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TEA Módulo 3 Aula 1.2

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Academic year: 2021

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TEA

Módulo 3 – Aula 1.2

Desenvolvimento Atípico

Caracteriza-se pela presença de atrasos de desenvolvimento ou anormalidades de comportamento quando comparados com os padrões populacionais já definidos para os intervalos de normalidade do comportamento de acordo com a idade e maturação infantis. Nesse contexto, é importante ressaltar que existe um limite relacionado ao atraso e ao comportamento, ou seja, em alguns casos, é normal a criança apresentar um pouco de atraso no seu desenvolvimento ou um comportamento um pouco anormal (impulsividade, agressividade, entre outros), porém, muitas vezes isso se apresenta de forma intensa e sem nenhuma razão aparente com intenso desarranjo social e funcional evidenciando-se um atraso.

Este processo de desenvolvimento anormal ou atípico é detectado por meio de ações de vigilância ativa na observação do desenvolvimento infantil, tanto no contexto clínico, não-médico, dos pais e professores. Essa prática é preconizada e recomendada pela Organização Mundia de Saúde (OMS), Academia Americana de Pediatria (AAP), OPAS e Ministério da Saúde (MS).

Vigilância do desenvolvimento Deve sempre seguir três linhas:

1) Monitoramento – observação periódica do desenvolvimento em grupos de crianças supostamente normais (creches, escolas, pediatras, psicólogo);

2) Triagem – análise sistemática de crianças que aparentemente são normais onde se aplicam escalas de avaliação específicas para um determinado grupo de crianças;

3) Avaliação – é realizado um processo de avaliação estruturada (aprofundada) naquela criança que passou pela triagem e esta levantou forte suspeita de problemas ou atrasos de desenvolvimento.

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A boa e eficaz vigilância exige...

- Investigar as preocupações e as queixas da família quanto a saúde e o desenvolvimento da criança;

- Realizar uma boa observação clínica, observar o físico da criança, os aspectos do comportamento, do desenvolvimento e o seu histórico pregresso;

- Realizar observações acuradas (bem detalhadas) e precisas da criança, principalmente do seu comportamento, incluindo a relação dela com os pais e profissionais da saúde, fazer um exame físico detalhado e o registro das medidas de crescimento, considerando que, as vezes, desproporções referentes a peso, estatura e perímetro encefálico podem significar algum distúrbio ou condição patológica. Observar vídeos e fotos da criança também é bastante válido;

- Oferecer informações e orientações antecipatórias relevantes para cada idade sobre saúde e desenvolvimento aos pais. As carteiras de vacina atualmente já vem com algumas informações importantes relacionadas aos marcos de desenvolvimento da criança.

A Força Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, apesar de não valorizarem ainda muito isso, por acreditarem que há poucos elementos, publicou um artigo em que evidencia a importância da vigilância e das formas de avaliação de desenvolvimento em crianças entre 18 e 24 meses, pois essa é uma idade crítica para o aparecimento dos sintomas autísticos e criar uma cultura de vigilância para observar qualquer tipo de atraso de específico de desenvolvimento.

Marcos de desenvolvimento

Abordaremos 3 pontos: os marcos globais do desenvolvimento, os sinais indicativos de risco no desenvolvimento da relação mãe-filho e os marcos de desenvolvimento da linguagem.

Marcos globais de desenvolvimento dos 3 meses aos 5 anos: 3 meses:

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- Traz as mãos para a boca (começa pelas duas mãos) - Primeiro sorriso (sorriso social)

4 meses:

- Balbucia uma sequência de sons

- Passa a expressar emoções através de mudanças de tom de voz

- Desenvolve a percepção de todas as cores, pois até o 3º mês ela vê somente cores escuras, claras e vermelhas

- Responde ao próprio nome

- Transfere um objeto de uma mão para outra 1 ano:

- Começa a balançar e carregar dos objetos ao mesmo tempo - Rasteja para frente, consegue engatinhar

- Chora quando os pais partem

- Acha objetos mesmo quando escondidos - Alimenta-se com os dedos

- Senta-se sem ajuda

- Começa a responder e reagir ao não - Começa a falar “papa” e “mama”

- Anda se segurando pelos móveis, mas ainda é um andar apoiado

- Aparecimento dos gestos sociais, começa a dar piscadinha, a dar tchau e mandar beijo 2 anos:

- Inicia jogos de faz-de-conta - Começa a correr

- Inicia comportamentos opositivos de desafiadores, de birra ao ser contrariada - Começa a ordenar os objetos por formas de cores

- Fala sentenças com 2 à 4 palavras - Vira recipientes

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- Anda sozinha

- Sobe e desce escadas com apoio de alguém ou de algum objeto 3 anos

- Pode andar de triciclo, pedala ou o impulsiona com as pernas - Expressa afeição espontaneamente

- Sabe ordenar objetos por formas e cores 4 anos

- Coopera com outras crianças - Sabe manipular tesouras

- Sobe/desce escadas sem suporte 5 anos:

- Veste-se e despe sem ajuda - Usa garfo e faca para comer

Indicadores de risco para o desenvolvimento da relação mãe-filho 0 a 3 meses:

- A criança chora ou grita e mãe já sabe o que ela quer

- Mãe conversa com a criança num estilo embebezado (mummy Language) - Criança reage à fala usada pelos pais (muda o olhar, se movimenta)

- Mãe expressa algo para criança e espera uma resposta

- Trocam olhares – é obrigatório fazer a observação se há essa troca de olhares 04 aos 7 meses:

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- Usa diferentes sinais para expressar diferentes necessidades - Pede pelos pais, chora ou grita e espera o retorno dos pais

- Pais conversam com a criança por meio de pequenas frases e ela dá um retorno - Criança sorri ou vocaliza quando se conversa com ela

- A criança olha ativamente para os olhos da sua mãe

- Mãe começa a dar suporte na iniciativa que a criança tem de fazer alguma coisa, mas sem poupar o esforço dela

- Criança pede ajuda para algumas coisas sem ser passiva, começa a demonstrar senso de cooperação

08 aos 11 meses:

- Mãe percebe que a criança toma atitudes somente para chamar a sua atenção - Durante momentos de cuidado pessoal, a criança tende a brincar com o cuidador - Criança mostra se gosta ou não de algo

- Mãe-filho compartilham linguagem comum de olhar, de sorriso, alguma brincadeira que só eles sabem

- Encara e evita estranhos

- Nutre afeição por objetos favoritos - Joga/brinca

- Olha para o adulto esperando alguma aprovação ou negação - Aceita diversos tipos de alimentos e com consistências diferentes 12 aos 18 meses:

- A mãe começa a alternar momentos em que cuida de seus interesses e dos da criança também

- A criança suporta rápidas ausências da mãe e reage quando tal se prolonga

- Mãe oferece brinquedos à criança em troca de retirá-la de seu colo ou de algum lugar - Mãe tende a sentir necessidade de satisfazer a ciança quando esta pede alguma coisa ou chora

- Criança curiosamente olha atentamente para tudo que sua mãe gosta e aprecia - Criança gosta de brincar com objetos que seus pais gostam também

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gestos

- Pais iniciam regras e situações de limites

- Começa a distinguir objetos que pertencem aos pais dos dela Etapas normais e esperadas de linguagem

Etapas essenciais da linguagem

6 meses:

- Vocaliza com entonação (tem momentos em que ela balbucia mais baixo, mais alto) - Responde ao nome

- Responde à voz humana sem necessidade de pistas dadas com a cabeça ou com os olhos

- Responde corretamente de forma amigável ou raivosa 12 meses:

- Usa uma ou mais palavras com significado (fragmentadas ou não)

- Entende instruções simples, especialmente as utilizadas em conjunto com pistas vocais ou gestuais

- Pratica inflexão de voz, de tonalidade, está iniciando a prosódia - Está atenta e já consegue perceber o valor social da fala

18 meses:

- Vocabulário de 5 à 20 palavras inteligíveis, ou seja, que o interlocutor entenda - Vocabulário é feito essencialmente de substantivos – papai, mamãe, vó, bola, etc - Alguma ecolalia (repete algumas palavras ditas pelos adultos)

- Usa alguns jargões, mas com significado emocional para tentar explicar algo naquele contexto

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- Capaz de seguir simples comandos 24 meses:

- Pode nomear um número significativo de palavras familiares

- Capaz de usar pelo menos duas preposições (dentro, em baixo, em cima) - Combina palavras em pequenas sentenças com 1 a 2 palavras

-2/3 das palavras devem ser inteligíveis - Vocabulário de 150 à 300 palavras - Ritmo e fluência da fala ainda é pobre

- Volume e pico de voz muito descontrolados nessa fase

- Pode usar corretamente pronomes, como “eu”, “você”, “para mim”, mas ainda pode se confundir bastante

- “Meu” está começando a emergir

- Responde aos comandos: “mostre-me seus olhos/nariz/boca/cabelo”

36 meses:

- Usa pronomes, como “eu”, você” e “para mim” corretamente - Está usando palavras no plural e no tempo passado

- Sabe, pelo menos, 3 preposições

- Sabe identificar, quando nomeado, todas as partes do corpo ou as mais importantes - Começa a falar sentenças de 3 palavras

- Vocabulário já atinge de 900 à 1.000 palavras - 90% são palavras inteligíveis

- Verbos começam a predominar

- Entende questões simples do meio onde ela vive e de suas atividades - Começa a fazer indagações

- Relata experiências do seu jeito de explicar

- Consegue responder às questões: “quando você está com sono/fome/frio/triste, o que deve fazer?”

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- Não se deve esperar que ela consiga responder todas as questões mesmo que ela tenha compreendido

Comportamentos de risco (para qualquer idade da criança) - Não tem contato visualou não consegue mantê-lo

- Agressividade excessiva

- Calmaria excessiva/indiferença

- Valor maior ao objeto em detrimento do sujeito - Desestruturação do ato de brincar

-Esteriotipias

- Impulsividade (não aprende com o erro e reincide nas mesmas falhas, mesmo com vigilância e correção do cuidador)

Condições associadas a atrasos no desenvolvimento - Transtornos de Desenvolvimento (TDAH, TEA, TDC, TA, TEL)

- Encefalopatias crônicas (lesões cerebrais difusas) – são causadas pelas mais diversas condições, como anóxia neonatal, meningites, doenças inflamatórias cerebrais ou doenças degenerativas

- Paralisia cerebral (predomínio motor) – é quando ocorrem intercorrências mal-formativas ou anóxicas durante a fase gestacional ou de nascimento

- Síndromes genéticas

- História ou ambiente de desnutrição e carência afetiva severa - Drogadição materna

- Doenças epiléticas

Na imagem abaixo, temos a representação de um documento que mostra as mais diversas avaliações existentes, que podem ser utilizadas no nosso meio para a vigilância de crianças com idades de 0 à 5 anos e que dão ênfase à observação social e ao desenvolvimento emocional.

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Referências

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