimentos limitados - não ocorrendo no parto normal. (SILVA et al., 2016)

Em situações possíveis em que a cesárea é agendada, algumas mulheres se sentem mais seguras e confortáveis com essa opção, por não terem de ser surpreendidas com o trabalho de parto e pelas incertezas acerca do seu processo, assistências e escolhas nesse momento. A partir disso, no estudo “parto humanizado: influências no segmento saúde” de Priszkulnik e Maia (2009); verificou-se a importância da mudança de hábitos na assistência à gestante para que promova o bem-estar das parturientes e estas “[...] se sintam mais seguras e amparadas.” na escolha que fizerem: tanto no parto normal quanto no cesáreo. Ainda na perspectiva do autor, devido à falta de informações e incertezas no processo de parto normal, o controle que será realizado pela mãe a respeito da respiração e da situação no parto (deambulação, posições, entre outros), resultam em inseguranças na gestante. À vista disso, trata-se como fator limitante as dificuldades na escolha do parto normal, fazendo-se necessária a conscientização das parturientes, de modo que a mulher possa: “[...] ser estimulada a entender seu corpo, observar as contrações, controlar a respiração e até mesmo compreender a dor como parte integrante do nascimento do bebê”. (PRISZKULNIK; MAIA, 2009)

A cesárea pode ser considerada mais rentável para os profissionais, além de que “Vários estudos mostram que o parto cesariano custa, em geral, de duas a três vezes o preço do parto normal.”, conforme os estudos de Priszkulnik e Maia (2009). Porém, os autores destacam também que os médicos costumam optar por ela não apenas pelo quesito financeiro, mas sim pelo “custo benefício”, já que, “o trabalho de parto [...] pode durar mais de 24 horas. Em uma cesárea pré-agendada, o período de atendimento é reduzido e tudo pode ser resolvido em no máximo duas ou três horas.” A prática abusiva de cesarianas, no sistema público, agrava as particularidades financeiras do Estado, vide: “[...] o excesso de procedimentos cirúrgicos, internações e tratamentos de complicações representam o desperdício de milhões de reais por ano no Sistema Único de Saúde (SUS).” Utilizar-se de práticas não farmacológicas também são importantes para a qualidade da assistência e diminuição dos gastos no sistema de saúde.(PRISZKULNIK; MAIA, 2009) (MARTINS et al., 2016)

Portanto, vale considerar que o modelo de parto deve ser escolhido pela mãe e as indicações feitas pelo médico possam ser mediante as condições de saúde biopsicossocial da parturiente. Não somente, é válido reafirmar a relevante diferença no bem estar da gestante

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quando tem uma boa relação com a equipe médica; presente quando esta expõe àquela os dois modelos supracitados como instrumentos, cada qual com seus limites e suas possibilidades. Todavia, uma parte das cirurgias realizadas é dispensável pela insegurança e inadequação de como são feitas e, cabe destacar que, “A principal distorção da obstetrícia moderna é oferecer tecnologia inadequada, cara, potencialmente perigosa e dolorosa para os partos normais que delas não se beneficiam”; abordado no estudo de Priszkulnik e Maia (2009). Acrescenta-se ainda, a possibilidade de se reverter a excessiva utilização de procedimentos mais invasivos; evidenciando que por meio de um “[...] pouco de paciência das mães e habilidade dos obstetras, a natureza cumpriria seu papel e esses bebês nasceriam saudáveis de parto normal.” (PRISZKULNIK; MAIA, 2009)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O parto humanizado tem como função social atribuir valor verdadeiro a um processo humano e natural que compreende desde a gestação ao nascimento. Mesmo com todas as aderências tecnológicas e possível mecanização daquilo que antes só dependia das mãos da parteira e água morna, pode-se chegar ao consenso de que as diferentes dimensões do parto humanizado são possíveis de analisar a partir da qualidade de suas características. A instabilidade no auxílio prestado pelos profissionais de saúde pública obstétrica e os conflitos presentes na definição e prática do parto humanizado, possuem perceptível falta de foco na parturiente e suas necessidades, bem como uma provável relação humana desgastada pela burocracia e institucionalização do parto.

Dentro da perspectiva abordada no estudo, apontam-se fatores que limitam a rede assistencial materna. Limites no papel do profissional de saúde durante o percurso da atenção à gestante; na promoção do desenvolvimento da autonomia da mulher; na formação acadêmica, técnica e demasiadamente procedimental; na participação de assistências não convencionais na saúde pública; na relação subjetiva e cotidiana entre os atores na maternidade; na concepção da violência obstétrica pautada em períodos e atores isolados; na prática e recuperação do pós-parto cesáreo; no trabalho assistencial de conscientização sobre saúde gestacional e informação sobre o parto normal.

Pretende-se que, a partir deste estudo, o parto humanizado seja mais visibilizado na sociedade, não apenas, por mais que necessário, como perspectiva de política pública e formalidade para os profissionais de saúde, mas como objeto de discussão moral e ético no que consiste a transformação gradual do parto em modelo primariamente moderno e institucional. Visto que, a humanização do parto pode ter mais relevância se convergir

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corretamente com as ascensões tecnológicas; nas quais estas não sobreponham o evento predominantemente natural e humano.

Vale destacar que, trata-se de um estudo preliminar. No entanto, foi possível identificar algumas lacunas, requerendo, assim, mais estudos, sendo uma delas a dificuldade de delinear quais fatores técnicos e procedimentais já colaboram para o desenvolvimento de parto humanizado dentro da assistência materno-infantil. Já que assim, pode-se potencializar a extensão humana do parto dentro da própria instrumentação, desde que esta garanta o bem estar, a saúde e a segurança das mães e dos neonatos.

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