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Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau ANCA-GB RELATÓRIO DA CAMPANHA DE COMERCIALIZAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE CAJU 2018

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Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau ANCA-GB

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RELATÓRIO DA CAMPANHA

DE COMERCIALIZAÇÃO E

EXPORTAÇÃO DE CAJU – 2018

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Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau ANCA-GB

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ÍNDICE

CONTEXTUALIZAÇÃO ... 3 PRODUÇÃO ... 3 COMERCIALIZAÇÃO ... 4 PREÇO AO PRODUTOR ... 5 PREÇO BÁSCULA ... 7 CONSTRANGIMENTOS NO PROCESSO DE ... 10

EVOLUÇÃO DA CAMPANHA DE COMERCIALIZAÇÃO ... 11

TENDÊNCIA DO MERCADO INTERNACIONAL ... 13

IMPORTAÇÕES DA CASTANHA DE CAJU NO... 15

FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DAS ATIVIDADES DO ... 15

ANÁLISE, CERTIFICAÇÃO E CONTROLO DE ... 16

PROCESSAMENTO ... 16

PROBLEMAS DAS UNIDADES DE TRANSFORMAÇÃO DA CASTANHA DE ... 17

ACTIVIDADES REALIZADAS ... 18

CONCLUSÕES ... 18

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CONTEXTUALIZAÇÃO

A Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju deste ano foi preparada e executa em situações de extrema incerteza imposta pelo contexto político vigente.

O sector de caju ė complexo, precisa de sinergias por parte dos intervenientes para a sua melhor organização, tirando desta feita melhores proveitos em toda a cadeia do valor.

O sector carece de produções normativas com vista fundamentalmente a definição das competências e limites da atuação dos diferentes intervenientes na fileira.

Temos a consciência de que a crescente politização do sector, trará se não for combatido a tempo, consequências imprevisíveis e nefastas ao negócio de caju nos próximos anos, não obstante a previsão desencorajadora da situação da comercialização mundial da castanha de caju, que se refletirá na baixa dos preços da amêndoa e da castanha de caju.

Para os preparativos da presente campanha de Comercialização e exportação da castanha de caju, a ANCA-GB realizou um conjunto de trabalhos prévio que culminou, entre outros, com a apresentação à Tutela da Proposta para a fixação do Preço de Referência ao Produtor, num intervalo de 500-600Fcfa/Kg, ouvido de acordo com a Lei o seu Conselho Geral. Infelizmente e contra todas as orientações técnicas, o preço fixado foi de 1.000fcfa/Kg. Este ato teve um impacto negativo na comercialização da castanha de caju, alterando fortemente a dinâmica que habitualmente marca os primeiros três meses da campanha, provocando o caos e a desestabilização de todo o sistema previamente montado para agilizar os negócios do caju.

A abertura oficial da Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de caju teve lugar no leste do País, concretamente na Região de Gabu, no dia 24 de março de 2018 e foi presidida por Sua Excia. Presidente da República Dr. José Mário Vaz, na presença do Primeiro Ministro S.Excª Engº Artur Silva.

PRODUÇÃO

Considerando a transversalidade do caju e a missão preponderante da ANCA-GB no seu desenvolvimento sustentável, promovendo o aumento da produção e a qualidade da castanha e do pedúnculo, apoiando inequivocamente as organizações do sector, para a difusão de novas técnicas agronômicas (tratos culturais sobretudo) e o combate a doenças e pragas que neste momento têm afetado certas zonas do pais e que urge pôr cobro, do tamanho da castanha que vem diminuindo ano pós ano, fatores que têm provocado a diminuição gradual da renda das famílias rurais e consequentemente o aumento da pobreza das nossas populações.

A nossa Castanha de caju ė biológica com um bom rendimento e um sabor particular, características que podem ser aproveitados como um ˝nicho de mercado˝.

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Não obstante o aumento das áreas cobertas pelo caju, a produção vem diminuindo gradualmente, devido aos seguintes fatores:

 Mudanças climáticas

 Situação da queimada, principalmente na zona Leste do País com possíveis repercussões nos próximos anos, idade dos cajueiros relativamente jovens e a divagação dos animais;

 Desrespeito as boas práticas agrícolas;(Espaçamento, poda, coroamento...)  Idade avançada dos Cajueiros (acima dos 25 anos) em algumas regiões

destacadamente na região de Biombo e Bolama Bijagós;

 Pragas e Doenças que embora de forma tímida vem provocando estragos nas plantações já identificadas (Antracnose, oidium...).

COMERCIALIZAÇÃO

Previa-se uma baixa acentuada nos preços da castanha de caju deste ano

devido a conjuntura internacional, nomeadamente:

 O stock da castanha de caju de 2017 em Ásia (+/- 250.000 TM) repassava-se para 2018;

 Aumento global da produção de caju, tendo a produção Africana atingido um nível histórico de 1.700.000 TM;

 Anuncio no fim do mês de fevereiro da diminuição do volume das importações do Vietnam e da Índia nomeadamente em 300.000 TM (trezentos mil) e 50.000 TM respectivamente, devido a alegada péssima qualidade da castanha do ano anterior.

Com todos estes pressupostos, assistiu-se naturalmente e como era previsível

a grandes constrangimentos na comercialização da castanha de caju:

1. Grande quantidade da castanha de caju nos portos de Vietnam a espera

de renegociação dos preços e/ou da assistência financeira dos Bancos,

devido a falta de liquidez para poderem fazer face as despesas,

consequência da queda do preço da amêndoa de caju (de 4,9 a 3,4 USD/

Lb) e a diminuição de procura;

Grande quantidade de castanha de caju nos armazéns e portos da Costa

de Marfim devido a fraca procura, com o governo a ser obrigado como

medida de incentivo, a diminuir a taxa de exportação de 89 Fcfa para 30

Fcfa o Kg, contudo, os preços continuaram a baixar saindo de 500 Fcfa/Kg

para 250 Fcfa/Kg;

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Ao nível da Guine Bissau, constatamos o seguinte:

 Anúncio do Preço de referência e/ou obrigatório de 1.000 Fcfa que não reflete o preço real praticado no mercado de castanha de caju em geral e na sub-região em particular;

 Retirada imediata dos compradores, procurando mercados mais acessíveis (Senegal e Gambia)

 Os intermediários e exportadores Guineenses não conseguiriam de forma alguma a este nível de preço participar ativamente na campanha de comercialização da castanha de caju;

 Retenção das castanhas por parte dos produtores (quantidade considerável) a espera do preço anunciado na abertura da campanha;

 Volume de exportação inferior ao mesmo período do ano transato (-19.762,046 TM)

PREÇO AO PRODUTOR

Antes da abertura da campanha de comercialização e exportação da castanha de caju, as compras estavam a ser feitas por alguns comerciantes na ilegalidade (atitude considerada uma afronta a lei, mas que na verdade se verifica quase em todos os países) os preços tinham começado em 300 Fcfa /Kg e em alguns dias haviam chegado a 600 Fcfa/Kg, mas após o anúncio oficial do preço mínimo obrigatório, a campanha ficou literalmente paralisada durante meses, Com a entrada em funções do novo Primeiro-Ministro, Dr. Aristides Gomes, preocupado com a estagnação da comercialização da castanha de caju que se verificava no mercado, teve a necessidade de alterar o cenário, depois de ter recebido o relatório conjunto da ANCA-GB e do ANAG sobre a situação da campanha, assim, o Governo reuniu todos os intervenientes para concertação, tendo chegado a consensos plausíveis, em consequência se elaborou o despacho nº 59/PM/2018 que tornou mais leve as imposições legais para a presente campanha.

Muitos serviços e requisitos outrora exigíveis foram retiradas, com ênfase na liberalização da compra e venda da castanha de caju de acordo com a lei do mercado, eliminação das taxas pagas as balanças e na redução do valor pago pela concessão da Licença de 5 milhões de Fcfa para 1,5 milhões de Fcfa.

Mesmo com essas alterações, a comercialização foi muito tímida, as compras fizeram-se a um preço abaixo do esperado, quer isto dizer que essas medidas pecaram por tardias.

No quadro abaixo descriminado, nota-se de que os preços estavam longe da expectativa criada, entre os meses de junho e julho, constatou-se que, das oito Regiões Administrativas, Bafatá e Gabu tiveram a média do preço praticado mais alto e a região de Biombo a média mais baixa.

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O que se pode explicar pelo seguinte:  Nas Regiões de Bafatá e Gabu a. A colheita começa mais cedo

b. Aperceberam-se que o mercado não aceitaria o preço de referência estipulado e venderam a castanha de caju assim que o preço atingiu preços não negligenciáveis;

c. Provável rotura do stock dos gêneros alimentícios.

 Nas outras regiões, ficaram à espera de preços anunciados pelo governo, quando se aperceberam da baixa procura da castanha os preços estavam já a um nível comparativamente mais baixa.

A média do preço praticado a nível nacional foi 474 Fcfa/Kg. Esta diminuição

acentuada relativamente ao ano transato deveu-se particularmente a:

 Politização da Campanha de Comercialização da castanha de caju;

 Aumento da produção e colheita nos principais países produtores sobretudo Índia e Vietnam;

 Aumento da produção da Camboja e indonésia;

 Aumento da produção em quase todos os países Africanos (Costa do Marfim, Tanzânia, Moçambique, Nigéria...)

 Grande quantidade stock da castanha e de amêndoa de caju na Índia e no Vietnam;

 Diminuição/estabilização de consumo da amêndoa de caju nos países ocidentais, china e Rússia;

Fonte: ANCA -GB

Como consta do gráfico, houve a subida de 38% no preço ao produtor de 2017 relativamente a 2016 e em 2018 uma queda de 42% em relação ao ano 2017.

592 821 474 0 200 400 600 800 1000 2016 2017 2018

Evolução do preço médio (Fcfa) ao produtor

Preço médio (Fcfa/Kg) ao Produtor por Região de 08.06.2018 - 16.07.2018

Regiões Cacheu Oio Bafatá Gabu Quinara Tombali Biombo Bolama Média

Preço (médio) Fcfa/Kg

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O que significa que de 2017 para 2018 tendo em conta o preço médio praticado, os nossos agricultores deixaram de ganhar 65.620.476.000 Fcfa (117.179.421 USD).

Ano Preço ao produtor (Fcfa/Kg) Quantidade Exportada (TM) Ganho/Perda (Fcfa) USD 2018 474 149.700 70.957.800.000 126.710.357 2017 821 166.356 136.578.276.000 243.889.779 Diferença 65.620.476.000 117.179.421 1 USD...560 Fcfa

PREÇO BÁSCULA

Como se pode constatar no gráfico abaixo descriminado no início das exportações os preços praticados na báscula no mês de maio estavam a um nível relativamente aceitável tendo em conta a conjuntura que o mercado internacional da castanha apresentava, do mês de Maio, altura das primeiras exportações (742 Fcfa/Kg, equivalente a 1400 USD FOB TM) para o mês de Junho (639,3 Fcfa/Kg) houve a queda de 13,8% nos preços da castanha de caju, o que veio a acentuar-se relativamente ao mês de Julho (509 Fcfa/Kg), um decréscimo de 20,3%, e entre julho e Agosto o preço foi estável.

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Fonte: ANCA-GB

Conforme os dados recolhidos pelos nossos serviços na Báscula e do Ministério do Comercio, foram exportados de 09 de junho 2018 à

16 de Fevereiro 2019,

149.700,480

TM da castanha de caju

Mapa De Controlo Das Exportações/Castanha De Caju (Data: de 9/06/2018 à

16/02/2019

Empresa/Export.

Quantidades (TM) Contratos

Destino Aut.D.E. Exec.

Bascula Diferença FOB/USD

1 AF Trading 410 419,415 9,415 1700 India 2 Almar-Hum

Bub.Baldé 480 480,000 1400 India

3 Alpha Amadou Baldé 1965 1955,631 -9,369 1591 India 4 A.P. import/Export 3480 3409,3 -70,700 1650 India 5 ARA Bissau Sarl 835 834,454 -0,546 1600 India 6 Armazens Bandim 1800 1756,537 -43,463 1532 India 7 ASI Bissau, Sarl 2072 1907,849 -164,151 1.950 Vietname 8 Bá Djaló, Sarl 710 731,241 21,241 1859 India 9 BC Trading 2775 2587,075 -187,925 1625 India 10 Bijagós Comerciais 1550 1553,494 3,494 1575 India 11 BS Agro Trades 600 569,978 -30,022 1650 India 12 Canté & Canté Trad. 2500 2594,682 94,682 1700 India 13 Chegus Bissau 2157 2146,971 -10,029 1525 India 14 Cheta Guiné Lda 17500 17654,26 154,262 1611 India 15 Construções Lda 1050 1067,523 17,523 1625 India 16 CR Trading 5745 5770,95 25,950 1825 India 17 Darame Trading 4360 4366,286 6,286 1768 India 18 Diaoune et Freres 250 250,17 0,170 Vietname 19 Djabi e Djabi 4120 4150,686 30,686 1705 India

623 994 625 0 200 400 600 800 1000 1200 2016 2017 2018

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20 Duong Cat 273 517,575 244,575 India 21 Euro Impex 6400 6060,168 -339,832 1650 India 22 Fouta Trading Sarl 150 150,255 0,255 1500 India 23 Geba Bis Sarl 2500 2444,606 -55,394 1600 India 24 Geeba Cashew Exp. 1650 1632,32 -17,680 1700 India 25 General Trading 5000 5016,16 16,160 1780 India 26 Geta Bissau 550 543,916 -6,084 2200 Vietname 27 Gomes e Gomes 1700 1685,915 -14,085 1770 India 28 Green Power 1950 1784,973 -165,027 1575 India 29 Grupo Cinco 130 129,619 -0,381 1400 India 30 Hereso e Filhos Lda 150 213,93 63,930 1700 India 31 H. J. comercial 1400 1533,225 133,225 1750 India 32 Iscon Agro Comercial 5400 5386,069 -13,931 1627 India 33 Latex Foam Bissau 2400 2394,097 -5,903 1575 India 34 Lion Import/Export 150 107,54 -42,460 1800 India 35 MAB Sarl 4300 4354,493 54,493 1600 India 36 MAD Bissau 1800 1770,728 -29,272 1782 India

37 MCD 1400 1331,322 -68,678 1713 India

38 Nabruza, sarl 500 495,71 -4,290 1775 India 39 Nova Visão 1000 1078,301 78,301 1650 India 40 Olakila International 950 1240,84 290,840 1725 India 41 Oriental Trading 1600 1888,14 288,140 1750 India 42 Pan Guiné Sarl 1032,260 1009,156 -23,104 1768 India 43 Prime Commodities 580 641,165 61,165 1473 India 44 Regal Guiné 1080 1076,328 -3,672 1750 India 45 Risu Guiné-Bissau,

Sarl 600 624,349 24,349 1750 India

46 Rio Mansoa 1980 2002,755 22,755 1581 India 47 Royal Nuts Trading 2210 2081,005 -128,995 1792 India 48 Safcom 5000 5276,564 276,564 1675 India 49 Sai Guiné, Sarl 750 791,446 41,446 1800 India 50 Salem Trading 1950 1993,15 43,150 1673 India 51 Seidi Braima

Imp/Exp. 1200 1093,991 -106,009 1750 India 52 SK Bissau 3000 2869,873 -130,127 1700 India 53 SOCOBIS 13247,247 13283,88 36,629 1800 India 54 SOCOCAJ, Sarl 930 958,662 28,662 1961 India 55 Soc. S.Y.B. 1710 1766,857 56,857 1600 India 56 Tádjabi Corporation 800 830,832 30,832 1838 India 57 THHB Global Bissau 1500 1461,875 -38,125 1650 India 58 Trust Company 771 848,074 77,074 1650 India 59 Usha Enterprise Sarl 1700 1773,115 73,115 1600 India 60 VIKAT 4300 4117,743 -182,257 1699 India 61 Vikow Lda 2070 2173,203 103,203 1755 India 62 V K Trading 2949 2978,191 29,191 1750 India 63 WAC Internacional 1500 1507,725 7,725 1300 India 64 Zion, Sarl 3020,310 3054,137 33,827 1796 India

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Quadro ilustra os 10(dez) maiores empresas exportadoras da castanha de caju

e a sua quota parte no total das exportações.

Fonte: ANCA-GB

Resumo de dados relativos a Exportação da castanha de Caju (215 a 2018)

CONSTRANGIMENTOS NO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DA CASTANHA

DE CAJU -Porto

O fluxo dos camiões foi menos intenso na báscula comparativamente ao ano

anterior, mas todavia continuou a verificar-se os mesmos problemas nas

operações de exportação, i.e. estrangulamentos de várias ordens com

2018

Empresa

Qt export (TM)

%

1

Cheta Guiné Lda

17.654,26

11,79

2

Socobis

13.283,88

8,87

3

Euro Impex

6.060,17

4,05

4

CR Trading

5.770,95

3,86

5

Iscon Agro Comercial

5.386,00

3,60

6

Safcom

5.276,56

3,52

7

Iscom Agro

Comercial

5.110,69

3,41

8

General Trading

5.016,16

3,35

9

Darame Trading

4.366,29

2,92

10

MAB Sarl

4.354,49

2,91

Total

72.279

48,28

Total Nacional

149.700

Exportação Quantidade

(TM)

Preço

médio ao

produtor

(Fcfa)

Base

Tributária

(USD)

Preço FOB

(USD)

2015

180.679

525

900

1100

2016

195.502

592

950

1400

2017

166.356

821

1150

1950

2018

149.700

474

1150

1687

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repercussões não só no respeito escrupuloso aos contratos (prazo de entrega

das mercadorias) o que eventualmente poderá provocar perda de confiança dos

parceiros, a perda da qualidade das castanhas e a consequente renegociação

dos contratos, com tendências para a baixa dos preços de compra.

Os motivos fundamentais e persistentes ao entrave da exportação eficiente da

nossa castanha de caju a nível do porto são:

 Vias secundarias de acesso ao Porto muito estreitos e inadequadas para operações do género devido aos impedimentos que provoca a passagem de peões e a automóveis;

 Ineficiência de Serviços operacionais do Porto;

 Ineficiência nos serviços da Báscula de pré-embarque;

 Dificuldade no acesso ao terminal portuário provocando transtorno na via pública.

EVOLUÇÃO DA CAMPANHA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASTANHA DE

CAJU NA AFRICA DE OESTE – DADOS COMPARATIVOS

Independentemente das previsões negativas sobre a campanha 2018, a Campanha de Comercialização da Castanha de Caju arrancou muito forte, em fevereiro e início de marco, os preços médios praticados atingiram níveis nunca dantes atingidos no igual período de ano, isto induziu em erros muitos produtores e comerciantes pensando que os preços iriam atingir os níveis do último ano, continuando a subir indefinidamente. Especulando no curto termo, muitos comerciantes compraram a castanha através de fundos próprios, não obstante uma procura para a exportação muito moderada, também a grande maioria dos produtores preferiram estocar a sua castanha, a espera de preços ainda mais elevados (Nigéria, Benin, Gana, Burkina, Costa de Marfim).

No início de Marco a Associação dos transformadores da Castanha de Caju do Vietnam (VINACAS) recomendou a todos os seus membros a não comprar a castanha de caju a um preço superior a 1800 USD/TM (1.000 FcFA/KG) nos portos Asiáticos, o equivalente a 600 e 750 dependendo do pais, o que provocou uma baixa significativa na procura no fim do mês de Marco e início de abril.

Este reajustamento acabou com a especulação galopante do início da campanha e, muitos transformadores Asiáticos assinaram a primeira vaga de contratos em Abril e no início de maio, o que permitiu limitar a queda dos preços neste período.

Nas últimas duas semanas do mês de maio, muitos produtores e comerciantes apercebendo-se que os preços não iriam mais subir e com grandes quantidades de estoques de castanha de caju, decidiram finalmente vender uma parte do seu estoque provocando o aumento da oferta e a queda logica dos preços.

Os preços continuaram a baixar de maio até ao fim da campanha em todas as regiões. Na maioria dos países da África de Oeste, a Campanha da comercialização da Castanha de Caju foi considerada encerrada nos finais de julho, porque as castanhas tornaram-se escassas nas zonas de produção.

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Entretanto, algumas atividades de exportações de pequenas amplitudes continuaram até o fim de 2018, devido aos estoques disponíveis nos armazéns na sub-Região.

No quadro abaixo descriminado e apresentado a estimativas da produção, o fluxo e estoques da castanha de caju por países na base de dados disponíveis no mês de Agosto.

Estimativas de produção e destinos da castanha de caju bruto da África de Oeste em 2018 (N'Kalô) Vietna m India Brasil En mer en août Fabricas (Local) Stocks disponivel Trocas locais Informais Estimativas de Producao 2018 Estimativas de Producao 2017 Costa do Marfim 230 000 100 000 6 500 50 000 60 000 228 500 -150 000 825 000 745 000 Mali 0 1 000 0 1 000 250 2 750 -35 000 40 000 38 000 Gana 110 000 68 000 0 50 000 15 000 42 000 185 000 100 000 89 000 Nigeria 50 000 67 000 0 25 000 15 000 68 000 -25 000 250 000 225 000 Bénin 35 000 85 000 0 15 000 20 000 10 000 25 000 140 000 135 000 Togo 7 500 18 000 0 5 000 2 500 2 000 20 000 15 000 12 000 Burkina 30 000 23 000 0 1 000 10 000 1 000 -20 000 85 000 78 000 Guine Conacri 15 000 8 000 0 10 000 1 000 21 000 5 000 50 000 48 000 Guiné-Bissau 5 000 1 000 0 100 000 5 000 44 000 -25 000 180 000 198 000 Sénégal 1 000 1 000 0 30 000 500 7 500 5 000 35 000 38 000 Gambia 3 000 7 000 0 10 000 250 1 750 15 000 7 000 7 500 Total 486 500379 000 6 500 297 000 129500 428 500 1 727 000 1 613 500 1200 1100 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100

Evolução do preço ao produtor mínimo, máximo e medias da venda da castanha de caju bruto /África de Oeste durante a campanha 2018 em comparação com os preços médios de 2016 e 2017

794 Max 2018 Min 2018 Med 2018 Med 2016 Med 2017 274

Jan Fev Mars Abri

l

Mai ooo

Jun Jul Ago

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Disseminação de informação junto aos produtores e comerciantes Consequências

Em todos os países, o seguimento do Sistema de informação do Mercado (Analise do mercado) e os conselhos dados pelos especialistas, permitiu aos produtores obter ganhos financeiros muito importantes ao longo da campanha de caju, o que variou dum pais para outro e no caso da Guine Bissau se os conselhos da ANCA-GB

consubstanciados na proposta de preço da referência tivesse sido levado a sério, poderiam ser obtidos os resultados descritos na tabela abaixo descriminado, com ganhos teóricos nomeadamente de 126 FCFA/KG na Costa de Marfim e Guine Bissau (Aproximadamente 225USD/TM).

Costa de Marfim

Burkina

Faso Senegal Gâmbia Guine Bissau Preço médio ao Produtor dos que seguiram os

conselhos Nkalo/ANCA (FCFA/KG) 531 750 726 805 600

Preço médio de venda sem ter em conta os

conselhos (FCFA/KG 405 659 665 740 474

Diferencial dos preços (FCFA/KG) 126 91 61 65 126

Ganhos na produção TM/USD 225 163 109 116 225

TENDÊNCIA DO MERCADO INTERNACIONAL

Nos finais de novembro e início de Dezembro de 2018, houve um ligeiro aumento dos preços das amêndoas inteiras W240 e W320.

A maioria dos contratos assinados estavam entre 4,1 e 4,4 USD/lb para WW240 e entre 3,75 e 4,1 USD/lb para WW320.

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Fonte: N’kalo

Amêndoa de caju (FOB Ásia) / novembro 2018

Descrição Grau Preço USD/lb FCFA/KG

Variações recentes Toda branca 240 WW240 4,1 – 4,4 5.206 -5.587 Estável ou ligeira subida dos preços Toda branca 320 WW320 3,75 – 4,1 4.762-5.206 Quebradas FS/WS 3,4 – 3,6 Partidas LWP/LP 3,1 – 3,4

Castanha bruta (RCN) (CFR Ásia) Origem (Período de exportação) KOR

Preço USD/MT

Variações recentes

Costa M/Gana/ Nigéria 42-44 1250-1350 Aumento

Indonésia 52-54 1600-1700 Aumento

Tanzânia 52-54

Nenhuma exportação

Moçambique (Jan) 45-46 1350-1400 Indicativo

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IMPORTAÇÕES DA CASTANHA DE CAJU NO MERCADO INDIANO E

VIETNAMITA

Não obstantes todos os transtornos provocados pela baixa de preços da amêndoa e a diminuição da procura da castanha de caju, as importações indianas da castanha de caju nos primeiros 10(dez) meses 2018 superou a do 2017 em 20,7% (133.783 Tm), nquanto que no Vietnam houve uma queda das importações da castanha de 9.8% (115.984 Tm).

Fonte: N´kalo

FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DAS ATIVIDADES DO SECTOR

De 28 de Março à 10 de julho de 2018, foram inspecionados cento e vinte oito (128) armazéns pertencentes a setenta e uma (71) empresas sitas nas localidades de Bissau e Safim mas concretamente nas zonas de Bolóla, Zona Industrial de Brá e algumas zonas periféricas de Safim.

Durante a inspeção, a equipa deixou recomendações a alguns armazéns que não estavam em condições normais de funcionar, bem como fortes advertências para aquelas violaram flagrantemente as normas e procedimentos prévios para o armazenamento e estocagem da castanha de caju nos armazéns.

Contudo convém registar de que a equipa constatou algumas melhorias a nível de comportamento dos operadores económicos em relação a tratamento da castanha de caju, mostrando assim uma maior consciencialização para a questão da importância de uma castanha de qualidade.

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ANÁLISE, CERTIFICAÇÃO E CONTROLO DE QUALIDADE

Segundo os dados estatísticos sobre a campanha de comercialização e exportação da castanha de caju 2018, o laboratório da ANCA-GB, através da secção de Controlo de Qualidade recebeu 49 pedidos para efeito de análises das castanhas de caju para exportação. Entre os dias 11 de julho à 11 de setembro de 2018, foram emitidos 49

certificados de qualidade aos exportadores.

Valores médios da análise física da castanha destinada à exportação.

DESCRIÇÃO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO MEDIA

ACCOUNT-NUMBER (N° de

Castanha/ KG) 215 210 222 208 214

OUTTURN (Lb) 53 53,8 52 52 53

HUMIDADE (%) 7,4 7,4 8,3 9,6 9

TOTAL DOS DEFEITOS (%) 6,2 5,8 6,8 8,4 7

MATERIAIS ESTRANHO (%) 0,7 0,8 0,8 0,8 0,8 AMÊNDOA BOA (%) 30 29,7 29,5 28,9 30 AMÊNDOA IMATURA (%) 0,50 0,50 0,50 0,60 0,5 AMENDOA MANCHADA (%) 0,2 0,14 0,4 0,3 0,3 Fonte: ANCA-GB

PROCESSAMENTO

O nosso país está hoje em dia entre os maiores produtores de caju a nível global, mas, o valor potencial do sector é apenas parcialmente aproveitado, pois se passasse a processar duma forma significativa, integraria assim uma cadeia de valor completa, infelizmente quase toda a colheita de caju é exportada.

Existe uma reduzida capacidade de processamento instalada para a produção de amêndoa de caju. O potencial para o desenvolvimento da agroindústria do caju é significativo, mas vários desafios têm impedido o processo de transformação na Guiné-Bissau.

A valorização da amêndoa no mercado internacional, apesar da sua instabilidade e complexidade, faz deste um mercado muito atrativo. No caso da Guiné-Bissau, país com elevada produção de caju, o processamento tem sido apresentado como uma via para a dinamização da economia nacional, criação de emprego e criação de valor, apesar de a capacidade instalada e a produção efetiva ser residual.

O Parque industrial do Processamento do caju na Guiné Bissau estava composto por 39 Unidades cadastrados com a capacidade instala de 29.078 TM/Ano até 2014. Entretanto, depois do diagnóstico as Fabricas /Unidades realizadas em 2016, constatou-se de que só 15 fábricas tinham condições reais de laborar caso fosconstatou-sem apoiadas como consta do quadro abaixo descriminado.

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N/Ord Empresa Localização Capac. Real

TM/Ano

1 Quadé & Quadé Sarl Safim 400

2 Atlantico Lda Bissau 150

3 Djondé Lda Bissau 300

4 Emicor & Filhos,SARL Quinhamel 300

5 Cucaju Cumura 100

6 Ansiper Lda Cutia_Oio 100

7 Sicaju Bissau 1200

8 Licaju Lda Bolama 2000

9 ARREY Bula 3000

10 Jovens Tips Quinhamel 100

11 Laimco Nhacra 500 12 Laimco Bula 500 13 Laimco Quinhamel 500 14 Cajuhol Safim 500 15 WAC Bisssau 5000 Total 14.650

PROBLEMAS DAS UNIDADES DE TRANSFORMAÇÃO DA CASTANHA DE

CAJU

1. Geralmente, a situação atual da indústria de caju poderá ser definida como sendo estruturalmente não adequada para competir num mercado global e aberto, inadequadamente financiadas, com muitas insuficiências técnicas, tecnológicas e de gestão;

2. As indústrias não conseguem aprovisionar-se ao nível do seu ponto crítico em quantidade e qualidade pois, não estão financeiramente capacitados devido a falta de crédito (Não existência de instituições para o financiamento da atividade industrial)

3. A este nível, os problemas estendem-se desde os ligados a conjuntura económica desfavoráveis a agroindústria até problemas específicos (exógenos e endógenos) da indústria de caju. São de destacar:

a) Custos de infraestruturas demasiado elevados;

b) Incapacidades em termos de preço de competir com os exportadores da castanha bruta;

c) Energia elétrica não disponível;

4. Ausência de Mecanismos de financiamento adequadas a agroindústria do caju; 5. Tecnologia e equipamentos inadequados a fase atual do processamento da

castanha de caju;

6. Deficiente gestão global e técnica do processo produtivo; 7. Fraca visão do mercado internacional da amêndoa de caju;

8. Falta de cultura de industrialização e taxa de abstenção acentuada dos trabalhadores;

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ACTIVIDADES REALIZADAS

 Lançamento oficial do projeto SIM (Sistema de Informação do Mercado), em parceria com a MTN e financiado pelo PRSDP (Projeto de Reabilitação do Sector Privado e Desenvolvimento Agroindustrial), em Abril de 2018; 

 Formação e sensibilização de todos os atores da fileira de Caju sobre boas práticas de produção agrícola e elaboração de manuais de apoio;

 Monitoramento da Campanha de Comercialização e Exportação através do SIM (Sistema de Informação do Mercado) em parceria com a MTN e ANAG;  Inspeção, fiscalização e certificação dos Armazéns de estocagem das

Castanhas de Caju destinadas à exportação;

 Certificação das castanhas destinadas à exportação.

CONCLUSÕES

Em geral, pode-se considerar que a Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju 2018, não correu de forma esperada devido:

 A Conjuntura Internacional (Mercado de castanha e amêndoa)  Produção Mundial de castanha de caju

 O anúncio do preço de referência e/ou obrigatório de 1000 Fcfa/Kg.

Tendo em conta a situação da comercialização da castanha de caju menos conseguida em 2018, a ANCA-GB na qualidade da Autoridade de Regulação do sector recomenda o seguinte:

 Despolitizar o sector do Caju;

 Combater o mais rápido possível as pragas e doenças que afetam o cajual nas zonas identificadas através de estratégias e ações concertadas com as demais instituições;

 Criar as condições básicas para incrementar o processamento local (programas para a reabilitação das fabricas/unidades existentes, criação de fundo para a industrialização);

 Deixar o mercado ditar as suas leis (oferta e procura);

 Reforçar a capacidade institucional da ANCA-GB, enquanto Autoridade de Regulação em fazer a cumprir as Normas, Leis e Regras de funcionamento do Mercado;

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 Melhorar condições e eficiência no funcionamento dos Serviços Portuários (Ex: Báscula, Parqueamento dos Contentores, operação de Carga das Castanhas nos Navios, etc.);

 Melhorar as vias de acesso (Camiões) ao terminal portuário;  Eliminar as barreiras não tarifárias para minimizar os custos de

Comercialização e Exportação;

 Re-operacionalizar o funcionamento da Comissão interministerial de

monitoramento da Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju;

 Melhorar as operações de fiscalização junto às fronteiras terrestres de forma a criar condições para o Combate a Exportação clandestina da castanha de caju;

Instalação de um laboratório de análise microbiológico com as competências necessárias para certificação da amêndoa e da castanha aceite internacionalmente;

Perspectivas para o ano 2019

Perspectiva-se para o ano 2019, uma campanha de comercialização e exportação de castanha de caju relativamente idêntica ao do ano 2018, tendo em conta os seguintes fatores:

a) Excedentes da produção da castanha de caju em 2018 que será repassada para 2019;

b) Grandes estoques de castanha de caju nos países importadores;

c) Grandes estoques de amêndoa de caju nos países processadores e importadores; d) Queda/estabilização dos preços de amêndoa no mercado internacional;

e) Consequências imprevistas do "shutdown" para a economia Americana (baixa do crescimento econômico e poder de compra?!)

f) Consequências da guerra comercial entre os EUA e a China.

Referências

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