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Utilização do Herbicida Clethodim 1 Para Controle de Plantas Daninhas Gramíneas na Cultura do Alho.

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Academic year: 2021

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Utilização do Herbicida Clethodim

1

Para Controle de Plantas Daninhas

Gramíneas na Cultura do Alho.

Eduardo Antonio Drolhe da Costa1; Albino Rozanski2, Celita Virginia dos Reis1

1. Agencia Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) – Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico

dos Agronegócios do Vale do Paraíba – Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Ubatuba – Rodovia Oswaldo Cruz 5061, Mato Dentro, Ubatuba, SP, CEP 11680-000, aptauba@pratica.com.br.; 2 Centro

Experimental Central do Instituto Biológico – Centro de Sanidade Vegetal, Rodovia Heitor Penteado km 3, Jardim das Palmeiras, Campinas, SP, CEP 13001-970, albino@biologico.sp.gov.br.

RESUMO

Para verificar a eficácia do herbicida clethodim no controle de plantas daninhas gramíneas na cultura do alho, foi instalado um experimento de campo sob delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições, em parcelas de 1,0 x 5,0 m. O plantio do alho cv. Roxo Pérola de Caçador foi realizado em 29.6.02 em canteiros de 1,0 m de largura no espaçamento de 0,20 x 0,10 m. Os herbicidas foram aplicados em pós-emergência, quando as plantas infestantes apresentavam até duas folhas verdadeiras ou em início de perfilhamento (2 perfilhos). Os tratamentos constaram de clethodim nas doses de 72, 84 e 96 g ha-1 de ingrediente ativo; oxadiazon2 a 1,6 kg ha-1, utilizado como padrão e de duas testemunhas uma capinada e outra sem capina como parâmetros para as avaliações de fitointoxicação e de controle, respectivamente. Em todos os tratamentos com herbicidas foi adicionado óleo mineral emulsionável a 0,5% em volume do produto por volume de calda (v.v-1). Os produtos foram aplicados com pulverizador de precisão propelido a CO2 e dotado de barra com pontas do tipo jato plano XR 110.015 a pressão de 35 Lb.pol-2, com consumo de calda equivalente a 200 L.ha-1. As avaliações de eficácia e toxicidade foram efetuadas com base na escala visual em porcentagem aos 10, 20 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT), onde zero representa ausência de controle ou nenhum dano e 100% controle total ou morte das plantas, considerando-se como eficientes índices iguais ou superiores a 80% de controle da população infestante. Os resultados mostraram que as espécies Digitaria horizontalis Willd. colchão) e Eleusine indica (L.) Gaertn. (capim-pé-de-galinha), foram controladas com eficácia pelo herbicida clethodim em doses iguais ou superiores a 84 g ha-1 por até 30 DAT, o mesmo ocorrendo com oxadiazon a 1,6 kg.ha-1. Não foram observados sintomas de injúrias por ação tóxica dos herbicidas às plantas de alho cv. Roxo Pérola de Caçador, uma vez que as plantas tratadas apresentaram desenvolvimento vegetativo semelhante às plantas das parcelas testemunha.

1 Select 240 CE 2 Ronstar 250 BR

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PALAVRAS-CHAVES: Allium sativum L., controle químico, plantas infestantes.

ABSTRACT

Use of herbicide clethodim in grass weeds control on garlic crop.

A trial was carried out on randomized block design with four replications in plots of the 1.0 x 5.0 m., during 2002 growing season to evaluate efficacy of clethodim formulated at 240 g.L-1 of active ingredient (a.i) on grass weed control in garlic crop. The plantig of garlic crop cv. Roxo Pérola de Caçador was affected at 29.6.02, in stone-cutters of 1.0 m width and row of the 0.20 x 0.10 m. The herbicides was sprayed in tank mix with mineral oil at 0.5% (v/v), after planting in post-emergence when grass weeds present up to two leafs or at beginning affiliation. The treatments were clethodim in doses of 72, 84 and 96 g ha-1; oxadiazon at 1.6 kg.ha-1 used as pattern, an untreated weeded check and hand-removed check (without weeds). The products was sprayed with CO2 pulverize gifted with flat fan nozzles XR 110.015 at 35 Lb.pol-2 of pressure and 200 L.ha-1 of mix. The evaluation of efficacy and toxicity of herbicides was effected on percent visual scale at 10, 20 and 30 days after treatments application where zero represent lack of control or without damage and 100% total weed control or dead of garlic plants grounds efficacy, index equal or superior to 80%. The results showed that Digitaria horizontalis Willd. e Eleusine indica (L.) Gaertn were efficiently controlled by clethodim at doses of 84 and 96 g ha-1 or oxadiazon at 1.6 kg.ha-1 until 30 days after application. The herbicides not induced injuries symptoms on garlic plants.

KEYWORDS: Allium sativum L., chemical control, weeds

O alho e a cebola são bulbos olerícolas e consistem nos principais condimentos utilizados no mundo. A produção desse gênero (Allium) depende da tecnologia de produção, sementes adaptadas e fotoperíodo de cada região (Camargo Filho et al., 2001). Utilizado tanto “in natura” como industrializado em pasta, creme, pó dessecado, desidratado ou liofilizado, a atual demanda por alho no país é da ordem de 80 mil toneladas anuais e sua produção encontra-se localizada principalmente em Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná e São Paulo (Camargo Filho et al., 2001). Contudo, em função do baixo porte da planta e do lento desenvolvimento vegetativo, além da sua própria arquitetura com folhas eretas e cilíndricas, essa cultura provoca a cobertura irregular do solo e permite a germinação e crescimento de plantas daninhas durante todo seu ciclo. Assim, o manejo adequado das plantas infestantes assume aspecto de fundamental importância no seu sistema de produção pela interferência que causam (Ferreira & Silva, 1978; Pereira, 1998).

De modo geral, o grau de interferência encontra-se relacionado tanto com as características da cultura como da comunidade infestante. Condições ambientais relativas ao solo e clima bem como do sistema de produção, além do próprio período de convivência

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entre a cultura e as plantas daninhas influenciam no grau dessa interferência (Bleasdale, 1960; Blanco, 1982; Pitelli, 1985). Mascarenhas et al. (1985) e Souza et al. (1981) reportam que o período total de prevenção da interferência na cultura do alho encontra-se situado entre 80 e 100 dias.

Por outro lado, o pequeno espaçamento adotado no sistema de produção dificulta sobremaneira as necessárias e constantes capinas com enxada ou cultivadores, regulados para trabalhar de modo superficial a fim de evitar danos ao sistema radicular; razão pela qual o emprego de herbicidas se constitui em mais uma opção para o manejo de plantas infestantes, principalmente quando combinado com os demais métodos de controle (Ferreira & Silva, 1978; Pereira, 1998).

Esse trabalho relata a utilização do herbicida clethodim no controle de plantas daninhas gramíneas à cultura do alho cv. Roxo Pérola de Caçador.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado em Campinas, SP, no Centro Experimental Central do Instituto Biológico, sob o delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições. O solo foi convenientemente preparado realizando-se duas arações a profundidade de 30 cm e duas gradagens em sentido cruzado. O plantio do alho cv. Roxo Pérola de Caçador foi efetuado em 29.06.02, com bulbilhos previamente vernalizados, em canteiros de 1,0 m de largura, adotando-se o espaçamento de 0,20 x 0,10 m. Empregou-se na adubação 30 kg.ha-1 de N, 200 kg.ha-1 de P2O5 e 80 kg.ha-1 de K2O, aplicados aos 30 e 50 dias depois do plantio, de acordo com a análise do solo. No controle de pragas e doenças foi utilizado captan para ferrugem, mancozeb e oxicloreto de cobre para mancha púrpura e carbofuran para o controle de pulgões e tripes.

Os tratamentos constaram de clethodim nas doses de 72, 84 e 96 g ha-1 de ingrediente ativo; oxadiazon a 1,6 kg ha-1, utilizado como padrão, além de duas testemunhas uma capinada e outra sem capina como parâmetros para as avaliações de fitointoxicação e de controle, respectivamente. Em todos os tratamentos com herbicidas foi adicionado óleo mineral emulsionável a 0,5% (v.v-1). A aplicação dos produtos foi realizada 28 dias após o plantio, quando as plantas de alho apresentavam bom estado fitossanitário e vegetativo, com um mínimo de cinco folhas e as plantas daninhas encontravam-se em início de crescimento, em bom estado de vigor vegetativo e apresentavam até duas folhas verdadeiras ou dois perfilhos. Os produtos foram aplicados com pulverizador de precisão propelido a CO2 e dotado de barra com pontas de pulverização do tipo jato plano XR 110.015 a pressão de 35 Lb.pol-2, com consumo de calda equivalente a 200 L.ha-1. Nesta ocasião a temperatura do ar era de 23 0C, a umidade relativa 61% e a velocidade dos ventos 5 km.h-1. As avaliações de eficácia e toxicidade foram efetuadas com base na escala

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visual em porcentagem obtida através de amostragens casualisadas realizadas imediatamente antes da aplicação dos tratamentos e após, aos 10, 20 e 30 DAT, onde zero representa ausência de controle ou nenhum dano para a cultura e 100% controle total ou morte das plantas de alho, considerando-se como eficientes índices iguais ou superiores a 80% de controle da população infestante. Utilizou-se para amostragem um retângulo de 1,0 m de comprimento por 0,5 m de largura, colocado duas vezes dentro de cada parcela, perfazendo uma área de 1,0 m² por unidade experimental.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta o desempenho dos tratamentos sobre as espécies infestantes em porcentagem de controle e também sobre a cultura, além do grau de infestação das espécies.

Tabela 1. Avaliação dos efeitos dos herbicidas no controle de plantas daninhas. Campinas, 2002.

Tratamentos1 Dose2 CONTROLE EM PORCENTAGEM (DAT)3

i.a. DIGHO7 ELEIN8

(g.ha-1) 10 20 30 10 20 30 Clethodim4 72 68 70 71 63 65 62 Clethodim 84 89 96 97 91 93 91 Clethodim 96 100 100 100 98 100 100 Oxadiazon5 1.600 100 100 100 100 100 100 Testemunha capinada ____ 100 100 100 100 100 100

Testemunha sem capina6 ____ 21 28

1 Nos tratamentos com herbicidas foi adicionado na calda de aplicação óleo mineral a 0,5% (v.v-1). 2: i. a.: ingrediente ativo.

3: DAT: dias após aplicação dos tratamentos. 4. Select 240 CE

5. Ronstar 250 BR

6. número de indivíduos por m2. (dados médios das parcelas experimentais). 7. DIGHO: Digitaria horizontalis

8. ELEIN: Eleusine indica

Apesar de estarem presentes na área experimental 16 espécies de plantas daninhas, verificou-se que a distribuição das mesmas não foi homogênea e somente às espécies D.

horizontalis e E. indica apresentaram freqüência de ocorrência positiva em todas as parcelas

experimentais (100%), em número significativo de indivíduos, por ocasião dos levantamentos realizados imediatamente antes da aplicação dos tratamentos e após, aos 10, 20 e 30 DAT, sendo por essas razões as únicas espécies consideradas na avaliação da eficiência dos herbicidas.

Através dos valores encontrados nas avaliações efetuadas durante o período, verifica-se que D. horizontalis (DIGHO) foi controlada em todos os tratamentos a exceção do clethodim a 72 g.ha-1, cujos índices oscilaram entre 68-71%. Nas demais doses os valores observados para esse herbicida oscilaram entre 89-97%, quando aplicado a 84 g.ha-1, alcançando controle total da espécie (100%) quando aplicado a 96 g.ha-1, com desempenho

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semelhante ao oxadiazon na dose de 96 g.ha-1. Esse comportamento foi novamente verificado para E. indica (ELEIN), cujos índices durante as avaliações efetuadas entre 10 e 30 DAT situaram-se entre 63-62% para o clethodim a 72 g.ha-1, 91-93% a 84 g.ha-1 e 100% para a maior dose do herbicida, desempenho também semelhante àquele verificado para o oxadiazon na dose de 96 g.ha-1, cujos patamares de controle situaram-se entre 98 e 100% durante o período das avaliações (30 DAT), o que corrobora a elevada performance do clethodim no controle dessas infestantes. Nenhum tratamento com os herbicidas clethodim e oxadiazon causaram sintomas de injúrias nas plantas de alho tratadas, com a cultura apresentando desenvolvimento normal e semelhante à testemunha capinada (nota zero). Dessa forma, tanto o herbicida clethodim em doses iguais ou superiores a 84 g.ha-1 como o herbicida oxadiazon a 96 g.ha-1, adicionados de óleo mineral emulsioável a 0,5% (v.v-1), foram eficazes no controle das espécies Digitaria horizontalis e Eleusine indica, quando aplicado em pós-emergência da cultura e das infestantes até 30 dias após sua aplicação.

LITERATURA CITADA

BLANCO, H.G. Ecologia das plantas daninhas: competição de plantas daninhas em culturas brasileiras. In: Controle integrado de plantas daninhas. São Paulo: CREA, 1982. p. 43-75. BLEASDALE, J.K. Studies on plant competition. In: J.L. HARPER (ed.) The Biology of

weeds. Oxford, 1960. p. 133-142.

Camargo Filho, W.P.; Mazzei, A.R.; ALVES, H.S. Mercado de alho: globalização,

competência e auto-suficiência. Informações Econômicas, v. 31, n. 7, p. 48-52, Jul. 2001. MASCARENHAS, M.H.T.; SILVA, J.F. da.; FERREIRA, L.R.; COELHO, J.P. Herbicidas recomendados para a cultura do alho. Informe Agropecuário, v. 11(127), 1985. p. 52. PEREIRA, N. Manejo de plantas daninhas. In: Cultura do alho. EMBRAPA – Hortaliças, 1998. p. 11-13.

PITELLI, R.A. Interferências de plantas daninhas em culturas agrícolas. Informe

Agropecuário, Belo Horizonte, v. 11, n. 129. p.16-27, Fev. 1985.

SOUZA, R.J.; FERREIRA, F.A.; SATURNINO, H.M.; MASCARENHAS, M.H.T.; LARA, J.F.R. Estudo de competição da tiririca (Cyperus rotundus L.) com a cultura do alho na região de Sete Lagoas. In: PROJETO OLERICULTURA, Relatório Anual 1977/78. Belo Horizonte, EPAMIG, 1981. p. 105-109.

Referências

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