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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE EDNA CANDIDA VALE

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Academic year: 2021

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

EDNA CANDIDA VALE

ANÁLISE DA FUNÇÃO E USOS URBANOS DAS PRAÇAS DR. ADALMÁRIO JOSÉ DOS SANTOS E PRAÇA POLIDORO RODRIGUES DE OLIVEIRA DA

CIDADE DE LAJINHA-MG

Ibatiba 2020

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EDNA CANDIDA VALE

ANÁLISE DA FUNÇÃO E USOS URBANOS DAS PRAÇAS DR. ADALMÁRIO JOSÉ DOS SANTOS E PRAÇA POLIDORO RODRIGUES DE OLIVEIRA DA

CIDADE DE LAJINHA-MG

Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação Lato sensu em Educação Ambiental e Sustentabilidade do Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Ibatiba, como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.

Orientador: Prof. Dr. Plínio Ferreira Guimarães

Ibatiba 2020

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Ifes - Campus Ibatiba)

V149a Vale, Edna Candida, 1980-

Análise da função e usos urbanos das praças Dr. Adalmário José dos Santos e Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira da cidade de Lajinha-MG / Edna Candida Vale. – 2020.

30 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Plínio Ferreira Guimarães

Monografia (especialização) – Instituto Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-graduação Lato sensu em Educação Ambiental e Sustentabilidade, 2020.

1. Sociologia urbana. 2. Planejamento urbano. 3. Praças - Lajinha (MG). 4. Espaços públicos - Lajinha (MG). I. Guimarães, Plínio Ferreira. II. Instituto Federal do Espírito Santo. Campus Ibatiba. III. Título.

CDD 307.76 Elaborada por Elisa Canuta da Silva Santos – CRB-6/ES – 766

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EDNA CANDIDA VALE

ANÁLISE DA FUNÇÃO E USOS URBANOS DAS PRAÇAS DR. ADALMÁRIO JOSÉ DOS SANTOS E PRAÇA POLIDORO RODRIGUES DE OLIVEIRA DA

CIDADE DE LAJINHA-MG

Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação Lato sensu em Educação Ambiental e Sustentabilidade do Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Ibatiba, como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.

Orientador: Prof. Dr. Plínio Ferreira Guimarães

Aprovado em: 13 de março de 2020

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Plínio Ferreira Guimarães

Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Ibatiba Orientador

Prof. Dr. Aramis Cortes de Araujo Junior

Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Alegre Membro Interno

Prof. Espec. Alessandra Ambrosio Horths

Membro Externo

Ibatiba 2020

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RESUMO

Os planejamentos urbanos devem estar presentes em todas as cidades, pois hoje o crescimento acelerado dos municípios vem trazendo grandes transformações e os espaços públicos como praças e parques muitas das vezes não recebem a devida importância. Sabe-se que os planejamentos desses espaços são, na sua maioria, destinados ao lazer, prática de esportes e outras atividades diversas para a população. As praças e parques, quando planejadas de forma adequada, com diversidade de uso e a presença de arborização, tendem a propiciar bem-estar e melhora na qualidade de vida urbana. Assim, o presente trabalho vem com o intuito de analisar as funções das praças Dr. Adalmário José dos Santos e da praça Polidoro Rodrigues de Oliveira, na sede do município de Lajinha (MG). Dessa forma, o presente estudo busca compreender os usos e funções das praças mencionadas, assim como analisar se os locais desenvolvem o seu papel social e se encontram adequados para o uso da população.

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ABSTRACT

The Urban planning must be present in all cities, because today the accelerated growth of municipalities has brought great transformations and public spaces such as squares and parks are often not given due importance. It is known that the planning of these spaces are mostly intended for leisure, sports and other activities for the population. Squares and parks, when properly planned, with diversity of use and the presence of afforestation, tend to provide well-being and improve the quality of urban life. Thus, the present work aims to analyze the functions of the Dr. Adalmário José dos Santos squares and the Polidório Rodrigues de Oliveira square, at the headquarters of the municipality of Lajinha - MG. Thus, the present study seeks to understand the uses and functions of the squares mentioned, as well as to analyze if the places develop their social role and are suitable for the use of the population.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5

2 DESENVOLVIMENTO 7

2.1 Áreas verdes e espações livres públicos urbanos 7

2.2 A praça e sua evolução histórica 9

2.3 Importância das praças 11

3 METODOLOGIA 13

4 RESULTADOS 14

4.1 Caracterização do local de estudo 14

4.2 Análise dos resultados 19

4.1.1 Praça Dr. Adalmário Jose dos Santos 19

4.1.2 Praça Polidoro Rodrigues de Oiveira 22

4.1.2 Sobre a função das praças estudadas 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 26

REFERÊNCIAS 27

ANEXO A – LEVANTAENTO QUANTITATIVO 29

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1 INTRODUÇÃO

A praça é conceituada como um espaço público e urbano, ainda que exista discrepância entre alguns autores quanto a isso. Com a evolução da história e o processo de urbanização acelerando grandes transformações ocorreram nas cidades e com isso alterações significativamente nos espaços livres públicos como praças e parques, sendo que tais mudanças não ocorrem apenas na estrutura física, mas também nos usos e funções desses locais. Entretanto, o caráter social é a principal característica das praças que ainda prevalece nos dias atuais como sua essência (ROBBA E MACEDO, 2010). Esses locais são vivenciados e percebidos pela população que se utilizam deles das mais diversas maneiras. Tais espaços são elementos urbanos que identificam e contribuem para a organização do espaço da cidade (AYRE, GALDINO E BOVO, 2015), e é nesses locais que se tem a interação dos usuários com o meio ambiente.

Os espaços públicos são criados com o objetivo de desenvolver funções sociais, culturais, políticas e ambientais e em meio a diversidade desses, não se tem uma forma ou função unificada o seu uso. Estando contextualizados à cidade, as praças têm suas funções em detrimento da infraestrutura, localização, condições sociais, econômica e política (LIMA, 2008). A partir da década de 1940 nas cidades brasileiras se dá o início das primeiras mudanças em relação à elaboração dos espaços livres de acordo com Robba e Macedo (2010), e os lugares destinados às praças a partir desse período foram concebidos para a permanência das pessoas e não mais para o simples caminhar como ocorreu em épocas antecessoras a essa.

Os espaços livres públicos com a presença de área verde tendem a propiciar um ambiente mais agradável e esteticamente bonito, possibilitando um local ideal para recreação, lazer, circulação e harmonia, permitindo a intensificação do seu uso. Segundo Bussato, Besser e Almeida (2016), os espaços verdes no meio urbano são um assunto estudado e discutido por arquitetos e urbanistas, assim como planejadores urbanos. Porém, tais espaços ainda carecem de planejamento de forma adequada em muitas cidades, mesmo sendo reconhecida a sua importância para os municípios.

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Como se sabe, as praças são elementos comuns presentes em nossos municípios, sejam eles de grande ou pequeno porte, sendo em sua maioria espaços verdes que ofertam à população urbana a oportunidade de interação entre os usuários e o meio ambiente. A elaboração de espaços verdes nas cidades no campo ambiental aponta um avanço como a qualidade de vida, apesar do grande desenvolvimento das cidades que ocupam cada vez mais espaço, e criação ou manutenção de áreas verdes, são um método eficaz de melhorar o bem estar para a população, além de manter o equilíbrio ambiental melhorando a característica do ar, o controle das condições climáticas, a permeabilidade dos solos, entre outros, proporcionando para os usuários um ambiente mais harmonioso (RODRIGUES e MONTEIRO, 2019).

Sabe-se que a praça é um dos principais elementos urbanos e ao longo da história exerceram diferentes formas e funções, partindo da ágora grega até a praça contemporânea. Esses locais são utilizados todos os dias pela população que neles depositam várias intenções de usos, que vai desde o simples descanso, passando pelo lazer, atividades físicas e diversas outras formas de utilização. Mas, atualmente no Brasil de acordo com Pagotto, Biffi e Vercezi (2015), o uso desses espaços tem se tornado escasso, acredita-se ser em função do surgimento das novas opções de lazer em especiais aos locais fechados como shoppings, teatros, cinema etc.. As praças passam a ser locais de uso de drogas, e o seu esvaziamento leva ao descaso em relação à manutenção de tais espaços causando a sua degradação.

Se comparadas às grandes cidades, a utilização desses espaços nas áreas urbanas menores do Brasil ainda é frequente como acontece nas praças Dr. Adalmário José dos Santos e Polidoro Rodrigues de Oliveira situada na região central de Lajinha-MG uma cidade pequena, com uma população estimada em 2019 de 19,923 mil habitantes (IBGE, 2010). Novos usos e funções podem ser acrescidos às praças com equipamentos adequados, o que pode despertar novas formas de percepção do ambiente urbano, tendo a possibilidade de ampliar as relações positivas da população com a paisagem, mas é preciso que tenham manutenção desses locais para que sejam mantidas suas atribuições e funcionalidade.

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A importância dos espaços públicos para o ambiente urbano é muito expressiva e hoje, observa-se que as praças não são mais utilizadas como em tempos passados. Objetivando compreender a função urbana das praças Dr. Adalmário José dos Santos e praça Polidoro Rodrigues de Oliveira, o presente estudo fez um diagnóstico do uso e das funções desempenhadas por elas, também analisou e avaliou as transformações ocorridas nos locais e paisagem através das reformas oriundas de diferentes épocas, com isso foi possível levantar quais são os usos dessas áreas feito pelo poder público e população.

O uso do questionário qualiquantitativo pelo pesquisador permitiu verificar as condições que os espaços estudados se encontram na atualidade logo foi possível identificar e averiguar a infraestrutura das praças quanto à arborização e ajardinamento, conservação, infraestrutura e segurança., mediante uma reflexão das funções desempenhadas por elas.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Áreas verdes e espaços livres públicos Urbanos.

Estando cada vez mais presente nos planejamentos das cidades as áreas verdes são tidas como símbolo na proteção do meio ambiente “[...] pela sua degradação e pelo exíguo espaço que lhes é destinado nos centros urbanos” (Carvalho, p. 43, 2012) e de acordo com a Seção III, Art. 8.º, § 1.º da Resolução 369 de 28 de março de 2006 (CONAMA, 2006) área verde é considerada:

[...] espaço de domínio púbico que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização.

As árvores existentes nos acessos urbanos como ruas e avenidas não são consideradas por Lima (1994) como área verde o autor conceitua esses espaços como o local onde:

[...] há predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos. Os canteiros centrais de avenidas e os trevos e rotatórias de vias públicas que exercem apenas funções estéticas e

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ecológicas, devem, também, conceituar-se como área verde (LIMA,1994 apud CARVALHO, 2012, p. 47).

Já os espaços livres são conceituados por Magnoli (2006), como locais onde não há presença de edificações, sendo caracterizadas como avenidas, praças, parques ou até mesmo vazios urbanos. De acordo com Minda (2009), o espaço público é o eixo principal de uma cidade, é através dele que ela se organiza de forma a ser única. A forma com o qual esse ambiente se estrutura na parte urbana proporciona benefícios no bem-estar humano associada a ambiência. Os espaços públicos são locais de harmonia por natureza e a sua criação possibilita que indivíduos de classes sociais e culturas diferentes possam usar a cidade de maneira igualitária, e ainda se pode “afirmar que a quantidade e qualidade de espaço público indicam, de forma aproximada, o nível de qualidade das cidades” (MINDA, 2009, p.24).

Entende-se que existe um equívoco entre as definições de área verde e espaços livres, que são usados como sinônimos de vegetação urbana. No entanto, Bargos e Matias (2011) afirmam que os termos possuem significados distintos e não têm os mesmos elementos. Os autores ainda afirmam que, ainda que a vegetação seja de grande importância para classificar o ambiente urbano em função da qualidade de vida, deve-se respeitar as divergências conceituar entre os termos área verde e espaços livres.

E embora ocorra alguma convergência entre as definições, cada uma possui uma classificação quanto a função, estética, usabilidade, entre outras, dentro de uma mesma área. Ainda é relevante discorrer sobre a importância para a qualidade de vida urbana que as áreas verdes urbanas promovem:

[...] elas agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do Homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol; no plano psicológico, atenua o sentimento de opressão do Homem com relação às grandes edificações; constitui-se em eficaz filtro das partículas sólidas em suspensão no ar, contribui para a formação e o aprimoramento do senso estético, entre tantos outros benefícios. Para desempenhar plenamente seu papel, a arborização urbana precisa ser aprimorada a partir de um melhor planejamento (LOBADA E DE ANGELIS, p.134, 2005).

De acordo com Rubira (2016) a distinção entre espaços livres e área verde é em função da extensão de vegetação existente, sendo no espaço denominada área

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verde prevalecem um total de 70% de região encontrada por cobertura vegetal em superfície permeável sendo de forma geral os parques, jardins e praças.

Minda (2009 apoud PERAHIA, 2007) afirma que inicialmente associado ao termo espaço verde e público teve sua definição alterada com o passar dos anos, e nas últimas duas décadas foram surgindo novas concepções remodelando assim a função do ambiente de forma que fosse adequado às premissas e necessidades da cidade. Com isso, as áreas com grande presença de vegetação, ou seja, os espaços verdes como praças e parques se integram ao conceito de espaço livre.

2.2 A praça e sua evolução histórica

Sendo um elemento ícone no meio urbano, a praça pública é encontrada em todas as cidades, sejam elas de grande, médio ou pequeno porte. Tendo a sua origem histórica na Grécia antiga, a ágora grega foi a antecessora ao fórum romano assim como das grandes praças das capitais europeias, sendo um símbolo de liberdade. Um ambiente edificado que era o local de reunião onde assuntos importantes eram tratados, essencial na vida pública dos gregos, bem como um lugar de eventos religiosos, culturais, comerciais, sociais, administrativos que ao longo da história sofreram muitas alterações, desde físicas até seus usos e funções.

As praças medievais, com o seu traçado irregular, eram o espaço destinado aos espetáculos, aos encontros políticos, para a socialização e também o local atribuído espetacularização do cotidiano. Na passagem para o período da Renascença, a praça recebe novos conceitos, sobretudo do ponto de vista estético, se transformando em um dos fundamentais elementos urbanístico para as mudanças e embelezamentos da cidade.

Foi no período colonial que as primeiras praças no Brasil surgiram e as igrejas Católicas assumem um dos mais importantes papéis na formação delas, pois, em geral a construção desses espaços ocorriam em torno desses templos cristãos. Segundo Marx (1980 apud Bovo; Hahn; e Ré, 2016), foi em torno da praça que surgiram as principais edificações da cidade como os prédios públicos e os

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comerciais, assim como as melhores residências, um lugar nobre no meio urbano, onde ocorriam os eventos religiosos entre outros. Em meio a tantas funções, enfatizavam-se o convívio social, a utilização militar e religiosa, os comércios e feiras, além de local de transição e lazer.

As praças brasileiras de acordo com Roba e Macedo (2010) passaram por quatro períodos ao longo de sua história (Quadro I). Mesmo com toda a evolução das funções das praças brasileiras, alguns tipos de usos permanecem iguais em todos os períodos, como é o caso do convívio social.

Quadro 1 – Períodos das praças públicas

Períodos Colonial Eclético Moderno Contemporâneo

Função social das praças Convívio social Uso religioso Uso militar Comércio e feiras Circulação Recreação Contemplação Passeio Convívio social Cenário Contemplação Recreação Lazer esportivo Lazer cultural Convívio social Cenário Contemplação Recreação Lazer esportivo Lazer cultural Convívio social Comércio Serviços Circulação Cenário

Fonte: Robba e Macedo, 2010, p. 152

No Brasil, o ajardinamento das praças começa a ser implementado a partir do início do século XIX, o que causa alteração no formato, na função e o uso delas, nas cidades tornando-se um ponto significativo na história dos espaços livres do meio citadino. Perdendo funções do período Colonial, a praça da fase Eclética passa ser um local com atividades voltadas para o lazer contemplativo e o convívio social além de ser um atraente cenário ajardinado (ROBBA; MACEDO, 2010). Ainda de acordo com os autores, o lazer é um ponto essencial nos espaços livres urbanos, assim como a recreação infantil e atividades esportivas passam a ser primordiais no planejamento desses locais. Porém, a grande prioridade no período moderno é a permanência da população nas praças.

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Já no período contemporâneo as funções das praças são definidas através da forma contemplativa do espaço urbano, no qual se destacam os usos ligados ao lazer, à cultura, à recreação, à prática de esportes, ao convívio social, entre outros. A utilização desses espaços diante da onda crescente da rotina acelerada das cidades no processo de urbanização e verticalização, torna-se um ponto de alívio para os usuários em meio ao caos (ROBBA E MACEDO, 2010). As praças nas cidades de menor porte são mais frequentadas elas, fazem parte do cotidiano da população e:

Poder-se-ia afirmar que as praças das pequenas cidades apresentam maior apropriação por parte da população, sobre tudo pelas funções que ela desempenha, já que a diferencia das grandes cidades, que tem muitas praças com diferentes usos e funções [...] (MINDA, 2009, p. 51).

De acordo com Romero (2001, p.29 apud MINDA, 2009) “[...] a praça é, na atualidade, o único lugar propício à permanência e ao desenvolvimento de atividades sociais não consumistas." E diante das suas funções ela é o local que promove o encontro das pessoas de diversas classes sociais sejam nas grandes ou pequenas cidades.

2.3 Importância das praças

Muitos autores definem a termo “praça”, havendo unanimidade de que se trata de um espaço público urbano. Ayres, Galdino e Bovo (2015) destacam a estrutura física das praças, afirmando que são espaços livres públicos apossados pela comunidade que a utiliza, podendo ser conceituados como locais onde se tem a presença da sociedade urbana em convívio com o ambiente, no qual está diretamente ligada a acessibilidade e o apoderamento do espaço comum e polivalente de livre circulação, possibilitando a interação social e com o meio ambiente. Ainda de acordo com os autores, as praças possuem um caráter estético, criado através de elementos como o paisagismo, promovendo uma experiência de beleza natural que diverge dos encontrados em ambientes construídos.

Considerando a praça sob os princípios do uso e da acessibilidade, pode-se compreendê-las como “[…] espaços livres de edificação, públicos e urbanos, destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livre de

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veículos” (ROBBA e MACEDO, 2010, pag. 17). Já de acordo com Lima (2008), tendo em perspectiva as cidades do interior, as praças ainda são associadas a locais de realização de eventos como feiras ao ar livre e manifestações culturais regionais.

A presença das praças nas cidades traz consigo grandes vantagens, como a ação direta no emocional dos usuários em função do contato com as áreas verdes através da vegetação existente e pelo uso do espaço como área de convivência social (VIERO e FILHO, 2009). Agindo de forma objetiva no conforto ambiental, a existência da vegetação nesses espaços propicia benefícios como melhoramento no microclima, na luminosidade, na temperatura, no conforto térmico, além de outros parâmetros associados ao bem-estar humano. Neste sentido, pode notar que em:

[...]às áreas verdes urbanas como praças proporcionam uma oportunidade para o exercício de convivência solidária entre pessoas e natureza, para o estreitamento dos vínculos familiares e estabelecimento de novas relações de amizades. A simples contemplação nas áreas verdes possibilita uma experiência estética única, permitindo que se vivencie a harmonia dos elementos naturais, muitas vezes mais bela do que os artificialismos do ambiente construído. (AYRES, GALDINO e BOVO, 2015, p. 67)

Na atualidade de acordo com Robba e Macedo (2010) os espaços livres assumiram como funções básicas valores ambientais, funcionais, estéticos e simbólicos. Em relação aos valores funcionais, os autores definem que os espaços livres públicos são locais de maior relevância para o lazer urbano e que em determinados localidades a praça é a única opção que a população tem para recreação. Apesar da existência de outros locais para atividades de lazer como shoppings, parques de diversões e outros, os espaços livres continuam ainda a atrair pessoas.

Quanto os valores ambientais esses agem no “[...] melhoramento da ventilação e aeração urbana, da insolação de áreas muito adensadas e na drenagem das águas pluviais com superfícies permeáveis assim como na proteção do solo contra a erosão” (ROBBA e MACEDO, 2010, pag. 44). Já em relação aos valores estéticos e simbólicos os autores afirmam que possuem grande importância uma vez que “[...] se tornam objetos referenciais e cênicos na paisagem da cidade”, tendo também o dever de dar identidade ao local, sendo também “[...] objetos de embelezamento urbano, resgatando a imagem da natureza na cidade” (ROBBA e MACEDO, 2010, pag. 45).

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Na visão de autores distintos e de diferentes disciplinas, a definição de mobiliário urbano não é única. Na definição dada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os mobiliários urbanos são “[…] todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do poder público em espaços públicos e privados” (ABNT, 1986, p.1).

Bancos, monumentos, coretos, playground, poste de iluminação, lixeiras, espelho d`água, arborização entre outros, esses são alguns exemplos que são apresentados nessa norma. Portanto, a partir da conceituação da ABNT podemos entender o mobiliário urbano como elementos de distintos tamanhos dispostos em espaços livres urbanos, tornando-se integrantes ao grupo edificado que formam a cidade, sendo elementos que colaboram para o lazer e conforto da sociedade.

O mobiliário urbano precisa se integrar ao contexto no qual está inserido e, ao mesmo tempo ser único, necessita ser adequado ao espaço e de forma a atender a população usuária do local. A colocação dos equipamentos em uma praça, por exemplo, precisa ser elencada no bom senso, procurando o equilíbrio no espaço, de forma que sejam usados e valorizados pela comunidade, caso contrário eles perderam o sentido naquele lugar, dentre os equipamentos que geralmente constitui uma praça e que são comumente usados destacam-se os bancos e a luminárias (De Angelis et. al 2005).

3. METODOLOGIA

O estudo caracteriza-se como técnica de pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, em razão do objetivo principal ser a análise do uso, funcionalidade e infraestrutura das praças. Quantos aos meios, a pesquisa se configura como bibliográfica em função de sua fundamentação se dar por meio de livros, revistas e pesquisas em sítios web na internet e pesquisa de campo, sendo essa qualiquantitativa.

No sentido de detectar a situação a atual conjuntura das praças verificou-se através de análise direta, levantamento e estudo qualitativo (Anexo 1) dos equipamentos e

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mobiliários presentes nas praças, no que se refere a quantidade, conservação e localização na praça. Com o intuito de avaliar qualitativamente os equipamentos e mobiliários urbanos foi utilizado a metodologia de De Angelis et. al (2005, apud De Angelis 2000), onde o autor conferiu valores de 0,0 a 4,0 aos elementos existentes nas praças onde; 1) 0 a 0,4, péssimo; 2) 0,5 a 1,4, ruim; 3) 1,5 a 2,4, regular; 4) 2,5 a 3,4, bom; e 5) 3,5 a 4,0, ótimo.

E para que avaliação fosse concisa institui parâmetros fixos de julgamento e de acordo com o componente são considerados itens como: condições de conservação, disponibilidade para o uso entre outros (Anexo 2). Após feito isso será feita a média aritmética simples de onde será possível ter sua classificação quanto ao seu estado de conservação, sendo ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.

4. RESULTADOS

4.1 Caracterização do local de estudos

O trabalho aqui apresentado tem como foco a análise de dois espaços públicos situadas na sede do município mineiro de Lajinha: as praças Polidoro Rodrigues de Oliveira e Dr. Adalmário José dos Santos. O município se originou por volta de 1875 às margens do rio São Domingos e em 1882, o fazendeiro Francisco Tomás de Aquino Leite Ribeiro deu início ao patrimônio que deixado de herança aos seus descendentes, veio mais tarde a formar a cidade.

No início era um local de grandes plantações de cana, se tornando mais tarde uma região cafeeira, trazendo assim desenvolvimento para o então povoado. A cidade se encontra na Zona da Mata mineira, na divisa com o estado do Espírito Santo (Figura 1), estando distante da capital Belo Horizonte cerca de 377 km. Possui uma população estimada em 2019 de 19,923 mil habitantes, sendo dessa população 12.250 (mil) residentes na área urbana (IBGE, 2010). Sua economia é baseada na agricultura, com destaque para o cultivo de café, e no comércio.

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Figura 1 – Localização do município de Lajinha

Fonte: Abreu, (2006), Google Maps e Adaptado pelo autor.

A primeira capela foi construída em 1910, no local onde hoje se localiza a Matriz Nossa Senhora de Nazareth. Nas proximidades, assim como era no período Colonial, foi construída a praça Dr. Adalmário José dos Santos. Já a praça Polidoro Rodrigues de Oliveira fica localizada onde hoje se situa a Escola Estadual Dr. Adalmário José dos Santos, tendo sido inaugurado em 1951 com a denominação de Ginásio Rui Barbosa (Figura 2).

Figura 2- Localização das praças na cidade de Lajinha-MG

Fonte: Google Earth, 2020 adaptado pela autora.

LEGENDA

1 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos 2 - Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira

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Durante as pesquisas para produção deste estudo, não obtivemos um histórico sobre as construções de tais localidades, mas através de imagens pode-se identificar algumas alterações nas estruturas físicas que tais lugares tiveram ao longo do tempo.

Algumas das alterações na praça Dr. Adalmário José dos Santos podem ser notadas através da análise de fotografias. Na década de 1950, quando o espaço ainda era denominado como praça Marechal Floriano (SANTOS, 2000), o lugar ainda não estava totalmente delimitado, configurando-se apenas como um local vazio, sem o erguimento de construções (figura 3). No entanto, ao observar-se fotografias da década seguinte, já se identifica a delimitação da praça, tendo um traçado que remete ao modelo atual do espaço público (figura 4).

Figura 3 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos, década de 50

Figura 4 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos, início da década de 60

Fonte: Santos, 2000- Revista Lajinha 2000 retrospectiva histórica

Fonte: Pereira, 2020.

Em imagem datada de 1969, pode se observar que a praça já possuía vegetação baixa e arbustos, mobiliários como bancos e postes de iluminação. O espaço sofre alteração no seu traçado, ganhando um formato mais arredondada na parte mais estreita do terreno (figura 5).

Já na década de 1980, as imagens mostram a existência de espécies arbóreas, proporcionando sombra em partes da praça, sendo a área central gramada permitindo a permeabilizarão do solo (figura 6).

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Figura 5 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos ano de 1969

Figura 6 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos no ano de 1983

Fonte: Pereira, 2020. Fonte: Santos, 2000- Revista Lajinha 2000 retrospectiva histórica

Na década de 1990 ainda era percebido a existência de arborização no local, mas o

layout da praça sofreu transformações com a reformulação dos canteiros e a parte

central ganhou um coreto (figura 7). No início do século XXI, a praça já contava com uma vegetação mais adensada, podendo se notar significativo sombreamento gerado por elas (figura 8).

Figura 7 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos ano de 1990

Figura 8 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos no ano de 2004

Fonte: Pereira, 2020. Fonte: Pereira, 2020.

Já em imagem que documenta a praça no ano de 2013, observam-se alterações mais profundas, havendo a adoção de um layout mais moderno, com mais cores, aumento no número e mudança no design dos bancos. No entanto, diminuiu-se consideravelmente a área verde, destacando-se apenas palmeiras e algumas pequenas áreas gramadas, além do acréscimo de um palco e sanitários no espaço (figura 9).

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Na atualidade percebe-se um retorno da presença de arborização e o plantio de espécies variadas de vegetação, deixando a praça esteticamente mais bonita (figura 10).

Figura 9 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos no ano de 2013

Figura 10 - Praça Dr. Adalmário José dos Santos no ano de 2020

Fonte: Pereira, 2020, adaptada pela autora Fonte: Dados da autora

Da mesma forma que na praça Dr. Adalmário José dos Santos, as imagens consultadas neste trabalham mostram a Polidoro Rodrigues de Oliveira na década de 1950 ainda sem construções ou delimitação do espaço (figura 11), o que já pode ser notado na década seguinte, onde já se observa a existência de árvores, bancos e muita área permeável, assim como uma fração de uma ponte sobre um espelho de água (figura 12).

Figura 11 - Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira na década de 50

Figura 12 - Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira nos anos de 1967 a 1969

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Já no século XXI, a praça Polidoro Rodrigues de Oliveira perde área verde, passando a possuir quase toda a sua extensão coberta por calçamento, tendo regiões permeáveis através de canteiros espalhados por vários pontos do local. Ainda que poucas, observa-se a presença de árvores e arbustos, o mobiliário existente são os bancos e a iluminação (figura 13). A praça atual sofreu grandes transformações em seu layout, tendo o seu mobiliário modificado com bancos com encosto e maior quantidade, foi implantada uma academia ao ar livre, mais espécies arbóreas foram plantadas, o que aumentou o sombreamento, e se teve o aumento e a modificação da iluminação.

Figura 13 - Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira na década de 2000

Figura 14 - Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira no ano de 2020

Fonte: Pereira, 2020. Fonte: Dados da autora

4.2 Análise dos resultados

4.2.1 Praça Dr. Adalmário Jose dos Santos

A Praça Dr. Adalmário José dos Santos se encontra na parte central da cidade e, assim como na maioria das cidades pequenas, é o local de encontro da população nos finais de semana. O local recebe uma feira gastronômica e de artigos diversos produzidos pela população do município, assim como diversos evento relacionado às datas comemorativas.

O seu entorno possui comércios e residências, sendo popularmente conhecida como “Pracinha do Centro”. Após o levantamento dos equipamentos e da infraestrutura da praça, foi possível verificar que os caminhos são pavimentados com um misto de

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pedra portuguesa e piso intertravado (figura 15 - item 1), o que facilita o acesso e a circulação dos usuários, não se constatando danos ocasionados por raízes das árvores existentes no local. A praça possui um formato triangular, traçado adequado do ponto de vista funcional e estético, tendo uma largura adequada para a circulação das pessoas.

As lixeiras são itens importantes para qualquer espaço público, sendo elementos que fazem parte do mobiliário urbano. No caso do local estudado, elas se encontram distribuídas de forma aleatória e estão em bom estado de conservação, sendo constituída de metal (figura 15 - item 2). A iluminação é feita por postes de diferentes alturas, os menores ficam abaixo das copas das árvores (figura 15 - item 3) e o mais alto está localizado no centro da praça (figura 15 - item 4). Existe no local uma estátua que faz homenagem à personalidade que dá nome à praça, o médico e ex-prefeito do município Dr. Adalmário José dos Santos (figura 15 - item 5). O espaço conta ainda com sanitários públicos, apresentando estado regular de conservação (figura 15 - itens 6 e 7). Há também um coreto (figura 15 - item 8), além de um palco (figura 15 - item 9) em concreto e com altura diferenciada do nível da praça, sendo usado em eventos realizados no ambiente.

Os bancos são em concreto, de modelos constantes e sem encosto, o que impõe desconforto aos usuários de maior idade, e em função da alta insolação dificulta a apropriação de alguns lugares como foi percebido durante a visita in loco (figura 15 - item 10). Palmáceas, árvores, arbustos e forração compõe a vegetação da praça (figura 15 - itens 11, 12, 13 e 14), sendo que algumas das espécies já existem a mais tempo no local, como é o caso de algumas palmáceas. As demais espécies foram plantadas de acordo com as transformações que foram ocorrendo no espaço, mas o sombreamento ainda não é o suficiente para que seja usada durante todo o período diurno. Quanto à limpeza e à manutenção, de uma forma geral se nota em bom estado de conservação e nenhum lixo foi encontrado fora das lixeiras.

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Figura 15 – Mosaico dos itens existentes na Praça Dr. Adalmário José dos Santos

1 2 3

4 5 6

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Fonte / Organização: Dados da autora

4.2.2 Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira

Localizada em frente à principal escola do município, a praça Polidoro Rodrigues de Oliveira é bastante movimentada sobretudo por causa da circulação de estudantes da Escola Estadual Dr. Adalmário José dos Santos. Com o levantamento feito no local, verificou-se que grande parte dos equipamentos foram instalados recentemente e se encontram bem conservados. Porém, nota-se que a manutenção do espaço não está em bom estado, com destaque para às condições ruins da pintura e as vegetações que crescem nos locais não destinados a ela.

O número de pessoas da terceira idade aumentou significativamente no mundo todo nos tempos atuais, especialmente em função do aumento da expectativa de vida notada nos últimos anos. Assim, é fundamental que os governos ofertem espaços públicos alternativos “[...] para o descanso, para a contemplação, para a recreação e para a prática de exercícios físicos, tendo em vista a qualidade de vida dessa faixa etária” (Hahn; Bovo e Ré, p. 445, 2016). Com isso, tornou-se comum o poder público instalar academias de terceira idade em diversos locais nas cidades, sejam pequenas ou grandes metrópoles, com importante destaque para as praças. No caso da praça Polidoro Rodrigues de Oliveira, temos os equipamentos instalados e esse estão em ótimo estado de conservação (figura 16 - item 1).

Seus bancos são de madeira com metal e de tamanhos diferentes para atender adultos e crianças (figura 16 - item 2). No espaço existe um poste de iluminação alto

10 00 00 11 0 0 0 0 12 00 00

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localizado próximo à entrada da escola (figura 16 - item 3), havendo outros postes menores espalhados aleatoriamente pela praça, que ficam abaixo da fronde das árvores (figura 16 - item 4). O local é limpo, possui diversas lixeiras espalhadas em diversos pontos do ambiente (figura 16 - item 5). Seu formato é retangular, a pavimentação é feita em bloquetes na parte central e no seu entorno placas cimentícias.

Apenas uma placa indica a existência de um ponto de táxi (figura 16 - item 6), não possuindo nenhuma demarcação do espaço destinado a tal função que, por estar junto à escola, possui um espaço destinado aos ônibus escolares. A vegetação é composta por árvores, arbustos e grama (figura 16 - item 7). As árvores estão com poda inadequada (figura 16 - item 8 e 9), pois em função das espécies do local não serem de porte baixo, atingindo a rede elétrica existente. Assim como na praça Dr. Adalmário José dos Santos, o layout da vegetação permite que o Sol incida em grande parte do espaço, não permitindo assim o uso do local em grande parte do dia.

Figura 16 – Mosaico dos itens existentes na Praça Polidoro Rodrigues de Oliveira

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Fonte / Organização: Dados da autora

4.2.3. Sobre a função das praças estudadas

A avaliação das funções desempenhadas pelas praças Dr. Adalmário José dos Santos e Polidoro Rodrigues de Oliveira teve suporte na observação in loco dos usuários, sendo possível apontar a partir de tal ação a existência das funções social, ambiental e estética. A função social pôde ser percebida em função dos locais serem frequentados pelos moradores de diversas idades que utilizam o espaço para o lazer, descanso, convívio social e para a pura contemplação da paisagem. Durante a visita ao local, verificou-se a presença de jovens reunidos, crianças brincando e pessoas participando de um evento religioso. Dessa forma, constata-se que as praças cumprem seu papel social ao ofertarem a possibilidade de diversos usos, não se constituindo apenas enquanto um local de passagem.

O acesso físico ao local é livre a todos, mas a falta de equipamentos como um parque infantil faz com que crianças se utilizem da academia pública instalada na

4 5 6

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praça Polidoro Rodrigues de Oliveira como espaço para diversão, não permitindo que os equipamentos tenham o seu uso devido enquanto lugar para atividades físicas voltado para os cidadãos da terceira idade. É importante também destacar que a presença da escola na praça deixa o espaço durante a semana com um fluxo muito grande de usuários.

Outra função destacada é a ambiental, contribuindo com a melhoria do clima urbano, luminosidade, conforto térmico, qualidade do ar, entre outras medidas associados ao bem-estar humano. Às duas praças apresentam elementos na paisagem urbana, espaços com vegetação diversificada e as árvores existentes promovem um conforto ambiental, ainda que isso não ocorra de forma igualitária nos pontos estudados. Esteticamente falando, o cenário urbano é rompido com o aparecimento da natureza através das flores, árvores e cores das praças, elas se destacam frente ao concreto das edificações, dando valor e contribuindo para o embelezamento da cidade e permitindo o contato da população com o meio ambiente.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Historicamente as praças fazem parte da evolução das cidades e sempre foram elementos indissociáveis, tendo papel fundamental para a socialização dos moradores, mesmo com toda a evolução das funções dessas. Mas para que os usos e funções desses locais sejam desenvolvidos, é importante que sejam conservados o seu espaço e a sua infraestrutura. Se planejado de forma correta, os espaços livres urbanos propiciam locais que atendam a cidade, assegurando condições para que esses promovam efetivamente qualidade de vida.

Assim, analisando os dados fornecidos pela pesquisa realizada nas praças Dr. Adalmário José dos Santos e Polidoro Rodrigues de Oliveira em torno de sua estrutura e de seus equipamentos, permitiu-se verificar que, de uma forma geral, os espaços públicos aqui estudados estão em estado regular de conservação e recebendo manutenções periódicas, ainda que apresentem fragilidades em relação à inexistência de alguns mobiliários como parques infantis, bebedouros, bancos com encosto e mais arborização no ambiente. Com isso a população poderia fazer mais

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uso dos espaços durante o período diurno, com amplas possibilidades de serem mais bem apropriadas.

Na praça Polidoro Rodrigues de Oliveira, o fluxo de pessoas é representativo durante a semana em função de estar localizada junto a uma escola e por ter a academia nela instalada, enquanto na Dr. Adalmário José dos Santos a maior movimentação dos usuários ocorre aos finais de semana, sendo sua localização na parte central da cidade e com a frequência de um público de faixa etária diversificada.

A presença da vegetação, ainda que pouca, permite o contato do homem com o meio ambiente e quebra a monotonia da paisagem urbana, além de contribuir para o embelezamento da cidade. Com isso, as praças desempenham a função social, ambiental e estética. Elas são os locais de lazer, descanso e socialização do município.

Diante dos resultados aqui apresentado entende-se que seria de grande importância e desenvolvimento para o município a criação de uma comissão com o intuito de reformular as praças atuais na cidade. Instituída com profissionais habilitados e capacitado onde o objetivo seria dar novos usos e funções aos espaços públicos existentes, com a implantação de mobiliário, arborização, espaço de lazer destinados a crianças e adultos, assim como locais para prática de esportes.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO A – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO

FICHA DE LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DOS EQUIPAMENTOS, ESTRUTURAS E VEGETAÇÃO EXISTENTES

Nome da praça:_________________________________________________ Endereço:____________________________________________________ Forma geométrica da praça:_______________________________________ Data:____/____/__2020___ __

Equipamentos/Estruturas/Vegetação Sim Não Material Quantidade/Área Bancos

Iluminação: - alta ( ) – baixa ( ) Lixeiras Sanitários Bebedouros Caminhos Palco/coreto Espelho d'água/chafariz

Monumento ( ) estátua ( ) busto Estacionamento

Ponto de ônibus Ponto de táxi

Para prática de exercícios físicos Estrutura para terceira idade Parque infantil

Quiosque de alimentação e/ou similar Árvores

Palmácea Arbustos

Herbácea (ou forração)

(33)

ANEXO B – LEVANTAMENTO QUALITATIVO

FICHA DE LEVANTAMENTO QUALITATIVO DOS EQUIPAMENTOS E ESTRUTURAS EXISTENTES

Nome da praça:_________________________________________________ Endereço: ____________________________________________________ Equipamentos/Estruturas/Vegetação Nota

Bancos ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Iluminação alta ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Iluminação baixa ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Lixeiras ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Sanitários ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Bebedouros ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Caminhos ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Palco/coreto ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Espelho d'água/chafariz ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Monumento ( ) estátua ( ) busto ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Estacionamento ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Ponto de ônibus ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Ponto de táxi ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Para prática de exercícios físicos ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Estrutura para terceira idade ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Parque infantil ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Quiosque de alimentação e/ou similar ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Vegetação ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Paisagismo ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Localização ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Manutenção das estruturas físicas ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Conforto térmico ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Conservação/limpeza ( )Péssimo ( )ruim ( )regular ( )bom ( ) ótimo Fonte: De Angelis et. al (2005, apud De Angelis 2000), adaptado pelo autor

Referências

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