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DELIBERAÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE VERSÃO NÃO CONFIDENCIAL

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Mod.015_02 DELIBERAÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

DA ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE

VERSÃO NÃO CONFIDENCIAL

Considerando que a Entidade Reguladora da Saúde, nos termos do n.º 1 do artigo 4.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto, exerce funções de regulação, de supervisão e de promoção e defesa da concorrência respeitantes às atividades económicas na área da saúde nos setores privado, público, cooperativo e social;

Considerando as atribuições da Entidade Reguladora da Saúde conferidas pelo artigo 5.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto;

Considerando os objetivos da atividade reguladora da Entidade Reguladora da Saúde estabelecidos no artigo 10.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto;

Considerando os poderes de supervisão da Entidade Reguladora da Saúde estabelecidos no artigo 19.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto;

Visto o processo registado sob o n.º ERS/121/2018;

I. DO PROCESSO

I.1. Origem do processo

1. A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) tomou conhecimento em 22 de abril de 2018, de uma reclamação online subscrita por M.A., referente à atuação da HPP Saúde – Parceria Cascais, S.A., entidade prestadora de cuidados de saúde inscrita no Sistema de Registo de Estabelecimentos Regulados (SRER) da ERS sob o n.º 18670, responsável pelo estabelecimento prestador de cuidados de saúde hospitalares, Hospital de Cascais - Dr. José de Almeida (Hospital de Cascais), que, por seu turno, está registado no sistema sob o n.º 112974.

(2)

2. Na referida reclamação, à qual foi atribuída o número REC/39917/2018, a exponente alega, em suma, a queda da utente V.D., concretizando que “no dia 20/04, […] o meu irmão deparou com cenário assustador: o lado direito da face, testa e olho completamente vermelho e inchado, quase sem conseguir ver. A justificação dos responsáveis no SO-enfermagem/auxiliares, foi que tinha tentado levantar-se para urinar e caiu”.

3. Para uma averiguação preliminar dos factos enunciados, e ao abrigo das atribuições e competências da ERS, no dia 27 de julho de 2018, procedeu-se à abertura do processo de avaliação registado sob o número n.º AV/150/2018.

4. No entanto, face à necessidade de uma averiguação mais aprofundada dos factos relatados, ao abrigo das atribuições e competências da ERS, o respetivo Conselho de Administração deliberou, por despacho de 2 de agosto de 2018, proceder à abertura do presente processo de inquérito, registado internamente sob o n.º ERS/121/2018, no sentido de apurar se os procedimentos internos do Hospital de Cascais para prevenção de quedas são suficientes para a proteção dos direitos e interesses legítimos dos utentes, designadamente a prestação de cuidados de saúde de qualidade e com segurança.

5. Subsequentemente, em 19 de setembro de 2018 e 10 de dezembro de 2018, foram apensadas ao presente processo de inquérito as reclamações subscritas por M.A., em 30 de janeiro de 2017, e por M.P, em 12 de agosto de 2018, por versarem sobre a mesma temática em apreço. 6. As exposições de M.A. e de M.P. foram inicialmente tratadas no âmbito dos processos de

reclamação n.º REC/12630/2017 e n.º REC/92448/2018, respetivamente.

I.2. Diligências

7. No âmbito da investigação desenvolvida pela ERS, realizaram-se as seguintes diligências instrutórias:

(i) Pesquisa no SRER da ERS relativa à inscrição do HPP Saúde – Parcerias Cascais, S.A., constatando-se que o mesmo é um estabelecimento prestador de cuidados de saúde inscrito no Sistema de Registo de Estabelecimentos Regulados (SRER) da ERS; (ii) Notificação de abertura de processo de inquérito enviada à exponente M.A em 7 de

agosto de 2018, bem como análise das comunicações dirigidas à ERS, em 20 de agosto de 2018, em 22 de outubro de 2018 e em 16 de janeiro;

(iii) Notificação de abertura de processo de inquérito e pedido de elementos enviado ao prestador em 7 de agosto de 2018, bem como análise da resposta de 27 de agosto de 2018;

(3)

(iv) Notificação da apensação da reclamação n.º REC/12630/2017 e REC/92448/2018 aos presentes autos enviada aos exponentes M.A. e M.F. ;

(v) Notificação da apensação da reclamação n.º REC/12630/2017 e REC/92448/2018 aos presentes autos e pedido de elementos dirigido ao prestador Hospital de Cascais, por ofício datado de 11 de janeiro de 2019, bem como análise da resposta rececionada pela ERS em 6 de fevereiro de 2019.

II. DOS FACTOS II.1. Da reclamação da exponente M.A. – REC/39917/2018

8. Em 22 de abril de 2018, a ERS tomou conhecimento de uma reclamação apresentada por M.A, na qualidade de filha de V.D., relativamente à queda desta na sala de observação do serviço de urgência.

9. Concretamente, cumpre destacar os seguintes factos alegados pela exponente na sua reclamação, datada de 19 de abril de 2018:

“[…]

Ocorrência em serviço de SO.

Paciente [V.D.] - Entrada de urgência em 18/04; Ficou no SO 1 noite; pelas 15.00h de 19/04 comunicaram telefonicamente que iria ser dada alta. […] fui buscar paciente, constatei […] que não se encontrava bem - sem discurso coerente, com aparência sedada, sem conhecimento dos familiares presentes. Médica de serviço reconsiderou, e a paciente ficaria ainda para observação […]. No dia 20/04, à hora da visita […] o meu irmão deparou com cenário assustador: O lado direito da face, testa e olho completamente vermelho e inchado, quase sem conseguir ver. A justificação dos responsáveis no SO-enfermagem/auxiliares, foi que tinha tentado levantar-se para urinar e caiu! Como é possível, paciente idosa (94 anos), e num serviço de observação permanente (SO), com limitações de mobilidade, e tendo a maca protecção de barras, levantar-se e cair, sem que não se tenham apercebido?

[…]”.

10. Em resposta à referida reclamação, o Hospital de Cascais remeteu à reclamante, por ofício datado de 8 de maio de 2018, os seguintes esclarecimentos:

“[...]

Relativamente ao teor da exposição apresentada por V. Exa., lamentamos o incómodo causado à exponente e à utente. No entanto, cabe-nos assegurar que face ao exposto e do ponto de vista clínico que motivou a vinda às urgências, foram tomadas as medidas adequadas

(4)

no atendimento, considerando-se que em relação às queixas apresentadas, a doente foi avaliada e orientada em conformidade com a situação clínica.

Apesar das medidas de prevenção, que o Hospital de Cascais - Dr. José de Almeida, tem implementado na prevenção das quedas, lamentamos a ocorrência do episódio descrito. Tendo sido tomadas todas as medidas assistenciais neste quadro clínico.

A exposição de V. Exa. foi apresentada à Exma. Coordenadora do serviço visado, na medida em que nos esforçamos para melhor servir os nossos utentes.

[…]”.

11. Por ofício de 7 de agosto de 2018, o Hospital de Cascais foi notificado da abertura do processo de inquérito e para esclarecimento cabal dos factos alegados foi remetido o seguinte pedido de elementos:

“[…]

(i) Descrição pormenorizada das circunstâncias em que se verificou a queda da utente e dos cuidados de saúde prestados nessa sequência;

(ii) Descrição, pormenorizada e documentalmente suportada dos procedimentos internos de avaliação do risco de queda dos utentes e de prevenção da ocorrência destes incidentes;

(iii) Confirmação, pormenorizada e documentalmente suportada, da existência de avaliação de risco, registada no processo clínico da utente (…), caso a mesma tenha ocorrido;

(iv) Descrição, pormenorizada e documentalmente suportada, dos procedimentos em vigor para o registo e comunicação de eventos adversos, aos serviços com responsabilidades nas áreas de gestão de risco e/ou qualidade e segurança, seja a nível interno, seja ao nível externo;

(v) Cópia do relatório, pormenorizado e documentalmente suportado, da comunicação de incidente ou evento adverso (a entidade externa e/ou interna);

(vi) Procedam ao envio de quaisquer outros esclarecimentos complementares que julguem necessários e relevantes para a análise do caso concreto.

[…]”.

12. Nessa sequência, por mensagem de correio eletrónico de 27 de agosto de 2018, veio o prestador prestar os seguintes esclarecimentos:

(5)

i. Segue em anexo resumo do episódio que deu origem a reclamação, para uma melhor análise do exposto (Anexo I);

ii. Cópia do procedimento de prevenção do risco de queda na população adulta (Anexo II); iii. De acordo com o procedimento no SO do Serviço de Urgência, não é realizada avaliação do

risco de queda, assumindo-se todos os doentes com risco elevado; iv. Cópia do Procedimento e Evento Sentinela (Anexo Ill);

v. De acordo com o Procedimento “Actuação Pós-Queda na População Adulta, todas as quedas são registada no Processo Clínico e analisadas mensalmente pelo Grupo de Trabalho da Meta 6 — Redução do Dano Resultante de Quedas. Apenas são registadas na plataforma de notificação de incidentes quedas com grau de severidade igual ou superior a 4, uma vez que podem configurar um evento sentinela, com necessidade de implementação de medidas imediatas.

vi. Cópia dos Procedimentos de Gestão de Risco (Anexo IV), Cópia dos Procedimentos Quase-falha (Anexo V), Cópia dos Procedimentos Actuação Pós-queda na População Adulta (Anexo VI).

[…]”.

13. Em anexo ao seu ofício de resposta, o Hospital de Cascais juntou cópia do diário clínico do episódio de urgência, de 18 de abril de 2018, da utente V.D., à data com 94 anos, onde estão inseridos os seguintes registos médicos:

“[…]

2018-04-20 04:00

Registo de queda; Motivos da queda; Outras Causas, Grau de severidade: Grau 3 – Moderado. Cliente que se encontrava no leito a dormir, calma de forma autónoma faz levante, contornando as grades de segurança que se encontravam elevadas (maca a nível 0 e travada), do qual resulta queda da própria altura, com TCE, […].

Comunicado de imediato equipa clínica, que solicita realização de TAC-CE, e sutura da mesma ferida.

Aplicado gelo local, doente fica contida no leito a nível de membros superiores. […]”.

14. Igualmente, o Hospital de Cascais juntou cópia do diário clínico do episódio de urgência, de 11 de maio de 2018, da utente, onde estão inseridos os seguintes registos médicos:

(6)

15. Ainda, em anexo à sua resposta, o Hospital de Cascais enviou à ERS cópia dos seguintes documentos:

a) Procedimento Prevenção do risco de queda na população adulta, procedimento IPSG.6.1, revisto em 20 de março de 20181;

b) Procedimento Evento Sentinela, procedimento QPS.7, revisto em 28 de março de 20182;. c) Procedimento Gestão de Risco, procedimento QPS.11, revisto em 28 de março de 20183; d) Procedimento Quase-falha, procedimento QPS.9, revisto em 28 de março de 20184;

e) Procedimento Atuação Pós-Queda na População Adulta, procedimento IPSG.6.1, revisto em 20 de março de 20185;

II.2. Da reclamação do exponente M.A. – REC/12630/2017

16. Em 28 de fevereiro de 2017, a ERS tomou conhecimento de uma reclamação apresentada por M.A., relativamente à queda da utente C.M. na casa de banho do quarto onde se encontrava internada.

17. Concretamente, cumpre destacar os seguintes factos alegados por M.A. na sua reclamação: “[…]

1

De acordo com o documento aprovado pelo Conselho de Administração do Hospital de Cascais, o objetivo do referido procedimento é “uniformizar os procedimentos relativos à prevenção e monitorização de quedas

na população adulta internada ou em ambulatório”.

2

De acordo com o documento aprovado pelo Conselho de Administração do Hospital de Cascais, o objetivo do referido procedimento é “identificar e dar resposta, de forma adequada, à ocorrência de todos os eventos

sentinela que ocorram no Hospital ou que possam estar associados a serviços prestados por este ou subcontratados, por forma a: ter um impacto positivo na melhoria dos cuidados aos utentes, tratamentos e serviços e em prevenir dano não intencional; focar a atenção do Hospital para perceber os fatores que contribuíram para o evento (como causa subjacentes, condições latentes e falhas ativas nos sistemas de defesa ou cultura do Hospital) e para mudar a cultura de segurança, sistemas e processos para reduzir a probabilidade de um evento igual no futuro; aumentar o conhecimento geral sobre eventos relacionados com a segurança dos utentes, os seus fatores contribuintes e estratégias de prevenção; manter a confiança do público e profissionais, em que a segurança dos utentes é prioridade”.

3

De acordo com o documento aprovado pelo Conselho de Administração do Hospital de Cascais, o objetivo do referido procedimento é “definir um programa contínuo de gestão de risco, para identificar e reduzir de

forma proactiva eventos adversos inesperados e outros riscos de segurança para o doente e profissionais”.

4

De acordo com o documento aprovado pelo Conselho de Administração do Hospital de Cascais, o objetivo do referido procedimento é “identificar e dar reposta, de forma adequada, à ocorrência de todas as

quase-falhas que ocorram no hospital ou que possam estar associados a serviços prestador por este ou subcontratados”.

5

De acordo com o documento aprovado pelo Conselho de Administração do Hospital de Cascais, o objetivo do referido procedimento é “uniformizar a prestação de cuidados de saúde no período pós-queda de modo a

(7)

A paciente (C.M.), foi internada no Hospital de Cascais

[…]

onde foi operada

[…], t

endo sofrido uma fratura peri-protésica, detetada no recobro, que obrigou a sua imobilização e a nova intervenção cirúrgica

[…]

.

No período pós-operatório,

[…]

, declarou-se uma infeção pulmonar de origem hospitalar, que a obrigou a permanecer no hospital para tratamento, sempre ao cuidado da Ortopedia, onde prosseguia a recuperação ortopédica.

Na manhã do dia 26 de Dezembro de 2016 sofreu uma queda na casa de banho do quarto

[…]

, quando estava a vestir-se, tendo sofrido uma fratura do fémur esquerdo, que obrigou a sua estabilização e posterior operação,

[…]

.

[…]

Durante a consulta, (…) referiu que a recuperação desta fratura é extremamente delicada, sendo de prever um período de 3 a 6 meses, já que é elevado o risco de nova fratura, mencionando ainda que a paciente não deveria ainda colocar o pé no chão nem efetuar exercícios com carga. No entanto, esta indicação não foi dada na carta de retorno, a qual apenas referia que tinha sofrido a fratura e remetia para os exames efetuados naquela manhã (CD recolhido por mim e entregue na UCC).

Aproveitando a consulta, o médico enviou a paciente para a Enfermagem para remover os agrafos da costura. Não sendo possível retirar todos, foi dada indicação para que fossem retirados na UCC, sem que essa indicação também fosse escrita.

Voltamos a sala de consulta, onde o Dr. (…) analisou a medicação prescrita e referiu que um medicamento para prevenir embolia pulmonar deveria ser tomado até ao final, mas sem qualquer reposição. Esta indicação, foi, mais uma vez, verbal.

Após ter sido questionado, referiu ainda que a recuperarão da infeção pulmonar deveria ser avaliada pelo médico assistente da UCC, já que não era a sua competência.

Como recomendação final, deu indicações para que a paciente viesse imediatamente à Urgência, caso houvesse qualquer tipo de agravamento, já que está referenciada no Hospital e marcou uma consulta de seguimento

[…]

.

Nesse dia, a paciente regressou a UCC e transmitiu todas estas indicações à equipa de fisioterapia e enfermagem, a qual procurou sem sucesso qualquer indicação escrita no sentido das mesmas,

[…]

.

[…]”.

18. Em resposta à referida reclamação, o prestador remeteu à reclamante, por ofício datado de 21 de fevereiro de 2017, os seguintes esclarecimentos:

(8)

Em sequência, relativamente aos factos apresentados, cumpre-nos informar que procedemos à análise do processo da Utente (C.M), e verificámos que, a mesma sofreu no dia 26 de Dezembro de 2016, durante o internamento, uma queda da qual resultou uma fratura.

Á data da ocorrência da queda, a Utente movimentava-se com o auxílio de um andarilho, necessitando apenas de supervisão.

Nesse dia, a Utente foi acompanhada até à casa de banho para realizar a sua higiene corporal e foi informada de que, após a realização da mesma, teria de tocar na campainha para que, a Enfermeira e/ou a Assistente Operacional de serviço, a viessem auxiliar a vestir.

A queda aconteceu, no momento em que a Utente, sem ter solicitado a devida ajuda, se tenta vestir sozinha.

No respeito pelo princípio da beneficência, a intercorrência referida foi de imediato socorrida, de forma a assegurar plenamente os cuidados da Utente e dirimir quaisquer complicações. O evento foi analisado e está a ser efetuada uma averiguação aprofundada de todas as circunstâncias que conduziram ao ocorrido, no sentido de aferir se os procedimentos de segurança foram os adequados.

Conscientes de que este incidente representa uma oportunidade de melhoria, apresentamos as nossas maiores desculpas pelo ocorrido, comprometendo-nos em retomar a breve trecho o contacto com V. Exas., para comunicar o resultado da nossa averiguação.

[…]”.

II.3. Da reclamação da exponente M.F. – REC/92448/2018

19. Em 6 de dezembro de 2018, a ERS tomou conhecimento de uma reclamação apresentada por M.F., relativamente à queda do utente G.F..

20. Concretamente, cumpre destacar os seguintes factos alegados por M.F. na sua reclamação: “[…]

Hoje quando cheguei ao […], onde se encontra internado em isolamento, o meu pai, após perguntar porque se encontrava a chorar, fiquei a saber que no dia anterior, ainda no serviço de observação (em isolamento) depois de várias tentativas para encontrar o mecanismo de chamada de enfermeiro, porque estava muito aflito para urinar, tentou levantar-se mas, como se encontra num estado muito debilitado, caiu.

Após esta queda entrou um senhor no isolamento que muito zangado o pontapeou, levantou-o e atirou-o violentamente para cima da cama, bem como ao mesmo tempo lhe fez várias ameaças que aquele comportamento iria ficar registado e teria consequências posteriores.

(9)

O meu pai (…) é um idoso de 85 anos, sofreu uma queda há 10 dias atrás que lhe deixou uma perna (direita) muito magoada e que desde este episódio piorou, além de o ter deixado psicologicamente afetado, dado que é uma pessoa frágil psicologicamente pela morte recente da mulher e fruto também da própria doença física.

[…]”.

21. Em resposta à referida reclamação, o prestador remeteu à reclamante, por ofício datado de 27 de agosto de 2018, os seguintes esclarecimentos:

“[...]

Aproveitamos para lhe transmitir que é política deste Hospital ter em linha de conta as opiniões de quem nos visita, uma vez que as mesmas poderão servir para a melhoria da prestação dos nossos serviços e, por essa razão, iremos ter em consideração a exposição apresentada por V. Exa.

A qualidade do atendimento, não só em termos técnicos como humanos, é para nós um objetivo fundamental para o qual trabalhamos diariamente, pelo que lamentamos toda a situação descrita.

[…]”.

II.4. Da notificação de apensação da reclamação n.º REC/12630/2017 e n.º REC/92448/2018 e pedido de elementos ao prestador e respetiva resposta

22. Por ofício de 11 de janeiro de 2019, o Hospital de Cascais foi notificado da apensação das reclamações ao presente processo de inquérito e para esclarecimento cabal dos factos alegados foi remetido o seguinte pedido de elementos:

“[…]

1. Se pronunciem detalhadamente sobre as situações descritas nas referidas reclamações e forneçam esclarecimentos adicionais que entendam relevantes, acompanhado de toda a documentação de suporte;

2. Descrição pormenorizada das circunstâncias em que se verificou a queda da utente (…) e dos cuidados de saúde prestados nessa sequência, mais se solicitando que esclareçam o tempo que mediou entre a queda da utente e o momento em que interveio a equipa de enfermagem e/ou médico responsável, com envio de relatório que inclua os registos clínicos e/ou os registos de enfermagem;

3. Descrição pormenorizada das circunstâncias em que se verificou a queda do utente (…) e dos cuidados de saúde prestados nessa sequência, mais se solicitando que esclareçam o tempo que mediou entre a queda do utente e o momento em que interveio a equipa de

(10)

enfermagem e/ou médico responsável, com envio de relatório que inclua os registos clínicos e/ou os registos de enfermagem;

4. Pronunciem sobre a alegada conduta da equipa de enfermagem que interveio após a queda do utente (…);

5. Descrição, pormenorizada e documentalmente suportada, dos procedimentos internos de avaliação do risco de queda dos utentes e de prevenção da ocorrência destes incidentes; 6. Cópia dos relatórios, pormenorizados e documentalmente suportados, da comunicação de

incidente ou evento adverso (a entidade externa e/ou interna) para ambas as situações descritas;

7. Indicação das medidas corretivas adotadas em ordem a evitar situações semelhantes às reportadas nas reclamações supra citadas, acompanhado do respetivo suporte documental;

8. Procedam ao envio de quaisquer esclarecimentos complementares julgados necessários e relevantes à análise do caso concreto.

[…]”.

23. Nessa sequência, por mensagem de correio eletrónico de 6 de fevereiro de 2019, veio o prestador prestar os seguintes esclarecimentos:

“[…]

1. Reclamação subscrita por (M.A.): A utente (C.M.) sofreu no dia 26 de Dezembro de 2016, durante o internamento, uma queda da qual resultou uma fractura.

A data da ocorrência da queda, a Utente movimentava-se com o auxílio de um andarilho, necessitando apenas de supervisão.

Nesse dia, a Utente foi acompanhada até a casa de banho para realizar a sua higiene corporal e foi informada de que, após a realização da mesma, teria de tocar na campainha para que, a Enfermeira e/ou a Assistente Operacional de serviço, a viessem auxiliar a vestir. A queda aconteceu, no momento em que a Utente, sem ter solicitado a devida ajuda, se tenta vestir sozinha. (Anexo II)

Reclamação subscrita por (M.F.): Não se verificou nenhuma queda no episódio. (Anexo IV) 2. […]

O evento foi analisado e está a ser efetuada uma averiguação aprofundada de todas as circunstâncias que conduziram ao ocorrido, no sentido de aferir se os procedimentos de segurança foram os adequados. (Anexo Ill) Em relação ao utente (…) não se verificou nenhuma queda. (Anexo IV).

(11)

3. Remete-se resumo do episódio que deu origem à reclamação. (Anexo IV) 4. Anexo V

5. Anexo VI 6. Anexo VII […]”.

24. Em anexo ao seu ofício de resposta, o Hospital de Cascais juntou cópia do diário clínico do episódio de urgência, de 26 de dezembro de 2016, da utente C.M., à data com 77 anos, onde estão inseridos os seguintes registos médicos:

“[…]

2016-12-26 10:00

Motivos da queda; Outras Causas, Grau de severidade: Grau 4 – Elevado. A doente, que era independente com andarilho, estava na casa de banho após o banho e refere que largou o andarilho para se vestir e caiu, não tendo batido com a cabeça.

[…]”.

25. O prestador juntou cópia do documento de Análise de Causa Raiz e Plano de Ação, com a previsão de estratégias para redução do risco, relativo à queda da utente C.M., onde estão inseridos os seguintes registos:

“[…]

Plano de cuidados de Enfermagem não adequado ao grau de risco de queda, relativamente aos autocuidados e às medidas preventivas.

[…]

Identifica-se incumprimento dos procedimentos de monitorização de risco. […]

Adaptando a formação às necessidades da equipa.

Orientar formação específica para ensinos aos profissionais sobre medidas preventivas anti-queda, especificamente no que confere à adequação das medidas de prevenção.

[…]”.

26. Igualmente, o Hospital de Cascais juntou cópia do diário clínico do episódio de urgência, de 9 de agosto de 2018 a 11 de agosto de 2018, do utente G.F., que não menciona a verificação de qualquer queda, embora se insere que o utente “recorre ao SU por desorientação com discurso confuso e dificuldade na articulação das palavras (…). Desorientado, com necessidade de contenção abdominal por risco de queda. (…) Fica imobilizado por se apresentar agitado […]”.

(12)

27. Ainda, em anexo à sua resposta, o Hospital de Cascais enviou à ERS cópia dos seguintes documentos:

a) Comunicação do Coordenador Departamento de Cirurgia, de 1 de fevereiro de 2017, relativa à utente C.M., que presta os esclarecimentos supra transcritos;

b) Procedimento Prevenção do risco de queda na população adulta, procedimento IPSG.6.1, revisto em 20 de março de 2018;

c) Procedimento Evento Sentinela, procedimento QPS.7, revisto em 28 de março de 2018; d) Procedimento Gestão de Risco, procedimento QPS.11, revisto em 28 de março de 2018; e) Procedimento Atuação Pós-Queda na População Adulta, procedimento IPSG.6.1, revisto

em 20 de março de 2018.

III. DO DIREITO III.1. Das atribuições e competências da ERS

28. De acordo com o n.º 1 do artigo 5.º dos Estatutos da ERS, esta tem por missão “[…] a regulação da atividade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde.”

29. Ainda, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 5.º dos seus Estatutos, as atribuições da ERS compreendem “[…] a supervisão da atividade e funcionamento dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde no que respeita:

[…]

b) À garantia dos direitos relativos ao acesso aos cuidados de saúde, à prestação de cuidados de saúde de qualidade, bem como dos demais direitos dos utentes;

c) À legalidade e transparência das relações económicas entre os diversos operadores, entidades financiadoras e utentes.”.

30. Sendo que estão sujeitos à regulação da ERS, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º dos seus Estatutos “ [...] todos os estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, do setor público, privado, cooperativo e social, independentemente da sua natureza jurídica, nomeadamente hospitais, clínicas, centros de saúde, consultórios, laboratórios de análises clinicas, equipamentos ou unidades de telemedicina, unidades móveis de saúde e termas.”;

31. Consequentemente, a HPP Saúde – Parcerias Cascais, S.A. é uma entidade responsável por um estabelecimento prestador de cuidados de saúde hospitalares, pelo que está legalmente submetido aos poderes de regulação e supervisão da ERS, onde, aliás, está inscrita, sob o n.º 18670.

(13)

32. Acresce que, constituem objetivos da ERS, nos termos do disposto nas alíneas b), c) e d) do artigo 10.º do mencionado diploma, assegurar o cumprimento dos critérios de acesso aos cuidados de saúde, garantir os direitos e interesses legítimos dos utentes e zelar pela prestação de cuidados de saúde de qualidade.

33. Pelo que, no que concerne à garantia dos critérios de acesso aos cuidados de saúde a alínea a) do artigo 12.º do mesmo diploma legislativo estabelece ser incumbência da ERS “assegurar o direito de acesso universal e equitativo à prestação de cuidados de saúde nos serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nos estabelecimentos publicamente financiados, bem como nos estabelecimentos contratados para a prestação de cuidados no âmbito de sistemas ou subsistemas públicos de saúde ou equiparados, acrescentando a alínea b) do mesmo artigo o dever de “prevenir e punir as práticas de rejeição e discriminação infundadas de utentes nos serviços e estabelecimentos do SNS, nos estabelecimentos publicamente financiados, bem como nos estabelecimentos contratados para a prestação de cuidados no âmbito de sistemas ou subsistemas públicos de saúde ou equiparados”;

34. Por outro lado, no domínio da garantia da prestação de cuidados de saúde de qualidade, incumbe à ERS, entre outras, a garantia do direito dos utentes à prestação de cuidados de saúde qualidade, conforme estatuído na alínea c) do artigo 14.º dos Estatutos da ERS.

35. Podendo a ERS assegurar tais incumbências mediante o exercício dos seus poderes de supervisão, no caso mediante a emissão de ordens e instruções, bem como recomendações ou advertências individuais, sempre que tal seja necessário, sobre quaisquer matérias relacionadas com os objetivos da sua atividade reguladora, incluindo a imposição de medidas de conduta e a adoção das providências necessárias à reparação dos direitos e interesses legítimos dos utentes – cfr. alínea a e b) do artigo 19.º dos Estatutos da ERS.

III.2. Do direito à prestação de cuidados de saúde de qualidade e com segurança

36. A necessidade de garantir requisitos mínimos de qualidade e segurança ao nível da prestação de cuidados de saúde, dos recursos humanos, do equipamento disponível e das instalações, está presente no sector da prestação de cuidados de saúde de uma forma mais acentuada do que em qualquer outra área.

37. As relevantes especificidades deste setor agudizam a necessidade de garantir que os serviços sejam prestados em condições que não lesem os interesses nem os direitos dos utentes. 38. Sobretudo, importa ter em consideração que a assimetria de informação que se verifica entre

prestadores e utentes reduz a capacidade destes últimos de perceberem e avaliarem o seu estado de saúde, bem como, a qualidade e adequação dos serviços que lhe são prestados.

(14)

39. Além disso, a importância do bem em causa (a saúde do doente) imprime uma gravidade excecional à prestação de cuidados em situação de falta de condições adequadas.

40. Por outro lado, os níveis de segurança desejáveis na prestação de cuidados de saúde devem ser considerados, seja do ponto de vista do risco clínico, seja do risco não clínico.

41. Assim, o utente dos serviços de saúde tem direito a que os cuidados de saúde sejam prestados com observância e em estrito cumprimento dos parâmetros mínimos de qualidade legalmente previstos, quer no plano das instalações, quer no que diz respeito aos recursos técnicos e humanos utilizados.

42. Os utentes gozam do direito de exigir dos prestadores de cuidados de saúde o cumprimento dos requisitos de higiene, segurança e salvaguarda da saúde pública, bem como a observância das regras de qualidade e segurança definidas pelos códigos científicos e técnicos aplicáveis e pelas regras de boa prática médica, ou seja, pelas leges artis.

43. Os utentes dos serviços de saúde que recorrem à prestação de cuidados de saúde encontram-se, não raras vezes, numa situação de vulnerabilidade que torna ainda mais premente a necessidade dos cuidados de saúde serem prestados pelos meios adequados, com prontidão, humanidade, correção técnica e respeito.

44. A este respeito encontra-se reconhecido na Lei n.º 48/90, de 24 de agosto, que aprovou a Lei de Bases da Saúde (LBS), e, hoje, no artigo 4º da Lei n.º 15/2014, de 21 de março, o direito dos utentes a serem “tratados pelos meios adequados, humanamente e com prontidão, correção técnica, privacidade e respeito” – cfr. alínea c) da Base XIV da LBS.

45. Quando o legislador refere que os utentes têm o direito de ser tratados pelos meios adequados e com correção técnica está certamente a referir-se à utilização, pelos prestadores de cuidados de saúde, dos tratamentos e tecnologias tecnicamente mais corretas e que melhor se adequam à necessidade concreta de cada utente.

46. Por outro lado, quando na alínea c) da Base XIV da LBS se afirma que os utentes devem ser tratados humanamente e com respeito, tal imposição decorre diretamente do dever dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde de atenderem e tratarem os seus utentes em respeito pela dignidade humana, como direito e princípio estruturante da República Portuguesa.

47. De facto, os profissionais de saúde que se encontram ao serviço dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde devem ter “redobrado cuidado de respeitar as pessoas particularmente frágeis pela doença ou pela deficiência”.

48. E a qualidade dos serviços de saúde não se esgota nas condições técnicas de execução da prestação, mas abrange também a comunicação e informação ao utente, dos resultados dessa mesma prestação.

(15)

49. Para além destas exigências, os prestadores de cuidados de saúde devem ainda assegurar e fazer cumprir um conjunto de procedimentos, que tenham por objetivo prevenir e controlar a ocorrência de incidentes e eventos adversos, que possam afetar os direitos e interesses legítimos dos utentes.

50. Em especial, devem ser observadas as regras constantes da Orientação da Direção-Geral da Saúde (doravante DGS) n.º 011/2012, de 30 de julho de 2012, referente à Análise de Incidentes e de Eventos Adversos6, bem como a Norma da DGS n.º 015/2014, de 25 de setembro de 2014, que cria o Sistema Nacional de Notificação de Incidentes - NOTIFICA7.

51. Os sobreditos documentos, aplicáveis a todas as entidades prestadoras de cuidados de saúde do Sistema de Saúde Português, estabelecem procedimentos que constituem instrumentos eficazes para a deteção de eventos adversos e para estimular a reflexão e o estudo sobre os mesmos, por forma a determinar a alteração de comportamentos e a correção e retificação de erros, em prol da qualidade, eficácia, eficiência e segurança dos cuidados de saúde a prestar aos utentes.

52. Assim, a Orientação da DGS n.º 011/2012, referente à Análise de Incidentes e de Eventos Adversos, estabelece concretamente o seguinte:

“Sempre que se verificar a ocorrência de um incidente potencialmente grave ou de um evento adverso, os serviços prestadores de cuidados de saúde devem:

1) promover a aprendizagem sobre as respetivas causas e prevenir a sua recorrência;

2) identificar as causas raiz do evento e procurar atuar sobre essas causas, indo além da mera resolução das manifestações dos problemas;

3) seguir a metodologia de desenvolvimento da Análise das Causas Raiz, elaborada a partir das experiências internacionais nesta área, anexa à presente Orientação e que dela faz parte integrante.”

53. Já relativamente à Norma da DGS n.º 015/2014, que cria o Sistema Nacional de Notificação de Incidentes – NOTIFICA, a mesma estabelece que:

“1. Todas as Unidades do Sistema de Saúde devem possuir uma estrutura responsável pela gestão e análise interna de incidentes de segurança do doente.

2. A indicação do gestor local e do seu substituto, junto desta Direção-Geral, deve obrigatoriamente:

6

A Orientação da DGS n.º 011/2012, de 30 de julho de 2012, pode ser consultada em

https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs.aspx.

7

A Norma da DGS n.º 015/2014, de 25 de setembro de 2014, procurou reconfigurar e melhorar a estrutura e organização de conteúdos do antigo Sistema Nacional de Notificação de Incidentes e Eventos Adversos (SNNIEA), e pode ser consultada em https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs.aspx.

(16)

a. conter os seus nomes completos, endereços eletrónicos e contactos telefónicos profissionais;

b. serem dirigidos ao endereço notifica@dgs.pt.

3. O gestor local ou o seu substituto ficam, obrigados a garantir: a. que o acesso à sua página pessoal no NOTIFICA é intransmissível; b. reporte periódico à administração da instituição;

c. o respeito e o cumprimento dos procedimentos previsto no “Manual do Gestor local”, disponível na página www.dgs.pt.

4. Os incidentes reportados no NOTIFICA devem ser alvo de análise interna, pelo gestor local, de forma a garantir:

a. a validação das notificações;

b. a identificação de medidas de correção, de implementação imediata, se aplicável; c. a identificação dos fatores contribuintes;

d. a determinação de um plano de ação com medidas preventivas ou corretivas se e conforme aplicável.

5. O gestor local deve dar retorno de informação ao notificador, acedendo à plataforma NOTIFICA e transcrevendo para a notificação em análise, as medidas preventivas e/ou corretivas definidas.

6. Sempre que se verificar a ocorrência de um incidente cujo grau de dano para o doente é “grave” ou “morte”, o gestor local deverá:

a. promover a aprendizagem sobre as respetivas causas e prevenir a sua recorrência;

b. identificar as causas raiz do evento e procurar atuar sobre essas causas, indo além da mera resolução das manifestações dos problemas;

c. seguir a metodologia de desenvolvimento da Análise das Causas Raiz, elaborada a partir das experiências internacionais nesta área, no cumprimento da Orientação n.º 011/2012 de 30 de julho de 2012. […]

10. A notificação de um incidente, ocorrido numa instituição prestadora de cuidados de saúde exige a implementação de medidas corretoras sistémicas por parte da administração da instituição, de forma a evitar que situações geradoras de dano, real ou potencial, se venham a repetir. […]”.

54. Ainda com relevância para a matéria em análise, e no quadro da proteção dos direitos e interesses dos utentes, de acordo com a alínea a) do artigo 14.º dos Estatutos da ERS, incumbe a esta Entidade Reguladora “promover um sistema de âmbito nacional de

(17)

classificação dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde quanto à sua qualidade global, de acordo com critérios objetivos e verificáveis, incluindo os índices de satisfação dos utentes”.

55. É neste enquadramento que a ERS se encontra a desenvolver o projeto SINAS (Sistema Nacional de Avaliação em Saúde), que consiste numsistema de avaliação da qualidade global dos serviços de saúde, em Portugal continental8.

56. Embora atualmente estejam apenas implementados os módulos relativos a estabelecimentos de saúde com internamento (SINAS@Hospitais) e a estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde oral (SINAS@Saúde.Oral), existe a pretensão de estender o sobredito sistema a todos os estabelecimentos de saúde (públicos, privados, cooperativos e sociais) sujeitos à regulação e supervisão da ERS.

57. Atendendo às dificuldades em uniformizar o conceito de “qualidade”, em cada módulo do SINAS são avaliadas diversas dimensões dos serviços prestados, algumas das quais são transversais a todos os módulos, como é o caso, por exemplo, da dimensão relativa à “segurança do doente”.

58. E nesta dimensão da “segurança do doente” incluem-se categorias de avaliação que merecem destaque para a matéria em análise nos autos, designadamente a implementação de planos, procedimentos, políticas ou protocolos para avaliação do risco de quedas dos doentes, o registo no processo clínico destes dos resultados dessa eventual avaliação, o registo de ocorrência de quedas e a avaliação do registo de ocorrência de quedas numa ótica de melhoria contínua, entre outros.

III.3. Análise da situação concreta

59. Atenta as situações em apreço nos autos, importa aferir se o Hospital de Cascais respeitou o direito dos utentes V.D., C.M. e G.F. à prestação de cuidados de saúde de qualidade e com segurança;

60. E, bem assim, averiguar se tal direito se encontra devidamente acautelado pelo prestador, concretamente ao nível da avaliação e prevenção do risco de queda de utentes, cabendo, pois, apurar se o prestador cumpre os procedimentos/protocolos, em observância e em estrito cumprimento dos parâmetros mínimos de qualidade legalmente previstos.

61. Ora, das diligências encetadas no presente processo resultaram os factos que, de seguida, resumidamente se enunciam, no que se refere à situação que deu origem à abertura dos presentes autos:

8

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(i) A utente V.D. deu entrada no serviço de urgência no dia 18 de abril de 2018, tendo ficado para observação;

(ii) A utente sofreu uma queda no dia 20 de abril de 2018;

(iii) O prestador alega que a utente se encontrava no leito de dormir, calma, de forma autónoma fez levante, contornando as grades de segurança que se encontravam elevadas, do qual resultou uma queda da própria altura;

(iv) Nesse mesmo dia, foi observada pela equipa médica, que solicitou a realização de TAC-CE e sutura da ferida.

(v) A queda foi classificada, nos termos do procedimento de gestão de risco, com grau 3, correspondente a “lesão moderada que requer intervenção clínica, aumento da duração do internamento de 4-15 dias, acontecimento que afecta um pequeno número de doentes”.

62. Das informações prestadas pelo Hospital de Cascais, na sequência do inquérito aberto para apuramento das circunstâncias em que ocorreu o incidente com a utente V.D., conclui-se que o prestador tem instituídos procedimentos internos para prevenção de quedas em utentes, concretamente procedimento de “Prevenção e avaliação de risco de quedas”, procedimento para atuação pós-queda na população adulta, procedimento “evento sentinela”, “gestão de risco” e “quase-falha”.

63. Salientando-se que, de acordo com os procedimentos, no SO do Serviço de Urgência assume-se que todos os doentes são de risco elevado, não assume-se efetuando reavaliações em nenhum momento.

64. Não obstante, constatou-se que os procedimentos internos do Hospital de Cascais para prevenção de quedas, não se revelaram, aptos a garantir a qualidade e a segurança da prestação de cuidados de saúde.

65. Especialmente, quando se considera que, em data anterior, da análise de causa raiz de uma queda e, consequente, plano de ação, foram propostas medidas para redução de risco, que ou não foram concretizadas ou suficientes para evitar que situações como a dos presentes autos voltassem a ocorrer.

66. Ora vejamos, das diligências encetadas no presente processo resultaram os factos que, de seguida, resumidamente se enunciam, relativamente à utente C.M.:

(i) A utente C.M. foi internada no Hospital de Cascais em 23 de novembro de 2016 para cirurgia de colocação de uma prótese na anca esquerda, onde foi operada a 24/11/2016, tendo sofrido uma fratura peri-protésica, detetada no recobro, que obrigou a sua imobilização e a nova intervenção cirúrgica, a 30/11/2016;

(19)

(iii) O prestador alega que a utente foi acompanhada até à casa de banho para realizar a sua higiene corporal e foi informada de que, após a realização da mesma, teria que tocar na campainha para que, a Enfermeira e/ou Assistente Operacional de serviço, a viessem auxiliar a vestir;

(iv) A queda sucedeu, de acordo com o prestador, no momento em que a utente se tentou vestir sozinha, sem auxílio;

(v) A utente foi, de imediato, socorrida para a assegurar plenamente os cuidados de saúde e dirimir quaisquer complicações;

(vi) A queda foi classificada, nos termos do procedimento de gestão de risco, com grau 4, correspondente a “lesão grave que provoca incapacidade ou deficiência a longo prazo ou permanente, aumento da duração do internamento >15 dias, deficit no tratamento do doente com efeitos a longo prazo”;

(vii) Na sequência, a queda foi sujeita a análise da causa raiz fiável, como evento sentinela, tendo sido proposto um plano de ações;

(viii) Das estratégias para redução de risco incluía-se “discussão pormenorizada, em passagem de turno, do plano de cuidados dos utentes com risco de queda elevado, com supervisão do Enfermeiro Responsável/Chefe de Equipa; […] elaboração de critérios de distribuição de utentes/Enfermeiro, permitindo adaptação dos planos de cuidados e gestão dos níveis de vigilância; […] formação on job (…) redução do risco de lesões resultantes de quedas para Enfermeiros e Assistentes Operacionais […]”.

67. Por outro lado, no que respeita ao utente G.F., resultaram, dos autos, os seguintes factos: (i) O utente recorreu ao serviço de urgência por desorientação com discurso confuso e

dificuldade na articulação das palavras, dez dias depois de sofrer uma queda;

(ii) A exponente alega que o utente sofreu uma queda, na sala de observação no serviço de urgência, no dia 11 de agosto de 2018;

(iii) O incidente não foi notificado, alegando o prestador que não se verificou nenhuma queda.

68. Assim sendo, conclui-se que o Hospital de Cascais não acautelou o devido acompanhamento das utentes V.D. e C.M, não garantindo uma permanente e efetiva monitorização das mesmas, apta a garantir o cumprimento do dever de prestação de cuidados de saúde de qualidade e com segurança, imposto ao prestador;

69. Facto assumido em sede de resposta ao exponente, na qual o prestador alega que “[…] Apesar das medidas de prevenção, que o Hospital de Cascais - Dr. José de Almeida, tem implementado na prevenção das quedas, lamentamos a ocorrência do episódio descrito”.

(20)

70. E, igualmente, em sede de análise da causa raiz, ao indicar que “[…] plano de cuidados de Enfermagem não adequado ao grau de risco de queda, relativamente aos autocuidados e às medidas preventivas; […] identifica-se incumprimento dos procedimentos de monitorização de risco”.

71. Embora, o mesmo não se possa deduzir cabalmente relativamente ao utente G.F.

72. Refira-se, novamente, que, em resposta ao pedido de informação da ERS, o prestador informou da existência dos procedimentos supra mencionados.

73. Não obstante, importa assegurar a eficácia de tais medidas para a garantia do direito dos utentes à prestação de cuidados de saúde integrados, de qualidade e com segurança, prevenindo-se a ocorrência de situações idênticas às denunciadas.

74. Pois nenhuma vantagem se retira da existência de procedimentos, nas mais diversas áreas de intervenção, se não se garantir, paralelamente, que os mesmos são efetivamente aplicados. 75. Por todo o vindo de expor, considera-se necessária a adoção da atuação regulatória infra

delineada, ao abrigo das atribuições e competências legalmente atribuídas à ERS, de modo a obviar a repetição de situações futuras de índole idêntica às ocorridas, devendo o Hospital de Cascais adotar todos os comportamentos tendentes a garantir uma prestação de cuidados de saúde de qualidade e com segurança e assegurar que os cuidados de saúde prestados, nomeadamente assegurar o cumprimento do procedimento em vigor “Prevenção de risco de queda na população adulta”.

IV. DA AUDIÊNCIA DE INTERESSADOS

76. A presente deliberação foi precedida de audiência escrita dos interessados, nos termos e para os efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 122.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aplicável ex vi da alínea a) do artigo 24.º dos Estatutos da ERS, tendo sido chamados a pronunciarem-se, relativamente ao projeto de deliberação da ERS, o Hospital de Cascais, por ofício datado de 22 de fevereiro de 2019 e os exponentes M.A., M.A. e M.F., todos por ofício datado de 22 de fevereiro de 2019.

77. A ERS rececionou em 8 de março de 2019, a pronúncia da exponente M.A., nos termos seguintes:

“[…]

Não me satisfaz a justificação dada pelo Hospital de Cascais-Dr. José de Almeida, em que comunicam que, 'Apesar das medidas de prevenção que o Hospital de Cascais tem implementado na prevenção de quedas, lamentamos a ocorrência do episódio descrito...'. Apesar das medidas, os episódios acontecem, digo eu, e não podem acontecer!

(21)

São, desta forma, insuficientes as medidas, em particular a sobrelotação do Serviço de Observação, que à altura (Abril/2018), se encontrava a abarrotar!

A classificação da 'Severidade' do ocorrido não se mostra de grande relevância, independentemente da gravidade; paciente caiu e por si só já é grave, num serviço que se pretende de guarda, observação permanente e de cuidados, para antever e evitar quaisquer acidentes, quedas ou outros.

Embora a dita “Classificação' de Grau de Severidade-3, tenha sido atribuída (…), uma paciente com episódio de AVC, 94 anos, com mobilidade, deveria ter sido assistida, controlada de outra forma, eventualmente, até imobilizada (amarrada), para que tal não sucedesse.

A sua vulnerabilidade e confusão, à altura do sucedido, deveriam ser um factor preponderante para uma vigília mais cuidada.

Aguardo, da parte da ERS, entidade responsável pela regulação e supervisão dos estabelecimentos de saúde e outros, que actue em conformidade, perante cenários semelhantes, também descritos neste projecto de deliberação, e que, pela sua gravidade e recorrência deverão ser tratados com assertividade.

(Pág. 6/23 - Resposta de Hospital de Cascais:

"Registo de queda; Motivos de queda; Outras Causas, Grau de Severidade: Grau 3 - Moderado. Cliente que se encontrava a dormir..."

Pág.20/23 - "O prestador alega que a utente se encontrava no leito de dormir, calma...")

Os procedimentos internos, da parte dos responsáveis no serviço de S.O., não se revelaram eficientes, pois em situação de ' calma ou dormir', poderiam antever-se episódios mais agitados, aliás, como já teria sucedido com a minha mãe, pela vontade de se levantar para urinar. Tendo no dia anterior (19/04), à hora da visita, transmitido algum desespero para se levantar, por não sentir que estava com fralda.

No controle e no cumprimento das funções da Entidade Reguladora da Saúde, agradeço que se tomem medidas não só de punição nos casos descritos, mas que efectivem todos os códigos de Formação, Prevenção e Actuação dos intervenientes em situações tão reais como as expostas.

Denominador comum aos 3 casos - a idade avançada! […]”

78. Analisados os elementos invocados na pronúncia pela exponente, verifica-se que a mesma não contestou o quadro factual e jurídico apresentado pela ERS no seu projeto de deliberação. 79. Após a devida consideração e ponderação dos argumentos apresentados, considera-se que os

mesmos não são suscetíveis de infirmarem a deliberação delineada, motivo pelo qual se mantém, na íntegra, a decisão projetada.

(22)

80. Acresce que, a ERS rececionou, em 13 de março de 2019 a pronúncia do prestador Hospital de Cascais, nos termos seguintes:

“[…]

A sociedade Lusíadas - Parcerias Cascais, S.A., entidade gestora do estabelecimento Hospital de Cascais, Dr. José de Almeida, doravante abreviadamente designado de Hospital de Cascais, na sequência do ofício rececionado sob a referência acima indicada, datado de 22 de fevereiro de 2019, cujo teor mereceu a N/ melhor atenção, vem pela presente informar que:

A prevenção de quedas constitui um assunto de importância estratégica para o Hospital de Cascais, com impacto na excelência clínica e na melhor experiência de cuidados para os nossos doentes, tendo sido criado um grupo de trabalho dedicado à prevenção de quedas através da análise de risco e dos incidentes relacionados com quedas, da implementação de medidas preventivas e da educação e treino dos profissionais, sendo realizadas periodicamente auditorias em todos os serviços do Hospital, de acordo com os procedimentos em vigor, cuja ultima revisão data do mês de Junho de 2018.

Aos colaboradores que ingressam no Hospital e colaboradores em exercício nas funções relacionadas, é concedida de forma periódica e de acordo com um plano, formação relativa à “Prevenção das Quedas” e forma de atuação “Pós-Queda’”, para a população neonatal, pediátrica e adulta.

Em 2018, e por forma a garantir conformidade com as melhores práticas, o Hospital de Cascais estendeu a avaliação de risco de queda a doentes de ambulatório, em áreas específicas que considerou de maior risco, bem como implementação de medidas preventivas de acordo com o risco identificado. Paralelamente, e por forma a abranger o maior número de utentes com risco potencial nas restantes áreas de ambulatório realiza-se rastreio visual, com vista à identificação de situações que necessitem de ser encaminhadas para uma avaliação por um profissional de saúde.

De salientar que o número de quedas no Hospital de Cascais diminuiu de forma significativa no último ano, com a implementação do projeto “Hospital sem Quedas” que tem contado com o empenho dos profissionais de saúde e que traduz o compromisso do Hospital com a segurança dos utentes.

Face ao exposto, confirmando o seu compromisso com o estipulado no projeto, o Hospital de Cascais pretende:

i. Em permanência, que, na prestação de cuidados de saúde, sejam respeitados os direitos e interesses legítimos dos utentes, nomeadamente, o direito aos cuidados adequados e tecnicamente mais corretos, os quais devem ser prestados humanamente, com respeito pelo utente, com prontidão e num período de tempo clinicamente aceitável, em conformidade com o estabelecido no artigo 4.° da Lei n.º 15/2014, de 21 de marco;

(23)

ii. Cumprir, de forma efetiva, as medidas e/ou procedimentos internos, com o objetivo de garantir a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde prestados, designada, mas não limitadamente, as medidas e/ou procedimentos de avaliação do risco de queda dos utentes e de prevenção da ocorrência desse incidente;

iii. Rever, emitir e divulgar ordem interna, de forma clara e precisa, para que o cumprimento dos procedimentos em vigor seja assegurado por todos os profissionais de saúde dos serviços respetivos, de forma rigorosa;

Estando em desenvolvimento as ações necessárias para a emissão e divulgação da atualização da ordem interna acima mencionada, comprometemo-nos desde já em dar conhecimento a V. Ex.ª da referida divulgação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis concedido para o efeito.

[…]”.

81. Analisados os elementos invocados na pronúncia, cumpre analisar a suscetibilidade de os mesmos infirmarem a deliberação delineada e a sua compatibilidade com a necessidade de garantia da qualidade da prestação dos cuidados de saúde e os direitos e interesses legítimos dos utentes, nomeadamente, o direito aos cuidados adequados e tecnicamente mais corretos, os quais devem ser prestados humanamente, com respeito pelo utente, com prontidão e num período de tempo clinicamente aceitável

82. Desde logo, verifica-se que o prestador não contestou o quadro factual e jurídico apresentado pela ERS no seu projeto de deliberação.

83. Na realidade, o prestador procurou, logo em sede de audiência, demonstrar a adequação do seu comportamento ao projeto de deliberação da ERS, demonstrando o cumprimento das alíneas (a) a (d) da instrução proposta.

84. Ora, embora o prestador manifeste a intenção de adequação do seu comportamento, designadamente com a emissão e divulgação de ordem interna para que o cumprimento dos procedimentos seja assegurado por todos os profissionais de saúde dos serviços respetivos, de forma rigorosa;

85. As supra mencionadas medidas carecem de concretização material, sendo manifesto a necessidade de as executar.

86. Assim sendo, tendo em vista garantir uma efetiva interiorização e assunção das obrigações em causa e, bem assim, a adequação integral e permanente do comportamento do prestador, para evitar que situações como a presente neste processo sucedam, mantém-se a necessidade de uma intervenção regulatória da ERS;

(24)

V. DECISÃO

88. Tudo visto e ponderado, propõe-se ao Conselho de Administração da ERS, nos termos e para os efeitos do preceituado na alínea a) do artigo 24.º e das alíneas a) e b) do artigo 19.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto, a emissão de uma instrução ao HPP Saúde – Parcerias Cascais, S.A., Hospital de Cascais – Dr. José de Almeida, no sentido de:

a) Garantir, em permanência, que, na prestação de cuidados de saúde, são respeitados os direitos e interesses legítimos dos utentes, nomeadamente, o direito aos cuidados adequados e tecnicamente mais corretos, os quais devem ser prestados humanamente, com respeito pelo utente, com prontidão e num período de tempo clinicamente aceitável, em conformidade com o estabelecido no artigo 4º da Lei n.º 15/2014, de 21 de março;

b) Cumprir, de forma permanente e efetiva, as medidas e/ou procedimentos internos, com o objetivo de garantir a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde prestados, designada, mas não limitadamente, medidas e/ou procedimentos de avaliação do risco de queda dos utentes e de prevenção da ocorrência desse incidente;

c) Garantir, em permanência, através da emissão e divulgação de ordens e orientações claras e precisas, que os procedimentos sejam corretamente seguidos e respeitados por todos os profissionais;

d) Dar cumprimento imediato à presente instrução, bem como dar conhecimento à ERS, no prazo máximo de 30 dias úteis, após a notificação da presente deliberação, dos procedimentos adotados para o efeito.

89. A instrução ora emitida constitui decisão da ERS, sendo que a alínea b) do n.º 1 do artigo 61.º dos Estatutos da ERS, aprovados em anexo ao Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto, configura como contraordenação punível in casu com coima de € 1000,00 a € 44 891,81, “[….] o desrespeito de norma ou de decisão da ERS que, no exercício dos seus poderes regulamentares, de supervisão ou sancionatórios determinem qualquer obrigação ou proibição, previstos nos artigos 14.º, 16.º, 17.º, 19.º, 20.º, 22.º, 23.º ”.

Aprovado pelo Conselho de Administração da ERS, nos termos e com os fundamentos propostos. Porto, 20 de março de 2019.

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