Aula 10: Cap. 3
Análise de Fourier e
Harmônicos
Engenharia Elétrica Universidade Federal de Juiz de Fora
f(t)
t
Sobrecarga dos condutores de neutroem razão da soma das
harmônicas de ordem 3geradas por cargas monofásicas;
Sobrecarga, vibrações e envelhecimentodos alternadores, transformadores, motores,ruídos nos transformadores;
Introdução
Jean-Baptiste Joseph Fourier (1768-1830)
Importanteferramenta para análise de circuitos;
Expandeumafunção periódicacomo umasérie infinitadetermosdo tipo
senoidal, cujasfrequênciasdas diversas componentes sãomúltiplas da frequência fundamentaldo sinal periódico;
Análise de circuitos lineares combina:
A série de Fourier
f(t)
t
f(t)
t
Umafunção periódicaf(t)finita e contínuade períodoT e frequênciaω,
pode serrepresentadapor umasérie trigonométricada forma:
f(t) =a0+a1cos(ωt) +a2cos(2ωt) +. . .+ancos(nωt)
+b1sen(ωt) +b2sen(2ωt) +. . .+bnsen(nωt) (1)
ou
f(t) =a0+ ∞
X
n=1
ancos(nωt) + ∞
X
n=1
bnsen(nωt) (2)
Componentes fundamentais(ou primeiro harmônico)
(
a1cos(ωt) b1sen(ωt)
(3)
Integrais importantes na análise de Fourier (funções ortogonais em relação ao períodoT)
Z T
0
cos(mωt)sen(nωt)dt=0 para qualquer m e n
Z T
0
cos(mωt)cos(nωt)dt=0 para m6=n
Z T
0
Param=n, pode ser demonstrado que:
Z T
0
cos2(nωt)dt=
Z T
0
sen2(nωt)dt= π
ω = T
2 (4)
O cálculo dea0é feitointegrando-se ambos os ladosde (2) emum
período. Assim,
Z T
0
f(t)dt=
Z T
0
"
a0+ ∞
X
n=1
{ancos(nωt) +bnsen(nωt)}
#
dt (5)
Logo
Z T
0
f(t)dt=
Z T
0
a0dt (6)
Finalmente
a0=
1
T
Z T
0
O cálculo deané feitomultiplicando-se ambos os ladosde (2) por cos(mωt)eintegrando-se em um período. Assim,
Z T
0
f(t)cos(mωt)dt=
Z T
0
"
a0+ ∞
X
n=1
{ancos(nωt) +bnsen(nωt)}
#
cos(mωt)dt
(8)
Logo
Z T
0
f(t)cos(mωt)dt=
∞
X
n=1
Z T
0
{ancos(nωt)cos(mωt) +bnsen(nωt)cos(mωt)} dt
Sabendo que
Z T
0
cos(nωt)cos(mωt)dt=0 para (m6=n) (10)
Por outro lado, quandom=n
Z T
0
f(t)cos(mωt)dt= anT
2 (11)
Uma vez que aintegral de cosseno ao quadrado em um períodoé1/2.
Finalmente:
an= 2 T
Z T
0
Já segunda parcela de (9)
Z T
0
sen(nωt)cos(mωt)dt=0 (13)
Independentemente sem=nou não.
De modo análogo,multiplicando-se ambos os ladosde (2) porsen(mωt)e integrando-se em um período
bn=
2
T
Z T
0
f(t)sen(nωt)dt (14)
Aintegral contendoané nula, uma vez que
Z T
0
Em síntese
a0é uma constante que representa o valor médio da funçãof(t);
Os termos seno e cosseno são denominados harmônicas;
As constantesa1,a2, . . . ,an eb1,b2, . . . ,bnsão amplitudes das diversas
harmônicas;
né um número inteiro que varia de1a∞;
Os termosa1cos(ωt)eb1sen(ωt)são denominados harmônica
fundamental ou componente fundamental;
Os termosa2cos(2ωt)eb2sen(2ωt)são denominados segunda
harmônica e assim sucessivamente;
A frequênciaωde oscilação da componente fundamental é a relação
Figura 5:Representação gráfica da Série de
Quanto mais componentes de Fourier são considerados na série, mais o somatório se aproxima da funçãof(t).
Graficamente é possível observar que, mesmo para um númeronelevado, este
somatório oscila, de forma amortecida, em torno do valor real def(t), em
especial nas vizinhanças de seus pontos de descontinuidade.
Frequência Magnitude
Tempo
Representação alternativa
Umaforma alternativade expressar a equação (2) é a seguinte
f(t) =a0+ ∞
X
n=1
Ancos(nωt+ϕn) (16)
Em que
An= a2n+b 2 n
1/2
(17)
ϕn =−tan −1bn
Osgráficos da amplitudeAne dafaseφn, ambos em função deω, são
denominadosespectros de amplitude e fasedef(t)e constituem o espectro de frequênciadef(t)
An
ω
0
2
π
2,5464
2π 3π
0,8488
4π 5π
0,5093
6π 7π
0,3638
8π 9π
0,2829
φn
ω π
−18◦
3π
126◦
5π
−90◦
7π
34◦
9π
162◦
2π 4π 6π 8π
Resumo:
a0=
1
T
Z T
0
f(t)dt (19)
an= 2 T
Z T
0
f(t)cos(nωt)dt (20)
bn= 2 T
Z T
0
Represente a função periódicaf1(t), na figura a seguir, através da série
de Fourier. Trace os espectros de amplitude e fase.
1
( )
f t
t
4
12
5
7
5
2
5
3
5
8
5
Resposta An ω 0 2 π
2,5464
2π 3π
0,8488
4π 5π
0,5093
6π 7π
0,3638
8π 9π
0,2829
Figura 10:Espectro de amplitude
φn
ω π
−18◦
3π
126◦
5π
−90◦
7π
34◦
9π
162◦
2π 4π 6π 8π
Represente a função periódicaf4(t), na figura a seguir, através da série
de Fourier.
4
( )
f t
t
1
3
2
1
0
1
2
3
Figura 12:Exemplo 2.
Resposta:f4(t) =
1 2 −
1
π ∞
X
n=1
1
Considerações
O termo constantea0é nulose a função possui umaárea positiva igual à
área negativa no período;
Uma funçãof(t)épar, se apresentasimetria em relação ao eixo vertical;
Exemplos:t2,t4ecos(t), dentre outras.
Uma funçãof(t)éímpar, se apresentasimetria em relação à origem;
Exemplos:t,t3esen(t), dentre outras.
Uma funçãof(t)possui simetria demeia onda, se asegunda metade de cada período é igual à primeira metade exceto por uma troca de sinal.
t f(t)
–T 0 T
(a)
A
–A
t g(t)
–T 0 T
A
t h(t)
–2p –p 0 p 2p
A (b) (c) T 2 T 2 –
f(t) =f(−t) (22)
Z T/2
−T/2
f(t)dt=2
Z T/2
0
Coeficientes da série de Fourier
a0=
2
T
Z T/2
0
f(t)dt (24)
an=
4
T
Z T/2
0
f(t)cos(nωt)dt (25)
bn=0 (26)
Comobn=0, a sériesópossuitermos em cosseno;
t f(t)
–T 0 T
(a)
A
–A
t g(t)
–T 0 T
(b)
A
–A
t h(t)
–T 0 T
(c) A –A T 2 T 2 –
f(t) =−f(−t) (27)
Z T/2
−T/2
Coeficientes da série de Fourier
a0=0 (29)
an=0 (30)
bn=
4
T
Z T/2
0
f(t)sen(nωt)dt (31)
Como apenasbn 6=0, a sériesópossuitermos em seno;
Expandindo os termos da serie de Fourier
f(t) =a0+ ∞
X
n=1
ancos(nωt)
| {z }
par
+ ∞
X
n=1
bnsen(nωt)
| {z }
´ ımpar
1. Oproduto de duas funções paresé também umafunção par;
2. Oproduto de duas funções ímparesé umafunção par;
3. Oproduto de uma função par por uma função ímparé umafunção ímpar;
4. Asoma (ou diferença) de duas funçõespares é umafunção par;
5. Asoma (ou diferença) de duas funções ímparesé umafunção ímpar;
6. Asoma (ou diferença) de uma função par uma ímparnãoé uma função
t T
–T
f(t)
0 (a) A –A t –T
g(t)
0
(b)
A
–A
T
Figura 15:Exemplos de funções com simetria de
f
t−T
2
Coeficientes da série de Fourier
a0=0 (34)
an= 4 T
Z T/2
0
f(t)cos(nωt)dt, paranímpar 0, paranpar
(35) bn= 4 T
Z T/2
0
f(t)sen(nωt)dt, paranímpar 0, paranpar
(36)
Considerações sobre simetria
Simetria a0 an bn Observações
Par a06=0 an 6=0 bn=0 Integrar emT/2e multiplicar
os coeficientes por 2
Ímpar a0=0 an =0 bn6=0 Integrar emT/2e multiplicar
os coeficientes por 2
Represente a função periódicaf5(t), na figura a seguir, através da série
de Fourier.
5
( )
f t
( )
t s
4
1 2 1 2 3 2 3 2 Figura 16:Exemplo 3.
Resposta:f5(t) =2+
8
πcos(πt)−
8
3πcos(3πt) + 8
5πcos(5πt)− 8
Represente a função periódicaf6(t), na figura a seguir, através da série
de Fourier.
6
( )
f t
( )
t s
2
1 1 22
2
Figura 17:Exemplo 4.
Resposta:f6(t) =
8
πsen(πt) +
8 3π
sen(3πt) + 8 5π
sen(5πt) + 8 7π
Nem toda função periódica pode ser representada pela série de Fourier.
Condições de Dirichlet
1. f(t)deve ser unívoca (monovaloridade);
2. f(t)deve ter um número finito de descontinuidades em um intervalo
periódico;
3. f(t)deve ter um número finito de máximos e mínimos no intervalo
periódico;
4. A integralZ
t0+T
t0