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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRÁTICA EDUCATIVA DA EEEM EMIR DE MACEDO GOMES DE LINHARES ES SEGUNDO A ÓTICA DOS ALUNOS

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRÁTICA EDUCATIVA DA EEEM “EMIR DE MACEDO GOMES” DE LINHARES – ES SEGUNDO A ÓTICA DOS ALUNOS

Environmental Education in Educational Practice of Eeem "Emir of Macedo Gomes" of Linhares - es According to the Perspective of Students

Márcia Aparecida VERGNA1 Marcus Antonius da Costa NUNES2

RESUMO:

Este artigo objetiva investigar como está ocorrendo a inserção da Educação Ambiental na prática educativa da EEEM “Emir de Macedo Gomes” de Linhares – ES segundo a ótica dos alunos. Os dados foram coletados por meio de questionário aplicado aos concluintes do Ensino Médio da escola. O artigo aborda a importância da inserção da Educação Ambiental na educação formal, as orientações oficiais para a sua inserção, e, em seguida, apresenta os resultados da pesquisa. Os dados indicam que a Educação Ambiental está presente na prática da escola, porém, é pouco abordada, ficando mais restrita às disciplinas de Geografia e Biologia, sendo desenvolvida principalmente por meio de pesquisas. Quanto à visão de meio ambiente, a maioria dos alunos, 68%, está concluindo o Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, apresentando uma visão antropocêntrica. Percebe-se que há necessidade de intervenções pedagógicas para que os discentes ampliem suas concepções e possam conceber o meio ambiente de forma mais globalizante.

Palavras-chave: Educação Ambiental (EA). Prática Educativa. Inserção.

ABSTRACT:

Environmental Education in educational practice of the EEEM "Emir de Macedo Gomes" Linhares - ES from the viewpoint of the students aims to investigate how the insertion is occurring. Data were collected through a questionnaire administered to graduating high school. The article will discuss the importance of integrating environmental education in formal, official guidelines for its insertion, and then present the results of research. The data indicate that environmental education is present in the practice of school, however, is rarely addressed, becoming more restricted to the subjects Geography and Biology, being developed mainly through research. As the vision of the environment, the majority of students, 68%, is finishing high school, the last stage of basic education, with an anthropocentric view. It is noticed that there is a need for educational interventions so that students can broaden their conception and design of the environment more holistic way.

1

Mestranda em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional da Faculdade Vale do Cricaré

marciavergna@yahoo.com.br

2 Prof. Dr. da Faculdade Vale do Cricaré

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Key words: Environmental Education (EE). Educational Practice. Insertion

INTRODUÇÃO

As questões ligadas ao meio ambiente têm ganhado grande destaque no cenário mundial, haja vista os impactos causados pela relação homem/natureza. Diante isso, a Educação Ambiental assume um papel importantíssimo no sentido de formar cidadãos éticos nas suas relações com a sociedade e com a natureza. Vários autores têm abordado a importância de se trabalhar a Educação Ambiental em sala de aula e também têm sido promulgadas leis que tornam esse estudo obrigatório nas escolas. Nesse sentido, esta pesquisa investiga como está ocorrendo a inserção da Educação Ambiental na prática educativa da EEEM “Emir de Macedo Gomes” de Linhares – ES de acordo com a visão dos concluintes do Ensino Médio. A relevância do estudo se justifica devido ao fato de que não basta apenas promulgar uma lei, enviar normas às instituições de ensino, é preciso saber se de fato o que é preconizado está sendo colocado em prática e se está atingindo os objetivos desejáveis.

Os resultados desta pesquisa poderão ser utilizados como norteadores de ações que visem a uma melhor prática da Educação Ambiental na escola, contribuindo para a melhoria da qualidade da educação, possibilitando a abertura de espaços para estudos, discussões e reflexões pertinentes sobre a Educação Ambiental.

A metodologia é descritiva, utilizando tanto dados quantitativos quanto qualitativos. Os dados foram coletados por meio de um questionário, com questões fechadas e uma questão aberta, aplicado a todos os alunos concluintes do Ensino Médio da EEEM “Emir de Macedo Gomes” de Linhares – ES.

Assim, pois, o artigo aborda, primeiramente, a importância da inserção da Educação Ambiental na educação formal e, em seguida, as orientações nos documentos oficiais referentes a sua inserção no contexto escolar; por fim, apresenta os resultados da pesquisa.

1. IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO FORMAL

O processo de desenvolvimento das cidades modernas bem como o crescimento elevado da população e o desrespeito à natureza acabaram gerando a crise socioambiental que se apresenta hoje. Em nome do progresso, a natureza foi devastada indiscriminadamente e já está dando respostas à humanidade. Para tentar amenizar esse quadro atual e sensibilizar a população a ter um estilo de vida socioambientalmente sustentável é que surgiu a Educação Ambiental.

Trabalhar a relação do homem com o meio ambiente tem sido imprescindível nos dias atuais, e a escola é o espaço propício para “[...] a reflexão, releitura e ressignificação da responsabilidade dos seres humanos como um dos fios da grande teia da vida numa perspectiva sustentável para esta e futuras gerações” (SOUSA, 2009, p. 15).

Dias (2004) afirma que a educação ambiental deve estar presente em todas as etapas da vida escolar, uma vez que na escola molda-se uma nova mentalidade a respeito das relações ser humano/ambiente.

Logo, a escola tem um papel importantíssimo no processo de formação ambiental dos discentes, desenvolvendo hábitos e valores que se perpetuarão ao longo dos tempos. O aluno será incentivado a desenvolver habilidades e valores que orientarão e motivarão para estilos de vida sustentáveis.

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2. ORIENTAÇÕES OFICIAIS REFERENTES À EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR

Para coibirmos ações que degradem o meio ambiente é preciso que o tema seja amplamente discutido em todos os segmentos da sociedade. E a escola, como local de apropriação e produção de conhecimento, capaz de promover mudança comportamental, é o melhor lugar para levar o indivíduo a uma mudança frente ao meio ambiente. Por isso, já na Conferência Internacional RIO/92, onde estiveram presentes membros de mais de 170 países, foram assinados tratados em que a educação ambiental passou a ganhar papel central na promoção da construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado. A Educação Ambiental passa então a ser obrigatória em todas as escolas do país.

Em 1997, o governo lançou os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs que oferecem subsídios para nortear a educação a ser ofertada em todos os estabelecimentos oficiais de ensino. Dentre os objetivos dos PCNs está o de propiciar ao educando a percepção de que é um sujeito agente e passivo das transformações ambientais. O tema Meio Ambiente ganha grande destaque, sendo colocado como um Tema Transversal a ser trabalhado em todas as disciplinas.

Em 1999, ocorreu a promulgação da Lei 9.795 que aborda a Política Nacional de Educação e defende em seu artigo 10° que “[...] a educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.”

Em 2013, após serem reformuladas, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (BRASIL, 2013, p. 197) abordam também a obrigatoriedade da Educação Ambiental na educação formal.

Art. 10. Em decorrência de legislação específica, são obrigatórios:

(..) II – Com tratamento transversal e integradamente, permeando todo o currículo, no âmbito dos demais componentes curriculares:

a) educação alimentar e nutricional (Lei nº 11.947/2009, que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da Educação Básica);

b) processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria (Lei nº 10.741/2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso);

c) Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental);

d) Educação para o Trânsito (Lei nº 9.503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro); e) Educação em Direitos Humanos (Decreto nº 7.037/2009, que institui o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH 3).

Essas Diretrizes orientam para que no projeto político pedagógico das unidades escolares que ofertam o Ensino Médio conste “o estudo e desenvolvimento de atividades socioambientais, conduzindo a Educação Ambiental como uma prática educativa integrada, contínua e permanente.”(BRASIL, 2013, p. 200)

Além disso, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Resolução nº 2, de 15 de junho de 2012, em seu art. 14 (BRASIL, 2013, p. 540)afirmam que:

Art. 14. A Educação Ambiental nas instituições de ensino, com base nos referenciais apresentados, deve contemplar:

(...)

II – abordagem curricular integrada e transversal, contínua e permanente em todas as áreas de conhecimento, componentes curriculares e atividades escolares e acadêmicas;

III – aprofundamento do pensamento crítico-reflexivo mediante estudos científicos, socioeconômicos, políticos e históricos a partir da dimensão socioambiental, valorizando a

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participação, a cooperação, o senso de justiça e a responsabilidade da comunidade educacional em contraposição às relações de dominação e exploração presentes na realidade atual;

IV – incentivo à pesquisa e à apropriação de instrumentos pedagógicos e metodológicos que aprimorem a prática discente e docente e a cidadania ambiental;

V – estímulo à constituição de instituições de ensino como espaços educadores sustentáveis, integrando proposta curricular, gestão democrática, edificações, tornando-as referências de sustentabilidade socioambiental.

A Educação Ambiental na Educação Básica, portanto, pode ocorrer pela transversalidade, como conteúdo dos componentes que já constam do currículo, e pela combinação de transversalidade e de tratamento nos componentes curriculares.

3. METODOLOGIA

Para se investigar como está ocorrendo a inserção da Educação Ambiental à prática pedagógica dos professores do Ensino Médio da rede pública de Linhares – ES, foi selecionada a EEEM “Emir de Macedo Gomes” por ser esta a maior escola de Ensino Médio em número de alunos situada em Linhares - ES. A escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno e oferece o Ensino Médio regular e cinco cursos técnicos: Recursos Humanos, Meio Ambiente, Informática, Informática para Internet e Agronegócio. Possuiu 2103 alunos matriculados, sendo 1799 do ensino médio regular, e 304 alunos dos cursos técnicos. A população investigada foram os alunos concluintes do Ensino Médio regular da escola, totalizando 408 alunos distribuídos nos três turnos. A pesquisa ocorreu nos dias 26 e 27 de novembro de 2013, por meio da aplicação de um questionário com questões fechadas e uma questão aberta. Para se ter um número bem representativo, foram investigados todos os alunos que estavam presentes na sala de aula no dia em que ocorreu a pesquisa. Foram investigados 346 alunos, correspondendo a uma amostra de 85% da população. A pesquisa é do tipo descritiva, com abordagem qualiquantitativa. A análise dos dados da questão aberta deu-se de acordo com os pressupostos teóricos e metodológicos da análise de conteúdo de Bardin (2011). Tal método baseia-se na junção de um grupo de técnicas de análises das respostas, no qual são utilizados procedimentos sistemáticos e objetivos sobre o conteúdo das mensagens, como indicadores que possibilitam a verificação de informações referentes às condições de produção e recepção de tais mensagens. Utiliza-se não somente da palavra, mas também dos conteúdos que estão implícitos, buscando a compreensão total das comunicações. A classificação de ambiente de Reigota (1997) foi a referência para organizar as categorias de análise a respeito das concepções de ambiente dos pesquisados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS

Quanto ao perfil dos alunos concluintes do Ensino Médio da EEEM “Emir de Macedo Gomes”, constata-se que a maioria reside na zona urbana, correspondendo a 88% deles, e 12% apenas residem na zona rural, conforme Gráfico 1.

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Gráfico 1 – Localização dos alunos

Quanto ao sexo, a maioria, 60% dos alunos, é do sexo feminino, e apenas 40% deles são do sexo masculino, conforme Gráfico 2.

Gráfico 2 – Sexo dos alunos

Quanto à idade, 53% têm 17 anos, 34% têm 18 anos, 8% têm 19 anos, 3% têm mais de 19 anos e apenas 2% estão na faixa etária dos 16 anos. Apesar de a escola oferecer o turno noturno, verifica-se que a maioria dos alunos está concluindo o Ensino Médio na idade correta, sendo 2% apenas os que estão concluindo com idade acima dos 19 anos, conforme Gráfico 3.

Gráfico 3 – Idade dos alunos

No que tange ao trabalho realizado pelos professores sobre a Educação Ambiental, 78% dos alunos responderam que apenas alguns professores abordam essa temática em sala de aula, 16% responderam que os professores não abordam, 6% responderam que a maioria dos professores aborda, e nenhum aluno respondeu que todos os professores abordam. Portanto, nota-se que a educação ambiental é trabalhada pelos professores, embora sendo apenas por alguns, conforme Gráfico 4.

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Gráfico 4 – Professores que trabalham a Educação Ambiental

Dos alunos que responderam que há a inserção da Educação Ambiental à prática pedagógica, constata-se que os professores de Geografia são os que mais abordam essa temática, seguidos dos professores de Biologia. Os que menos abordam são os professores de Educação Física e Matemática, conforme Gráfico 5.

Gráfico 5 – Disciplinas que mais abordam a Educação Ambiental

Carvalho (1998, p. 37) afirma que

conhecimentos de ciências, matemática, geografia, história, português podem ser acionados para a compreensão e a discussão sobre o entorno ambiental. O passeio pelo bairro, pela escola, ou até mesmo uma boa olhada nas condições da sala de aula podem ser um ótimo exercício para aprender a olhar com novos olhos aquilo que vemos diariamente, como se fosse apenas um cenário no qual se desenrolam nossas vidas. Muito mais que uma cena estática, o nosso meio ambiente cotidiano está em permanente mutação, é dinâmico e fazemos parte dessa dinâmica.

Com relação à metodologia usada pelos professores para trabalhar a temática, percebe-se que a maioria pede para que os alunos realizem pesquisa. Em seguida, têm-se as leituras. Jogos e brincadeiras é a metodologia menos usada pelos professores, de acordo com o Gráfico 6.

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Gráfico 6 – Metodologias usadas para trabalhar Educação Ambiental

Para Sato (2004, p. 25)

há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares, como as atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora da sala de aula, produção de materiais locais, projetos ou qualquer outra atividade que conduza os alunos a serem reconhecidos como agentes ativos no processo que norteia a política ambientalista. Cabe ao professor, por intermédio de práticas interdisciplinares, proporem novas metodologias que forneçam a implementação da Educação Ambiental, sempre considerando o ambiente imediato, relacionado a exemplos de problemas ambientais atualizados.

Quando questionados se já participaram de atividades ligadas ao meio ambiente na escola, 71% dos alunos responderam que já participaram, contrapondo-se a 29% deles que afirmaram que nunca participaram, conforme Gráfico 7.

Gráfico 7 – Participação em atividades ligadas ao meio ambiente na escola

Dos que responderam que já participaram de atividades ligadas ao meio ambiente na escola, 75% responderam que a atividade envolveu várias disciplinas, e 25% deles responderam que envolveu apenas uma disciplina, conforme Gráfico 8. Portanto, percebe-se que está ocorrendo a interdisciplinaridade, conforme orientam os documentos oficiais.

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Gráfico 8 – Modo como as atividades ligadas ao meio ambiente foram desenvolvidas na escola

Quanto às fontes de informação sobre as questões ambientais, percebe-se que a televisão é a maior fonte de informação para os alunos, seguida da internet, e dos professores, conforme Gráfico 9.

Gráfico 9 – Meio de obter informações a respeito das questões ambientais

Quanto à abordagem da Educação Ambiental na escola, 78% dos alunos responderam que é pouco abordada, 14% que é abordada de forma satisfatória, 4% que não é abordada, 2% que é muito abordada e 2% não responderam ao questionamento, conforme Gráfico 10.

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A visão de meio ambiente dos alunos foi enquadrada em três categorias, antropocêntrica, naturalista e globalizante, de acordo com a classificação de Reigota (1997). A visão antropocêntrica privilegia a utilidade dos recursos naturais para a sobrevivência do homem, a naturalista evidencia somente os aspectos naturais do meio ambiente, e a globalizante evidencia as relações recíprocas entre natureza e sociedade. A pesquisa constatou que 65% dos alunos apresentam uma visão antropocêntrica, 18% apresentam uma visão naturalista, 10% apresentam uma visão globalizante, 4% não responderam ao questionamento, e 3% deram respostas sem sentido, conforme Gráfico 11.

Gráfico 11 – Visão de meio ambiente dos alunos

As respostas que mais surgiram para a visão antropocêntrica foram: “Lugar onde vivemos. Meio em que vivemos. Meio ambiente é importante para nós e deve ser preservado.” Assim, o meio ambiente é concebido como recurso, pois demonstraram preocupação com o gerenciamento do ambiente para que continue adequado às necessidades humanas.

Para a visão naturalista, surgiram as seguintes respostas: “Meio ambiente é tudo o que faz parte da natureza. Meio ambiente são as plantas, árvores, rios, matas e animais.”

Apenas 10% dos pesquisados apresentaram uma visão globalizante, incluindo aspectos sociais, com a inserção do homem como parte desse meio. Um pesquisado apresentou a seguinte resposta para meio ambiente: “É onde estão inseridos todos os elementos da natureza: seres vivos, minerais, até mesmo ruas e casas, constituem o meio ambiente. E neste sistema ocorre a todo o momento interações entre seus componentes.”

O conceito de meio ambiente proposto pela Lei n. 6.938/81, pelos PCNs e por Reigota (1997) agrega elementos que denotam concepções abrangentes, que consideram os aspectos bióticos, abióticas, culturais, políticos e tecnológicos, enquadrando-se na visão globalizante. Dias (2004) também afirma que o meio ambiente não é formado apenas por flora e fauna, água, solo e ar, como tradicionalmente definido, é necessário e importante considerar aspectos políticos, éticos, econômicos, sociais, ecológicos e culturais para uma visão global. A importância de conhecer a visão de meio ambiente dos alunos deve-se ao fato de que as atitudes e os procedimentos dos humanos nos diversos ambientes que vivenciam são influenciados por suas concepções. Dessa forma, é preciso que as práticas sejam revistas para que se aumente então o percentual de alunos com visão globalizante de meio ambiente.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Ambiental é um importante instrumento para a formação do indivíduo, pois possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de proporcionar mudança de atitudes, sensibilização e conscientização. Nesse sentido, a pesquisa buscou investigar como está ocorrendo a inserção da Educação Ambiental na prática pedagógica dos professores de uma escola de Ensino Médio da rede pública de Linhares – ES, a EEEM “Emir de Macedo Gomes”.

A partir dos dados obtidos, percebe-se que a maioria dos alunos respondeu que apenas algumas disciplinas abordam a temática ambiental em sala de aula e, dentre as que abordam, quase todos os alunos responderam que essa prática se faz mais presente nas disciplinas Geografia e Biologia, sendo as outras disciplinas lembradas, porém, por menos alunos. Portanto, percebe-se que a inserção da Educação Ambiental se faz mais presente na prática das disciplinas ligadas às áreas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza.

Quanto à metodologia, a maioria dos professores desenvolve a temática por meio de pesquisas a serem realizadas pelos alunos, além de leituras, filmes, vídeos e reportagens.

A maioria dos alunos já participou de atividades ligadas ao meio ambiente na escola, sendo a atividade desenvolvida envolvendo várias disciplinas. Portanto, percebe-se que a temática está sendo desenvolvida de forma interdisciplinar.

Além disso, as informações sobre as questões ambientais chegam aos alunos primeiramente pela mídia, em seguida jornais e depois, por professores. Logo, os professores têm um papel importantíssimo na formação dos alunos, daí a necessidade de se oferecer condições para que os professores estejam sempre se atualizando. Os alunos também disseram que a temática ambiental, embora esteja presente na prática pedagógica dos professores, é pouco abordada.

Quanto à visão de meio ambiente, a maioria dos alunos, 68%, está concluindo o Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, apresentando uma visão antropocêntrica. Percebe-se que há necessidade de intervenções pedagógicas para que os discentes ampliem suas concepções e possam conceber o meio ambiente de forma mais globalizante.

Portanto, verificamos que a Educação Ambiental está ocorrendo na escola, porém é preciso que o trabalho seja realizado por todos a fim de que se atinjam os objetivos desejados, no sentido de formar cidadãos comprometidos com os problemas do mundo em que habitam.

6. REFERÊNCIAS

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BRASIL. Lei n°°°° 9.795, de 27 de abril de 1999. Brasília, 1999. Disponível em:

<www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2013.

BRASIL. Lei n°°°° 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, 1999. Disponível em:

<www.planalto.gov.br>. Acesso em: 6 dez. 2013.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica. Brasília, 2013. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12663&Itemid=1152> . Acesso em: 2 dez. 2013.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Em Direção ao Mundo da Vida: Interdisciplinaridade e Educação Ambiental. Brasília: IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, 1998.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9.ed. São Paulo: editora Gaia Ltda., 2004.

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REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. 2.ed. São Paulo. Cortez, 1997 SATO, Michéle (org.).. Educação Ambiental. São Carlos: Editora Rima, 2004.

SOUSA, Maristela Gonçalves Nascimento Resende. A prática da Educação Ambiental em uma

escola pública do Distrito Federal: um estudo de caso no Ensino Médio. 2009, 147 f. Dissertação

(Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

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