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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA

MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS DO SEDIMENTO LITORÂNEO DE AMBIENTES AQUATICOS DO SEMI-ÁRIDO PARAIBANO, NORDESTE DO BRASIL.

Darlan Patrício da Nóbrega Santos Maria Cristina Basílio Crispim (Orientadora)

João Pessoa, Paraíba. Fevereiro de 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA

MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS DO SEDIMENTO LITORÂNEO DE AMBIENTES AQUATICOS DO SEMI-ÁRIDO PARAIBANO, NORDESTE DO BRASIL.

Monografia pesquisa apresentada a Coordenação de Ciências Biológicas (CCEN/UFPB), como requisito obrigatório para a conclusão do curso de Ciências Biológicas habilitação Bacharelado.

Darlan Patrício da Nóbrega Santos Maria Cristina Basílio Crispim (Orientadora)

João Pessoa, Paraíba. Fevereiro de 2009

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“Poder-se-ia crer na possibilidade de eliminar o risco de erro, relacionando to a afetividade. De fato, o sentimento, a raiva, o amor e a amizade podem nos cegar. Mas é preciso dizer que já no mundo dos mamíferos e, sobretudo, no mundo da afetividade, isto é, da curiosidade, da paixão, que, por sua vez, são a mola da pesquisa filosófica ou científica, a afetividade pode asfixiar o conhecimento, mas

pode também fortalecê-lo. Há estreita relação entre inteligência e afetividade: a faculdade de raciocinar pode ser diminuta, ou mesma destruída, pelo déficit de emoção.”

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Assinaturas

__________________________________________________________ Darlan Patrício da Nóbrega Santos (aluno)

_________________________________________________________ Dra. Cristina Crispim

(Orientadora: CCEN/ DSE – UFPB, Campus I)

_________________________________________________________ Dr. Tarcisio A. Cordeiro

(Banca examinadora: CCEN/ DSE – UFPB, Campus I)

_________________________________________________________ Dr. Gilson Ferreira Moura

(Banca examinadora: CCEN/ DSE – UFPB, Campus I)

_________________________________________________________ Dr. Francisco José Pegado Abílio

(Banca examinadora: CE/ DME – UFPB, Campus I)

_________________________________________________________ Msc. Lidyane Lima

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Severino Paulo dos Santos e Epifânia Mª Meira da Nóbrega Santos, pelo apoio, compreensão, dedicação, carinho e amor a mim dedicado.

Aos meus irmãos, Danilo e Daniel, e toda a minha família por sempre estarem por perto. Ao professor e amigo Dr. Francisco José Pegado Abílio (vulgo Chico Pegado), por me aceitar como estagiário e pelo aprendizado que me proporcionou durante o convívio (o “vá trabalhar” ajudou bastante).

À professora Dr. Takako Watanabe, por seus conselhos valiosos durante minha estada no laboratório de Ecologia Aquática.

À professora e amiga Dr. Cristina Crispim, pela orientação durante a realização deste trabalho.

Ao professor Dr. Gilson Moura, por esclarecimentos durante o processamento dos dados. Ao CNPq, através do projeto PELD Caatinga: Estrutura e Funcionamento, sob a Coordenação da professora Dr. Maria Regina, que me atribuiu uma bolsa de Iniciação científica.

A todos os meus professores da graduação que, de forma direta ou indireta, contribuíram para minha formação profissional.

À banca examinadora, pela avaliação deste trabalho.

À amiga Ana Carolina (Carol), pela ajuda nas coletas e análises das amostras, pelo companheirismo e apoio durante a realização deste trabalho.

Aos meus amigos de laboratório Clarisse Adlof, Hênio Jr., Fabiano Cerpe, Leonardo Ribeiro, Michelle Feitosa (Michelle mulher), Saulo França e Wagner Falcão, pela força com as amostras e pelo apoio.

Aos amigos zoobentólogos Artur Henrique, Antônio Carlos, Elieser Targino, Felizardo Bernadino, Thiago Ruffu e Hugo Florentino, pela amizade e companheirismo durante o convívio de laboratório.

À amiga, irmã de coração, companheira de farras e futura parceira de projetos Lidyane Lima, pela convivência, amizade e apoio emocional tanto dentro como fora do laboratório (Obrigado por tudo Lidy).

À amiga Creuza Soares, pelo apoio em parte das amostras.

Aos amigos de graduação Ana Karla, Josias Henrique, Flávia Martins, Tatiana Ponce, Sofia Érika, pelo apoio durante as aulas, pelas farras que participamos, e pelo apoio durante as fazes difíceis que passei.

A todos os meus alunos, pelo apoio direto ou indireto.

Às minhas novas amigas, Waleska Castro e Tayna Albuquerque, pelas futuras contribuições...

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LISTAGEM DE FIGURAS

Figura 1 – As diferentes bacias hidrográficas do Estado da Paraíba. Em destaque a Bacia Hidrográfica do Rio Taperoá e a sede do município de São João do Cariri, onde estão

localizados os dois açudes estudados. 04

Figura 2 – Fotografias do açude público Namorados. Na parte superior vista dos pontos 1 e 2 e na

parte inferior vista do ponto 3. 05

Figura 3 – Fotografias do açude público Afogados. Na parte superior vista dos pontos 1 e 2 e na

parte inferior vista do ponto 3. 05

Figura 4 – Precipitação pluviométrica (mm), no município de são João do Cariri no período de

agosto de 2002 a agosto de 2003. 08

Figura 5 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Namorados. Nesta figura estão representados os valores médios de pH (A), temperatura (B) e condutividade (C). 10

Figura 6 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Namorados. Nesta figura estão representados os valores médios de concentrações de oxigênio dissolvido e saturação de

oxigênio (A), alcalinidade (B) e dureza total (C). 11

Figura 7 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Afogados. Nesta figura estão representados os valores médios de pH (A), temperatura (B) e condutividade (C). 13

Figura 8 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Afogados. Nesta figura estão representados os valores médios de concentrações de oxigênio dissolvido e saturação de

oxigênio (A), alcalinidade (B) e dureza total (C). 14

Figura 9 – Teor de matéria orgânica do sedimento do açude Namorados durante o período de

agosto de 2002 a agosto de 2003. 15

Figura 10 – Teor de matéria orgânica do sedimento do açude Afogados durante o período de agosto

de 2002 a agosto de 2003. 16

Figura 11 – Abundância das famílias de Gastropoda no açude Namorados no período de agosto de

(7)

Figura 12 – Abundância das famílias de Diptera no açude Namorados no período de agosto de

2002 a agosto de 2003. 19

Figura 13 – Abundância das famílias de Odonata no açude Namorados no período de agosto de

2002 a agosto de 2003. 20

Figura 14 – Abundância das famílias de Tricoptera, Coleopter e Ephemeroptera, respectivamente, no açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003. 21

Figura 15 – Abundância das famílias de Hirudínea (Glossiphoniide) no açude Namorados no

período de agosto de 2002 a agosto de 2003. 22

Figura 16 – Valores de porcentagem participativa dos táxons de invertebrados, por hábitos alimentares, do sedimento litorâneo (amostra qualitativa) do açude Namorados no período

de agosto de 2002 a agosto de 2003. 22

Figura 17 – Abundância da família de Gastropoda no açude Afogados no período de agosto de

2002 a agosto de 2003. 24

Figura 18 – Abundância das famílias de Diptera no açude Afogados no período de agosto de 2002

a agosto de 2003. 24

Figura 19 – Abundância das famílias de Odonata no açude Afogados no período de agosto de 2002

a agosto de 2003. 25

Figura 20 – Abundância das famílias de Tricoptera, Coleopter e Ephemeroptera, respectivamente, no açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003. 26

Figura 21 – Abundância das famílias de Crustacea no açude Afogados no período de agosto de

2002 a agosto de 2003. 27

Figura 22 – Abundância das famílias de Hirudínea (Glossiphoniide) no açude Afogados no período

de agosto de 2002 a agosto de 2003. 28

Figura 23 – Valores de porcentagem participativa dos táxons de invertebrados, por hábitos alimentares, do sedimento litorâneo (amostra qualitativa) do açude Afogados no período de

(8)

LISTA DE TABELAS

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SUMÁRIO Páginas 1 Introdução 01 2 Objetivos 03 2.1 Objetivo Geral 03 2.2 Objetivos Específicos 03 3 Procedimentos Metodológicos 03

3.1 Descrição da Área de Estudo 03

3.2 Dados Pluviométricos 06

3.3 Variáveis Físicas e Químicas da Água 06

3.4 Teor de Matéria Orgânica do Sedimento (%) 07

3.5 Análise Qualitativa da Fauna de Macroinvertebrados Bentônicos 07

4 Resultados 08

4.1 Dados Pluviométricos 08

4.2 Variáveis Físicas e Químicas da Água 08

Açude Namorados 08

Açude Afogados 12

4.3 Teor de Matéria Orgânica do Sedimento 15

Açude Namorados 15

Açude Afogados 15

4.4 Análise Qualitativa da Fauna de Macroinvertebrados Bentônicos 16

Açude Namorados 16

Açude Afogados 22

5 Discussão 29

6 Considerações Finais 33

(10)

Resumo

Na região Nordeste, a prática de açudagem é muito comum, como mecanismo de prevenção contra as conseqüências da estiagem, assim garantindo o abastecimento doméstico, além de permitir a produção agrícola nas áreas vazante e a produção de peixes, preciosa fonte protéica. Esses ecossistemas apresentam grandes flutuações no nível da água devido à elevada taxa de evaporação, elevadas temperaturas e irregularidade de precipitação. E na região litorânea desses açudes, as condições ambientais são mais propícias à vida, principalmente a presença de macroinvertebrados bentônicos. Nesse estudo objetivou-se conhecer a riqueza de táxons, densidade populacional e a abundância relativa da fauna de macroinvertebrados bentônicos dos açudes Namorados e Afogados, localizados no município de São João do Cariri, semi-árido paraibano. Utilizou-se para isso um pegador manual com 500 m de abertura de malha, sendo o material acondicionado em sacos plásticos contendo formol a 4%. No laboratório as amostras foram lavadas em água corrente sobre peneiras de 1 mm e 200 m, e a triagem feita sobre bandejas iluminadas e os animais postos em frascos de vidro com álcool a 70%. Concomitantemente foram determinadas algumas variáveis físicas e químicas da água e o teor de matéria orgânica do sedimento para serem correlacionadas com os dados biológicos. Observou-se durante o período de agosto de 2002 a agosto de 2003 que nos açudes foram encontrados os seguintes grupos de macroinvertebrados bentônicos: Gastropoda (Ampullariidae, Planorbidae e Thiaridae), Odonata (Gomphidae e Libellulidae), Diptera (Chironomidae e Ceratopogonidae), Trichoptera (Limnephilidae), Coleoptera (Hydrophilidae), Ephemeroptera (Tricorythidae) e Crustacea (Ostracoda e Conchostraca), sendo que no açude Namorados não foram encontrados crustáceos. Em ambos os açudes registrou-se uma riqueza taxonômica máxima de 11 famílias. O grupo mais representativo foram os insetos, sendo os Chironomidae dominante no açude Namorados, praticamente, durante todo o período estudado com abundâncias relativas superiores a 50%, os demais organismos apresentaram abundâncias inferiores a 35%. No açude Afogados houve uma alternância de dominância entre os grupos encontrados. A baixa riqueza taxonômica dos açudes estudados pode ser atribuída as fortes variações das variáveis físicas e químicas da água, principalmente aos teores de matéria orgânica contida no sedimento.

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1 INTRODUÇÃO

Em ambientes aquáticos temporários das regiões semi-áridas, as variações no nível da água são decorrentes da elevada taxa de evaporação, temperaturas muito elevadas e a má distribuição de chuvas nessas regiões.

Nesses ambientes temporários, a cheia e a seca, causam grandes flutuações nas condições físicas e químicas da água. A cheia homogeniza e dilui fatores físicos, químicos e biológicos desses ambientes pelo aumento do volume de água, aumento da turbidez, entrada de matéria orgânica alóctone e nutrientes. Com o final do período de chuvas e diminuição do volume das águas, associado ao aumento da transparência, inicia-se a colonização com macrófitas aquáticas. A decomposição dessas macrófitas pode também ser um recurso alimentar no início do verão. Períodos curtos de chuva, e estiagens prolongadas forçam a biota de sistemas temporários a suportarem amplas faixas de variação das condições físicas e químicas do sistema (Serrano & Toja, 1995).

A carência e a escassez de água na região Nordeste semi-árida, fizeram com que a construção de reservatórios e açudes aumentasse ao longo dos anos. Isto evidencia a importância destes ambientes aquáticos, mas, raros são os trabalhos de monitoramento da qualidade da água, que devido às múltiplas utilidades como abastecimento industrial, consumo humano, criação de animais, pesca, recreação, vêm sofrendo inúmeras alterações (MOREDJO, 1998).

Além dos inúmeros benefícios, o represamento de um rio acarreta também em diversos efeitos negativos. Tundisi (1993) e Straskraba & Tundisi (1999) listam, entre os impactos indiretos decorrentes da construção de reservatórios, o desmatamento e a redução de cobertura vegetal, o aumento da contaminação e da toxicidade no sistema devido ao aumento das atividades antrópicas, o aumento da poluição orgânica e da eutrofização acelerada pelo despejo de resíduos agrícolas, industriais e urbanos, a alteração da biodiversidade com remoção de espécies ecologicamente importantes e por fim efeitos negativos à saúde humana resultante de deterioração da qualidade da água.

No Nordeste do Brasil, apesar do grande número de açudes construídos, principalmente para fins de abastecimento, pouco se conhece sobre a evolução, estrutura e funcionamento destes ecossistemas. A maioria dos trabalhos refere-se aos aspectos de peixamento, aspectos limnológicos e hidrológicos abordados por diferentes autores.

A macrofauna bentônica de corpos de águas continentais é composta por elevada variedade de grupos taxonômicos, incluindo insetos, moluscos, crustáceos, anelídeos, entre outros (BRANDIMARTE et al., 2004; BRIGANTE et al., 2003). Os Invertebrados Bentônicos compõem

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um grupo de grande importância ecológica em ecossistemas aquáticos continentais, participando das cadeias alimentares e sendo um dos elos principais da estrutura trófica do ecossistema (EATON, 2003). Além disso, a interação entre os fatores ambientais, tipo de substrato e sua biocenose, determinam a composição, riqueza taxonômica e a distribuição do zoobentos nestes habitats (CARVALHO & UIEDA, 2004).

Fatores biogeográficos e características do ambiente, tais como, tipos de sedimentos, teor de matéria orgânica, profundidade, variáveis físico-químicas da água afetam a distribuição e a abundância dos macroinvertebrados em corpos de águas temporárias (VIDAL-ABARCA, 2004; SMITH et al., 2003). Tem sido constatado que a vegetação aquática contribui para um aumento na riqueza de espécies de invertebrados nos ecossistemas do semi-árido (ABÍLIO, 2002). As macrófitas desempenham importante papel na alimentação, como substrato para postura de ovos, como refúgio de predadores para os taxa de invertebrados (SMITH et al., 2003), além de constituírem uma das maiores fontes de matéria orgânica para as lagoas e afetarem a química da água, principalmente quando em estado de decomposição (PEIRÓ & ALVES, 2004).

Este grupo tem sido muito estudado ultimamente devido ao papel que desempenha no funcionamento de ambientes aquáticos, além de ser útil em avaliações de monitoramento ambiental, podendo causar danos à saúde pública em determinadas regiões. Para tanto, os zoobentos têm sido utilizados como bioindicadores da qualidade da água, pois em presença de determinadas condições, como algum nível de poluição, os grupos mais resistentes podem-se tornar dominantes e os mais sensíveis, raros ou ausentes (EATON, 2003).

Os estudos sobre a comunidade de invertebrados bentônicos são numericamente menores, quando comparados àqueles de outras comunidades. Este fato decorre, sobretudo, devido às dificuldades na coleta de material, em especial em áreas profundas, os quais foram parcialmente solucionados após o desenvolvimento de equipamentos específicos como dragas e amostradores (HOLME & MCLNTYRE, 1971; DOWNING, 1984, 1989).

No Estado da Paraíba, os estudos pioneiros sobre os invertebrados aquáticos do semi-árido reportavam sobre a ocorrência e sistemática, principalmente de moluscos. Ainda são poucos os trabalhos de ecologia dos macroinvertebrados bentônicos associados ao sedimento litorâneo e associados às macrófitas aquáticas para a região, destacando os realizados por Abílio (1994, 1997, 2002), Abílio & Watanabe (1998, 2000), Brito-Júnior et al. (2000) e Silva Filho (1999).

Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de estudos sobre a bioecologia da comunidade zoobentônica associados ao sedimento litorâneo e às macrófitas aquáticas de sistemas aquáticos do semi-árido, com o intuito de contribuir para o entendimento do funcionamento destes ecossistemas, uma vez que esta biocenose, entre outras funções, pode ser indicadora da qualidade da água.

(13)

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Este trabalho teve por objetivo principal estudar a composição e a distribuição dos principais grupos taxonômicos no sedimento litorâneo de dois açudes do semi-árido, Nordeste do Brasil.

2.2 Específicos

 Conhecer a abundância e a dinâmica populacional dos taxa mais abundantes da comunidade de macroinvertebrados bentônicos, associados ao sedimento litorâneo, dos açudes Namorados e Afogados, ambos pertencentes à bacia hidrográfica do rio Taperoá.

 Caracterizar o habitat destes organismos, com relação às variáveis físicas e químicas da água e do sedimento e investigar a sua possível influência sobre essa comunidade;

 Determinar a estrutura taxonômica, a distribuição e os hábitos alimentares da fauna bentônica presente no sedimento da região litorânea dos açudes.

 Analisar a estrutura da comunidade sob influência dos períodos de estiagem e chuvoso.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Descrição da Área de Estudo

A Bacia Hidrográfica do rio Taperoá (Figura 1) está localizada na região fisiogeográfica da Borborema Central, na microrregião dos Cariris Velhos, entre as coordenadas geográficas 06º 51’ S e 07º 52’ S e 36º 15’ W e 37º 15’ W, tendo a Caatinga como vegetação predominante.

O rio Taperoá é um dos afluentes mais importantes da margem esquerda do rio Paraíba. Nasce nas serras dos Cariris Velhos (720 m de altitude), no município de Teixeira, a 91 km da cidade de São João do Cariri. Percorre 133 km e deságua no açude Boqueirão (425 m de altitude), este formado pelo represamento do rio Paraíba (SILVA-FILHO, 1999).

A Sub-Bacia do rio Taperoá, com cerca de 5664,46 km2, abrange os municípios: Olivedos, Soledade, Gurjão, São José dos Cordeiros, Desterro, Salgadinho e Livramento, além de partes do seguintes municípios: Juazeirinho, Passagem, Junco do Seridó, Cabaceiras, São João do Cariri, Taperoá, Serra Branca, Teixeira, Sumé e Campina Grande.

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O tipo de clima da região é do tipo BSh, semi-árido quente, com chuvas de verão (precipitação média anual varia entre 400 e 450 mm), a temperatura média anual é de 25º C. A geologia da região é composta pelo complexo Gnáissico-Migmático-Granodiorito (granitos); os solos são castanhos ou Brunos não-cálcicos, pouco espessos, pedregosos e pouco profundos (Governo do Estado da Paraíba, 1998).

O açude público do Namorado (Figura 2) e o açude Afogados (Figura3), os quais fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Taperoá, estão localizados no município de São João do Cariri, (latitude 7º 23’ 14” S, longitude 36º 32’ 20” W e altitude de 460m).

Figura 1 – As diferentes bacias hidrográficas do Estado da Paraíba. Em destaque a Bacia Hidrográfica do Rio Taperoá e a sede do município de São João do Cariri, onde estão localizados os dois açudes estudados.

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Figura 2 – Fotografias do açude público Namorados. Na parte superior vista dos pontos 1 e 2 e na parte inferior vista do ponto 3.

Figura 3 – Fotografias do açude público Namorados. Na parte superior vista dos pontos 1 e 2 e na parte inferior vista do ponto 3.

Fotos: Francisco José Pegado Abílio (2003)

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3.2 Dados Pluviométricos

Os dados de pluviosidade da região foram obtidos através do Laboratório de Meteorologia, Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da Paraíba – Campina Grande (LMRS).

3.3 Variáveis Abióticas da Água.

Para as análises das variáveis físicas e químicas da água foram realizadas sete coletas bimestrais num período de agosto de 2002 a agosto de 2003. Foi coletada água das zonas marginais dos corpos d’água. As medidas de temperatura, pH, condutividade e oxigênio dissolvido foram medidas em campo por meio de aparelhos digitais portáteis (Tab. 1); as demais análises foram realizadas em laboratório (Tab. 1).

Tabela 1. Variáveis analisadas e métodos utilizados

Análise Método

Temperatura Termômetro de mercúrio INCOTERM

pH pHmetro digital HANDLAB

Condutivímetro Condutivímetro TECNAL

Oxigênio Dissolvido Determinado por titulação segundo o método descrito em Golterman et al, (1978).

Alcalinidade Método titrimétrico (Eaton et al.,, 1998)

Fósforo Total

Método da digestão pelo perssulfato (abertura da amostra) e o método do ácido ascórbico (determinação espectrofotométrica)

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3. 4 Determinação da Porcentagem de Matéria Orgânica do Sedimento (%)

O teor de matéria orgânica do sedimento foi determinado através da perda por ignição a seco (metodologia modificada e descrita em CÓ, 1979), em que cinco gramas da amostra, anteriormente seca em estufa a 105ºC, durante 12 horas, foi queimada em mufla, a 600 ºC, durante duas horas. O teor de matéria orgânica foi obtido a partir da diferença entre o peso anterior e posterior à queima, sendo convertida no final, em valores percentuais.

3. 5 Análise Qualitativa da Fauna de Macroinvertebrados Bentônicos

Na região litorânea dos açudes, foram obtidas amostras qualitativas e quantitativas de macroinvertebrados bentônicos, utilizando-se para isso um pegador manual triangular (35 x 35 x 35 cm de lados e de profundidade) com uma abertura de malha de 500 µm.

As amostragens foram feitas nos três pontos previamente estabelecidos, a cerca de 1m da margem a uma profundidade máxima de 0,5m, tomando-se três réplicas por ponto de coleta e por tipo de amostragem.

As amostras foram lavadas em campo e o material retido em peneiras de malhas 1mm e 200 µm, foram colocadas em potes plásticos e fixadas em formol a 10%. No laboratório foi realizada a triagem do material em bandejas iluminadas e os indivíduos encontrados foram colocados em frascos de vidro e preservados em álcool a 70%. Os resultados foram expressos em abundância relativa (em porcentagem).

A identificação dos organismos foi feita sob Estereomiscroscópio Zeiss e com o auxílio de bibliografia especializada BRINKHUST & MARCHESE (1989); LOPRETTO & TELL (1995); McCAFFERTY (1981); MERRIT & CUMMINS (1984); PENNAK (1978); TRIVINHO-STRIXINO & TRIVINHO-STRIXINO (1995); USINGER (1956); WARD & WHIPPLE (1959).

(18)

4 RESULTADOS

4.1 Dados Pluviométricos

No município de São João do Cariri, onde estão localizados os açudes estudados, a precipitação pluviométrica mensal, durante o período estudado, variou entre 0 e 99,4mm, com a precipitação máxima ocorrendo em agosto de 2003. Não foi registrada nenhuma precipitação pluviométrica nos meses de setembro e outubro de 2002 (Figura 4). Entre agosto e dezembro de 2002 as precipitações não excederam 10 mm .

Dados da SUDENE (1990) mostraram que a estação chuvosa da região compreende os meses de fevereiro a junho, com picos de chuva em março. O período seco está compreendido entre os meses de agosto a dezembro.

9,1 0 0 11 5 68,4 30,1 21,1 47,2 14,5 21,7 5,5 99,4 0 20 40 60 80 100 120

Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

2002 2003

mm

Figura 4 – Precipitação pluviométrica (mm), no município de são João do Cariri no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

4.2 Variáveis Físicas e Químicas da Água Açude Namorados

Nas figuras 5 e 6 estão representados os valores (médios) das variáveis físicas e químicas da superfície da água do açude Namorados durante o período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

Durante o período estudado, a água do açude manteve-se ligeiramente alcalina, exceto no mês de fevereiro de 2003, quando foi observado o menor valor de pH. O valor máximo foi registrado em outubro/2002 (8,25) e o valor mínimo em fevereiro/2002 (5,73) (Figura 5a).

A água do açude Namorados apresentou-se termicamente homogênea, com uma amplitude térmica de 4,4ºC, com temperaturas acima de 24ºC, à exceção dos meses de junho/2003 e

(19)

agosto/2003, com temperaturas de 21,8ºC e 21,3ºC, respectivamente (Figura 5b). O valor máximo foi de 25,7ºC, registrado em dezembro/2002, e o valor mínimo foi de 21,3ºC, em agosto/2003 (Figura 5b).

No açude Namorados, as concentrações de oxigênio dissolvido na água foram bastantes heterogêneas, como mostra a Figura 6a. Os valores variaram entre 4,2 mg de O2 L-1 (50% de

saturação em abril/2003) e 8,15 mg de O2 L-1 (95% de saturação em agosto/2002) (Figura 6a). Os

valores mais elevados nos meses de agosto/2002 a dezembro/2002 corresponderam ao período de menor precipitação pluviométrica na região.

Os valores da condutividade elétrica (Figura 5c) e da dureza total (Figura 6c) da água apresentaram um aumento gradativo durante o período estudado, como mostram as Figuras 5c e 6c. A condutividade elétrica teve o valor máximo de 480 μS cm-1, em agosto/2003, e valor mínimo de 110 μS cm-1 em agosto/2002 (Figura 5c). Já a dureza total obteve seus valores máximo e mínimo de 108,67 mg de CaCO3 L-1 (em abril/2003) e 18 mg de CaCO3 L-1 (em agosto/2002), respectivamente

(Figura 6c).

Com relação à alcalinidade, o valor máximo de 32,9 mg de CaCO3 L-1 foi registrado em

(20)

A 7,9 8,25 7,28 5,73 6,78 6,72 6,72 5 7,5 10

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 B 24,6 25 25,7 24,5 24 21,85 21,3 20 22 24 26 28 30

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 ºC C 110 150 150 283 33 7, 67 352 480 0 100 200 300 400 500 600

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

u

S

/c

m

Figura 5 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Namorados. Nesta figura estão representados os valores médios de pH (A), temperatura (B) e condutividade (C).

(21)

A 4 5 6 7 8 9

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 mg/L 40 50 60 70 80 90 100 %

Oxigênio Dissolvido Saturação de oxigênio

B 32 ,9 24 ,5 22 25 30 ,6 7 64 ,5 31 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 m g C aC O 3/ L C 18 92,85 77,38 94,33 108,67 57,5 96,72 0 20 40 60 80 100 120

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 m g C aC O 3/ L

Figura 6 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Namorados. Nesta figura estão representados os valores médios de concentrações de oxigênio dissolvido e saturação de oxigênio (A), alcalinidade (B) e dureza total (C).

(22)

Açude Afogados

Nas figuras 7 e 8 estão representados os valores (médios) das variáveis físicas e químicas da superfície da água do açude Afogados durante o período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

Semelhante à água do açude Namorados, a água do açude Afogados mostrou-se alcalina, apresentando valores acima de 6. Os valores máximo e mínimo foram, respectivamente, 8,5, registrado em outubro/2002, e 6,6, registrado em junho/2003 (Figura 7a).

A água do açude Afogados também se apresentou termicamente homogênea, com temperaturas variando entre 27 e 30,1ºC, o açude apresentou uma amplitude térmica de 3,6ºC. O valor máximo foi de 30,6ºC, observado em outubro/2002, e o valor mínimo foi de 27ºC, em agosto/2003 (Figura 7b).

No açude Afogados, diferente do que aconteceu com o açude Namorados, as concentrações de oxigênio dissolvido na água mostraram-se homogêneas (Figura 7a). Os valores máximo e mínimo foram registrados nas duas últimas coletas. O valor mínimo foi de 4,61 mg de O2 L-1 (52%

de saturação em junho/2003), e o valor máximo foi de 9,67 mg de O2 L-1 (125% de saturação em

agosto/2003) (figura 7a). Semelhante ao açude Namorados, os valores da condutividade elétrica (figura 7c) e da dureza total (figura 8c) da água do açude Afogados apresentaram um aumento gradativo durante o período estudado, como mostram as figuras 7c e 8c. Estes valores tendem a aumentar em conseqüência da evaporação da água, ao longo do período seco, o que causa a concentração dos sais. A condutividade elétrica teve o valor máximo de 433,5 μS cm-1, em agosto/2003, e valor mínimo de 70 μS cm-1 em agosto/2002 (Figura 7c). Já a dureza total teve seus valores máximo e mínimo de 140,5 mg de CaCO3 L-1 (em agosto/2003) e 10,25 mg de CaCO3 L-1

(em agosto/2002), respectivamente (Figura 8c).

Com relação à alcalinidade, o valor máximo de 16,42 mg de CaCO3 L-1 foi registrado em

(23)

A 6, 61 8, 5 6, 7 6,95 6, 48 6, 46 6, 47 5 7,5 10

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 B 28 ,1 30 ,6 28 ,7 28 ,4 5 29,3 5 27 28 ,6 5 25 26 27 28 29 30 31

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 °C C 70 120 80 150,5 191,5 220,5 433,5 0 100 200 300 400 500

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

u

S

/c

m

Figura 7 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Afogados. Nesta figura estão representados os valores médios de pH (A), temperatura (B) e condutividade (C).

(24)

A 0 2 4 6 8 10 12

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 m g/ L 0 20 40 60 80 100 120 140 %

Oxigênio Dissolvido Saturação de oxigênio

B 0 5 10 15 20 25

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 m g C aC O 3/ L C 0 20 40 60 80 100 120 140 160

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 m g C aC O 3/ L

Figura 8 – Variáveis físicas e químicas da água do açude Afogados. Nesta figura estão representados os valores médios de concentrações de oxigênio dissolvido e saturação de oxigênio (A), alcalinidade (B) e dureza total (C).

(25)

4.3 Teor de Matéria Orgânica do Sedimento Açude Namorados

O sedimento da região apresentou uma tendência de aumento do conteúdo de matéria orgânica durante o período estudado, com valores médios acima de 40%, à exceção do mês de fevereiro/2003, quando o teor de matéria orgânica foi abaixo de 20%, como mostra a Figura 9. O valor máximo foi de 63%, registrado em agosto/2003, e o valor mínimo foi de 19,87%, encontrado em fevereiro/2003 (Figura 9). 59,56 46,43 60,8 19,87 60,2 60,3 63 0 10 20 30 40 50 60 70

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 9 – Teor de matéria orgânica do sedimento do açude Namorados durante o período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

Açude Afogados

O sedimento do açude Afogados mostrou-se bastante heterogêneo quanto ao teor de matéria orgânica. Houve uma pequena tendência de aumento entre os meses de dezembro/2002 e agosto/2003, com uma diminuição no seu teor em junho/2003. Na maior parte do período estudado, o teor de matéria orgânica foi superior a 40%. O valor máximo foi de 59,27%, registrado em outubro/2002, e o valor mínimo foi de 13,97%, encontrado em agosto/2002 (Figura 10).

(26)

13,97 59,27 33,3 42,75 44,05 28,95 57,7 0 10 20 30 40 50 60 70

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 10 – Teor de matéria orgânica do sedimento do açude Afogados durante o período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

4.4 Análise Qualitativa dos Macroinvertebrados Bentônicos Açude Namorados

A composição da macrofauna bentônica do açude Namorado (figuras 11 a 15) foi representada por 11 famílias distribuídas em sete grandes grupos (Gastropoda, Odonata, Diptera, Trichoptera, Coleoptera, Ephemeroptera e Hirudinea). Nesta parte são apresentados os valores relativos, levando-se em consideração a soma das amostras dos três pontos de coleta do açude em questão.

Com relação à fauna de gastrópodes, foram registradas três famílias, Ampulariidae (com a espécie Pomacea lineata) Thiaridae (com a espécie Melanoides tuberculata) e Planorbidae (com a espécie Plesiophysa ornata). Os planorbidios tiveram um aparecimento esporádico, sendo encontrado apenas em agosto/2002 e em dezembro de 2002, com abundâncias inferiores a 2%, como mostra a Figura 10. Os ampularídeos tiveram sua presença registrada apenas em agosto/2002, fevereiro/2003 e de 2003, com abundâncias relativas inferiores a 10% (Figura 11). Os tiarídeos só foram encontrados apenas nas últimas três coletas, suas abundâncias relativas foram inferiores a 15%, como pode ser visto na Figura 11.

Os Insecta foram mais representativos, e dentre estes os mais abundantes foram os Diptera, principalmente da família Chironomidae, com abundâncias relativas superiores a 50%, sendo o grupo mais abundante durante todo o período estudado (Figura 12). Membros da família Ceratopogonidae, também Díptera, foram encontrados nos meses de fevereiro/2003 a junho/2003, com a sua maior abundância registrada em junho/2003, aproximadamente 31,25% dos animais

(27)

encontrados (Figura 12). O segundo grupo mais abundante foi Odonata, representados pelas famílias Gomphidae e Libellulidae. Os Gomphidae apresentaram as maiores abundâncias, que variaram entre 1,12% da fauna em abril/2003, e 33,33% da fauna encontrada em agosto/2003, tendo estes valores como menor e maior abundância relativa, respectivamente (Figura 13). Outros grupos como Trichoptera (Limnephilidae), Ephemeroptera (Tricoritidae) e Coleoptera (Hydrophidae) também estiveram presentes, mas de forma esporádica com abundâncias relativas bastante reduzidas, abaixo de 10%, à exceção de Limnephilide que apresentou abundância relativa de 10,29% da fauna de agosto/2002 (Figura 14).

Os Hirudinea (Annelida), representados pela família Glossiphoniidae, só foram encontrados de outubro/2002 a abril/2003, como mostra a Figura 15.

Com relação aos hábitos alimentares dos organismos da comunidade zoobentônica do açude Namorados, observou-se uma alternância de dominância entre táxons carnívoros e detritívoros, sendo exceção o mês de dezembro/2002, quando a porcentagem de detritívoros apresentou-se baixa (Figura 15). Os herbívoros foram dominantes apenas no mês de agosto/2002 (Figura 16).

(28)

Planorbidae 0,52 2,22 0 0,5 1 1,5 2 2,5

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Ampulariidae 7,43 1,92 1,12 3,33 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Thiaridae 2,24 12,5 3,33 0 2 4 6 8 10 12 14

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 11 – Abundância das famílias de Gastropoda no açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(29)

Chironomidae 59,43 77,14 67,78 89 75,28 50 53,33 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Ceratopogonidae 1,92 5,18 31,25 0 5 10 15 20 25 30 35

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 12 – Abundância das famílias de Diptera no açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(30)

Gomphidae 14,86 11,43 12,22 1,44 1,12 33,33 0 5 10 15 20 25 30 35

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Libellulidae 2,86 4,44 0,56 6,25 0 1 2 3 4 5 6 7

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 13 – Abundância das Famílias de Odonata no açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(31)

Limnephilidae 10,29 1,11 0 2 4 6 8 10 12

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Hydrophilidae 4,57 0 1 2 3 4 5

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Tricorithidae 1,14 0,96 0,56 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 14 – Abundância das Famílias de Tricoptera, Coleoptera e Ephemeroptera, respectivamente, no açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(32)

Glossiphoniidae 8,57 12,22 4,78 12,92 6,67 0 2 4 6 8 10 12 14

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 15 – Abundância das Famílias de Hirudínea (Glossiphoniide) no açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

0 20 40 60 80 100

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Herbívoros Carnívoros Detritívoros

Figura 16 – Valores de porcentagem participativa dos taxa de invertebrados, por hábitos alimentares, do sedimento litorâneo (amostra qualitativa) do açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

Açude Afogados

No açude Afogados, a fauna de macroinvertebrados bentônicos (Figuras 17 a 22) foi representada por 11 Famílias dispostas em nove grandes grupos (Gastropoda, Odonata, Diptera, Trichoptera, Coleoptera, Ephemeroptera, Ostracoda, Conchostraca e Hirudinea).

(33)

A fauna de gastrópodes do açude Afogados foi representada somente por uma família, Planorbidae (com duas espécies, Plesiophysa ornata e Biomphalaria straminea). Esta família foi dominante durante o mês de agosto/2002, tendo abundância relativa de74,66% (Figura 17). Em abril/2003 só foram encontradas conchas vazias. Já em junho/2003 e agosto/2003 não houve registro de indivíduos deste grupo (Figura 17).

Com relação à entomofauna desse açude, os Diptera, principalmente da família Chironomidae foram freqüentes durante todo o período estudado, mas só foram dominantes em outubro/2002, com 39,53% da fauna encontrada. Indivíduos da família Ceratopogonidae também foram encontrados, mas só foram registrados em agosto/2003 (Figura 18).

Os Odonata, representados pelas famílias Gomphidae e Libellulidae, estiveram presentes em quase todas as amostras. Os Libellulidae estiveram presentes apenas nas três primeiras amostras, com abundâncias relativas inferiores a 2% (Figura 19). Já os Gomphidae foram encontrados nas amostras de agosto/2002 a abril/2003, com abundâncias relativas abaixo de 10%, exceto o mês de abril/2003 com 36,36% dos animais encontrados (Figura 19). Os Trichoptera, com indivíduos da família Lymnephilidae, estiveram presentes durante todo o período estudado, porém em fevereiro/2002 e junho/2003 foram encontrados casulos vazios (Figura 20). Quanto aos Ephemeroptera, representados pela família Tricoritidae, apresentaram abundâncias relativas abaixo de 10%, sendo encontrados apenas nos meses de agosto/2002, outubro/2002 e fevereiro/2003 (Figura 20). Os Coleoptera, família Hydrophilidae, só foram encontrados nos meses de agosto/2002 a fevereiro/2003, com abundâncias relativas abaixo de 10% (Figura 20).

Dentre os Crustacea, registrou-se a ocorrência de Ostracoda e Conchostraca (Lynceidae), os primeiros só foram encontrados em agosto/2002 (Figura 21). Os Conchostraca, por sua vez, estiveram em quase todas as amostras, e sua maior abundância (16,,44%) foi observada em dezembro/2002 e a menor (1,92%) em agosto/2002 (Figura 21).

Neste açude os Hirudinea (familia Glossiphoniidae) foram freqüentes durante quase todo o período estudado, não sendo encontrados em abril/2003 e junho/2003, tendo a sua menor abundância (3,26%) em agosto/2002 e a maior (50%) em agosto/2003 (Figura 22).

Com relação aos hábitos alimentares dos organismos da comunidade de zoobentônica do açude Afogados, observou-se uma dominância de taxa carnívoros, sendo exceção o mês de agosto/2003, quando se observou a predominância de taxa detritívoros. Os herbívoros foram dominantes, juntamente com os carnívoros, apenas no mês de abril/2003 (Figura 23).

(34)

Planorbidae 74,66 10,96 33,33 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 17 – Abundância da Família de Gastropoda no açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003. Chironomidae 5,18 39,53 20,55 4,76 18,18 25 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Ceratopogonidae 12,5 0 2 4 6 8 10 12 14

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 18 – Abundância das famílias de Diptera no açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(35)

Gomphidae 2,88 6,98 9,52 36,36 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Libellulidae 1,15 1,16 1,37 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 19 – Abundância das Famílias de Odonata no açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(36)

Limnephilidae 2,11 18,6 4,11 36,36 12,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Hydrophilidae 7,67 3,49 4,11 9,52 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Tricorithidae 0,38 3,49 9,52 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 20 – Abundância das Famílias de Tricoptera, Coleopter e Ephemeroptera, respectivamente, no açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(37)

Ostracoda 0,77 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003 % Conchostraca 1,92 10,47 16,44 9,52 9,09 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 21 – Abundância das Famílias de Crustacea no açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(38)

Glossiphoniidae 16,28 42,45 23,81 50 3,26 0 10 20 30 40 50 60

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Figura 22 – Abundância das Famílias de Hirudínea (Glossiphoniide) no açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

0 20 40 60 80 100

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

2002 2003

%

Herbívoros Carnívoros Detritívoros outros

Figura 23 – Valores de porcentagem participativa dos taxa de invertebrados, por hábitos alimentares, do sedimento litorâneo (amostra qualitativa) do açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

(39)

5 DISCUSSÃO

Com relação à precipitação pluviométrica no município de São João do Cariri, onde se localizam os açudes estudados, observou-se uma divisão do período estudado em duas estações hídricas bem distintas: uma estação seca, compreendida entre agosto e dezembro de 2002, com valores inferiores a 15 mm e, uma estação chuvosa, compreendida entre janeiro e abril de 2003, com valores superiores a 20 mm. Abílio (2002) observando índices pluviométricos nos últimos 75 anos, no município de Taperoá, semi-árido paraibano, observou que o período seco da região estava compreendido entre os meses de junho e dezembro. Mas também podem ocorrer picos pluviométricos elevados nos meses considerados secos ou baixa pluviosidade nos meses considerados chuvosos, visto que há uma irregularidade na distribuição de chuvas na região.

Os valores de oxigênio dissolvido, no Açude Namorados, menos elevados em Abril, ocorreram num período chuvoso, o que faz com que aumente a turbidez da água, diminuindo as taxas fotossintéticas do fitoplâncton, refletindo-se nas concentrações de oxigênio dissolvido que diminuem. Ao mesmo tempo, em épocas de chuva, matéria orgânica alóctone, é carreada para o açude, sofrendo decomposição, o que aumenta o consumo de oxigênio. Os valores mais elevados no período de menor precipitação, faz com que o nível trófico aumente, havendo maior produção de fitoplâncton, o que se reflete no aumento dos teores de oxigênio dissolvido. No açude Afogados, os valores mínimo e máximo foram registrados em junho e agosto respectivamente. Esse padrão foi distinto do observado no Açude Namorados, não apresentando relação com a lógica apresentada para o período seco e chuvoso. Este açude é bem menor que o Açude Namorados e parece apresentar uma dinâmica interna distinta do outro sistema aquático. Como o oxigênio dissolvido é um fator dinâmico entre a produção e o consumo, o Açude Afogados, deve ter fatores que afetem a produção e o consumo, diferentes do outro açude. Isso pode ser observado pela maior homogeneidade nos valores de oxigênio em 2002, o que revelam um ambiente menos dinâmico. De qualquer forma, o valor menor em junho, veio após um pico de chuva em abril, e os processos e produção e consumo, por poderem ocorrer mais lentamente, só foram detectados em junho.

As concentrações de pH são influenciadas pelas reações físicas, químicas e biológicas que ocorrem na massa de água. Essas reações podem modificá-la em função dos processos predominantes no corpo aquático. De acordo com Branco (1986) o equilíbrio do pH próximo ao neutro é importante do ponto de vista ecológico, visto que os organismos são sensíveis a grandes amplitudes desta variável. As grandes variações nos valores de pH são inóspitas para as comunidades aquáticas, mas estas podem adaptar-se a um pH baixo ou alto, se forem constantes.

(40)

As temperaturas, em ambos os acudes, mostraram-se homogêneas, e segundo Branco (1986) este fator tem um papel ecológico muito importante, tanto pela influência direta que pode exercer sobre os vários organismos, como pela relação entre estes e o teor de gases dissolvidos.

Temperaturas uniformes, do ar e da massa de água, são típicas de regiões tropicais como o Nordeste do Brasil, que apresenta ao longo do ano e para o mesmo horário, ou horários relativamente próximos, valores muito semelhantes. Deve-se ressaltar que nestas regiões, os estudos sugeridos com relação a esta variável e a outras, destacam-se as variações temporais e diárias e não apenas sazonais (SANTOS, 1999).

Com relação aos valores de condutividade elétrica e de alcalinidade e dureza, nos açudes, verificou-se um aumento progressivo nos seus valores durante o período analisado, certamente associado à diminuição do volume de água, e aumento de sais, produzido pela evaporação, ou as chuvas que caíram não foram suficientes para diluir essas concentrações de sais.Observou-se também uma diminuição, ou até mesmo o desaparecimento de indivíduos, nas populações nos açudes e, segundo Sioli (1953), altos valores na alcalinidade, bem como na dureza total, podem limitar a presença de algumas espécies de gastrópodes, que preferem águas mais alcalinas.

De acordo com Dussart (1976), pode-se classificar os ambientes em águas moles (entre 0 e 30 mg de CaCO3) de dureza média (entre 30 e 80 mg de CaCO3) dura (> 80 mg de CaCO3) e muito

dura (> 150 mg de CaCO3). Seguindo esta classificação, o Açude do Namorado apresenta

características de água dura. No açude Afogados, a água iniciou-se com uma dureza média e, em seguida tornou-se dura, com valores superiores a 120 mg de CaCO3. O Açude Afogados apresenta

menores dimensões que o Açude Namorados, e quanto maior for a bacia de drenagem, maior a lixiviação de sais pelas águas das chuvas, que acabam se concentrando nos açudes, nos períodos de estiagem. Os fatores fundamentais que influenciam a dureza da água são as características geomorfológicas do solo das bacias, aliadas a lixiviação carreando os sais para os corpos aquáticos, a evaporação da água e a decomposição das macrófitas aquáticas, entre outros (ESTEVES, 1998; MOLLE, 1994).

Os teores de matéria orgânica foram muito altos, principalmente no Açude Namorados, este fato, segundo Có (1979), pode ser explicado pela grande quantidade de vegetais encontrados em suas margens ou parte argilosa do sedimento. Segundo Leite (2001), em virtude da propriedade de liberar quantidades consideráveis de compostos orgânicos durante a decomposição, as plantas constituem uma importante fonte de matéria orgânica em ecossistemas aquáticos. No Açude Namorados, o valor mínimo foi registrado logo após o mês de maior chuva do período chuvoso, isso pode interferir na região da margem, porque a água atinge regiões mais altas, que são menos

(41)

ricas em matéria orgânica, ou o depósito de matéria inorgânica carreado pelas chuvas deposita sobre a matéria orgânica, alterando os seus valores.

Os macroinvertebrados bentônicos que habitam a região litorânea dos corpos aquáticos, principalmente na região litorânea, constituem uma comunidade taxonômica e ecologicamente diversa (HUTCHINSON, 1993), e, segundo Rosenberg & Resh (1993), tal diversidade depende da qualidade do ambiente e, quando há uma grande participação de um único grupo ou se a fauna é representada por uma ou poucas espécies, isso pode ser uma conseqüência do impacto causado no ambiente.

Fatores ambientais, tais como, precipitação pluviométrica, variação no nível da água, alterações das condições químicas da água e do sedimento e, também a quantidade e disponibilidade de alimento, influenciam na riqueza e na densidade de indivíduos de macroinvertebrados bentônicos (ABÍLIO, 2002).

Os Gastropoda foram representados por duas famílias (Planorbidae e Ampullariidae), sendo os Planorbidae encontrados em ambos os açudes, sendo que nesta família foram encontradas 2 espécies (Plesiophysa ornata e Biomphalaria straminea) e, os ampulariídeos foram representados por uma única espécie (Pomacea Lineata).

O ampulariídeo P. lineata, foi encontrado apenas no açude Namorado e, este molusco pode atuar como controlador das populações de B. straminea. Para este, P. lineata, molusco atribui-se também uma importância econômica, pois o mesmo pode ser utilizado na alimentação humana.

O planorbídeo B. straminea só se mostrou presente no açude Afogados, principalmente no mês de agosto, sendo os animais mais freqüentes. A presença deste molusco na água pode se tornar uma preocupação para a saúde humana, devido à sua grande distribuição em todo o Nordeste, e por ser o principal hospedeiro do Schistosoma mansoni tornando-se de grande importância do ponto de vista médico-parasitológico.

Observou-se também, no açude Afogados, a presença de Plesiophysa ornata (Planorbidae), que é uma espécie típica do semi-árido nordestino, tendo sido registrada pela primeira vez no Cariri Paraibano por Haas (1938).

Os Diptera, principalmente a família Chironomidae, foram encontrados nos dois açudes, porém com mais freqüência no açude Namorados. Segundo Esteves (1998) este grupo, juntamente com outros organismos, auxiliam no biorrevolvimento do sedimento, liberando deste os nutrientes que vão para a coluna d’água. E segundo Basante et. al (2002) algumas larvas de Diptera e Coleoptera, em geral, podem ser utilizadas como bioindicadores de biodiversidade e de qualidade

(42)

de água, por apresentarem grande variabilidade morfológica, taxonômica, comportamental e ecológica, e por serem sensíveis à modificações ambientais.

Os Trichoptera e Ephemeroptera apareceram em ambos os açudes, mas de uma forma não tão freqüente. Com relação aos Trichoptera a maioria dos casulos encontrados estavam vazios ou com restos de animais. Tais animais são típicos de ambientes oligotróficos, sendo sensíveis à poluição orgânica, sendo assim, estes organismos podem ser utilizados como bons indicadores da qualidade da água.

Os Coleoptera e Odonata estiveram nos dois açudes, mas foram mais freqüentes no açude Afogados. No açude Namorados os coleópteros só foram encontrados no mês de agosto.

Foi também constatada a presença de sanguessugas (Hirudinea: Glossiphoniidae), principalmente no açude Afogados. A presença deste anelídeo em ambientes aquáticos é um fator preocupante, pois podem transmitir parasitas aos peixes, além de causar infecções bacterianas secundárias.

A riqueza de táxons, nos açudes estudados, apresentou-se baixa em comparação com outros ambientes de águas temporárias. Souza (2003), em relatórios técnico-científicos enviados ao CNPq, chegou a encontrar mais de 20 famílias em lagoas temporárias, Panati e do Serrote, também localizadas no semi-árido paraibano. Nas lagoas há uma maior predominância de mcrófitas, o que pode interferir na biodiversidade.

(43)

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A região dos Cariris Velhos, onde se localizam as áreas estudadas, é caracterizada por dois períodos sazonais marcados pela pluviosidade: um Período Chuvoso (de janeiro a julho) e outro período de seca (agosto a dezembro). A precipitação também foi um fator importante nas alterações da comunidade bentônica e das características físicas e químicas da água. No período de chuvas ocorreu uma redução acentuada da densidade de indivíduos, especialmente pela diminuição na abundância relativa dos invertebrados.

Em ambos os açudes a riqueza taxonômica mostrou-se baixa, sendo que os dois açudes apresentaram o mesmo número total de taxa, sendo o açude Namorados mais homogêneo na distribuição destes.

Com relação aos gastrópodes, uma família Planorbidae, foi comum aos dois ambientes, mas foram representadas por espécies diferentes em cada ambiente, no açude Namorados pela Plesiophysa ornata, e no Afogados pela Biomphalaria straminea.

Verificou-se a ocorrência de organismos bioindicadores de boa qualidade de água, tais como, os Trichoptera e Ephemeroptera nos ambientes estudados, demonstrando um baixo enriquecimento orgânico destes ambientes;

Os Lynceiidae (Conchostraca) e Ostracoda, típicos de corpos aquáticos, só estiveram presentes no açude Afogados.

Analisando os hábitos alimentares dos macroinvertebrados bentônicos da bacia hidrográfica do Rio Taperoá, observou-se uma dominância alternada entre organismos carnívoros e detritívoros.

Com relação às variáveis ambientais, observou-se um aumento progressivo na condutividade elétrica, na alcalinidade e dureza total, o que pode ter limitado a presença de gastrópodes nos meses em que estes valores eram muito elevados.

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7 REFERÊNCIAS

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Tabela A. I - Variáveis ambientais do açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

Variáveis Ambientais 2002 2003 Acumulado Média Máximo Mínimo AT

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

pH 7,9 8,25 7,28 5,73 6,78 6,72 6,72 49,38 7,05 8,25 5,73 2,52 Temperatura 24,6 25 25,7 24,5 24 21,85 21,3 166,95 23,85 25,7 21,3 4,4 Condutividade 110 150 150 283 337,67 352 480 1862,67 266,10 480 110 370 Oxigênio Dissolvido 8,15 5,62 6,7 4,5 4,2 4,6 5,58 39,35 5,62 8,15 4,2 3,95 Saturação O2 95 66 68 52 50 50 62 443 63,29 95 50 45 Alcalinidade 32,9 24,5 22 25 30,67 64,5 31 230,615 32,95 64,5 22 42,5 Dureza Total 18 92,85 77,38 94,33 108,67 57,5 96,72 545,45 77,92 108,67 18 90,67 Matéria Orgânica 59,56 46,43 60,8 19,87 60,2 60,3 63 370,16 52,88 63 19,87 43,13

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Tabela A. II - Variáveis ambientais do açude Afogados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

Variáveis Ambientais 2002 2003 Acumulado Média Máximo Mínimo AT

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

pH 6,61 8,5 6,7 6,95 6,48 6,46 6,47 48,17 6,88 8,5 6,46 2,04 Temperatura 28,1 30,6 28,7 28,45 29,35 27 28,65 200,85 28,69 30,6 27 3,6 Condutividade 70 120 80 150,5 191,5 220,5 433,5 1266 180,86 433,5 70 363,5 Oxigênio Dissolvido 6,33 6,33 6,57 6,62 5,53 4,61 9,67 45,66 6,52 9,67 4,61 5,06 Saturação O2 85 81 85 85 61 52 125 574 82,00 125 52 73 Alcalinidade 16,42 18,5 11 17 23 19 10 114,92 16,42 23 10 13 Dureza Total 10,25 102,25 102,25 73 108,5 123,5 140,5 660,25 94,32 140,5 10,25 130,25 Matéria Orgânica 13,97 59,27 33,3 42,75 44,05 28,95 57,7 279,99 40,00 59,27 13,97 45,3

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Tabbela A. III – Abundância relativa (%) da fauna de macroinvertebrados bentônicos do açude Namorados no período de agosto de 2002 a agosto de 2003.

Táxons 2002 2003

Ago Out Dez Fev Abr Jun Ago

Planorbidae 0,52 2,22 Ampulariidae 7,43 1,92 1,12 3,33 Thiaridae 2,24 12,5 3,33 Gomphidae 14,86 11,43 12,22 1,44 1,12 33,33 Libellulidae 2,86 4,44 0,56 6,25 Chironomidae 59,43 77,14 67,78 89 75,28 50 53,33 Ceratopogonidae 1,92 5,18 31,25 Limnephilidae 10,29 1,11 Hydrophilidae 4,57 Tricorithidae 1,14 0,96 0,56 Glossiphoniidae 8,57 12,22 4,78 12,92 6,67 Total de indivíduos 175 35 90 209 178 16 30

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