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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR DE IDOSOS VINCULADOS A PROGRAMA DE ATENDIMENTO INTERDISCIPLINAR

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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR DE IDOSOS VINCULADOS A PROGRAMA DE ATENDIMENTO INTERDISCIPLINAR

Lucília Kunioshi Utiyama

Mestranda em Biodinâmica do Movimento Humano - EEFE/USP Dr. Luzimar Raimundo Teixeira

Orientador

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar, através da espirometria, a função pulmonar de idosos vinculados a programa de atividades motoras em projeto interdisciplinar. A amostra constituiu-se de 33 indivíduos de ambos os sexos, com a média de idade de 76,4 anos. O instrumento utilizado para a obtenção dos dados foi o espirômetro, marca Koko Spirometer e utilizou-se da análise descritiva. Entre os resultados obtidos nesta pesquisa, destacaram-se as variáveis: CVF (capacidade vital forçada), FEV1 (volume de fluxo expiratório forçado em 1 segundo), PEFR (pico de fluxo expiratório forçado), FEF25-75% (fluxo expiratório forçado entre 25%-75% da capacidade vital), por estarem entre as variáveis mais estudadas pela facilidade em indicarem as variações e alterações ventilatórias e através dos quais se pode verificar a eficiência respiratória.

Concluiu-se que 15% do grupo avaliado apresentaram quadro de obstrução, 9% restrição, 6% com quadro misto (obstrução/restrição) diagnosticando disfunção pulmonar e 70% sem alterações do fluxo aéreo. Com os resultados apresentados, enfatiza-se a importância das avaliações periódicas para verificar o quadro de saúde e conscientizar os idosos e os profissionais que atuam no programa de assistência ao idoso, quanto a necessidade de adoção e/ou manutenção de um estilo de vida ativo, através da inserção em programas de atividades motoras orientadas e sistemáticas, com objetivos de prevenção dos efeitos deletérios no sistema respiratório, decorrentes da inatividade e associados ao processo de envelhecimento.

INTRODUÇÃO

Respirar é um ato tão natural que nem nos damos conta disto. Somente percebemos a sua importância quando encontramos alguma dificuldade na respiração. Uma das dificuldades que podem ocorrer na passagem do ar nos pulmões é quando os brônquios encontram-se estreitados. Os testes de função pulmonar são capazes de medir o grau deste estreitamento, mesmo antes dos sintomas aparecerem, identificando precocemente e favorecendo a ação para evitar uma obstrução mais grave das vias aéreas.

A capacidade total dos pulmões não diminui com a idade, mas o processo de envelhecimento afeta a capacidade vital e o volume residual, decorrente das mudanças no tecido pulmonar que diminui sua elasticidade, e do enrijecimento torácico. Esses efeitos resultam em uma diminuição da capacidade de expirar e aumento do volume residual. A área de superfície total do pulmão diminui de 25 a 30% entre 30 e 70 anos de idade. Não está bem caracterizado o momento em que inicia o declínio, já que o processo de envelhecimento depende mais da idade biológica das pessoas do que da cronológica. O certo é que ocorre um declínio nas funções respiratórias.

Para diagnosticar as alterações dessas funções, foi utilizado a espirometria, em idosos que participam do Projeto PIASI - Programa Interdisciplinar de Assistência a Saúde do Idoso pelo Hospital das Clínicas em Londrina - Paraná, para analisar as condições respiratórias desses idosos. Com o conhecimento alcançado torna-se possível a intervenção e controle das alterações pulmonares que podem submeter o idoso a inúmeras restrições e que o privam do pleno desenvolvimento de suas aptidões. Um programa educativo/preventivo com possibilidade de intervenção, são procedimentos fundamentais. Nesse sentido, as atividades motoras são essenciais, uma vez que promovem mudanças benéficas nas variáveis da função pulmonar.

REVISÃO DE LITERATURA Idosos

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De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) de 1984 (KOPILER,1997), são considerados idosos os indivíduos acima de 65 anos de idade. Porém, essa idade foi diminuída em alguns países em desenvolvimento em função das características fisiológicas e condição de vida das populações dessas regiões. A idade de 65 anos é utilizada como limite inicial para caracterizar a velhice, sendo um mero valor cronológico que muitas vezes não corresponde á idade fisiológica. Segundo HAYFLICK (1996), serve somente para padronizar comportamentos e organizar a sociedade.

O funcionamento biológico das pessoas sofre alterações em diferentes proporções e é variável de pessoa para pessoa. OKUMA (1998), cita que as alterações no organismo causado pelo envelhecimento biológico, está associado a redução da aptidão física como conseqüência da diminuição da capacidade aeróbia, da força muscular, da flexibilidade, do equilíbrio, do tempo de reação e de movimento, da agilidade e da coordenação. Tal redução produz obrigatoriamente, uma diminuição da tolerância ao esforço físico, o que reduz drasticamente, para muitos idosos, a capacidade funcional.

O idoso muitas vezes apresenta limitações físicas e motoras que prejudicam a sua autonomia, tornando-o dependente de assistência. De acordo com WEINECK (1991), as alterações que ocorrem com o idoso, tanto em termos estruturais como funcionais, são responsáveis pela redução do desempenho e da performance motora na idade avançada. Como conseqüência da involução motora que ocorre nessa faixa etária, nota-se uma forte tendência a diminuição da atuação do indivíduo no meio em que vive. Essas alterações são determinantes para o subseqüente decorrer do envelhecimento.

Envelhecimento

Estudos recentes apontam um crescimento acelerado da população em idade avançada, tendendo a identificar nos próximos anos, uma composição etária mutante, ou seja, de um país jovem para um país de velhos (DOMICIANO& ZAGABRIA, 1997).

O envelhecimento se desenvolve em diferentes aspectos. Segundo NERI (1995), o envelhecimento deve ser olhado sob uma visão multidimensional. Atualmente, os estudos sobre o envelhecimento enfocam a contextualização do fenômeno da velhice em seus aspectos sócio-político-econômicos, além da visão orgânica.

CARVALHO & ALENCAR (1994), atribui a um processo dinâmico e progressivo, onde há modificações, tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam uma perda progressiva na capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulneralidade e maior incidência de processos patológicos que podem diminuir sua expectativa de vida.

Para JACOB FILHO (1998), o envelhecimento é uma série de disfunções comuns aos idosos. Hoje entende-se que elas podem ser fruto de uma somatória de fenômenos associados ao tempo, como por exemplo a persistência de hábitos deletérios capazes de reduzir o limite de função de um sistema ou mesmo pela redução do seu potencial de utilização, que provoca progressiva perda da capacidade funcional sem que haja obrigatoriamente uma doença responsável pela limitação.

A velhice deve ser dissociada da doença, na verdade, não é o envelhecimento por si só que causa a doença. O organismo do idoso, se torna mais vulnerável ãs doenças devido as suas perdas funcionais, e a menor capacidade de combatê-las, mas o envelhecimento não pode ser confundido como uma doença, e essas doenças não fazem parte do processo natural do envelhecimento (HAYFLICK, 1996; NERI, 1993; SALGADO, 1992; BEAVOIR, 1990).

De acordo com VARGAS (1983), o envelhecimento é um processo biológico cujas alterações determinam mudanças estruturais no corpo e, em decorrência, alteram suas funções.

De acordo com o enfoque dado por HAYFLICK (1996), quase tudo que podemos medir nos seres humanos muda com o passar do tempo. Entretanto, nem sempre as mudanças implicam em perdas. Algumas propriedades que podem ser medidas em relação ao tempo aumentam, outras diminuem, algumas propriedades biológicas simplesmente não mudam.

Sistema respiratório na idade avançada

O sistema respiratório se deteriora progressivamente com a idade e as doenças respiratórias contribuem para reduzir ainda mais a função respiratória.

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Para BOTH (1994), um dos declínios que ocorre no envelhecimento, refere-se a eficiência respiratória. No pulmão, ocorre uma diminuição da capacidade vital, aumento do volume residual, diminuição da capacidade de difusão pulmonar e na menor mobilidade da parede torácica.

Segundo WEINECK (1991), o pulmão em envelhecimento caracteriza-se por uma dilatação dos alvéolos e uma diminuição do número de alvéolos com as alterações correspondentes na estrutura de fibras. Através da diminuição do número de alvéolos, ocorre uma diminuição da superfície total respiratória.

Uma aplicação prática importante da fisiologia respiratória é a análise da função pulmonar. Em indivíduos de idade avançada, o teste de função pulmonar pode ser utilizado para constatar a presença de obstrução e/ou restrição das vias aéreas.

As provas da função pulmonar

A análise da função pulmonar é útil em uma variedade de contextos. As provas de função pulmonar auxiliam no diagnóstico das doenças pulmonares com a verificação de padrões ventilatórios (obstrutivos, restritos ou mistos), controla a evolução da doença e do tratamento, aplica testes de reversibilidade da obstrução das vias aéreas, ou de provocação brônquica, auxilia nos estudos da fisiologia respiratória, prescreve atividades nas doenças respiratórias e podem ser valiosos para se decidir se um paciente é suficientemente apto para o exercício. Avalia as mudanças da função pulmonar de acordo com a idade, sexo, peso, altura. e condição de treinamento. Em indivíduos acima de 60 anos de idade, as provas de função pulmonar podem ser utilizados para confirmar a presença de obstrução das vias aéreas. Um dos testes mais informativo é o espirograma de expiração forçada fornecendo resultados como curvas de volume-tempo e fluxo-volume que mostram os dados em formatos diferentes, facilitando o entendimento das respostas. Uma das principais medidas objetivas é a espirometria que analisa a função respiratória quantitativa e qualitativamente. Do ponto de vista da análise funcional, embora não forneça o diagnóstico médico, a espirometria permite conhecer com detalhes o grau e o tipo de distúrbio que envolve o sistema respiratório, mensurando com fidelidade a contribuição de todos os componentes do sistema (AZEREDO, 1993).

Os parâmetros indicativos de obstrução ao fluxo aéreo são obtidos da manobra de capacidade vital forçada obtida na expiração e registrada graficamente. A gradação da gravidade da obstrução, uma vez detectada sua presença, baseia-se nos valores do VEF1 em relação aos previstos: valores ≤ 40%, obstrução grave; entre 41 e 59%, moderada; e ≥ 60%, obstrução leve. considera-se normal quando os valores forem >80%.

Os programas de atividade motora e função pulmonar

Estudos têm verificado modificações na função pulmonar decorrentes da atividade motora (TEIXEIRA, 1993). Uma intervenção com atividades motoras, melhorando a capacidade funcional, pode prevenir ou minimizar a dependência de assistência causada pelas doenças crônicas. Com a atividade motora, ocorrem alterações funcionais e até morfológicas que levam a melhor regulação e economia respiratória.

De acordo com TEIXEIRA (2000), os programas de atividade física são consideradas benéficas para indivíduos com disfunções pulmonares, e representa um estímulo importante para o sistema respiratório e transporte de oxigênio, pois requer uma interação dos mesmos para suportar o aumento da demanda metabólica e de trocas gasosas. Infelizmente, os recursos relativos a terapêutica e programas educativos/preventivos não estão ao alcance da maioria (CABRAL & TEIXEIRA, 1994).

Efeitos positivos sobre o volume pulmonar e sobre a condutância nas pequenas vias aéreas foram verificados nos estudos de ROSSI et al., 1982 (TEIXEIRA,1996).

De acordo com SHEPHARD (1997), a participação em um programa de exercícios leva á redução de 10% nos casos de doenças respiratórias crônicas.

As atividades motoras melhoram todo o sistema respiratório, tornando os indivíduos treinados menos suscetíveis a distúrbios respiratórios por apresentarem maior reserva respiratória, respiração mais econômica e portanto maior desempenho geral do sistema.

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Estudos vêm evidenciando a necessidade do envolvimento em atividades de movimento como recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando ao idoso manter alto grau de independência e uma qualidade de vida ativa.

Para MEIRELLES (1997), é importante considerar que embora o desempenho físico seja modificado com o decorrer dos anos, havendo prática de atividades físicas e regulares, na individualidade biológica estas modificações serão restritas favorecendo o prolongamento da vida, onde a qualidade de saúde promoverá melhor continuidade devida, contribuindo na reabilitação das funções orgânicas interdependentes.

Neste sentido os idosos tem sido encorajados a se inserir em programas onde são desenvolvidos atividades motoras.

MEIRELLES (1997), propõe um programa de atendimento ao idoso com objetivos de atender os aspectos físico-motores, psicológicos e sociais em que os conteúdos são desenvolvidos através de atividades aeróbias, flexibilidade e resistência muscular localizada.

O programa realiza avaliações inicial para diagnóstico do aluno e periódicas como motivação. Em seu planejamento, apresenta uma relação de recomendações como exercícios contra-indicados, vestimentas adequadas, etc.

Já OKUMA (1998), desenvolve um programa com objetivos de levar o idoso a aprender sobre a importância da atividade física no processo de envelhecimento, percebendo quais as atividades físicas são mais adequadas para si e como realizá-las; busca melhorar a aptidão física e as condições de saúde física e mental, melhorando sua qualidade de vida, através do desenvolvimento de conteúdos teóricos básicos e práticos. A avaliação é proposta por um diagnóstico inicial e avaliações posteriores realizadas anualmente.

Analisando a proposta de LEITE (1996), seu programa abrange objetivos como a melhora da aptidão física e promoção da saúde através de conteúdos como a aptidão cardio-respiratória, flexibilidade, treinamento de força e resistência muscular. A avaliação é proposta por um diagnóstico inicial.

A ACMS (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS OF MEDICINE, 1998), recomenda conteúdos para idosos que desenvolvam a aptidão cardiovascular, força, estabilidade postural, flexibilidade e funções psicológicas.

Todos os programas propostos ao idoso devem se adequar ás condições e necessidades do participante.

METODOLOGIA Amostra

Foram avaliados 33 voluntários de ambos os sexos, com a média de idade de 76,4 anos, participantes do Programa Interdisicplinar de Assistência a Saúde do Idoso pelo Hospital das Clínicas na cidade de Londrina- Paraná.

Procedimentos

Todos os testes utilizados neste estudo foram submetidos á aprovação dos participantes através do termo de consentimento.

Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Bioética do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina - Paraná .

As provas de espirometria teve as manobras espirométricas realizadas com o idoso em pé, com as narinas fechadas por um clipe nasal e sendo obtidas pelo menos três curvas consistentes em expiração forçada de no mínimo 6 segundos cada.

As espirometrias foram realizadas seguindo as normas da American Thoracic Society - ATS (1995).

Medidas e testes

Os idosos foram avaliados nas provas de função pulmonar obtidos através do espirômetro Koko Spirometer ( Pulmonary Data Service Instrumentation, Inc.).

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A avaliação de volumes e fluxos no estudo da função pulmonar utilizou-se basicamente da curva de volume-tempo e da curva de fluxo-volume.

Através da curva de volume-tempo obteve-se os valores da capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e do fluxo expiratório forçado entre 25%-75% da capacidade vital (FEF 25%-75%).

As características do idoso no que se refere a idade, estatura, peso, IMC, sexo e raça; que definem os padrões das variáveis ventilatórias, foram transcritos para o computador acoplado ao espirômetro.

Análise dos dados

Para análise dos dados foi utilizado da estatística descritiva (média e desvio padrão) para cada uma das variáveis.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este estudo inicialmente direcionado para avaliar a função pulmonar de idosos, através dos resultados obtidos na espirometria, indicaram que 15% dos idosos apresentaram quadro de obstrução das vias aéreas, 9% apresentaram restrição e 6% apresentaram quadro misto (obstrução/restrição) e 70% foram normais, não apresentando nenhum quadro de alterações ao fluxo aéreo, conforme gráfico apresentado.

Gráfico XX. Distribuição dos 34 participantes de acordo com a classificação pulmonar em normal, obstrutivo, restritivo e misto (restritivo/obstrutivo).

Os resultados da variáveis estudadas e as diferenças entre o padrão predito e o obtido estão apresentadas na tabela 1.

TABELA 1-Média e desvio padrão das variáveis estudadas da função pulmonar

Grupo

Variável

Média Desv. Padrão

Normal CVF 3,53% 14,41% FEV,1 8,75% 13,09% PEF 5,39% 19,18% FEF 25%-75% 8,29% 22,63% Obstrutivo CVF 0,32% 13,94% FEV,1 -8,24% 16,52% PEF -7,35% 13,33%

Distribuição dos participantes de acordo com a classificação pulmonar

70% 15% 9% 6% Normal Obstrutivo Restritivo Misto

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FEF 25%-75% -39,62% 19,26% Restritivo CVF -34,83% 17,63% FEV,1 -29,88% 20,11% PEF -29,47% 44,60% FEF 25%-75% -31,64% 28,28% Misto CVF -50,85% 33,19% FEV,1 -51,86% 34,47% PEF -47,35% 45,94% FEF 25%-75% -65,95% 30,42%

De acordo com os resultados obtidos e apresentados na tabela 1, podemos observar que com relação ao grupo normal constata-se que o valor médio desses indivíduos estão acima do esperado, apresentando na variável CVF uma média de 3,53 ± 14,41%, sendo que na variável FEV1 a média foi representada por 8,75 ± 13,09 e tendo ainda uma melhora significativa também nas variáveis PEF com uma média de 5,39 ± 19,18 e o FEF25-75% com 8,29 ± 22,63.

A análise dessas variáveis para o grupo obstrutivo, indica uma oscilação nas medidas quando apresenta uma média de 0,32 ± 13,94 indicando uma melhora na variável CVF enquanto que constata-se uma queda para as outras variáveis FEV1 -8,24 ± 16,52, PEF -7,35 ± 13,33 e FEF25-75% -39,62 ± 19,26 que presumidamente, são decorrentes de fatores intrínsecos uma vez que este grupo apresenta maior sensibilidade com a presença da disfunção respiratória e sofre uma redução significativa no comportamento da mecânica respiratória.

Nos resultados do grupo restritivo, observa-se uma diminuição em todas as variáveis estudadas, tendo uma média de -34,83 ± 17,63 para a CVF, -29,88 ± 20,11 na variável FEV1, -29,47 ± 44,60 para o PEF e representando uma média de -31,64 ±28,28 na FEF25-75% sendo importante ressaltar que os resultados podem ter sido comprometidos por este grupo estar sendo representado somente por 3 indivíduos e com uma capacidade vital reduzida compatíveis com uma insuficiência restritiva. Esta piora também se observa nos resultados obtidos pelo grupo misto (restritivos/obstrutivos) quando as médias estão representadas em -50,85 ± 33,19 para a variável CVF, nota-se uma redução também significativa para a variável FEV1, -51,86 ± 34,47, queda também na média da variável PEF com -47,35 ± 45,94 e -uma redução mais acentuada na variável FEF25-75% com -65,95 ± 30,42

Esta situação sugere que os indivíduos com alterações respiratórias sejam encaminhados a um atendimento individualizado com assistência médica especializada.

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Os resultados possibilitaram verificar as condições dos idosos do Projeto PIASI em relação a função pulmonar. Essas provas informaram a velocidade do fluxo aéreo e forneceram importantes dados sobre o comportamento da mecânica respiratória dos idosos investigados

Após a análise de todas as variáveis investigadas, chegou-se às seguintes conclusões:

1.Para os indivíduos que apresentaram quadro com alterações, recomenda-se o uso de medicações com orientações médicas e avaliações periódicas, para acompanhamento e controle das mudanças da função pulmonar;

2.Para os indivíduos obstrutivos, deve-se controlar a evolução da doença com testes de reversibilidade da obstrução das vias aéreas;

3.Para os indivíduos restritivos e mistos, serão encaminhados à assistência médica para tratamento; 4.Aos indivíduos que não apresentaram alterações, sendo considerados como normais, reforça-se ainda mais a necessidade das avaliações espirométricas, na intenção de prevenir ou detectar precocemente algumas das alterações que possam ocorrer na função pulmonar.

A partir dos resultados do presente estudo, recomenda-se que a equipe de profissionais que atuam no programa, intervenham contribuindo de maneira substancial para a prevenção e controle dos fatores apresentados, minimizando inclusive com um programa de atividades motoras orientadas e regulares, que

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podem causar efeitos positivos sobre as variáveis da função pulmonar de idosos, associado ás orientações com enfoque na saúde mental ou social dos indivíduos praticantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AZEREDO, C. A . C.; MACHADO, M. G. R. Fisioterapia respiratória moderna. 2 ed. São Paulo, Manole, 1996.

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BEAUVOIR, S. A velhice. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1990.

CABRAL, A. L. B.; TEIXEIRA, L. R., coords. Vencendo a asma : uma abordagem multidisciplinar. São Paulo, Bevilacqua, 1994. 96p.

BOTH, A . Conversando sobre a terceira idade. Passo Fundo. EdUSP, 1994. HAYFLICK, L. Como e porque envelhecemos. Rio de Janeiro, Campus, 1996.

JACOB FILHO, W. Aspecto anátomos-fisiológicos do envelhecimento. A terceira idade. Ano IV. São Paulo, 1995.

KOPILER, D. A. Atividade Física na terceira idade. Revista Brasileira de Medicina e Esportem v.3, n.4, p.108-112, 1997. [artigo de revisão]

LEITE, P. F. Exercício, envelhecimento e promoção de saúde. Belo Horizonte, Health, 1996.

MEIRELLES, M.E.A . Atividade Física na 3ª Idade: uma abordagem sistêmica. Rio de Janeiro, Sprint, 1997.

NERI, A. Qualidade de vida e idade madura. Campinas, Papirus, 1993.

OKUMA, S. S. O idoso e a atividade física : fundamentos e pesquisa. Campinas, Papirus, 1998. SHEPHARD, R. Aging, physical activity, and health. Champaign, Human Kinetics, 1997.

TEIXEIRA, L. R. Importância das atividades físicas na profilaxia e terapêutica da asma. Pediatria Moderna , v. 29, n. 7, 1993.

_____. (colaboração) I Consenso brasileiro de educação em asma: plano de educação e controle de asma. Jornal de Pneumologia, v.22 (supl.I), 1996.

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VARGAS, H. S. Psicologia do envelhecimento. São Paulo, Fundo Editorial BYK - Procienx, 1983. WEINECK, J. Biologia do Esporte. São Paulo, Manole, 1991.

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