• Nenhum resultado encontrado

BAKHTIN. Sobre o Grotesco

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "BAKHTIN. Sobre o Grotesco"

Copied!
28
0
0

Texto

(1)

BA

BAKHTKHTIN, MikhaIN, Mikhail.il. A cultura  A cultura popular popular na na Idade Idade Média Média e e no no RenascimentoRenascimento; ; oo

contexto de François Rabelais. 7a ed. Tradç!o de "ara Fra#eschi $ieira. %!o contexto de François Rabelais. 7a ed. Tradç!o de "ara Fra#eschi $ieira. %!o &alo' Hcitec, ()*).

&alo' Hcitec, ()*).

Trechos selecionados – sobre o Grotesco Trechos selecionados – sobre o Grotesco

[16]

[16]  +... -osta/se assinalar a 0redoin1ncia exce0cional 2e te na  +... -osta/se assinalar a 0redoin1ncia exce0cional 2e te na

obra de Rabelais

obra de Rabelais o o princprincípio da ípio da vida matervida material e ial e corpcorporal:oral: ia3ia3ens do ens do cor0cor0o, o, dada

bebida, da coida, da satis4aç!o de necessidades natrais, e da 5ida sexal. bebida, da coida, da satis4aç!o de necessidades natrais, e da 5ida sexal. %!o ia3ens exa3eradas e hi0ertro6adas. Al3ns batiara a Rabelais coo o %!o ia3ens exa3eradas e hi0ertro6adas. Al3ns batiara a Rabelais coo o 3ran

3rande de 0oet0oeta a 8da 8da carcarne8 ne8 e e 8do 8do 5ent5entrere8 8 +$+$ictoictor r HH3o, 0or 3o, 0or exexe0e0lolo. . 9t9troros s oo ce

cennssrararra a 0o0or r sse e 8686sisioololo33isiso o 3r3roosssseieirroo8, 8, sese  8b8bioiololo3i3isso8 o8 e e sese 8n

8natatrralalisisoo8, 8, eetctc. . 9s 9s dedeaiais s aattorores es ddo o RReennaasscciieenntto o ++BBooccccaacccicioo,, %hak

%hakes0ees0eareare, , -er5-er5antesantes  rere5elar5elara a a a 0r0ro0eno0ens!o s!o an:loan:lo3a, 3a, eboebora ra enoenoss acentada. Al3ns a inter0retara coo a 8reabilitaç!o da carne8 t0ica da acentada. Al3ns a inter0retara coo a 8reabilitaç!o da carne8 t0ica da <0oca, sr3ida coo reaç!o ao ascetiso edie5al. =s 5ees, otros 2isera <0oca, sr3ida coo reaç!o ao ascetiso edie5al. =s 5ees, otros 2isera 5e

5er r nenele le a a aani4ni4esestaçtaç!o !o t0t0ica ica do do 0r0rincinc0i0io o brbr33>s, >s, ististo o <, <, do do intintereresessese aterial do 8indi5do econ?ico8, no se as0ecto 0ri5ado e e3osta.

aterial do 8indi5do econ?ico8, no se as0ecto 0ri5ado e e3osta. As ex0licaç@es desse ti0o s!o a0enas 4oras de

As ex0licaç@es desse ti0o s!o a0enas 4oras de modernizaçãomodernização das ia3ensdas ia3ens

a

ateteririais ais e e cocor0r0ororais ais da da liliterteratatrra a do do RRenenasascicienentoto; ; s!s!o/lo/lhehes s atatriribbddasas si3ni6caç@es restritas e odi6cadas de acordo co o sentido 2e a 8at<ria8, o si3ni6caç@es restritas e odi6cadas de acordo co o sentido 2e a 8at<ria8, o 8c

8coror0o0o8 8 e e a a 8585idida a aateteririalal8 8 +c+cooerer, , bebebeber, r, nenececessssididadades es nanattraraisis, , etetc.c. ad2irira nas conce0ç@es dos s<clos se3intes +sobretdo o s<clo I.

ad2irira nas conce0ç@es dos s<clos se3intes +sobretdo o s<clo I. No

No ententantanto, o, as as iia3ea3ens ns rre4ee4ererententes s ao ao 0r0rincinc0i0io o atatererial ial e e corcor0or0oral al cc Ra

Rabelbelais ais +e +e nos deainos deais s aatortores es do do RRenaenasciscienento s!o to s!o a a herherançançaa [17][17] ++

0oco odi6cada, 0ara dier a 5erdade da cltra c?ica 0o0lar, de  ti0o 0oco odi6cada, 0ara dier a 5erdade da cltra c?ica 0o0lar, de  ti0o 0ec

0ecliar de liar de ia3ia3ens e, ens e, ais a0lais a0laenaente, de te, de a a conce0conce0ç!o ç!o est<ticest<tica a da da 5ida5ida 0r:tica 2e caracteria essa cltra e a di4erencia claraente das cltras dos 0r:tica 2e caracteria essa cltra e a di4erencia claraente das cltras dos s<c

s<clolos s 0os0osterterioriores es +a +a 0ar0artir tir do do -l-lasassicsicisisoo. . $$aaos os dadar r a a esessa sa coconcnce0çe0ç!o !o oo noe con5encional de

noe con5encional de realismo grotesco.realismo grotesco.

No realis

No realiso o 3ro3rotesctesco o +ist+isto o <, no <, no sistsistea, de ea, de ia3enia3ens s da cltra da cltra c?c?icaica 0o0lar, o 0rinc0io aterial e cor0oral a0arece sob a 4ora ni5ersal, 4esti5a e 0o0lar, o 0rinc0io aterial e cor0oral a0arece sob a 4ora ni5ersal, 4esti5a e t0ica. 9 csico, o social e o cor0oral est!o li3ados indissol5elente na t0ica. 9 csico, o social e o cor0oral est!o li3ados indissol5elente na totalidade 5i5a e indi5is5el. C  conDnto ale3re e ben4aeDo.

totalidade 5i5a e indi5is5el. C  conDnto ale3re e ben4aeDo. No

No rreaealilisso o 3r3rototesescoco, , o o eleleeenento to aateteririal al e e cocor0r0ororal al < <   0r0rinincc0i0ioo 0r

0ro4o4nndadaeentntee  positivo, positivo, 22e e nene  a0a0ararecece e sosob b a a 4o4orra a e3e3ooststa, a, nene

se

se0a0ararado do dodos s dedeaais is asas0e0ectctos os da da 5i5idada.. O prO prinincícípipio o mamateteririal al e e cocorprpororalal << 0er

0ercebido coocebido coo universal e popular,universal e popular, e coo tal o0@e/se a todae coo tal o0@e/se a toda separação dasseparação das raízes materiais e corporais do mundo,

raízes materiais e corporais do mundo, a todoa todo isolamento e confnamento em siisolamento e confnamento em si m

meessmmoo,, a a totodo do cacarr:t:ter er idideaeal l ababststrratato,o, a a totoda da prpretetenensãsão o de de sigsignifnifcacaçãoção de

(2)

ad2

ad2ireire  sisiltanltaneaeeaente nte   carcar:ter csi:ter csico co e e nini5er5ersalsal; ; n!o se n!o se trtrata ata dodo cor

cor0o 0o e e da 6sioda 6siololo3ia no 3ia no sensentidtido o rerestrstrito ito e e detdetererininado ado 2e 2e t> t> e e nonossassa <0oca; ainda n!o est!o co0letaente sin3lariados ne se0arados do resto <0oca; ainda n!o est!o co0letaente sin3lariados ne se0arados do resto do ndo.

do ndo.

9 0orta/5o do 0rinc0io aterial e cor0oral n!o < a2i ne o ser biol3ico 9 0orta/5o do 0rinc0io aterial e cor0oral n!o < a2i ne o ser biol3ico isol

isolado ne ado ne o o e3oe3osta indi5dsta indi5do br3o br3>s, as>s, as o povo,o povo,  0o5o  0o5o 22e e na sana sa

e5olç!o cresce e se reno5a constanteente. &or isso o eleento cor0oral < t!o e5olç!o cresce e se reno5a constanteente. &or isso o eleento cor0oral < t!o a

a3n3n66coco, , eexaxa3e3erradado o e e inin66ninitoto. . EsEsse se exexa3a3erero o tete    cacar:r:teterr  positivo e positivo e afrmativo.

afrmativo. 9 centro ca0ital de 9 centro ca0ital de todas essas ia3entodas essas ia3ens da 5ida cor0oral e aterials da 5ida cor0oral e aterial

s!o a 4ertilidade, o cresciento e a

s!o a 4ertilidade, o cresciento e a s0erabnd1ncia. As ani4estaç@es da 5idas0erabnd1ncia. As ani4estaç@es da 5ida aterial e cor0oral n!o s!o atribdas a  ser biol3ico isolado o a  aterial e cor0oral n!o s!o atribdas a  ser biol3ico isolado o a  indi

indi5do 5do 8eco8econ?in?ico8 co8 0ar0articlticlarar e e e3e3oosstta, a, as as a a a a ees0s0<c<cie ie dde e ccoorr00oo 0o

0o00lalar, r, cocoletleti5o i5o e e 3e3en<n<ririco co +e+esclsclarareceecerreoeos s aais is tartarde de o o sesentidntido o dedessssasas a6raç@es. A abnd1ncia e a ni5ersalidade deterina 0or sa 5e o car:ter a6raç@es. A abnd1ncia e a ni5ersalidade deterina 0or sa 5e o car:ter

al

alegegre re e e eeststivivoo +n+n!o !o cocotidtidianiano o dadas s iaia3e3ens ns rere4er4erententes es   5id5ida a ataterierial al ee

cor0oral. 9 0rinc0io aterial e cor0oral < o 0rinc0io da 4esta, do ban2ete, da cor0oral. 9 0rinc0io aterial e cor0oral < o 0rinc0io da 4esta, do ban2ete, da ale3ria, da 84estança8. Esse as0ecto sbsiste

ale3ria, da 84estança8. Esse as0ecto sbsiste consideravelmenteconsideravelmente na literatra ena literatra e

na arte do Renasciento, e sobretdo e Rabelais. na arte do Renasciento, e sobretdo e Rabelais.

9

9 ttraraço ço ararcacantnte e ddo o rreaealilisso o 3r3rototesesco co < < oo rere!ai!ai"a"amementnto,o, iisstto o <<, , aa

tr

tranans4s4erer>n>ncicia a ao ao 0l0lanano o aateteririal al e e cocor0r0ororalal, , o o da da teterrra ra e e do do cocor0r0o o na na ssaa indi

indissolssolG5el nidaG5el nidade, de de, de tdtdo o 2e < 2e < ele5ele5ado, es0irado, es0iritaital, ideal l, ideal e e abstabstratorato. . C C oo caso, 0or exe0lo, da

caso, 0or exe0lo, da #oena #$priani %A #eia de #iprião&#oena #$priani %A #eia de #iprião& 2e D: encionaos,2e D: encionaos,

e de 5:rias otras 0ardias latinas da Idade M<dia cDos atores e 3rande e de 5:rias otras 0ardias latinas da Idade M<dia cDos atores e 3rande 0ar

0arte te exextratrarara  da da BbBblia,lia, [18][18] dos E5an3elhos e de otros textos sa3rados dos E5an3elhos e de otros textos sa3rados

todos os detalhes ateriais e cor0orais de3radantes e terra/a/terra. E certos todos os detalhes ateriais e cor0orais de3radantes e terra/a/terra. E certos di:lo3os c?icos ito 0o0lares na Idade M<dia coo, 0or exe0lo, os 2e di:lo3os c?icos ito 0o0lares na Idade M<dia coo, 0or exe0lo, os 2e ant> %alo!o e Marcl, h:  contra0onto entre as :xias salo?nicas, ant> %alo!o e Marcl, h:  contra0onto entre as :xias salo?nicas, ex0ressas e  to 3ra5e e ele5ado, e as :xias Docosas e 0edestres do ex0ressas e  to 3ra5e e ele5ado, e as :xias Docosas e 0edestres do b4

b4!o !o MarMarcl cl 2e 2e se se rre4ere4ere e todtodas as 0r0reeeeditditadaeadaente nte ao ao nndo do ateaterialrial +bebida, coida, di3est!o, 5ida sexal.

+bebida, coida, di3est!o, 5ida sexal.** C 0reciso esclarecer, tab<, 2e C 0reciso esclarecer, tab<, 2e 

do

dos s 0r0roceocedidiententos os tt0ic0icos os da da coiccoicidade idade ediedie5al e5al consconsistia istia e e transtrans4erir 4erir asas ceri?nias e ritos ele5ados ao 0lano aterial e cor0oral; assi 4aia os b4@es ceri?nias e ritos ele5ados ao 0lano aterial e cor0oral; assi 4aia os b4@es d

drarantnte e os os tortorneineios, os, as as cerceri?i?nianias s de de iniiniciaciaç!o ç!o dos dos ca5ca5aleialeiroros s e e e e ootratrass oc

ocasasi@i@es es sosolelenenes. s. NNeerrososas as dede3r3radadaçaç@e@es s da da idideoeololo3i3ia a e e do do ceceririooninialal ca5al

ca5aleireeiresco 2e sco 2e a0ara0arece noece no 'om (ui"'om (ui"oteote,, s!o ins0iradas 0ela tradiç!o dos!o ins0iradas 0ela tradiç!o do

realiso 3rotesco. realiso 3rotesco.

A 3ra:tica Docosa esta5a ito e 5o3a no abiente escolar e clto da A 3ra:tica Docosa esta5a ito e 5o3a no abiente escolar e clto da IIddaadde e MM<<ddiiaa. . EEssssa a ttrradadiiçç!!oo, , 22e e rreeoonntta a aoao ))erergigililius us grgramammamatiticucus,s,  D: D:

encionado, estende/se ao lon3o da Idade M<dia e do Renasciento e sbsiste encionado, estende/se ao lon3o da Idade M<dia e do Renasciento e sbsiste ainda hoDe orale

ainda hoDe oralente nas escolas, col<3ionte nas escolas, col<3ios s e e sein:riosein:rios s reli3ioreli3iosos da sos da Ero0Ero0aa 9cid

9cidentaental. l. NesNessa sa 3ra3ra:tic:tica a ale3rale3re, e, todatodas s as as catecate3or3orias ias 3ra3raatiaticaiscais, , casocasos,s, 4oras 5erbais, etc., s!o trans4eridas ao 0lano aterial e cor0oral, sobretdo 4oras 5erbais, etc., s!o trans4eridas ao 0lano aterial e cor0oral, sobretdo ertico.

ertico. *

* 9s di:lo3os de %alo!o e Marcl, de3radantes e 0edestres, s!o ito se9s di:lo3os de %alo!o e Marcl, de3radantes e 0edestres, s!o ito seelhantelhantes aos di:lo3os 2ees aos di:lo3os 2e entret> . ixote e %ancho &ança.

(3)

N!o s!o a0enas as 0ardias no sentido estrito do tero, as tab< todas as otras 4oras do realiso 3rotesco 2e rebaixa, a0roxia da terra e cor0ori6ca. Essa < a 2alidade essencial desse realiso, 2e o se0ara das deais 4oras 8nobres8 da literatra e da arte edie5al. 9 riso 0o0lar 2e or3ania todas as 4oras do realiso 3rotesco, 4oi se0re li3ado ao baixo aterial e cor0oral. 9 riso de3rada e aterialia.

e car:ter asse, 0ortanto, essas degradaç*es t0icas do realiso

3rotescoJ &ara essa 0er3nta dareos a3ora a0enas a res0osta 0reliinar, a 5e 2e o estdo da obra de Rabelais nos 0eritir:, nos 0rxios ca0tlos, 0recisar, a0liar e a0ro4ndar a nossa conce0ç!o dessas 4oras.

No realiso 3rotesco, a de3radaç!o do sblie n!o te  car:ter 4oral o relati5o. 9 8alto8 e o 8baixo8 0osse a  sentido absolta e ri3orosaente topogr+fco. 9 8alto8 < o c<; o 8baixo8 < a terra; a terra < o

0rinc0io de absorç!o +o tGlo, o 5entre e, ao eso te0o, de nasciento e ressrreiç!o +o seio aterno. Este < o 5alor to0o3r:6co do alto e do baixo no se as0ecto csico. No se as0ecto corporal, 2e n!o est: nnca se0arado

co ri3or do se as0ecto csico, o alto < re0resentado 0elo rosto +a cabeça, e o [19] baixo 0elos r3!os 3enitais, o 5entre e o traseiro. 9 realiso 3rotesco e

a 0ardia edie5al baseia/se nessas si3ni6caç@es absoltas. Rebaixar consiste e a0roxiar da terra, entrar e conh!o co a terra concebida coo  0rinc0io de absorç!o e, ao mesmo tempo, de nasciento' 2ando se de3rada,

aortalha/se e seeia/se siltaneaente, ata/se e d:/se a 5ida e se3ida, ais e elhor. e3radar si3ni6ca entrar e conh!o co a 5ida da 0arte in4erior do cor0o, a do 5entre e dos r3!os 3enitais, e 0ortanto co atos coo o coito, a conce0ç!o, a 3ra5ide, o 0arto, a absorç!o de alientos e a satis4aç!o das necessidades natrais. A de3radaç!o ca5a o tGlo cor0oral 0ara dar l3ar a  novo nasciento. E 0or isso n!o te soente  5alor

destrti5o, ne3ati5o, as tab<  0ositi5o, re3enerador' < am!ivalente, ao eso te0o ne3aç!o e a6raç!o. &reci0ita/se n!o a0enas 0ara o baixo, 0ara o nada, a destriç!o absolta, as tab< 0ara o baixo 0rodti5o, no 2al se realia a conce0ç!o e o renasciento, e onde tdo cresce 0ro4saente. 9 realiso 3rotesco n!o conhece otro baixo; o baixo < a terra 2e d: 5ida, e o seio cor0oral; o baixo < se0re o começo.

&or isso a 0ardia edie5al n!o se 0arece e nada co a 0ardia liter:ria 0raente 4oral da nossa <0oca.

A 0ardia oderna tab< de3rada, as co  car:ter exclsi5aente ne3ati5o, carente de abi5al>ncia re3eneradora. &or isso a 0ardia, coo 3>nero, e as de3radaç@es e 3eral n!o 0odia conser5ar, na <0oca oderna, e5identeente, sa iensa si3ni6caç!o ori3inal.

As de3radaç@es +0ardicas e de otros ti0os s!o tab< caractersticas da literatra do Renasciento, 2e 0er0eta desta 4ora as elhores tradiç@es da cltra c?ica 0o0lar +de odo 0articlarente co0leto e 0ro4ndo e Rabelais. Mas D: nessa <0oca o 0rinc0io aterial e cor0oral da de sentido, torna/se cada 5e ais . restrito e se natraliso e se car:ter 4esti5o atena/se. No entanto, esse 0rocesso est: a0enas coeçando nessa altra,

(4)

coo o deonstra claraente o exe0lo do '. (ui"ote.

A linha 0rinci0al das de3radaç@es 0ardicas cond e -er5antes a a rea0roxiaç!o da terra, a a conh!o co a 4orça 0rodtora e

regeneradora da terra e do cor0o. C a 0rolon3aç!o da linha 3rotesca. Mas, ao

eso te0o, o 0rinc0io aterial e cor0oral D: se e0obrece e se debilito  0oco. Est: n estado de crise e desdobraento ori3inais, e as ia3ens da 5ida aterial e cor0oral coeça a ad2irir a 5ida d0la.

9 3rande 5entre de %ancho &ança, se a0etite e sa sede s!o ainda 4ndaental e 0ro4ndaente carna5alescos; sa inclinaç!o 0ara a abnd1ncia e a 0lenitde n!o te ainda car:ter e3osta e 0essoal, < a 0ro0ens!o 0ara a abnd1ncia 3eral. %ancho <  descendente direto dos anti3os de?nios 0ançdos da 4ecndidade 2e 0odeos [20] 5er, 0or exe0lo, nos c<lebres

5asos corntios. Nas ia3ens da bebida e da coida est!o ainda 5i5as as ideias do ban2ete e da 4esta. 9 aterialiso de %ancho, se 5entre, se a0etite, sas abndantes necessidades natrais constite o 8in4erior absolto8 do realiso 3rotesco, o ale3re tGlo cor0oral +a barri3a, o 5entre e a terra aberto 0ara acolher o idealiso de o ixote,  idealiso isolado, abstrato e insens5el; ali o 8ca5aleiro da triste 63ra8 0arece de5er orrer 0ara renascer no5o, elhor e aior; %ancho < o correti5o natral, cor0oral e ni5ersal das 0retens@es indi5idais, abstratas e es0iritais; al< disso, %ancho re0resenta tab< o riso coo correti5o 0o0lar da 3ra5idade nilateral dessas 0retens@es es0iritais +o baixo absolto ri se cessar, < a orte risonha 2e en3endra a 5ida. 9 0a0el de %ancho &ança e relaç!o a . ixote 0ode ser co0arado ao das 0ardias edie5ais diante das ideias e cltos sblies; ao 0a0el do b4!o 4rente ao cerionial s<rio; ao da #arnage- e relaç!o 

aresa, etc. 9 ale3re 0rinc0io re3enerador existe ainda, ebora na 4ora atenada, nas ia3ens terra/a/terra dos oinhos de 5ento +3i3antes, alber3es +castelos, rebanhos de cordeiros e o5elhas +ex<rcitos de ca5aleiros, estalaDadeiros +castel!es, 0rostittas +daas da nobrea, etc. C  t0ico carna5al 3rotesco, 2e con5erte o cobate e coinha e ban2ete, as aras e aradras e tenslios de coinha e 5asilhas de barbear, e o san3e e 5inho +e0isdio do cobate co os odres de 5inho, etc.

Esse < o sentido 0riordial e carna5alesco da 5ida 2e a0arece nas ia3ens ateriais e cor0orais no roance de -er5antes. C 0recisaente esse sentido 2e ele5a o estilo do se realiso, se ni5ersaliso e se 0ro4ndo to0iso 0o0lar.

&or otro lado, entretanto, os cor0os e obDetos coeça a ad2irir, e -er5antes,  car:ter 0ri5ado e 0essoal, e 0or casa disso se a0e2ena e se doestica, s!o de3radados ao n5el de acessrios i5eis da 5ida cotidiana indi5idal, ao de obDetos de deseDo e de 0osse e3ostas. : n!o < o in4erior 0ositi5o, ca0a de en3endrar a 5ida e reno5ar, as  obst:clo estG0ido e oribndo 2e se le5anta contra as as0iraç@es do ideal. Na 5ida cotidiana dos indi5dos isolados as ia3ens do 8in4erior8 cor0oral conser5a a0enas se 5alor ne3ati5o, e 0erde 2ase totalente sa 4orça 0ositi5a; sa relaç!o co ( &erodo e 2e era 0eritido coer carne.

(5)

a terra e o cosos ro0e/se e as ia3ens do 8in4erior8 cor0oral 6ca redidas s ia3ens natralistas do erotiso banal. No entanto, esse 0rocesso est: a0enas coeçando e -er5antes.

Esse se3ndo as0ecto da 5ida das ia3ens ateriais e cor0orais cobina/ se co o 0rieiro na nidade co0lexa e contraditria. [21] E < a 5ida

d0la, intensa e contraditria dessas ia3ens 2e constiti a sa 4orça e o se realiso histrico s0erior. Isso constiti o draa ori3inal do 0rinc0io aterial e cor0oral na literatra do Renasciento' o cor0o e as coisas s!o sbtrados  nidade da terra 3eradora e se0arados do cor0o ni5ersal, 2e cresce e se reno5a se cessar, nos 2ais esta5a nidos na cltra 0o0lar.

Na consci>ncia artstica e ideol3ica do Renasciento, essa r0tra n!o se consara ainda 0or co0leto; o 8baixo8 aterial e cor0oral do realiso 3rotesco c0re ainda sas 4nç@es ni6cadoras, de3radantes, destronadoras, as ao eso te0o re3eneradoras. N!o i0orta 2!o dis0ersos, desnidos e indi5idaliados esti5esse os cor0os e as coisas 80articlares8, o realiso do Renasciento n!o cortara ainda o cord!o bilical 2e os li3a5a ao 5entre 4ecndo da terra e do 0o5o. 9 cor0o e as coisas indi5idais n!o coincide ainda consi3o eso, n!o s!o id>nticos a si esos, coo no realiso natralista dos s<clos 0osteriores; 4ora 0arte ainda do conDnto aterial e cor0oral do ndo e cresciento e ltra0assa, 0ortanto, os liites do se indi5idaliso; o 0articlar e o ni5ersal est!o ainda 4ndidos na nidade contraditria. A 5is!o carna5alesca do ndo L a base 0ro4nda da literatra do Renasciento.

A co0lexidade do realiso do Renasciento n!o 4oi ainda s6cienteente esclarecida. %!o das as conce0ç@es do ndo 2e se entrecra no realiso renascentista' a 0rieira deri5a da cltra c?ica 0o0lar; a otra, ti0icaente br3esa, ex0ressa  odo de exist>ncia 0reestabelecido e 4ra3ent:rio. As altern1ncias dessas das linhas contraditrias caracteria o realiso renascentista. 9 0rinc0io aterial e cresciento, ines3ot:5el, indestrt5el, s0erabndante, 0rinc0io eternaente ridente, destronador e reno5ador, associa/se contraditoriaente ao 80rinc0io aterial8 abastardado e rotineiro 2e 0reside  5ida da sociedade de classes.

C i0rescind5el conhecer o realiso 3rotesco 0ara co0reender o realiso do Renasciento, e otras nerosas ani4estaç@es dos 0erodos 0osteriores do realiso. 9 ca0o da literatra realista dos tr>s Gltios s<clos est: 0raticaente Dncado de destroços do realiso 3rotesco, destroços 2e s 5ees, a0esar disso, s!o ca0aes de rec0erar sa 5italidade. Na aioria dos casos, trata/se de ia3ens 3rotescas 2e 0erdera o debilitara se 0olo 0ositi5o, sa relaç!o co  ni5erso e e5olç!o, < a0enas atra5<s da co0reens!o do realiso 3rotesco 2e se 0ode entender o 5erdadeiro 5alor desses destroços o dessas 4oras ais o enos 5i5as.

A ia3e 3rotesca caracteria  4en?eno e estado de trans4oraç!o, de etaor4ose ainda inco0leta, no est:3io da orte e do nasciento, do cresciento e da e5olç!o. A atitde e relaç!o ao tempo,  evolução, < 

(6)

se3ndo traço indis0ens:5el, 2e decorre do 0rieiro, < sa am!ivalncia/ os dois polos da mudança  o antigo e o novo, o 0ue morre e o 0ue nasce, o  princípio e o fm da metamorose  s!o ex0ressados +o esboçados e a o

otra 4ora.

A atitde e relaç!o ao te0o 2e est: na base dessas 4oras, sa 0erce0ç!o e toada de consci>ncia, drante se desen5ol5iento no crso dos il>nios, so4re, coo < natral, a e5olç!o e trans4oraç@es sbstanciais. Nos 0erodos iniciais o arcaicos do 3rotesco, o te0o a0arece coo a si0les Dsta0osiç!o +0raticaente silt1nea das das 4ases do desen5ol5iento' coeço e 6' in5erno/0ria5era, orte/nasciento. Essas ia3ens ainda 0riiti5as o5e/se no crclo biocsico do ciclo 5ital 0rodtor da natrea e do hoe. A scess!o das estaç@es, a seeadra, a conce0ç!o, a orte e o cresciento s!o os co0onentes dessa 5ida 0rodtora. A noç!o

implícita do te0o contida nessas anti2ssias ia3ens < a noç!o do te0o

cclico da 5ida natral e biol3ica.

Mas, e5identeente, as ia3ens 3rotescas n!o 0eranece nesse est:3io 0riiti5o. 9 sentiento do te0o e da scess!o das estaç@es 2e lhes < 0r0rio, a0lia/se, a0ro4nda/se e abarca os 4en?enos sociais e histricos; se car:ter cclico < s0erado e ele5a/se  conce0ç!o histrica do te0o. E ent!o as ia3ens 3rotescas, co sa atitde 4ndaental diante da scess!o das estaç@es, co sa abi5al>ncia, con5erte/se no 0rinci0al eio de ex0ress!o artstica e ideol3ica do 0oderoso sentiento da histria e da altern1ncia histrica, 2e sr3e co exce0cional 5i3or no Renasciento.

No entanto, eso nesse est:3io, e sobretdo e Rabelais, as ia3ens 3rotescas conser5a a natrea ori3inal, di4erencia/se claraente das ia3ens da 5ida cotidiana, 0reestabelecidas e 0er4eitas. %!o ia3ens abi5alentes e contraditrias 2e 0arece dis4ores, onstrosas e horrendas, se consideradas do 0onto de 5ista da est<tica 8cl:ssica8, isto <, da est<tica da

vida cotidiana preesta!elecida e completa. A nova percepção ist1rica 2e as

tres0assa, con4ere/lhes  sentido di4erente, ebora conser5ando se conteGdo e at<ria tradicional' o coito, a 3ra5ide, o 0arto, o cresciento cor0oral, a 5elhice, a desa3re3aç!o e o des0edaçaento cor0oral, etc., co toda a sa aterialidade iediata, contina sendo os eleentos 4ndaentais do sistea de ia3ens 3rotescas. %!o ia3ens 2e se o0@e s ia3ens cl:ssicas do cor0o hano acabado, 0er4eito e e 0lena atridade, de0rado das escrias do nasciento e do desen5ol5iento.

Entre as c<lebres 63ras de terracota de Kertch, 2e se conser5a no Mse lOErita3e de Penin3rado, destaca/se velas gr+vidas cDa 5elhice e

3ra5ide s!o 3rotescaente sblinhadas. Pebreos ainda [23]  2e, al<

disso, essas 5elhas 3r:5idas riem.2  Trata/se de  ti0o de 3rotesco ito

caracterstico e ex0ressi5o,  3rotesco abi5alente' < a orte 0renhe, a orte Q $er, a esse res0eito, H. Reich' 'er Mimus. 3in literar4ent5ic6lungsges4cictlicer

)ersuc, %O mimo. 3nsaio de uma ist1ria da evolução liter+ria&. Berli, *)Q. 9 ator

analisa/as de aneira s0er6cial, de  0onto de 5ista natralista. +Rei0resso' Hildeshei, No5a "ork, Seor3 $erla3, *7.

(7)

2e d:  l. N!o h: nada 0er4eito, nada est:5el o calo no cor0o dessas 5elhas. -obina/se ali o cor0o desco0osto e dis4ore da 5elhice e o cor0o ainda ebrion:rio da no5a 5ida. A 5ida se re5ela no se 0rocesso abi5alente, interiorente contraditrio. N!o h: nada 0er4eito ne co0leto, < a 2intess>ncia da inco0letde. Essa < 0recisaente a conce0ç!o 3rotesca do cor0o.

E o0osiç!o aos c1nones odernos, o cor0o 3rotesco n!o est: se0arado do resto do ndo, n!o est: isolado, acabado ne 0er4eito, as ltra0assa/se a si eso, 4ran2eia ses 0r0rios liites. -oloca/se >n4ase nas 0artes do cor0o e 2e ele se abre ao ndo exterior, isto <, onde o ndo 0enetra nele o dele sai o ele eso sai 0ara o ndo, atra5<s de ori4cios, 0rotber1ncias,

rai6caç@es e excresc>ncias, tais coo a boca aberta, os r3!os 3enitais, seios, 4alo, barri3a o nari, < e atos tais coo o coito, a 3ra5ide, o 0arto, a a3onia, o coer, o beber, e a satis4aç!o de necessidades natrais, 2e o cor0o re5ela sa ess>ncia coo 0rinc0io e cresciento 2e ltra0assa ses 0r0rios liites. C  cor0o eternaente inco0leto, eternaente criado e criador,  elo na cadeia da e5olç!o da es0<cie o, ais exataente, dois elos obser5ados no 0onto onde se ne, onde entra  no otro. Isso < 0articlarente e5idente e relaç!o ao 0erodo arcaico do 3rotesco.

Ua das tend>ncias 4ndaentais da ia3e 3rotesca do cor0o consiste e exibir dois corpos em um:  2e d: a 5ida e desa0arece e otro 2e <

concebido, 0rodido e lançado ao ndo. C se0re  cor0o e estado de 0renhe e 0arto, o 0elo enos 0ronto 0ara conceber e ser 4ecndado, co  4alo o r3!os 3enitais exa3erados. o 0rieiro se des0rende se0re, de a 4ora o otra,  cor0o no5o.

-ontrariaente s exi3>ncias dos c1nones odernos, o cor0o < se0re de a idade t!o 0rxia 2anto 0oss5el do nasciento o cia orte' a 0rieira in41ncia < a 5elhice, co >n4ase 0osta na sa 0roxiidade do 5entre o do tGlo, o seio 2e lhe de a 5ida o 2e o se0lto. Mas se3indo essa tend>ncia +0or assi dier, no liite, os dois cor0os se reGne e  s. A indi5idalidade < ostrada no est:3io de 4s!o; a3oniante D:, as ainda inco0leta; <  cor0o siltaneaente no bral do se0lcro e do berço, n!o < ais  Gnico cor0o ne s!o ta0oco dois; dois 0lsos bate dentro dele'  deles, o da !e, est: 0restes a 0arar.

[24] Al< disso, esse cor0o aberto e inco0leto +a3oniante/nascente o

0restes a nascer n!o est: nitidaente deliitado do ndo' est: istrado ao ndo, con4ndido co os aniais e as coisas. C  cor0o csico e re0resenta o conDnto do ndo aterial e cor0oral, e todos os ses eleentos. Nessa tend>ncia, o cor0o re0resenta e encarna todo o ni5erso aterial e cor0oral, concebido coo o in4erior absolto, coo  0rinc0io 2e absor5e e d:  l, coo  se0lcro e  seio cor0orais, coo  ca0o seeado 2e coeça a brotar.

Essas s!o, si0li6cadas, as linhas diretries dessa conce0ç!o ori3inal do cor0o. Ela alcanço sa 0er4eiç!o ais co0leta e 3enial na obra de Rabelais, en2anto 2e e otras obras liter:rias do Renasciento se debilito e dili.

(8)

A esa conce0ç!o 0reside a arte 0ictrica de er?nio Bosch e Bre3hel, o $elho. Al3ns eleentos dessa conce0ç!o encontra/se D: nos a4rescos e baixos/ rele5os 2e decora5a as catedrais e s 5ees eso as i3reDas rrais dos s<clos II e III.

Essas ia3ens do cor0o 4ora es0ecialente desen5ol5idas nas di5ersas 4oras dos es0et:clos e 4estas 0o0lares da Idade M<dia; 4estas dos tolos,

carivaris, carna5ais, 4esta do -or0o de es no se as0ecto 0Gblico e 0o0lar,

diabrras/ist<rios, soties e 4arsas. A cltra edie5al 0o0lar e dos

es0et:clos conhecia a0enas essa conce0ç!o do cor0o.

No donio liter:rio, a 0ardia edie5al baseia/se co0letaente na conce0ç!o 3rotesca do cor0o. Essa conce0ç!o or3ania as ia3ens do cor0o na assa consider:5el de lendas e obras re4erentes s 8ara5ilhas da ndia8 e do ar c<ltico. %er5e tab< de base 0ara as ia3ens cor0orais na iensa literatra de 5is@es de al</tGlo, nas lendas de 3i3antes, na e0o0eia anial,

a!liau" e 7c5an6e +b4onarias ale!s.

En6, essa conce0ç!o do cor0o est: na base das 3rosserias, i0recaç@es e  Draentos, de exce0cional i0ort1ncia 0ara a co0reens!o da literatra do

realiso 3rotesco. Esses eleentos lin3sticos exercera a inV>ncia or3aniadora direta sobre toda a lin3a3e, o estilo e a constrç!o das ia3ens dessa literatra. Era 4rlas din1icas, 2e ex0ressa5a a 5erdade co 4ran2ea e esta5a 0ro4ndaente li3adas, 0or sa ori3e e 4nç@es, s deais 4oras de 8de3radaç!o8 e 8a0roxiaç!o da terra8 do realiso 3rotesco e do Renasciento. As 3rosserias e obscenidades odernas [25] conser5ara

as sobre5i5>ncias 0etri6cadas e 0raente ne3ati5as dessa conce0ç!o do cor0o. Essas 3rosserias +nas sas Glti0las 5ariantes o ex0ress@es, coo 85ai  . ..8, hilha o destinat:rio se3ndo o <todo 3rotesco, isto <, elas o en5ia 0ara o baixo cor0oral absolto, 0ara a re3i!o dos r3!os 3enitais e do 0arto, 0ara o tGlo cor0oral +o os in4ernos cor0orais onde ele ser: destrdo e de no5o 3erado.

Nas 3rosserias conte0or1neas n!o resta 2ase ais nada desse sentido abi5alente e re3enerador, a n!o ser a ne3aç!o 0ra e si0les, o ciniso e o ero inslto; dentro dos sisteas si3ni6cantes e 5alorati5os das no5as ln3as, essas ex0ress@es est!o totalente Isoladas +tab< o est!o na or3aniaç!o do ndo' s!o 4ra3entos de a ln3a estran3eira, na 2al se 0odia otrora dier al3a coisa, as 2e a3ora s ex0ressa insltos carentes de sentido. No entanto, seria absrdo e hi0crita ne3ar 2e conser5a  certo encanto, a0esar de tdo +ali:s, se nenha conotaç!o ertica. &arece dorir nelas a recordaç!o con4sa da 5erdade carna5alesca e de sas anti3as osadias. N!o se coloco ainda ade2adaente o 3ra5e 0roblea de sa indestrt5el 5italidade na ln3a.

Na <0oca de Rabelais, as 3rosserias e i0recaç@es conser5a5a ainda, no donio da ln3a 0o0lar de 2e sai se roance, a si3ni6caç!o inte3ral e sobretdo o se 0olo 0ositi5o e re3enerador. Era 0ro4ndaente li3adas a todas as 4oras de de3radaç!o, herdadas do realiso 3rotesco, aos dis4arces 0o0lares das 4estas e carna5ais, s ia3ens das diabrras e dos in4ernos na

(9)

literatra das 0ere3rinaç@es, das soties, etc. &or isso, essas ex0ress@es 0odia dese0enhar  0a0el 0riordial na sa obra.

C 0reciso assinalar es0ecialente a ex0ress!o estre0itosa 2e assia a conce0ç!o 3rotesca do cor0o nos 0re3@es das 4eiras e na coicidade de 0raça 0Gblica na Idade M<dia e no Renasciento. &or esses eios, essa conce0ç!o se transiti at< a <0oca atal nos ses as0ectos ais be conser5ados' no s<clo $II sobre5i5ia nas 80aradas8 de Tabarin, nas brlas de Trl0in e otros 4en?enos an:lo3os. &ode/se a6rar 2e a conce0ç!o de cor0o do realiso 3rotesco sobre5i5e ainda hoDe +0or ais atenado e desnatraliado 2e seDa o se as0ecto nas 5:rias 4oras atais de c?ico 2e a0arece no circo e nos nGeros de 4eira.

Essa conce0ç!o, de 2e acabaos de dar a 5is!o 0reliinar, encontra/se e5identeente e contradiç!o 4oral co os c1nones liter:rios e 0l:sticos da Anti3idade 8cl:ssica8, 2e constitra a [26] base da est<tica do

Renasciento e aos 2ais a arte n!o este5e indi4erente na sa e5olç!o. Esses c1nones considera ao cor0o de aneira co0letaente di4erente, e otras eta0as da sa 5ida, e relaç@es totalente distintas co o ndo exterior +n!o/cor0oral. &ara eles, o cor0o < al3o ri3orosaente acabado e 0er4eito. Al< disso, < isolado, solit:rio, se0arado dos deais cor0os, 4echado. &or isso, eliina/se tdo o 2e le5e a 0ensar 2e ele n!o est: acabado, tdo 2e se relaciona co se cresciento e sa lti0licaç!o' retira/se as excresc>ncias e brotadras, a0a3a/se as 0rotber1ncias +2e t> a si3ni6caç!o de no5os brotos, rebentos, ta0a/se os ori4cios, 4a/se abstraç!o do estado 0er0etaente i0er4eito do cor0o e, e 3eral, 0assa des0ercebidos a conce0ç!o, a 3ra5ide, o 0arto e a a3onia. A idade 0re4erida < a 2e est: o ais lon3e 0oss5el do seio aterno e do se0lcro, isto <, a4astada ao :xio dos 8brais8 da 5ida indi5idal. -oloca/se >n4ase sobre a indi5idalidade acabada e at?noa do cor0o e 2est!o. Mostra/se a0enas os atos e4etados 0elo cor0o n ndo exterior, nos 2ais h: 4ronteiras ntidas e destacadas 2e se0ara o cor0o do ndo; os atos e 0rocessos intracor0orais +absorç!o e necessidades natrais n!o s!o encionados. 9 cor0o indi5idal < a0resentado se nenha relaç!o co o cor0o 0o0lar 2e o 0rodi.

Essas s!o as tend>ncias 0riordiais dos c1nones da no5a <0oca. C 0er4eitaente co0reens5el 2e, desse 0onto de 5ista, o cor0o do realiso 3rotesco lhes 0areça onstroso, horr5el e dis4ore. C  cor0o 2e n!o te l3ar dentro da 8est<tica do belo8 4orDada na <0oca oderna.

Na nossa introdç!o, assi coo nos ca0tlos se3intes +sobretdo o -a0tlo $, liitao/nos a co0arar os c1nones 3rotesco e cl:ssico da re0resentaç!o do cor0o, estabelecendo as di4erenças 2e os coloca e o0osiç!o, as se 4aer 0re5alecer  sobre o otro. No entanto, coo < natral, colocaos e 0rieiro 0lano a conce0ç!o 3rotesca, a 5e 2e < ela  Mas n!o da Anti3idade e 3eral' na anti3a co<dia drica, no draa satrico, nas 4oras da co<dia siciliana, e Arist4anes, nos ios e atelanas, encontraos a conce0ç!o an:lo3a, assi coo e Hi0crates, Saleno, &lnio, na literatra dos 8ban2etes8, e Atene, &ltarco, Macrbio e itas otras obras da Anti3idade n!o/cl:ssica.

(10)

2e deterina a conce0ç!o das ia3ens da cltra c?ica 0o0lar e Rabelais' nosso 0ro0sito < co0reender a l3ica ori3inal do c1non 3rotesco, sa es0ecial intenç!o artstica. No donio artstico, conheceos o c1non cl:ssico, 2e nos ser5e de 3ia at<  certo 0onto na atalidade; o eso n!o ocorre co o c1non 3rotesco 2e D: h: ito te0o deixo de ser co0reens5el o do 2al teos a0enas a co0reens!o distorcida. A tare4a dos historiadores e tericos da literatra e da arte consiste e reco0or esse c1non, e restabelecer se sentido at>ntico. C inadiss5el inter0ret:/lo se3ndo o 0onto de 5ista das re3ras odernas e nele 5er a0enas os as0ectos 2e delas se a4asta. 9 c1non 3rotesco de5e ser Dl3ado dentro do se 0r0rio sistea.

Neste oento, < i0ortante a0resentar al3as ex0licaç@es. N!o co0reendeos o tero 8c1non8 no sentido restrito de  conDnto [27]

deterinado de re3ras, noras e 0ro0orç@es conscienteente estabelecidas e a0licadas  re0resentaç!o do cor0o hano. entro dessa ace0ç!o estrita, ainda se 0ode 4alar do c1non cl:ssico e certas eta0as deterinadas da sa e5olç!o. Mas a ia3e 3rotesca do cor0o n!o te5e Daais  c1non desse ti0o. %a 0r0ria natrea < antican?nica. E0re3aos o tero 8c1non8 no sentido ais a0lo de tend>ncia deterinada, 0or< din1ica e e 0rocesso de desen5ol5iento, na re0resentaç!o do cor0o e da 5ida cor0oral. Na arte e na literatra do 0assado, obser5aos das tend>ncias desse 3>nero, s 2ais atribos con5encionalente o noe de c1nones 3rotesco e cl:ssico.

eos a2i a de6niç!o desses dois c1nones na sa ex0ress!o 0ra e, 0or assi dier, no se liite. Na realidade histrica 5i5a, esses c1nones +eso o cl:ssico nnca 4ora est:ticos ne it:5eis, as encontra5a/se e constante e5olç!o, 0rodindo di4erentes 5ariedades histricas do cl:ssico e do 3rotesco. Al< disso, se0re ho5e entre os dois c1nones itas 4oras de interaç!o' lta, inV>ncias rec0rocas, entrecraentos e cobinaç@es, Isso < 5:lido sobretdo 0ara a <0oca renascentista, coo D: obser5aos. Inclsi5e e Rabelais, 2e 4oi o 0orta/5o da conce0ç!o 3rotesca do cor0o ais 0ra e conse2ente, existe eleentos do c1non cl:ssico, 0rinci0alente no e0isdio da edcaç!o de Sar3anta 0or &onocrates e no de T<lea. No 2adro do nosso estdo, o ais i0ortante < a di4erença ca0ital entre os dois c1nones na sa ex0ress!o 0ra e sobre cia 4ocaliareos nossa atenç!o.

enoinaos con5encionalente 8realiso 3rotesco8 ao ti0o es0ec6co de ia3ens da cltra c?ica 0o0lar e todas as sas ani4estaç@es. isctireos a se3ir a terinolo3ia escolhida.

-onsidereos e 0rieiro l3ar o 5oc:blo 83rotesco8. $aos ex0or a sa histria, 0aralelaente ao desen5ol5iento do 3rotesco o de sa teoria.

9 <todo de constrç!o das ia3ens 3rotescas 0rocede de a L0oca ito anti3a' encontrao/lo na itolo3ia e na arte arcaica de todos os 0o5os, inclsi5e na arte 0r</cl:ssica dos 3re3os e roanos. N!o desa0arece ta0oco na <0oca cl:ssica; excldo da arte o6cial, contina 5i5endo e desen5ol5endo/se e certos donios 8in4eriores8 n!o/can?nicos' o das artes 0l:sticas c?icas,

(11)

sobretdo as iniatras, coo, 0or exe0lo, as estatetas de terracota 2e D: encionaos, as :scaras c?icas, sil>nios, de?nios da 4ecndidade, estatetas extreaente 0o0lares do dis4ore Tersites, etc; nas 0intras c?icas de 5asos, 0or exe0lo, 63ras de ssias c?icos +H<rcles, Ulisses, cenas de co<dias, etc.; e tab< nos 5astos donios da literatra c?ica, relacionada de a 4ora o otra co as 4estas [28]  carna5alescas; no

draa satrico, anti3a co<dia :tica, ios, etc. Nos 6ns da Anti3idade, o ti0o de ia3e 3rotesca atra5essa a 4ase de eclos!o e reno5aç!o, e abarca 2ase todas as es4eras da arte e da literatra. A0arece ent!o, sob a inV>ncia 0re0onderante da arte oriental, a no5a 5ariedade de 3rotesco. Mas coo o 0ensaento est<tico e artstico da Anti3idade se desen5ol5era no sentido da tradiç!o cl:ssica, n!o se de ao ti0o de ia3e 3rotesca a denoinaç!o 3eral e 0eranente, isto <,  tero es0ecial; ta0oco 4oi reconhecido 0ela teoria, 2e n!o lhe atribi  sentido 0reciso.

9s eleentos essenciais do realiso 4orara/se drante as tr>s 4ases do 3rotesco anti3o' arcaico, cl:ssico e 0s/anti3o. <  erro considerar o 3rotesco anti3o a0enas coo  8natraliso 3rosseiro8, coo s 5ees se 4e. -ontdo, a 4ase anti3a do realiso 3rotesco ltra0assa o 2adro do nosso estdo. Nos ca0tlos se3intes, tratareos a0enas dos 4en?enos 2e inVra na obra de Rabelais.

9 Voresciento do realiso 3rotesco < o sistea de ia3ens da cltra c?ica 0o0lar da Idade M<dia e o se a0o3e < a literatra do Renasciento.

Nessa <0oca, 0recisaente, a0arece o 0r0rio tero 83rotesco8, 2e te5e na sa ori3e a ace0ç!o restrita. E 6ns do s<clo $, esca5aç@es 4eitas e Roa nos sbterr1neos das Teras de Tito trae  l  ti0o de 0intra ornaental at< ent!o desconhecida. Foi chaada de grottesca, deri5ado do

sbstanti5o italiano grotta +3rta. U 0oco ais tarde, decoraç@es

seelhantes 4ora descobertas e otros l3ares da It:lia. ais s!o as caractersticas desse oti5o ornaentalJ

Essa descoberta sr0reende os conte0or1neos 0elo Do3o inslito, 4ant:stico e li5re das 4oras 5e3etais, aniais e hanas 2e se con4ndia e trans4ora5a entre si. N!o se distin3ia as 4ronteiras claras e inertes 2e di5ide esses 8reinos natrais8 no 2adro habital do ndo' no 3rotesco, essas 4ronteiras s!o adaciosaente s0eradas. Ta0oco se 0ercebe a iobilidade habital t0ica da 0intra da realidade' o o5iento deixa de ser o de 4oras co0letaente acabadas  5e3etais e aniais  n ni5erso tab< totalente acabado e est:5el; etaor4oseia/se e o5iento interno da 0r0ria exist>ncia e ex0rie/se na transtaç!o de certas 4oras e otras, no eterno inaca!amento da exist>ncia.

%ente/se, nesse Do3o ornaental, a liberdade e a le5ea [29]

exce0cional na 4antasia artstica; essa liberdade, ali:s, < concebida coo a ale3re osadia, 2ase risonha. E n!o resta dG5ida 2e Ra4ael e ses disc0los co0reendera e transitira co exatid!o o to ale3re dessa decoraç!o

(12)

no5a 2ando, 0intando as 3alerias do $aticano, iitara o estilo 3rotesco.W

Essa < a caracterstica 4ndaental do oti5o ornaental roano no 2al se a0lico 0ela 0rieira 5e essa 0ala5ra in<dita, 2e desi3na5a o 2e se acredita5a ent!o ser  4en?eno no5o. Inicialente, Xe sentido era ito restrito. Mas, na 5erdade, essa 5ariedade do oti5o ornaental roano era a0enas  4ra3ento + caco do Ienso ni5erso da ia3e 3rotesca 2e existi e todas as eta0as de Anti3idade e 2e contino existindo na Idade M<dia e no Renasciento. Esse 4ra3ento reVetia os as0ectos caractersticos desse ienso ni5erso, o 2e asse3ra5a a 5italidade 4tra e 0rodti5a do no5o tero e sa extens!o 3radal ao ni5erso 2ase iliitado do sistea de ia3ens 3rotescas.

Mas a a0liaç!o do 5oc:blo realio/se ito lentaente, se a consci>ncia terica clara acerca da ori3inalidade e da nidade do ndo 3rotesco. A 0rieira tentati5a de an:lise terica o, 0ara ser ais 0reciso, de si0les descriç!o e a0reciaç!o do 3rotesco, 4oi a de $asari 2e, baseando/se sobre  Dl3aento de $itrG5io +ar2iteto roano 2e estdo a arte da <0oca de A3sto, eiti a o0ini!o des4a5or:5el sobre o 3rotesco. $itrG5io, 2e $asari cita co si0atia, condena5a a no5a oda 8b:rbara8 2e consistia e 8borrar as 0aredes co onstros e 5e de 0intar ia3ens claras do ndo dos obDetos8; e otras 0ala5ras, condena5a o estilo 3rotesco a 0artir do 0osiç@es cl:ssicas, coo a 5iolaç!o brtal das 4oras e 0ro0orç@es 8natrais8. Essa era tab< a o0ini!o de $asari. Tal 0osiç!o de5ia, de 4ato, 0redoinar drante ito te0o, Ua co0reens!o ais 0ro4nda e a0la do 3rotesco s a0arecer: na se3nda etade do s<clo $III.

Nos s<clos $II e $III, en2anto reina5a o c1non cl:ssico nos donios da arte e da literatra, o 3rotesco, li3ado  cltra c?ica 0o0lar, esta5a se0arado dela e o se redia ao n5el do c?ico de baixa 2alidade o caa na deco0osiç!o natralista de 2e 4alaos anteriorente. [30]

Nesta <0oca +ais 0recisaente, desde a se3nda etade do s<clo $II, assiste/se a  0rocesso de redç!o, 4alsi6caç!o e e0obreciento 0ro3ressi5os das 4oras dos ritos e es0et:clos carna5alescos 0o0lares. &or  lado, 0rod/se a estatização da 5ida 4esti5a, 2e 0assa a ser a 5ida

de aparato/ 0or otro, introd/se a 4esta no cotidiano, isto <, ela < rele3ada 

5ida 0ri5ada, do<stica e 4ailiar. 9s anti3os 0ri5il<3ios da 0raça 0Gblica e 4esta restrin3e/se cada 5e ais. A 5is!o do ndo carna5alesco, 0articlar, co se ni5ersaliso, sas osadias, se car:ter t0ico e sa orientaç!o 0ara o 4tro, coeça a trans4orar/se e si0les hor 4esti5o. A 4esta

0uase deixa de ser a se3nda 5ida do 0o5o, se renasciento e reno5aç!o

W -iteos ainda a not:5el de6niç!o do 3rotesco 2e d: P. &inski' 8No 3rotesco, a 5ida 0assa 0or todos os est:3ios; desde os in4eriores inertes e 0riiti5os at< os

s0eriores ais 5eis e es0iritaliados, na 3irlanda de 4oras di5ersas 0or< nit:rias. Ao a0roxiar o 2e est: distante, ao nir as coisas 2e se excle entre si, e ao 5iolar as noç@es habitais, o 3rotesco artstico se asseelha ao 0aradoxo l3ico. = 0rieira 5ista o 3rotesco 0arece a0enas en3enhoso e di5ertido, as na realidade 0ossi otras 3randes 0ossibilidades8. +P. &inski'O realismo na época renascentista, Mosco,

(13)

te0or:rios. %blinhaos o ad5<rbio 0uase 0or2e, na 5erdade, o 0rinc0io da 4esta 0o0lar do carna5al < indestrt5el. Ebora redido e debilitado, ele ainda assi contina a 4ecndar os di5ersos donios da 5ida e da cltra.

H:  as0ecto 0articlar desse 0rocesso 2e de5e ser assinalado. A literatra desses s<clos n!o est: ais sbetida  inV>ncia direta da debilitada cltra 4esti5a 0o0lar. A conce0ç!o carna5alesca do ndo e o sistea de ia3ens 3rotescas contina 5i5endo e transitindo/se nicaente na tradiç!o liter:ria, 0rinci0alente na do

Renasciento.

Ao 0erder ses laços 5i5os co a cltra 0o0lar da 0raça 0Gblica, ao tornar/se a era tradiç!o liter:ria, o 3rotesco de3enera. Assiste/se a a certa ormalização das ia3ens 3rotescas do carna5al, o 2e 0erite a

di4erentes tend>ncias tili:/las 0ara 6ns di5ersos. Essa 4oraliaç!o n!o 4oi a0enas exterior' a ri2ea da 4ora 3rotesca e carna5alesca, se 5i3or artstico e herstico, 3eneraliador, sbsiste e todos os acontecientos i0ortantes da <0oca +s<clos $II e $III' na commedia dell8arte +2e

conser5a sa relaç!o co o carna5al de onde 0ro5<, nas co<dias de MoliYre +a0arentadas co a commedia dell8arte&, no roance c?ico e

tra5estis do s<clo $II, nos roances 6los6cos de $oltaire e iderot %9es !iou" indiscrets, ;ac0ues le <ataliste&, nas obras de %Zi4t e 5:rias otras.

Nesses casos, a0esar das di4erenças de car:ter e orientaç!o, a 4ora do 3rotesco carna5alesco c0re 4nç@es seelhantes; ilina a osadia da in5enç!o, 0erite associar eleentos hetero3>neos, a0roxiar o 2e est: distante, aDda a liberar/se do 0onto de 5ista doinante sobre o ndo, de todas as con5enç@es e de eleentos banais e habitais, coente aditidos; 0erite olhar o ni5erso co no5os olhos, co0reender at< 2e 0onto < relati5o tdo o 2e existe, e 0ortanto 0erite co0reender a 0ossibilidade de a orde totalente di4erente do ndo.

Mas a co0reens!o te1rica clara e 0recisa da nidade dos as0ectos 2e

abarca o tero grotesco e do se car:ter artstico es0ec6co, 0ro3ride ito

lentaente. Ali:s, o 0r0rio tero te5e os ses sbstittos [31]' 8arabesco8

+a0licado essencialente aos oti5os ornaentais e 8brlesco8 +a0licado  literatra. &or casa do 0onto de 5ista cl:ssico doinante na est<tica, essa co0reens!o terica era ainda I0oss5el.

Na se3nda etade do s<clo $III, ocorre danças 4ndaentais no ca0o liter:rio e est<tico. Na Aleanha, discte/se ardorosaente a 0ersona3e Arle2i, 2e ent!o 63ra5a obri3atoriaente e todas as re0resentaç@es teatrais, eso as ais s<rias. Sottsched e os deais re0resentantes do classiciso 0retendia ex0lsar Arle2i da cena 8s<ria e decente8, e o conse3ira 0or al3 te0o. Pessin3, 0elo contr:rio, sai e de4esa de Arle2i.

Esse 0roblea a0arenteente restrito era ito ais a0lo, encobrindo alternati5as de 0rinc0io' 0odia aditir/se dentro da est<tica de belea e do sblie eleentos 2e n!o corres0ondia aos ses re2isitosJ E otras 0ala5ras, 0odia/se aditir o 3rotescoJ sts M[ser dedico  0e2eno estdo

(14)

+0blicado e *7L* a esse 0roblea' =arle6in oder die )erteidigung des >rotes64?omiscen %Arle0uim ou a deesa do c@mico grotesco&. Arle2i e

0essoa 4ala5a e de4esa do 3rotesco. M[ser destaca 2e Arle2i < a 0arcela isolada de  icrocosos ao 2al 0ertence -olobina, o -a0it!o, o otor, etc., isto <, o ndo da commedia dellarte. Esse ndo 0ossi a

inte3ridade e leis est<ticas es0eciais,  crit<rio 0r0rio de 0er4eiç!o n!o sbordinado  est<tica cl:ssica da belea e do %blie. Ao eso te0o, M[ser o0@e esse ndo  coicidade 8In4erior8 dos artistas de 4eira, o 2e 0ro5oca a restriç!o da noç!o de 3rotesco. E se3ida, M[ser re5ela certas 0articlaridades do ndo 3rotesco' 2ali6ca/o de 82i<rico8 0or sa tend>ncia 0ara renir o hetero3>neo, co0ro5a a 5iolaç!o das 0ro0orç@es natrais +car:ter hi0erblico, a 0resença do caricatresco e 0ardico. En6 M[ser sblinha o 0rinc0io c?ico no 3rotesco, ex0licando o riso coa a necessidade de 3oo e ale3ria da ala hana. A obra de M[ser, ebora liitada, < a 0rieira a0olo3ia do 3rotesco.

E *7\\, o crtico liter:rio ale!o Fl[3el, ator de a histria da literatra c?ica e 2atro 5oles e de a =ist1ria dos !u*es da corte,

0blica sa =ist1ria do c@mico grotesco. Fl[3el n!o de6ne ne deliita a noç!o

de 3rotesco, ne do 0onto de 5ista histrico ne do 0onto de 5ista siste:tico. ali6ca de 3rotesco tdo o 2e se a0arta sensi5elente das re3ras est<ticas correntes, tdo 2e cont<  eleento cor0oral e aterial nitidaente arcado e exa3erado. [32] No entanto, a aior 0arte da obra <

dedicada s ani4estaç@es do 3rotesco edie5al. Fl[3el exaina as 4oras das 4estas 0o0lares +84esta dos locos8, 84esta do asno8, os eleentos 0o0lares e 0Gblicos da 4esta do -or0o de es, os carna5ais, etc., as sociedades liter:rias do 6 da Idade M<dia %9e Ro$aume de Ia Basoce, 9es enants sans souci, etc., soties, 4arsas, Do3os do Mardi >ras, certas 4oras do

c?ico 0o0lar da 0raça 0Gblica etc. E 3eral, Fl[3el red  0oco as diens@es do 3rotesco' n!o estda as ani4estaç@es 0raente liter:rias do realiso 3rotesco +0or exe0lo, a 0ardia latina da Idade M<dia. A as>ncia de  0onto de 5ista histrico e siste:tico deterina 2e a escolha dos ateriais seDa s 5ees deixada ao acaso. 9 ator co0reende a0enas s0er6cialente o sentido dos 4en?enos 2e analisa; na realidade, liita/se a reni/los coo criosidades. A0esar de tdo, e 3raças 0rinci0alente aos docentes 2e cont<, a obra de Fl[3el conser5a ainda sa i0ort1ncia.

M[ser e Fl[3el conhece a0enas o c?ico 3rotesco, o seDa, o 3rotesco baseado no 0rinc0io do riso, ao 2al atribe  5alor de re3oiDo e ale3ria. Este 4oi o obDeto de ses estdos' a commedia dell8arte 0ara M[ser e o 3rotesco

edie5al 0ara Fl[3el.

9ra, na esa <0oca e 2e a0arecera essas obras, 2e 0arecia orientadas 0ara o 0assado, 0ara as eta0as anteriores do 3rotesco, este entra5a na no5a 4ase de desen5ol5iento. Na <0oca 0r</ro1ntica e e 0rinc0ios do Roantiso, assiste/se a a ressrreiç!o do 3rotesco, dotado ent!o de  no5o sentido. Ele ser5e a3ora 0ara ex0ressar a 5is!o do ndo sbDeti5a e indi5idal, ito distante da 5is!o 0o0lar e carna5alesca dos

(15)

s<clos 0recedentes +ebora conser5e al3ns de ses eleentos. A 0rieira e i0ortante ex0ress!o do no5o 3rotesco sbDeti5o < o roance de %terne, )ida e opini*es de Cristram 7and$ +tradç!o ori3inal da 5is!o do ndo de Rabelais e -er5antes na lin3a3e sbDeti5a da <0oca. 9tra 5ariedade do no5o 3rotesco < o roance 3rotesco o ne3ro.

Foi 0ro5a5elente na Aleanha 2e o 3rotesco sbDeti5o se desen5ol5e de aneira ais 0oderosa e ori3inal. Ali nasce a draatr3ia do 7turm und 'rang,

o Roantiso +Pen, Klin3er, o Do5e Tieck, [33] os roances de Hi00el e ean/

&al e a obra de Ho]ann, 2e inVra 4ndaentalente na e5olç!o do no5o 3rotesco, assi coo e toda a literatra ndial. F. %chle3el e ean/&al con5ertera/se nos tericos dessa tend>ncia,

9 3rotesco ro1ntico 4oi  aconteciento not:5el na literatra ndial. Re0resento, e certo sentido, a reaç!o contra os c1nones da <0oca cl:ssica e do s<clo $III, res0ons:5eis 0or tend>ncias de a seriedade nilateral e liitada' racionaliso sentencioso e estreito, atoritariso do Estado e da l3ica 4oral, as0iraç!o ao 0er4eito, co0leto e n5oco, didatiso e tilitariso dos 6lso4os ilinistas, otiiso in3>no o banal, etc. 9 roantiso 3rotesco recsa5a tdo isso e a0oia5a/se 0rinci0alente e %hakes0eare e -er5antes, 2e 4ora redescobertos e  l dos 2ais se inter0reta5a o 3rotesco da Idade M<dia. %terne exerce a inV>ncia consider:5el sobre o roantiso, a tal 0onto 2e 0ode ser considerado o se iniciador.

A inV>ncia direta das 4oras carna5alescas de es0et:clos 0o0lares +D: ito e0obrecidos era a0arenteente 4raca, 0ois 0redoina5a as tradiç@es liter:rias. C 0reciso, contdo, notar a inV>ncia ito i0ortante do teatro 0o0lar +0rinci0alente do teatro de arionetes e de certas 4oras c?icas dos artistas de 4eira.

Ao contr:rio do 3rotesco da Idade M<dia e do Renasciento, diretaente relacionado co a cltra 0o0lar e ibdo do se car:ter ni5ersal e 0Gblico, o 3rotesco ro1ntico <  3rotesco de %cDmara, a es0<cie de carna5al 2e o

indi5do re0resenta na solid!o co a consci>ncia a3da do se isolaento. A sensaç!o carna5alesca do ndo trans0@e/se de al3a 4ora  lin3a3e do 0ensaento 6los6co idealista e sbDeti5o, e deixa de ser a sensaç!o 5i5ida +0ode/ se eso dier corporalmente 5i5ida da nidade e do car:ter ines3ot:5el da

exist>ncia 2e ela constita no 3rotesco da Idade Mdia e do Renasciento. 9 0rinc0io do riso so4re a trans4oraç!o ito i0ortante. -ertaente, o riso sbsiste; n!o desa0arece ne < excldo coo nas obras 8s<rias8; as no 3rotesco ro1ntico o riso se atena, e toa a 4ora de hor, ironia o sarcaso. eixa de ser Docoso e ale3re. 9 as0ecto regenerador e 0ositi5o do

riso red/se ao nio.

E a das obras/0rias do 3rotesco ro1ntico, Rondas noturnas, de

BonaZentra +0sed?nio de  ator desconhecido, tal5e ean/Sas0ard ^etel, encontraos o0ini@es ito si3ni6cati5as sobre o riso na boca de  3arda/notrno. N certo 0onto, o narrador ex0lica o riso' 8Ha5er: no ndo eio ais 0oderoso 0ara [34] o0or/se s ad5ersidades da 5ida e do destino_ 9

(16)

inii3o ais 0oderoso 6ca horroriado diante desta :scara satrica e a 0r0ria des3raça reca diante de i, se e atre5o a ridiclari:/la_ E, 2e diabo, esta terra, co se sat<lite sentiental, a la, n!o erece ais do 2e brla_8 Essa reVex!o destaca o car:ter ni5ersal do riso e a conce0ç!o de ndo 2e 0ossi, eleento obri3atrio do 3rotesco; 3lori6ca/se a sa 4orça li!eradora, as n!o

se alde  sa 4orça regeneradora, e 0or casa disso 0erde o se to Docoso e

ale3re.

9 ator +atra5<s do narrador, o 3arda/notrno d: a otra ex0licaç!o ori3inal' in5esti3a o ito da ori3e do riso; o riso 4oi en5iado  terra 0elo diabo, a0arece aos hoens co a :scara da alegria e eles o acolhera co

a3rado. No entanto, ais tarde, o riso tira a :scara ale3re e coeça a reVetir sobre o ndo e os hoens co a creldade da s:tira.

A de3eneraç!o do 0rinc0io c?ico 2e or3ania o 3rotesco, a 0erda de sa 4orça re3eneradora sscita no5as danças 2e se0ara ais 0ro4ndaente o 3rotesco da Idade M<dia e do Renasciento do 3rotesco ro1ntico. As danças ais not:5eis ocorre co relaç!o ao terrível, 9 ni5erso do

3rotesco ro1ntico se a0resenta 3eralente coo terr5el e aleio ao hoe.

 Tdo o 2e < costeiro, banal, habital, reconhecido 0or todos, torna/se sbitaente insensato, d5idoso, estranho e hostil ao hoe. 9 ndo hano se trans4ora de re0ente e  ndo e"terior. 9 costeiro e

tran2iliador re5ela o se as0ecto terr5el. Tal < a tend>ncia do 3rotesco ro1ntico +nas sas 4oras extreas, ais 0rotot0icas. A reconciliaç!o co o ndo, 2ando se realia, ocorre e  0lano sbDeti5o e lrico, s 5ees eso stico. Ao contr:rio, o 3rotesco edie5al e renascentista, associado  cltra c?ica 0o0lar, re0resenta o terr5el atra5<s dos espantalos c@micos,

isto <, na 4ora do terr5el 5encido 0elo riso. 9 terr5el ad2ire se0re  to de boba3e ale3re.

9 3rotesco, inte3rado  cltra 0o0lar, 4a o ndo a0roxiar/se do hoe, cor0ori6ca/o, reinte3ra/o 0or eio do cor0o  5ida cor0oral +di4erenteente da a0roxiaç!o ro1ntica, totalente abstrata e es0irital. No 3rotesco ro1ntico, as ia3ens da 5ida aterial e cor0oral' beber, coer, satis4aer necessidades natrais, co0lar, 0arir, 0erde 2ase co0letaente sa si3ni6caç!o re3eneradora ç. trans4ora/se e 85ida in4erior8. As ia3ens

do 3rotesco ro1ntico s!o 3eralente a ex0ress!o do teor 2e ins0ira o ndo e 0rocra conicar esse teor aos leitores +8aterrori:/los8. As ia3ens 3rotescas da cltra 0o0lar n!o 0rocra assstar o leitor, caracterstica 2e co0artilha co as obras/0rias liter:rias do Renasciento. Nesse sentido, o roance de Rabelais < a ex0ress!o ais t0ica, n!o/h: 5est3io de edo, a ale3ria 0ercorre/o inte3ralente. Mais do 2e 2al2er otro no ndo, o roance de Rabelais excli o teor. [35]

9tras 0articlaridades do 3rotesco ro1ntico denota o en4ra2eciento da 4orça re3eneradora do riso. 9 oti5o da locra, 0or exe0lo, < caracterstico de 2al2er 3rotesco, a 5e 2e 0erite obser5ar o ndo co  olhar di4erente, n!o 0ertrbado 0elo 0onto de 5ista 8noral8, o seDa, 0elas ideias e Dos cons. Mas, no 3rotesco 0o0lar, a locra < a ale3re

(17)

0ardia do es0rito o6cial, da 3ra5idade nilateral, da 85erdade8 o6cial. C a locra estiva. No 3rotesco ro1ntico, 0or<, a locra ad2ire os tons

sobrios e tr:3icos do isolaento do indi5do.

9 oti5o da m+scara < ais i0ortante ainda. C o oti5o ais co0lexo,

ais carre3ado de sentido da cltra 0o0lar. A :scara trad a ale3ria das altern1ncias e das reencarnaç@es, a ale3re relati5idade, a ale3re ne3aç!o da identidade e do sentido Gnico, a ne3aç!o da coincid>ncia estG0ida consi3o eso; a :scara < a ex0ress!o das trans4er>ncias, das etaor4oses, das 5iolaç@es das 4ronteiras natrais, da ridiclariaç!o, dos a0elidos; a :scara encarna o 0rinc0io do Do3o da 5ida, est: baseada na 0ecliar interrelaç!o da realidade e da ia3e, caracterstica das 4oras ais anti3as dos ritos e es0et:clos. 9 co0lexo siboliso das :scaras < ines3ot:5el. Basta Iebrar 2e ani4estaç@es coo a 0ardia, a caricatra, a careta, as contorç@es e as 8aca2ices8 s!o deri5adas da :scara. C na :scara 2e se re5ela co clarea a ess>ncia 0ro4nda do 3rotesco.L

No 3rotesco ro1ntico, a :scara, arrancada da nidade da 5is!o 0o0lar e carna5alesca do ndo, e0obrece/se e ad2ire 5:rias ntras si3ni6caç@es alheias  sa natrea ori3inal' a :scara dissila, encobre, en3ana, etc. Na cltra 0o0lar or3anicaente inte3rada, a :scara n!o 0odia dese0enhar essas 4nç@es. No Roantiso, a :scara 0erde 2ase co0letaente se as0ecto re3enerador e reno5ador, e ad2ire  to lG3bre. Mitas 5ees ela dissila  5aio horroroso, o 8nada8 +tea 2e se destaca nas Rondas noturnas de BonaZentra. &elo contr:rio, no 3rotesco

0o0lar, a :scara recobre a natrea ines3ot:5el da 5ida e ses Glti0los rostos.

No entanto, eso no 3rotesco ro1ntico, a :scara conser5a traços da sa indestrt5el natrea 0o0lar e carna5alesca. Meso na 5ida cotidiana conte0or1nea, a :scara cria a atos4era es0ecial, coo se 0ertencesse

a otro ndo. Ela n!o 0oder: Daais toar/se  obDeto entre otros.

No 3rotesco ro1ntico, as arionetes dese0enha  0a0el liito i0ortante. Esse oti5o n!o < alheio, e5identeente, ao 3rotesco 0o0lar. Mas o Roantiso coloca e 0rieiro 0lano a ideia [36]  de a 4orça sobre/

hana e desconhecida, 2e 3o5erna os hoens e os con5erte e arionetes. Essa ideia < totalente alheia  cltra c?ica 0o0lar. 9 oti5o 3rotesco da

tragédia da marionete 0ertence exclsi5aente ao Roantiso.

A aneira coo < tratada a 0ersona3e do diabo 4a tab< ressaltar a di4erença entre os dois 3rotescos. Nas diabrras dos ist<rios da Idade M<dia, nas 5is@es c?icas de al</tGlo, nas lendas 0ardicas e nos a!liau", etc., o

diabo <  ale3re 0orta/5o abi5alente de o0ini@es n!o/o6ciais, da santidade ao a5esso, o re0resentante do in4erior aterial, etc. N!o te nada de aterroriante ne estranho +e Rabelais, a 0ersona3e E0ist<on, 5oltando do in4erno, 8asse3ra5a a todos 2e os diabos era boa 3ente8. =s 5ees, o diabo e o in4erno s!o descritos coo eros 8es0antalhos ale3res8. Mas no 3rotesco L Re4erio/nos a2i s :scaras e se si3ni6cado na cltra 0o0lar da Anti3idade e da Idade M<dia, se exainar se sentido nos cltos anti3os.

(18)

ro1ntico, o diabo encarna o es0anto, a elancolia, a tra3<dia. 9 riso in4ernal torna/se sobrio e ali3no.

C 0reciso obser5ar 2e, no 3rotesco ro1ntico, a abi5al>ncia se trans4ora habitalente e  contraste est:tico brtal o e a anttese 0etri6cada. Assi, 0or exe0lo, o 3arda/notrno 2e narra as Rondas noturnas te coo

0ai o diabo e coo !e a santa canoniada; ele costa rir nos te0los e chorar nos bord<is. essa 4ora, a anti3a ridiclariaç!o rital da di5indade e o riso no te0lo, t0icos na Idade M<dia drante a 4esta dos locos, con5erte/se e 0rinc0ios do s<clo I no riso exc>ntrico de  ori3inal no interior de  te0lo.

Noteos ainda a otra 0articlaridade do 3rotesco ro1ntico' ele te a 0redileç!o 0ela noite %As rondas noturnas de BonaZentra, os Eoturnos de

Ho]ann, < a obscridade e n!o a l 2e o caracteria. &elo contr:rio, no 3rotesco 0o0lar a l < o eleento i0rescind5el' o 3rotesco 0o0lar < 0ria5eril, atinal e aroreal 0or excel>ncia.7

Esses s!o os eleentos 2e caracteria o 3rotesco ro1ntico ale!o. Estdareos ais adiante sa 5ariante ro1ntica. &or a3ora, 5aos nos deter  0oco sobre a teoria ro1ntica do 3rotesco. No se 'iscurso so!re a poesia %>esprac F!er die Goesie, *\)), Friedrich %chle3el exaina o conceito de

3rotesco, 2e 2ali6ca habitalente de 8arabesco8. -onsidera/o a 84ora ais anti3a da 4antasia hana8 e a 84ora natral da 0oesia8. Encontra eleentos 3rotescos e %hakes0eare, -er5antes, %terne e ean/&al. &ara ele, trata/se da escla 4ant:stica dos eleentos hetero3>neos da realidade, a destriç!o da orde e do re3ie habitais do ndo, a li5re excentricidade das ia3ens e a 8altern1ncia do entsiaso e da ironia8. [37]

Na sa Introdução H estética %)orscule der Aesteti6&,  ean/&al re5ela

co aior acidade os eleentos do 3rotesco ro1ntico. N!o e0re3a ta0oco o tero 3rotesco, as desi3na/o co o noe de 8hor destrti5o8.  Te a conce0ç!o ito a0la desse 8hor destrti5o8, 2e ltra0assa os 2adros da literatra e da arte' incli nele a 84esta dos locos8, a 84esta do asno8 +8issas dos asnos8, isto <, as 4oras de ritos e es0et:clos c?icos edie5ais. Entre os atores renascentistas, cita de 0re4er>ncia Rabelais e %hakes0eare. Menciona es0ecialente a 8ridiclariaç!o do ndo8

%eltverlacung& e %hakes0eare, re4erindo/se aos ses b4@es 8elanclicos8

e a Halet.

 ean/&al co0reende 0er4eitaente o car:ter ni5ersal do riso 3rotesco. 9 8hor destrti5o8 n!o se diri3e contra 4en?enos ne3ati5os isolados da realidade, as contra toda a realidade, contra o inndo 0er4eito e acabado. 9 0er4eito < ani2ilado coo tal 0elo hor. ean/&al sblinha o radicaliso dessa 0osiç!o' 3raças ao 8hor destrti5o8, o ndo se con5erte e al3o

e"terior, terr5el e inustifcado, o ch!o nos esca0a sob os 0<s, sentios a

5erti3e, 0ois n!o 5eos nada est:5el  nossa 5olta. ean/&al distin3e o eso ni5ersaliso, o eso radicaliso na destriç!o de todos os 4ndaentos 7 Mais 0recisaente, o 3rotesco 0o0lar reVete o oento e 2e a l sucede obscridade,

Referências

Documentos relacionados

Neste capítulo foi apresentado a análise dos testes realizados para a obtenção de uma tabela de quantização robusta utilizando o método de algoritmos genéticos aplicado a um

A versão reduzida do Questionário de Conhecimentos da Diabetes (Sousa, McIntyre, Martins &amp; Silva. 2015), foi desenvolvido com o objectivo de avaliar o

A proporçáo de indivíduos que declaram considerar a hipótese de vir a trabalhar no estrangeiro no futuro é maior entle os jovens e jovens adultos do que

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Além do teste de força isométrica que foi realiza- do a cada duas semanas, foram realizados testes de salto vertical (squat jump e countermovement jump), verificação da

9º, §1º da Lei nº 12.513/2011, as atividades dos servidores ativos nos cursos não poderão prejudicar a carga horária regular de atuação e o atendimento do plano de metas do

Prestadores Prestadores Ciclo de Debates Ciclo de Debates GV Sa GV Sa ú ú de de 18.outubro.2006 18.outubro.2006 1. Aç ções SulAm ões SulAmé érica rica - - Curto/Mé

Este estudo apresenta como tema central a análise sobre os processos de inclusão social de jovens e adultos com deficiência, alunos da APAE , assim, percorrendo