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Revista Guitarra Clássica n5

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Academic year: 2021

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il 2011 

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Guitarra Clássica       

Editorial: 

Na  sua  entrevista,  Judicaël  Perroy  refere  como  acha  extraordinário  ver  que  existem  cada  vez  mais  crianças  dedicadas  à  música  clássica.  Os  efeitos  positivos  no  desenvolvimento  cerebral  das  crianças  encontram‐se  amplamente  estudados  e  muitos  de  nós  já  ouvimos  falar  sobre  o  efeito Mozart (nome que poderá suscitar incorrectas interpretações dado que muitas pessoas  pensam que se deverá ouvir apenas música de W. A. Mozart).  

 

O  que  mais  poderá  fascinar  será  como  nos  dias  de  hoje,  apesar  de  todas  as  distracções  possíveis  e  imaginárias,  encontramos  jovens  plenamente  dedicados  ao  estudo  da  música.  As  horas passam muito mais rapidamente quando nos encontramos embrenhados em distracções  que nos induzem a um estado hipnótico, estado alfa, actividades como ver televisão ou jogar  computador. Tal como em toda a educação, a facilidade não pode estar presente. O carácter  individual  do  estudo  musical  reclama  uma  atenção  e  exclusividade  por  parte  do  músico.  O  músico não deverá favorecer a comodidade de um passatempo em detrimento de uma relação,  de afecto e constante pesquisa, com a sua arte.    Pedro Rodrigues     

Estará  o  meio  artístico  português  sentenciado?  Para  quem  ainda  se  encontra  em  negação,  a  resposta é inequivocamente sim. A Holanda, um dos expoentes  máximos da  cultura europeia  verá o seu orçamento para as artes reduzido em cerca de 25% o que levou milhares de músicos  às  ruas  em  protesto  em  Outubro  de  2010.  Não  estamos  mais  no  campo  do  desconhecido.  O  caminho  que  será  tomado  no  futuro  no  que  às  artes  diz  respeito  é  mais  do  que  previsível,  é  uma certeza. Estaremos preparados para tal cenário? 

 

Portugal  não  estando  só  na  cauda  da  Europa  geograficamente  mas  também  social  e  economicamente,  terá  forçosamente  de  evoluir  ideias  e  conceitos  em  prol  da  sua  sobrevivência.  Parafraseando  António  Pinho  Vargas  em  Música  e  Poder,  é  o  momento  das  respostas individuais criativas, independentemente do destino do património artístico.    João Henriques 

Índice: 

Entrevista a Judicaël Perroy               4  Entrevista a Miguel Carvalhinho                       13  Estratégias de estudo             17  Novas Gravações              62  Páginas com Música              64  

 

 

Equipa:  Marcos  Vinícius  Araújo,  João  Henriques,  Tiago  Cassola  Marques, 

Pedro Rodrigues, Manuel Tavares 

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Guita

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Por 

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Clássica  –  Go res e os princi ra tinha um  novo profes s primeiros e durante  dois studei  poste estudei com  hesitações  ‐21  anos.  He ue em Franç odas  as  pess certezas ass os 17 e os 19 profissional  ational de M

erroy 

ostava  que  fa ipais ensinam capa professor m ssor, alguém  estudos a sé s  anos.  Co eriormente  c ele entre os decidi,  verd esitei  bastan ça, na altura  soas  pensava im. E tudo is 9 anos. E só a

e  fui  para Musique de  alasse  um  po entos que ret  Judicaël Pe tinha  7  acordeão  meu  pai  amador,  respeita  a me  impuls no conserv estar  part meses,  a perceber  guitarra.  É como  aco músicas do  cidade  indic mediano, que mais compe rio começara omo  era  ne com  Raymon s 11 e os 15  dadeirament nte  pois  qua que era mai am  que  eu  sto foi bastan

após ter reto a  a  École  N Paris) onde 

ouco  sobre  o  irou de cada u erroy ‐ Come anos  mas  por  razões  tocava  um mas  um  a a  música  clá

sionou  a  est vatório do c icularmente  alguma  coi perfeitamen É  algo  que  onteceu  ma livro em leit cava  que  e e aliás não to etente e foi f am aos 9 ano ecessário  qu nd  Gratien  q anos. Foi co te,  fazer  da ndo  era  ma is novo não h iria  obrigato nte pesado e omado aos 2 Normale  de estudei com seu  início  na um deles.   cei a estuda inicialmente que  não  se m  pouco  de amador  esc ssica.  E  foi  tudar  guitarr

entro de Par motivado  n sa  acontec nte  como  tu

não  sei  exp as  consegui  ura à primei era  bastante ocava guitar falar com Ro os pois estud ue  tivesse  que  foi  o  me

m ele igualm

  guitarra  a  is  novo,  fui  havia muitas oriamente  se e só decidi re 20 anos é qu e  Musique  m Alberto Po   a  guitarra,  o ar guitarra qu e  queria  es i  bem  explic e  guitarra  larecido  no

portanto  ele ra  e  me  insc

ris. Apesar d nos  primeiro ceu  e  con do  funciona plicar  muito tocar  tod ra vista. E te e  dotado  p ra clássica, o oberto Ausse dei com ele e um  diplom eu  professor mente que fiz minha  pro bastante  ex s crianças pro er  guitarrista ealmente ap ue tomei a de

e  para  o  C once. Este pe   s  seus  uando  studar  car.  O  como  o  que  e  que  creveu  de não  os  seis  nsegui  va  na  o  bem  as  as  er esta  ara  a  o meu  l após  e com  ma  do  r  mais  z mais  ofissão  xposto  odígio  a  e  eu  pós ter  ecisão  CNSM  eríodo 

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de  aulas  correu  de  modo  relativamente  difícil  pois  tive  dificuldade  em  ajustar‐me  às  aulas.  Tinha  um  imenso  respeito  por Ponce  enquanto  professor,  alguém  que  é  muito  dedicado  aos  seus alunos mas aquilo que me queria ensinar não se adequava de todo a mim e foram aulas  muito difíceis. Após este período de estudo, fiz poucos concursos, fiz o GFA em 1997 e a partir  desse momento comecei a ter bastantes concertos o que também motivou que fizesse poucos  concursos  em  comparação  com  muitas  pessoas. Devo  ter  feito  7  concursos  tendo  começado  em concursos internacionais aos 14 anos. Nessa idade ganhei o segundo prémio, pois aos 14  anos  já  tinha  as  mesmas  capacidades  técnicas  que  actualmente  possuo.  Musicalmente  diferente como seria de esperar mas tecnicamente era bastante semelhante ao que sou hoje.   RGC – Em entrevistas mais antigas, refere frequentemente o piano como instrumento de referência. Que 

outros músicos considera que influenciaram a sua maneira de pensar a música? 

JP  ‐  Quando  era  mais  novo  nunca  ouvi  outra  música  sem  ser  a  erudita  e  até  aos  13‐14  anos  ouvi 

unicamente música para guitarra clássica. A partir dos 14 anos comecei a ouvir outras coisas, comecei  com as cassetes que existiam em casa dos meus pais e consistiam em Polonaises de Chopin tocadas por  Maurizio Pollini e obras de Granados interpretadas por Alicia de Larocha. Fui de certo modo influenciado  pelo meu pai que ouvia bastantes vezes os Impromptus de Schubert por Brendel e assim fiquei também  eu imerso nesta música.  

Na  altura  em  que  parei  de  estudar  guitarra,  por  coincidência,  fui  ver  um  concerto  do  pianista  Nikita  Magaloff que estava a fazer a integral de Chopin e partir desse momento comecei a ouvir cada vez mais  este  instrumento.  No  que  respeita  aos  intérpretes  não  diria  que  me  influenciaram,  mas  sim  que  marcaram, pois não tenho a pretensão de dizer que tenho a influência de tais músicos na maneira como  toco. Muito especificamente, existem quatro: Pollini que devo ter visto em concerto pelo menos umas  vinte vezes; Brendel que vi igualmente em diversas ocasiões; Richter que vi apenas uma vez em 1995 e  finalmente Rudolf Serkin que conheci através dos seus discos de Beethoven. Após ter ganho o concurso  Bartoli, a primeira coisa que fiz foi comprar a integral das sonatas de Beethoven.   RGC – E o que admira mais em cada um desses músicos?   JP – É bastante difícil definir. Evidentemente, após alguma reflexão chegamos à conclusão que existe um  ponto comum: a ausência de compromisso perante o repertório há muito estandardizado, algo que o  piano  permite  com  alguma  facilidade  pois  o  seu  repertório  é  de  facto  enorme.  E  cada  um  desses  músicos tem as suas características: destaco em Brendel a maneira como cada interpretação é estudada  e  aprofundada,  mesmo  que  tenha  gravado  várias  vezes  as  mesmas  obras,  cada  gravação  apresenta  sempre novidade e frescura e é algo que acho admirável, tal como o facto de ser alguém que escreveu  bastante  sobre  a  música,  análise,  interpretação  e  a  sua  profissão.  Em  Richter,  que  é  o  meu  pianista  favorito,  admiro  as  suas  escolhas  radicais.  Tem  uma  quantidade  de  repertório  alucinante,  maior  que  qualquer  outro  pianista.  O  facto  de  tomar  riscos  em  concerto  e  há  mais  do  que  essa  ausência  de  compromisso: quando o vi ao vivo, tocava no escuro e com alguém ao lado que lhe virava as páginas. 

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Guitarra Clássica        Não  víamos  as  mãos  e  como  não  as  víamos,  tínhamos  a  capacidade  de  ouvir  muito  melhor.  Para  ele  havia  esta  necessidade  de  concentração  na  audição  por  parte  do  público.  Em  Pollini  salientaria  a  perfeição  técnica  mas  esta  perfeição  não  é  um  objectivo  em  si,  como  se  nota  nos  concertos  onde  sentimos  uma  urgência  em  comunicar.  Sinto,  no  entanto,  que  acabo  por  ter  uma  maior  ligação  com  Brendel.   RGC – Quais os factores que o motivam a escolher determinadas obras e qual o seu método de estudo e  aproximação às peças?   JP – É um método muito lento e está a tornar‐se cada vez mais lento (o que é um pouco inquietante). Há  muitas obras que gosto muito e à medida que as vou trabalhando dou‐me conta que "não, não é isto  que quero fazer". Como agora não tenho de fazer concursos, não tenho imposições. Há imensas obras  que  gosto  de  ouvir  e  que  gostaria  de  tocar,  mas  uma  vez  que  para  tocar  bem  as  peças  preciso  de  as  trabalhar muito, eu tenho de gostar muito delas o que acaba por limitar a minha escolha. Por exemplo,  a sonata de Tedesco, é uma peça que gosto muito e que trabalho frequentemente com os meus alunos.  Já a comecei a estudar 3‐4 vezes porque tinha evidentemente vontade mas de cada vez que a estudava  perdia o interesse pela obra.  

Como  sou  alguém  bastante  ocupado  com  concertos  e  aulas,  preciso  de  uma  enorme  motivação  para  encetar  o  estudo  de  uma  obra  nova.  Por  exemplo,  um  amigo  transcreveu  a  partita  de  Bach  (Tristan  Manoukian – Partita nº2) e essa obra sim, tive uma grande vontade de estudar pois era algo que gostava  mesmo muito. Uma peça que comecei por tocar e depois deixei, seja por achar que não era capaz de a  tocar bem ou porque não tinha inspiração suficiente, foi a Introdução e Capricho de Regondi. Portanto,  o mais importante agora é considerar que as obras valem realmente a pena.   RGC – E foi esse o critério para o novo disco que irá sair brevemente editado pela Naxos?   JP – Os dois discos anteriores a solo foram discos com programa tipo recital, diversas obras sem uma  verdadeira ligação entre elas. O próximo disco, com obras de Bach, não surgiu com esse propósito de ter  uma coerência temática porque é algo que já foi feito. Não reivindico o facto de tocar bem Bach, não  tenho essa pretensão, aliás quando me pedem para falar da música de Bach sinto‐me completamente  incapaz de o fazer. Mas, é uma música que sempre esteve comigo e sem me dar conta apercebo‐me que  quando  tinha  16  anos,  bastante  isolado  a  nível  guitarrístico,  já  tocava  duas  suites  (uma  para  alaúde,  outra para violoncelo e a Chaconne).  

A  vontade  de  tocar  a  música  de  Bach  esteve  portanto  sempre  presente  e  para  este  novo  disco,  esta  escolha, muito pessoal, foi aceite pela Naxos especialmente graças à Partita nº2. A suite BWV 997 foi a  primeira peça de Bach que estudei seriamente, aprendi‐a quando tinha 13 anos. Para este trabalho tive  de  a  reaprender  após  um  hiato  de  mais  de  20  anos  e  evidentemente  surgiram  muitas  alterações  tal  como  o  grau  de  exigência  e  trabalho  que  se  modificou  substancialmente.  É  sobretudo  um  projecto  pessoal e tal fará com que toque bastante Bach, não sendo no entanto uma reivindicação, é obviamente 

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um dos grandes compositores de sempre e o prazer que retiro das suas obras é suficiente para justificar  esta escolha.  

RGC  –  Em  outros  artigos  seus  menciona  frequentemente  a  música  de  Bach  e  a  problemática  que  dela 

surge. Nomeadamente o Prelúdio, Fuga & Allegro BWV 998.  

JP  –  Sim,  comecei  a  tocar  essa  obra  há  cerca  de  4  anos.  De  vez  em  quando  retiro‐a  do  repertório  e 

depois volto a tocá‐la e isso é algo que acontece com alguma frequência. Não sei porque tal acontece,  pois tenho a sensação que a trabalhei bem e tenho a obra tecnicamente bem dominada. Há no entanto  sempre algo que não me agrada e acho que esse é um problema que acontece com muitas pessoas, não  apenas  em  Bach  mas  em  toda  a  música  (talvez  particularmente  evidente  em  Bach).  Há  um  equilíbrio  hiper‐complicado entre o rigor e a vertente mais lírica e podemos sempre pensar na frase "tocar Bach  como Chopin e Chopin como Bach" pois Chopin é um compositor muito clássico, longe da imagem ultra‐ romântica que temos actualmente.  

A música de Bach, por seu lado, tem muita sensualidade e penso que esse equilíbrio é realmente difícil  de atingir. Convém dizer que estudei parcamente as disciplinas de análise e contraponto e a capacidade  de  análise  que  possuo  surgiu  de  modo  instintivo.  Desenvolveu‐se  muito  com  a  audição  de  discos  e  a  verdade  é  que  aprendemos  muito  de  análise  e  solfejo  ao  ouvir.  É  muito  difícil  fazer  a  ligação  entre  aquilo  que  estudamos  e  o  que  tocamos  e  parece‐me  urgente  a  necessidade  de  criar  a  disciplina  de  "estudos de interpretação". Por exemplo, analisar boas interpretações e ver quais os pontos que fazem  com  que  gravação  X  ou  Y  se  destaque  das  outras.  Tal  permitiria  uma  ligação  entre  a  análise  e  a  interpretação  e  é  algo  sobre  o  qual  tenho  vindo  a  pensar  recentemente  e  faço‐o  regularmente  com  alunos, ouvindo diferentes versões da mesma obra. Em França, e em mais países, temos a análise de um  lado e o instrumento de outro e estes dois nunca estão conectados e é frequente ver pessoas que são  muito  boas  em  análise  e  que  quando  tocam  fazem  erros  típicos  de  pessoas  que  não  têm  uma  boa  capacidade de análise.  

RGC  –  É  curioso  notar  como  existe  muitas  vezes  uma  sobrecarga  de  disciplinas  teóricas  sem  uma 

verdadeira aplicação prática na disciplina principal. 

 JP  –  É  um  facto.  E  consideremos  ainda  o  facto  de  muitas  vezes  os  guitarristas  trabalharem 

paralelamente  ao  curso,  todos  estes  elementos  que  "roubam"  tempo  são  flagrantes  sobretudo  nesta  altura  em  que  surgem  guitarristas  muito  bons  cada  vez  mais  novos.  Tenho  alunos  que  tiveram  muito  sucesso por volta dos seus 20 anos e por outro lado tenho outros alunos que são muito bons também  mas  que  com  23‐24  anos  têm  a  impressão  de  já  estarem  completamente  ultrapassados  e  "velhos".  É  algo  que  compreendo  mas  não  deixo  de  achar  absurdo  pois  quando  alguém  toca  bem,  simplesmente  toca bem seja qual for a sua idade e aos 23‐24 anos temos uma vida inteira para continuar a evoluir.  Contudo, estes alunos têm a impressão de estar atrasados porque com esta idade não ganharam o GFA  por exemplo.  

É preciso notar que nem todas as pessoas que tocam bem vão ganhar este tipo de concurso e é por isso  que é importante desenvolver outros caminhos. Para além disso, o facto de ganhar concursos ou fazer 

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Guita conce muito por de RGC – JP – S altura altura semp com  estim E assi eu ser tive a se exi impro clássic géner Ao  ní actua é um  em de não te RGC –  JP –  arra Clássica  ertos não gara os concertos p esenvolver o  – Dessa consta Sim, é muito  a  já  tocava  m a  tive  vontad re a viajar soz quem  nos  e ule a criativid m propus a J r mais velho,  penas raras e istem diferenç ovisa  bem,  m ca e ouço exc ro musical, ma

ível  do  repe lmente dedica compositor q eterminados a emos a mesm – Quais são os Existe o proje ante que uma  por ano e tem interesse e a s ante procura d importante re muitíssimo  bem e  de  fazer  m zinho e por vo ntendamos  e ade musical m érémy que fiz ele tinha bast experiências n ças considerá usicalmente  clusivamente m as foi este gén ertório  a  solo ado à música  que não se en aspectos mas ma opinião con s próximos pro ecto de grava pessoa contin mos sempre a sua maneira d de desenvolvi eferir isso.  Co m  e  tornámo música  de  câm ontade de par e  que  simult mutuamente.  zéssemos este tante mais ex neste campo.  veis entre nó aberto  (fez  m música clássic nero que me m o  temos  tam

espanhola e a quadra nos m s existe uma u nseguimos sem ojectos do vos r um disco co nue a evoluir   noção que a de se exprimir mento surge o onheci Jérémy ‐nos  amigos  mara,  por  um rtilha musical. aneamente  g   e duo, algum  periência que Temos uma  s, por exemp música  indiana ca. Não foi um motivou e que mbém  as  nos acaba de grav meus gostos e  uniformidade  mpre compree sso duo?   om música de q musicalmente lgo dentro de r através da m o duo com Jér y quando ele  antes  de  term ma  necessidad . Evidentemen gostemos  com tempo antes e eu a nível da maneira seme lo o Jérémy, o a)  enquanto  ma decisão mi e presenteme ssas  diferenç var uma parte que não toco de opiniões s ender a escolh e compositore ue  fez  a  tra recentemen Teremos  C maneira…)  uma gravaç       e. Há imensas elas já morreu música.   rémy Jouve?  tinha 19 ano mos  decidido  de  de  pesqui nte, não é fác mo  instrumen  de ele ganha a música de câ elhante de ve ouve imensos

eu,  faço  excl nha o facto d ente desperta  ças,  Jérémy  t  da integral d o. Assim, som sobre a músic ha do outro.   es franceses.  anscrição  de  nte  a  Sui César  Franck e uma transc ção que farem   s pessoas que  u. O essencial os e eu teria 2 fazer  o  duo. isa,  para  não cil encontrar a ntista,  alguém ar o GFA. Ape âmara, uma v er a música, m  estilos de mú usivamente  m de ouvir apena interesse.   tem  um  pro e Rodrigo e R os muito dife ca e mesmo q Tristan Mano Bach,  transc ite  Bergam k  (francês  à rição de Rave mos para a Nax   fazem  l passa  25. Na  .  Certa  o  estar  alguém  m  que  esar de  ez que  mesmo  úsica e  música  as este  ograma  odrigo  erentes  uando  oukian,  creveu  asque.  à  sua  el. Será  xos. 

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RGC  –  A  sociologia  é  uma  das  suas  grandes  paixões.  Sente  que  a  situação  de  crise  económica  tem 

paralelo com uma crise cultural?  

JP  –  É  muito  difícil  comparar  as  histórias  das  diversas  culturas.  É  certo  que  há  cerca  de  uma/duas 

centenas de anos, a cultura pertencia a 0,1% da população. Existe actualmente o fenómeno da cultura  de massa mas simultaneamente temos sempre tendência a pensar que no passado era bastante melhor.  O que tenho a certeza é que quando dou aulas a alunos jovens, que estão a começar a estudar guitarra,  parece‐me sempre milagroso como estes jovens de 10‐11 se interessam por música erudita uma vez que  esta é muito pouco valorizada. É algo que me impressiona sempre, como se a necessidade de cultura do  Homem, não pudesse ser apagada, independentemente da necessidade, da crise, do desemprego ou da  necessidade de fazer mais dinheiro.   Como disse, durante algum tempo imaginei a minha vida sem música, mas penso que a vida sem Arte,  sem  cultura,  ficaria  desprovida  de  sentido.  Sobra  certamente  o  Amor  mas  falta‐lhe  uma  vertente  espiritual  (e  não  sou  crente)  que  apenas  a  Arte  poderá  dar.  Acredito  que  a  mais  forte  espiritualidade  reside na cultura e é algo vital. Se nos contentarmos meramente com comida, dormir e por aí fora, se  perdermos a componente cultural da nossa existência não seremos diferentes dos animais. O Amor, é  difícil saber o que é, existem definições complicadas mas muitos animais vivem em casal para sempre e  isso acaba por ser amor também. Ao fim ao cabo, a Cultura é uma produção exclusivamente do Homem  e é uma necessidade, infelizmente pouco valorizada no momento presente. 

RGC  –  Enquanto  professor  (e  um  dos  professores  mais  pretendidos  actualmente)  o  que  procura 

especificamente nos seus futuros alunos?  

JP  –  É  complicado  de  definir.  Tenho  a  sorte  de,  desde há 9‐10  anos,  ter  alunos  muito  bons  à  partida. 

Quer  isto  dizer  que  chegam  com  um  nível  já  muito  alto  o  que  como  é  evidente,  torna  mais  fácil  o  trabalho futuro. Actualmente, tenho também a sorte de poder escolher e é um pouco difícil de dizer o  que motiva a selecção. Mas, gosto que os valores que tenho na vida musical sejam semelhantes aos dos  futuros alunos. Se um aluno quer apenas ser muito famoso e tocar coisas de um gosto duvidoso aí tenho  a  certeza  de  não  querer  trabalhar  com  ele.  Procuro  alguém  que  seja  realmente  dedicado  à  Arte,  que  tenha  necessidade  da  Música  para  se  exprimir,  que  tenha  necessidade  de  viver  a  Música  que  seja  relativamente similar à minha.  

Depois deste período de aulas, cada um terá o seu próprio percurso e vejo isso nos alunos que tenho  pois  todos  fazem  percursos  incrivelmente  diferentes,  e  dentro  desses  percursos,  vejo  que  a  minha  influência é relativamente fraca o que é muito bom, pois o percurso deve pertencer exclusivamente às  pessoas.  Poderão  ser  pessoas  com  objectivos  comuns:  melhorar  ou  trabalhar  determinados  aspectos  mas no fundo ficarão sempre eles mesmos. 

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Guitarra Clássica        JP  –  Fico  muito  contente  se  sentir  que  os  alunos  são  felizes  enquanto  estão  a  fazer  música  ou  que 

eventualmente  vão  continuar  a  fazer  música  durante  muito  tempo,  sempre  com  esta  felicidade  presente. Tal felicidade poderá tomar formas diferentes pois nem todos serão concertistas, como por  exemplo  Gabriel  [Bianco]  ou Florian  [Larousse],  mas  se  todos  chegarem  a  esta  relação  positiva  com  a  música,  seja  com  um  concerto  por  ano  ou  por  ser  um  professor  entusiasta  que  faz  com  que  os  seus  alunos gostem de música, ou músicos de ensembles maiores. Em resumo, quando as pessoas estão vivas  no que respeita a música, posso dizer que cumpri a minha missão quanto ao que deveria acrescentar à  vida de cada um dos alunos. É preciso compreender que não tenho espaço para todos os alunos mas há  espaço para que cada aluno encontre o seu caminho.  

Durante  um  curso  que  leccionei  inserido  num  festival  e  cursos  de  outros  instrumentos,  havia  muitos  violinistas  entre  15  e  18  anos,  mais  novos  que  os  guitarristas,  que  queriam  estudar  exclusivamente  concertos.  Durante  esse  curso,  foi‐lhes  pedido  que  fizessem  música  de  câmara  com  outros  instrumentos,  algo  que  não  tinham  muita  vontade,  de  tal  modo  que  sabotaram  o  concerto  final  e  tocaram mal de propósito. Apercebi‐me que dentro destes 300‐400 alunos que estudavam unicamente  concertos, apenas um número restrito irá realmente tocar ao longo da sua vida estas obras e é pena que  não desenvolvam outros aspectos para além deste. E é isso que gostava de expandir no trabalho com os  meus alunos, que possam gostar de música de câmara, que possam gostar de ensinar, que possam estar  vivos  com  a  Música.  Evidentemente,  sinto‐me  muito  feliz  com  o  facto  de  ensinar  e  sinto  que  há  uma  comunicação e retorno maior durante as aulas do que por exemplo durante um concerto, onde toda a  gente diz que foi muito bem no final, onde não é possível saber exactamente o que as pessoas pensam,  que  é  algo  que  acho  meio  frustrante:  perceber  que  há  pessoas  que  gostam  dos  concertos  por  razões  absurdas  como  tocar  rápido.  Durante  as  aulas  temos  a  noção  do  que  a  pessoa  ouviu  e  compreendeu  pois houve um verdadeiro intercâmbio de comunicação. 

RGC – Como utilizador frequente das novas tecnologias de comunicação, quais as principais vantagens e 

desvantagens que destaca deste enorme mundo?  

JP – No campo da música, há imensas possibilidades. Se, eu fiz poucos concursos e nunca parti para o 

estrangeiro para estudar, tal se deve ao facto de na minha altura ser bastante mais complicado e caro  viajar.  Nesse  sentido  é  de  invejar  a  comunicação  possível  actualmente,  comunicação  entre  alunos  e  comunicação também possível com determinados professores. Tenho alunos de diversos países graças a  este  poder  de  correspondência.  Do  mesmo  modo,  determinados  aspectos  mais  pueris,  como  por  exemplo a questão do ataque à esquerda vs ataque à direita, desapareceram pois as pessoas viajaram  muito e consequentemente evoluíram.  

Enquanto cada um estava isolado no seu canto ou país, referíamo‐nos a escolas de uma pessoa, "Escola  Lagoya",  "Escola  Carlevaro",  "Escola  Ponce"  e  por  aí  fora.  A  partir  do  momento  em  que  viajamos  apercebemo‐nos  que  há  coisas  interessantes  um  pouco  por  todo  o  lado  e  isso  foi  muito  positivo.  Naturalmente, o verdadeiro problema coloca‐se na indústria discográfica, mesmo que tal não afecte do  mesmo modo os músicos clássicos que não são os principais motivos de venda das editoras. Ao gravar 

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para a Naxos, fiquei muito contente naturalmente mas pensei que foi muito bom gravar para eles antes  que  deixassem  de  fazer  discos.  Os  1500  discos  que  comprei,  perfazem  uma  bela  soma  mas  se  os  comprasse actualmente seria muito mais barato. E este desconto dos preços é demonstrativo da perda  de valores que damos à música. Comprei uma integral de piano, 100 discos por 90 euros, e cada disco é  realmente  incrível.  É  fantástica  esta  possibilidade  mas  ao  mesmo  tempo  é  perigoso  pois  podemos  pensar:  "Por  quê  comprar  um  disco  a  15  euros  quando  posso  comprar  100  a  um  euro  cada?"  A  globalização faz com existam muitos guitarristas que estejam constantemente em tournée mas de igual  modo  faz  com  que  muito  poucos  sejam  realmente  conhecidos,  não  só  em  guitarra  mas  em  todos  os  instrumentos.  O  que  torna  impossível  que  exista  um  novo  Karajan,  Rostropovich,  etc,  pessoas  que  se  tornam conhecidas apenas pela música.  

Actualmente,  existe  uma  razão  paralela  à  música  para  que  os  intérpretes  sejam  conhecidos.  Por  exemplo,  Lang‐Lang  é  um  representante  do  novo  poderio  asiático,  Helène  Grimaud  apoia  os  lobos,  e  cada  um  tem  algo  que  para  além  da  música  faz  com  que  tenha  destaque  através  do  media.  Antes  existiam pessoas como Horowitz, Rubinstein, Rampal, Lagoya, que eram muito conhecidos unicamente  por aquilo que faziam musicalmente.  

RGC – Mas é preciso considerar a força que o marketing tem…  

JP  –  Sem  dúvida  que  há  um  marketing  muito  forte.  Li  recentemente  uma  entrevista  de  uma  pianista 

chinesa que ganhou diversos concursos e nesta entrevista falou de Lang‐Lang e menciona como muitas  histórias  em  torno  deste  pianista  não  correspondem  propriamente  à  verdade.  É  verdade  que  o  marketing joga uma carta muito importante mas não deixo de o constatar sem sentir alguma pena. É  óptimo  que  se  queira  dar  cultura  a  todas  as  pessoas  mas  observo  que  em  vez  de  levarmos,  ou  levantarmos o nível cultural das pessoas, estamos constantemente a baixar o nível da cultura para que  corresponda à média das pessoas.  

É  algo  que  não  posso  fazer  na  minha  vida.  Vivo  confortavelmente,  tenho  os  alunos  que  quero,  os  concertos, portanto não tenho razões para me deixar controlar por um determinado marketing. Estou  num  contexto  onde  uma  vez  que  não  morro  de  fome,  não  tenho  razões  para  fazer  coisas  que  não  correspondem com a minha forma de ser. Naturalmente, é preciso pensar que nem todas as pessoas se  encontram  nesta  situação,  que  cada  um  de  nós  tem  os  seus  próprios  motivos,  e  a  verdade  é  que  infelizmente  pode  ser  muito  lucrativo.  Certas  pessoas  fazem  certas coisas  para  serem  conhecidas,  é  a  sua escolha. Se vivemos correctamente não há grandes razões para criticar.  

RGC  –  No  entanto  a  escolha  que  uma  pessoa  faz  no  sentido  de  querer  mais  ou  menos  mediatismo  e 

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Guita discos novos atravé que m de  um disser porta tortur traba magia cienti RGC – JP – D pesso falar,  estud assist dos  o mais c marco arra Clássica  s  não  vão  de s  públicos  à  m és dos seus p muitas vezes o m  mundo  he ram‐me  que  nto essa noçã rado, etc. etc. lham e que ac a à semelhanç sta louco de c – Qual a sua im Devo dizer qu oas,  conheço  evidentemen aram em Fra i a um concer outros  concert caloroso. Esta ou bastante p

pois  ver  conc música  clássic rogramas de t o músico cláss ermeticamen para  músico  ão transmitid  quando na re cima de tudo  ça do que aco cabelos espeta mpressão sob ue conheço m a  pianista  Ma nte  conheço‐ nça. Recordo  rto de guitarr tos  de  guitar a relação próx

ois tem um ac

certos  ao  vivo ca,  tal  não  é  v televisão, Gle sico quer guar te  fechado.  clássico  era  a pela televis ealidade são p são pessoas n ontece por exe ados quando  re a vida mus muito mal ape aria  João  Pire te  a  ti  e  tive

que a primei a portuguesa  rra,  tinha  igua xima com a m colhimento qu c c f e s u e e n c T R re erudit o  de  formaçõ verdade.  Que enn Gould e o rdar qualquer Estive  recen muito  simpá ão de que o  pessoas que t normais. Mas emplo com os são sobretud sical portugue sar de ter vis es.  No  que  re e  a  possibilid ira vez que es e este conce almente  um  p música de cará ue não vemos JP – Claro. Pe conhecido,  pe Pavarotti. Alg como  cantor  frente se torn esses eventos se divertia a f um  direito  se este tipo de c e  ouvir  ópera não  estou  co compravam o Friends" fosse Tal sucede igu Rieu,  que  há esponsável  po ta em França. ões  eruditas.  em  trouxe  as 

utros grandes r coisa de mág ntemente  num

ático  e  achav músico clássic êm talento e  s muitos gosta s cientistas: te o trabalhador sa?   itado alguma espeita  a  guita

dade  de  conh stive em Port rto teve muit público  basta ácter mais tra s em todos os ensemos no m enso  que  pod guém que já e de  ópera  e nou ainda mai s de nível frac fazer esses co eu,  mas  se  no concertos leva a,  acabo  por 

onvencido  qu os bilhetes pa em comprar b ualmente com á  uns  anos  or  20%  das  . As pessoas q Por  muito  qu pessoas  à  m s comunicado gico à sua vol m  cruzeiro  e va  isso  algo  i co é um géni sensibilidade  am de transm emos sempre  res incansávei s vezes Portu arra,  é  um  po hecer  músico ugal, no festi to mais públic

nte  mais  jove dicional/popu  países.   músico erudito demos  dizer  q era muito conh

e  que  mais  p is conhecido a co. Ele afirmav oncertos, port

os  perguntarm ava mais gente não  ter  a  cer ue  as  pessoa ara ver "Pavar bilhetes para  m o violinista  atrás  foi,  so vendas  de  m que compram ue  se  diga  qu úsica  foi  Bern ores. É preciso ta como se tr e  algumas  p impressionan o, incompree mas sobretud mitir esta imag presente a id is.  ugal. Como to ouco  mais  dif os  portuguese val de Sernan co que qualqu em  e  um  am ular foi algo q   o mais  que  foi  hecido  para  a  a fazer  va que  anto é  mos  se  e a ver  rteza  e  as  que  rotti  &  ópera.  André  ozinho,  música  m estes  ue  trás  nstein,  o notar  ratasse  essoas  te.  Há  endido,  do que  gem de  deia do  odas as  fícil  de  es  que  ncelhe,  uer um  biente  ue me 

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Entr

Por J

Revist sobre Frequ Ponce e part me in referi depoi Tente chega Paris  que te de Art Unive RGC – qual é que se

revista a M

João Henr

ta  Guitarra  C e o seu trajec uentei  ainda  c e nos cursos d ticularmente a dicações sobr do  curso,  fui is fiz o exame  ei  ainda  entra ado à final, nã – 6éme anné enho trabalha tes Aplicadas  ersidade da Es – Sendo docen é o seu parec e poderia faze

Miguel Ca

riques 

Clássica  – Ca cto como mú cursos  de  Ve do Estoril, em  a guitarra. Int re o programa   para  Paris  o do “Prix” e fiq ar  no  “Conse ão fui aceite.  ée” sempre co ado em divers do Instituto P stremadura em nte na Escola er no que diz  er para melho

rvalhinho

aro  Miguel,  úsico.  

erão  com  o  p 1991, fiquei m terpelei‐o no s a que teria de onde  entrei  n quei a fazer o rvatoire  Natio Frequentei e om o professo sas escolas. H Politécnico de m Espanha on a Superior de  respeito ao e orar a qualidad

obrigado  po p Educ professor  José muito impres sentido de sa e estudar e, n no  Conservato  “Perfectionn onal  Supérieu ntão, durante or Alberto Po á oito anos co e Castelo Bran nde concluí o D Artes Aplicad ensino e dese de destas dua

or  ter  aceita

Miguel  Carva

Eu  comecei Conservatór em 1986 ent Gouveia,  e  a curso,  fiz  o  como  havia Conservatór Maior de Viv António  de participação Vasconcelos importantes nomeadame Simultaneam professores  português  in cação de Cast é  Diniz.  Quan sionado com  ber se poderia o ano seguint oire  d’Auberv ement” no m ur  de  Musiqu e dois anos, a nce. Regresse omecei a class nco, e desde e Doutorament das do Institut mpenho artís as vertentes? 

ado  o  nosso 

alhinho  ‐ Obr

i  a  estudar  g io  de  Castelo trei na classe  a  par  das  dis exame  de  5   uma  orque io,  fizemos  o valdi sob a dir e  Oliveira  e o  da  profe

,  duas    no  meio  ente  na  área  mente  realize do  ensino  b nglês  na  Es telo Branco.   ndo  conheci  o a sua forma i a estudar em  te, em 1993, d villiers  La  Cou esmo conserv ue  de  Paris”  a “École Norm ei a Portugal e se de Guitarra então que rea o no passado  to Politécnico stico da guitar convite.  Fal rigado  pelo co guitarra  cláss o  Branco  em 

do professor  ciplinas  teóric 5º  grau.  Entre stra  de  cord o  concerto  e recção do pro e  Silva  e  c essora  Luísa

personal musical  port da  música  ba ei  a  licenciatu básico  varian scola  Superio o  professor  A mpar de ver m Paris com ele depois da ediç urneuve.  Dois vatório.   mas,  depois  male de Musiq em 1998 e de a na Escola Su alizei o Mestra mês de Fever  de Castelo B rra em Portug le‐nos  onvite.  ica  no  1983,  Carlos  cas  do  etanto  das  no  em  Ré  ofessor  om  a  a  de  idades  tuguês  arroca.  ura  de  nte  de  or  de  Alberto  música  e. Deu‐ ção do  s  anos  de  ter  que de  esde aí  uperior  ado na  reiro.  Branco,  gal e o 

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Guita MC ‐  versat lado,  YouTu Branc profe Junta um  la basta “mun partit satisfa mund quem Em re nível  Conse organ todo o e acei RGC  portu torna  dos  d Super períod arra Clássica  Penso que es tilidade. Assim a  presença  n ube  é  enorme

co,  não  tocáv ssores quer p ndo estes doi ado  terá  que  ndo  para  isso do  global”  d uras,  e  ter  a  azer a curiosi do da guitarra  m não sabe tud elação ao des superior  em  ervatórios  e  o nizados com in o ano. Esta di itação.    –  Qual  é  a  guesas? Justif tudo mais fá diplomas.  Com

rior  de  Artes  dos  de  um  ou

ste instrumen m, o número  na  Internet  d e.  Eu  costum vamos  o  que ela frequência s factores pen adequar  o  p o  consultar  a  da  Guitarra  C capacidade  d dade do alun para estar ac do o que se pa empenho artí Portugal.  A  o outras  Escola nstrumentista nâmica faz co sua  opinião  fica‐se esta m ácil, a mobilid mo  aspecto  p Aplicadas  re u  dois  semest

nto tem uma  de interessad da  guitarra,  q o  dizer  que  n e  queríamos  a de alunos n nso que o des rograma  à  no internet.  Por Clássica.  O  pr de  as  executa no em relação ctualizado em  assa mas está  ístico penso q oferta  das  inst as  de  Música  as nacionais o om que a Guit

sobre  a  imp mudança?  

ade deixa de  positivo  há  ain

ecebe  todos  tres  para  inst

grande aceita dos em apren quer  a  nível  d

nos  anos  oite mas  sim  as  os cursos que safio para o pr ova  realidade r  outro  lado  t rofessor  tem  ar  à  primeira  o à obra. Terá relação ao qu interessado e que é bastant tituições  de  e também.  De ou internacion tarra Clássica s plementação  ter tanta bur nda  a  mobilid anos  alunos  tituições  estra ação no públi der a tocar g de  partituras, enta  noventa  partituras  qu e aconteciam.  rofessor de Gu   que  é  ter  ob ter  alunos  cad que  ter  a  c vista,  ou  nu á ainda que te ue se passa na em saber…   te melhor por ensino  superio epois  há  toda nais ou cursos seja um instru do  processo  rocracia e crit dade  que  se 

estrangeiros  angeiras  com 

ico em geral  uitarra é cons ,  quer  a  níve

do  século  pa ue  apareciam

 

uitarra Clássic bras  novas  qu da  vez  mais  i competência 

m  curto  espa er uma visão  a actualidade,

rque há cada  or  tem  qualid as  as  activida s, que vão ac umento com u de  Bolonha   MC – O pr na  sua  positivo  p europeia  Eu  vivi amargura que  re habilitaçõ estrangeir trabalhar  este  modelo térios menos  torna  mais  a e  vê  alunos  protocolo.  Es   devido talvez siderável. Por l  de  prestaçõ assado,  em  C m  trazidas  que ca é important uase  todos  o informados  so para  aceitar  aço  de  tempo

bastante abe , tendo a post

vez mais alun dade  e  a  ofer ades  como  fe contecendo d uma boa divu nas  univers rocesso de Bo essência,  é  pois  cria  uma

de ensino sup ,  com  a , o drama de  econhecessem ões  obtidas ro  para  no  meu  país o  de  créditos 

claros na ava apetecível.  A  seus  partire stes  alunos  q   z à sua  r outro  ões  no  Castelo  er  por  te. Por  s  dias,  obre  o  novas  o,  para  erta do  tura de  nos de  rta  dos  estivais  urante  lgação  idades  olonha,  muito  a  rede  perior.  alguma  tentar  m  as  s  no  poder  s.  Com  ECTS’s  aliação  Escola  m  por  uando 

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voltam aspec instru realiza forma super aliciem institu  RGC  artísti esper MC  – consid que q neces financ RGC – MC –  ser um as act da  M Rock,  Willie do me portu influê   m  à  sua  esco cto  que  me  umentista  é  p

ação  de  um  ação  sólida  pa rior tem agora m  os  alunos  uição naciona

–  Com  a  situ ico  português ança para o m –  Em  tempos  derada supérf quem governa ssidade,  tão  ciamento das  – De que modo Penso que se m grupo impo tividades que  úsica  Contem

Jazz  Rock  e  J

e Nelson, Pete eu doutorame guesa  de  raiz ências estivera

ola  vêm  mais  parece  men pouco  tempo mestrado,  qu ara  fazer  carr a um desafio  a  continuar  l ou estrange uação  grave  s?  Serão  os  meio artístico?

de  crise  o  m flua. Quando   tivesse outra importante  instituições d o veria a asce eria muito be ortante para re se realizam a  mporânea.  De Jazz.  Neste  c e Seeger, John ento e a proje z,  nomeadam am sempre pr ricos  com  ou os  positivo    de  trabalho ue  será  inevi reira  artística importante q na  escola  o ira.   que  Portugal mecenas  e  a ?   meio  artístico o cinto aperta a visão: Consid como  o  “pã dependeriam d ensão de uma  m‐vinda uma eivindicar os d nível naciona

epois  a  outros apítulo  surge n Cougar Melle ectos que tenh mente  a  músic esentes mas s

utras  experiê é  a  redução   a  nível  supe tável  para  qu ,  esse  tempo que será ofere ou  atrair  out

l  enfrenta  nes as  privatizaçõ

o  sofre  semp a cortamos pr derar a músic ão  para  a  b deste sinal qu associação na  associação q direitos dos g al.   RGC  –  D foram as  MC  –  A enumerá a  música no início claro que Schuman Mahler  ou  s  níveis  fui  in em  nomes  com

encamp, entr ho desenvolvi ca  de  tradiçã só agora cons

ências  que  são o  da  licenciat erior.  No  ent uem  quiser  i o  passa  para  c

ecer mestrad ros,  detentor

ste  momento ões  dos  estab

re  muito  poi rimeiro no su a e a arte em boca”.  Todas ue o governo q acional de gui ue ajudasse à uitarristas e a Durante  a  su s suas principa As  influências  á‐las será fasti a  barroca  me do meu perc e me emocion nn ou com a c M.M.Ponce  o nfluenciado  p

mo  Neil  Youn re outros. Mai ido, redescob o  oral  da  min sigo perceber 

o  creditadas  tura  para  tr tanto,  se  enc ngressar  no  cinco  anos  e  os com tema res  de  uma 

o,  que  previsã belecimentos  is  exerce  um pérfluo… Seri  geral como u   as  formas  quiser dar.     itarra em Port à dinâmica qu ao mesmo tem a  formação  c ais influências

são  tão  var idioso. Diria e e  influenciou 

curso enquant no com os lie complexa estr ou  com  as  pr

ela  Música  C ng,  Fleetwood

is recentemen ri a magia e o nha  região  e  a sua dimensã

no  seu  diplo ês  anos.  Par cararmos  a  po ensino  ou  te não  três.  O  s interessante licenciatura  n

ão  faz  para  o de  ensino  a 

a  actividade  a muito impo um bem de pr de  organiza tugal?  ue já existe. P mpo potenciar como  músico s musicais?  

iadas  e  tanta em traços gera e  foi  determ to instrument eder de Schub rutura das ob opostas  inova Country,  Blue  d  Mac,  Chick  nte, devido ao o encanto da m

o  fado.  Estas ão.   oma.  O  ra  um  ossível  er  uma  ensino  es que  noutra  o  meio  única  que  é  ortante  rimeira  ação  e  oderia  r todas  o  quais  as  que  ais que  inante  tista. É  bert ou  bras de  adoras  Grass,  Corea,  o tema  música  s  duas 

(16)

Guita RGC – PA – O sobem perce conse só  ass último desen nos ro RGC – passa digres Grave tema  em  co Ladeir Estou clássic solicit Maria RGC – votos    arra Clássica  – Que conselh O conselho qu m os degraus  ebe que há sem elho que deixo

sim  se  pode  o,  estar  aten nvolver um sa

odeia.   – Que projecto

do,  o  Ninho, ssão.  

ei  este  ano  co “Melífico” no oncertos  com ra.  

 também a tra ca  até  ao  sé tações, que sã a José Falcão e – Caro Migue de muito suce o deixaria par ue deixo é qu para atingir o mpre muito m o é que se acr merecer  a  co nto  a  tudo  o 

audável espírit

os musicais lev

,  com  influên

om  a  Cantora o CD Percursu m  Custódio  Ca abalhar num  éculo  XX.  De ão dois Quint e a cantora M l, em nome d esso.   ra os futuros g e trabalhem m o seu melhor  mais para atin redite no trab onfiança  e  ga que  se  pass to crítico que va a cabo nes ncias  da  mús a  Cristina  Ma us participand astelo  no  âm duo com Pian epois  há  dois tetos de Bocc aria Salazar. da Revista Gui guitarristas po muito. Só trab nível. Depois  ngir, o que tor alho de quem arantir  o  tota sa  na  música  e nos torne m

ste momento e

ica  de  tradiç

ria  e  o  mestr do, desde ent mbito  do  CD  T no para aprese s  projectos,  q cherini com o  itarra Clássica ortugueses?  balhando no li de se ter che rna a nossa ar m nos orienta. l  empenho  d em  geral  e  mais exigentes

e quais os proj

q ção  oral  da  B

re  da  guitarra tão, nos conce Tempus  e  em entar um repe que  estão  pr Quarteto Ca a, o nosso obr imite se abrem gado ao máxi rte um desafio  É essencial c de  quem  trab na  guitarra   connosco pr ojectos para o   MC  – experi númer estão  Guitar Tenho um  concer compo Depois câmara  que  gravou  Beira  Baixa,  e a  portuguesa  ertos de apre m  duo  com  o ertório variad reparados  pa pela e o trio  rigado pela su   m novas porta imo de si próp o para a vida. onfiar no prof alha  connosc em  particula óprios e com  futuro?   –  O  meu  le imentar  o  ro de situaçõe ao  alcanc rra.     sempre  prep repertório  rto a solo, inc osições  pró s  em  músic tenho  um  pr um  CD  o e  que  continu

Custódio  Cas esentação. Pa o  clarinetista  o que vai da m ara  quando  h com a violon ua disponibilid   as e se  prio se  Outro  fessor,  co.  Por  r  para  o que  ema  é  maior  es que  ce  da  parado  para  cluindo  óprias.  ca  de  rojecto  o  ano  ua  em  stelo  o  rticipo  Pedro  música  houver  celista  dade e 

(17)

ESTRATÉGIAS DE ESTUDO UTILIZADAS POR DOIS GUITARRISTAS NA PREPARAÇÃO PARA A  EXECUÇÃO MUSICAL DA ELEGY DE ALAN RAWSTHORNE.     Marcos Vinícius Araújo    RESUMO 

Através  da  análise  das  atividades  inseridas  nos processos  de  estudo  de  dois  experientes  guitarristas professores universitários, o presente  trabalho investiga as estratégias de estudo  utilizadas  na  preparação  da  execução  musical  da  Elegy  (1971)  de  Alan  Rawsthorne.  A  construção  da  execução  musical,  quando  vista  como  atividade  de  solução  de  problemas  (problem solving activity), através da utilização consciente de estratégias de estudo, pode ser  otimizada em termos de qualidade e quantidade de estudo. A elaboração  do modelo analítico,  a  partir  das  bases  teóricas  expostas  no  presente  trabalho,  permitiu  a  identificação  das  estratégias  de  estudo  utilizadas  pelos  violonistas,  bem  como  o  enfoque  dado  por  cada  um  a  essas. 

Palavras‐chaves: Execução musical – Estratégias de estudo – Elegy (1971).   

ABSTRACT 

By  analyzing  the  activities  included  in  the  study  processes  of  two  experienced  classical  guitarist’s  academics,  this  paper  investigates  the  study  strategies  used  in  the  preparation  of  the  musical  performance  of  Elegy  (1971)  by  Alan  Rawsthorne.  The  construction  of  musical  performance,  when  viewed  as  an  activity  of  problem  solving  (problem  solving  activity),  through  the  conscious  use  of  practice  strategies,  can  be  optimized  in  terms  of  quality  and  quantity  of  study.  The  elaboration  of  the  analytical  model,  based  on  the  theoretical  basis  outlined in this study, permitted the identification of practice strategies used by guitarists as  well as the emphasis given by each of these.  Key‐words: Musical performance – Practice strategies – Elegy (1971)      INTRODUÇÃO 

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Guitarra Clássica        Com  o  intuito  de  melhor  compreender  o  processo  de  construção  da  execução  musical  e,  a  partir  disso,  alimentar  os  processos  de  ensino  e  aprendizagem  de  outros  estudantes,  o  conhecimento  tácito  no  aprender  a  executar  uma  obra  necessita  ser  explicitado.  Nesse  contexto,  o  presente  artigo1  é  uma  investigação  das  estratégias  de  estudo  utilizadas  na  preparação de uma obra nunca antes estudada por dois guitarristas. A obra selecionada foi a  Elegy  (1971),  de  Alan  Rawsthorne.  Os  modelos  analíticos  construídos  à  luz  do  referencial  teórico adotado permitiram a identificação, classificação e discussão das estratégias utilizadas,  tentando  responder  as  seguintes  questões:  Como  os  guitarristas  relatam  seu  estudo?  Como  eles  concebem  a  preparação  de  uma  obra  por  eles  nunca  antes  estudada?  Quais  são  as  estratégias  de  estudo  utilizadas  na  preparação  de  uma  obra  desconhecida?  Qual  o  enfoque  dado a cada estratégia?  

2  ESTRATÉGIAS DE ESTUDO 

Segundo  Gabrielsson,  o  planejamento  da  execução  instrumental  está  diretamente  relacionado com “como formar representações mentais da música, testar planejamentos para  a  execução  e  estratégias  para  o  estudo  eficiente”  (2003,  p.  236) 2.  As  estratégias  de  estudo,  uma  das  temáticas  abordadas  pela  linha  de  pesquisa  do  planejamento  da  execução  instrumental, constituem um caminho para se alcançar o nível de excelência instrumental que,  durante  muito  tempo,  esteve  associado  a  um  dom  divino  ou  talento  nato  (SLOBODA,  2004).  Autores  como  Hallan  (1995,  2001),  Jorgensen  (2004),  Chaffin  (2004)  e  Lemieux  (2004),  mostraram  que  a  utilização  flexível  de  estratégias  de  estudo  é  uma  das  características  de  músicos de excelência. 

Considerando a importância da temática das estratégias de estudo, sendo apontada como um  fator decisivo para atingir um nível de excelência instrumental, a investigação das estratégias  de  estudo  utilizadas  por  músicos  experientes  com  nível  profissional  pode  proporcionar  caminhos mais seguros durante o estudo, sem que o tempo seja desperdiçado, por exemplo,  com meras repetições exaustivas de alguns trechos problemáticos de uma obra. As pesquisas  dentro  dessa  temática  também  podem  influenciar  positivamente  a  qualidade  do  ensino  do  instrumento, visto que as estratégias de estudo “podem ser utilizadas como parâmetro para o  ensino [...] por estarem baseadas na vivência e na experiência prática de especialistas (músicos  profissionais, professores e pedagogos do instrumento)” (BARROS, 2008, p. 109).          1 O presente artigo é parte da dissertação de mestrado intitulada “Estratégias de estudo utilizadas por  dois violonistas na preparação para a execução musical da Elegy de Alan Rawsthorne” (Araújo, 2010)  2 “How to form mental representations of the music, devise performance plans and strategies for  efficient practice” (Gabrielsson, 2003, p. 236). 

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No  presente  artigo,  estratégias  de  estudo  são  consideradas  como  “o  conjunto  de  táticas  e  técnicas empregadas durante a prática do instrumento com o intuito de alcançar um objetivo  específico”  (BARROS  2008,  p.  105).  Nielsen  esclarece  que  “uma  atividade  na  prática  instrumental  só  pode  ser  considerada  como  estratégia  se  levar  a  alcançar  as  metas  estabelecidas,  pois  as  estratégias  são  definidas  como  um  processo  intencional  e  direcionado  para  atingir  determinado  objetivo”  (1999,  p.276).  Portanto,  foram  investigados  somente  os  procedimentos diretamente relacionados com o objectivo do aprendizado da obra, através da  análise  das  declarações  dos  guitarristas  a  cerca  das  próprias  actividades  realizadas  na  construção  da  execução  musical,  identificando,  analisando  e  discutindo  as  estratégias  de  estudo.   METODOLOGIA DA PESQUISA    3 PROCESSO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS  Adotei a técnica da entrevista semi‐estruturada, a qual utiliza perguntas pré‐concebidas como  em uma entrevista estruturada. Entretanto, o entrevistador fica mais livre para aprofundar e  ampliar  as  respostas,  proporcionando  um  maior  direcionamento  para  o  tema.  Esse  tipo  de  procedimento  metodológico  faz  com  que  o  entrevistado  se  sinta  mais  à  vontade  para  falar,  onde  respostas  espontâneas  podem  ser  decisivas  no  resultado  da  pesquisa,  trazendo  a  perspectiva  do  entrevistado  em  relação  às  estratégias  de  estudo.  Este  tipo  de  entrevista  também “colabora muito na investigação dos aspectos afetivos e valorativos dos informantes  que determinam significados pessoais de suas atitudes e comportamentos” (BONI, 2005, p. 8).  Assim, podem‐se obter informações profundas a respeito das práticas de estudo comumente  empregadas  pelos  guitarristas.  Inicialmente  foram  colocadas  as  mesmas  perguntas  para  os  sujeitos,  e,  a  partir  de  cada  resposta,  outras  questões  emergiram,  gerando  assim  outros  questionamentos.  

A  utilização  dos  diários  de  estudo  serviu  para  complementar  as  informações  obtidas  na  entrevista e em questionários, que também foram enviados via e‐mail. Neles foram indicados  todos os procedimentos realizados durante o estudo da obra, bem como a duração e a data.  

Um roteiro concebido na fase inicial da pesquisa permitiu a abordagem de aspectos pontuais  da  temática.  Esse  roteiro  tomou  por  base  os  tipos  de  estratégias  de  estudo  identificadas  no  modelo  analítico.  A  seção  de  entrevista  foi  registrada  em  áudio,  e  os  diários  de  estudo  enviados pelos guitarristas foram recebidos também através de e‐mail. 

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Guitarra Clássica         

4 CONSTRUÇÃO DO MODELO ANALÍTICO 

As  estratégias  de  estudo  apresentadas  por  pesquisas  empíricas  nessa  temática  (HALLAM,  1995a,  1995b,  1997a,  1997b;  JORGENSEN,  2004;  CHAFFIN  et  al.,  2002;  WILLIAMON  e  VALENTINE  2002;  PROVOST,  1992)  foram  tomadas  como  modelo  analítico  para  a  condução  desse  trabalho.  Elas  serviram  tanto  como  parâmetro  para  a  elaboração  dos  roteiros  que  guiaram a sessão de entrevista e a formulação dos questionários, assim como para a coleta dos  dados. As estratégias obtidas para o modelo analítico foram as seguintes: 

Estudo através de repetições: caracterizado pela repetição de trechos selecionados  ou da obra inteira durante o estudo. Existem evidências de que os músicos menos experientes  adotam  essa  estratégia  de  uma  forma  pouco  reflexiva,  constantemente  tocando  a  obra  do  início ao fim nas suas seções de estudo (HALLAM, 1997). As repetições, quando utilizadas com  objetivos  claros  podem  ser  muito  úteis.  Elas  podem  contribuir,  por  exemplo,  para  a  memorização de um trecho, para o aumento gradativo do andamento (com metrônomo), ou  para a resolução de uma passagem difícil.  

Estudo  através  de  seções  musicais:  é  caracterizado  pela  divisão  do  estudo  para  trabalhar  trechos  curtos,  intercalando‐os  com  a  execução  de  partes  maiores.  Chaffin  et  al.  (2002)  observaram  que  pianistas  profissionais  utilizam  o  estudo  de  seções  no  início  do  processo de aprendizagem. Essas seções musicais podem ou não estar de acordo com a visão  do compositor (JORGENSEN, 2004). Pesquisas igualmente indicam que quanto mais complexa  a  obra  menores  são  as  seções  escolhidas  (CHAFFIN  et  al.,  2002,  WILLIAMON,  VALENTINE,  2002).   

Estudo  de  passagens  difíceis:  Jorgensen  (2004)  sugere  o  estudo  das  passagens  difíceis de duas formas: utilizando exercícios e estudos musicais  que trabalhem determinado  aspecto  técnico‐musical  problemático,  ou  o  estudo  das  partes  difíceis  repetidamente  e  intensivamente até que a dificuldade seja vencida. Em contrapartida, Fernández (2000) propõe  um conceito diferente para o termo “passagem”: 

 

O que é então uma passagem? Não deve de maneira alguma ser confundido  com  um  mero  local  onde  habitualmente  ocorre  um  erro.  Esse  local  é  necessariamente  parte  de  um  gesto  musical  mais  amplo,  é  parte  de  um  contexto,  e  está  integrado  a  ele.  Nada  seria  mais  contraproducente  que  estudar  somente  o  local  onde  o  erro  habitualmente  ocorre;  é  necessário  estudar todo o gesto, pela razão elementar de que desejamos fazer música,  e  a  única  maneira  de  aprender  a  fazê‐la  é  fazê‐la  em  cada  momento  de  nossa aprendizagem (FERNÁNDEZ, 2000, p. 41). 

(21)

 

A  idéia  de  vencer  uma  dificuldade  através  de  estudos  geralmente  não  funciona  quando  colocamos  essa  dificuldade  em  seu  contexto  real.  Da  mesma  forma  que  Fernández  (2000),  David  Russel  em  outras  palavras  aponta  a  importância  de  se  conferir  unidade  às  passagens  difíceis:  Se há uma passagem extremamente difícil, buscar produzir uma mensagem  unitária. Não importa se não se toca todas as notas, o importante é dotá‐las  de sentido, tocar com precisão rítmica e com consciência da direcionalidade  (CONTRERAS, 1998, p. 4).  • Estudo de mãos separadas: O estudo de mãos separadas é uma estratégia bastante  utilizada  por  pianistas  de  nível  avançado  (CHAFFIN  et  al.,  2002).  Provost  (1992)  aponta  a  necessidade de o violonista saber separadamente o dedilhado de mão direita e a digitação da  mão  esquerda  para  a  memorização  de  um  trecho,  assim  como  para  otimizar  a  identificação  dos  problemas  de  cunho  mecânico.  Essa  estratégia  pode  contribuir  ainda  para  um  aperfeiçoamento na coordenação entre as mãos. Isso poderá ajudar no controle dos níveis de  força empreendidos em cada mão em passagens complexas (por exemplo, trecho polifônico,  em  dinâmica  forte,  e  andamento  elevado).  A  dinâmica  é  um  elemento  controlado  somente  pela mão direita do guitarrista, e a dificuldade pode residir na aplicação de força excessiva na  mão  esquerda,  causando  defeitos  na  mobilidade  e  precisão  necessária  para  a  resolução  do  trecho.  Outro  aspecto  da  execução  musical  que  poderá  ser  resolvido  trata‐se  da  articulação.  Melodias  com  execução  non‐legato  formam  um  exemplo  de  aplicação  dessa  estratégia  de  estudo, onde somente o ato de pressionar e soltar as cordas com a mão esquerda já contribui  para o dito efeito.  

Estudo  em  andamentos  distintos:  Músicos  profissionais  se  utilizaram  dessa  abordagem nos estudos de Hallan (1995) e Chaffin et al (2002). Consiste em estudar a obra ou  trechos  aplicando  diferentes  andamentos  com  o  objetivo  principal  de  adquirir  fluência  na  execução com o andamento final. Jorgensen (2004) aponta como estratégias: o estudo gradual  do  andamento,  aumentando  o  andamento  aos  poucos;  o  estudo  alternado  dos  andamentos  lento  e  rápido,  comentando  que  a  utilização  dessa  estratégia  pode  fazer  com  que  o  andamento  final  seja  alcançado  em  menos  tempo;  e  o  estudo  no  andamento  final  desde  o  início da aprendizagem. Sobre o estudo alternado de andamentos, BARROS acredita que    

[...] seja uma das estratégias que apresenta grande probabilidade de que a  música  aprendida  também  assimile  um  número  maior  de  falhas cometidas  durante a execução [...], pois nas fases iniciais do processo de aprendizagem 

(22)

Guita metrô obra  grada fator  (mes possi para  segui A  pa digita entre instru três  q termo os de A  esc dificu sono        3  Os n devem arra Clássica Estudo  ônomo  se  to (ritmos,  dig ativamente o • Estudo  decisivo  na ma  altura)  bilidades  pa diferentes v ir ilustra dua rtir  desse  p ação  (existem e  as  duas,  j

umento. Essa que  são  de  o “digitação” edos da mão 

colha  da  dig uldade técnic ridade  do  in         números repre m tocar as not o  m (BAR com  metrô orna  um  óti gitações,  de os andament de  digitaçõe a  interpretaç

em  pelo  ara  uma  mes vozes no cas

s possibilida

Exemplo 1 – D pequeno  exe m  outras),  p á  que  a  seg a corda, ass náilon  e,  po ” designa a u direita (pole gitação  está  ca da obra,  nstrumento),                  esentam os de tas.  músico  ainda  RROS, 2008, p ônomo:  Com imo  aliado  a edilhados,  a tos nas seçõe es  e/ou  ded ção.  Isso  po menos  qua sma  passage o de uma ob ades para um Duas possibilid emplo,  onde podemos,  m gunda  digita im como a q ortanto,  prop utilização do egar, indicad relacionada as caracterís ,  estilo  da  o         edos da mão e não  dominou p. 162).   mumente  ut

após  o  intér rticulação,  e es de estudo dilhados:  A  orque  a  pos atro  posiçõe em  (execuçã bra polifônic m mesmo frag dades para a ex e  foram  mo mesmo  sem  ação  é  reali quinta e a se porciona  um os dedos da  or, médio e    a  diversos  sticas individ obra  e  a  inte

esquerda, e o

u  todos  os  d

ilizado  para prete  ter  do etc.).  O  inst o, até chegar

digitação  de sibilidade  de es  distintas 

o  com  mais ca, variação  gmento. 3  xecução da me stradas  som tocá‐lo,  já  p zada  somen exta, possui  ma  sonoridad mão esquer anular).    fatores,  ent duais (anatom erpretação  (f s que estão ci desafios  enco a  aumentar  ominado  tod trumentista  r ao tempo fi e  uma  obra  e  se  tocar  u

da  escala    legato,  arti do timbre, e     esma passagem mente  duas 

prever  a  dife nte  sobre  a 

material dif de  distinta.  da (1, 2, 3 e

tre  os  quais  mia das mão fraseado,  ar irculados as c   ontrados  na  m o  andamen do  o  conteú

vai  aumen nal.   violonística  uma  mesma gera  difer culações  dis etc.). O exem m possibilidad erença  de  t quarta  cord erente das o Nesse  traba  4), e “dedil se  encontra os, nível técn rticulação,  ti ordas em que   música  nto,  o  do  da  tando  é  um  a  nota  rentes  stintas  mplo a  es  de  imbre  da  do  outras  lho,  o  hado”  am  “a  nico e  mbre,  e se 

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