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O Regime de Acumulação na Constituição do Brasil de 1967

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(1)

COMISSÃO DE ACUMOLAÇÃO P E CARGOS

O Regime de Acumulação na Constituição do

B rasil de 1967

C

o r s ín d io

M

o n t e ir o da

S

ilv a

A C o n s titu iç ã o do B rasil, d e 24 d e j a n e i r o d e 1967, introduziu sen sív el a lte ra ç ã o n o reg im e d e p ro ib ição d e acu m u a r .

A siste m á tic a , q u e se v in h a fo rm a n d o em n o ssa legislaça esp ecífica q u e re g e o a ssu n to , n ã o h á d ú v id a q ue

01

a er , a b s tra in d o -n o s d o rig o rism o a d o ta d o p e la C a r ta o u to rg a d a

1937

Ò reg im e d a C o n stitu iç ã o d e 1946 n ã o e ra ideal, inclusive p e la rig id e z d a re g ra g e ra l d e p ro ib ição de a c u m u lar q u aisq u er c a rg o s, p o rém a s su a s deficiên cias p o d eria m se r sa n a d a s p e q u e n a s em e n d a s, a te n d id a a ex p e riên c ia sô re o a ssu n o .

N ã o ra ro , um a n o rm a c o n stitu cio n a l, a in d a q u e pouco, f e h £ é m e lh o r q u e o u tra q u e d e tu rp e a sistem atica d c se " ^ v i d a Pe le g isla ç ã o co m p le m e n ta r e re g u la m e n ta r, p ela ju risp ru d e n c a á m o X

5

o ° é o,°gâScoU” aiSse d esen v o lv e d e n tro de processos h arm ô n ico » e ra c io n a is.

6

p ro d u to d e v ivência, de

n a s c e d o hom em e em tô rn o d ê le s e desenvolve, aperfeiçoando n a ju ris p ru d ê n c ia e fix a n d o -se n o s c ó d ig o s. _

O D ire ito em si contém a fo n te d e r e g e n e , ^ seus tecid o s, e o le g isla d o r é tam bém in stru m e n to d e ssa v iv ríc a ç n a m e d id a d a se n sib ilid a d e q u e re v e la r pe a s a as a< ,

A C o n stitu iç ã o de 1967, com o afirm am os, a lte ro u .s e n s iv e ^ m e n te o reg im e d e p ro ib iç ã o de acu m u lar, q ue c , “ ~ o to rn o u d e le g isla ç ã o o rd in á ria . A C o n stitu iç ã o de ® 5_,

73

^a d a d e o rd e m c o n stitu c io n a l a tra v é s d e um a em en a d e b a te no q u a se su b -re p tic ia m e n te e q u e p a sso u sem qu q C o n g r e s s o . _ , n a tu re z a co nstitucional,

A m a té ria , e n tã o , p a sso u a ser d ^ m n a f ív e is com o d e sc e n d o a m inúcias, p o r vêzes, nem sem p re com patíveis co te x to d e u m a C a r ta P o lític a . n a d e m o s a

D ia n te d a irre c n sá v e l re a lid a d e d o s

ex a m in a r o nò v o te x to c o n stitu cio n al n a p a rte re íe re n te a o reg.m e d e a c u m u la ç ã o .

(2)

A C o n stitu iç ã o do B rasil, d e 24 de ja n e iro d e 1967, tr a ta do a ssu n to em seu C a p ítu lo V I I , c o n c e rn e n te a o P o d e r E x ecu tiv o , S eçã o V II, q ue cu id a «D os F u n cio n á rio s P ú b lico s» , a r t .

97

. O s p a rá g ra fo s 3", 4 9, 5° e

6

°, do a r t . 94, o c u p a m -se d e re g ra s de in co m p atib ilid ad es re fe re n te s ao s m ilitares (S e ç ã o V I — «D as

r ô r ç a s A r m a d a s » ). D ê sse m odo, h á m a té ria d e reg im e de

in c o m p atib ilid ad es q ue se e n tre la ç a com o d e acu m u la ç ão in se rta n esse m esm o C ap ítu lo , e a q ue nos refe rirem o s q u a n d o o p o rtu n o .

A ssim dispõe o a r t . 97 d a a tu a l C o n stitu iç ã o :

« A rt. 97. É v e d a d a a a c u m u la ção re m u n e ra d a , ex ceto : j a d e juiz e um c a rg o de p ro fe sso r;

a d e dois ca rg o s de p ro fe sso r;

a d e um c a rg o de p ro fe s s o r com o u tro té c n i­ co ou científico;

a de dois c a rg o s p riv a tiv o s d e m édico; b l

9

E m q u a lq u e r dos casos, a a cu m u la ç ão so m en ­ te é p erm itid a q u a n d o h a ja c o rre la ç ã o d e m a té ria s e co m p atib ilid ad e de h o r á r io s .

§ 2 - A pro ib ição de ac u m u la r se e s te n d e a c arg o s,

unções ou em pregos em a u ta rq u ia s , em p re sa s pú b licas e so cied ad es de econom ia m ista .

§ 3

9

A pro ib ição d e a c u m u la r p ro v e n to s n ã o se ap íca aos a p o se n ta d o s, quanto' ao ex ercício de m a n d a to e etivo, c a rg o em com issão ou a o c o n tra to p a ra p re sta ç ã o

e serviços técnicos ou esp e c ia liz ad o s» .

N o ca p u t do a r t . 97 é q ue e stá a sensível a lte ra ç ã o in tro d u ­ zid a pela C o n stitu iç ã o d e 1967.

° b se rv a r q ue a a tu a l C a r ta P o lític a lim itou-se na r ' eX^ireS^a5> u s a ^ a Pela p rim eira C o n s titu iç ã o re p u b lic a -S J n í ! C0nStltUIÇa° d e 1934 e P ^ a de 1937, d e s p re z a n d o a nmKl C ° cons(:i(;u‘n te d e 1946 e n c o n tro u p a ra s u p e ra r os d e 1 K q 7 S I 05 T ívocos 9 e r a dos pelo a rtig o 73 d a C o n stitu iç ã o tnirlo rr\ t f ° P oc^em os a trib u ir êsse fa to a um cochilo do in d o r- snrnrpp 1 <.Um £’ ° _m esm o cochilo, quiçá, q u e tem co lo cad o , com em r p r tT Gn 0 i - ° j Sj a n c ia ’ a e x Pre s s ã o « ac u m u lação re m u n e ra d a » „ i f eSp enclid a re v ista d e a s s u n to s a d m in istra tiv o s com o a s s u n to p e rm a n e n te d e tra n sc riç õ e s de p a re c e re s sô b re a q u êle

A ssim dizia a p rim eira C o n stitu iç ã o d a R e p ú b lica em seu « A rt. 73. O s c a rg o s públicos civis ou m ilitares são accessiveis a to d o s os b rasileiro s, o b s e rv a d a s a s condições e c a Pa c id ad e especial q u e a lei e sta tu i, s e n d o , porém ,

Ve a as as acum ulações r e m u n e r a d a s .» ( g r i f e i ) .

(3)

A C o n stitu iç ã o d e 1934 re p ro d u z iu o p receito — « acum ula­ ção d e c a rg o s p ú b lico s re m u n e ra d o s» — sem a te n ta r p a ra a celeum a q u e se le v a n to u em tô rn o do a s s u n to e p a ra a lição q u e p o d e ria te r co lh id o n a a p licaç ão p rá tic a d aq u ele disp o sitiv o . R ui B a rb o sa lid ero u , v e rd a d e ira m e n te , com a q u ela lucidez que n u n c a cessam o s d e a d m ira r, os q u e m alsin a ram a e x p ressão

a c um ulação rem u n era d a — sem sig n ificad o m aior porém que

p o d e ria e n s e ja r co m p o rta m e n to a lta m e n te im oral e inco n v en ien te p a ra a A d m in is tra ç ã o P ú b lica, pois q ue o fu n cio n ário d e teria o c a rg o bem com o d e se m p e n h a ria su a s atrib u içõ es, com as v a n ta ­ g en s d e c o rre n te s , e n q u a n to ex ercesse um o u tro em regim e de ac u m u lação . É o q ue se ch am a de acum ulação d e autoridade, com o diz a d o u trin a e sp a n h o la. É a c o n co rrên cia d e condições d e a u to rid a d e em um só titu la r d e dois c arg o s, conform e a d v erte E n riq u e S e rra n o G u ira d o (« L a s In c o m p atib ilid ad es de A u to rid a ­ des y F u n c io n á rio s» — M a d rid , 1956, p á g s . 3 3 ) .

A a c u m u la ç ão d e a u to rid a d e é m uito m ais p ern icio sa q ue a a c u m u la ç ão d e ca rg o s, em bora e s ta im plique necessàriam entv. n a q u e la , a te n u a d a , porém , p e las re g ra s de conveniência ad m in is­ tra tiv a ou d e in te rê s s e p ú b lic o .

S e n d o p e rm itid a s a s acum ulações rem uneradas, deixa o s e rv id o r d e p e rc e b e r v encim ento, re m u n e ra ç ã o e v a n ta g e n s por um d êles, p o rém a c u m u la a s a u to rid a d e s q ue lh e advém do sim ples ex ercício de am bos os c a rg o s ou d e exercício de um e d e te n ç ã o d e o u tro .

A C o n s titu iç ã o d e 1946, n esse p o n to , a o _ n o sso ver, foi sá b ia , ao p ro ib ir, com o re g ra g e ra l, a acu m u lação de quaisquer

ca rg o s, e n te n d e n d o o a p lic a d o r d a n o rm a q u e a sim ples deten ção

d o c a rg o n ã o elid ia a a p lic a ç ã o d a n o rm a proibitiva- A té mesmo .n a c o lo c a ç ão d o d isp o sitiv o no te x to foi m ais c o n e ta , pois que

o a r t . 185, q u e v e d a v a a acu m u lação , v in h a lo g o a seg u ir ao p o s tu la d o in sc rito n o a r t . 184, q u e dizia serem os carg o s pu icos a ccessív eis a to d o s os b rasile iro s. A p ro ib ição c o n tid a n o a r . assim , e s ta v a in tim a m e n te v in c u la d a ao p o stu la d o in scrito no d isp o sitiv o im e d ia ta m e n te a n te rio r, q u içá com o um a as g a ra n ia e sse n cia is p a ra a s u a rea liz a çã o p rá tic a .

N a C o n stitu iç ã o d e 1967, ta l n ã o ocorre, havendo um a in te rfe rê n c ia e n tre o p o stu la d o , re p ro d u z id o n o a r t . , d, e

ção d e a c u m u la ç ão re m u n e ra d a , co n tid a n o a r ígo co n trib u i p a ra a c o n se cu çã o dêle, co n trib u iç ão essa, ja

d e s fig u ra d a ou m in im iz a d a . na

F o i re e d ita d a , d ê sse m odo, a m a lsin ad a ex p ressa

C o n stitu iç ã o d e 1891, de 1934, e a té m esm o n a e ’ ico n e n h u m p ro v e ito m aio r (p elo m enos aparen e) p ‘

pú blico, a re a v iv a r os equívocos, a s duvi as, o ’ q ü e re la s q u e já su p ú n h a m o s coisas su p era as, per^ reinci p a s s a d o q u e só valem e n q u a n to servem d e liçao p ar«

(4)

dên cia n o êrro. D izia O rte g a y G a s s e t q u e «el h o m b re c re a d o r n ec esita a b so rv e r el p a sa d o p re c isa m e n te p a ra e v itarlo , p a ra tra n s c e n d e rlo » .

A contrario se n su d o q ue e x p re ssa m e n te disp õ e a n ova

C o n stitu iç ã o F e d e ra l, n ã o é p ro ib id o ac u m u la r c a rg o s n ã o rem u - n e r a d o s .

D a í re su lta qu e a v ed açã o d e a c u m u la r c a rg o s n ã o é a re g ra g eral, como a n te s a co n te cia p elo reg im e d a C o n stitu iç ã o de 1946; a g o ra , o que é p ro ib id a é a acum ulação rem u n era d a , ou a n te s, é p erm itid a a acum ulação d e dois cargos d e s d e q u e não

te m u n era d o s, tira n te os casos d e exceção c o n sta n te s d o s itens,

2

^X ' ^ salvo o in te rê sse d a A d m in istra ç ã o , q ue co m an d a ^a ap licação d as n o rm as q u e in fo rm am o regim e de acu m u lação d e carg o s, já n ã o se p o d e fa la r em re g r a g e ra l ríg id a d e v e d a ç ã o de a c u m u la r.

S u m arian d o , pelo nô v o regim e, tem os:

É p e rm itid a a acu m u lação de dois c a rg o s d e sd e q u e :

a ) n ã o p erceb a o fu n cio n ário pelo exercício d e am bos:

b ) seja um de juiz e o u tro d e p ro fe sso r; c ) os dois sejam de p ro fe sso r;

d ) seja um de p ro fe sso r e o u tro técnico ou científico; e) os dois sejam p riv ativ o s d e m éd ico .

S e se fôsse, além d o m ais, d a r in te rp re ta ç ã o re stritiv a , d e v e r-se -ia ap licar à h ip ó te se d a a lín ea a to d o o d isp o sto no § 1», do a r t . 97, que diz:

§ l

9

E m q u a lq u e r d o s casos, a a c u m u la ç ã o so m e n ­ te é p erm itid a q u a n d o h a ja c o rre la çã o de m a té ria s e co m p atib ilid a d e d e h o r á r io s .»

M a s o de q ue n ão h á d ú v id a é d e que, n a q u e la hip ó tese, so s e iá egítim a a acum ulação, a in d a q u e n ã o re m u n e ra d a , se os c a rg o s forem e fe tiv am e n te ex ercid o s em h o rá rio s c o m p atív eis.

D ii-s e -á , p o r o u tro lad o , qu e to d o s os ca rg o s, fun çõ es ou em p reg o s sao rem u n erad o s, q u a n to m ais n ã o fô sse p o rq u e está em v ig o r o p rin cíp io d e q u e «é v e d a d a a p re s ta ç ã o d e serviços g ra tu ito s» , princípio êsse in sc rito no a r t . 4? d a Lei n* 1 .7 1 1 . de 28 de o u tu b ro de 1952 ( E s ta tu to d o s F u n c io n á rio s P ú b lico s

A

1

V

1

f o

£7

la. A c o n tec e q u e a n o v a C o n stitu iç ã o d o B rasil £ i . p e r? ite a Pre s ta ç ã o d e serv iço s g ra tu ito s n o caso de acum u açao d e c arg o s. E o faz sem ex clu ir o a c u m u la d o r do exercício e le tiv o d e am bos os c a rg o s em h o rá rio s co m p atív eis- u m a lei de h ie ra rq u ia su p erio r, assim , re v o g o u em p a r te aq u êle p rin c ip io .

(5)

L ogo, é p e rm itid a a acu m u la ç ão d e dois carg o s, em princípio, d e s d e q u e o fu n c io n á rio os ex erça e fe tiv a m en te e só perceb a v en c im en to ou v a n ta g e m p e lo exercício d e um d êles.

A c o n te c e q u e o fu n c io n á rio p o d e rá a fa s ta r-s e n a fo rm a da lei p a ra q u e tr a te d e in te rê sse p a rtic u la r, p o r m otivo de férias ou com o d e c o rrê n cia de licen ça especial- E m q u a lq u e r d essas h ip ó teses, crem os n a d a im pedir só e x erç a o fu n cio n ário um dos c a rg o s, com o é cu rial, e, n a s d u a s últim as, p erceb a vencim entos ou v a n ta g e n s d e am b o s, se n ã o d e sfig u ra ria o c a rá te r d aqueles in s titu to s — fé ria s e licen ça especial, cu jo s p erío d o s de a f a s ta ­ m en to a lei c o n sid e ra com o de efetivo ex ercício . _

C a so s h á em q u e o o c u p a n te d e c a rg o público n ão percebe v en cim en to , re m u n e ra ç ã o , sa lá rio ou o rd e n a d o e, sim , estipêndio, ta x a ou c u sta , com o n a h ip ó te se dos se rv e n tu á rio s d a Justiça. N em p o r isso e s ta rã o êles im unes ao re g im e .

A C o n stitu iç ã o se re fe re à acu m u la ç ão rem u n era d a em s e n tid o g en érico . T o d o s aq u êles q u e o cu p arem c a rg o s, funções ou em p reg o s p úblicos, p erceb en d o , ou n ão, d o s co fres públicos, e s tã o su je ito s à s re g ra s c o n tid a s no a r t . 97 d a C o n stitu iç ã o o B rasil d e 1967.

Q u a n to à s re g ra s d e exceção* à n o rm a g eral, p re c o n iza d as no a r t . 185 d a C o n stitu iç ã o d e 1946, co n tin u am , em princípio, as m esm as, a c re sc id a s d a n o rm a q ue d ispõe sô b re a p o ssib ilid ad e o ex e rcício cu m u lativ o d e dois c a rg o s p riv a tiv o s d e m édico. E sta ex c eção , com o se sa b e , é a re p ro d u ç ã o p a rc ia l d a E m e n d a C ons i- tu c io n a l n

9

20, d e 25 de m aio d e 1966, q ue a lte ro u a red a ç a o do re fe rid o a r t . 185 d a C a r ta M a g n a d e 1946- R e p ro d u ç ã o nao lite ra l, p o rq u e a E m e n d a C o n stitu c io n a l n'? 20 d izia: «a de ois ( c a r g o s ) , d e stin a d o s a m édicos», e n q u a n to a C o n stitu iç ã o a tu al d iz: «a d e dois c a rg o s p riv a tiv o s d e m éd ico » . D e stin a d o é cargo re se rv a d o a m édico. C a rg o p riv a tiv o d e m édico é c a rg o proprio d e m édico, p ecu lia r a êle, restrito a êle e a ninguém mais. c a rg o d e m édico d o serv iço público é d e stin a d o ao m édico p o rq u e dêle é p riv a tiv o , assim com o o de D ire to r d e um a c asa e sau e d ev e ser, n a tu ra lm e n te , c o n fia d o a um m édico. D ê sse mo o, nao é só o c a rg o d e m édico q u e é acu m u láv el com o u tro igua m ente d e m éd ico e, sim , q u a lq u e r o u tro p riv a tiv o d e m édico, como, por exem plo, o d e D ire to r d e um h o s p ita l.

V a le o b se rv a r q u e a C o n stitu iç ã o d e 1946, em s e u . a j t' ^ 185, s e ja n a re d a ç ã o prim itiv a, se ja n a q u e la qu e a oi a p ela E m e n d a C o n stitu c io n a l n

9

20, d e 1966, dizia ser «ve a a cu m u la ç ã o » , « ex ce to a p re v ista n o a r t . 96, n

9

», q u e n a se g u in te :

« A rt. 96. É v e d a d o a o ju iz :

I — ex e rc e r, a in d a q ue em d isponibilidade, q u a l­ q u e r o u tra fu n ção pública, salvo o m ag istério sec u n d á rio

(6)

e su p erio r e os casos p re v isto s n e s ta C o n stitu iç ã o , sob p e n a de p e rd a do c a rg o ju d ic iá rio .»

O a r t . 97 d a C o n stitu iç ã o a tu a l n ã o re p ro d u z iu a q u e la re fe rê n cia , ou m elhor, a b a n d o n o u o q u e se co n tém , já a q o ra , no a r t . 109.

P o r o u tro lado, o a ssu n to ficou su fic ie n te m e n te e sc larecid o q u an d o , ao invés de dizer, com o o fazia a C o n stitu iç ã o d e 1946, «salvo o m ag istério sec u n d ário e s u p e rio r’» d isse — « salv o um c a rg o de m agistério», em co n so n ân c ia com o item I, do a r t . 97, q u e d ispõe:

« A r t. 9 7 . É v e d a d a a a c u m u la ç ão re m u n e ra d a , exceto:

1

a de juiz e um c a rg o d e p r o fe s s o r.»

A crescen to u , porém , o c o n stitu in te , n o § l 9, d ê sse m esm o a rtig o 97, que:

« E m q u a lq u er d o s casos, a ac u m u la ç ão sò m en te

é p erm itid a q u a n d o h a ja c o rre la çã o d e m até ria s e co m p atib ilid ad e de h o r á r io s .»

N o regim e a n te rio r, isto é, em face do q u e d isp u n h a o L ecreto n

9

3 5 .9 5 6 , d e 2 de a g ô sto de 1954, q ue re g u la m e n to u os a rtig o s 188 a 193 d a Lei n

9

1 .7 1 1 , de 28 d e o u tu b ro d e . 1952 ( h s ta tu to dos F u n c io n á rio s ), o juiz e sta v a e x clu íd o do a te n d i­ m e n to dêsse req u isito c o n stitu cio n al d e c o rre la çã o d e m atérias, em b o ra re s u lta n te essa e x c lu são d e um e v id e n te e n g a n o na in te rp re ta ç ã o feita pelo re g u la m e n ta d o r a o item II, do p a rá g ra fo único, d o a r t . 188 d aq u e le d iplom a le g a l.

P re se n te m e n te , n ã o crem os p o ssa h a v e r m ais d ú v id a s de q ue em q u a lq u er d o s casos h á q u e se e x a m in a r o req u isito da c o rrelação de m atérias e n tre as atrib u iç õ e s esp ecíficas de um c a rg o e as d e outro. N o caso do juiz, e n tre a s a trib u içõ e s específicas dêsse carg o e a m a té ria le c io n a d a .

A C o n stitu iç ã o de 1967 perm itiu , co n se q ü e n te m e n te, exerça o juiz um c a rg o de p ro fe sso r, to u t court, sem esp ecific ar, porém im itou q u a n to à o b serv ân c ia o b rig a tó ria do re q u isito d a c o rre- a ç a o d e m atéria s. É de in d a g a r, e n tã o : p o d e rá o juiz ser p ro fe sso r de um c u rso prim ário? D e q u e disciplina? D e curso se c u n d á rio . D e que disciplina? N e s ta h ip ó tese, sò m en te — a >. e ecio n ar em curso se c u n d á rio — , é q u e n o s p a re c e se r viável, a p e sa r de q u e h o je h á quem e n te n d a q u e o c u rso g in asial não imp íca em especialização. A p ro s p e ra r essa tese, q ue já en co n - rou a m elhor re sso n â n c ia n o p ró p rio S u p rem o T rib u n a l F e d e ra l, em os d ú v id as se o juiz p o d e rá a c u m u la r ê sse c a rg o com o de p ro esso r secu n d ário , le v a n d o -se em c o n ta o re q u isito legal da co rre açao d e m até rias. S e a e sp e cializaç ão q u e se re q u e r e

(7)

do c u rso e n ã o a d o p ro fe sso r (o q u e nos p a rece um a b su rd o ,

d a ta v e n ia ) , esta m o s a n sio so s p a ra sa b er, d e n tro da ap licação

c o e re n te d êsse p o n to d e v ista , q u a l o a rg u m e n to p a ra se p ro v a r a c o rre la ç ã o d e m a té r ia s . . .

C u m p re , a in d a , v erific a r que, pelo regim e a n te rio r d a C o n sti­ tu iç ã o de 1946, os M in istro s d o T rib u n a l de C o n ta s d a U nião tin h a m tra ta m e n to ig u a l a o d isp e n sa d o ao s juizes em m atéria d e a c u m u laç ão , p o r fô rça do q ue e x p re ssa m e n te d isp u n h a o §

1

. d o a r t . 76, d a q u e la Lei M a g n a , ver bis:

Ǥ l

9

O s M in istro s do T rib u n a l de C o n ta s serão n o m e a d o s p elo P re s id e n te d a R epública, depois de a p ro v a d a a esco lh a p e lo S e n a d o F e d e ra l, e te rã o os m esm os d ireito s, g a ra n tia s , p re rro g a tiv a s e vencim entos d o s ju izes do T rib u n a l F e d e ra l de R e c u rso s» .

C om efeito, com o a C o n stitu iç ã o c o n c ed era àq u eles M in is­ tro s «os m esm os d ireito s, g a ra n tia s , p re rro g a tiv a s e vencim entos d o s ju izes d o T rib u n a l F e d e ra l d e R ecu rso s» , ipso fa c to conferiu- lh es o d ire ito d e a c u m u la r c a rg o s públicos d e m an eira igual ao c o n ced id o à q u e le s in te g ra n te s do P o d e r Judiciário, isto é, com um c a rg o d e m a g isté rio se c u n d á rio ou su p erio r. T a is direitos fo ram e ste n d id o s a o s M in istro s dos T rib u n a is de C o n ta s do D is trito F e d e ra l e d o s E s ta d o s , p o r via in te r p r e ta tiv a .

A c o n te c e , porém , que, p ela C o n stitu iç ã o do B rasil de 9 , d e ix a ra m os M in is tro s do T rib u n a l d e C o n ta s d e g o zar d a q u e e s

d ireito s, pois q u e o d isp o sitiv o c o n stitu cio n al, q u e cogita a

m a té ria c o n tid a n o § l 9, do a r t . 76, d a C o n stitu iç ã o an terio r, d eu n o v a fo rm a a o p rece ito , re tira n d o a ex p ressão « te ra o os m esm os d ire ito s» , só d e ix a n d o — « te rã o as m esm as g a ra n tia s p re rro g a tiv a s , v e n c im e n to s e im p ed im en to s dos M in istro s o T rib u n a l F e d e ra l d e R e c u rs o s » . . ,

D e sse m odo, a o n o sso ver, os M in istro s dos lr ib u n a is ae C o n ta s , d a U n iã o , d o D is trito F e d e ra l e dos E sta d o s, ja n a o p o d e rã o a c u m u la r d e n tro d a h ip ó te se p re v ista p a ra os; m agis rac . e, sim , d e n tro d a p re v ista n o item III, do a r t. 97, a a ua

C o n s titu iç ã o . _ , 1

0

iC

'7

O § 2?, d o a r t . 97, d a C o n stitu iç ã o do B rasil de iyt>/, p re te n d e u d e s lin d a r a c o n tro v é rsia d a pro ib ição e acum u ar

q u a isq u e r c a rg o s. In sp iro u -se o c o n stitu in te , a o re ígi ° ’ .

a r t . 189 d a Lei n* 1 .7 1 1 . d e 28 d e o u tu b ro de 1952 assin com o o § l 9, c u ja fo n te ta lv e z seja o q ue se contem a o í e • d o a r t . 188, d a q u e le diplom a legal. R ed u ziu o^ ° '

19

° ,g g g d a r e d a ç ã o d a d a p ela E m e n d a C o n stitu c io n a n , - __ • su b stitu iu a e x p re s s ã o — (e n tid a d e s ) p a ra e s a ai.^

200

. 25 ^ d.

(8)

p riv ad o , com p atrim ô n io p ró p rio e ca p ita l exclusivo d a U n iã o ou de su a s e n tid a d e s d e A d m in istra ç ã o In d ire ta , c ria d a p o r lei p a ra d e se m p e n h a r ativ id a d e s d e n a tu r e z a em p re sa ria l q u e o G o v ê rn o se ja levado a e x ercer, p o r m otivos d e c o n v en iên cia ou c o n tin g ên cia ad m in istra tiv a , p o d e n d o ta l e n tid a d e re v e stir-se de q u a lq u e r d a s form as a d m itid a s em d ir e ito » .

T in h a o co n stitu in te já em m en te o esq u e m a d a o rg a n iz a ç ã o d a A d m in istra ç ã o F e d e ra l c o n s a g ra d a um m ês a p ó s n o D e c re to - lei n

9

200, de 25 de fevereiro de 1967, q u e classifica a A d m in is­ tra ç ã o em D ire ta e In d ire ta , c o m p re e n d e n d o e s ta a s A u ta rq u ia s , a s E m p rê sa s P ú b licas e as S o c ie d ad es d e E c o n o m ia M ista . D a d a s a s circu n stâ n c ias excepcionais em qu e foi e la b o ra d a a q u in ta C o n stitu iç ã o rep u b lica n a, tu d o n o s lev a a c re r h a v e r ela se in sp irad o , n esse p o n to , em te x to d e d ecre to -lei b a ix a d o um mês d epois d e seu a d v e n to .

_ A q u ilo ^ u e se contém n o § 29, d o a r t . 97, d a a tu a l C o n s ti­ tuição, é o qu e se ta c h a v a de in c o n stitu c io n a l n a Lei n

9

1.711» a e 28 de o u tu b ro de 1952 ( a r t . 1 8 9 ), q u e e ste n d e u a p roibição à acu m u lação de c a rg o s d a U n iã o com os d o s E s ta d o s , D is trito r e d e r a l, M u n icíp io s, E n tid a d e s A u tá rq u ic a s e S o c ie d a d e s de E co n o m ia M is ta .

./? _ § 2°’ d o a r t . 97, d a a tu a l C o n stitu iç ã o , tam bém e íte n d e a proibição, porém n ão é m elhor su a re d a ç ã o q u e a do E s ta tu to dos F u n c io n á rio s .

. N ° ^ se r e fere ao s in ativ o s, a C o n stitu iç ã o de 1946 silen ­ ciav a, fic a n d o o discip lin am en to d a m a té ria p o r c o n ta d a le g isla ­ ção o rd in á ria .

S o b re o a ssu n to , assim d isp ô s a Lei n

9

1 .7 1 1 , d e 1952: « A rt. 192. N ã o se co m p ree n d em n a p ro ib ição de acu m u lar, nem e stã o su je ito s a q u a isq u e r lim ites:

d ) a p e rce p ção d e p ro v e n to s q u a n d o re s u lta n te s

d e c a rg o s leg a lm en te ac u m u lá v e is» .

R e c o rd e -se qu e ta l p re c e ito foi re g u la m e n ta d o p elo a r tig o 10 o ecre o n- 3 5 .9 5 6 , d e

2

d e a g ô s to d e 1954, assim expresso: , , <,:-^rt. 10. A a c u m u la ç ã o d e p ro v e n to s de in a tiv i- d a d e , re su lta n te d e a p o s e n ta d o ria ou d isp o n ib ilid ad e, ou d e ste com a re trib u iç ã o d e a tiv id a d e , só é p erm itid a q u a n d o p ro v e n ie n te d e c a rg o s acu m u láv eis, re ssa lv a d o s os caso s d e c o rre n tes d o d isp o sto n o a r t . 24 d o A to das

isposições C o n stitu c io n a is T r a n s itó r ia s » .

E o a r t . 191 d a q u e la m esm a Lei 1 .7 1 1 , de 1952, perm itia ao u n cio n ário a p o se n ta d o , q u e n ã o o fô sse p o r in v alid ez, exercer

(9)

c a rg o em co m issão e p a rtic ip a r de ó rg ã o de d elib eração coletiva, d e sd e q u e ju lg a d o a p to em in sp eção d e sa ú d e

Ê sse s p rin cíp io s sobrevivem à a tu a l C o n stitu ição que só fez a m p lia r a s exceções, co n fo rm e se d e p re e n d e d o § 3 o, do a r t. 9 ,

ver b is :

Ǥ 3

9

A p ro ib ição d e ac u m u la r p ro v en to s n a o se a p lica ao s a p o se n ta d o s, q u a n to a o exercício d e m an d ato eletivo, c a rg o em com issão ou a o c o n tra to p a ra p restaçao de serviços técnicos ou e sp e c ia liz a d o s.»

S ò m e n te n e sse s c aso s é q u e n ã o se a p lic a, d o n d e se conclui q ue, n a s d em ais situ açõ e s, se ap lica, v a le dizer, com o v inha sen o

a p lic a d o a n te s . , _ ,

F a z -s e m ister o b se rv a r um a im p ro p rie d a d e n a re d a ç a o aos p a rá g ra fo s 2

9

e 3*, do a r t . 97, o q u e vem r e v e l a r , m ais um a vez q u e o c o n stitu in te se in sp iro u n o a r t . 189 d a Lei n • > 28 d e o u tu b ro de 1952, a b so rv e n d o a té a s u a re d a ç a o in ad eq u ad a.

N a Lei n

9

1 .7 1 1 , de 1952, lá e stá :

«A p ro ib ição do a rtig o a n te rio r este n d e -se à acu m u ­ lação d e c a r g o s . . . »

N a C o n stitu iç ã o d e 1967, assim ficou:

Ǥ 2

9

A p ro ib ição d e a c u m u lar se este n d e a c a r­ gos . . .» .

O ra , n ã o é a p ro ib iç ã o q ue se esten d e, o que seria o d io s a nem q u e n ã o se ap lica, o qu e se ria um privilégio e, sim, _o regim e to d o : a n o rm a g e ra l d a p ro ib ição e su a s ej eXCe*a

0

Q

7

D e m a is d isso , o q u e se p re te n d e u no § 3 9, do a r t . 97 - fa z e r u m a a firm a tiv a em prim eiro lu g ar, isto e, íx ai um , — com o a d o c a p u t d ê sse m esm o a r t . 97 , e, depois, e

u m a r e s s a lv a . , r

-D a m a n e ira com o foi re d ig id o êsse p a ra g ra fo , a prim eira v ista d á a o s in c a u to s um a im p ressão e n g a n a o r a .

O §

3

°, d o a r t .

97

, d ê sse m odo, estab eleceu ressalv a ao reg im e q u e se a p lic a ao s in ativ o s:

a ) p o d e rá e x e rc e r m a n d a to eletivo, ^

b) p o d e rá e x e rc e r c a rg o em com issão, iÍT_ j oq med ia n -c) p o d e rá p re s ta r serviços técnicos ou especializados m edia te c o n tr a to .

Q u a n to à re ssa lv a c o n tid a n o item a, o °£S Pt° n h a m p a sso u a d e s f r u ta r d o m esm o r e g i m e q u e c e r o d ecisão d u ra n te a v ig ên cia d a C o n s t i t u i ç ã o de 1946, em ta c e ^ ^

d o S u p re m o T rib u n a l F e d e ra l (1 9 5 6 ) • ^ re se rv a e r e form ados C o n s titu iç ã o , se a p lic a a o s m ih tare

(10)

Q u a n to à ressa lv a re fe rid a no item b, re e d ita a n o v a C o n s ti­ tu ição o m a n d a m e n to co n tid o n o a r t. 191 d a Lei n

9

1 .7 1 1 , de 1952 ( E s ta tu to dos F u n c io n á rio s ), p a ra p e rm itir ao a p o s e n ta d o o exercício de c a rg o em com issão, em bora sem tra n sc re v e r as re ssa lv a s a c a u te la d o ra s ex p re ssa s n o alu d id o d isp o sitiv o e s ta tu ­ tá rio . P a re c e evidente, to d av ia , q ue se a p lic a rá , n a h ip ó tese, o a r t . 191 d o E s ta tu to dos F u n c io n á rio s, qu e c o n tin u a em vigor, e q u e assim d ispõe:

« A rt. 191. S alvo o caso de a p o s e n ta d o ria p o r invalidez, é p erm itid o a o fu n c io n ário a p o s e n ta d o exercer carg o em com issão e p a rtic ip a r de ó rg ã o d e d e lib eraç ão co etiva, d esd e q u e se ja ju lg a d o a p to em in sp e ç ã o de sa u d e q u e p re c e d e rá su a p o sse e re sp e ita d o o d isp o sto no a rtig o a n te r io r .» .

O a rtig o a n te rio r a q u e se re fe re êsse d isp o sitiv o é aq u êle q u e p ro íb e a o fu n cio n ário exerc er m ais d e um a fu n ç ã o g ra tific a d a ou p a r icip a r e m ais de um ó rg ã o de d e lib e ra ç ão c o le tiv a .

os mi itares d a re se rv a e re fo rm a d o s se a p lica, tam bém , este p re c e ito (§

6

?, do a r t . 94, d a C o n stitu iç ã o d e 1967) .

(.•í

.113-110!3

re s s a ^v a do item c, p o r fô rç a d e m a n d a m e n to ons í uciona , p a sso u o a p o s e n ta d o a p o d e r p re s ta r serviços ecnicos ou especializados m e d ia n te c o n tra to re g id o p ela leg isla-

çao

tra b a lh is ta ( a r t . 104, d a

Constituição

d o B r a s il), o q u e se i 19o T T n r

308

m ilitares d a re s e rv a e re fo rm a d o s (§

6

°, 3r. ' * a C o n s titu iç ã o ). A lei d e v e rá d e fin ir o q u e sejam rviços ecnicos ou especializados». O m a n d a m e n to n ã o n o s p a re ce au o -ap ícável, ^embora de a n te m ã o se p o ssa d izer q u e só o a o e ser p re sta ç ã o d e serviços téc n ico s ou esp ec ializad o s, pe o regim e a eg islaç ão tra b a lh is ta , n ã o b a s ta p a ra ex clu ir do regim e e pro ib ição d e ac u m u lar. C re m o s q u e c o n tra to d e

em p reg o p resta çã o d e serviços em caráter p e rm a n e n te , é c a rg o

p a ra e ei o e ap icação d a s re g ra s d e v e d a ç ã o d e a c u m u la r. . um p re n o ta r que, n a s trê s hip ó teses, o a p o s e n ta d o c o n ti- ? n T a j Pf rc e b e r °, P ro v en to re s u lta n te de s u a a p o se n ta d o ria , epen en em ente da^ p erce p ção do su b síd io ou d o v en cim en to ° em com issã o ou d a re trib u iç ã o c o rre s p o n d e n te ao s

ços ecnicos ou e sp ecializad o s p o r êle p re s ta d o s .

tovtr* se rv f" se °lue a a tu a l C o n stitu iç ã o n ã o in c o rp o ro u a o seu p m i° P ^r a g ra o único, do a r t . 185, com a re d a ç ã o d a d a p ela b m e n d a C o n stitu c io n a l n* 20, d e 25 de m aio d e 1966. P o d e r-s e -á C]Riej <<0^ Pr

5

^essô re s d a a n tig a F u n d a ç ã o E d u c a c io n a l d o prri

10

C. era >> t ®m a su a s itu a ç ã o d e fin id a p o r a q u ê le p receito , ^ Pe se a tese d e q u e n ã o h á d ireito a d q u irid o c o n tra npln T °- CnI!i ^ 101?a l- c aso d a q u e le s p ro fe sso re s, a m p a ra d o s

I t í a V 4 2 ’ ,de

17

d e Íu lh o de 1963, a C o n stitu iç ã o a n te rio r,

(11)

e x p re ssa m e n te n a ex ceção à re g ra g eral de p ro ib ição de acum ular c a rg o s p úblicos, ou m elhor, os excluiu d o regim e, desde qu e a te n ­ d ido o req u isito d a c o m p atib ilid ad e de h o rá rio s .

A ssim , a n o sso ver, satisfe ito s os req u isito s expressos pela E m e n d a C o n stitu c io n a l n Q

20

, d e 1966, a situ a ç ã o d a q u e e s p ro fe sso re s e stá a salv o de q u a lq u e r re striç ã o u lte rio r.

N o q u e se re fe re ao s m ilitares ( a r t . 92, §§ 3 ?, 4 ', 5 e

6

) o a s s u n to g ira , q u a se to d o , em tô rn o d e in co m p atib ilid ad e, em ra z ã o d e seu s ta tu s ■ O § 4 9, d o a r t . 92, d a n o v a C a rta , altero u a re d a ç ã o d o § 4 U, d o a r t . 182, d a C o n stitu iç ã o de 1946, que era assim :

Ǥ

4

<? O m ilitar em a tiv id a d e q u e ace ita r cargo púb lico te m p o rá rio , eletivo ou n ão, se rá a g re g a d o ao re sp e c tiv o q u a d ro e sò m en te c o n ta rá tem po de serviço p a ra a p ro m o ção p o r a n tig ü id a d e , tra n sfe rê n c ia p a ra a re s e rv a ou re fo rm a . D ep o is de o ito an o s d e a f a s ta ­ m en to , co n tin u o s ou n ão, se rá tra n sfe rid o , n a form a da lei, p a ra a re se rv a , sem p reju ízo d a co n tag em d e tem po p a r a a r e f o r m a .» .

A E m e n d a C o n stitu c io n a l n* 19, d e 7 d e dezem bro d e 1965, deu n o v a re d a ç ã o a êsse d ispositivo, q u e p a sso u a ser assim :

«5

4

'-> O m ilitar em a tiv id a d e q u e ace ita r q u alq u er c a rq o p ú b lico civil te m p o rá rio n ã o eletivo se rá a g re g a d o ao re sp e c tiv o q u a d ro e sò m en te p o d e rá ser J3101110^ 1. p o r a n tig ü id a d e , c o n ta n d o -se -lh e o tem p o d e serviço a p e n a s p a ra a q u e la pro m o ção , tra n sfe re n c ia p a r a a re s e rv a ou refo rm a. D e p o is d e dois an o s e , m ento, co n tín u o s ou n ão, se rá tra n sfe rid o , na

lei, p a r a a re se rv a , ou re fo rm a d o .»

C om o a d v e n to d a q u in ta C o n stitu iç ã o rep u b lican a, o Ss 4-' p a sso u a te r a se g u in te re d a ç ã o já tam bém a te ra a.

«S

4

» O m ilitar d a a tiv a q ue a c e ita r q u a lq u er carg o p ú b lico civil te m p o rário , n ão eletivo C°c™n

0

mia a u ta rq u ia , em p rê sa p ú b lica ou socie a sòm ente m ista fic a rá a g r e g a d o ao resp ectiv o q ^ ^ s o m e n ^ e p o d e rá se r p ro m o v id o p o r a n tig u id a e, 9 ^ serviço

n e c e r n e s s a situ a ç ã o , con^ ° ; J ' nsfee rência p a ra a re se r- a p e n a s p a ra a q u e la prom oça.>, afa sta m e n to , v a o u re fo rm a . “ “ form a da lei. p a ra c o n tín u o s ou n a o , se ra tra n s te

(12)

D ê sse m odo, o m ilitar d a a tiv a p o d e rá a c e ita r q u a lq u e r ca rg o público civil tem p o rário , n ã o eletivo, em a u ta rq u ia , em p rêsa pública ou so c ied a d e de econom ia m ista, p o rém ficará a g re g a d o ao resp ectiv o q u a d ro , sen d o tra n s fe rid o p a r a a re se rv a , o u re fo r ­ m ado, depois d e dois an o s d e a fa sta m e n to , co n tín u o s ou n ão. S e o c a rg o público civil fô r eletivo, s e rá d ife re n te a situ a ç ã o , pois que o m ilita r se a f a s ta rá te m p o rà ria m en te d a a tiv id a d e , a ela re to rn a n d o e x p irad o o m an d ato . E , e n q u a n to d u ra r o m a n d a to eletivo, n ão te rá direito, a n osso v er, ao s v en cim en to s e v a n ta ­ g ens do seu p ô sto cu m u la tiv a m en te com os su b síd io s ou v e n c i­ m entos d o carg o civil. P a r a a p e rce p ção cu m u lativ a, só se tra n s fe rir-s e p a ra a rese rv a ou re fo rm a r-se , à v ista do q u e dispõe o §

6

", do a r t . 94, iri fin e , qu e m a n d a a p lic a r a o s m ilitares a re g ra c o n tid a no § 39, d o a r t . 97, q u e diz q u e a p ro ib iç ão de ac u m u lar p ro v en to s n ã o se ap lica ao s a p o se n ta d o s, q u a n to ao exercício de m a n d a to eletivo.

A cresce q ue o m ilitar d a a tiv a , a g re g a d o a o resp ectiv o q u a d ro , e n q u a n to ex ercer q u a lq u e r c a rg o p ú b lico civil tem p o rário , n ã o te rá d ireito aos v en cim en to s e v a n ta g e n s do se u p ôsto, fa c u lta n d o a n o v a C a rta a opção, o q u e n ã o o co rria n a C o n s ti­ tu ição de 1946.

P o r d erra d e iro , cum p re in d a g a r: a a tu a l C o n s titu iç ã g piorou ou m elhorou o regim e de acu m u lação de carg o s?

Sem re sp o n d e r o b je tiv am en te à in d a g a ç ã o , p o d em o s a s s e g u ­ ra r q u e o c o n stitu in te p e rd e u um a ó tim a o p o rtu n id a d e p a ra fa z e r um a rev isão do tra ta m e n to leg al d a d o a o a ss u n to , v a le n d o - se d a lição d o p a ssa d o , d a ju risp ru d ê n c ia e d a b o a ra z ã o , p a ra a ju s ta r a s n o rm as à re a lid a d e n ac io n al d e n tro d e um s e n tid o de ju stiça e c o n sid e ra n d o o in te rê sse d o serviço público. O te x to re sse n te -se , inclusive, d o m esm o m al d e q u e p a d e c e to d o aq u ê le diplom a legal, q ue é a re d a ç ã o d e sc u id a d a , fru to d o aç o d a m e n to em q u e foi e la b o ra d a a q u in ta C a r ta M a g n a d e n o ssa R ep ú b

lica-N a a tu a l C o n stitu iç ã o do B rasil, n e g lig e n c io u -se p o r dem ais a fo rm a q u e d e ix a m u ito a d e se ja r a té a q u em n ã o é p u rista - m p ro p rie d a d e em te x to d e lei, to d a v ia , é tam b ém im p erd o áv el vicio d e lin g u ag em , m o rm en te em se tr a ta n d o d e um código tu n d a m e n ta l, além d e d ific u lta r su a e x a ta e p ro n ta in te p re ta ç ã o

-D isse R ee d -D ick erso n q u e se ria difícil e x a g e ra r a im p o rtân cia d e sa b e r p re p a ra r c o rre ta m en te um d ip lo m a leg a l. U m bom governo, isse êle, n e ce ssita d e leis q u e d ig am o c e rto d e m odo r o, n a in g u ag em m ais c lara, m ais sim ples e m ais accessível. ( )

(13)

PR 7.736-67 — N* 559-H, D E 6 D E SETEMBRO D E 1967

«Aprovo. Em

12-9-67» (Enc. ao DASP, em 15-9-67)

A s s u n to : A c u m u la ç ã o rem u n era d a . E xp re ssã o c o n sta n te d o a r t. 97 da vig e n te C o n stitu içã o t e -

d e ra l. O rig e n s históricas d o in stitu to . C onceito

d o u trin á rio e ju risp ru d en cia l sô b re o m esm o princi­

p io , in serto nas C o n stitu içõ e s p assadas. P erm anece

com o regra g era l a proibição. C o m o exceções so se

a d m ite m aquelas e x p re ssa m e n te in d ica d a s.

PARECER

D isc u te -se , n e ste p ro cesso , o pro b lem a d a acu m u lação face ao s têrm o s d a n o v a C o n stitu iç ã o F e d e ra l que, em seu ar d e c la ra :

« É v e d a d a a a cu m u lação rem unerada, ^ x c e jo :

n ã o re p e tin d o , ipsis litteris, o m a n d a m e n to d a C a rta de 1946, assim re d ig id o :

« A rt. 185. É v e d a d a a a cu m u la ção de^ ^ Í f e i T c a rg o s . . . ...

2 . A su tilid a d e re d a cio n al d o nôvo te x to n ã o p asso u d es­ p e rc e b id a ao s estu d io so s d o a ssu n to , prmcipai m

1

re lativas lidam , d iu tu rn a m e n te , n o tra to d a s com plexas questoe

ao in s titu to .

3 . A ssim é q u e o D r . C o rsín d io M onteiro> d a íSi v;^ 9 “ ° A s sis te n te Ju ríd ico d o D A S P e mem ro a o ^ a lteração lação d e C a rg o s, im p ressio n an d o -se, e im , resp eito d a v e rific a d a, ela b o ro u b rilh a n te e m inucioso t r a b a ,

h ip ó tese, a tra v é s d o q u a l re s sa lta o seu entendim ento

m a té ria . , «,

4 . C on v ém tra n sc re v e r alguns_ t r “ h “

0

nstituição° d o V r a s i í in titu la d o « O R egim e de A cu m u laçao na_ t

-0

j

0

D A S P , de 1967», e p u b lic a d o pelo S e rv iç o -d e J CQ jn te rp re ta

0

p a ra se te r id éia de com o o ilu stre A

a s su n to . D iz êle «A in tro d u z i a c u m u la r

« A C o n s titu iç ã o do B rasil, de 24 d e jan eiro d«=W67 in tro d u z iu sensível a lte ra ç ã o n o reg.m e de pro.b.çao

a c u m u la r. form ando em n o ssa

A sistem ática, que s ^ a ss u n to, n ã o h á dúvida le g isla ç a o especifica q u e g

(14)

que foi a lte ra d a , a b stra in d o -n o s do rig o rism o a d o ta d o pela C a r ta o u to rg a d a em 1937.

O regim e da C o n stitu iç ã o de 1946 n ã o e ra ideal, inclusive p ela rig id ez d a re g ra g e ra l de p ro ib ição de ac u m u la r q u aisq u er ca rg o s, porém as su a s d eficiências po d eriam ser sa n a d a s com p e q u e n a s em en d as, a te n d id a a ex periência sôbre o a s s u n to .

A C o n stitu iç ão do B rasil, de 24 de ja n e iro d e 1967, tr a ta do a ssu n to em seu C a p ítu lo V I I c o n c e rn e n te ao od er E x ecutivo, S eção V I I , q u e cu id a « D o s F u n c io n á ­

rios P úblicos», a rtig o

9 7

. O s p a rá g ra fo s

3

9,

4

<?,

59

e j ’ d ° a r t . 94, o cu p am -se de re g ra s d e in c o m p atib ili­ d a d e s re fe re n tes aos m ilitares (S eção V I — « D a s F orças

A r m a d a s » ), D ê sse m odo, h á m a té ria d e regim e de

inco m p atib ilid ad es qu e se e n tre la ç a com o d a acu m u lação in se rta nesse m esm o C a p ítu lo , e a q u e n o s re ferirem o s q u a n d o o p o rtu n o » .

E , m ais a d ia n te , a firm a :

« N o ca p u t do a r t . 97 é q u e e stá a sensível a lte ra ç ã o in tro d u z id a pela C o n stitu iç ã o de 1967.

C ab e, de logo, o b se rv a r q u e a a tu a l C a r ta P o lítica ím itou-se a co p iar a ex p re ssã o u s a d a p e la p rim eira o n sh tu iç ã o rep u b lican a, pela C o n stitu iç ã o de 1934 e ^ e a . ^ ’ d e sp re z a n d o a fó rm u la que o co n stitu in te e ^ en c o n tro u p a ra s u p e ra r os p ro b lem as e, os ?

8

QiVOCcS g e ra d o s Pel° a rtig o 73 d a C o n stitu iç ã o de . , , , ° Podem os a trib u ir êsse fato a um cochilo do m o rn n d o co n stitu in te, o m esm o cochilo, q uiçá, q u e tem co oca o, com s u rp re e n d e n te c o n stâ n c ia , a e x p re ssã o «acum u aç ã o rem u n e ra d a» em c e rta e sp lê n d id a rev ista e assuntos^ a d m in istra tiv o s com o e p íg ra fe p e rm a n e n te e ran scriçõ es de p a re c e re s sô b re aq u ê le a s s u n to .

1

q

^4

30 com ^ t a r os tê rm o s in se rto s n a C o n stitu iç ã o d a exnrp-ccS e.™ ra a, P°lênrica a n te rio rm e n te tr a v a d a em tô rn o um dos lídprp aCUI” U açao re m u n e ra d a » , c ita n d o R ui B a rb o sa com o

v e com ’ 3qUêleS a m alsin aram . A c e n a ,

inclusi-di? a d n n fr

16

enon’1” a d e «acum ulação d e a u to r id a d e » , c o m o

diz a d o u trin a e sp a n h o la, a c re sc e n ta n d o :

. a cu m u laçao de a u to rid a d e é m uito m ais p e rn i- npcp

<'U0

3

acu m u ^a Ção de c arg o s, e m b o ra e s ta im plique n e c e ssa ria m e n te n aq u e la , a te n u a d a , porém , p e las re g ra s conveniência a d m in istra tiv a ou de in te rê sse p ú b lico .

(15)

S e n d o p e rm itid a s as acum ulações rem u n erad as, deixa o se rv id o r de p e rc e b e r vencim ento, rem u n era ção e v a n ta ­ g e n s p o r um dêles, porém , a cu m u la a s a u to rid a d e s que lh e ad v êm do sim ples exercício d e am bos os carg o s» . E , a rre m a ta :

«A contrario se n su do q ue ex p ressam en te dispõe a n o v a C o n stitu iç ã o F e d e ra l, n ão é p ro ib id o acum ular

c a rg o s n ã o re m u n e ra d o s.

D a í re s u lta q ue a v e d a ç ã o d e acu m u lar carg o s nao é a re g ra g eral, com o a n te s ac o n tecia pelo regim e d a C o n stitu iç ã o de 1946; ag o ra , o q ue é p ro ib id a é a acum u /a ç ã o rem unerada, ou a n te s, é p erm itid a a acum ulaçao de

d o is cargos d e sd e q u e não rem unerados, tira n te os casos

de ex ceção c o n sta n te s dos ite n s I, II, III e I V . A salvo o in te rê sse d a A d m in istra ç ã o , q u e co m an d a a ap h caçao d a s n o rm a s q u e inform am o regim e de acum u açao e c a rg o s, já n ã o se p o d e fa la r em re g ra g eral ríg id a de v e d a ç ã o d e a c u m u la r» .

5 . A m esm a tese é d e fe n d id a p elo D r . C o rsín d io _ M o n te iro d a S ilva, n a q u a lid a d e de re la to r d ê ste processo, subm etido a c o n sid e ra ç ão d a C om issão d e A cu m u la ção e arg o s, e v e rsa so b re a p o ssib ilid a d e de fu n cio n ário do B anco do t í r a s i , a tu a lm e n te em g ô zo d e licença p a ra tr a ta r d e in teresses

re s — sem re m u n e ra ç ã o — p o d e r a c u m u lar este em Pre 9 °' c0 fu n ç ã o d e se rv e n tu á rio d a Ju stiça do D istrito e era > q u a l se su b m ete u a c o n c u rso público, te n d o sid o ap ro v ad o ,

p re ste s a se r n o m e a d o . .

6

. A C .A .C ., ac o lh e n d o p a re c e r do re la to r d a “ C i d a d e s e ssã o d e

11

d e ju lh o d o c o rre n te a n o concluiu pela legitim ^ d a p re te n sã o , face à n o v a re d a ç a o d a d a pelo a r t.

M a io r, ao tr a ta r d a e sp écie. criterio so

7

. O p ro b lem a e s tá a exigir, sem d u v id a exam e

de m o d o a fix a r a v e rd a d e ira in sp ira ç a o do m a n d a ® en, n ão cional, im p ed in d o , d e sta rte , in te rp re ta ç õ e s d e tu rp a d a s e c o n d iz e n te s com os p ró p rio s o b jetiv o s do ins

1

^ ^ a

8

. A v e d a ç ã o de ac u m u la r cargo» p u b l.co s ' Z S S t í ^ s Z ^ o S T o a l v o r e c e r d o B rasil F d D . P e d ro , q ue, = S e i o

i

polfflca d e r «HcõS ao s d e sm a n d o s, a tra v é s de d ec re lo s « p e n a i s d e 13 d : 18 d e iu u h o d e 1822, p ro ib in d o o r S n a d o » . m ais d e um ofício ou em p reg o e ven

(16)

1 0 . D iz João B arb alh o (C o n stitu iç ã o F e d e ra l B ra sile ira — C o m en tário s, p á g . 3 3 9 ) q u e «a b o a d o u trin a n ã o p o d e in te ira ­ m ente v in g a r e o p receito tã o fo rm alm e n te p o s to foi c e d e n d o de su a in fle x ib ilid a d e. A m o n arq u ia n ão p o d ia p re sc in d ir do fa v o ­ ritism o, do validism o, e in te resse iro com o êle é, p o d e co n seg u ir co n se rv a r a q u e la su a p re rro g a tiv a de a r r a n ja r b o n s v en cim en to s ac u m u lad o s de m uitos c a rg o s» .

11. C om a R epública, re ssu rg iu a o p o rtu n id a d e d e se im- p a n ta r um sistem a m o ralizad o r, c a p a z de liq u id a r com os a b u s o s .

r fse Pensarn e n to re su lto u a in c o rp o ra ç ão , no te x to da o n stitu içao d e 24 de fevereiro d e 1891, d e c lá u su la p ro ib itiv a de acum ulações, in se rta no seu a r t .

73

, v c rb is:

« O s carg o s públicos civis, ou m ilitares, são accessí- veis a to d o s os b rasileiro s, o b se rv a d a s a s co ndições de capaci a d e especial, q u e a lei e s ta tu ir, se n d o , porém ,

vedadas as acum ulações re m u n e ra d a s» .

13. C om o ^se vê, a ex p re ssã o « v e d a d a s a s acu m u laçõ es re m u n e ra d as» , n ã o co n stitu i in o v ação d a C o n stitu iç ã o d e 1967.

p rim eira C o n stitu ição re p u b lic a n a já tr a ta v a do a s s u n to e m p re­ g a n d o os m esm os têrm o s.

14. A d o u trin a e a ju risp ru d ê n c ia , de início v a c ila n te q u a n to ao^ e n te n d im en to d a p ro ib ição c o n tid a n o a rtig o 73 da C o n stitu iç ã o de 1891, u n ifo rm iz o u -se d e m a n e ira a su g e rir, sem pre, um m esm o c o m p o rtam e n to .

15. José A ffo n so M e n d o n ç a d e A z ev ed o , em su a o b ra «A C o n stitu iç ã o F e d e ra l in te rp re ta d a p elo S u p rem o T rib u n a l F e d e ta l» , m enciona d e z e n a s de decisões do P re tó rio E x celso , com re sp eito à ap lic a ç ão d o c ita d o a r t . 73 d a C a r ta de 18 9 1 .

16. A série de ju lg a d o s d a E g ré g ia C ô rte te n d ia p a ra o a p rim o ra m en to de execu ção do te x to , d a n d o -lh e c a d a vez m ais, co nceito re s tritiv o .

17. E n tre as citações feitas p o r M e n d o n ç a d e A zev ed o , m erecem d e sta q u e a s se g u in te s:

« O S . T . F . em A c . d e 5 -5 -1 9 1 5 p a re c e te r re fo r­ m ad o a ju risp ru d ê n c ia c o n sta n te de v á rio s A c s . su p ra :

7

^ a. Pro 'b iç ã o de acu m u laçõ es re m u n e ra d a s do a r t . 3 incide tô d a p ercep ção d e v en cim en to s, p o r q u a l­ q u e r títu lo d e cargos in a c u m u lá v e is.

A não acum ulação d e cargos e ven c im e n to s s e veri­ fica e realiza pela proibição d a s a cum ulações rem u n e ra

(17)

«A d isp o sição d o a r t . 73, d a C o n stitu ição R ep u b li­ c a n a , v e d a n d o a s acum u laçõ es re m u n e ra d as, é a p ic a v e a o fu n c io n á rio a p o s e n ta d o » .

«A p ro ib ição de a cu m u la ção de cargos pu icos re m u n e ra d o s, tra d ic io n a lm e n te c o n sa g ra d a pe o nosso d ire ito n o reg im e ex tin to , foi erig id a em preceito co n sti­ tu c io n a l d e c a rá te r g e ra l e a b so lu to p elo a r t. 73, da

C o n s t. R e p ú b lic a .» (o b . c i t ., p á g s . 4 6 0 -4 6 6 -4 6 7 ) (os g rifo s n ã o sã o d o o r i g i n a l ) .

18. R u i B a rb o sa co n d en o u , v eem en tem en te, o preceito em c a u sa . M a s o co n d e n o u p e la n a tu re z a a b so lu ta q ue en cerrav a o seu c o n teú d o , n ã o p e rm itin d o q u a isq u e r ex ce çõ es. E o faz nos s e g u in te s tê rm o s:

« E m re g ra , a s acu m u laçõ es de c a rg o s públicos são no civ as. M a s acum ulações h á « excepcionalm ente», que

o n ã o s ã o . , . i •

A C o n stitu iç ã o enunciou a re g ra , d e ix a n d o a íei o rd in á ria o p re c isa r a s exceções. L ogo, a lei ord in aria, n e g a n d o a ex istê n c ia d a s exceções c o n trav ém a o p e n sa ­ m en to c o n s titu c io n a l.» (C o m e n tá rio s à C o n stitu ição e- d e ra l B rasile ira, p á g in a 195) .

19. E n tre ta n to , o in sig n e M e s tre n ã o n e g a v a a incidência d a p ro ib ição a o a cú m u lo d e cargos p úblicos, q u a n o a irm av

« M a s o u tro foi o a lv o d a pro ib ição constitucionaL O u tr o o b je to n ã o p o d ia ela te r em m ente senac> b an ir

do n ô v o reg ím en um vicio a n tig o : o vicio sent

acu m u laçõ es d e c a rg o s n a c io n a is. _ n n rau e A s acu m u laçõ es, «em geral», sa o nocivas, porqu deSt r r

5

r n t ; b : r ee l Í r s t e E oa s°e;viço público de d ° S S o fre o serviço, p rim e k o : p o ^ u e ,

u T ' J S A S Z A b r a n d o '»

fu n ção , c a n sa , e n tib ia e se re lax a, d o b ra n d o o p ( o b . c i t . , p á g . 198-9) .

2 0 . T a m b é m o re n o m a d o

Cados

M a x ta ilia n o a n a lisa n d o o p re c e ito d o a r t . 73, d a C o n stitu iç ã o R ep u b l.can a, assere, in e g á v el a c ê rto :

« O te x to é ra d ica l e claro: n ão

ta ç õ e s viciosas. A b ra n g e to os os ca^ * n e n h u m a . ta re s ; n ã o a d m ite a cu m u laçao de especie

(18)

E n g lo b a m -se a p e n a s funções in e re n te s a um c a rg o só, 0 q ue acontece, p o r exem plo, com o oficial su p e rio r e c o m a n d an te , p ro fe sso r e d ire to r de in stitu to d e ensino, m ag istra d o e p re sid e n te d e trib u n a l, e assim p o r d ia n te .

Bem a v isa d o a n d o u o le g isla d o r c o n stitu in te ev itan d o re fe rir-se a em prego, p ô sto ou m a n d a to ; uso u d e um term o bem m ais am plo, q ue a b ra n g e tu d o ; fa lo u nos c a rg o s públicos em g eral. N ã o m encionou o rd e n a d o , vencim ento, sôldo, g ra tific a çã o , su b síd io , em olum ento, cus a s . o v o c áb u lo — re m u n e ra r e seu s d e riv a d o s dev e­ riam e x tirp a r a s exceções su b -re p tic ia m e n te in v o c á v e is . . . »

C o m en tário s — C o n stitu iç ã o B ra sileira, p á g . 7 6 0 - 1 ) . nrniM rSn A C o n stitu iÇa o - d e 16 d e ju lh o d e 1934, re p e tiu a proibição, n o m esm o sen tid o , a o d e c la ra r n o seu a r t . 172

<<B v e d a d a a acu m u lação de c a rg o s p ú b lico s re m u ­

n e ra d o s d a U n iã o , d o s E s ta d o s e dos M u n icíp io s» , r J : L al9U n:aCS exceçõ es’ com re la ?ão aos c a rg o s de m ag istério e in n fiv irlC^en Y co s’ as Pe n sões de m o n tep io e à s v a n ta g e n s da (§§

1

«

2

« 'e

3

™ com o a com issão te m p o rá ria ou d e co n fian ça

1 ^ D e c reto -lei n- 24, de 29 de n o v em b ro de 1937, r 9 U am en ou a q u êle d ispositivo, a te n d e n d o ao im p e ra tiv o da

Utl< am en a ls’ d eterm inou a o p ç ã o p a ra o ex ercício de um

c rg ° ’ aos _ u n c io n á n o s q ue estivessem o c u p a n d o m ais de um s S . v T . Ça° ’ í ° r" d as exceções p re v ista s ( a r t . T ) . Isso ’ re ssa v a das as exceções p re sc rita s, n ã o se a d m itia a d e te n ç ã o de m ais de um carg o pelo se rv id o r.

b rn 2aÍ '

1

Qdf n tic o . r e 9 |me foi a d o ta d o p ela C a r ta d e

10

de novem - pv -

1

j ’ m ais rigoroso, a in d a , p o r isso q u e n ã o ad m itia exceções de e s p e c e a lju m a . O seu a r t . 159. d is p u n h a ,

i j G(^ f ^ a _a a c u m u lação d e c a rg o s p ú b lico s rem u- Cra os a U nião, dos E s ta d o s e d o s M u n ic íp io s .»

comrv-^ «i? ^ C o n stitu ição de 1946, além de u s a r ex p ressõ es o u tra s, a a n lira rã r, a a a acum u laçã o d e q u a isq u e r c a rg o s» , a b ra n d o u ( a r t . 185) ° S' Stem a’ com a s exceções q u e ela p ró p ria p rev ia

s u a s ^ e x a t- i^ n ^ 113' ^ o n stitu iÇão n ã o ac o m p a n h o u a d e 1946, em an te c e d era m 3Vras’ Pre ferin d o re ssu sc ita r ex p re ssõ e s d a s q ue lhe

(19)

2 6 . A d ú v id a , p o rta n to , é em se sa b e r q u al o verdadeiro- se n tid o ju ríd ico no nõ v o preceito, e q u ais as conseqüências e e d e c o r r e n te s .

2 7 . E n te n d e a C . A . C . q ue a re d a ç ã o v ig o ra n te perm ite, além d as exceções, a acu m u lação de dois carg o s, d esd e que nao p erc eb a o fu n cio n á rio pelo exercício de am bos. E m resum o, p o d e ria e x e rcer do is c arg o s, m as, só p o r um p ercebia os seus v en cim en to s. A d m ite , assim , a re v o g a ç ã o d o p r i n c í p i o esta tu a n o re la tiv o à v e d a ç ã o d a p re s ta ç ã o d e serviços g ra tu ito s ( a r t . a Lei n" 1 .7 1 1 , d e 1952) .

2 8 . R eco n h eço q u e o le g islad o r co n stitu in te n ã o escolheu a m elh o r técn ica p a ra e x p re ssa r o seu p ro p ó sito , d a n d o m argem a

d ú v id a s, a té certo p o n to aceitáv eis, n a fiel ex ecu ção da re g ra . 2 9 . P a re c e -m e, porém , q ue a v e rd a d e ira in sp ira ç ã o co n sti­ tu cio n al é a q u e la tra d u z id a no p rincípio d a pro ib ição a so uta, re s s a lv a d a s , tã o -sò m e n te , as exceções e x p re ssa m e n te p r e v is ta s .

3 0 . N ã o se ria cu rial p ro p u g n a r-s e p ela ac e ita çã o de um o u tro tipo d e a c u m u la ç ão p erm itid a, a tra v é s d e in te rp re ta ç a o . C om o exceçõ es só re c o n h e c id as a s q u e e stã o in d ic a d a s n a norm a s u p e r io r .

3 1 . Q u a n d o o a r t . 97 fala em « acum ulação rem u n erad a» , n a tu ra lm e n te p re te n d e se re fe rir ao carg o , m esm o p o rq u e nao h á c a rg o sem re m u n e ra ç ã o .

3 2 . O fato d e o se rv id o r p o d e r o p ta r pelos v en cim en to s d e um d o s ca rg o s, p a ra q ue se p o ssib ilitasse a acum ulaçao, se n a m edida in co n v en ien te , c o n trá ria a o s in te rê sse s d a minis ra e n ã o a u to riz a d a pelo p re ceito m a io r.

3 3 . Im p licaria isto, tam bém , n a c h a m a d a « acum ulaçao de a u to rid a d e » , com o bem a c e n tu a o D r .

Corsíndio

M o n te iro d a S ilva, h ip ó te se re p e lid a pelo M e stre Rui, a le rta n d o , inc usi\ p a ra o seu c a rá te r p e rn ic io s o .

3 4 . N ã o me im p ressio n a o a rg u m e n to de n ã o te r a C o n sti­ tu ição m en cio n ad o a p a la v ra cargos, e te r se referid o , ap en as,

a cu m u la çã o r e m u n e r a d a .

3 5 . T a m b é m n a C o n stitu iç ã o de 1946, n ã o havia re fe re n o a

a fu n ç ã o q u e tèc n ic a m en te d ifere do c a rg o . M a s o _e9‘sia

o rd in á rio se incum biu de a p rim o ra r o seu te x t° ’ i a r 3° jgçn e x a to p ro p ó sito , to rn a n d o claro, n a Lei n 1 .7 1 1 " a r . » aq u ilo q u e p a ra a lg u n s p a re c ia o b scu ro e duvidoso. pe in ç o n stitu c io n a lid a d e com q ue se p re te n d e u a tin g ir a * e s ta tu to , foi, p o r in ú m e ra s vêzes, re c h a ç ad a p o r es e

3 6 . A ssim , n ã o receio a firm a r que o a r t. 73, da \ig e n t C o n stitu iç ã o , p re te n d e u e p re te n d e v e d a r a acum u açao e ‘ ,< a in d a q u e o m ita essa e x p re s s ã o .

(20)

3 7 . A an á lise h istó rica do in stitu to , o ex am e d o u trin á rio e ju risp ru d en c ial de o u tro s te x to s re d ig id o s com a s m esm as p a la ­

vras, levam -m e à convicção de q ue prevalece, a in d a , a re g ra g eral d a proibição a b so lu ta , a b stra íd a s, é óbvio, a s exceções n o m in a l­ m en te e s p e c ific a d a s .

3 8 . Q u e seria da A d m in istra ç ã o se tiv e sse de se su je ita r à v o n ta d e do serv id o r licenciado p a ra o c u p a r um o u tro cargo? N ã o p o d eria p re en ch e r a q u êle ca rg o , p o r isso q ue e s ta ria êle sem p re à disposição d o seu titu la r a fa s ta d o , e qu e p o d e ria re to rn a r q u a n d o bem lhe a p ro u v e sse .

39. Se n ão licenciado, m as, em efetiv o exercício, sem re m u n eração , p o d eria o b rig á -lo a o c u m p rim en to in te g ra l de seus dev eres e resp o n sab ilid ad es? C la ro q ue n ã o . A p re sta ç ã o de serviços g ra tu ito s seria inconciliável com a ap lic a ç ão d a s n o rm as d is c ip lin a re s .

CE

0

Pr *nc'P*° d a isonom ia, c o n stitu c io n a lm e n te c o n sa- 9 ra °- e r *a possível adm iti-lo, h a v e n d o dois se rv id o re s p res- la_n °

1

ên ticas ta re fa s, um p e rceb e n d o seu s v e n cim en to s e o u tro , n a o í

41. O problem a, em bora ã p rim eira v ista com plexo, n ão

1116

in uz a ° ul;ro en ten d im en to , se n ão o q u e o ra esposo, a m p a ra d o m esm o na d o u trin a e ju risp ru d ê n c ia q u e a n a lisa ra m a qliestão, pos a em í enticos term os n as C o n stitu iç õ es a n te rio re s à d e 1946.

S u b c e n s u r a .

B rasília,

6

de setem b ro de 1967. — A d r o a ld o M e s q u ita da ' C o n su lto r-G e ra l d a R e p ú b lic a .

Referências

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