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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA MEMÓRIA HUMANA PARA A

SAÚDE MENTAL E FÍSICA NO MUNDO CORPORATIVO

Por: Denise Pereira Mendes

Orientador

Prof. Marta Pires Relvas

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA MEMÓRIA HUMANA PARA A

SAÚDE MENTAL E FÍSICA NO MUNDO CORPORATIVO

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica.

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AGRADECIMENTOS

....aos meus pais pela presença, carinho, compreensão, incentivo e força para seguir adiante na longa e prazerosa jornada dos estudos...

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DEDICATÓRIA

...Antes de tudo a Deus, meus pais, irmã pequena, namorado e minha amiga de trabalho e companheira da pós, Vanessa, obrigada pela paciência...

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RESUMO

Foi levantada a questão de como funciona a memória humana. Quais as estruturas fisiológicas envolvidas neste processo. O que fazer para contribuir para a melhoria qualitativa. Onde encontrar os nutrientes necessários a saúde mental do corpo. Entender que o corpo e a mente são um conjunto imprescindível para a harmonia total deste. E ainda, o conjunto desta obra faz a diferença entre os indivíduos em sua totalidade e profissionais no mundo corporativo.

Nesta pesquisa será possível entender e compreender que, assim como o corpo, a memória também precisa ser constantemente exercitada para se manter ativa. Apesar dos reveses do tempo, por isso a necessidade de uma série de cuidados com o corpo, como por exemplo, a alimentação, o sono, a nutrição adequada, as fontes corretas e próprias de vitaminas que ajudam neste circuito de “sinapses neocorticais” que é a memória conjugada com a inteligência humana.

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METODOLOGIA

Este trabalho se trata de uma pesquisa bibliográfica. Os principais autores a serem utilizados na realização desta pesquisa serão RELVAS, Marta Pires, GAZZANIGA, Michael S. e IZQUIERDO, Ivan. Com o olhar destes autores será possível destrinçar a importância da memória humana em todo o contexto fisiológico e também social. Destacando as principais atividades cerebrais envolvidas no processamento da memória, bem como os “atores” que colaboram para o desenvolvimento das memórias e também os fatores adversos.

A pesquisa será embasada também nas teorias de Gazzaniga sobre a “estrutura hipotética da memória humana” e as relações entre os sistemas de memória de longa duração com os sistemas cerebrais de suporte. Desta forma será possível conhecer em lócus a estrutura funcional da memória, segundo o autor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Algumas teorias sobre a memória 10

CAPÍTULO II - A memória e seus oponentes 20

CAPÍTULO III – Os elementos aliados a memória 28

CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 FONTE DE CONSULTA 39 ÍNDICE 40 FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

O tema deste estudo a importância da memória humana para a saúde mental e física. A escolha deste tema baseia-se fundamentalmente em poder afirmar a luz das neurociências que, a memória é a coesão e a coerência da vida de um indivíduo, pois com ela é possível “reviver” as experiências cotidianas bem sucedidas ou não e fundamentar suas práticas e existência em qualquer instância da vida, inclusive no mundo corporativo, na vivência dentro das empresas.

Segundo o dicionário on line Priberam, um dos significados literais da palavra memória pode ser definido como a “faculdade pela qual o espírito conserva ideias ou imagens, ou as readquire sem grande esforço.” Neste trabalho será abordada a memória sob outros pontos de vista, diferentes desta definição mencionada acima.

Será mostrada ainda neste trabalho uma breve noção das teorias da memória, a sua localização fisiológica, o hipocampo e os diferentes tipos de memória. A questão central deste trabalho é como conseguir manter uma boa memória considerando os aspectos fisiológicos e biológicos e as adversidades e, assim possibilitar o indivíduo a obter o sucesso profissional e pessoal.

Outra questão a ser vista é se a boa memória pode ser considerada como um dos instrumentos fisiológicos e biológicos cruciais para um indivíduo obter o sucesso profissional e pessoal?

O tema sugerido é de fundamental relevância, pois, pretende-se observar e compreender alguns dos processos envolvidos na formação e degeneração e que desencadeiam a deformação das memórias e, que pode ser considerada de extrema importância no que tange as experiências

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cotidianas do indivíduo, considerando os elementos que contrariam estas suposições.

São, portanto, objetivos desta pesquisa identificar os mecanismos fisiológicos envolvidos na formação e preservação da memória, bem como reconhecer e compreender os elementos contrários, como o processo de degeneração da memória e suas consequências e por fim a importância no viés da vida corporativa.

É possível pensar que o indivíduo que está sempre buscando o exercício constante da leitura, mantendo hábitos saudáveis de alimentação, praticando exercícios regularmente, dentre outros, consequentemente terá uma vida de qualidade. Sobretudo a memória será a mais beneficiada, garantindo a qualidade de vida mental e social.

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CAPÍTULO I

ALGUMAS TEORIAS SOBRE A MEMÓRIA

Segundo Gazzaniga, (2006, p. 320) “o aprendizado é o processo de aquisição de informação, enquanto memória refere-se a persistência do aprendizado em um estado que pode ser evidenciado posteriormente”. Em outras palavras, pode-se dizer que o aprendizado é um produto da memória e, também esta acontece quando ela é criada e reforçada pela repetição ou prática de algo, não é necessariamente consciente.

Gazzaniga (2006, p. 320) diz que a memória e o aprendizado pode-se dividir supostamente em três estágios principais. São eles: codificação, armazenamento e evocação. A codificação refere-se ao processamento da nova informação a ser armazenada. Este estágio envolve ainda outras duas fases, aquisição e consolidação. A aquisição registra as informações em arquivos sensoriais e estágios de análise sensorial, enquanto a consolidação cria uma forte representação da informação através do tempo.

O segundo suposto estágio, armazenamento, é resultado da aquisição e consolidação das duas fases do primeiro suposto estágio, a codificação. Este segundo, cria e mantém um registro permanente. O terceiro suposto estágio da memória e o aprendizado, a evocação, utiliza a informação armazenada para criar uma representação consciente ou executar um comportamento aprendido como ato motor. Relvas diz que:

“No momento da evocação de uma memória, forma-se um percurso sináptico em que casa sinapse possui um caminho de reações bioquímicas, como se cada lembrança tivesse uma reação em cascata própria, um trajeto que a localizasse em meio a tantas informações.” (RELVAS, 2009, p.81).

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1.1 - O Hipocampo

Uma estrutura localizada nos lobos temporais é considerada a principal sede da memória e importante componente do sistema límbico (uma região constituída de neurônios e responsável pelas emoções). Esta estrutura atua na conversão da memória de curto prazo em memória de longo prazo. Interage com a amígdala (centro identificador de perigo) e está principalmente envolvida no registro e decifração dos padrões perceptíveis do que nas reações emocionais.

De acordo com Izquierdo, (2010, p.31), o hipocampo possui várias funções e uma das mais importantes e principais é formar e evocar novas memórias. O córtex entorrinal, que possui conexões “input” e “output” com o córtex, amígdala cerebral (relacionado aos aspectos emocionais) e o hipocampo, localizados abaixo do lobo temporal, também têm este papel de evocar e formar memórias. São interligados por um grande número de fibras nervosas ao resto do córtex cerebral.

Quando ambos os hipocampos (direito e esquerdo) são destruídos, nada mais é gravado na memória, ou seja, lesões no hipocampo impedem o indivíduo de construir novas memórias e há a sensação de viver num lugar estranho onde tudo o que experimenta simplesmente se desvanece, mesmo que as memórias mais antigas anteriores à lesão permaneçam intactas.

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Localização do hipocampo

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hippocampus.png

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1.2 – Memória de Curta Duração e Memória Sensorial

A memória como sugere o subtítulo é temporal. Segundo Tulving (1995), apud Gazzaniga, 2006, p. 320, descreveu algumas formas de memória como uma “viagem mental no tempo”, com isso o ato de lembrar alguma coisa que tenha ocorrido no passado é reexperimentar o passado no presente. Isto então justifica e faz sentido categorizar a memória segundo o tempo pelo qual se armazena uma informação.

Estes modelos de memória, sensorial, de curta duração e longa duração, são distintos. A memória sensorial tem duração de milissegundos, quando se lembra do que alguém falou, mesmo que se não tivesse prestado a devida atenção em tal fato. A memória de curta duração é associada a retenção de segundo a minutos, a exemplo lembrar de um número de telefone que foi dito para apenas ser discado. A memória de longa duração é mensurada em dias ou anos, a exemplo um evento na infância ou da semana passada.

Segundo Relvas, (2009, p.84), “a memória recente depende do sistema límbico envolvido nos processos de retenção e consolidação de informações novas”. Falar em memória não significa dizer que as informações são integralmente armazenadas, mas sim em fragmentos ou traços que são recuperados em forma de memória, ainda de acordo com Relvas, (2009, p. 81).

Uma frase brilhante de Izquierdo, 2006, apud Relvas 2009, p.81, diz que “formamos novas memórias sobre outras mais antigas, eventualmente modificando-as e inventando mentiras verídicas”. Pode-se associar esta afirmação à plasticidade cerebral, que consiste em fazer novas conexões entre os neurônios e reorganizar novas formas de raciocínio, pensamento e memória.

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Ao contrário da memória sensorial que é de alta capacidade, porém de curta duração e que também não está disponível para acesso consciente, a memória de curta duração ou memória recente, é bastante limitada em capacidade, dura de poucos segundos a minutos, no entanto está de prontidão ao acesso e processamento consciente.

Nos anos de 1950 e 1960, num debate central se discutia se o esquecimento era o resultado da interferência de uma nova informação aprendida ou se representava a destruição do material aprendido previamente. O que predominou neste debate foi que a perda de informação se devia ao fato de adquirir novas informações. Entretanto os estudos que fundamentavam essa visão envolviam as memórias de longa duração.

No fim dos anos de 1950, Petersen e Petersen, 1959, apud Gazzaniga, 2006, p. 325, e outros desenvolveram um paradigma experimental para mensurar o tempo necessário para esquecer uma informação no intervalo de segundos – memória de curta duração e o esquecimento. Foram apresentadas sequencias de três consoantes a alguns voluntários e, após intervalos de tempo variável, uma luz indicava que a pessoa devia lembrá-las e dizê-las em voz alta.

Primeiramente foi mostrado que mesmo trinta segundos depois, os indivíduos lembravam-se das consoantes, quando lhes era permitido ensaiar, em silêncio, a informação durante o intervalo de tempo. Porém em outra condição desse experimento, o indivíduo era distraído do ensaio das letras e solicitado a executar cálculos aritméticos, mentalmente. Ficou claro neste momento a distração em lembrar as letras – 18 segundos.

Em outras palavras, esta “descoberta” foi inconsistente, pois o esquecimento poderia acontecer mesmo quando não se aprendia nova informação. Desta forma foram abertas novas possibilidades, dois tipos distintos de memória, a de curta duração e a de longa duração. Diferenciadas

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em parte, pelo fato de a perda de informação ser devida a destruição (memória de curta duração) ou à interferência (memória de longa duração).

A memória sensorial acontece da seguinte forma: um indivíduo está assistindo a final do campeonato de vôlei, onde ainda permanece um empate e faltando poucos segundos para o término, alguém entra no local e começa a falar sozinho, no entanto o indivíduo não presta atenção, mas de repente se nota que este alguém que entrou no local, está falando mais alto e, é quando se ouve “Você não ouviu nada do que disse?” Perceptivelmente o indivíduo relembra as últimas palavras da frase dita. É como se fosse um eco. Isso chama-se memória sensorial ou traço de memória sensorial.

De acordo Gazzaniga, (2006, p. 323), especificamente para audição, chama-se memória de eco, para a visão, chama-se memória icônica. No entanto esta memória sensorial enfraquece muito rapidamente. O autor afirma que nem todos os modelos de traços sensoriais são acessíveis a consciência, mesmo que alguma informação possa ser evocada da própria memória sensorial. Gazzaniga diz que:

“A memória sensorial também parece ter uma capacidade relativamente grande, em comparação com a memória de curta duração, (...) Além disso, as memórias sensoriais contêm uma representação da informação com base em sensações, ao contrário da representação semântica. (isto é, com base em significados)” (GAZZANIGA, 2006, p.323).

De acordo com a afirmação citada acima, pode-se dizer as memórias sensoriais são uma “voz do inconsciente consciente”, Pode-se de associar esta afirmação a outra experiência, que tenta responder estas questões sobre memória sensorial visual, memória icônica. A questão levantada é que se pode ver muito mais do que se pode lembrar. Esta afirmação responde a indagação,

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quanta e por quanto tempo estas informações podem ficar retidas e mantidas no arquivo de ícones, segundo Gazzaniga, (2006, p. 323).

Os registros do psicólogo George Sperling (1960), dizem que:

“Quando estímulos compostos por um número de itens são mostrados a um observador, somente um número limitado de itens pode ser corretamente relatado. O fato de que o observador normalmente supõe que pode ver mais do que pode relatar, sugere que a memória impõe um limite a um processo que é muito rico em informações.”(SPERLING, (1960), apud Gazzaniga, 2006 p.223).

Em outras palavras, segundo Relvas, (2009 p. 81), “memórias não são amostras fiéis de fatos reais, mas construções que são modificados conforme o contexto em que são recuperadas” (...), define ainda brilhantemente sob a ótica biológica que isto tudo acontece “em meio a um intenso trânsito de sinapses (espaço entre os neurônios, onde ocorre a transferência de informações em forma de impulsos elétricos).”

1.3 Tipos de memória: de trabalho, declarativa, não-

declarativa

Segundo Gazzaniga, (2006, p. 329), na tentativa de resolver várias falhas existentes no modelo de memória de curta duração, foi desenvolvido o modelo de memória de trabalho, que representa um armazenamento, cuja capacidade é limitada, tanto para realizar operações mentais com o conteúdo que foi armazenado, quanto para reter estas informações por um curto período. O autor diz ainda que, o conteúdo da memória de trabalho, pode ser oriundo da memória de curta duração, e também pode ser evocada da memória de longa duração.

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Sobre a memória de trabalho Izquierdo, diz também que:

“a memória de trabalho depende da atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal, localizado na frente da área motora, e não persiste além disso. Quando cessa a ativação dos neurônios pré-frontais, a memória trabalho também cessa” (IZQUIERDO, 2010, p.27))

Em outras palavras, Relvas define memória de trabalho como:

“A memória de trabalho mantém a informação viva durante segundos ou minutos, enquanto ela é percebida ou processada. Essa memória é sustentada pela atividade elétrica dos neurônios do córtex pré-frontal. Esses Neurônios interagem com outros, durante a percepção, aquisição ou evocação da memória”. (RELVAS, 2009 p.83).

A memória declarativa está associada com as estruturas do lobo temporal medial, o hipocampo e amígdalas. Refere-se ao conhecimento ao qual o indivíduo tem consciência, facilmente adquirida, no entanto fácil de ser esquecida. Segundo Gazzaniga:

“Pode ser subdividida em coisas que lembramos sobre nossas vidas (memória episódica) e conhecimento do mundo externo (memória semântica) que não se relaciona com eventos de nossas vidas”. (GAZZANIGA, 2006, p.332).

De acordo com Gazzaniga, (2009, p. 333), a memória não-declarativa é uma das áreas mais interessantes da pesquisa em memória, pois “é revelada

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quando a experiência prévia facilita o desempenho em tarefas que não requerem lembrança intencional das experiências”. É também chamada de memória implícita ou procedual. Inclui procedimentos motores, como caminhar, andar de bicicleta, desenhar com precisão.

Abaixo, pode-se observar a “estrutura hipotética da memória humana, mostrando a relação entre os diferentes tipos de memória”, segundo Gazzaniga, (2006, p. 332): Memória Memória de longa duração Memória de curta duração

(memória sensorial, curta duração/ memória de trabalho) Memória declarativa (memória explícita) Eventos (memória episódica) Fatos (memória semântica) Experiências pessoais específicas de um lugar e tempo particular Conhecimento do mundo externo, conhecimento de linguagem e priming conceitual Memória não-declarativa (memória implícita) Memória de procedimento Sistema de representa-ção perceptivo Condicio-namento clássico Habilidades (motoras e cognitivas Priming perceptivo Respostas condiciona -das entre dois estímulos Aprendi-zado não-associativo Habituação sensitização

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Segundo Gazzaniga, (2006, p. 367), as relações entre os sistemas de memória de longa duração com os sistemas cerebrais de suporte estão distribuídas da seguinte forma:

Memória Memória de longa duração Memória de curta duração

(memória sensorial, curta duração/ memória de trabalho) Memória declarativa (memória explícita) Eventos (memória episódica) Fatos (memória semântica) Experiências pessoais específicas de um lugar e tempo particular Conhecimento do mundo externo, conhecimento de linguagem e priming conceitual Memória não-declarativa (memória implícita) Memória de procedimento Sistema de representa-ção perceptivo Condicio-namento clássico Habilidades (motoras e cognitivas Priming perceptivo Respostas condiciona -das entre dois estímulos Aprendi-zado não-associativo Habituação sensitização

Lobo Temporal Medial, Diencéfalo Medial, Neocórtex, especialmente

Córtex Pré-Frontal Núcleos da base e cerebelo Neocórtex associativo e perceptivo Músculos esqueléticos Vias dos reflexos

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CAPÍTULO II

A MEMÓRIA E SEUS OPONENTES

O corpo humano possui uma engrenagem perfeita, criada para funcionar na mais completa harmonia, onde cada peça desta “máquina” é fundamental para suprir todas as funções vitais do indivíduo. Um pedaço desta engrenagem, a memória, faz a vida ter sentido, um norte, diante de uma sociedade no qual o indivíduo está inserido.

O tempo passa para todos e com isso, a formidável máquina humana, também tende a sofrer danos causados em decorrência do “tempo de vida” e de diversos fatores externos e/ou internos. A amnésia, a Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson, o uso abusivo de drogas, o alcoolismo, as lesões vasculares do cérebro (derrames), traumatismo craniano e também doenças raras, são algumas das causas da perda de memória.

Relvas, (2009, p. 65), diz que “o declínio de nossas funções mentais que ocorre com a idade se deve, em grande parte, a falta de atividade mental que, com frequência, segue paralelamente ao envelhecimento”. Complementa falando sobre a importância de estimular as percepções, memória recente e antiga, noções espaciais, habilidades lógicas e verbais.

2.1 A Amnésia

É a perda de memória, parcial ou completa. Pode ser temporária. Uma das causas possíveis é devido a doenças degenerativas, que agem diretamente no sistema nervoso central (S.N.C.) e podem se corromper progressivamente e sem reversão. Pode ocorrer também devido a traumas sofridos no hipocampo, grande responsável pelo armazenamento das

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memórias, decorrente de um AVC – Acidente Vascular Cerebral. De acordo com Relvas:

“Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de nossas vidas, existem algumas doenças e injúrias no cérebro que causam séria perda de memória e, também, interferem com a capacidade de aprender. A esta instabilidade, dá-se o nome de Amnésia.” (RELVAS, 2006 p. 64).

Esse tipo de perda de memória acontece de repente. Apresenta uma desorientação maior em relação ao tempo, e menor em relação à local e pessoas. O indivíduo pode ser capaz de se recordar de eventos do passado distante, mas não é capaz de se lembrar do que aconteceu ontem ou hoje.

Também existem causas orgânicas e psicológicas para a amnésia, como as infecções, que são as encefalites, atingindo parte do S.N.C., como o cérebro, cerebelo, mesocéfalo e bolbo raquidiano.

Existem vários tipos de amnésia, dentre eles a amnésia anterógrada, que é decorrente de um trauma cerebral, onde o indivíduo tem dificuldade ou incapacidade de se lembrar de eventos recentes, mas consegue recordar, quase que perfeitamente, de eventos ocorridos antes desse trauma. Na amnésia retrógrada ocorre o inverso da amnésia anterógrada, pois o indivíduo consegue se lembrar de eventos posteriores ao trauma, mas não consegue se lembrar de eventos anteriores. Tem a duração de dias ou semanas.

Segundo Gazzaniga, nos sistemas de memórias são envolvidas regiões cerebrais específicas, onde são distintos os déficits de memória, conforme a afirmação:

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“O aprendizado e a retenção de informação nova sobre a história biográfica de alguém (a memória episódica) requerem que o lobo temporal medial (principalmente o hipocampo) e o diencéfalo medial (núcleo dorsomedial do tálamo) estejam intactos. Danos nessas áreas impedem a formação de novas memórias declarativas (amnésia anterógrada) e também leva a uma dificuldade de lembrar de eventos dos anos imediatamente anteriores à lesão (amnésia retrógrada por tempo limitado), mas deixa intacta a maioria das memórias episódicas e semânticas previamente adquiridas durante a vida.” (GAZZANIGA, 2006 p.350).

A amnésia não ocorre necessariamente na estrutura do hipocampo, segundo Gazzaniga também podem ocorrer danos em regiões do lobo temporal:

“o dano a regiões do lobo temporal fora do hipocampo pode produzir amnésia retrógrada profunda e uma aparente perda de memória episódica, mesmo que a habilidade de adquirir novas memórias esteja intacta.” (GAZZANIGA, 2006 P. 350).

A amnésia global transitória, que pode durar algumas horas e o indivíduo não se lembrará de nada depois, do que possa acontecer durante o episódio, no entanto a recuperação é completa. Não se sabe a causa exata deste tipo de amnésia. Pode estar relacionada a isquemias no lobo temporal.

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A amnésia psicogênica é temporária e ocorre devido a traumas psicológicos. Pode estar associada tanto a amnésia anterógrada, onde há a dificuldade em se lembrar de fatos recentes, quanto à amnésia retrógrada, quando há dificuldade em se lembrar de fatos anteriores ao trauma. Em raros casos, o indivíduo perde permanentemente a memória de alguns momentos vivenciados.

Há também a encefalopatia, denominada de Síndrome de Korsakoff, onde a principal causa é o alcoolismo, acarretando movimentos desordenados, perda de sensação dos dedos das mãos e pés. Ocorre a falta de Vitamina B1 (tiamina) no cérebro, e esse é o motivo pelo qual a síndrome ocorre. Um dos sintomas é a incapacidade de reter novos acontecimentos na memória.

A amnésia alcoólica o indivíduo apresenta amnésia sem a perda da consciência. O indivíduo alcoolizado conversa e pode fazer exercícios físicos normalmente, no entanto, quando o efeito da bebida alcoólica passar não se lembrará de nada que ocorreu. Esse tipo de amnésia ocorre principalmente em pessoas.

Gazzaniga, (2006, p. 341), menciona que além do neocórtex, local onde as memórias são armazenadas, o hipocampo é crucial para a consolidação dessas memórias.

2.2

A Doença de Alzheimer

Alzheimer é a forma mais comum de demência. É uma doença degenerativa, de momento, incurável e letal. Descrita, pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Afeta geralmente pessoas acima dos 65 anos, mas esta patologia também é possível em indivíduos mais novos.

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Segundo Sereniki, (2008, p. 2), a doença de Alzheimer é o resultado de manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas e que resultam uma deficiência progressiva e uma eventual incapacitação. É a patologia neurodegenerativa mais frequente associada à idade. No geral, o primeiro aspecto clínico é a deficiência da memória recente, enquanto as lembranças remotas são preservadas até certo estágio da doença.

“Além das dificuldades de atenção e fluência verbal, outras funções cognitivas deterioram à medida que a patologia evolui, entre elas a capacidade de fazer cálculos, as habilidades vísuo-espaciais e a capacidade de usar objetos comuns e ferramentas. O grau de vigília e a lucidez do paciente não são afetados até a doença estar muito avançada. A fraqueza motora também não é observada, embora as contraturas musculares sejam uma característica quase universal nos estágios avançados da patologia.” (SERENIKI, 2008, Acesso em 20/01/2011.)

A evolução da doença de Alzheimer está dividida em quatro fases. Os primeiros sintomas podem estar relacionados, mas não absolutamente, ao envelhecimento ou com o estresse. Nesta fase o sintoma mais notável é a perda de memória, a memória de curto prazo (dificuldade em lembrar fatos aprendidos recentemente).

A segunda fase, já apresenta uma demência inicial. Uma pequena parte dos indivíduos diagnosticados da doença apresenta dificuldades na linguagem, com as funções principais, percepção (agnosia), ou na execução de movimentos (apraxia), mais expressivos do que a perda de memória em si. As memórias mais antigas, a memória semântica e a memória implícita (memória

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de como fazer as coisas) não são tão afetadas como a memória de curto prazo. Há dificuldade na fala e na diminuição do vocabulário. Também apresentam dificuldades na coordenação motora simples.

Na terceira fase acontece a degeneração, progressiva, deixando o indivíduo dependente que deixa executar tarefas simples cotidianas. Tem dificuldades na fala, devido ao vocabulário “empobrecido”. Pode deixar de reconhecer parentes. Há também alterações de comportamento, se tornando mais agressivos, apáticos, se irritam facilmente, são emocionalmente instáveis, dentre outras características.

Durante a quarta fase o indivíduo está totalmente dependente de seus cuidadores. A comunicação restringe-se a frases ou palavras isoladas. E pode acarretar na perda da fala. Mas eventualmente podem compreender e responder com sinais emocionais. A sua massa muscular e a sua mobilidade são também degenerados. Perdem a capacidade de comer sozinhos. A morte acontece e normalmente não é causada pelo Mal de Alzheimer, mas por outro fator externo, como uma pneumonia, por exemplo.

2.3

A Doença de Parkinson

É uma doença neurológica, degenerativa, mas que não afeta a capacidade intelectual do indivíduo. Uma de suas causas é devido a diminuição da secreção de dopamina, que é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central.

A doença de Parkinson ocorre geralmente em indivíduos a partir dos 50 anos ou mais. As causas não são bem conhecidas, mas os indivíduos que tiveram encefalite, hidrocefalia, traumatismos cranianos ou encefálicos ou intoxicação por monóxido de carbono ou manganês, tem maior predisposição a

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ter a doença. O maior dos sintomas ocorre na parte motora, causando rigidez muscular, diminuição da mobilidade, desequilíbrio, alterações na fala e escrita.

2.4

O alcoolismo

O alcoolismo é definido de várias formas. É uma doença, um transtorno. É o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira na vida pessoal, familiar, social ou profissional da pessoa. O alcoólico pode apresentar prejuízos físicos, mentais, morais, profissionais, sociais, cognitivos, dentre outros.

A Vitamina B1 (tiamina), é importante para o bom funcionamento do sistema nervoso, dos músculos e do coração. Os indivíduos com dependência de álcool podem apresentar a deficiência desta vitamina.

Os efeitos do álcool no sangue:

Álcool no sangue

Álcool no sangue (gramas/litro)

Estados Sintomas

0,1 a 0,3 Sobriedade Nenhuma influência aparente

0,3 a 0,9 Euforia Perda de eficiência, diminuição da atenção, julgamento e controle

0,9 a 1,8 Excitação

Instabilidade das emoções, descoordenação muscular. Menor inibição. Perda do

julgamento crítico

1,8 a 2,7 Confusão Vertigens, desequilíbrio, dificuldade na fala e distúrbios da sensação.

2,7 a 4,0 Estupor Apatia e inércia geral. Vômitos, incontinência urinária e fezes.

4,0 a 5,0 Coma Inconsciência, anestesia. Morte Acima de 5,0 Morte Parada respiratória

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2.5 As drogas

Podem ser naturais ou sintéticas. Envolve também os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. Narcóticos, entorpecentes ou estupefacientes, são um dos nomes dados as drogas, que são substâncias que alteram os sentidos e modifica as funções no organismo do indivíduo.

São classificadas em três categorias: as estimulantes que produzem aumento da atividade pulmonar, diminuem a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados. Os depressores que diminuem a atividade cerebral e podem dificultar o processamento das mensagens que são enviadas ao cérebro. E os perturbadores das atividades mentais que tem como principal característica a despersonalização em maior ou menor grau.

Segundo Relvas são muitos os fatores que convergem e ocasionam a perda total ou parcial da memória. Tais como o alcoolismo crônico, tumor cerebral, encefalite, medicamentos e as drogas. Afirma que:

“O uso de medicação tranquilizante (“calmantes”) por temo prolongado provoca a diminuição da memória e favorece também a depressão, o que leva a situação que pode confundir com a demência.” (RELVAS, 2009 p.64)

Sabe-se que com o uso indiscriminado das drogas são ocasionados danos, às vezes irreversíveis, a saúde mental, psicológica e física do indivíduo. Estas atitudes podem se agravar ainda mais se o indivíduo já possui uma predisposição para desenvolver doenças degenerativas.

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CAPÍTULO III

OS ELEMENTOS ALIADOS A MEMÓRIA

Há tempos se ouve falar que as atividades físicas moderadas, preservam a saúde física do homem. Assim se faz para preservar a saúde mental do indivíduo. Basta adotar medidas preventivas, hábitos saudáveis, alimentação adequada, leitura que certamente ajudarão a minimizar os possíveis contratempos da memória.

Relvas, (2009, p. 64) diz que “a contínua atividade intelectual, como leitura, exercícios de memória, palavras cruzadas e jogo de xadrez, auxilia a manutenção da memória”. Dentre outros hábitos que se deve ter para melhorar a memória está: dormir bem, beber bastante água, uma boa alimentação, relaxar, associar fatos a imagens (técnicas mnemônicas), visualizar imagens, exercícios físicos e estimular a memória, explorando ao máximo a capacidade mental.

Pode-se pensar que o hipocampo é a fonte que coordena a memória. À medida que os neurônios do cérebro (córtex) recebem informações sensoriais, transmitem para o hipocampo. E para que esse circuito caminhe harmonicamente, o corpo precisa de suprimentos que o fortaleça e o ajude a desempenhar suas funções magistralmente.

3.1 Os alimentos e as vitaminas como fontes naturais de

nutrição e saúde

Muitos são os alimentos essenciais para suprir e manter a vitalidade do organismo. O ovo, por exemplo, é fonte de colina, que participa da formação dos neurônios e repara as células cerebrais já deterioradas. Produz acetilcolina, neurotransmissor fundamental para a memória e o aprendizado.

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Previne contra a depressão. Além de ser fonte de vitaminas do complexo B, que facilitam a comunicação entre os neurônios.

A alimentação rica em peixe é essencial para o cérebro, melhora a memória, a concentração e possui ação antiinflamatória. Protege os neurônios contra os radicais livres e preserva as membranas dos neurônios, colaborando para a troca de informações entre eles, as sinapses. É fonte de zinco o e selênio que estimulam a atividade cerebral, impedindo ondas de cansaço no final do dia.

Na alface se encontra lactucina, que é uma substância que age como calmante. A laranja e o maracujá são ricos em vitamina C, que contribui para as defesas do organismo, além de prevenir o cansaço e ajudar a combater o estresse. A fisetina é uma substância nutritiva e pode ser encontradas em tomates, cebolas, maçãs, pêssegos, uvas e kiwi. Este composto favorece o amadurecimento das células nervosas e estimula os mecanismos cerebrais.

As frutas vermelhas são ricas em flavonóides, que é uma substância de origem vegetal, e que exercem efeitos favoráveis na aprendizagem e na memória, porque protegem os neurônios e são capazes de reverter déficits de memória.

Os vegetais de folhas verde-escuras, como brócolis e espinafre, são fontes de ácido fólico, vitamina imprescindível à formação do sistema nervoso do feto. Depois, participa de reações químicas que regulam a conexão entre as células nervosas e influenciam o desempenho cognitivo.

Os cereais integrais participam entre a troca de informações entre os neurônios e auxilia na memória. Isso acontece por serem ricos em vitaminas do complexo B, notadamente ácido fólico e vitamina B6.

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O azeite de oliva, rico em ácidos graxos monoinsaturados, que integram a membrana das células nervosas e aceleram a transmissão de informação entre elas. Outras fontes são o óleo de canola e a linhaça. Para completar, o azeite extra virgem, os óleos vegetais, como o de girassol, amendoim e milho, além do abacate e das nozes, fornecem dois antioxidantes, que exercem efeito neuroprotetor: os polifenóis e a vitamina E

O ômega–3 melhora o desempenho e preserva as funções cerebrais. Atua sobre a concentração, memória, motivação, neutraliza o estresse e previne contra doenças degenerativas cerebrais. A geléia real, rica em substâncias neurotransmissoras como o ácido glutâmico e outros 150 componentes ativos. Está envolvida diretamente no desenvolvimento do cérebro e memória e no aumento do fluxo sanguíneo diminuindo significativamente a pressão arterial.

As vitaminas do complexo B também são muito importantes para a memória. A Vitamina B1 (Tiamina) melhora a circulação e ajuda a produção de ácido clorídrico, a formação de sangue e o metabolismo de carboidratos. A tiamina afeta a energia, os problemas de crescimento e a capacidade de aprendizado e é necessária para a tonicidade muscular normal dos intestinos, estômago e coração.

Imprescindível para a formação de hemácias, produção de anticorpos, respiração celular e crescimento é a vitamina B2 (Riboflavina). Alivia a fadiga ocular (vista cansada) e é importante na prevenção e tratamento da catarata. Ajuda no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas.

Indispensável para a circulação adequada e pele saudável é a vitamina B3 (Niacina, Niacinamida, Ácido Nicotínico), ajuda no funcionamento do sistema nervoso, no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas e na produção de ácido clorídrico para o sistema digestivo. A niacina reduz o

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colesterol e melhora a circulação. Também é eficaz no tratamento da esquizofrenia e outras doenças mentais.

Vitamina B6 (Piridoxina) participa de mais funções orgânicas do que qualquer outro nutriente isolado. Afeta tanto a saúde física quanto a saúde mental. É benéfica se o indivíduo sofre de retenção de líquido.

Essencial para prevenir a anemia, vitamina B12 (Cianocobalamina). Auxilia a formação e longevidade das células. Essa vitamina também é necessária à digestão apropriada, absorção dos alimentos, síntese de proteínas e metabolismo de carboidratos e lipídeos. Além disso, a vitamina B12 previne danos aos nervos, mantém a fertilidade e promove o crescimento e desenvolvimento normais.

O Ácido Fólico é considerado um alimento para o cérebro, o ácido fólico é necessário à produção de energia e formação das hemácias. A colina é necessária a transmissão nervosa, regulação biliar e funcionamento do fígado e formação de lecetina. Minimiza o excesso de gordura no fígado, ajuda a produção de hormônio e é essencial ao metabolismo de lipídeos e colesterol. Sem colina o funcionamento do cérebro e memória ficam prejudicados.

De tudo o que foi mencionado, percebe-se que é o conjunto que faz a obra ser bem sucedida. Tudo precisa andar em sintonia para funcionar bem e corretamente. Todos os ingredientes são necessários e indispensáveis para o bom funcionamento do corpo e memória.

3.2 Exercícios e hábitos que ajudam a melhorar a memória

Segundo Relvas (2009, p. 70), “não podemos e nem devemos sobrecarregar nosso cérebro com tentativas de decorar informações que temos acesso de forma fácil e simples.” Afirma ainda que “o ideal é que se faça um

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entendimento profundo do que é e para que serve suas funções, utilidades e empregos”.

Não se trata de uma receita pronta, mas recomendações que ajudam a memória. Parar, pensar e repetir ajuda o cérebro a armazenar e recuperar a informação quando for necessária. É uma forma de memorizar. Dividir uma grande informação por partes e resumos, tentando associar informações a imagens mentais vividas.

“Aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso conhecimento, habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, situar-nos no presente e prevermos o futuro.” (RELVAS, 2009, p. 71).

É importante que haja pequenas pausas de descanso para estudar, é mais rentável. O fato de atribuir um significado ou sentido às informações é mais fácil decorar. Um método comum é associar uma lista de coisas a locais pelos quais se passa habitualmente. As técnicas mnemônicas para decorar listas de coisas, permitem aumentar em cerca de 10 vezes a memória.

De acordo com Relvas, (2009, p.71), “a memória é a base de todo o saber e, porque não dizer, de toda a existência humana, desde o nascimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada.” Relvas ressalta que a memória é que dá significado ao cotidiano, acumulando experiências que serão utilizadas por toda a vida.

Manter hábitos regulares de sono e não saltar as refeições também é importante. Nunca se deve fazer exames sem ter descansado e com o estômago vazio. Em fases de maior cansaço ou estresse, a memória pode falha e o ideal e recomendável é, parar, se concentrar na informação relevante

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e repetir em voz alta. É também recomendável ter um bloco, diário ou calendário, para auxiliar a memória, além de ajudar a melhorá-la.

Não se pode deixar de mencionar a grande importância de manter hábitos de leitura. Não há exercício melhor do que ler, ler e ler, exercitar a compreensão do que se lê e dar sentido, significado e por consequência a memória do que foi interiorizado e assimilado. Fazer palavras cruzadas é um desafio à memória e também é bastante recomendado.

3.3 Memória e plasticidade cerebral - o ponto chave no

mundo corporativo

A plasticidade cerebral é a capacidade de adaptação do sistema nervoso central para modificar a própria estrutura já organizada, são as novas conexões neurais. Partindo deste princípio, o profissional de hoje precisa ter múltiplas ações, ser proativo, possuir habilidades para desempenhar bem a função na qual é responsável. Este profissional precisar estar sempre reinventando suas próprias ideias, fazendo novas conexões neurais.

Pode-se dizer que a base de novas conexões neurais, vem da capacidade do cérebro de evocar suas memórias, no hipocampo, e a partir destas memórias fazer novas conexões sinápticas entre os neurônios, com isso reconstrói novas informações e ideias que já possuía anteriormente. Segundo Relvas:

“o cérebro pode promover reconexão de circuitos neuronais até quando há uma pequena perda de conectividade, pois tende a uma recuperação autônoma, enquanto uma grande perda altera permanentemente a

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função, porém, para tanto, necessita de objetivos precisos mantendo os níveis adequados de estímulos facilitadores e inibidores, “possibilitando” alguma reconstrução dessa conexão.” (RELVAS, 2009, p.50)

Espera-se do profissional do mundo corporativo a iniciativa, a criatividade, a capacidade de recriar, sob outro ponto de vista, sob outra perspectiva, plasticidade cerebral, e neste ponto é essencial ter traçado o que se quer reinventar, uma meta, um objetivo. O indivíduo precisa ser consciente desta condição.

Em todos os processos da vida se faz imprescindível a memória em sua totalidade. Esta comunicação é fundamental para a percepção e avaliação do meio e para a capacidade de resposta aos estímulos externos. Para isso os níveis de serotonina, que é um neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar, dentre outras funções importantes no S.N.C., tem um papel fundamental na vida social, mental e física do ser humano.

É importante ressaltar que os níveis de serotonina no cérebro precisam estar em equilíbrio para que haja um engajamento de novas ações, percepção e capacidade no indivíduo, pois este neurotransmissor em baixa quantidade faz o indivíduo ficar depressivo e ansioso e consequentemente o faz “fracassar” diante das adversidades se achando incapaz de resolver os conflitos.

Os profissionais envolvidos na rotina de uma empresa necessitam estar em sincronia com as atividades que exercem, e isso requer deste profissional do mundo corporativo, muitas habilidades para ter um bom desempenho na carreira, ao mesmo tempo ser um líder, motivador de sua equipe de trabalho e saber administrar o tempo. Essa é a realidade que as empresas vivenciam

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hoje. E o que tem a ver isso com a memória? Ora, cada vez mais, se exige qualificação do profissional e, fazendo um adendo, o conceito de plasticidade cerebral, este se encaixa nesta perspectiva do profissional multifuncional, que precisa fazer e gerar resultados dentro e fora da empresa.

O ambiente corporativo é um quesito colaborativo para o desenvolvimento e aprimoramento dos diferentes tipos de memória, além de favorecer naturalmente a liberação da serotonina responsável pela sensação de bem estar. O cérebro reescreve sua história e suas memórias a cada vez que elas são acionadas. A memória é um processo ativo e dinâmico que reforça lembranças conforme estas são evocadas.

O melhor exercício para memória é usá-la constantemente, pois fortalece as conexões envolvidas. Desafiar é preciso, e o que não falta é desafios no mundo corporativo. E para tanto a utilização destas diferentes memórias acarretam na excitação dos neurônios hipocampais e seus vizinhos. Surge então a necessidade e, fundamental importância de uma memória saudável no ambiente corporativo.

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CONCLUSÃO

Foi possível entender que o homem possui uma fabulosa e engenhosa máquina humana. Que funciona perfeitamente e em harmonia quando o indivíduo cuida bem. Da expressão “Mente sã em corpo são” pode-se pensar que é necessário o conviver em conjunto, fazer a manutenção desta máquina dotada de um neocórtex, que apesar disso às vezes ignora a própria inteligência.

Neste estudo foi possível compreender sob outro aspecto as partes envolvidas no processamento das memórias, onde se costuma chamar rotineiramente apenas de memória. Mas o que é esta memória que tanto se fala? Ora, sucintamente pode ser dito que é um conjunto harmônico de sinapses entre os neurônios, que se comunica com o neocórtex, que remete ao hipocampo e, que ao mesmo tempo ativa as amídalas cerebrais, colocando emoção neste circuito e assim uma sinfonia perfeita vai sendo constituída.

Diga-se de passagem, que o grande alicerce do corpo são a sua mente e memória intactas. Onde é possível contar a própria experiência. É preciso ter consciência que se deve cuidar, afinal a memória não é necessariamente o fato real e literal da vida de um indivíduo, mas reconstruções de fatos vivenciados ao longo da vida deste. A vida não é e nunca será perpétua, mas a memória sim.

Eis a diferença dos indivíduos, o neorcórtex. A realidade é transformada ou não através das escolhas feitas na vida como um todo. A necessidade de exercitar o corpo não é somente para se ter um excelente resultado estético próximo à “perfeição”, mas fazer a busca deste resultado, concomitantemente com a saúde mental do corpo. Em primeiro lugar tem que haver o interesse em

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manter-se numa estrutura estável, pois com o tempo, apesar dos cuidados, este pode ser implacável.

Conjugar a inteligência e a memória se faz extremamente necessário em todo este processo, pois um elemento complementa o outro. É possível perceber também que com a idade a máquina humana sofre desgaste e por isso que se deve exercitar não só o corpo, mas a memória. O importante de tudo é possibilitar a harmonia entre a mente e o físico. Dar condição para que isso se torne possível. É o que afirma Relvas logo abaixo:

“Semelhante ao que ocorre com exercícios musculares realizados para se manter em boa forma física, sempre procurando estimular nossos principais sentidos: olfato, paladar, visão e audição, bem como a memória e a inteligência.” (RELVAS, 2009, p.65).

Percebeu-se que o declínio das funções mentais ocorre com o tempo e a falta de atividade mental. Surge então a necessidade de se conjugar memória e inteligência para funcionar em conformidade. Desta forma, faz-se necessário a prática do exercício mental em prol da saúde de todo o corpo. O que se deve considerar é o trabalho simultâneo de ambas as partes, corpo e mente.

O estudo será finalizado identificando a importância da saúde física e mental no ambiente corporativo bem como a utilização dos diferentes tipos de memórias neste contexto que também se torna um fator que promove e desenvolve a saúde mental. Fica entendido que a memória é inerente ao individuo que para ser bem sucedido seja em qualquer âmbito de sua vida este deve ter utilizar e aprimorar bem como cuidar de sua saúde mental pois esta é sua principal ferramenta de trabalho e em sua vida profissional sem duvidas fará todo o diferencial.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GAZZANIGA, Michael S. Neurociência cognitiva: a biologia da mente / Michael S. Gazzaniga, Richard B. Ivry, George R. Mangun; tradução Angélica Rosat Consiglio... [et al.]. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

IZQUIERDO, Ivan, 1937. A arte de esquecer: cérebro e memória. 2 Ed.- Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2010.

RELVAS, Marta Pires, Fundamentos Biológicos da Educação: despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem / Marta Pires Relvas. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009.

SERENIKI, Adriana; VITAL, Maria Aparecida Barbato Frazão. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e farmacológicos. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre,v.30,n.1,2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php ?script=sci_arttext&pid=S0101-81082008000200002&lng=pt&nrm=iso>.

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FONTE DE CONSULTA

ALCOOLISMO. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcoolismo. Acesso em 20/01/2011.

HIPOCAMPO. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hippocampus.png. Acesso em 20/01/2011.

NUTRIÇÃO PARA O CÉREBRO. Disponível em:

http://www.sonutricao.com.br/conteudo/artigos/cerebro/. Acesso em 21/01/2011.

PARKINSON. Disponível em: http://www.brasilescola.com/doencas/doenca-de-parkinson.htm, Acesso em 20/01/2011.

PRIBERAM, Priberam - Dúvidas linguísticas [em linha], 2006. Disponível em:

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I

ALGUMAS TEORIAS SOBRE A MEMÓRIA 10 1.1 – O hipocampo 11 1.2 – Memória de Curta Duração e Memória Sensorial 13 1.3 – Tipos de memória: de trabalho, declarativa,

não- declarativa 16

CAPÍTULO II

A MEMÓRIA E SEUS OPONENTES 20

2.1 – A amnésia 20

2.2 – A doença de Alzheimer 23 2.3 – A doença de Parkinson 25 2.4 – O alcoolismo 26

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CAPÍTULO III

OS ELEMENTOS ALIADOS A MEMÓRIA 28 3.1– 1 Os alimentos e as vitaminas como fontes

naturais de nutrição e saúde 28 3.2 – Exercícios e hábitos que ajudam a melhorar

a memória

3.3 - Memória e plasticidade cerebral

- o ponto chave no mundo corporativo 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 FONTE DE CONSUTA 39

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Faculdade Integrada AVM

Título da Monografia: A importância da memória humana para a saúde mental e física no mundo corporativo

Autor: Denise Pereira Mendes

Data da entrega: 27/01/2011

Referências

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