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MARIANA BUENO BRUNA FIGUEIREDO MANZO DEGUSTAÇÃO

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Academic year: 2021

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DEGUSTAÇÃO

INTRODUÇÃO

As cardiopatias congênitas resultam de alterações morfológicas e anatômicas do sistema cardiovascular e podem ser classificadas, de modo geral, como:

■ lesões com desvio de fluxo sanguíneo da esquerda para a direita;

■ fluxo sanguíneo sistêmico dependente do canal arterial;

■ fluxo sanguíneo pulmonar dependente do canal arterial;

■ circulação paralela;

■ lesões com mistura sanguínea completa intracardíaca.

Os principais sintomas das cardiopatias congênitas incluem:

■ cianose;

■ insuficiência cardíaca;

■ sopros;

■ arritmias;

■ policitemia.

O diagnóstico preciso e precoce das cardiopatias congênitas é fundamental para a instituição do tratamento, pronta e adequadamente. Recursos, como avaliação física detalhada, oximetria de pulso (teste do coraçãozinho) e ecocardiograma (ECC), podem ser utilizados para detecção inicial e confirmação diagnóstica.

As intervenções e as ações de enfermagem nas cardiopatias congênitas devem se basear nas necessidades observadas no recém-nascido (RN) e em sua família. Elas se orientam na humanização, na integralidade e na individualidade; logo, o enfermeiro desempenha papel fundamental nesse processo.

MARIANA BUENO

BRUNA FIGUEIREDO MANZO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO

RECÉM-NASCIDO PORTADOR DE

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

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PROENF SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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Ciclo 9

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DEGUSTAÇÃO

OBJETIVOS

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

■ identificar as principais cardiopatias congênitas que acometem o RN;

■ reconhecer as principais manifestações clínicas das cardiopatias congênitas que acometem o RN;

■ conhecer os principais métodos diagnósticos e o manejo clínico das cardiopatias congênitas;

■ identificar os diagnósticos de enfermagem ao RN portador de cardiopatia congênita e à sua família;

■ propor estratégias necessárias ao plano assistencial ao RN portador de cardiopatia congênita

e à sua família.

ESQUEMA CONCEITUAL

Epidemiologia e etiologia Principais manifestações clínicas das cardiopatias congênitas

Conclusão Assistência de enfermagem ao recém-nascido portador de cardiopatia congênita Caso clínico Educação em saúde Classifi cação das principais cardiopatias congênitas

Lesões com desvio de fl uxo sanguíneo da esquerda para a direita Lesões com fl uxo sanguíneo sistêmico dependente do canal arterial ou lesões com obstrução do fl uxo sanguíneo do lado esquerdo

Lesões com fl uxo sanguíneo pulmonar dependente do canal arterial

Lesões com circulação paralela e transposição de grandes artérias Lesões com mistura sanguínea intracardíaca completa

Avaliação e confi rmação diagnóstica das cardiopatias congênitas Radiografi a de tórax Teste de hiperoxia Eletrocardiograma Ecocardiograma Cateterismo cardíaco Manejo inicial do recém-nascido portador de cardiopatia congênita Oxigenoterapia e suporte ventilatório Prostaglandina E1 Indometacina ou ibuprofeno Agentes inotrópicos ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO POR TADOR DE CARDIOP ATIAS CONGÊNIT AS

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EPIDEMIOLOGIA E ETIOPATOLOGIA

As cardiopatias congênitas são as malformações que mais comumente acometem os RNs. Sua

incidência global é de 8 a 10 casos a cada 1.000 nascidos vivos.1-3 Com frequência, os defeitos

cardíacos estão associados a outras malformações, como:4

■ agenesia renal;

■ onfalocele;

■ fístula traqueoesofágica;

■ hérnia diafragmática.

A ocorrência das cardiopatias congênitas em RNs se deve às alterações morfológicas e anatômicas resultantes da parada ou de desvios no desenvolvimento embrionário normal,

o que acontece precocemente no período gestacional, entre a terceira e a oitava semana.4

A etiologia das cardiopatias congênitas é multifatorial, visto que a malformação pode resultar de alterações cromossômicas, genéticas e ambientais. Infecções como rubéola e citomegalovírus (CMV), exposição da mãe à radiação, além de uso de álcool, tabagismo, distúrbios metabólicos, obesidade, entre outros, são fatores sabidamente associados à maior incidência de malformação

cardíaca no feto.4

Em geral, RNs portadores de cardiopatias congênitas apresentam sinais e sintomas precocemente, porque importantes modificações nas circulações pulmonar e sistêmica acontecem ainda nos primeiros dias de vida pós-natal. Isso envolve modificações nas estruturas anatômicas, como:

■ desaparecimento da circulação placentária e obliteração dos vasos (artérias e veia) umbilicais;

■ fechamento do ducto venoso (estrutura responsável pelo desvio de sangue da circulação

hepática diretamente para a veia cava inferior);

■ fechamento do canal arterial (comunicação entre artéria pulmonar e aorta);

■ fechamento do forame oval (comunicação entre átrios direito e esquerdo).

Adicionalmente, após o nascimento, observam-se mudanças pressóricas nos sistemas circulatórios, ocorrendo aumento do fluxo sanguíneo pulmonar e redução da resistência vascular

pulmonar, além de aumento da resistência vascular sistêmica.1-2,4

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DEGUSTAÇÃO

A Figura 1 ilustra as diferenças entre a circulação neonatal e a fetal.

VE VE VD VD FO CA AD AD AP AP AE AE AO AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado

Figura 1 – Diferenças entre a circulação neonatal e a fetal respectivamente.

A transição da vida fetal para a neonatal constitui período crítico, em que o RN necessita de observação criteriosa e de acompanhamento de quaisquer indícios de dificuldade de adaptação, em especial do sistema cardiovascular.

Alguns sinais clínicos podem se manifestar precocemente ou podem ser persistentes em RNs portadores de cardiopatias congênitas, indicando alterações anatômicas ou funcionais. O diagnóstico das cardiopatias congênitas pode ser feito nos períodos pré e pós-natal e é, em geral, confirmado por exames de imagem.

A assistência de enfermagem em casos de cardiopatias congênitas em RNs varia de acordo com as especificidades do RN e de seus familiares, conforme o tipo de malformação e as manifestações clínicas.

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DEGUSTAÇÃO

ATIVIDADE

1. Que princípios fundamentam as intervenções e as ações de enfermagem no cuidado ao RN portador de cardiopatia congênita e à sua família?

... ... ... ... 2. No que diz respeito às cardiopatias congênitas em RNs, assinale a alternativa correta. A) Sua etiologia é baseada em um único fator, visto que a malformação pode resultar

somente de alterações cromossômicas.

B) O diagnóstico das cardiopatias congênitas pode ser feito apenas no período pós-natal e é, em geral, confirmado por exames de imagem.

C) As cardiopatias congênitas são as malformações que mais comumente acometem os RNs. Sua incidência global de 8 a 10 casos em cada 1.000 nascidos vivos. D) Em geral, RNs portadores de cardiopatias congênitas apresentam sinais e

sintomas tardiamente.

Resposta no final do artigo

3. Em geral, RNs portadores de cardiopatias congênitas apresentam sinais e sintomas precocemente. Quais são as modificações que acometem as estruturas anatômicas envolvidas nesse processo?

... ... ... ...

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DEGUSTAÇÃO

PRINCIPAIS MANIFESTAÇõES CLíNICAS DAS

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

A detecção das cardiopatias congênitas pode ser feita no período pré-natal, por

intermédio de exames de imagem, ou no exame físico pós-natal,3 preferencialmente

antes da alta da maternidade. Entretanto, a avaliação clínica pode ser falha na identificação de inúmeras cardiopatias críticas, o que gera diagnóstico tardio, aumento

da morbidade, lesão permanente de órgãos vitais e, inclusive, morte.5

De maneira geral, as principais manifestações clínicas das cardiopatias congênitas estão

apresentadas no Quadro 1.2,6-9

Quadro 1

PRINCIPAIS MANIFESTAÇõES CLíNICAS DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

Manifestação Descrição

Cianose É um dos sinais mais comuns no RN portador de cardiopatia congênita e se caracteriza pela coloração azulada da pele e mucosas. O grau de visibilidade da cianose depende da porcentagem da saturação de oxigênio (SpO2) e da concentração de hemoglobina. A cianose central é indicativa de malformação cardíaca, visto que a acrocianose (coloração azulada nas mãos e nos pés) constitui achado comum em neonatos.

Insuficiência cardíaca Resulta da incapacidade de o coração manter as demandas metabólicas teciduais e é comumente-mente manifestada por:

■ taquipneia – frequência respiratória [FR]

superior a 60irpm em repouso;

■ aumento do esforço respiratório; ■

■ taquicardia – frequência cardíaca [FC] superior

a 160bpm em repouso; ■ ■ hepatomegalia; ■ ■ sudorese; ■ ■ dificuldade de sucção; ■ ■ sinais de choque; ■ ■ colapso cardiorrespiratório.

Sopros cardíacos São comuns e benignos em 60% dos RNs a termo. Alguns tipos de sopro podem ser considerados patológicos, como sopro contínuo e sopro sistólico em ejeção, que tendem a ser notados logo após o nascimento. Sopro de aparecimento tardio (em 2 a 4 semanas de vida) sugere malformação. Arritmias Resultam de instabilidade hemodinâmica. Policitemia Traduz-se pelo aumento do número de hemácias

circulantes e pelo consequente aumento da viscosidade sanguínea. Ocorre para compensar a baixa oferta de oxigênio aos tecidos; contudo, pode ocasionar circulação periférica lentificada e redução da oferta de oxigênio tecidual.

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DEGUSTAÇÃO

O período de apresentação e de acompanhamento dos sintomas das cardiopatias congênitas depende de fatores como natureza e gravidade do defeito, dos efeitos resultantes da lesão ainda no período intrauterino e das alterações na fisiologia

circulatória durante a transição.9

A Associação Americana de Cardiologia (AHA, de American Heart Association) e a Academia Americana de Pediatria (AAP, de American Academy of Pediatrics) sugerem a realização rotineira da oximetria de pulso em todos os RNs entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar,

como ferramenta de triagem para o diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas neonatais.10

A oximetria de pulso configura-se como método seguro, indolor e efetivo para complementar

os achados ultrassonográficos pré-natais e os do exame físico pós-natal.3,5 No Brasil, o

procedimento é conhecido popularmente como teste do coraçãozinho e sua realização é obrigatória em alguns Estados.

O teste do coraçãozinho deve ser realizado no membro superior direito e em um dos membros inferiores. Considera-se normal o resultado do teste quando se obtém saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas, com diferença menor do que 3% entre os membros superior e inferior. O resultado desse exame é considerado alterado no caso de qualquer medida de saturação ser menor do que 95% ou de diferença igual ou maior do que 3% entre os membros. Nova aferição deve ser feita após uma hora para confirmação; caso a diferença se mantenha, é

necessária a realização de ECC dentro das 24 horas seguintes.10

Nos casos de portadores de cardiopatias congênitas, a atuação do enfermeiro faz-se essencial na avaliação clínica criteriosa do neonato, por intermédio de investigação de história pré-natal, de dados do nascimento e das primeiras horas de vida do neonato, de exame físico sistematizado e detalhado. Assim, é essencial a participação do enfermeiro habilitado para realização e interpretação do teste de oximetria, de modo a apresentar resultado seguro e com qualidade.

ATIVIDADE

4. Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos principais sinais clínicos para a suspeita de cardiopatias congênitas em RNs.

A) Sopro cardíaco, policitemia, cianose.

B) Acrocianose, enterocolite necrosante, sopro cardíaco. C) Insuficiência cardíaca, policitemia, arritmia.

D) Cianose, arritmia, insuficiência cardíaca.

Resposta no final do artigo

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DEGUSTAÇÃO

5. O período de apresentação e de acompanhamento das principais manifestações clínicas das cardiopatias congênitas é decorrente de quais fatores?

... ... ... ... 6. Sobre a oximetria de pulso, ou teste do coraçãozinho como ferramenta de triagem

para o diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas, assinale a alternativa correta. A) Configura-se como método seguro, indolor, efetivo e não requer métodos completares

para o diagnóstico de cardiopatia congênita.

B) Deve ser realizada no membro superior esquerdo e em um dos membros inferiores, e saturação inferior a 90% indica cardiopatia congênita.

C) Considera-se alterado o teste com qualquer medida de saturação menor do que 95% ou de diferença igual ou maior do que 3% entre os membros.

D) Deve ser feita em todo RN entre 48 e 72 horas de vida, pois as alterações são evidenciadas após o período de adaptação.

Resposta no final do artigo

7. Disserte acerca da atuação do enfermeiro na avaliação clínica criteriosa do neonato com suspeita de cardiopatia congênita.

... ... ... ...

CLASSIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

Há diversas formas de classificar as cardiopatias congênitas. Nesse artigo, será utilizada a classificação conforme as especificidades de fluxo sanguíneo, a saber:

■ lesões com desvio de fluxo sanguíneo da esquerda para a direita;

■ lesões com fluxo sanguíneo sistêmico dependente do canal arterial ou lesões com obstrução

do fluxo sanguíneo do lado esquerdo;

■ lesões com fluxo sanguíneo pulmonar dependente do canal arterial;

■ lesões com circulação paralela e transposição de grandes artérias;

■ lesões com mistura sanguínea intracardíaca completa.

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DEGUSTAÇÃO

LESõES COM DESVIO DE FLUXO SANGUíNEO DA ESQUERDA PARA A DIREITA

As lesões com desvio de fluxo sanguíneo da esquerda para a direita apresentam diversas formas conforme apresenta o Quadro 2.

Quadro 2

LESõES COM DESVIO DE FLUXO SANGUíNEO DA ESQUERDA PARA A DIREITA

Lesão Descrição

Defeitos de septo atrial Ocorrem em 1 a cada 1.500 nascidos vivos e representam 6 a 10% dos defeitos cardíacos congênitos.11 Consistem na abertura anormal entre

os átrios direito e esquerdo, o que, geralmente, permite desvio de fluxo sanguíneo da esquerda para a direita.4

Defeitos de septo ventricular Ocorrem de 1,5 a 3,5 a cada 1.000 nascidos vivos, constituem cerca de 20% dos defeitos cardíacos congênitos e são a causa mais comum de insufici-ência cardíaca no período neonatal.9,11 No caso de

defeitos de septo ventricular, a comunicação anormal entre os ventrículos direito e esquerdo varia de tamanho e pode ocorrer nas porções membranosa ou muscular do septo ventricular.4 A apresentação

clínica depende, principalmente, do tamanho do defeito e, em menor escala, do tipo de lesão.11 Nos

defeitos de septo ventricular, o tratamento clínico inicial tem como objetivo o controle da insuficiência cardíaca congestiva, sendo que o tratamento cirúrgico é necessário para correção definitiva.2,9

Defeitos do septo atrioventricular Ocorrem em 0,19 a cada 1.000 nascidos vivos e constituem de 4 a 5% das cardiopatias congênitas.11

Sua incidência é elevada (40%) em portadores de síndrome de Down e de doença cardíaca congênita.4,11 Os defeitos de septo atrioventricular

apresentam-se como várias malformações cardía-cas que resultam do desenvolvimento anormal dos coxins endocárdicos, formando uma grande valva atrioventricular central que permite o fluxo sanguíneo entre todas as quatro câmaras cardíacas.4,11

Esses defeitos resultam, predominantemente, em insuficiência cardíaca congestiva e em hipertensão pulmonar acentuada, em que é indicado tratamento cirúrgico para correção definitiva.2

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DEGUSTAÇÃO

Persistência do canal arterial (PCA) O canal arterial é uma estrutura patente no feto, mas que, normalmente, deverá se fechar nas horas ou dias seguintes ao nascimento. Essa estrutura conecta o tronco pulmonar principal com a aorta descendente, e sua principal função é o desvio do fluxo sanguíneo da circulação pulmonar para a circulação sistêmica durante a vida fetal. Trata-se de uma condição inversamente proporcional à idade gestacional (IG) e ao peso,9 ocorrendo em cerca

de 5% das crianças com peso < 1.750g e em 80% daquelas com peso < 1.200g, o que representa 9 a 12% dos defeitos cardíacos.11 O tratamento da

PCA pode ser clínico (com o uso endovenoso de indometacina) ou cirúrgico.

A Figura 2 apresenta a lesão com defeitos de septo atrial. Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Veias pulmonares Veias pulmonares Orifício ou defeito no septo interatrial Vela cava superior Átrio esquerdo Átrio Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 2 – Defeitos de septo atrial.

Na maioria dos casos, os defeitos de septo atrial são assintomáticos e se busca

assistência quando se detecta um sopro cardíaco persistente.11

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DEGUSTAÇÃO

A Figura 3 apresenta defeitos de septo ventricular. Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Valva tricúspide Abertura entre os ventrículos Valva pulmonar Valva mitral Valva aórtica Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 3 – Defeitos de septo ventricular.

A Figura 4 apresenta defeitos de septo atrioventricular. Para o corpo Do corpo Do corpo VE VD AD APAE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Defeito do canal AV Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 4 – Defeitos de septo atrioventricular.

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DEGUSTAÇÃO

A Figura 5 apresenta a PCA.

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Canal arterial persistente Mistura de sangue da aorta (oxigenado) com sangue da artéria pulmonar (pouco oxigenado) Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Figura 5 – PCA.

A PCA ocorre em 1 em cada 2.500 a 5.000 nascidos vivos, e sua incidência em

pré-termos é de 8 para cada 1.000 nascidos vivos.11

LESõES COM FLUXO SANGUíNEO SISTÊMICO DEPENDENTE DO CANAL ARTERIAL OU

LESõES COM OBSTRUÇÃO DO FLUXO SANGUíNEO DO LADO ESQUERDO

As lesões com fluxo sanguíneo sistêmico dependente do canal arterial ou lesões com obstrução do fluxo sanguíneo do lado esquerdo serão detalhadas no Quadro 3.

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Quadro 3

LESõES COM FLUXO SANGUíNEO SISTÊMICO DEPENDENTE DO CANAL ARTERIAL

Lesão Descrição

Estenose aórtica Representa cerca de 5% das anomalias cardíacas congê-nitas11 e pode se apresentar com variações morfológicas

diversas, desde uma valva bicúspide não obstrutiva com funcionamento normal até uma valva unicúspide, deformada e gravemente obstrutiva.9 O tratamento inicial

da estenose aórtica envolve o uso de prostaglandina E1 para manutenção do canal arterial patente, suporte ventilatório se necessário e uso de agentes inotrópicos. O tratamento definitivo consiste na correção cirúrgica, considerando-se a anatomia do defeito.2

Coarctação de aorta Constitui em torno de 5% dos defeitos cardíacos congênitos11

e caracteriza-se pelo estreitamento da aorta, próximo ao canal arterial, resultando em aumento da pressão arterial proximal ao defeito (ou seja, em cabeça e em membros superiores) e em redução da pressão distal (tronco e membros inferiores).4 Nos casos de coarctação acentuada,

os sintomas podem se evidenciar entre o 2º e o 5º dia de vida, quando ocorre o fechamento do canal arterial.11 Nos

casos de coarctação crítica, o fechamento do canal pode resultar em aumento de carga ventricular e em hipoperfusão da parte inferior do corpo, visto que o ventrículo esquerdo gera pressão e volume adequados para bombear sangue para além da obstrução.9 Inicialmente, para o tratamento de

coarctação de aorta, está indicado o uso de prostaglandina E1 para manutenção do canal arterial patente, suporte ventilatório se necessário, uso de agentes inotrópicos e diuréticos. O tratamento definitivo consiste na correção cirúrgica, que deve ser realizada tão logo se consiga a estabilização do neonato.2

Síndrome do coração esquerdo hipoplásico Representa um grupo heterogêneo de malformações cardíacas e se caracteriza por desenvolvimento deficiente do lado esquerdo do coração, ocasionando ventrículo esquerdo pequeno ou hipoplásico e valvas mitral e aórtica hipoplásicas ou atrésicas.2,4 Nessa síndrome, a

maior parte do sangue do átrio esquerdo flui para o átrio direito, pelo forame oval, a seguir para o ventrículo direito e para a artéria pulmonar; o fluxo sanguíneo sistêmico se dá pela passagem de sangue pelo canal arterial para a aorta descendente.4 O tratamento inicial da síndrome do

coração esquerdo hipoplásico consiste na administração de prostaglandina E1 e suporte ventilatório. O tratamento definitivo é cirúrgico, sendo o transplante cardíaco indicado em algumas situações.2

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DEGUSTAÇÃO

É relevante o acompanhamento em longo prazo de portadores de estenose aórtica (Figura 6),

visto que, a despeito da correção cirúrgica, a estenose é recorrente.9

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD APAE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Estenose aórtica (valva estreita) Parede espessada (hípertrofi a) do ventrículo esquerdo Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 6 – Estenose aórtica.

A apresentação clínica da coarctação de aorta (Figura 7) depende da intensidade da obstrução e

das anomalias associadas.11

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Aorta estreitada Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 7 – Coarctação de aorta.

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DEGUSTAÇÃO

A síndrome do coração esquerdo hipoplásico está apresentada na Figura 8. Para o corpo Do corpo Do corpo VE VD AD APAE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Ventrículo esquerdo pouco desenvolvido Canal arterial persistente Aorta muito estreita Abertura entre os átrios Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 8 – Síndrome do coração esquerdo hipoplásico.

LESõES COM FLUXO SANGUíNEO PULMONAR DEPENDENTE DO CANAL ARTERIAL

As lesões com fluxo sanguíneo pulmonar dependente do canal arterial estão expostas no Quadro 4. Quadro 4

LESõES COM FLUXO SANGUíNEO PULMONAR DEPENDENTE DO CANAL ARTERIAL

Lesão Descrição

Estenose pulmonar A estenose pulmonar consiste no estreitamento na entrada da artéria pulmonar, que resulta em resistência ao fluxo sanguíneo, em hipertrofia ventricular direita e em redução do fluxo sanguíneo pulmonar4 e pode ocorrer em diferentes níveis:2

■ na via de saída do ventrículo direito; ■

■ na valva pulmonar; ■

■ na região supravalvar pulmonar ou nas artérias pulmonares.

Atresia pulmonar Corresponde à forma extrema da estenose pulmonar e impede que haja fluxo sanguíneo pulmonar.4 O tratamento consiste na dilatação

valvar por intermédio de cateterismo.2

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DEGUSTAÇÃO

Atresia tricúspide Constitui cerca de 2,7% de todas as formas de anomalias congênitas cardíacas.11 A atresia tricúspide caracteriza-se pela

ausência completa da valva tricúspide, não havendo, portanto, comunicação entre átrio e ventrículo direitos.9,11 Adicionalmente,

observa-se ventrículo direito pequeno, ventrículo esquerdo aumentado e circulação pulmonar diminuída.4 Em geral, o sangue

passa do átrio direito para o átrio esquerdo, por um defeito de septo atrial, e se mistura com o sangue oxigenado que retorna da circulação pulmonar.4 O tratamento imediato da atresia tricúspide tem como

objetivo a manutenção do fluxo sanguíneo pulmonar com o uso de prostaglandina E1, um anti-inflamatório não esteroide que faz vasodilatação e impede o fechamento do canal arterial. Há indicação de correção cirúrgica em tempo oportuno.

Tetralogia de Fallot A tetralogia de Fallot caracteriza-se pela combinação de quatro alterações:4,11

■ defeito de septo ventricular. ■

■ estenose pulmonar; ■

■ aorta deslocada para a direita e sobreposta ao defeito do septo

ventricular (DSV);

■ hipertrofia ventricular direita.

Na tetralogia de Fallot, à radiografia de tórax, o coração apresenta--se em formato de “bota”. O tratamento inicial envolve o uso da prostaglandina E1 e o suporte ventilatório; o cirúrgico é paliativo pela cirurgia Blalock-Taussig (procedimento que envolve a colocação de enxerto sintético ou biológico, propiciando aumento do fluxo sanguíneo pulmonar e, consequentemente, melhora na oxigenação sanguínea), sendo que a correção total é, usualmente, realizada em pacientes com 1 ano de vida.2

A estenose pulmonar (Figura 9) representa entre 5 e 8% dos defeitos cardíacos congênitos e

raramente apresenta-se como malformação isolada.11

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO POR TADOR DE CARDIOP ATIAS CONGÊNIT AS (Continuação)

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DEGUSTAÇÃO

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Parede espessada (hipertrofi a) do ventrículo direito Estenose da valva pulmonar Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 9 – Estenose pulmonar.

A Figura 10 apresenta a atresia tricúspide.

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Sangue misturado para o corpo

Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 10 – Atresia tricúspide.

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DEGUSTAÇÃO

A tetralogia de Fallot (Figura 11) representa de 4 a 8% dos defeitos cardíacos congênitos, e a

gravidade dos sintomas depende do grau de alterações anatômicas e funcionais.4,11

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Aorta sobre o defeito septal Parede espessada do

ventrículo direito Defeito do septo

interventricular Estenose pulmonar (trato de saída pulmonar estreito e espessado) Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 11 – Tetralogia de Fallot.

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DEGUSTAÇÃO

LESõES COM CIRCULAÇÃO PARALELA E TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES ARTÉRIAS

A lesão com circulação paralela e transposição de grandes artérias está apresentada no Quadro 5. Quadro 5

LESÃO COM CIRCULAÇÃO PARALELA E TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES ARTÉRIAS

Lesão Descrição

Transposição das grandes artérias Forma mais comum da doença cardíaca cianogênica, represen-ta 3,8% de todos os defeitos cardíacos congênitos.11 A anomalia

resulta de uma septação conotruncal anormal, ou seja, ocorre uma divisão em linha reta no tronco bulbar, sem o espiralamento normal, de tal modo que a aorta surge do ventrículo direito morfológico e a artéria pulmonar surge do ventrículo esquerdo morfológico.4,9,11 O fluxo sanguíneo sistêmico (sangue com baixo

teor de oxigênio) retorna ao ventrículo direito e é bombeado para o corpo através da aorta, sem passar pelos pulmões para a troca gasosa; o retorno venoso pulmonar (sangue oxigenado) dirige-se para o ventrículo esquerdo, sendo bombeado de volta para os pulmões.11 Para a manutenção da vida, é necessária a

comunicação anormal entre as duas circulações,11 que ocorrem

em paralelo. Essa comunicação pode ocorrer pela permanência do canal arterial e do forame oval, mas também por defeitos de septo ventricular.9 O manejo inicial da transposição das

grandes artérias envolve administração de prostaglandina E1, agentes inotrópicos e suporte ventilatório, sendo necessário reparo cirúrgico para correção total da anomalia.2

A Figura 12 apresenta a transposição de grandes artérias.

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DEGUSTAÇÃO

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 12 – Transposição de grandes artérias.

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DEGUSTAÇÃO

LESõES COM MISTURA SANGUíNEA INTRACARDíACA COMPLETA

As lesões com mistura sanguínea intracardíaca completa estão apresentadas no Quadro 6. Quadro 6

LESõES COM MISTURA SANGUíNEA INTRACARDíACA COMPLETA

Lesão Descrição

Drenagem venosa

pulmonar anômala total Defeito raro causado pelo insucesso da união das veias pulmonares ao átrio esquerdo. As veias pulmonares conectam-se anormalmente à circulação sistêmica, em geral, no átrio direito ou por diversas veias que drenam em direção ao átrio direito.4,11 O manejo inicial da drenagem pulmonar anômala total

envolve o controle dos sinais de insuficiência cardíaca congestiva e suporte ventilatório, sendo necessário tratamento cirúrgico para correção definitiva.2

Tronco arterial Constitui cerca de 0,7% de todas as anomalias cardíacas congênitas.11 Consiste

em retenção do tronco embrionário bulbar e resulta do fracasso da septação e da divisão normais do tronco em aorta e em artéria pulmonar.4 Um tronco

arterial único se sobrepõe aos ventrículos, recebe sangue de ambos, a partir de defeito de septo ventricular,4 e origina as artérias coronárias, pulmonares e

braquicefálicas.9 A circulação pulmonar e a circulação sistêmica são supridas

por esse tronco arterial comum,4 e os principais sinais envolvem taquipneia e

desconforto respiratório, taquicardia e hepatomegalia.2 É necessária correção

cirúrgica para esse problema.

A Figura 13 apresenta a drenagem venosa pulmonar anômala total. Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Artéria pulmonar Valva pulmonar Valva tricúspide As quatro veias pulmonares desembocam na veia cava superior

Abertura entre os átrios Vela cava superior

Vela cava inferior

Valva mitral Valva aórtica Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 13 – Drenagem venosa pulmonar anômala.

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DEGUSTAÇÃO

A Figura 14 apresenta o tronco arterial.

Para o corpo Do corpo Do corpo Para o corpo VE VD AD AP AE AO Sangue oxigenado Sangue pouco oxigenado Sangue misturado Fusão da aorta e da artéria pulmonar Abertura entre os ventrículos Dos pulmões Dos pulmões Para os pulmões Para os pulmões

Figura 14 – Tronco arterial.

ATIVIDADE

8. Assinale a alternativa correta quanto a exemplos de cardiopatias com fluxo sistêmico dependente do canal arterial.

A) Tetralogia de Fallot, defeitos de septo atrioventricular e transposição de grandes artérias. B) Defeitos de septo ventricular e estenose pulmonar arterial.

C) PCA, atresia tricúspide e drenagem venosa pulmonar anômala.

D) Síndrome do coração esquerdo hipoplásico, estenose aórtica e coarctação de aorta.

Resposta no final do artigo

9. Classifique as cardiopatias congênitas conforme as especificidades de fluxo sanguíneo. ... ... ... ... 10. Quais cardiopatias congênitas têm indicação de tratamento predominantemente clínico? ... ... ... ... ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO POR TADOR DE CARDIOP ATIAS CONGÊNIT AS

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DEGUSTAÇÃO

11. Correlacione as colunas quanto às cardiopatias congênitas e suas respectivas especificidades e, após, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. (1) Defeitos de septo atrial

(2) Defeitos de septo ventricular (3) Defeitos de septo atrioventricular (4) PCA

(5) Estenose aórtica (6) Coarctação de aorta

(7) Síndrome do coração esquerdo hipoplásico

(8) Transposição das grandes artérias (9) Drenagem venosa pulmonar

anômala total (10) Tronco arterial

( ) Grupo heterogêneo de malformações cardíacas que se caracteriza por desenvolvimento deficiente do lado esquerdo do coração, ocasionando ventrículo esquerdo pequeno ou hipoplásico e valvas mitral e aórtica hipoplásicas ou atrésicas.

( ) Consiste na abertura anormal entre os átrios direito e esquerdo, o que, geralmente, permite desvio de fluxo sanguíneo da esquerda para a direita. ( ) Caracteriza-se pelo estreitamento

da aorta, próximo ao canal arterial, resultando em aumento da pressão arterial proximal ao defeito e em redução da pressão distal.

( ) Constitui cerca de 0,7% de todas as anomalias cardíacas congênitas. ( ) São a causa mais comum de

insuficiência cardíaca no período neonatal.

( ) Defeito raro causado pelo insucesso da união das veias pulmonares ao átrio esquerdo.

( ) Pode se apresentar com variações morfológicas diversas, desde uma valva bicúspide não obstrutiva com funcionamento normal até uma valva unicúspide.

( ) Sua incidência é elevada (40%) em portadores de síndrome de Down e de doença cardíaca congênita. ( ) Trata-se de uma condição

inversamente proporcional à IG e ao peso.

( ) Forma mais comum da doença cardíaca cianogênica e representa 3,8% de todos os defeitos cardíacos congênitos.

A) 7 – 1 – 6 – 10 – 2 – 9 – 5 – 3 – 4 – 8. B) 10 – 1 – 8 – 7 – 2 – 9 – 4 – 3 – 5 – 6. C) 1 – 7 – 4 – 2 – 10 – 3 – 5 – 9 – 6 – 8. D) 7 – 1 – 2 – 10 – 6 – 5 – 9 – 3 – 4 – 8.

Resposta no final do artigo

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DEGUSTAÇÃO

AVALIAÇÃO E CONFIRMAÇÃO DIAGNóSTICA

DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

Ao identificar o RN que apresenta algum sinal clínico comum, especialmente se associado à alteração da oximetria de pulso, é imprescindível proceder à investigação para se confirmar ou descartar a ocorrência de cardiopatia congênita.

A identificação precoce e o diagnóstico preciso de cardiopatia congênita são essenciais, pois minimizam complicações, favorecem a compreensão da anatomia do defeito cardíaco e das repercussões cardiorrespiratórias desse defeito e, ainda, contribuem para o planejamento do tratamento a ser instituído. Assim, faz-se necessária a realização de exames diagnósticos, conforme descrito a seguir.

RADIOGRAFIA DE TóRAX

A radiografia de tórax consiste em exame investigatório em relação ao tamanho e à forma da área cardíaca e quanto às características da trama vascular pulmonar. O exame de radiografia de tórax para identificação das cardiopatias congênitas está detalhado no Quadro 7.

Quadro 7

RADIOGRAFIA DE TóRAX PARA IDENTIFICAÇÃO DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

Investigação Descrição

Tamanho da área cardíaca A área cardíaca aumentada é indicativa de cardiopatias do desvio de fluxo da esquerda para a direita; no caso de área diminuída, sugere-se drenagem venosa pul-monar anômala ou atresia pulpul-monar; adicionalmente, a área cardíaca apresenta-se com tamanho normal em patologias como transposição das grandes artérias, tetralogia de Fallot e ventrículo único.2

Trama vascular pulmonar Quando diminuída, sugere cardiopatias com fluxo sanguíneo pulmonar dependente do canal arterial; no caso de trama aumentada, a suspeita consiste em cardiopatias com desvio da esquerda para a direita (por hiperfluxo sanguíneo pulmonar) ou cardiopatias que geram dificuldade de escoamento do retorno venoso pulmonar (e resultam em congestão venosa pulmonar).2

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DEGUSTAÇÃO

TESTE DE HIPEROXIA

Recomenda-se que todos os neonatos com suspeita de cardiopatia congênita sejam

submetidos ao teste de hiperoxia.9 Esse procedimento tem a finalidade de auxiliar no diagnóstico

diferencial entre cardiopatia, pneumopatia neonatal e hipertensão pulmonar.

O teste de hiperoxia consiste em oferecer 100% de oxigênio ao RN por, pelo menos, 10 minutos e verificar os níveis de pressão parcial de oxigênio (por gasometria arterial) das regiões pré-ductal (membro superior direito) e pós-ductal (um dos membros inferiores). De acordo com o valor de pressão parcial de oxigênio encontrado, o teste de hiperoxia é

interpretado como:12

■ positivo – pressão parcial de oxigênio > 250mmHg, excluindo-se, então, o diagnóstico de

cardiopatias congênitas;

■ negativo – em caso de valores inferiores a 100mmHg, suspeita-se de cardiopatias como atresia

pulmonar e transposição das grandes artérias;

■ malformações como tronco arterial comum, ventrículo único, síndrome do coração esquerdo

hipoplásico – em caso de valores entre 100 e 250mmHg.

ELETROCARDIOGRAMA

O eletrocardiograma (ECG) fornece informações a respeito de hipertrofias ventriculares e desvios de eixos direta e esquerda. Um ECG sem anormalidades não exclui a possibilidade de cardiopatia.

ECOCARDIOGRAMA

O ECC é considerado o exame de escolha para o diagnóstico das cardiopatias congênitas, pois fornece informações precisas sobre a anatomia do defeito cardíaco e sobre a função cardíaca. É um procedimento não invasivo e pode ser realizado na própria unidade, à beira do leito.

CATETERISMO CARDíACO

O cateterismo cardíaco permite a confirmação dos defeitos cardíacos, sua localização, sua anatomia, avaliação do fluxo sanguíneo e resistência pulmonar, função ventricular, sendo possível descartar outras lesões associadas. Atualmente, o cateterismo cardíaco é utilizado em algumas

situações, como intervenção e tratamento.2

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DEGUSTAÇÃO

ATIVIDADE

12. O que a avaliação e a confirmação diagnóstica das cardiopatias congênitas incluem? A) Exame físico, ultrassonografia transfontanela, ECG.

B) Teste de hiperoxia, ECG, ressonância neuromagnética. C) Exame físico, radiografia de tórax, ECG.

D) ECG, cateterismo cardíaco e hemocultura.

Resposta no final do artigo

13. Quais são os possíveis diagnósticos diferenciais apresentados por neonatos com suspeita de cardiopatia congênita?

... ... ... ... 14. Com relação ao diagnóstico e à avaliação das cardiopatias congênitas, marque V

(verdadeiro) ou F (falso) e, após, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. ( ) A radiografia de tórax consiste em exame investigatório em relação ao tamanho e

à forma da área cardíaca e às características da trama vascular pulmonar. ( ) Atualmente, o cateterismo cardíaco não é utilizado.

( ) Recomenda-se que todos os neonatos com suspeita de cardiopatia congênita sejam submetidos ao teste de hiperoxia.

( ) Considerado como o exame de escolha para o diagnóstico das cardiopatias congênitas, o ECC fornece informações precisas sobre a anatomia do defeito cardíaco, bem como sobre a função cardíaca.

A) F – V – F – V. B) V – F – V – F. C) V – F – V – V. D) V – F – F – V.

Resposta no final do artigo

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DEGUSTAÇÃO

MANEJO INICIAL DO RECÉM-NASCIDO

PORTADOR DE CARDIOPATIA CONGÊNITA

Para que seja oferecida assistência segura e de qualidade ao RN portador de cardiopatia congênita, o manejo inicial é essencial. Algumas intervenções são empregadas antes mesmo de se fazer um diagnóstico exato da cardiopatia congênita ou de se conhecer detalhes anatômicos do defeito cardíaco. As principais intervenções estão apresentadas a seguir.

OXIGENOTERAPIA E SUPORTE VENTILATóRIO

O uso de oxigênio deve ser racional e baseado em cada cardiopatia existente. Em alguns casos, RNs que recebem ofertas elevadas de oxigênio podem apresentar piora clínica secundária à

redução do débito sistêmico e aumento do fluxo pulmonar.6,8

Na maioria dos neonatos portadores de cardiopatia congênita, a SpO2 varia entre 85 e 90%.

Saturação acima de 95%, geralmente, ocorre quando há desequilíbrio entre fluxos pulmonar e sistêmico.

A ventilação mecânica (VM) é usada comumente em RN com cardiopatias que cursam com baixo

débito sistêmico, com a finalidade de reduzir o trabalho respiratório e, consequentemente, o

consumo de oxigênio. Nas cardiopatias congênitas com predomínio de cianose, a VM pode não ser necessária caso o neonato apresente bom padrão ventilatório e débito sistêmico adequado.

PROSTAGLANDINA E1

A prostaglandina E12,6,8 tem potente ação vasodilatadora em níveis sistêmico e pulmonar e é indicada

para manter o canal arterial patente em RNs que apresentaram teste de hiperoxia negativo, com cianose acentuada, não responsivos a oxigênio ou naqueles que apresentam quadro de choque sem resposta às medidas iniciais de tratamento – ou seja, neonatos provavelmente portadores de cardiopatia com fluxo sanguíneo sistêmico dependente do canal arterial. Nesses casos, inicia-se a infusão da prostaglandina antes mesmo da confirmação diagnóstica.

A prostaglandina deve ser administrada, preferencialmente, em acesso venoso central. O acesso periférico não está recomendado, pois, no caso de perda temporária do acesso periférico e de interrupção da infusão do fármaco, pode ocorrer o fechamento do canal arterial, resultando em quadro de choque.

INDOMETACINA OU IBUPROFENO

Indometacina e ibuprofeno são anti-inflamatórios não esteroidais usados para o

tratamento da PCA.6,8

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DEGUSTAÇÃO

A indometacina e o ibuprofeno, administrados por via endovenosa, são amplamente usados no fechamento do canal arterial em RNs prematuros.

Alguns dos eventos adversos resultantes do uso de indometacina e de ibuprofeno em RNs incluem insuficiência renal e enterocolite por redução da perfusão periférica, além de hemorragia intraventricular. Essas complicações exigem cuidados, como acompanhamento plaquetário e ultrassonográfico de fontanela, balanço hídrico rigoroso e jejum.

AGENTES INOTRóPICOS

O objetivo da terapêutica com agentes inotrópicos é melhorar a função cardíaca e a perfusão de

órgãos vitais e da periferia. Os medicamentos mais comumente utilizados incluem: 2

■ dopamina;

■ dobutamina;

■ epinefrina;

■ milrinone.

ATIVIDADE

15. Descreva as ações indicadas no manejo inicial do RN portador de cardiopatia congênita.

... ... ... ... 16. Sobre o tratamento medicamentoso do RN portador de cardiopatia congênita, assinale

a alternativa INCORRETA.

A) A prostaglandina E1 tem ação vasodilatadora sobre o canal arterial e sua infusão é imprescindível em cardiopatias com fluxo dependente do canal.

B) O uso de agentes inotrópicos, como dopamina e dobutamina, está indicado para melhorar a função cardíaca.

C) O uso de analgésicos não está indicado, pois há risco excessivo de depressão respiratória e de constipação.

D) A indometacina ou o ibuprofeno são anti-inflamatórios não esteroidais indicados para o fechamento do canal arterial por causa de sua ação vasoconstritora.

Resposta no final do artigo

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DEGUSTAÇÃO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO

PORTADOR DE CARDIOPATIA CONGÊNITA

A atuação do enfermeiro nos casos de RN portador de cardiopatia congênita envolve:

■ identificação precoce de sinais e de sintomas que possam ser indicativos de cardiopatia

congênita (caso não haja diagnóstico pré-natal da condição);

■ intervenção imediata;

■ prevenção de complicações.

No caso de portadores de cardiopatias congênitas com diagnóstico pré-natal, o enfermeiro deve estar atento à assistência imediata ao RN em sala de parto, bem como ao preparo do leito e da equipe de enfermagem para receber o neonato em unidade de internação, pois é comum o preparo prévio de medicamentos (especialmente prostaglandina E1 e fármacos vasoativos), além de equipamento para suporte ventilatório.

O cuidado individualizado ao RN portador de cardiopatia congênita é essencial e, por esse motivo, deve haver variação nos diagnósticos de enfermagem aplicáveis a cada neonato.

Os diagnósticos de enfermagem e o plano de cuidados não são estáticos; portanto, faz-se necessária avaliação diária e continuada.

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DEGUSTAÇÃO

A seguir, são descritos (Quadros 8 e 9)13,14 diagnósticos e intervenções de enfermagem que

referem-se à assistência clínica inicialmente oferecida a neonatos portadores de cardiopatias congênitas e a suas famílias.

Quadro 8

PRINCIPAIS DIAGNóSTICOS DE ENFERMAGEM EVIDENCIADOS NO RECÉM-NASCIDO COM CARDIOPATIA CONGÊNITA

Diagnóstico Fatores

relacionados Características defi nidoras Resultados esperados Ações/intervenções Troca de gases prejudicada Desequilíbrio entre ventilação e perfusão ■ Dispneia ■ Cianose ■ Respiração normal ■ Taquicardia ■ Anormalidades da gasometria ou do ph arterial ■ Hipoxia, hipoxemia ■ Hipercapnia ■ Hipercabia ■ Redução do dióxido de carbono ■ Sudorese ■ Policitemia ■ Inquietude Irritabilidade Sonolência ■ Melhorar a ventilação e apresentar oxige-nação adequada dos tecidos, evidenciado pela gasometria arterial e pela au-sência de sinais de desconforto respiratório.

■ Avaliar fatores causadores/con-tribuintes: investigar condições citadas nas características defi nidoras.

■ Avaliar a gravidade da disfunção: determinar frequência e profundidade das respirações e o uso de musculatura acessória, verifi car cianose, auscultar e avaliar redução de murmúrio vesicular ou ruídos adventícios, avaliar o nível de consciência; monitorar SpO2 e dados vitais, avaliar resultados de exames.

■ Corrigir/melhorar defi ciências existentes: manter cabeceira elevada; posicionar adequa-damente e mudar o decúbito frequentemente; aspirar vias aéreas sempre que necessário; administrar a menor concentra-ção de oxigênio suplementar possível. Padrão respiratório inefi caz Fadiga dos músculos respiratórios ■ Dispneia ■ Taquipneia ■ Bradipneia ■ Alterações na profundidade da respiração ■ Utilização dos músculos acessórios, alterações da expansibilidade torácica ■ Batimento das narinas ■ Estabelecer padrão respiratório normal e efi caz, evidenciado pela ausência de cianose ou de outros sinais de hipoxia, além de níveis de gasometria normais.

■ Identifi car fatores causadores/ contribuintes: investigar a existência de fatores ou de condições físicas que podem causar limitações respiratórias, auscultar o tórax para avaliar os murmúrios vesiculares e a presença e a característica dos sons respiratórios, avaliar FR, SpO2 e padrão ventilatório, avaliar resultados de exames laboratoriais.

■ Atenuar os fatores causadores: administrar oxigênio suplemen-tar na menor concentração possível, aspirar vias aéreas sempre que necessário, admi-nistrar analgésicos apropriados.

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(31)

DEGUSTAÇÃO

Ventilação espontânea prejudicada ■ Fadiga dos músculos respiratórios ■ Calibre ou resistência inadequada das vias respiratórias ■ Aumento da FC, aumento do uso da musculatura acessória ■ Dispneia ■ Restabelecer ou manter o padrão respiratório efi caz, ausência de retrações, não utilização de musculatura acessória, ausência de cianose ou de outros sinais de hipoxemia. ■ Apresentar gasometria arterial nos parâmetros de normalidade. ■ Determinar a gravidade da disfunção: identifi car o neonato com disfunção respiratória iminente ou real, avaliar o padrão respiratório espontâneo com enfoque em frequência, profundidade, ritmo, simetria e uso de musculatura acessória, auscultar o tórax para avaliar os murmúrios vesiculares e a presença e a caracterís-tica dos sons respiratórios, avaliar exames laboratoriais e de imagem (radiografi a de tórax). ■ Fornecer/manter suporte

ventilatório: auxiliar na instituição de suporte ventilatório, instituir cuidados específi cos com o tubo traqueal e aparelhos de VM (se for o caso). Débito cardíaco diminuído ■ Alterações de FC ou do ritmo cardíaco, alteração no volume ejetado (pré-carga, pós-carga ou contratilidade). ■ Arritmias ■ Taquicardia ■ Bradicardia ■ Alterações de ECG ■ Edema ■ Aumento de peso ■ Aumento ou redução da pressão venosa central ■ Sopros ■ Dispneia ■ Pele fria e pegajosa ■ Alteração na coloração de pele e de mucosas ■ Prolongamento do tempo de enchimento capilar ■ Redução dos pulsos periféricos ■ Variações de pressão arterial ■ Oliguria/anuria ■ Agitação ■ Manter estabilidade hemodinâmica. Estabilizar o débito cardíaco, restabelecer o débito cardíaco adequado.

■ Identifi car fatores causadores/ contribuintes: identifi car a possibilidade e o tipo de choque (cardiogênico), avaliar resultados laboratoriais. ■ Avaliar o grau de debilitação:

avaliar indícios de fadiga extrema, aumento progressivo ou repentino de peso, edema de membros, dispneia progressiva, avaliar frequentemente e monitorar alteração de dados vitais.

■ Aumentar o débito cardíaco: oferecer oxigênio conforme necessidade, administrar medi-camentos (diuréticos, agentes inotrópicos, vasopressores, vasodilatadores, antiarrítmicos, analgésicos, entre outros) conforme prescrição médica, limitar líquidos endovenosos e realizar balanço hídrico, manter linhas de infusão endovenosa e monitorização invasiva pérvias, manter temperatura ambiente termoneutra.

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Ciclo 9

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Volume 2

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(Continua)

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DEGUSTAÇÃO

Volume excessivo de líquidos ■ Disfunção do mecanismo regu-lador (falência de órgãos). ■ Edema (anasarca, acúmulo de peso em curto período) ■ Ingestão maior que as perdas ■ Oliguria ■ Ruídos adventícios ■ Alteração de padrão respiratório ■ Dispneia ■ Estabilizar o volume de líquido evidencia-do pelo equilíbrio entre ingestão e perdas, sinais vitais nos limites de normalidade, estabilidade de peso e ausência de edema.

■ Identifi car os fatores causa-dores/contribuintes: identifi car condições que possibilitem o excesso de líquidos, como a insufi ciência cardíaca, determinar o volume e a frequência do aporte de líquidos. ■ Avaliar a gravidade do excesso

de líquidos: comparar evolução do peso, avaliar sinais vitais e parâmetros hemodinâmicos (como a pressão venosa central), auscultar o tórax para detectar estertores ou congestão pulmonar, auscultar bulhas cardíacas, avaliar presença de edema, avaliar volume urinário, avaliar resultados de exames laboratoriais.

■ Promover mobilização/elimi-nação do excesso de líquidos: limitar oferta hídrica, registrar balando hídrico, pesar o neonato diariamente, mobilizar o RN no leito.

■ Manter a integridade da pele e mucosas: promover mobilização no leito.

Proteção

inefi caz ■ Extremos etários■ Tratamentos

farmacológicos ■ Imunodefi ciência ■ Coagulação anormal ■ Promover barreiras de proteção até o equilíbrio hemodinâmico ou minimizar os riscos de proteção inefi caz.

■ Identifi car os fatores causadores/contribuintes: uso de medicamentos causadores de imunodefi ciência e alterações de coagulação.

■ Avaliar sinais de sangramento (hipotensão, oliguria), avaliar ocorrência de reações adversas decorrentes do uso de prosta-glandina E1, de indometacina e de outros fármacos vasoativos.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO POR TADOR DE CARDIOP ATIAS CONGÊNIT AS (Continuação)

(33)

DEGUSTAÇÃO

Amamentação

interrompida ■ Doença infantil (cardiopatia

congênita)

■ Lactente não recebe nutrição sufi ciente por amamentação em algumas ou em todas as mamadas, separação mãe e bebê ■ Entender e demonstrar técnicas para manter a lactação até que a amamentação seja reiniciada. ■ Estabelecer esquema de amamentação mutuamente satisfatório.

■ Identifi car os fatores causa-dores/contribuintes: avaliar os conhecimentos e as percepções da mãe quanto à amamentação; identifi car fatores responsáveis pela interrupção, determinar sistemas de apoio disponíveis para mãe e para a família. ■ Ajudar a mãe a manter a

amamentação: instruir a mãe e as pessoas signifi cativas sobre os benefícios da amamentação, demonstrar e conversar sobre dispositivos auxiliares à amamentação (extração manual e elétrica), conversar sobre técnicas apropriadas para extração e para armazenamento do leite materno.

■ Assegurar alimentação efi caz do RN: estimular e auxiliar a sucção do RN em seio materno quando possível; priorizar a oferta de leite materno em relação às fórmulas lácteas.

■ Promover o bemestar: identifi -car outros meios de estimular e de fortalecer o vínculo entre mãe e fi lho; encaminhar para grupos de apoio. Nutrição desequilibrada – menos do que as necessidades corporais ■ Incapacidade de ingerir ou de digerir alimentos, incapacidade de absorver nutrientes ■ Demandas metabólicas aumentadas ■ Ingestão alimentar menor do que o recomendado ■ Apresentar ganho ponderal progressivo, apresentar normalização de resultados de exames laboratoriais.

■ Identifi car os fatores causadores/contribuintes: identifi car pacientes sob o risco de desnutrição e avaliar capacidade de ingesta oral. ■ Avaliar a gravidade do défi cit:

determinar o peso, avaliar a cur-va de ganho ponderal, auscultar sons intestinais, atentar para características das eliminações intestinais, avaliar resultado dos exames laboratoriais (íons, albulmina).

■ Elaborar plano nutricional que atenda às necessidades do RN: avaliar ingestão alimentar diária total, administrar dieta enteral ou parenteral conforme prescrição médica, monitorar e avaliar o aleitamento materno, pesar diariamente.

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(Continua)

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DEGUSTAÇÃO

Comporta-mento infantil desorgani-zado ■ Distúrbios congênitos (cardiopatia), ■ Procedimentos invasivos ■ Dor ■ Inadequação do ambiente físico ■ Estimulação inadequada ■ Excessiva ■ Acordado e ativo (inquieto, expressão angustiada) ■ Acordado e imóvel (aterrori-zado, aversão a contato visual) ■ Oscilação de estados ■ Choro irritável ■ Resposta anormal a estí-mulos sensoriais (difi culdade de ser acalmado, incapacidade de manter o estado de alerta) ■ Hiperextensão de extremidades ■ Alterações do tônus muscular ■ Bradicardia/ taquicardia/ arritmia ■ Alterações de coloração de pele e de SpO2 ■ Apresentar comportamentos organizados que possibilitem a realização do potencial ideal de crescimento e de desenvolvimento.

■ Identifi car os fatores causadores/ contribuintes: verifi car indícios de condições que possam causar dor e desconforto, avaliar o nível e a adequação de estímulos ambientais.

■ Ajudar os pais a promoverem a regulação: proporcionar ambiente físico e emocional tranquilo e acolhedor, estimular os pais a segurarem o RN no colo, incluindo contato pele a pele, demonstrar o manuseio suave do neonato e as respostas apropriadas ao seu compor-tamento, apoiar e estimular os pais a permanecerem com o fi lho e participarem das atividades assistenciais sempre que possível, oferecer reforço positivo no incentivo aos pais nos cuidados com o RN, conversar com os pais sobre crescimento e desenvolvimento; incorporar as observações e sugestões dos pais no plano de cuidados. ■ Prestar cuidados dentro

dos limites de estresse do RN: designar um cuidador constante (sempre q ue possível), identifi car comportamentos autorreguladores específi cos do neonato (sucção, movimentação das mãos, movimento de mãos na boca, fl exão de membros), permitir e favorecer que o RN leve as mãos à face e à boca, manter alinhamento e posição fl etida do RN, evitar contenção, manusear minimamente o RN priorizando a observação e avaliação de parâmetros por monitorização contínua, programar períodos de manuseio e repouso, postergar o manuseio quando o RN estiver dormindo (se possível), responder imediatamente à agitação ou inquietação do RN, administrar analgésicos e métodos não farmacológicos de alívio da dor e conforto de forma individualizada e sempre que necessário.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO POR TADOR DE CARDIOP ATIAS CONGÊNIT AS (Continuação)

(35)

DEGUSTAÇÃO

■ Modifi car o ambiente para asse-gurar estimulação apropriada: minimizar iluminação (instituir ciclos dia e noite, proteger os olhos do neonato de iluminação intensa durante exames e procedimentos), eliminar ou re-duzir ruídos (manter portinholas de incubadora fechadas e fechá-las gentilmente, evitar a colocação de objetos sobre a incubadora), minimizar odores fortes, movimentar e manusear o neonato lenta e suavemente, evitar aplicação de substâncias químicas sobre a pele, assim como a aplicação de adesivos. Processos familiares interrompidos ■ Transição ou crises situacionais (doença) e do desenvolvimento (acréscimo de um membro na família) ■ A família verbaliza que está tendo difi culdades de responder à mudança, mudanças em padrões e em hábitos. ■ Expressar livre e adequadamente seus sentimen-tos. ■ Direcionar as energias intencionalmen-te, para planejar a resolução da crise. ■ Verbalizar que compreende o problema, o regime terapêutico e o prognóstico.

■ Avaliar a situação individual quanto aos fatores causadores/ contribuintes: identifi car os componentes da família e o estágio de desenvolvimento (no caso, nascimento de um fi lho), observar padrões de comunicação da família, avaliar os limites impostos pelos membros da família e pelas regras familiares, determinar as expectativas dos pais, determi-nar fatores culturais e religiosos que possam infl uenciar nas percepções ou nas expectativas, avaliar disponibilidade e uso de sistemas familiares de apoio. ■ Ajudar a família a lidar com

situ-ações/crise: abordar familiares de modo acolhedor, atencioso e respeitoso, reconhecer as difi culdades e a realidade da situação, estimular expressão de sentimentos, enfatizar a importância do diálogo, fornecer informações necessárias verbalmente ou por escrito, promover a participação da família em reuniões de equipe multiprofi ssional, envolver a família no apoio social e nas atividades comunitárias de interesse.

■ Flexibilizar horários para partici-pação dos pais nos cuidados ao RN, bem como favorecer a visita de outros membros signifi cativos da família, como irmãos e avós

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Ciclo 9

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Volume 2

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(Continua)

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DEGUSTAÇÃO

■ Promover o bem-estar:

fornecer materiais educativos e informações, encaminhar para grupos de apoio, envolver a família na tomada de decisão e no planejamento do futuro. Paternidade ou maternidade prejudicada ■ Doença ■ Falta de conhecimento sobre manuten-ção da saúde do RN. ■ Relato de incapacidade de atender às necessidades do neonato. ■ Verbalização da inadequação ou frustração do papel de pai ou de mãe, difi culdade de interação entre pai/mãe e RN. ■ Verbalizar informações e expectativas realistas quanto ao papel de ser pai ou mãe (verbalizar que aceitam a situação presente). ■ Participar de orientações, identifi car seus pontos fortes, suas necessi-dades pessoais e os métodos e os recursos para atendê-las, demonstrar vínculo e comportamentos apropriados à paternidade/ maternidade.

■ Avaliar os fatores causadores/ contribuintes: identifi car os componentes da família e o estágio de desenvolvimento (no caso, nascimento de um fi lho), avaliar nível de habilidade dos pais, observar comportamentos necessários para o estabeleci-mento de vínculo entre pais e fi lho, determinar a existência e a efi cácia de sistemas de apoio familiar.

■ Promover o desenvolvimento de habilidades necessárias à paternidade/maternidade: reservar tempo para

ouvir as preocupações dos pais, enfatizar os aspectos positivos da situação, estimular a expressão de sentimentos, enfatizar outras funções do papel de cuidador. ■ Promover o bem-estar: envolver

todos os familiares no processo de aprendizagem, fornecer informações apropriadas à situação, encaminhar para grupos de apoio. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO POR TADOR DE CARDIOP ATIAS CONGÊNIT AS (Continuação)

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DEGUSTAÇÃO

Quadro 9

PRINCIPAIS DIAGNóSTICOS E FATORES DE RISCO EVIDENCIADOS NO RECÉM-NASCIDO COM CARDIOPATIA CONGÊNITA

Fatores de risco Diagnóstico Ações/intervenções

Risco de choque ■■Hipotensão ■ ■ Hipoxemia ■ ■ Hipoxia ■ ■ Hipovolemia ■

■ Identificar fatores causadores/contribuintes:

identificar sinais precoces de choque cardiogênico, avaliar frequentemente o estado clínico do RN, os dados vitais e os resultados laboratoriais.

■ Avaliar o grau de debilitação: indícios de fadiga

extrema, aumento progressivo ou repentino de peso, edema de membros, dispneia progressiva, identificar alterações de dados vitais.

■ Aumentar o débito cardíaco: oferecer

oxigênio conforme necessidade, administrar medicamentos (diuréticos, agentes inotrópicos, vasopressores, vasodilatadores, antiarrítmicos, analgésicos, entre outros) conforme prescrição médica, limitar a oferta hídrica endovenosa, realizar balanço hídrico, manter linhas de infusão endovenosa e monitorização invasiva pérvias, manter temperatura ambiente termoneutra. Risco de perfusão

cardíaca diminuída ■■Espasmos nas artérias coronárias secundários à cardiopatia

■ Identificar fatores causadores/contribuintes:

identificar sinais precoces de choque cardiogênico, avaliar frequentemente estado clínico do RN, os dados vitais e os resultados laboratoriais.

■ Avaliar o grau de debilitação: indícios de fadiga

extrema, aumento progressivo ou repentino de peso, edema de membros, dispneia progressiva, identificar alterações de dados vitais.

■ Aumentar o débito cardíaco: oferecer

oxigênio conforme necessidade, administrar medicamentos (diuréticos, agentes inotrópicos, vasopressores, vasodilatadores, antiarrítmicos, analgésicos, entre outros) conforme prescrição médica, limitar a oferta hídrica endovenosa, realizar balanço hídrico, manter linhas de infusão endovenosa e monitorização invasiva pérvias, manter temperatura ambiente termoneutra. Risco de sangra-mento ■ ■ Efeitos colaterais de tratamento medica-mentoso ■

■ Identificar os fatores causadores/contribuintes: uso

de medicamentos e alterações de coagulação.

■ Identificar precocemente sinais de sangramento

(mucosas, gastrintestinal, inserção de linhas de infusão endovenosa).

Risco de aspiração ■■Depressão do nível de

consciência (sedação/ anestesia)

■ Deglutição prejudicada ■

■ Manter cabeceira elevada. ■

■ Aspirar vias aéreas superiores sempre que necessário. ■

■ Atentar para posicionamento de sondas e de tubos.

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PROENF SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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Ciclo 9

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Volume 2

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(Continua)

Referências

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