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DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS PARA A AVALIAÇÃO DE CARCAÇA EM BUBALINOS MACHOS NO ESTADO DO PARÁ

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA –

AMAZÔNIA ORIENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA ANIMAL

Vitória Nazaré Costa Seixas

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS PARA A AVALIAÇÃO

DE CARCAÇA EM BUBALINOS MACHOS NO ESTADO DO

PARÁ

(2)

VITÓRIA NAZARÉ COSTA SEIXAS *

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS PARA A AVALIAÇÃO

DE CARCAÇA EM BUBALINOS MACHOS NO ESTADO DO

PARÁ

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Pará, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Amazônia Oriental e da Universidade Federal Rural da Amazônia, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. Área de concentração: sanidade animal.

Orientadora: Profa. Dra. Elyzabeth da Cruz Cardoso Co-orientador: Prof. Dr. Cláudio Vieira de Araújo

(3)

Ficha Catalográfica

Seixas, Vitória Nazaré Costa Seixas.

Determinação de parâmetros para a avaliação de carcaça em bubalinos machos no Estado do Pará / Vitória Nazaré Costa Seixas; orientadora, Elyzabeth da Cruz Cardoso – Belém: [s.n.], 2006.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Centro de Ciências Agrárias, Núcleo de Estudos em Ciência Animal, 2006.

1. Búfalo – Pará. 2. Carcaça animal. 3. Búfalo – Carcaça. I. Título.

(4)

Vitória Nazaré Costa Seixas

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS PARA A AVALIAÇÃO DE

CARCAÇA EM BUBALINOS MACHOS NO ESTADO DO PARÁ

Data: 04 de abril de 2006

Banca Examinadora:

___________________________________ Profa. Dra. Elyzabeth da Cruz da Cardoso

(Presidente/orientadora)

Universidade Federal Rural da Amazônia Instituto de Saúde e Produção Animal

___________________________________ Prof. Dr. Washington Luiz Assunção Pereira

Universidade Federal Rural da Amazônia Instituto de Saúde e Produção Animal

___________________________________ Dra. Geane Dias Gonçalves Ferreira

Pesquisadora CNPq/ SECTAM/UFRA

___________________________________ Prof. Dr. Cláudio Vieira de Araújo

(co-orientador)

(5)

“Comece fazendo o necessário, depois o possível e de repente você estará

fazendo o impossível”

(6)

Dedico este trabalho a minha família por todo apoio, aos meus

orientadores (Profa. Dra.Elyzabeth e Prof. Dr. Cláudio), a

APCB, a empresa Baby búfalo e a todos que contribuíram

(7)

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais (Nazaré e Carlos Seixas), irmãos (Carlos, Karla, Karolina e Eliene) e aos cachorros da família (Viking Manuel, Dalila Biju, Frederico e Laila Brasil) pelo carinho, compreensão dos momentos de ausência e incentivo dados durante esta jornada e em toda minha vida, principalmente pelo “paitrocínio” e “mãetrocínio”.

Ao meu segundo pai (Carlos Câmara) pelo apoio incondicional dado para realização deste trabalho.

À Profa. Dra. Elyzabeth da Cruz Cardoso, pelo convite feito para ser sua orientanda e pela orientação não só na realização deste trabalho, como também da minha vida profissional. Pela convivência, em especial, nos momentos divertidos, durante as viagens e pelos “puxões de orelhas” que foram importantes para que eu pudesse aprender.

Ao Prof. Dr. Cláudio Vieira de Araújo, pela co-orientação, paciência, análises estatísticas efetuadas e conselhos durante os momentos de estress e ansiedade.

Aos BÚFALOS que foram objetos e a razão desta pesquisa.

À ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE CRIADORES DE BÚFALOS (APCB), pelos animais utilizados na primeira etapa do projeto, em especial aos Srs. Armando Lobato (Faz. Matinadas), João Rocha (Faz. Paraíso), Norton Amador Costa (Embrapa- Amazônia Oriental), Rainero Maroja (Faz. Piquiá), Roberto Fonseca (Faz. Ditosa), Rolf Eriksen (Faz. Três irmãos) e William de Souza (Faz. Santa Rita).

(8)

Ao MATADOURO FRIGORÍFICO SOCIPE, pela autorização dada para acompanhar o abate dos animais experimentais.

Aos funcionários das propriedades visitadas e da Socipe, pela ajuda “braçal” durante as coletas de dados.

Aos funcionários das bibliotecas da UFRA, UFPA e Embrapa Amazônia Oriental, pelo atendimento e “compreensão” por não me deixar suspensa pelos atrasos de entrega dos livros.

Ao amigo Prof. Marcel Botelho (UFRA) pela tradução do resumo em inglês do trabalho.

Ao Sr. José Maurício Chagas Cardoso, por suas idéias geniais e os ofícios que ajudaram durante a realização do trabalho.

Ao Prof. Rinaldo Batista Viana (UFRA), pelas belas sugestões que contribuíram para melhorar o trabalho, pelo auxílio ajuda dado durante as coletas de dados, momentos que foram também de muita descontração e principalmente por todas as viagens divertidas.

Aos professores Dr. Ari Camarão (Embrapa Amazônia Oriental), Msc. Fernando Elias (UFRA) e Dr. Washington Luiz Pereira Assunção (UFRA), pelas valiosas referências bibliográficas oferecidos.

A UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, em particular ao curso de Mestrado em Ciência Animal, pela oportunidade de realização do mestrado.

(9)

A UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA, por minha formação em medicina veterinária e pelo equipamento fotográfico utilizado durante a realização deste trabalho.

Aos acadêmicos dos cursos de Medicina Veterinária (Bruno, Daniel e Rodrigo) e de zootecnia (Simone e William Filho), pela ajuda “voluntária” durante as coletas de dados.

Aos amigos da graduação com quem tive a oportunidade de conviver no mestrado (Adriana, Elaine, Israel, Katiany, Michelle, Rosilene Assunção e Vanessa), obrigada pela amizade e a todos os momentos de descontração.

Aos colegas de mestrado (Sanidade e Produção Animal), pela amizade e convivência, especialmente durante as aulas.

As amigas Katiany Galo, por gentilmente, ajudar na coleta de dados em uma viagem. E à Vanessa Souza, pelo empréstimo, a longo prazo, do livro de anatomia veterinária.

Ao amigo Leonardo (“Leo Cruel”) pela correção de parte do texto e por algumas referências bibliográficas concedidas.

A banca examinadora, por ter aceitado o convite e pelas sugestões de melhoria do trabalho.

(10)

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ... xii

LISTA DE FIGURAS ... xiv

LISTA DE QUADROS ... xvi

RESUMO ... xvii

ABSTRACT ... xix

1- INTRODUÇÃO ... 01

2- OBJETIVOS ... 03

2.1- OBJETIVO GERAL ... 03

2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 03

3- REVISÃO DE LITERATURA ... 04

3.1- AVALIAÇÃO DA IDADE ATRAVÉS DA DENTIÇÃO ... 04

3.2- DESENVOLVIMENTO PONDERAL ... 08

3.2.1- Crescimento do animal ... 08

3.2.2.1- Curva de crescimento ... 08

3.2.2- Mensurações corporais ... 10

3.2.3- Precocidade... 12

3.2- COMPOSIÇÃO DA CARCAÇA ... 13

3.3.1- Características de carcaça... 14

3.3.1.1- Rendimento de carcaça ... 14

3.3.1.2- Classificação e tipificação de carcaça ... 17

4- MATERIAL E MÉTODOS ... 21

4.1- PRIMEIRA ETAPA ... 21

4.1.1- Criação e implantação do protocolo ... 21

4.1.1.1- Protocolo de identificação da idade pelo desenvolvimento dos pares de dentes incisivos ... 21

4.1.1.2- Protocolo de mensurações lineares ... 23

4.2- SEGUNDA ETAPA ... 25

4.2.1- Aplicação do protocolo na avaliação da carcaça ... 25

(11)

4.2.1.2- Características da carcaça ... 25

5- RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 28

5.1- PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO DA IDADE PELO DESENVOLVIMENTO DOS PARES DE DENTES INCISIVOS ... 28

5.1.1- Distribuição dos grupos por idade ... 28

5.1.1.1- Grupo 1: animais de zero a três meses ... 28

5.1.1.2- Grupo 2: animais de três a seis meses de idade ... 33

5.1.1.3- Grupos 3, 4 e 5: animais de seis a 24 meses ... 35

5.1.1.4- Grupo 6: animais de 24 a 30 meses ... 38

5.1.1.5- Grupo 7: animais de 30 a 55 meses... 41

5.1.1.6- Grupo 8: animais de 55 a 100 meses ... 42

5.2- PROTOCOLO DE MENSURAÇÕES LINEARES ... 45

5.2.1- Curva de crescimento ... 47

5.3- APLICAÇÃO DO PROTOCOLO NA AVALIAÇÃO DA CARCAÇA ... 49

5.3.1- Rendimento de carcaça e de cortes primários ... 49

5.3.2- Area de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS) ... 51

6- CONCLUSÕES... 53

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tempo de erupção dos dentes permanentes pré-molares e molares em bubalinos ... 06 Tabela 2 - Fórmula dentária de bovinos e bubalinos da dentição permanente ... 07 Tabela 3 - Idade de aparecimento dos dentes incisivos permanentes em bubalinos e bovinos ... 07 Tabela 4 - Medidas lineares observadas em bubalinos machos e fêmeas nos diversos países ... 11 Tabela 5 - Proporção média de comparação de carcaça de bovinos (BOV) e bubalinos (BUF) encontrada por vários autores. ... 13 Tabela 6 - Rendimento de carcaça quente (RCQ) e fria (RCF), do traseiro (RTRAS), dianteiro (RDIA) e ponta de agulha ou costilhar (RPA) encontrado em bubalinos por diferentes autores ... 16 Tabela 7 - Área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS) em bubalinos com diferentes idades encontrado pelos autores ... 19 Tabela 8 - Distribuição dos grupos por categoria de idade animal ... 22 Tabela 9 - Distribuição das classes de animais por categoria de idade para

(13)
(14)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Quatros pares de dentes incisivos em bubalinos: pinças (a),

primeiros médios (b), segundos médios (c) e cantos (d)... 03

Figura 2 -Anatomia dentária de bovinos e bubalinos (NUNES, 2005) ... 05 Figura 3 - Curva de crescimento- Adaptado de Owens et al. (1993) ... 09

Figura 4 - Cortes primários e secundários - adaptado de Felício et al. (1979) .... 15 Figura 5 - Búfalos de zero a três meses de idade: surgimento das pinças (1º par) decíduas (a) ... 30

Figura 6 - Búfalos de zero a três meses de idade: surgimento das pinças (1º) (a) e erupção dos primeiros médios (2º par) decíduas (b) ... 31

Figura 7 - Búfalos de zero a três meses de idade: estabelecimento parcial das pinças (1º) (a) e surgimento dos primeiros médios (2º par) (b) ... 31

Figura 8 - Búfalos de zero a três meses de idade: estabelecimento parcial das pinças (1º) e surgimento dos primeiros médios (2º par) (a) e erupção dos

segundos médios (3ºpar) decíduos (b) ... 32

Figura 9 - Búfalos de zero a três meses de idade: estabelecimento completo das pinças (1º par), primeiros médios (2º par) e segundos médios (3º par) decíduos ... 32 Figura 10 - Búfalos de três a seis meses de idade: estabelecimento completo dos quatro pares de dentes incisivos decíduos ... 34 Figura 11 - Búfalos de três a seis meses de idade: estabelecimento completo dos quatro pares de dentes incisivos decíduos ... 34 Figura 12 - Búfalos de seis a 24 meses: estabelecimento completo dos quatro pares de dentes incisivos decíduos ... 36 Figura 13 - Búfalos de seis a 24 meses: estabelecimento completo dos quatro pares de dentes incisivos decíduos ... 37 Figura 14 - Búfalos de seis a 24 meses: estabelecimento completo dos quatro pares de dentes incisivos decíduos ... 37 Figura 15 - Búfalos de 24 a 30 meses: estabelecimento parcial (a) e

(15)

Figura 16 - Búfalos de 24 a 30 meses: estabelecimento parcial das pinças (1º par) permanentes (a) ... 39

Figura 17 - Búfalos de 24 a 30 meses: estabelecimento completo das pinças (1º par) permanentes (a) ... 40

Figura 18 - Búfalos de 24 a 30 meses: estabelecimento completo das pinças (1º par) permanentes (a) ... 40

Figura 19 - Búfalos de 30 a 55 meses: estabelecimento completo permanente das pinças (1º par) e surgimento dos primeiros médio (2º par) permanentes (a)

... 41 Figura 20 - Búfalos de 30 a 55 meses: estabelecimento completo permanente das pinças (1º par) e primeiros médios (2º par) e estabelecimento completo decíduo dos segundos médios (3º par) (a) e cantos (b) ... 43

Figura 21 - Búfalos de 30 a 55 meses: estabelecimento completo permanente das pinças (1º par) e primeiros médio (2º par) e estabelecimento completo decíduo dos segundos médios (3º par) e cantos ... 43 Figura 22 - Búfalos de 55 a 100 meses: estabelecimento completo permanente das pinças, primeiros médios e segundos médios e estabelecimento parcial permanente dos cantos (a) ... 44

Figura 23 - Búfalos de 55 a 100 meses: estabelecimento completo permanente das pinças, primeiros médios e segundos médios e estabelecimento parcial permanente dos cantos (a) ... 44

(16)

LISTA DE QUADROS

(17)

RESUMO

O presente estudo objetivou criar um protocolo para identificação da qualidade da

carcaça de bubalinos machos abatidos no Estado do Pará. Para isso, efetuou-se o

estudo em duas etapas: na primeira, utilizou-se 174 animais para a criação e

implantação do protocolo de identificação da idade através do desenvolvimento dos

pares de dentes incisivos e das mensurações lineares, altura de garupa e cernelha,

perímetro torácico e comprimento corporal. A segunda etapa constou da

comprovação do protocolo pré-estabelecido inserido dentro da avaliação das

características de carcaça, através dos rendimentos de carcaça quente e fria, do

traseiro, dianteiro, ponta de agulha, área de olho de lombo e espessura de gordura

subcutânea de 76 animais abatidos. Verificou-se a ausência dos cantos decíduos 4º

par nos animais de zero a três meses de idade. Os cantos estabeleceram-se

definitivamente entre três e seis meses de idade. A partir dos seis meses de idade,

os dentes incisivos decíduos estão todos presentes e estabelecidos. Aos 24 meses

observou-se o início da troca dentária das pinças (1º par). Entre os 30 a 55 meses

de idade ocorreu a troca dentária dos primeiros e segundos médios (2º e 3º par,

respectivamente) e acima dos 55 meses, a troca dos cantos. Dos 55 aos 100 meses

de idade, todos os dentes incisivos permanentes estavam estabelecidos. O peso

vivo dos animais apresentou uma correlação positiva e significativa com as

mensurações lineares, altura de garupa e cernelha, perímetro torácico e

comprimento corporal. Dos 25,7 meses até os 30 meses de idade houve uma

redução da taxa de crescimento, conseqüência da puberdade e acabamento da

(18)

significativa de rendimento de carcaça quente e fria, do traseiro, da área de olho de

lombo e da espessura de gordura subcutânea dos animais. O rendimento dianteiro

foi maior em búfalos acima de 24 meses de idade e o rendimento de ponta de

agulha foi maior para búfalos mais jovens. Concluiu-se que o início da troca dentária

das pinças é a idade ideal para o abate, onde coincide com a redução da taxa de

crescimento e da deposição de gordura de cobertura da carcaça.

PALAVRAS-CHAVES: bubalinos, dentes, idade, mensurações lineares, curva de

(19)

ABSTRACT

This work had as objective to create a protocol for identification of carcass’ quality of

male buffalo abated at the Pará State. For this purpose, the work was conducted in

two stages. Firstly, were utilized 174 animals for the creation and implementation of

the age identification protocol throughout the development of the incisive teeth pairs

and the linear measures of hindquarters and height of anterior part, thoracic

perimeter and body length. The second stage was the ratification of the

pre-established protocol inserted on the evaluation of carcass characteristics through the

cold and hot carcass efficiency plus five other typical parameters using 76 abated

animals. Was noted the absence of the deciduous corner (fourth pair) in the animals

from zero to three months. These corners were definitively noted between three and

six months. From six months the incisive deciduous teeth are all presents and

established. At the 24th month started the change of the “tweezers” (first tooth pair).

Between the 30th and 50th month occurred the change second and third teeth pairs

and from the 55th month the change of the fourth teeth pair. From the 55th to the 100th

month the animals showed established all incisive permanent teeth. The live weight

showed a positive and significant correlation with the linear measures. From the

25,7th to the 30th month was a reduction on the growth tax in consequence of the

puberty and development of the fat layer. From 18th there was not significant

difference on the carcass characteristics except in relation to the shoulder blade.

Thus, we conclude that the beginning of the “tweezers” teeth change is the ideal age

for abate where there is the coincidence of the reduction of growth tax and fat layer

(20)
(21)

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a pecuária de corte nacional vem passando por uma

reestruturação em que a eficiência e a competitividade dos sistemas de produção

sustentáveis são metas prioritárias do setor. Ao se buscar eficiência de um sistema

de produção de carne, a quantidade de alimento consumido por quilograma de peso

vivo é um dos aspectos que merece ser avaliado e conhecido (EUCLIDES FILHO et

al., 1997).

Tanto no Brasil como em outros países do mundo, a demanda crescente e as

dificuldades em se obter proteína de origem animal a baixo custo e a curto prazo

têm motivado a classe produtora a investir na criação de búfalos com vistas ao abate

(GAZZETA et al., 1995). Os búfalos são uma alternativa viável para a produção de

proteína vermelha por apresentar como características, longevidade, rusticidade,

precocidade e adaptabilidade (O BÚFALO..., 1994). A organização da cadeia

produtiva da carne bubalina no Brasil é reconhecida em alguns estados como o Rio

Grande do Sul, São Paulo e Ceará.

As associações de criadores de búfalos tem um papel fundamental de

investimentos no marketing do produto e na criação de programas de qualidades,

como por exemplo, os “selos de garantia” que são procedimentos que garantem a

criação de um mercado nacional de melhor qualidade (COMERCIALIZAÇÃO...,

2002).

No Estado do Pará, o selo de garantia da carne bubalina está autorizado pela

(22)

aplicação do selo é ainda precário, sobretudo, porque os critérios de avaliação da

produtividade animal, tais como crescimento, desenvolvimento e acabamento não

são bem definidos. Esses critérios de avaliação estão normalmente

interrelacionados com a idade, o peso e as características de carcaça e da carne

(LUCHIARI FILHO, 2000), necessários para que o produto venha a ser padronizado,

facilitando assim o trabalho no frigorífico e, conseqüentemente, agregando maior

valor ao preço do produto final.

Apesar de concentrar 50% do rebanho nacional, o Estado do Pará, tem a

carne de búfalo comercializada com o preço igual ou menor do que o da arroba do

boi. A bubalinocultura paraense tem problemas distintos que ainda interferem

diretamente com o processo de comercialização dessa carne, sobretudo pela falta

de conscientização da qualidade do produto. Na tentativa de solucionar o problema,

a produção de carne de búfalo jovem vem sendo incentivada pela Associação

Paraense de Criadores de Búfalo (APCB), cujo produto encontra-se nas prateleiras

dos supermercados em Belém. Esse produto procede de um animal criado sob

pastejo, com forragem de boa qualidade e suplementação mineral obtendo aos 18

meses de vida, peso mínimo de 400 kg.

Alguns trabalhos sobre rendimento e tipificação de carcaça em búfalos foram

desenvolvidos no Pará (LOURENÇO JÚNIOR, 1998; LOURENÇO JÚNIOR et al.,

2002), no entanto, são resultados individuais que não definem o perfil do animal

(23)

2. OBJETIVOS

2.1 - OBJETIVO GERAL

O presente estudo pretende criar um protocolo para identificação da qualidade da

carcaça de bubalinos machos abatidos no Estado do Pará.

2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Determinar parâmetros de idade dos animais a partir da avaliação da dentição

(dentes incisivos) e mensurações lineares.

• Correlacionar as mensurações lineares do animal vivo e abatido de acordo

(24)

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 - AVALIAÇÃO DA IDADE ATRAVÉS DA DENTIÇÃO

O dente é uma estrutura óssea constituído por uma coroa revestida por

esmalte, e uma raiz coberta por cemento. Entre eles está o colo no qual é

considerado uma área de transição. O colo e a coroa constituem a parte exposta do

dente, estando a raiz contida dentro do alvéolo. O esmalte é uma substância branca,

calcificada, muito resistente, de origem ectodérmica. O cemento é, por seu termo,

um tecido amarelado, menos brilhante, mais macio, constituindo o menos rígido dos

tecidos calcificados do dente (FAÍSCA et al., 2002).

Os dentes incisivos estão em quatro pares: pinças, primeiro médio, segundo

médio e canto, respectivamente (Figura 1), e se dispõem numa meia-lua contínua.

Cada dente representa um larga coroa assimétrica em forma de espátula unida

abruptamente a uma raiz estreita em forma de cavilha (DYCE et al., 1990; GETTY,

1998 e FAÍSCA et al., 2002).

Figura 1 - Quatros pares de dentes incisivos em bubalinos: Pinças (a), primeiros médios (b), segundos médios (c) e cantos (d)

a

a

b

b

c

d

(25)

Os dentes pré-molares decíduos são semelhantes aos permanentes que os

substituem, exceto porém menores e mais pendiculados, ou seja, o colo do dente é

mais acentuado e também, mais lisa (ausência de sulcos na face labial) (FAÍSCA et

al., 2002).

Os dentes molares inferiores, em geral, assemelham-se aos superiores,

exceto que são mais estreitos e de contorno e formato invertido (Figura 2). A oclusão

dos dentes pré-molares e molares superiores e inferiores é tal que os dentes

superiores se estendem ligeiramente mais a frente e lateralmente. Desta forma, um

dente entra em contato com dois dentes opostos quando a boca está fechada

(DYCE et al., 1990; GETTY, 1998)

Os dentes dos bovinos não são de crescimento contínuo, a erupção tem início

após a formação da coroa e de um terço ou mais do desenvolvimento da raiz. Após

as raízes atingirem seu comprimento integral, as mesmas começam a ser

absorvidas pela pressão dos dentes permanentes em desenvolvimento, a começar

pelo primeiro incisivo e progredindo lateralmente. As coroas dos dentes decíduos

Figura 2 - Anatomia dentária de bovinos e bubalinos (NUNES, 2005)

Incisivos

Pré-molares

(26)

restantes continuam a desgastar-se e, quando mudam, são bem menores do que

aquelas dos dentes permanentes. A erupção prossegue lentamente e isto ocorre em

maior extensão, nos dentes pré-molares e molares (GETTY, 1998).

Em bubalinos, os dentes pré-molares decíduos têm a erupção durante a

primeira semana de vida (COCKRILL, 1974; FAO, 1991). Pré-molares e molares

permanentes tem erupção variando de 24 a 48 meses conforme verificado na Tabela

1.

Tabela 1 - Tempo de erupção dos dentes permanentes pré-molares e molares em bubalinos

Pré-molar Período (meses) Molar Período (meses)

Um 24 Um 15

Dois 47 Dois 17

Três 48 Três 32

Fonte: FAO (1991)

Bubalinos e bovinos apresentam fórmula dentária idêntica, com 32 dentes

permanentes (Tabela 2) sendo quatro pares de dentes incisivos na arcada dentária

inferior com a mesma disposição que os bovinos conforme ilustra a Figura 2

(COCKRILL, 1974; MIRANDA, 1986; FAO, 1991; e MORAN, 1992). Ambas as

espécies possuem seqüência de dentição similar, porém apresenta particularidades

na idade de erupção dos pares dentários. Por exemplo, em bubalinos, a erupção

(27)

Tabela 2 - Fórmula dentária de bovinos e bubalinos da dentição permanente

Dentes Maxilar superior

(pares de dentes)

Mandíbula (pares de dentes)

Incisivos 0 4 Caninos 0 0

Pré-molares 3 3

Molares 3 3

Fonte: Adaptado de Dyce et al. (1990); Getty (1998)

Tabela 3 - Idade de aparecimento dos dentes incisivos permanentes em bubalinos e bovinos

Pares de dentes incisivos Bubalus bubalis Bos indicus Bos Taurus

Pinças (1° par) 2 anos e 9 meses 2 anos 2 anos

Primeiros médios (2º par) 3 anos e 9 meses 2 anos e 6 meses 2 anos e 7 meses

Segundos médios (3º par) 4 anos 3 anos 3 anos e 1 mês

Cantos (4º par) 4 anos e 9 meses 3 anos e 6 meses 3 anos e 9 meses

Fonte: Moran (1992)

Segundo Bhullar et al. (1986); Merck (2001) e Nunes (2005), a idade de um

animal pode ser estimada pelos momentos de irrompemento e surgimento dos

dentes. Como o desenvolvimento dentário encontra-se sujeito a muita variação, a

determinação da idade é apenas aproximada. Entretanto Faísca et al. (2002)

consideram que pelas alterações da morfologia dentária observada ao longo da sua

evolução, o dente é uma estrutura que fornece ótima indicação para a determinação

da idade. Porém, no caso dos bubalinos o problema é complexo, não só pela sua

longevidade, como também pelos escassos estudos existentes sobre o assunto,

(28)

3.2 - DESENVOLVIMENTO PONDERAL

3.2.1 - Crescimento do animal

O crescimento é o processo pelo qual a massa corporal de um animal

aumenta num determinado espaço de tempo sendo uma característica peculiar de

cada espécie. Nem todas as porções do corpo animal se desenvolvem igualmente e

durante o mesmo tempo. Portanto, chama-se de desenvolvimento este diferencial

existente entre as várias partes do animal (LUCHIARI FILHO, 2000).

O tecido adiposo, por exemplo, é o tecido de maior variabilidade no animal

por sua distribuição e função biológica fundamental de armazenamento de energia

para outros tecidos de escassez alimentar (ROSA et al., 2002). A proporção desse

tecido é pequena por ocasião do nascimento enquanto a de tecido muscular é alta,

eleva-se levemente e tende a decrescer à medida em que se inicia a fase de

deposição de gordura. Em animais excessivamente terminados, a quantidade de

gordura é maior que a do tecido muscular (BERG e BUTTERFIELD, 1976; JORGE et

al., 1997a).

3.2.2.1 - Curva de crescimento

O peso acumulado do animal em relação à idade segue uma curva sigmóide

tendo o ponto de inflexão na puberdade. Esta curva é composta por uma fase de

pré-puberdade considerada de autoaceleração e outra de pós-puberdade ou de

autoinibição, conforme ilustra a Figura 3 (OWENS et al., 1993). Da concepção à

puberdade, o crescimento é acelerado e rápido à custa do desenvolvimento dos

tecidos ósseo e muscular ativados pela liberação de hormônios protéicos de

(29)

Figura 3 - Curva de crescimento- Adaptado de Owens et al. (1993)

O hormônio do crescimento pertence a classe de hormônios protéicos sendo

também conhecido como hormônio somatrotópico (SHT) devido ao seu efeito

estimulante sobre as células somáticas. É armazenado em grânulos dentro das

glândulas até que seja secretada de modo contínuo provocando o crescimento de

todos os tecidos do corpo pelo aumento das mitoses e do tamanho celular. Os

discos epifisários dos ossos longos são particularmente sensíveis ao hormônio de

crescimento, onde a atividade mitótica é estimulada resultando em aumento no

comprimento corporal (REECE, 1996; CUNNINGHAM, 2004).

O desaparecimento dos discos epifisários ocorre em idades diferenciadas

para diferentes ossos. Contudo, pode observa-se que em ossos que se articulam

entre si, a data de desaparecimento do disco epifisário das extremidades dos ossos

que formam uma determinada articulação é muito próxima ou simultânea (DESAI et

al., 1992; PANCHAMUKHI et al., 1992; PANCHAMUKHI et al., 1993; FAÍSCA et al.,

2002).

(30)

A curva de crescimento da espécie bubalina, em condições ideais e

constantes, apresenta semelhança com a da bovina. É possível que ocorram

diferenças quanto à ordem e intensidade de desenvolvimento dos tecidos. Quando o

crescimento não é constante, como no caso de regime de pastagens, a forma de

crescimento é substancialmente diversa da dos bovinos (JORGE, 2003).

Val et al. (2004) estudaram a curva de crescimento de fêmeas da raça

Holandesa e concluíram que as medidas de peso vivo e de altura de garupa podem

contribuir para a obtenção de coeficientes técnicos de desempenho produtivo e

reprodutivo, sendo possível delinear o comportamento médio do crescimento dos

animais.

3.2.2 - Mensurações corporais

Para os produtores de carne, a avaliação das medidas corporais, como o

comprimento do corpo, o perímetro torácico, a altura de cernelha e da garupa são

importantes, pois as mesmas indicam a capacidade digestiva e respiratória dos

animais e o rendimento de carcaça (SANTANA et al., 2001).

A seleção praticada atualmente enfatiza muito o tamanho corporal, dentre

elas o comprimento corporal, a altura de garupa e altura de cernelha, pois estão

diretamente relacionados com o peso do animal. Essas medidas quando associadas

ao peso corporal e ao perímetro torácico podem definir animais quanto ao seu

tamanho, as suas exigências nutricionais e a sua maturidade fisiológica. A utilização

de mensurações corporais em zebuínos permite obter curvas de crescimento, que

nos últimos tempos estão sendo valorizadas e difundidas entre os criadores e em

(31)

Scarpati et al. (1996) estimaram correlações entre as medidas corporais

(altura de cernelha e garupa, perímetro torácico, comprimento corporal e medidas

pélvicas) a partir de 4.187 observações de machos e fêmeos da raça Nelore às

idades de 12, 18, 24 e 30 meses, criados em sistema extensivo e pertencente a

diversos rebanhos. As correlações apresentaram diferenças significativas entre

todas as características e em todas as idades concluindo-se que essas medidas

corporais podem servir como preditores do peso corporal, ou seja, animais mais

altos, compridos, amplos e de garupas mais compridas e largas tendem a ser os

mais pesados.

Fernandes et al. (1996) estudaram parâmetros genéticos de mensurações

corporais de 1.018 animais da raça Bahman, criados no México chegando a

conclusões semelhantes aos de Scarpati et al. (1996).

Lôbo et al. (2002) estudando 28 machos da raça Nelore com idade média de

30,15 meses ao utilizarem as medidas corporais de altura de cernelha e de garupa,

perímetro torácico, comprimento corporal, largura do dorso e perímetro escrotal

concluíram que as correlações foram significativas para a maioria das características

estudadas e na ausência de balança, o perímetro torácico pode ser utilizado como

indicador do peso corporal.

Com relação às medidas lineares, existem muito poucas informações

disponíveis na literatura para a espécie bubalina. Moran (1992) cita que os trabalhos

em búfalos do pântano realizados na Malásia demonstram as mudanças nas

mensurações lineares influenciadas pela idade.

Oliveira (1993) e Oliveira et al. (2001), trabalhando com 255 fêmeas bubalinas

(32)

medidas corporais (perímetro torácico, altura e comprimento). Verificaram um

comportamento semelhante à espécie bovina.

Algumas medições efetuadas em machos e fêmeas da espécie bubalina

encontram-se resumidas na Tabela 4 onde se verifica que os machos apresenta

sempre um valor mais elevado do que as fêmeas (MARQUES et al., 1996).

Tabela 4 - Medidas lineares observadas em bubalinos machos e fêmeas nos diversos países

País Medida Linear (cm) Machos Fêmeas

Altura de cernelha 127 a 137 124 a 129

Filipinas

Perímetro torácico 198,66 192,33

Altura de cernelha 131,25 122,8

China

Perímetro torácico 140,75 130

Indonésia Altura de cernelha 129 125,8

Fonte: Adaptado de Marques et al. (1996)

3.2.3 - Precocidade

O animal é considerado precoce quando alcança mais cedo a idade adulta,

ou também pode ser definido como o momento fisiológico cujo esqueleto se

desenvolve antes do tempo médio determinado para a espécie. O mais importante

da precocidade é que o animal alcance mais cedo um determinado peso para

atender as demandas de produção e de reprodução (DOMINGUES, 1977).

A precocidade da espécie bubalina foi ressaltada por pesquisadores da

Faculdade de Economia e Administração da USP através da redução em um ano de

idade tanto no processo de cobertura das fêmeas como no abate dos machos. Tal

fato pode levar a um aumento de 19,4% na taxa de desfrute do rebanho nacional,

cifra esta também alcançada através do aumento de cerca de 40% na taxa de

(33)

redução na idade à primeira parição das fêmeas e do abate dos machos para 2,5

anos resultaria em um aumento na taxa de desfrute na ordem de 40 %, elevando a

mesma para 26,9% (SILVEIRA, 2000).

De acordo com Miranda (1986), búfalo é mais precoce que o bovino, sendo

que os animais criados a pasto e com idade inferior a 2,5 anos são abatidos em

média com 15 a 16 arrobas de carne .

Velloso et al. (1994), comparando a conversão alimentar de zebuínos e

bubalinos, concluíram que, em idênticas condições de alimentação e manejo, os

bubalinos da raça Mediterrâneo obtiveram 1,0 kg de ganho de peso vivo com 7,92

kg de alimentos, enquanto os bovinos da raça Nelore necessitaram de 9,84 kg de

alimentos para obter o mesmo ganho de peso vivo. Os bubalinos ganharam, em

média, 20% a mais de peso (1,0278 kg/dia) em relação aos zebuínos (0,808 kg/dia).

Neste trabalho, vale ressaltar a maior precocidade dos bubalinos, que atingiram

peso de frigorífico de 442,5 kg, aos 22 meses de idade, enquanto os zebuínos

apresentaram idade de 28 meses, quando atingiram 450 kg de peso vivo.

Da mesma forma, Nogueira et al. (1989), Nogueira et al. (1997) e Nogueira et

al. (2000) estudaram um sistema de produção de bubalinos para carne

exclusivamente a pasto e observaram para os machos aos 24 meses um peso vivo

semelhante, igual a 520 kg.

3.2 - COMPOSIÇÃO DA CARCAÇA

A composição da carcaça medida pela proporção de músculos, ossos e

gordura sofre alterações à medida que o animal cresce. Os padrões de crescimento

dos tecidos são influenciados por vários fatores genéticos e ambientais (LUCHIARI

(34)

Através da Tabela 5 percebe-se que a proporção de músculo é maior em

bovinos ao passo que a de gordura é maior em bubalinos. Já a proporção de ossos

mostrou-se semelhante para as duas espécies.

Tabela 5 - Proporção média de comparação de carcaça de bovinos (BOV) e bubalinos (BUF) encontrada por vários autores.

Músculo (%) Ossos (%) Gordura (%)

Autores

BOV BUF BOV BUF BOV BUF

Moran e Wood (1986) 65,20 62,50 16,50 16,70 18,30 20,60

Müller et al. (1994) 65,07 58,28 15,36 18,48 19,91 22,32

Lourenço Jr. (1998) 71,1 69,9 20,10 20,80 8,8 9,3

Os bubalinos apresentam padrão de deposição de gordura ligeiramente

diferente dos bovinos. Comparando-se com carcaça de bovinos de melhor

qualidade, os búfalos apresentam acúmulo de gordura nas paredes do tórax e na

cavidade abdominal e acúmulo maior e menor entre os grupos de músculos e

também dentro dos músculos, resultando em menor marmorização (MATTOS et al.,

1990; O BÚFALO..., 1994).

3.3.1 - Características de carcaça

3.3.1.1 - Rendimento de carcaça

O fator de maior importância na avaliação de carcaça é o seu rendimento,

total como também dos cortes maiores e a quantidade específica de gordura. O

rendimento da carcaça depende primariamente do conteúdo visceral que

corresponde principalmente ao aparelho digestivo e pode variar entre 8 a 18% do

(35)

Mattos et al. (1990) ao abaterem bovinos e búfalos com pesos semelhantes,

verificaram diferenças de até 5% no rendimento de carcaça a favor dos bovinos,

devido ao couro e chifres mais pesados e maior proporção de conteúdo

gastrintestinal para os búfalos.

Para Nascimento e Carvalho (1993), a pequena diferença existente entre os

rendimentos de carcaça das espécies bovina e bubalinas desaparece pela sua

precocidade, uma vez que a extraordinária capacidade de desenvolvimento e a

eficiente utilização das forrageiras resultam geralmente num desempenho ponderal

mais econômico.

Segundo Baruselli (2000), o búfalo é mais produtivo do que o boi porque a

população bacteriana do rúmen é maior; com diferenças de pH e o alimento passa

mais lentamente no intestino, fazendo com que ele tenha uma conversão alimentar

muito superior à do boi.

No sistema de comercialização de carne existente no Brasil, a carcaça é

dividida em dianteiro, contendo cinco costelas (separado entre as 5ª e 6ª costelas),

que compreendem a paleta e o acém completo; ponta de agulha ou costilhar; e o

traseiro especial ou serrote, que compreendem o coxão e a alcatra completa (Figura

4) (FELÍCIO et al., 1979; JORGE et al., 1997b; LUCHIARI FILHO, 2000). A

estimativa do rendimento da carcaça e dos cortes primários e comerciais, por

ocasião do abate, é de suma importância para complementar a avaliação do

(36)

Figura 4 - Cortes primários e secundários - adaptado de Felício et al. (1979)

Em termos econômicos é desejável maior rendimento do traseiro especial em

relação aos outros cortes, uma vez que nele se encontram as partes nobres da

carcaça, ou seja, as partes que apresenta maior valor no mercado (JORGE et al.,

1997b; JORGE, 2003).

Verifica-se pela Tabela 6, que Angulo et al. (2002) registraram maiores

valores para o rendimento de carcaça quente (RCQ) e rendimentos de carcaça fria

(RCF) em relação a valores publicados por diferentes autores. A Tabela 6 mostra

que rendimentos de carcaça do traseiro (RTRAS) encontrados na literatura

mostraram-se diferentes, sendo os maiores valores observados por Nascimento et

(37)

dianteiro (RDIA) e ponta de agulha (RPA) mostraram-se semelhantes entre os

autores.

(38)

Dependendo do país, a classificação e a tipificação de carcaça podem ser

efetuadas de forma oficial por um órgão governamental ou em outros casos, por

associações de raças ou de comércio de carne (GAÚNA, 2004; PEREIRA e

GUEDES, 2004). No Brasil, porém, apesar de estar descrito e normatizado, o

sistema ainda não foi implantado, estando somente recomendado para a espécie

bovina (TULLIO e CRUZ, 2005).

O objetivo maior de classificar carcaças consiste em organizar e facilitar o

comércio do produto final, com o auxílio de indicadores e, o emprego de

especificações. Além disso, a classificação baseada no rendimento e na qualidade

da carcaça pode definir o valor de determinada carcaça (SOLIS, 1996; GAÚNA,

2004).

Segundo a Portaria nº 612 de 05 de outubro de 1989, a Instrução Normativa

nº 1 de 09 de janeiro de 2002 e Instrução Normativa nº 9 de 04 de maio de 2004 do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, definem o peso de carcaça

quente, a conformação, a maturidade, o acabamento de carcaça e o marmoreio

como parâmetros utilizados para a classificação e a tipificação de carcaças de

bovinos. Segundo Gaúna (2004) dentre os indicadores mais utilizados no sistema

estão o peso da carcaça quente, a espessura de gordura subcutânea e a área de

olho de lombo.

A conformação é avaliada, através da estrutura, da forma e do contorno do

animal. É dada pela forma e pelo tamanho dos ossos e dos músculos e pelas

proporções entre as diversas partes principalmente dos quartos posteriores, do

lombo, do costilhar e da paleta em relação ao seu peso vivo (BRASIL, 1989;

(39)

Para a espécie bovina (Quadro 1), a maturidade é o indicador da idade do

animal e pode ser avaliada por meio da troca dos dentes incisivos de leite, pela

dentição permanente e pelo posterior desgaste dos mesmos, ou até mesmo, através

da ossificação dos ossos das costelas (SOLIS, 1996; GUEDES e PEREIRA, 2004).

Quadro 1 - Avaliação da maturidade através da dentição recomendado para a espécie bovina

Dentição Estágio do dente

Dente de leite (d) 1ª dentição, sem queda das pinças

Dois dentes (2d) Até 2 dentes definitivos, sem queda dos primeiros médios da primeira dentição

Quatro dentes (4d) Até 4 dentes definitivos, sem queda dos segundo médios da primeira dentição

Seis dentes (6d) Até 6 dentes definitivos, sem queda dos cantos da primeira dentição

Oito dentes (8d) Com mais de 6 dentes definitivos

Fonte: Adaptado de Brasil (1989); Brasil (2002); Brasil (2004)

O acabamento de carcaça, em todas as espécies, é avaliado através da

gordura de cobertura e em bovinos, essa avaliação se dá na altura da 12ª costela

(LUCHIARI FILHO, 2000).

O índice de marmoreio é definido como a quantidade de gordura

intramuscular na região de olho de lombo (corte entre a 12ª e 13ª costela). Esse

índice é o fator determinante das classes de qualidade e também o indicador de

qualidade da carne, especialmente no que se refere à sua maciez (SAINZ, 1996).

Cortes de carne com altos níveis de marmoreio são, geralmente, mais macios,

suculentos e saborosos do que aqueles com baixos níveis de marmoreio (GAÚNA,

(40)

Alguns estudos já estão sendo efetuados definindo os valores de área de olho

de lombo e a espessura de gordura subcutânea em bubalinos. Verifica-se na Tabela

7 que os resultados obtidos para a área de olho de lombo para a espécie bubalina

mostraram-se semelhantes entre os autores devido a diferentes sistemas de manejo

incluindo o tipo de confinamento e de suplementação alimentar. Bastianetto et al.

(2003) encontraram menores valores para as idades de 24 e 36 meses,

provavelmente, pelo fato dos animais experimentais terem sido criados

exclusivamente em pastagens de Brachiaria brizantha.

Tabela 7 - Área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS) em bubalinos com diferentes idades encontrado pelos autores

Autores Idade (meses) AOL (cm2 ) EGC (mm)

Müller et al. (1994) 24 50,16 5,32

Gazzeta et al. (1995) - 57,27 9,93

Jorge et al. (1997a) 24 43,95 5,9

Vaz et al. (2003) 24 52,4 2,93

24 31,8 - Bastianetto et al. (2003)

36 32,7 -

Pode-se perceber na Tabela 7 que os valores de espessura de gordura foram

semelhantes entre os autores. Gazzeta et al. (1995) observaram os maiores valores

possivelmente por terem trabalhado com búfalos das raças Mediterrâneo e

Jafarabadi, confinados e suplementados com uma ração composta por 60% de

silagem de milho e 40% de concentrado.

Segundo Jorge (2003), o confinamento é uma das tecnologias empregadas

para aumento dos índices de produtividade da pecuária de corte. Utilizando-se

rações balanceadas é possível obter maior ganho diário de peso e redução da idade

(41)

carne na entressafra. Luchiari Filho (2000) cita que um plano nutritivo mais pobre

durante a fase de engorda resultará numa proporção mais baixa de gordura,

enquanto que, num plano nutritivo mais elevado, a proporção de gordura será maior.

Com um plano nutricional baixo pode-se perceber pouco ou nenhum efeito na

composição da carcaça, antes de iniciar a fase de acabamento, sendo assim, é

necessário que os animais sejam terminados com uma suplementação alimentar

mais adequada.

Embora, no Brasil, ainda não exista nenhuma legislação a respeito da

implantação de um sistema de classificação e tipificação de carcaça para bubalinos,

já existe um sistema australiano conhecido como “Tenderbuff”, onde no processo de

classificação e tipificação, os animais devem ter um peso mínimo de 150 kg,

espessura de gordura variando de 3 a 12 mm, não apresentar nenhum dente incisivo

permanente, e na estimulação elétrica da carcaça, e o pH final não pode ser maior

do que 5,8 (LEMCKE, 2001). Essas características garantem ao produto um valor

(42)

4. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em duas etapas. A primeira constou da criação e

implantação de um protocolo para verificação da idade. Nesta etapa, utilizou-se 174

animais para a avaliação dos pares de dentes incisivos e as mensurações lineares.

Já na segunda etapa foram utilizados 76 animais para a comprovação do protocolo

estabelecido pela primeira etapa e relacioná-lo as características de carcaça da

espécie bubalina.

4.1 - PRIMEIRA ETAPA

4.1.1 - Criação e implantação do protocolo

4.1.1.1 - Protocolo de identificação da idade pelo desenvolvimento dos pares de

dentes incisivos

Foram utilizados 174 machos da espécie bubalina (Bubalus bubalis) do

nascimento até 100 meses de idade, sem distinção de raça. Os animais eram

provenientes de nove propriedades localizadas nas mesorregiões paraenses do

Nordeste, Sudeste, Marajó e Metropolitana. Em todas as propriedades os animais

eram criados exclusivamente a pasto e suplementados com sal mineral.

Os animais foram distribuídos em oito grupos por faixa etária, conforme

descreve a Tabela 8. A idade considerada de cada animal foi aquela obtida dos

dados da ficha de identificação individual na propriedade onde constava o dia, o mês

(43)

Tabela 8 – Distribuição dos grupos por categoria de idade animal

Grupo Número de animais Categoria idade (meses)

1 24 0 a 3

2 10 > 3 até 6

3 30 > 6 até 12

4 16 > 12 até 18

5 33 > 18 até 24

6 36 > 24 até 30

7 14 > 30 até 55

8 11 >55 até 100

Para a avaliação da idade cronológica dos bubalinos foi levado em

consideração os quatro pares de dentes incisivos (pinças, primeiros médios,

segundos médios e cantos). Estabeleceu-se uma ficha individual de dentição

(Quadro 2) com o propósito de anotar as modificações dentárias de cada par de

dentes incisivos da dentição decídua até o estabelecimento completo da dentição

permanente tendo sido considerando os seguintes estágios de desenvolvimento:

Ausência: dentes que ainda não apresentavam nenhum estágio de

desenvolvimento.

Erupção: dentes que apresentavam os primeiros sinais de desenvolvimento, ou

seja, apenas uma pequena parte do dente era visível.

Surgimento: dentes que se apresentavam mais desenvolvidos que sem erupção,

isto é, apresentavam-se com até um quarto de desenvolvimento.

Estabelecimento Parcial: dentes que apresentavam mais da metade do dente

(44)

c

a b

d

b a

c

d

Estabelecimento completo: dentes que apresentavam total desenvolvimento.

Quadro 2 - Ficha de avaliação da arcada dentária

Propriedade: Município: Data:

Dados do Animal:

Número: Nascimento: Dia Ano Mês

Peso (kg): Escore corporal 1 [ ] 2 [ ] 3 [ ] 4 [ ] 5 [ ]

Avaliação da Arcada Dentária

DECIDUO PERMANENTE

1 Erupção 5 Erupção

2 Surgimento 6 Surgimento

3 Estabelecimento parcial 7 Estabelecimento parcial 4 Estabelecimento definitivo 8 Estabelecimento completo

Legenda:

a- Pinça b- 1º Médios c- 2º Médios d- Cantos

Para cada grupo de animais estudados foi determinada a idade através do

estágio de desenvolvimento dos dentes incisivos decíduos e permanentes

utilizando-se o processo de distribuição freqüêncial estabelecido pelo Statistical Analysis

System (SAS, 1996).

4.1.1.2 - Protocolo de mensurações lineares

As mensurações corporais consideradas incluíram a pesagem dos animais

com jejum prévio de 18 horas e as medidas lineares seguindo-se as orientações

(45)

através de uma régua dotada de graduação métrica decimal as seguintes medidas

corporais:

Altura de cernelha (AC): tomada a partir do solo até a extremidade dorsal dos

processos espinhosos das primeiras vértebras torácicas.

Altura de garupa (AG): tomado no ponto mais alto da garupa até o solo.

Comprimento Corporal (CC): tomado a partir da extremidade cranial da

articulação escapulo umeral (“ponta da escápula”) até a extremidade caudal da

tuberosidade isquiática (“ponta da nádega”).

Perímetro torácico (PT): ao longo do contorno do tórax tangenciando a

extremidade do olecrano, medido este último com o auxílio de uma fita métrica de

nylon.

As mensurações lineares foram efetuadas por hora da avaliação dentária nos

174 animais estudados.

Para cada grupo estudado definiu-se a idade média, o desvio padrão e os

valores mínimos e máximos existentes. A relação entre a idade média dos animais

em cada grupo, em relação ao peso vivo e altura de garupa foi descrito por meio de

função logística, utilizando o procedimento para a análise de regime não linear, por

meio do SAS (1996), descrito como:

(

×

)

+

=

exp

ˆ

Onde:

=

ˆ peso vivo (PV) ou altura de garupa (AG) predito , − e = parâmetros da função

(46)

4.2 - SEGUNDA ETAPA

4.2.1 - Aplicação do protocolo na avaliação da carcaça

Para esta etapa, foram utilizados 76 machos da espécie bubalina, sem

distinção de raça, abatidos no Matadouro Frigorífico da Cooperativa da Indústria

Pecuária do Pará Ltda (SOCIPE), município de Belém, pertencentes a empresa

Baby búfalo®. Os animais foram utilizados para comprovação do protocolo

estabelecido na primeira etapa e relacioná-lo as características de carcaça da

espécie bubalina.

4.2.1.1 - Definição da idade

Para identificação da idade foram utilizados os resultados obtidos do

protocolo, estabelecido na primeira etapa do experimento. Os animais foram

divididos em duas classes, conforme a Tabela 9.

Tabela 9 - Distribuição das classes de animais por categoria de idade para abate

Classe Número de animais Categoria de idade (meses)

1 38 > 18 até 24

2 38 > 24

4.2.1.2 - Características da carcaça

Os animais ficaram em descanso, sob jejum alimentar e dieta hídrica, durante

18 horas antes do abate para uma uniformização do conteúdo gastrintestinal.

Após este período de descanso, os animais foram pesados e imediatamente

abatidos. Em seguida, foi avaliado junto a linha de inspeção da cabeça, as

(47)

cauda, gordura peri-renal, pélvica e inguinal, rins, diafragma e remoção da carne de

sangria procederam-se as pesagens das meias-carcaças quentes (direita e

esquerda).

As meias-carcaças foram conduzidas à câmara frigorífica, onde

permaneceram por 18 horas a temperatura de 2°C, conforme a metodologia descrita

por Felício et al. (1979) e Picchi et al. (1979). Após o resfriamento, as carcaças

foram retiradas das câmaras para serem efetuados os cortes primários (traseiro,

dianteiro e ponta de agulha ou costilhar) os quais foram pesados para a

determinação do rendimento.

Em oito animais avaliou-se a área de olho de lombo, considerando-se o

contorno de papel vegetal na secção transversal do músculo Longissimus dorsi,

(cm2) conforme a descrição de Restle e Vaz (1997). Na seqüência, com paquímetro

(mm) foi determinado a espessura de gordura na camada que recobre a área de

olho de lombo, segundo recomendações de Felício et al.(1979).

Rendimento de Carcaça (quente e fria)

O rendimento de carcaça quente, fria e dos cortes primários foram calculados

segundo a metodologia descrita por Felício et al. (1979). Para o cálculo do

rendimento da carcaça quente considerou-se a razão entre o peso de carcaça

quente e o peso vivo dos animais, obtido antes do abate. O rendimento da carcaça

fria foi calculado considerando-se a razão entre o peso da carcaça fria e o peso vivo

dos animais.

Rendimento de Cortes primários

O rendimento do quarto traseiro foi calculado pela razão entre o peso do

(48)

dianteiro e o peso da carcaça fria. Já a ponta de agulha, foi obtida pela razão entre o

peso da ponta de agulha e o peso da carcaça fria.

Para comparar as características estudadas (rendimentos de carcaças quente

e fria, do dianteiro, do traseiro e da ponta de agulha ou do costilhar) entre as classes

de idade foi aplicado o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis adotando como nível

de significância ∝= 0,05. O teste utilizou a ordem dos dados observados, sem levar

em conta seus valores absolutos. Após ordenar todas as observações da menor

para a maior, calculou-se a soma das ordenações (Ri) para cada grupo experimental

e então, em seguida estimou-se o valor para o teste de Kruskal-Wallis pela fórmula

abaixo, com distribuição de Qui-quadrado:

H =

) 1 (

12

+ ∑ ((∑ Ri)

2/n) – 3 (N +1)

onde:

N = número total de unidades;

n = número de unidades por tratamento;

(49)

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 - PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO DA IDADE PELO DESENVOLVIMENTO

DOS PARES DE DENTES INCISIVOS

5.1.1 - Distribuição dos grupos por idade

A Tabela 10 relaciona a média, o desvio padrão e os valores mínimo e

máximo das idades alcançadas pelos grupos pré-estipulados. Verificou-se que a

idade média dos animais variou de 1,02 a 68,11 meses.

Tabela 10 - Média, desvio padrão e valores máximo e mínimo da idade (meses) dos animais por grupo

Grupo Categoria idade (meses)

N* Média ± DP** Mínimo Máximo

1 0 a 3 24 1,02 ± 0,76 0,10 2,53

2 > 3 até 6 10 4,88 ± 1,06 3,05 6,0

3 > 6 até 12 30 7,86 ± 1,35 6,11 11,54

4 > 12 até 18 16 15,07 ± 1,63 12,26 17,26

5 > 18 até 24 33 21,37 ± 1,77 18,48 23,84

6 > 24 até 30 36 25,70 ± 1,65 24,03 28,93

7 > 30 até 55 14 40,76 ± 7,33 31,6 53,10

8 >55 até 100 11 68,11 ± 13,93 55,67 99,21

*N - é o número de animais; **DP – Desvio padrão

5.1.1.1 - Grupo 1: animais de zero a três meses

A Tabela 11 demonstra que os búfalos desse grupo de idade apresentaram

diferentes estágios de desenvolvimento para os quatro pares de dentes incisivos

(50)

maioria dos animais (Figuras 7 e 8) e o surgimento (Figuras 5 e 6) desse par ocorreu

aos dois dias de vida em somente dois animais. Este dado está de acordo com

Cockrill (1974), Miranda (1986), Bhullar et al. (1986); FAO (1991) que consideram a

erupção do 1º par de dentes incisivos decíduos completa aos sete dias de vida.

Tabela 11 - Estágios de desenvolvimento dos dentes incisivos dos animais de zero a três meses de idade (Grupo 1)

Decíduo Dente incisivo Estágio de desenvolvimento

Freqüência (%)

Surgimento 2 8,33

Estabelecimento Parcial 13 54,17

Pinça (1º par)

Estabelecimento completo 9 37,50

Ausência 1 4,17

Erupção 4 16,67

Surgimento 4 16,67

Estabelecimento parcial 9 37,50

1º médio (2º par)

Estabelecimento completo 6 25,0

Ausência 5 20,83

Erupção 4 16,67

Surgimento 4 16,67

Estabelecimento parcial 4 16,67

2º médio (3º par)

Estabelecimento completo 7 29,17

Ausência 19 79,17

Erupção 1 4,17

Surgimento 3 12,50

Canto (4º par)

Estabelecimento completo 1 4,17

Os primeiros médios (2º par) apresentaram desenvolvimento semelhante ao

1º par dentário, caracterizado pelo seu estabelecimento parcial. Ao analisar os

animais desse grupo, verificou-se que a diferença de tempo de aparecimento entre o

(51)

resultado concorda com Crockrill (1974) que cita a diferença dentária em um

intervalo de 14 a 30 dias. Entretanto, maiores diferenças podem ocorrer na época da

erupção dos outros três pares de dentes incisivos (FAO, 1991), tal como se

encontrou para o 3º par de dentes incisivos temporário, cujas diferenças variaram de

ausente até seu estabelecimento completo.

No presente estudo, observou-se que os búfalos entre o intervalo do

nascimento até os três meses de idade apresentam o estabelecimento completo dos

três primeiros pares de dentes incisivos decíduos estando ausente o 4º par dentário

conhecido como “cantos” (Figura 9). Estes dados assemelham-se aos de Miranda

(1986) e Bhullar et al. (1986), a não ser pela ausência do 4º par que, segundo esses

autores, também já se encontra totalmente desenvolvido em bezerros com idade de

três meses.

Figura 5 - Búfalos de zero a três meses de idade: surgimento das pinças (1º par) decíduas (a)

a

(52)

Figura 6 - Búfalos de zero a três meses de idade: surgimento das pinças (1º) (a) e erupção dos primeiros médios (2º par) decíduas (b)

Figura 7 - Búfalos de zero a três meses de idade: estabelecimento parcial das pinças (1º) (a) e surgimento dos primeiros médios (2º par) (b)

a

a

(53)

Figura 9 - Búfalos de zero a três meses de idade: estabelecimento completo das pinças (1º par), primeiros médios (2º par) e segundos médios (3º par) decíduos Figura 8 - Búfalos de zero a três meses de idade: estabelecimento parcial das pinças (1º) e surgimento dos primeiros médios (2º par) (a) e erupção dos segundos médios (3ºpar) decíduos (b)

a

(54)

5.1.1.2 - Grupo 2: animais de três a seis meses de idade

Pode-se perceber através da Tabela 12, que neste grupo ocorreu o

estabelecimento completo do 4º par de dentes incisivos decíduos (Figuras 10 e 11),

idade na qual difere daquela apresentada por Cockrill (1974) e FAO (1991) em que

os dentes incisivos decíduos completam-se, em média, com nove ou até dez meses

de idade. Essas variações podem ter sido ocasionadas por diversos fatores tais

como o sistema de criação, o tipo de pastagem e a ração administrada, conforme

ressalta Miranda (1986); Dyce et al. (1990) e Nunes (2005).

Tabela 12 - Estágios de desenvolvimento dos dentes incisivos dos animais de três a seis meses de idade (Grupo 2)

Decíduo Dente Incisivo Estágio de desenvolvimento

Freqüência (%)

Pinça (1º par) Estabelecimento completo 10 100

1º médio (2º par) Estabelecimento completo 10 100

2º médio (3º par) Estabelecimento completo 10 100

Estabelecimento parcial 2 20,0

Canto (4º par)

(55)

Figura 10 - Búfalos de três a seis meses de idade: estabelecimento completo dos quatro pares de dentes incisivos decíduos

(56)

5.1.1.3 - Grupos 3, 4 e 5: animais de seis a 24 meses

Todos os pares de dentes incisivos decíduos estavam totalmente completos

aos doze meses de idade (Tabelas 13, 14 e 15), permanecendo assim até os 24

meses (Figuras 12, 13 e 14).

Tabela 13 - Estágio de desenvolvimento dos dentes incisivos dos animais de seis a doze meses (Grupo 3)

Decíduo Dente Incisivo Estágio de desenvolvimento

Freqüência (%)

Pinça (1º par) Estabelecimento completo 30 100

1º médio (2º par) Estabelecimento completo 30 100

2º médio (3º par) Estabelecimento completo 30 100

Canto (4º par) Estabelecimento completo 30 100

Tabela 14 - Estágio de desenvolvimento dos dentes incisivos dos animais de doze a dezoito meses (Grupo 4)

Decíduo Dente Incisivo Estágio de desenvolvimento

Freqüência (%)

Pinça (1º par) Estabelecimento completo 16 100

1º médio (2º par) Estabelecimento completo 16 100

2º médio (3º par) Estabelecimento completo 16 100

(57)

Tabela 15 - Estágio de desenvolvimento dos dentes incisivos dos animais de dezoito a 24 meses (Grupo 5)

Decíduo Dente Incisivo Estágio de desenvolvimento

Freqüência (%)

Pinça (1º par) Estabelecimento completo 33 100

1º médio (2º par) Estabelecimento completo 33 100

2º médio (3º par) Estabelecimento completo 33 100

Canto (4º par) Estabelecimento completo 33 100

Neste período as pequenas variações observadas referem-se ao desgaste

dentário. Segundo Merck (2001), a estimativa da idade pelo desgaste dentário, essa

ocorrência, é, menos confiável do que o surgimento dos dentes, pois é variável de

acordo com a nutrição, o tipo de alimentação e teor de areia do solo. Por esta razão,

esses parâmetros não foram observados no presente trabalho.

(58)

Figura 13 - Búfalos de seis a 24 meses: estabelecimento completo dos quatro pares de dentes incisivos decíduos

(59)

5.1.1.4 - Grupo 6: animais de 24 a 30 meses

O início da troca dentária dos incisivos foi observado neste grupo, sendo

representada por uma baixa freqüência de surgimento e estabelecimento parcial e

completo das pinças permanentes (Tabela 16), conforme ilustrado nas Figuras 15,

16, 17 e 18. Esses resultados estão de acordo com os observados por Cockrill

(1974), Miranda (1986) e FAO (1991).

Tabela 16 - Estágio de desenvolvimento dos dentes incisivos dos animais de 24 a 30 meses (Grupo 6)

Decíduo Permanente Dente

Incisivo

Estágio de

Desenvolvimento Freqüência (%) Freqüência (%)

Surgimento 0 0,0 1 2,78

Estabelecimento parcial 0 0,0 2 5,56

Pinça (1º par)

Estabelecimento completo 31 86,11 2 5,56

1º médio (2º par)

Estabelecimento completo 35 97,22 1 2,78

2º médio (3º par)

Estabelecimento completo 35 97,22 1 2,78

Canto (4º par)

Estabelecimento completo 35 97,22 1 2,78

Resultados mais tardios para a troca do 1º par de incisivos em bubalinos foi

observado por Bhullar et al. (1986) e Moram (1992). O primeiro autor verificou que

com a idade de 33 meses ocorreu o aparecimento das pinças. Entretanto, o segundo

autor descreveu que ocorreu a troca das pinças decíduas para permanentes em um

intervalo de 31,40 a 37 meses de idade. Segundo Miranda (1986), fatores como

sistema de criação, o tipo de pastagem e a ração administrada podem ocasionar

(60)

Figura 16 - Búfalos de 24 a 30 meses: estabelecimento parcial das pinças (1º par) permanentes (a)

(61)

a

Figura 17 - Búfalos de 24 a 30 meses: estabelecimento completo das pinças (1º par) permanentes (a)

a

a

Figura 18 - Búfalos de 24 a 30 meses: estabelecimento completo das pinças (1º par) permanentes (a)

(62)

5.1.1.5 - Grupo 7: animais de 30 a 55 meses.

Conforme se verifica na Tabela 17 todos os animais desse grupo

apresentavam o estabelecimento completo das pinças permanentes. Observou-se

também a troca dentária dos primeiros e segundos médios decíduos permanentes

(Figuras 19, 20 e 21). Esses dados estão de acordo com os de Cockrill (1974); FAO

(1991); Miranda (1986) e Moran (1992) que observaram o estabelecimento

permanente dos primeiros médios (2º par) e dos segundos médios (3º par) de 42 a

48 meses e intervalo de 48 a 60 meses, respectivamente.

Tabela 17 - Estágio de desenvolvimento dos dentes incisivos dos animais de 30 a 55 meses (Grupo 7)

Decíduo Permanente Dente

Incisivo

Estágio de

Desenvolvimento Freqüência (%) Freqüência (%)

Pinça (1º par)

Estabelecimento completo 0 0,0 14 100

Surgimento 0 0,0 1 7,14

Estabelecimento parcial 0 0,0 1 7,14

1º médio (2º par)

Estabelecimento completo 5 35,71 7 50,00

2º médio (3º par)

Estabelecimento completo 9 64,29 5 35,71

Canto (4º par)

Estabelecimento completo 12 85,71 2 19,29

Nessa faixa de idade, os cantos decíduos apresentaram-se em

estabelecimento completo, embora 20% dos animais já se encontravam com os

cantos permanentes em estabelecimento completo com idade próxima a 55 meses

(63)

5.1.1.6 - Grupo 8: animais de 55 a 100 meses

De acordo com a Tabela 18, neste grupo, os cantos permanentes

apresentaram estabelecimento completo na maioria dos animais (Figuras 22 e 23)

de forma semelhante as descrições de Cockrill (1974), Miranda (1986), FAO (1991),

e Moran (1992), segundo os quais, o estabelecimento dos cantos ocorre no intervalo

de 60 a 66 meses.

Tabela 18 - Estágio de desenvolvimento dos dentes incisivo dos animais de 55 a 100 meses (Grupo 8)

Permanente Dente Incisivo Estágio de desenvolvimento

Freqüência (%)

Pinça (1º par) Estabelecimento completo 11 100

1º médio (2º par) Estabelecimento completo 11 100

2º médio (3º par) Estabelecimento completo 11 100

Estabelecimento parcial 2 18,18

Canto (4º par)

Estabelecimento completo 9 81,82

Figura 19 - Búfalos de 30 a 55 meses: estabelecimento completo permanente das pinças (1º par) e surgimento dos primeiros médio (2º par) permanentes (a)

a

(64)

Figura 20 - Búfalos de 30 a 55 meses: estabelecimento completo permanente das pinças (1º par) e primeiros médios (2º par) e estabelecimento completo decíduo dos segundos médios (3º par) (a) e cantos (b)

a

b

(65)

Figura 22 - Búfalos de 55 a 100 meses: estabelecimento completo permanente das pinças, primeiros médios e segundos médios e estabelecimento parcial permanente dos cantos (a)

a

Figura 23 - Búfalos de 55 a 100 meses: estabelecimento completo permanente das pinças, primeiros médios e segundos médios e estabelecimento parcial permanente dos cantos (a)

Imagem

Tabela 1 - Tempo de erupção dos dentes permanentes pré-molares e molares em  bubalinos
Tabela 2 - Fórmula dentária de bovinos e bubalinos da dentição permanente
Tabela 4 - Medidas lineares observadas em bubalinos machos e fêmeas nos  diversos países
Tabela 5 - Proporção média de comparação de carcaça de bovinos (BOV) e  bubalinos (BUF) encontrada por vários autores
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Referências

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