ANAMORFOSE
a perspectiva no trabalho de Regina Silveira
Aline Villaça 114186615 Christina Lélis 115089913 Déborah Rezende 115018572 Jonathan Machado 112078109 Lucas Botelho 115018629 Mariana Werneck 112197725 Matheus Real 114024106 Sérgio Luiz 114123196REGINA SILVEIRA
– Artista plástica brasileira
– Aborda questões por trás do uso da perspectiva dentro da
produção artística, a partir do final dos anos 70 até a atualidade.
Crítica aos meios de representação; Manipulação do ponto de vista; Simulação e ilusão do espaço;
Deformação através das anamorfoses.
SIMULACROS
– Conjunto de trabalhos da artista em 1984
– Objetos e figuras humanas são distorcidos em sombras projetadas “sombras radicalmente artificiais”
– Na maioria dos trabalhos, o objeto não está presente, somente sua sombra distorcida
– Em alguns trabalhos, há o uso de imagens conhecidas da história da arte, como os ready-mades de Marcel Duchamp.
SIMULACROS
Relembrando...
MARCEL DUCHAMP
– Introduziu a ideia de ready mades como forma de arte objetos prontos do dia a dia expostos como obras de arte
– Suas obras servem de inspiração para artistas contemporâneos de diversas áreas, tais como a arte conceitual, o minimalismo, as
instalações, a pop art e até mesmo os happening.
Obras de Duchamp que serviram de inspiração para In Absentia M.D. (1983) de Regina Silveira: Porta Garrafas (1917) e Roda de Bicicleta (1913).
O PARADOXO DO SANTO
– Instalação para o Museu del Barrio de Nova York, na década de 90, onde Regina escolheu uma pequena escultura de São Tiago montado em um cavalo branco
– Causa um grande impacto ao relacionar as figuras de São Tiago e Duque de Caxias cria-se um paradoxo
– Afinidade entre os poderes militares e religioso na dominação da América Latina no período colonial
O PARADOXO DO SANTO
The Saint’s Paradox, 1994 Victor Brecheret, Monumento ao Duque de
VÓRTICE
– Instalação para a mostra Arte/Cidade em São Paulo, também na década de 90 (1994), utilizando um
grande espaço do 5º andar do edifício da Eletropaulo – Um dos primeiros trabalhos em que Regina dialoga
com a arquitetura do local
“Minha intenção foi construir um espaço virtual vertical que, para um olho situado na convergência da perspectiva, proporcionasse a ilusão de um abismo transparente, onde se pudessem ver as janelas dos quatro andares inferiores e adjacentes ao andar em que
a obra se localiza.”
Regina Silveira
Vórtice, 1994 – Pintura industrial sobre poliestireno; visão lateral mostrando as distorções perspectivadas
APARTAMENTO
– Instalação para a mostra individual Grafias no Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 1996
– Diálogo com elementos do desenho arquitetônico
– Trabalha com perspectiva, deformação e dobra sobre dois planos chão e parede do espaço do museu.
APARTAMENTO
ESCADA INEXPLICÁVEL II
– Exposição Por quê Marcel Duchamp?, realizada no Paço das Artes em São Paulo, 1999
– Analogia da obra ao trabalho O Grande Vidro, de Duchamp
– Imagem de uma escada achatada, bidimensional, ocupando três planos do espaço, nos quais a imagem da escada provoca uma armadilha visual vertiginosa
ESCADA INEXPLICÁVEL II
“Descendo a escada (2002), uma releitura interativa produzida por softwares gráficos da obra “Escada Impossível II
POR QUE DUCHAMP?
– A crítica de Angélica de Moraes estabeleceu o diálogo entre os trabalhos de Regina e de Duchamp, por meio de uma analogia da obra O Grande Espelho do homenageado.
“O vidro de Regina é a malha Perspéctica que ela usa no processo de construção de imagem. De modo semelhante ao
vidro adotado por Duchamp como suporte, a malha cria um espaço virtual que ordena toda a percepção da imagem.”
DESAPARIENCIA (TALLER)
– Faz parte do conjunto de obras mais recentes de Regina, em que explora a
perspectiva e que são mais realizados para lugares específicos site especifc art – Essa obra ocupou o espaço El Cubo, na Sala de Arte Publico Siqueiros, Cidade do
México
– Explora a forma do cavalete de pintura, a fim de criticar os instrumentos dos estúdios tradicionais de pintura, através do desenho do contorno desse objeto de forma anamórfica
DESAPARIENCIA (TALLER)
CLARALUZ: uso da luz
– Exposição do Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo em 2003
– Além do trabalho com sombras, há especialmente nessa mostra, o trabalho com a luz e projeção de luz
– Em Double (2003), luz aparece em formas perspectivadas, criando uma comparação visual entre um cubo real e a ilusão de um cubo projetado sobre o plano da parede.
CLARALUZ: uso da luz
“A perspectiva é uma coisa tão acidental quanto a iluminação. É o sinal não de determinado momento no tempo, mas de determinada posição no espaço. Indica não a situação dos objetos, mas a situação de um espectador [...] daí, em última análise, a perspectiva ser também o sinal de um instante, instante este que em certa pessoa ocupa certo ponto. E o que é
mais, tal como a iluminação, ela aos altera, dissimula sua verdadeira forma.”
CLARALUZ: uso da luz
– Essa aparição de objetos tridimensionais já foi utilizada por Regina antes, em Equinócio (2002)
– Realizada para a exposição Estratégias para Deslumbrar, organizada pelo Museu de Arte Contemporânea da USP, na Galeria de Arte de Sesi em São Paulo
CLARALUZ: uso da luz
– Em Luz/Zul, a obra é ligada a um elemento arquitetônico do edifício do CCBB/SP, a janela, onde a palavra luz é escrita através de um adesivo vinílico
– Na parede ao lado, a luz natural do dia simula e projeta o desenho da palavra luz perspectivada
DESENHOS PREPARATÓRIOS
– Nas obras de Regina Silveira, os desenhos preparatórios sempre fazem parte do projeto inicial.
– O processo começa com rascunhos em papel
milimetrado, passa para um desenho ou maquete para enfim transformar em gravuras, objetos ou instalações.
“Cada uma das séries da tese [Simulacros], por suas especificidades técnicas, responde a diferentes operações
de execução. A única etapa comum é a dos desenhos preparatórios, em diversas fases: dos esboços iniciais aos desenhos perspectivados em escala reduzida, e destes aos esquemas construtivos, já no mesmo tamanho do original a
DESENHOS PREPARATÓRIOS
DESENHOS PREPARATÓRIOS
“Meus desenhos são uma perseguição do mundo das ideias, um acercamento de determinados tipos de soluções para visualidades. É quando estou desenhando que me sinto mais à vontade e, ao mesmo tempo, mais provocada. Raras vezes, nos últimos anos, fiz desenhos que fossem uma finalidade em si mesmos. Eles são algo que eu gostaria de chamar de gráficos que
conduzem a outros meios, a outros tipos de realizações no papel (como é o caso da gravura) ou no espaço tridimensional (como as instalações e os objetos). São desenhos preparatórios. São o lugar da invenção, uma espécie de depósito de ideias.”
DESENHOS PREPARATÓRIOS
DESENHOS PREPARATÓRIOS
Maquete 1:35 da instalação Abyssal, Lodz, Polônia.
Técnica: acrílico, madeira e serigrafia. Dimensões: (AxLxP) 15 x 31 x 40 cm. Data: 2011 Sendo vendida pela galeria Carbono por R$15.000,00 reais.
DESENHOS PREPARATÓRIOS
– As alterações, em sua maioria, são feitas na etapa dos desenhos preparatórios, pois possuem uma essência construtiva.
– Como o projeto fica definido no desenho, a obra pode ser montada e finalizada por assistentes da artista.
“Meus projetos sofrem mudanças maiorias na etapa do desenho, que é a fase da concepção mais profunda da obra. Nesse
DESENHOS PREPARATÓRIOS
DESENHOS PREPARATÓRIOS
A esquerda, maquete com a obra In Absentia: Man Ray. A direita, obra de Man Ray “Gift”, que inspirou Regina Silveira.
MAN RAY
– Fundou juntamente de Marcel Duchamp o grupo dadá nova-iorquino.
– Criou filmes surrealistas como L’Étoile de Mer (1928) – Desenvolve a arte do fotograma – imagens abstratas a
partir da exposição à luz de objetos dispersos sobre o papel fotográfico.
“Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente.
Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem”.
MAN RAY
MALHA QUADRICULADA
– Regina Silveira utiliza a malha quadriculada perspectivada, a qual
recorre para deformar os contornos dos objetos ao esticar, comprimir ou dobrá-los.
– A artista acaba criando uma “regra intuitiva” para suas distorções.
– Utiliza malhas milimetradas como suporte para o desenho, apesar deste receber outras malhas distorcidas sobrepostas.
“Contudo não estou me referindo à uma geometria cartesiana seca ou rígida, mas a uma geometria livre, constituída por um conjunto pequeno
MALHA QUADRICULADA
“Seria a malha perspectivada um modo de exercer autocontrole sobre sua habilidade de desenhista?” Angélica de Moraes, crítica de arte
“A malha não é policiamento. É um modo de mapear a forma. A malha me serve para realizar distorções e ocupar espaços. Uso o desenho como instrumento de conhecimento e não como expressão de virtuosismo técnico.”
FOTOGRAFIAS
– Parte do processo de trabalho de Regina é a escolha de uma fotografia de determinado objeto para então desenhá-lo e explorar seus pontos de fuga.
– No caso de instalações para lugares específicos, a foto é do próprio local.
“Muitas vezes o meu desenho é feito em cima de fotografias do lugar. Então o desenho preparatório vira anotações gráficas em cima de
FOTOGRAFIAS
FOTOGRAFIAS
FOTOGRAFIAS
FOTOGRAFIAS
MAQUETES
– Por se tratar de um espaço tridimensional, são nas maquetes em que é possível ter uma percepção melhor da obra.
– Tanto as maquetes quanto os desenhos preparatórios, apesar de serem parte da concepção artística, também caracterizam-se como obras de arte.
– A maioria das instalações são temporárias – fotografias, maquetes e desenhos preparatórios tornam-se registros das obras.
– Por isso há diversas exposições de tais registros das obras de Regina Silveira.
MAQUETES
MAQUETES
– Regina Silveira teve destaque no cenário internacional a partir da década de 90, no qual seu trabalho dialogou com o de diversos artistas.
– Artistas como Jan Dibbets, Justen Ladda e David Honckney atuam com temáticas parecidas com as que a artista brasileira aborda.
PERSPECTIVE CORRECTION
– Jan Dibbets artista que atua com temáticas parecidas com as que Regina Silveira aborda questões da
percepção visual
– Perspective Correction série de 1969, artista faz experimentos com fotografia, observando as
transformações da perspectiva fotografia sendo
ilusória
– Na obra ao lado, cria-se a imagem de um quadrado com uma cruz, parecendo estar em pé em relação a quem observa. Na verdade, há um trapézio desenhado no chão.
COMMETS
– Trabalho de Dibbets da década de 80, no qual o artista realiza colagens com fotografias tiradas por ele de
diferentes ângulos de um mesmo espaço arquitetônico, como cúpulas, paredes e chão de catedrais
– A partir de múltiplos pontos de vista, numa trajetória circular, cria-se uma imagem panorâmica circular de um ambiente cuja perspectiva é impossível
SAENREDAM-ZADKINE
– Saenredam-Zadkine VII um dos trabalhos mais recentes de Dibbets (realizada em 2003
– São utilizados os mesmos processos da série Comets,
porém, trabalha-se com a arquitetura do espaço do próprio museu ao fotografar lugares onde, mais tarde, a exposição foi realizada
– Regina Silveira e Jan Dibbets convergem, em relação ao interesse de ambos na busca de códigos que questione a percepção sensorial imediata. Como afirma a análise a seguir:
“Ambos fazem a desconstrução sistemática e analítica de imagens e pontos de vista a partir do meio convencional como a fotografia [...] Por isso mesmo, lançam mão de uma imagem já construída sobre a qual criam jogos espaciais frequentemente
impossíveis e claramente derivados de manipulações e justaposições.”
PEARBLOSSOM HIGHWAY
– David Hockney e Justen Ladda outros artistas que
trabalham com a questão do ponto de vista, justaposição de imagens e montagem panorâmica de ambiente
– Pearblossom Highway David Hockney colagem fotográfica de 1986 feita numa paisagem desértica dos Estados Unidos
“(...) Pontos de vista múltiplos criam um espaço bem maior do que pode ser alcançado por um único. Nossos corpos talvez aceitem um ponto de vista central, mas nossa imaginação movimenta-se rente a tudo, exceto ao horizonte remoto, que tem de
estar perto do alto do quadro.
Embora “Pearblossom Highway” pareça ter um ponto de vista central fixo, nenhuma das fotografias que o compõem foram tiradas do que se poderia dizer “lado de fora” da imagem. Movimentei-me pela paisagem, construindo-a devagar de diversos
pontos de vista.”