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LIBERDADES INDIVIDUAIS EM TEMPOS DE PANDEMIA: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIBERDADE ECONÔMICA, DIREITO À INTIMIDADE, REUNIÃO E LOCOMOÇÃO

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__________________________________________________________________________________________________ Faculdade Municipal Prof. Franco Montoro Interciência & Sociedade, Mogi Guaçu, v. 5, n. 2, p. 86-99, 2020

86 LIBERDADES INDIVIDUAIS EM TEMPOS DE PANDEMIA:

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIBERDADE ECONÔMICA, DIREITO À INTIMIDADE, REUNIÃO E LOCOMOÇÃO

INDIVIDUAL FREEDOMS IN PANDEMIC TIMES:

BRIEF CONSIDERATIONS ON ECONOMIC FREEDOM, RIGHT TO INTIMACY, MEETING AND LOCOMOTION

Diego Gonçalves Santos deMatos1, Tatiana de Gusmão Vieira2

1- Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa e advogado inscrito na OAB-PB. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Contato: d.goncalvesmatos@gmail.com

2- Bacharela em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa e advogada inscrita na OAB-PB. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Contato: tatianagusmao.advogada@gmail.com RESUMO

O presente artigo tem como finalidade analisar de forma breve e pontuada as liberdades individuais em tempos de pandemia, sob a ótica dos fatos ocorridos entre 2019 e 2020. Nesse tempo, o mundo fora afetado com a maior pandemia que aconteceu dentre os últimos cem anos, tendo sido acometido da ação de um vírus até então desconhecido, com grande potencial de letalidade e ainda não estudado. As políticas públicas para enfrentamento da contaminação envolveram ações diretamente ligadas à economia e saúde, no entanto, outros direitos foram alcançados, necessitando de maior flexibilização de normas jurídicas, para que houvesse atuação estatal eficiente e capaz de atender as demandas surgidas com o enfrentamento do problema. Portanto, garantias individuais foram mitigadas, apesar de comporem a base da formação de um estado democrático de direito, em nome do bem coletivo. Sendo assim, se faz necessária a discussão e análise dos conflitos jurídicos ocasionados pelas medidas tomadas pelos Poderes, para evitar negligências e/ou excessos cometidos pelos envolvidos, de modo que tais normas representam expressivo valor jurídico. No entanto, atualmente pauta-se pela defesa dos princípios consagrados na Constituição, sem comprometer os interesses e a segurança coletiva. Destarte, este artigo procurou demonstrar a nova tendência utilizada para a proteção de tais, sendo interpretado como verdadeiro instrumento em defesa dos Direitos e Garantias Individuais, restrito à liberdade econômica, direito à intimidade, liberdade de reunião e direito de ir e vir. Em relação à metodologia, foi aplicado o método indutivo, através da utilização de doutrina, lei e jurisprudência.

Palavras-chave: Direitos e garantias individuais. Direito constitucional. Pandemia. Liberdade econômica. Direito à intimidade. Liberdade de reunião. Locomoção.

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87 ABSTRACT

The purpose of this article is to analyze briefly and punctuated individual freedoms in times of pandemic, from the perspective of the events that occurred between 2019 and 2020. In that time, the world had been affected with the greatest pandemic that happened in the last hundred years, having been affected by the action of a virus hitherto unknown, with great potential for lethality and not yet studied. Public policies to deal with contamination involved actions directly linked to the economy and health, however, other rights were achieved, requiring greater flexibility in legal rules, so that there was efficient State action and capable of meeting the demands arising from facing the problem. Therefore, individual guarantees were mitigated, despite forming the basis for the formation of a democratic rule of law, in the name of the collective good. Therefore, it is necessary to discuss and analyze the legal conflicts caused by the measures taken by the Powers, in order to avoid negligence and / or excesses committed by those involved, so that these rules represent an expressive legal value. However, currently it is guided by the defense of the principles enshrined in the Constitution, without compromising interests and collective security. Thus, this article sought to demonstrate the new trend used for the protection of such, being interpreted as a true instrument in defense of Individual Rights and Guarantees, restricted to economic freedom, the right to privacy, freedom of assembly and the right to come and go. Regarding the methodology, the inductive method was applied, through the use of doctrine, law and jurisprudence.

Keywords: Individual rights and guarantees. Constitutional law. Pandemic. Economic freedom. Right to intimacy. Freedom of assembly. Locomotion.

INTRODUÇÃO

Diante da maior pandemia dos últimos cem anos, o mundo padece com a ação de um vírus desconhecido e de relevante potencial letal. Tendo em vista a sua velocidade de propagação e contágio, houve a necessidade de adoção de medidas drásticas de isolamento e distanciamento social. Sendo assim, os seres humanos precisaram adaptar-se a esta realidade e aprender uma nova forma de viver e interagir. Neste cenário de emergência, coube aos governantes à missão de promover uma série de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da doença, o que envolveu ações relacionadas especialmente às áreas saúde e economia.

Vivencia-se, portanto, uma situação de extrema excepcionalidade, a qual vem exigindo maior flexibilização de direitos e normas jurídicas a fim de permitir uma atuação estatal eficiente e capaz de atender as demandas deste período de calamidade pública.

No combate a pandemia e com a adoção de inúmeras restrições pelo Poder Público, vislumbra-se diariamente o sobrestamento de direitos e garantias fundamentais, o que vem gerando desafios na seara jurídica ao tentar regulamentar uma situação até então não vivenciada nos tempos hodiernos.

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88 Desta feita, o ineditismo de tal circunstância leva o Judiciário a discussões a

respeito da proteção das garantias fundamentais coletivas em detrimento às liberdades individuais.

Observa-se, que a flexibilização dessas liberdades individuais se fundamenta precipuamente na proteção à saúde coletiva que, neste momento, eleva-se como prioridade a ser defendida pelo poder público.

No Brasil, na esfera federal, vários atos normativos foram editados visando o enfretamento da Pandemia. Destaca-se em primeiro momento a edição do Decreto Legislativo nº 6, de 20.03.2020, o qual reconheceu o estado de calamidade púbica, e a Lei nº 13.979/2020, que previu diretrizes norteadoras a serem adotadas no atual estado de emergência. Além disso, a referida lei estabeleceu no art.3º uma séria de medidas restritivas, entre elas podemos citar: isolamento; quarentena; restrição excepcional e temporária de entrada e saída do País, por rodovias, portos ou aeroportos; requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, entre outras. Ademais, também dispôs no art. 4º sobre a dispensa de licitação para aquisição de bens, serviços e insumos de saúde destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus.

No mesmo trilhar, foram editadas uma sucessão de medidas provisórias que trouxeram mudanças significativas no cenário jurídico e econômico do país, algumas das mais relevantes foram: Medida Provisória nº. 927 e 936, que flexibilizaram as relações trabalhistas durante a pandemia; Medida Provisória nº. 946, que dispõe sobre a extinção do Fundo PIS-Pasep e a transferência de seu patrimônio para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS; a MP nº. 966, que versa sobre a responsabilização de agentes públicos em atos relacionados com pandemia da COVID-19, entre outras.

Seguindo o modelo federal, Estados e Municípios também estão autorizados, no exercício de suas atribuições e no âmbito de seus territórios, a adotarem medidas restritivas que acharem necessários ao combate à pandemia, tais como suspensão de atividades de ensino, restrições de comércio, atividades culturais, circulação de pessoas, entre outras.

Sendo assim, observa-se que a pandemia do coronavírus transformou substancialmente a realidade de todo país, refletindo em mudanças importantes em todos os setores da sociedade, sobretudo os relacionados à saúde, economia, trabalho e renda, educação e turismo.

Como foi visto, diversos direitos foram mitigados neste período emergencial de pandemia, contudo, as garantias individuais mais atingidas pelo atual momento foram a liberdade econômica, direito à intimidade, liberdade de reunião e direito de ir e vir. Tais garantias compõe um núcleo-base da formação de um Estado Democrático de Direito, daí a gravidade das medidas que visem restringi-los.

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89 Posto isto, faz-se imprescindível à discussão a respeito dos conflitos

jurídicos ocasionados pelas medidas restritivas decorrentes do combate a pandemia, especialmente os relacionados à flexibilização de liberdades individuais, haja vista o expressivo valor jurídico que tais direitos representam.

DA LIVRE INICIATIVA E LIBERDADE ECONÔMICA

A Constituição de 1988 estabelece no art. 170 que a ordem econômica deve ser fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, sendo tais valores consagrados como fundamento da República Federativa do Brasil. Observa-se assim, que nossa ordem jurídica protege o exercício de atividade profissional e econômica a qual, em regra, não deve sofrer limitações pelo Estado. Em que pese trata-se de um direito fundamental, presenciamos neste período de pandemia algumas decisões do Poder Público que vão de encontro a esta garantia Constitucional. Com a determinação de isolamento social e fechamento compulsório do comércio e prestação de serviços, o exercício das atividades laborais ficaram demasiadamente prejudicadas, comprometendo desde as relações trabalhistas, que tiveram que ser flexibilizadas, bem como a própria atividade econômica que teve seu funcionamento limitado ao desempenho de serviços essenciais. Tais mudanças têm provocado uma crise econômica sem precedentes na história do país. Segundo O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) a pandemia gerou a perda de 4,9 milhões de postos de trabalho no trimestre encerrado em abril.

Vê-se, portanto, uma direta intervenção do Estado na liberdade econômica e livre iniciativa. Tal intervenção fundamenta-se, essencialmente, no estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20.03.2020, na competência concorrente conferidas pela Constituição aos estados e municípios para tratarem de assunto de seu interesse, e no exercício do poder de polícia.

Conforme dispõe o art. 78 do Código Tributário Nacional, considera-se poder de polícia “a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.

Destarte, no caso da pandemia pelo novo coronavírus e visando adotar as medidas sanitárias de prevenção e enfretamento ao contágio, é que os entes públicos impõem a população, através de seus decretos, as medidas restritivas

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90 que achem necessárias, utilizando-se do poder de polícia para fiscalizar e fazer

cumprir as determinações.

Ademais, importante ressaltar que o STF na ADI 6341 entendeu pela constitucionalidade da MP 926/2020, confirmando o posicionamento de que as medidas adotadas pelo Governo Federal na Medida para o enfrentamento do novo coronavírus não afastam a competência concorrente nem a tomada de providências normativas e administrativas pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.

Sendo assim, cada ente federativo tem gerência sobre seu território para, conforme a situação concreta, adotar as restrições que julgarem necessárias, incluindo-se assim as atividades econômicas. Todavia, no que pese existir amparo jurídico para as medidas adotadas pelos governos, muito tem se questionado sobre a legalidade dessas ações, consideradas exageradas, desproporcionais e que violam o direito à liberdade econômica e livre iniciativa.

Destarte, verifica-se que o cerne da discussão consiste nos limites da legitimidade do Poder Público ao interferir nas atividades econômicas bem como, de outra banda, o seu dever constitucional em garantir a saúde da população diante deste cenário de pandemia.

Nesse contexto, resta claro que estamos diante de uma aparente colisão entre direitos fundamentais. De um lado temos o direito à saúde, previsto no art. 196 da Constituição, o qual deve ser garantido pelo Estado “através de políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Todavia, em contraponto, temos o direito à liberdade econômica e iniciativa, também resguardado constitucionalmente.

Surge assim um desafio no cenário jurídico ao tentar conciliar tais valores diante de uma situação extremamente atípica. O que deve prevalecer, economia ou saúde? Existe um direito que se sobrepõe a outro?

É cediço que não existe direito fundamental absoluto, podendo haver restrições ao exercício diante de situações excepcionais e em face de outro direito considerado de maior valor naquela circunstância. A hermenêutica jurídica traz uma possível solução nestas situações de antagonismo entre estes bens jurídicos. A doutrina e jurisprudência sugerem o emprego, quando da constatação de aparente conflito entre direitos fundamentais, da técnica de compatibilização pelo uso da proporcionalidade ou ponderação. Esta técnica adotada pelo ordenamento jurídico pátrio tem origem germânica na figura do alemão Robert Alexei autor da “Teoria dos Princípios”. Por esta teoria, em um conflito de princípios é necessário interferir naquele que afetará de forma menos agressiva o outro.

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91 (...) também no Direito brasileiro, o princípio da dignidade humana

assume relevo ímpar na decisão do processo de ponderação entre as posições em conflito. É certo, outrossim, que o Supremo Tribunal Federal está a se utilizar, conscientemente, do princípio da proporcionalidade como “lei de ponderação”, rejeitando a intervenção que impõe ao atingido um ônus intolerável e desproporcional

No mesmo trilhar, Luciano Sampaio Gomes Rolim (2002) estabelece que o princípio da proporcionalidade indica qual o direito que, na situação concreta, está ameaçado de sofrer o prejuízo mais grave caso venha a abdicar ao exercício do outro, e, por essa razão, merece prevalecer, excluindo a realização deste (colisão excludente).

No atual cenário de pandemia, observa-se que o direito à saúde e a vida vem prevalecendo em detrimento ao direito de liberdade econômica. Os estados e municípios, avaliando os critérios de ocupação de leitos, número de novos infectados, entre outros parâmetros, decidem por flexibilizar ou não as medidas restritivas de circulações de pessoas e funcionamento da economia. Como citado alhures, o STF já se posicionou no sentido de reconhecer a legalidade das medidas que garantem autonomia a prefeitos e governadores de determinarem medidas para o enfrentamento ao coronavírus.

Outrossim, o entendimento jurisprudencial do colendo Supremo Tribunal Federal aponta no sentido de que diante de uma colisão entre o direito à vida e à saúde e interesses secundários do Estado, o juízo de ponderação impõe que a solução do conflito seja no sentido da preservação do direito à vida.

Por todo exposto, observa-se que pandemia provocada pelo novo coronavírus e o consequente estado de calamidade exigiu do Poder Público escolhas de quais bens jurídicos devem ser tutelados com prioridade, o que levou ao sacrifício temporário de alguns direitos fundamentais, especialmente os relacionados a liberdade econômica e de iniciativa. Observa-se que o direito à saúde e a vida estão sendo prioridades no momento, pois em um juízo de ponderação, entende-se que este é o direito que se apresenta de maior importância no atual cenário. Todavia, ressalta-se, que se deve sempre priorizar pela harmonização do sistema jurídico, ademais, todas as medidas do Poder Público devem reger-se pela legalidade, proporcionalidade e adequação, onde as restrições de garantias fundamentais só devem ser adotadas diante de uma real necessidade e sempre buscando mitigar os efeitos negativos ocasionados pelo conflito de direitos.

Exige-se, portanto, uma atividade interpretativa de ponderação de princípios e valores que devem ser sopesados nos casos postos sob análise a fim de garantir uma solução justa e equilibrada.

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92 DO DIREITO À PRIVACIDADE

A Constituição de 1988 erigiu à categoria de direitos fundamentais a privacidade, intimidade e a imagem dos indivíduos, sendo inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telefônicas, conforme prevê o art. 5º, XII do referido diploma legal. Ao seu turno, o Código Civil também tratou sobre o tema ao dispor em seu artigo 21, que “A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”.

Ademais, na esfera infraconstitucional, o advento do Marco Civil da Internet intensificou a discussão no Brasil a respeito do tratamento ofertado aos dados, havendo assim uma maior regulamentação acerca de questões envolvendo o direito digital e suas relações jurídicas virtuais.

Ocorre que a referida lei não abarcou satisfatoriamente a problemática envolvendo dados pessoais e seu uso e compartilhamento, o que manteve a necessidade de leis que abordassem de forma específica esta temática.

Após longos anos de discussões, foi criada a Lei nº. 13.709/2018 denominada de Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD. Esta lei tem como propósito dispor sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. Apesar de ainda estar em período vacatio legis, o referido diploma legal já demanda mudanças importantes em relação ao tratamento de dados pessoais. Por oportuno, ressalta-se que a LGPD autoriza o uso de dados pessoais nos casos envolvendo segurança e calamidade pública, uma vez que não se vislumbra finalidade econômica no caso.

Surge, segundo a doutrina, o direito à autodeterminação informativa cujo conceito pode ser entendido como sendo “o direito que cabe a cada indivíduo de controlar e de proteger os próprios dados pessoais, tendo em vista a moderna tecnologia e processamento de informação”.

Desta feita, no que pese o direito à privacidade está resguardado em nosso ordenamento jurídico, seja na Constituição, tratados, Código Civil, e demais leis infraconstitucionais, com a revolução tecnológica e digital bem como a expansão dos meios de comunicação, a proteção à privacidade tornou-se um grande desafio na seara jurídica, o que vem gerado importantes debates sobre o tema.

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93 Com o avanço tecnológico, os atentados à intimidade e à vida

privada, inclusive por meio da rede mundial de computadores (Internet), tornaram-se muito comuns. Não raro determinadas empresas obtêm dados pessoais do usuário (profissão, renda mensal, hobbies), com o propósito de ofertar os seus produtos, veiculando a sua publicidade por meio dos indesejáveis spams, técnica ofensiva à intimidade e à vida privada.

Observa-se que discussão envolvendo o compartilhamento de dados e violação a privacidade ganhou bastante evidência durante o atual período de pandemia. Tal fenômeno se deve ao fato da utilização pelo Poder Público de ferramentas de acessos a dados pessoais para diversos fins relacionados à pandemia, dentre eles podemos citar: registro de número de infectados, acompanhamento da evolução daqueles que já se encontram sintomáticos, bem como uso de geolocalização para aferir a taxa de adesão ao isolamento social. Portanto, percebe-se que a utilização destes dados está relacionada diretamente a política pública de saúde e segurança, imprescindíveis para o momento.

Ressalta-se que, em tempos normais, tal comportamento do Estado não se justificaria, pois afrontaria os preceitos constitucionais que amparam tal direito, todavia, estamos em um estado de excepcionalidade, onde garantias fundamentais já consolidadas precisam ser relativizadas em prol de um benefício maior, que no caso é a saúde da coletividade.

Todavia, apesar da gravidade do momento exigir medidas mais severas deve-se, contudo, atentar para possíveis excessos do Poder Público que, mesmo em uma pandemia não pode se afastar dos princípios basilares da legalidade, proporcionalidade e razoabilidade. Outrossim, faz-se imprescindível que o interesse público esteja presente em todas as medidas excepcionais adotadas, evitando desta forma excessos e arbitrariedades.

Neste sentido, o STF suspendeu a eficácia da Medida Provisória 954/2020, que previa o compartilhamento de dados de usuários por prestadoras de serviços de telecomunicações com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para dar suporte à produção estatística oficial durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo a Ministra Rosa Weber “as informações tratadas na MP estão no âmbito de proteção constitucional (artigo 5º) que ampara o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas”.

Ademais, ressaltou que não foram observados na MP medidas de segurança em relação ao sigilo e ao anonimato dos dados a serem compartilhados, desrespeitando assim os mandamentos constitucionais. Por fim, destacou em seu voto que o combate à pandemia não pode legitimar “o atropelo de garantias fundamentais consagradas na Constituição”.

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94 Consta-se assim, que quando da flexibilização de direitos fundamentais,

em virtude da atual crise sanitária que vive o mundo, deve o Estado amparar suas ações no interesse público, bem como analisar a necessidade e adequação das suas medidas em relação ao objetivo que se visa atingir. Outrossim, impõe-se a análise da razoabilidade e proporcionalidade das medidas, a fim de mitigar as consequências negativas oriundas de tais atos.

Infere-se, portanto, que utilização de dados pessoais pelo Poder Público visando o combate a pandemia, mostra-se como uma iniciativa eficiente e necessária, haja vista o interesse público em resguardar a segurança e a saúde da coletividade, todavia, não se pode olvidar que se trata se situação excepcional e, como tal, deve ser adotada com as devidas cautelas legais e dentro dos padrões impostos pela lei, especialmente no que se refere ao anonimato e ao sigilo dos cidadãos.

LIBERDADE DE REUNIÃO

Ainda como garantia e direito fundamental dos indivíduos, a Carta Magna em seu art. 5º, XVI, assegura o direito de reunião, o qual todos podem reunir-se, de maneira pacífica, sem o uso de armas, em locais abertos ao público, independente de autorização, sob a condição não de não frustrar outra reunião que tenha sido convocada anteriormente para o mesmo local, sendo exigido aviso prévio às autoridades competentes.

Nesse sentido, pontuamos que o direito de reunião está assegurado a todos, sendo considerado de forma pessoal. Porém, sua execução se dá de modo coletivo, desde que obedecidas os requisitos dispostos na lei.

Segundo o Supremo Tribunal Federal, pelo entendimento do Ministro Ricardo Lewandovisk, o qual fora Relator no julgamento da ADI 1.969, a liberdade de agremiação, de acordo com as exigências legais, institui uma das maiores conquistas da civilização, tal qual a sua restrição entraria em conflito direto com a Constituição.

Antônio Francisco de Sousa, por sua vez, leciona no sentido de que: O tema liberdade de reunião e de manifestação é, sem dúvida, um dos temais mais centrais do Estado de direito democrático, pois é através do exercício desta liberdade que os cidadãos podem exprimir livremente a sua opinião, criar o poder, fazer exigências, enfim, erguer a voz contra a injustiça e a opressão. Sem liberdade de reunião e de manifestação não há verdadeira democracia: diz-me que a liberdade de reunião e de manifestação práticas no teu país e dir-te-ei que democracia alcançaste.

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95 Contudo, podemos considerar o direito de reunião como forma de dar

viabilidade à manifestação de pensamento, expressões de cunho filosóficos, religiosos, científicos, políticos e, sobretudo, de locomoção.

Por todo o exposto, diante de uma situação de pandemia, nos insurge questionamentos relacionados à supressão temporária desse direito, tido como de ampla importância para a manutenção da democracia, em razão da adoção de medidas para o combate à propagação de uma doença, tal qual a contaminação do COVID-19. Porém, como dito ao longo deste trabalho, temos conhecimento de que nenhum direito é absoluto. Ou seja, ainda que haja previsão para sua execução outros pontos, além dos exigidos imediatamente pela legislação, devem ser considerados, para a sua execução.

A Constituição prevê que o direito de reunião poderá ter sua execução modificada mediante situações em caráter excepcional que configure risco efetivo ou potencial para a indissolubilidade do pacto federativo, integridade da República, respeito às instituições permanentes que asseguram as regras políticas do regime democrático, bem como a integridade da população brasileira. Assim sendo, poderá ser restringido na vigência do Estado de Defesa (art. 136, §1º, I, “a”) ou suspenso em decorrência da duração do Estado de Sítio (art. 139, IV).

Porém, diante de uma situação de pandemia como a do COVID-19, não há o que se tratar de nenhuma das duas hipóteses citadas anteriormente, em que as medidas serão tomadas, exclusivamente, pelo Presidente da República, na qualidade de Chefe do Executivo Federal. A situação, passa a ser observada como Situação de Emergência, cujas atribuições são concedidas aos Chefes de Governo, seja federal, estadual ou municipal, quando acontecerem situações de anormalidade, que podem ser naturais ou provocadas.

Logo, atentamos para o fato de que a Situação de Emergência traz consigo institutos jurídicos infraconstitucionais, diante de conjunturas de anormalidades graves, que possam comprometer a continuidade, o cotidiano e incolumidade da população regional. Assim, o Estado ou Município tem a obrigação de tomar medidas necessárias para a preservar a integridade dos cidadãos e tergiversar o cenário que põe em risco isso.

Não obstante, quando os danos ocasionados pela Situação não puderem ser mensurados de imediato, nem tiverem uma previsão aproximada de seu término, restará configurado o Estado de Calamidade Pública.

Por outro lado, no Brasil, para enfrentamento da pandemia, o Congresso aprovou, em fevereiro, a Lei nº 13.979/2020 que “dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019”. A referida permite o isolamento das pessoas contaminadas, restrição de atividades e separação de pessoas suspeitas de contaminação.

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96 Essas medidas excepcionais à ordem da Constituição vigente, definem

os próprios limites e transitoriedade. Logo, serão aplicadas apenas durante o período relacionado ao surto do coronavírus.

À vista disso, as medidas tomadas e oriundas dos Chefes do Executivo são respostas em relação à epidemia, não de cunho repressivo, mas como uma forma de proteção social dos cidadãos, principalmente trazendo uma atenção maior aos vulneráveis, tendo em vista que se trata de questões relacionadas à saúde pública e pode trazer risco de vida à grande parte da população.

DIREITO DE IR E VIR

A locomoção dentro do território nacional é livre e resguardada pelo art. 5º, LXI da Constituição Federal. Ou seja, qualquer pessoa poderá transitar livremente, entrar, sair ou permanecer com seus bens dentro dos limites do país. Contudo, esse direito, tal qual os demais mencionados anteriormente, não é absoluto. A própria Lei Maior prevê possibilidades de sua limitação, quais sejam: (I) prisão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de Juiz; (II) prisão civil, administrativa ou especial para fins de deportação, nos casos cabíveis na legislação específica; (III) durante vigência de estado de sítio, para determinar a permanência da população em determinada localidade, única situação na qual há permissão expressa de restrição generalizada deste direito. Em decorrência do surto do COVID-19, normas infraconstitucionais que traz restrições no que tange a liberdade de locomoção, como nos casos de isolamento e quarentena.

Assim, a lei nº 13.979/2020, prevê que o isolamento consiste na “separação de pessoas sintomáticas ou assintomáticas, em investigação clínica e laboratorial, de maneira a evitar a propagação da infecção e transmissão local”.

Por sua vez, a quarentena, equivale na “restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de contaminação, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do coronavírus”.

Logo, o isolamento poderá ser recomendado por autoridade médica por determinado espaço de tempo, com base nos resultados dos exames laboratoriais. No entanto, a quarentena poderá ser decretada pelos gestores locais, que determinarão a suspensão de algumas atividades, para que resulte na separação de pessoas com suspeita de contaminação. Ou seja, vemos de forma cristalina a gravidade na restrição na liberdade de locomoção, para

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97 resguardar e efetivar o direito à saúde dos indivíduos, além de medidas

preventivas que auxiliarão o Poder Público nas atribuições relacionadas ao cumprimento dos deveres de proteção à saúde pública.

Nesse contexto, a medida de isolamento e quarentena, que tem por objetivo distanciar as pessoas e reduzir os fluxos em espaços públicos, evitando aglomerações e potenciais contágios, são de extrema necessidade para combate ao surto.

Por fim, podemos observar que as medidas que restringem o direito de locomoção, dispostos pela lei supramencionada, devem prevalecer como forma de garantir o direito constitucional à saúde, o que não pode ser visto como um objetivo perseguido injustificado, por se tratar do combate ao surto do coronavírus e a preservação do bem-estar da coletividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma das principais polêmicas instituídas por ocasião do atual surto do COVID-19, se dá em razão da possibilidade, constitucionalidade e legalidade das medidas de restrição às liberdades individuais, que se fizeram necessário para amenizar o contágio e foram determinadas pelos poderes públicos em todo território nacional.

Ainda que todas as ações tenham tido como objetivo assegurar futuros danos à coletividade e ao Estado, houve restrições a direitos e princípios fundamentais que são assegurados pela Carta Magna. A exemplo disso, podemos observar que a proibição de algumas atividades de cunho produtivo e profissional foram atingidas de imediato e em sua totalidade, bem como a exigência de reorganização dos padrões de higiene e limpeza para acesso às dependências de estabelecimentos, que atingiram a todos.

Por outro lado, observamos de forma cristalina que a adoção das políticas impostas pelo Poder Público, tiveram como finalidade a preservação da saúde pública e proteção de vidas humanas como principal objetivo, fazendo com que as restrições não sejam aleatórias, excessivas e descabidas. Ainda assim, cabe salientas que tais atos não têm caráter permanente, mas temporário, em uma conjuntura atípica que qualifica a maior crise de saúde pública mundial dos últimos 100 anos.

Assim sendo, o combate à pandemia, através da adoção de inúmeras restrições do Estado, gera desafios na seara jurídica ao tentar regulamentar cenários não vivenciados nos tempos correntes. Logo, o judiciário é levado a discussões relacionadas à proteção das garantias fundamentais coletivas em detrimento às liberdades individuais.

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98 Desde os ensinamentos de Hobbes, em “Leviatã”, atentamos para o fato

de que toda convivência social incide, de modo inevitável e irrecusável, de alguma medida no que tange a relativização da liberdade enérgica e irrestrita de cada indivíduo. Ou seja, trata-se de um pressuposto bem estabelecido na ciência política desde o século XVII, no mínimo.

Nesse sentido, podemos atentar para o fato de que não há existência de direito absoluto. Mesmo com a relativização dos direitos, não acontece ruptura com a normatividade constitucional, por se tratar de suporte fático a outro bem jurídico protegido pela norma que traz a exigência dos limites desses direitos fundamentais, como no caso em tela onde os bens jurídicos tutelados são a vida e a saúde pública.

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Os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.

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