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PLANO MESTRE OESTE EM DESENVOLVIMENTO

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Academic year: 2021

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OESTE EM DESENVOLVIMENTO

FOZ DO IGUAÇU – PARANÁ ABRIL DE 2016

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PARTE I: A METODOLOGIA...13

PERSPECTIVA METODOLÓGICA DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL...14

Dinâmica Territorial...17

Tipologias de Cadeias Produtivas e dinâmica econômica de um Território...19

ATIVIDADES PROPULSIVAS...19

ATIVIDADES MULTIPLICATIVAS...20

ATIVIDADES MISTAS...20

TRANSFORMANDO O TERRITÓRIO...21

Planejamento do Desenvolvimento Econômico...22

Lógica para Intervenção no Território...26

PARTE II: O TERRITÓRIO...28

DEMOGRÁFICO E HABITACIONAL...29 Habitação...31 PANORAMA SOCIAL...36 GEOGRAFICO...41 PANORAMA ECONÔMICO...49 Finanças Públicas...66 INFRAESTRUTURA...70

PARTE III: O PROGRAMA OESTE EM DESENVOLVIMENTO...73

PLANEJAMENTO TERRITORIAL...74

Quatro princípios do Planejamento Territorial...75

ESTRUTURA DO PROGRAMA OESTE EM DESENVOLVIMENTO...79

Antecedentes: Cadeias Propulsivas e articulação territorial...79

As Cadeias Propulsivas e sua Hierarquização...81

Cadeias Produtivas do Oeste do Paraná...82

CÂMARAS TÉCNICAS...88

Cadeia Produtiva de Proteína Animal...88

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EIXOS ESTRUTURANTES...93

AÇÕES PARA ALAVANCAR AS CADEIAS PRIORIZADAS...96

CADEIA DO FRANGO...96 CADEIA DO SUÍNO...97 CADEIA DO PEIXE...98 CADEIA DO LEITE...100 CADEIAS PRODUTIVAS...102 ANEXOS...104

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Figura 1: Municípios que compõem a região de abrangência do POD...12

Figura 2: Cultivo de Milho. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...44

Figura 3: Cultivo de Soja. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...45

Figura 4: Rios. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...46

Figura 5: Bacia Hidrográfica. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...46

Figura 6: Produção Suínos. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...47

Figura 7: Produção Aves: frango. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...48

Figura 8: Produção de Peixes: tilápia. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...48

Figura 9: Infraestrutura e Logística Oeste do Paraná...70

Figura 10: Cargas transportadas...71

Figura 11: Dados de transporte dos aeroportos...72

Figura 12: Participação no Emprego, QL e Função Dinâmica das Principais...82

Figura 13: Fluxo de trabalho Câmara Técnica da Proteína Animal...88

Figura 14: Processo contido em caca macro setor...90

Figura 15: Elementos de composição do Plano Tático...91

Figura 16: Elementos de composição do Plano Tático...92

Figura 17: Estrutura dos Grupos de Trabalho...93

Figura 18: Constituição dos Eixos Estruturantes...94

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Tabela 1: População Total, Urbana e Rural para a região de abrangência do

Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010...29 Tabela 2: População segundo gênero para a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010...30 Tabela 3: Participação da população segundo faixa etária para a região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010...31 Tabela 4: Ocupação dos Domicílios Particulares Permanentes na Região de

Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento – Famílias (2000 a 2010).. .32 Tabela 5: Renda por Domicílios Particulares Permanentes na Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento (2000 e 2010)...32 Tabela 6: Os 10 municípios com maior densidade demográfica (hab/km²) na região do Programa Oeste em Desenvolvimento...32 Tabela 7: Evolução do número da população ocupada, em idade ativa e

economicamente ativa na região de abrangência do Programa Oeste em

Desenvolvimento entre 1991 a 2010...33 Tabela 8: Número de domicílios na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2000 a 2010...34 Tabela 9: As 10 cidades mais populosas da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2010...34 Tabela 10: Os 5 municípios com maior variação populacional no ano de 2010...35 Tabela 11: Evolução no número de unidades atendidas com água e esgoto na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...36 Tabela 12: Os 10 municípios com maior número de vítimas de homicídio doloso na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...36 Tabela 13: Número de docentes por esfera administrativa na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...36 Tabela 14: Evolução da oferta de Educação Básica nos estabelecimentos de ensino na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...37 Tabela 15: Evolução do número de docentes por função na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...37 Tabela 16: Notas dos alunos do ensino fundamental da rede pública no IDEB da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento)...38 Tabela 17: Número de matrículas de alunos em instituições de ensino na região de abrangência da região do Programa Oeste em Desenvolvimento...38 Tabela 18: Número de alunos nas instituições de ensino superior da região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012...39 Tabela 19: Número de cursos nas instituições de ensino superior da região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012...39 Tabela 20: Número de matrículas de alunos em instituições de ensino na região de abrangência da região do Programa Oeste em Desenvolvimento...40

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Tabela 22: Municípios com maior variação no número de empregos na área de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2009-2014...49 Tabela 23: Os 10 principais municípios em número de empregos na área de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2014...49 Tabela 24: Número de estabelecimentos na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento – 2014...50 Tabela 25: Os 10 municípios com maior crescimento do produto interno bruto dos municípios de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...51 Tabela 26: Os 10 maiores Produto Interno Bruto dos municípios de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012...51 Tabela 27: PIB per Capita dos municípios da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...52 Tabela 28: Valor Adicionado Fiscal dos setores econômicos da região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...53 Tabela 29: Valor Adicionado Fiscal por município na região de abrangência do

Programa Oeste em Desenvolvimento...55 Tabela 30: Os 10 municípios com maiores rendimentos médio na região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...56 Tabela 31: Os 10 municípios com maior massa salarial (MS) na região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2014...57 Tabela 32: Evolução do consumo de energia elétrica na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2005 a 2014...58 Tabela 33: Evolução do número de empresas na região do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2010 e 2014...59 Tabela 34: Evolução no saldo de empregos na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...59 Tabela 35: Balança comercial da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2012 a abril de 2014...60 Tabela 36: Valor da produção dos 10 principais produtos no Paraná...61 Tabela 37: Valores da produção dos 10 principais produtos agrícolas na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...63 Tabela 38: Evolução da produção dos 10 principais produtos agrícolas da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2013...64 Tabela 39: Os 10 principais produtos agrícola em Valor Bruto de Produção em 2013 na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...64 Tabela 40: Evolução do número de empresas ligadas ao setor de turismo...65 Tabela 41: Finanças dos municípios pertencentes a região de atuação do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2009 a 2014...67 Tabela 42: Despesas dos municípios pertencentes a região de atuação do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2010 a 2014...69 Tabela 43: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Frango...96 Tabela 44: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Suíno...97

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Palavra do Presidente

Compreender o estágio em que se encontra a Região Oeste do Paraná é uma tarefa essencial de planejamento. O olhar crítico e abrangente entendendo o contexto de evolução e as características do território, e integrando as análises nos vários focos de observação, possibilita a clara compreensão de aspectos relevantes para a formação de políticas e estratégias de desenvolvimento.

Quando esta tarefa é compartilhada com o envolvimento de várias instituições públicas e privadas abre-se o campo de visão com a amplitude que pode proporcionar não só maiores e melhores oportunidades como também mais clareza para a definição na priorização de ações estratégicas.

Assim, com o objetivo de promover o Desenvolvimento Econômico do Território Oeste do Paraná por meio da sinergia das instituições e integração de iniciativas, projetos e ações, nasceu o Programa Oeste em Desenvolvimento, estabelecendo como princípio e como opção, a estratégia do Desenvolvimento Endógeno, buscando entender como a região pode se desenvolver dependendo mais de fatores internos e menos de fatores externos.

Os primeiros tópicos desta publicação objetivam a caracterização da região sobre várias abordagens, o que contribui para a compreensão dos recursos disponíveis e da construção do cenário atual do oeste do Paraná.

Apresenta-se na sequência a estrutura do Programa Oeste em Desenvolvimento, que se constitui em uma ação de Governança Regional, com a participação e comprometimento de entes públicos e privados voltados ao estabelecimento de um processo de planejamento estruturado e integrado.

O programa que a partir de 2012 começou a ser articulado, e que teve seu lançamento formal em agosto de 2014, é aqui apresentado desde os processos desencadeados àquela época e com os primeiros resultados alcançados, sobretudo, as ações em desenvolvimento.

É o momento também de definição de estratégias para continuidade de ações, para evolução e consolidação do POD como ferramenta de gestão e planejamento permitindo que a região consolide seu desenvolvimento de forma sustentável, optando por estratégias que garantem competitividade e criem novas perspectivas ao setor produtivo, gerando melhores condições de renda,

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oportunidade à população e um ambiente regional harmônico propício ao desenvolvimento de bons níveis de qualidade de vida conjunta de cidades que formam o Território Oeste do Paraná.

Que este trabalho seja instrumento de motivação a todos aqueles que têm acreditado e se dedicado ao POD, e também sirva como inspiração para que muitos outros somem com seus conhecimentos e suas energias, acreditando que este é um bom caminho para o desenvolvimento regional.

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APRESENTAÇÃO

O processo de desenvolvimento de um território é sempre muito distinto de outro e sempre dependente de uma dinâmica peculiar. Mesmo assim, podemos considerar a possibilidade de se encontrar algumas perspectivas comuns para o Processo de Desenvolvimento, mesmo que cada processo seja distinto em si. Considerando desenvolvimento como um processo de transformação econômico, social, institucional e tecnológico – dentre várias outras possibilidades – é mister perguntar: qual estágio estamos e qual queremos alcançar?

A partir dessa observação, nosso ponto de partida é ter um Plano de Desenvolvimento Territorial, que contemple a identificação do que nos é pertinente, enquanto território, e qual trilha podem caminhar. Com essa perspectiva podemos ver os obstáculos que se impõe e tentar mitigar as condições que nos limitam chegar onde queremos. Este presente documento, aqui denominado de Plano de Desenvolvimento – Oeste em Desenvolvimento, é esboço com essa presunção.

Todo Plano de Desenvolvimento requer um plano de ação que permita o conhecimento pleno do território, desde o ponto de vista das suas cadeias produtivas, as potencialidades e necessidades do seu capital social, infraestrutura, manejo dos seus recursos naturais, entre outros. Mas o requisito fundamental é a organização da sua comunidade na busca do seu próprio destino, sendo esta uma das pedras fundamentais do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD).

O POD tem por objetivo a promoção do desenvolvimento econômico do território Oeste do Paraná por meio da sinergia das instituições e integração das iniciativas, projetos e ações, pois apesar de ter um crescimento e condições de desenvolvimento diferenciado pode ser ampliado em termos quantitativos e qualitativos, desde que esse processo de desenvolvimento seja entendido e pactuado como um processo da região. Para a pactuação desse processo, é necessário envolvimento de várias instituições permeadas pelo território. O envolvimento institucional é um processo desgastante e desgastado por conta de várias tentativas fracassadas de realizar planejamento territorial e de executar os planos territoriais. Mesmo com essa dificuldade, o processo de planejamento territorial efetivo deve se basear no envolvimento das instituições e agentes

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apoiados em bases técnico-científicas, que pretende ser o cerne de atuação do POD.

As tentativas “fracassadas” de criar processos de desenvolvimento, como planos ou programas, devem ser utilizadas como lições aprendidas. Muitas vezes o insucesso das tentativas deve à falta de foco ou incapacidade de priorizar as ações. Deste modo, a centralidade do processo de planejamento efetivo é a capacidade de priorizar. Priorizar impõe secundarizar algumas ações, interesses e lidar com o “desencanto” do processo dos agentes/proponentes das ações secundarizadas. Esta, certamente, não é uma tarefa das mais aprazíveis. Entretanto, a eficácia e efetividade de um instrumento de planejamento será tão maior quanto maior for a capacidade da população de entender o critério de priorização adotado. E esta compreensão será tão maior quanto maior for o número de agentes envolvidos em nas atividades priorizadas.

Outro desafio imposto ao planejamento de um território situa-se na convergência dos objetivos e interesses das pessoas e instituições e na priorização das ações. Além de entender que uma ação a um determinado município e/ou cadeia pode beneficiar mais do que uma ação em meu próprio município ou na cadeia que pertenço. A priorização das ações do POD parte da dinâmica econômica regional, identificadas e hierarquizadas virtualmente pela Metodologia de Cadeias Produtivas Propulsivas, observando principalmente: a distribuição de renda, geração de postos de trabalhos e o encadeamento produtivo destas.

É bem verdade que a simples existência de cadeias não é suficiente para a emergência da consciência de interesses comuns entre seus distintos elos. Entretanto, o território, consciente das particularidades deste processo, deve trabalhar para a constituição de um sistema de governança da(s) cadeia(s) voltado ao enfrentamento de gargalos e à promoção de estratégias concertadas (voltadas à obtenção de equilíbrios ótimos, de soluções ganha-ganha). Se isto for feito, ficam praticamente assegurados os elementos necessários à superação da crônica dificuldade de priorização de dispêndios e investimentos pelo setor público e privado em regiões (e nações) subdesenvolvidas.

A circunscrição de atuação do POD e de uma governança territorial originada deve congregar o público e o privado, sendo um elemento fundamental para credibilidade e continuidade das ações, tornando o compromisso constante com as demandas da região. Ademais, este documento tem o como objetivo descrever o

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processo de criação do POD, apresentar a metodologia usada, trazer uma caracterização da região de abrangência e socializar as ações priorizadas, com vistas a integrar novos agentes e instituições para o POD.

Como perguntado no início desta apresentação, qual estágio estamos e qual queremos alcançar? Conseguiremos fazer do POD um Programa realmente transformador capaz de superar os fracassos anteriores? Em outras palavras: agora vai? A resposta deveria ser uma nova pergunta: agora, vamos? Abaixo a Figura 1 apresentando os municípios que fazem parte da Região de Abrangência do POD.

Figura 1: Municípios que compõem a região de abrangência do POD.

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PERSPECTIVA METODOLÓGICA DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL

Toda discussão entorno da temática do Desenvolvimento é circundada por uma série de discussões e controvérsias. Modelos de análise da economia sempre são alvos de críticas, e não gratuitas, pois muitos não logram o êxito prometido. Quando se trata de um modelo para o desenvolvimento de um território a tarefa é ainda mais árdua, e por um motivo simples: cada território tem suas particularidades. Essa distinção impede a existência de uma única “receita de bolo” para o desenvolvimento de um território.

Mesmo não existindo uma única receita, é necessário a existência de instrumentos para transformar a realidade. Tais instrumentos devem conseguir ser usados para cada região distinta e, assim, promover o Desenvolvimento prometido. Isso requer uma metodologia que consiga ser utilizada para efetuar uma “análise” da dinâmica de um território e, conhecendo essa dinâmica própria, conseguir traçar diretrizes para Planejar o seu desenvolvimento.

Com esse intuito, o Programa Oeste em Desenvolvimento com o apoio da Itaipu Binacional, da Fundação Parque Tecnológico Itaipu e da Fundação de Economia e Estatística desenvolveram, através do pesquisador Carlos Paiva, uma metodologia que conseguisse trazer modelos da economia que ajudassem a traçar estratégias para o desenvolvimento de um território. O Programa Oeste em Desenvolvimento se apoiou nessa perspectiva metodológica1.

Para conhecer um território lançamos mão de uma série de esquemas de análise, de modo a conseguirmos observar o que compõe um território, considerando suas especificidades. Geralmente estuda-se a importância econômica de um território olhando para suas atividades classificadas em setores. Dessa forma, olhando a classificação de setores – agropecuária, indústria e serviços – conseguimos observar a dinâmica de um território. Entretanto, a partir do livro FAPER (PAIVA, 2013), passou-se a adotar um sistema de classificação e hierarquização de atividades através da observação de Cadeias Produtivas.

1 Livro Fundamentos da Análise e Planejamento de Economias Regionais (FAPER). Nestas notas metodológicas aqui apresentadas, estão resumidamente a construção realizada por Carlos Paiva no livro citado. Este livro tem um rigor metodológico e científico aguçado e se constitui a base teórica do Diagnóstico Econômico realizado no POD.

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O que se modifica na mudança dessa perspectiva? A relação agropecuária, indústria e serviços reflete uma relação técnica produtiva, sem necessariamente considerar perspectivas mais amplas do desenvolvimento dessas atividades. A relação de Cadeias e Departamentos opta por olhar relações de mercado, refletindo como um território se insere nessas relações, e quais as condições de mercado para a inserção de um município dentro da lógica maior de uma região.

Olhar as atividades econômicas de uma região sob o prisma de Cadeias permite observar uma hierarquia entre os municípios de um dado território. Por exemplo: quando olhamos para um território: a) observamos atividades já consolidadas e os respectivos espaços que ela ocupa – regiões polo; b) observamos atividades ainda não consolidadas e os respectivos espaços que ela ocupa e pode vir a ocupar – regiões satelitizadas (mercados de integração periférica); c) vazios econômicos – territórios de baixa ocupação econômica, ou de baixa integração aos mercados consolidados.

Com essa hierarquização de municípios num dado território, pode-se pensar em três necessidades básicas para as situações que encontramos. Para municípios que participam de atividades já consolidadas, tem-se a necessidade de melhorá-las e expandi-las de modo que esses municípios mantenham seu processo de crescimento. Para os municípios em que as atividades ainda não estão consolidadas, mas em processo de integração, tem-se a necessidade de estruturar e aprofundar esse processo permitindo ampliar e sustentar o crescimento. Para os municípios em que persiste a baixa ocupação econômica, precisa-se de integrá-los a algum mercado para que se aumente essa ocupação, permitindo o crescimento de atividades econômicas dinâmicas.

Por via dessas necessidades básicas que encontramos quando observamos a dinâmica da ocupação econômica é que a utilização da ótica de Cadeias Produtivas demonstra maior assertividade em relação a outros esquemas de análise. A proposta de desenvolvimento econômico do território é a integração da região via aspectos de mercado, de modo a inserir todos os municípios numa perspectiva de crescimento, aproveitando o crescimento dos municípios maiores, incentivando esse crescimento e, ao mesmo tempo, possibilitar que os demais municípios ganhem com esse processo. A região cresce e esse processo é espraiado para todos.

Dentro da hierarquia que se estabelecem nos territórios, as regiões são consolidadas no decorrer do processo de desenvolvimento do mercado. Dessa

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maneira se consolidam as regiões polos e o seu entorno, assim como as regiões periféricas. Quando um município ou região estruturaliza vantagens competitivas antes dos outros municípios ou regiões dentro do mesmo território, ela potencializa ser uma condição de cidade/região polo.

Essas vantagens competitivas podem ser naturais ou podem ser advindas do pioneirismo da produção industrial de um bem específico, sendo que as vantagens competitivas naturais representam possibilidades maiores. Mas, em geral, dentro de um território, as vantagens naturais serão compartilhadas por mais de um município. Já as vantagens advindas através da precursão da industrialização de um determinado bem também trazem vantagens competitivas e pode atrair conjuntamente uma série de serviços e atividades encadeadas.

Como regra, geralmente vai atrair a produção de insumos básicos, setor de transportes, centros de pesquisa e desenvolvimento básicos, serviços especializados para atender ao processo de industrialização desse bem inicial e a comercialização de máquinas que podem ser utilizadas em atividades diversas para o restante da região. Assim, a estruturalização inicial de uma vantagem competitiva (através da instalação pioneira de uma indústria, por exemplo) acaba por fixar nesta mesma localidade uma maior diversidade das atividades econômicas. Como resultado tem-se uma concentração de renda e população, o que gera a demanda por uma série de serviços básicos: educação, saúde, telecomunicações e etc.. Logo, em poucos municípios polos, tem-se uma concentração de renda que surge da concentração da população e da produção.

Nesse processo, as demais regiões do território ficam subordinadas à produção de matérias-primas rurais e de baixa agregação de valor, voltadas as demandas dos municípios polos. Isto é, conforme vai se estruturando polos nas regiões e estes vão se consolidando em centros diversificados (polos urbanos), algumas atividades acabam se deslocando para os municípios do entorno. Esse processo é conhecido como satelitização em volta dos municípios polos.

Essa satelitização ocorre via ao processo de amadurecimento da economia dos municípios polos. Conforme ocorre o amadurecimento dessas economias, tem-se o deslocamento de algumas atividades para os municípios periféricos. Estem-se deslocamento pode por diversos motivos: elevação de custos de manter um negócio na cidade polo, crescimento dos custos imobiliários; deslocamento de mão de obra

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para os municípios periféricos e/ou atração de mão de obra para os municípios periféricos, mas que visam trabalhar nos municípios polos.

O processo de desenvolvimento dos municípios satelitizados ocorre através da integração desses municípios à lógica de mercado dos municípios maiores. É o processo de integração de mercados periféricos a mercados maiores e já consolidados. Esse processo se realiza de forma desigual resultando numa desigualdade entre territórios – o processo aqui denominado de hierarquização de territórios.

Pensando no recorte analítico de Cadeias Produtivas tem-se, como regra, nesse processo de hierarquização de territórios, um processo de especialização para os municípios periféricos, especialmente em atividades em que estes terão maior vantagem sobre os polos (preço de terra mais baixo; menores custos de produção; maior disponibilidade de mão de obra e etc.).

A periferia, ao se inserir via ótica de mercado ao processo de desenvolvimento de um território, irá se especializar, necessariamente, na atividade agropecuária. Assim, numa cadeia de transformação ligada à Proteína Animal, por exemplo, tem-se nos municípios periféricos a produção de grãos e pecuária. Nos municípios polos tem-se a transformação dos grãos em ração e o abate pecuário. O processo de comercialização é realizado através das cidades polos, onde geralmente estão localizadas as indústrias chaves que processam essa transformação da Proteína Animal.

O processo de satelitização de uma região gera desigualdade por conta dos diferentes níveis produção, emprego e renda. De modo a mitigar essas diferenças, um processo de desenvolvimento includente deveria induzir o crescimento dessas atividades de modo que aproveitasse a especialização da periferia com intuito que se partisse dessa especialização para uma diversificação desses municípios no longo prazo. Mesmo que não se diversifique, estes municípios deveriam ter maior renda e qualidade de vida.

Dinâmica Territorial

Como poderia ocorrer esse processo de integração da periferia ao mercado? Podemos começar analisando a forma como é constituída a renda existente no território. A renda gerada num território será gerada via relações de mercado de um

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dado território e os demais territórios (seja outras regiões, outros Estados ou Países). Para municípios periféricos com integração econômica, sua renda é gerada pela ligação de mercado com o polo, isto é, provém das transações econômicas com o polo, em geral matérias-primas (agropecuária sem muito beneficiamento).

Cidades polos terão suas rendas dessas mesmas relações de troca com a periferia, mas, principalmente, tendo relações de mercado com demais regiões. Se a lógica de mercado entre polo e periferia é referente à subordinação da periferia no fornecimento de matérias-primas pouco beneficiadas, cabe ao polo (concentrador de renda, serviços e produção) estabelecer relações de mercado com demais regiões do mesmo país ou de outros países. Ao mesmo tempo, as relações econômicas do polo com a periferia ocorrem no fornecimento de bens e serviços básicos por parte do polo. E a própria periferia fornece pequeno conjunto de serviços para si mesma.

O que determina esse processo é a separação de dois tipos de renda: a renda primária e a secundária. A renda primária é definida como aquela advinda da venda da produção de um território para outras regiões, seja no mesmo país ou exterior (demanda externa ao território). A renda secundária é definida como aquela derivada do ingresso dessa renda primária. A renda gerada por uma demanda externa (exportações para demais regiões) absorve renda interna aos territórios criando demanda para um conjunto de atividades voltadas ao atendimento de demandas de consumo locais (comércio, serviços e produção de bens de consumo básico local). Quanto maior a capacidade de absorção (retenção) de renda interna originada da venda de produtos a regiões externas, maior a capacidade de multiplicação das atividades voltadas ao atendimento das demandas de consumo locais.

Na dinâmica que acontece em um território, um processo de desenvolvimento includente seria aquele que possibilitasse a inserção de municípios periféricos e de integração periférica a uma lógica de mercado que o propiciasse sair de uma atividade econômica especializada (como a agropecuária) para um sistema diversificado. Desse modo, quais seriam as condições para sair da especialização para uma diversificação, isto é, sair de uma condição periférica (ou de integração periférica) para diversificação produtiva e com autonomia crescente? A resposta exige uma distinção entre os tipos de Cadeias Produtivas existentes num dado território, sua hierarquização e priorização. Essas distinções vão permitir a formulação de um plano para o desenvolvimento destas.

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Tipologias de Cadeias Produtivas e dinâmica econômica de um Território

A condição básica para um processo de autonomia crescente de uma região (ou mesmo de um município), na direção de uma economia diversificada, dependerá basicamente dos elos de uma Cadeia Produtiva desenvolvidos nessa região. Quantos mais internalizados os elos de uma cadeia dentro de uma região periférica, maiores as chances desse processo ocorrer. Em síntese, o padrão de encadeamento de uma cadeia pode ser determinante para o Desenvolvimento de um território. Para entender melhor, fazemos uma segmentação das atividades em “propulsivas” (de exportação para fora do território) e “multiplicativas” (voltadas ao mercado interno desse território).

ATIVIDADES PROPULSIVAS

Geradas a partir da renda primária, são aquela auferida da venda da produção ou serviços de um território para outras regiões, seja no mesmo país ou exterior – demanda externa ao território. Podem ser de três tipos.

“X propulsiva”

Aquelas atividades voltadas à produção de bens exportáveis. Bens transportáveis, bens gerados na agropecuária e nas diversas indústrias (exceto construção civil e saneamento) são classificadas como “X Propulsivas”.

“TrS propulsiva”

As atividades que são mobilizadas através do deslocamento dos usuários de serviços são classificadas como “TrS propulsivas”. O símbolo “TrS” busca resgatar o fato desta renda advir de TRansferências privadas associadas a aquisição de Serviços no TeRritório por TuRistaS (vale dizer, por não domiciliados).

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“G propulsiva”

Atividades da administração pública ou empresa de governo Estadual ou Federal que se instala em um município, atraindo quantidade expressiva de renda e salários. Seu poder propulsivo é mais limitado em relação às anteriores e a capacidade de intervenção da economia local nessa atividade é bem mais limitada.

ATIVIDADES MULTIPLICATIVAS

São as que respondem a demandas derivadas dos rendimentos primários, oriundos de atividades de exportação, atividades de atendimento a não domiciliados (“turistas”) ou atividades sustentadas por dispêndios governamentais. São de dois tipos.

“C Reflexas”

Aquelas voltadas prioritariamente (ou exclusivamente) ao atendimento das demandas do consumidor local, denominado aqui por Consumo Reflexas ou “C reflexas”.

“G Reflexas”

Aquelas voltadas ao atendimento de demandas dos mais distintos agentes sediados localmente, sejam eles consumidores, empresas ou órgãos governamentais – que denominamos Genérico Reflexas ou “G reflexas”.

ATIVIDADES MISTAS

Existem atividades “mistas” que atendem tanto a demandas de não domiciliados (sendo, portanto, propulsivas), quanto a demandas locais reflexas (em particular, ao consumidor local). Um exemplo típico deste tipo de atividade é a educação técnica e superior privada. Ela se volta tanto ao atendimento das demandas do consumidor domiciliado no território (C reflexa), quanto ao atendimento de demandas do “turista de serviços semipermanente” (TrS Propulsiva).

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Da mesma forma, bares e restaurantes atendem tanto aos domiciliados quanto aos diversos tipos de turista.

O valor das atividades mistas será tanto maior quanto mais integradas verticalmente no território forem às cadeias ofertantes de bens e serviços de função dinâmica mista, e, por oposição, será tanto menor quanto maior for o vazamento de renda para fora via importação de insumos e aquisição de serviços no “exterior”.

TRANSFORMANDO O TERRITÓRIO

O primeiro passo consiste em entender como uma região opera em termos da dinâmica econômica. Quais os tipos de Polos existem? Quais suas relações com suas respectivas periferias? Quais Cadeias Produtivas estão ali entrelaçadas? Entendendo essas relações, é um bom começo para transformar um território.

Do ponto de vista do Planejamento de uma Economia Regional, é essencial saber quais são as cadeias produtivas no qual esta região é especializada para, a partir daí, intervir nessas cadeias com intenção de fortalecê-las. Como uma economia regional sempre gira em torno de umas poucas cadeias, é essencial fortalecê-las, pois, quando esta entra em crise, toda a economia regional desaba.

Para identificar as Cadeias e as relações entre os municípios, analisamos as atividades aos quais esses municípios são especializados. Dessa forma, se pode vislumbrar potencial de diversificação dessas atividades e prospectar os caminhos para uma economia mais autônoma. Após identificação das especializações, devem-se elencar os municípios polos e suas funções e, assim, identificar a situação dos municípios ao redor e o papel da periferia e da integração periférica.

Ao observar um município, se sua maior especialização2 se encontra no setor de serviços, temos uma indicação clara de que este é um município polo. E isto porque a função universal dos polos é o fornecimento de serviços relativamente sofisticados de saúde (hospitais de alta resolutividade), de educação (ensino universitário e técnico), comerciais (centros comerciais diversificados), de consultoria

2 Metodologicamente, PAIVA (2012) utiliza o QL – Quociente Locacional como proxy para a especialização. Quanto maior a magnitude do QL para uma atividade, maior a

especialização do município naquela atividade. Ao verificar essas atividades e “enquadra-las” em Macro setores, tem-se a formação das Cadeias Produtivas no qual o

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(contábil, jurídica, assistência técnica em geral), e de cultura, lazer e turismo (música, teatro, cinema, gastronomia, etc.) a uma população maior do que a dos domiciliados.

Uma vez identificado o caráter de polo, é preciso identificar se ele é um polo rigorosamente regional – vale dizer: que atende demandas de moradores de municípios do entorno – ou se ele é um polo sem região – caso em que sua especialização em serviço se deve ao atendimento de demandas de moradores de regiões significativamente distantes, e que se dirigem ao território foco de análise como turistas de lazer ou de negócios.

Mais uma vez, esta distinção terá como veículo a análise da especialização dos municípios. No caso dos polos sem região, sua especialização de serviços eventuais (hotelaria, aluguel de veículos, prostituição, etc.) tendem a ser mais expressivos do que especialização de serviços permanentes (educação universitária, revendas de veículo automotor, consultorias empresariais, etc.), que caracterizam os polos propriamente regionais.

Definido os polos, é possível detectar quais são as atividades e/ou cadeias propulsivas do território. Elas serão as atividades de exportação (especialização elevada) do território tomado como um todo (incluindo o polo e os municípios polarizados).

O próximo passo é determinar o conjunto de municípios que comungam da mesma função produtiva – vale dizer: da(s) mesma(s) especialização(ões) agropecuária(s) e/ou agroindustrial (is)– e se articulam ao mesmo polo. Finalmente, é preciso projetar a dinâmica deste sistema, com vistas a determinar as “janelas de oportunidade” que se abrirão à frente no processo de desenvolvimento da cadeia e as chances do município vir a aproveitar estas oportunidades para complexificar/diversificar sua economia e ganhar maior autonomia e potencial de crescimento.

Planejamento do Desenvolvimento Econômico

Apresentamos duas funções dinâmicas elementares: a propulsiva e a multiplicativa. Cabe, agora, analisar detalhadamente este sistema apresentando e diferenciando os padrões de propulsão e multiplicação. Essa análise é relevante para a análise econômica, porque, em primeiro lugar, revela a especialização efetiva

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(por trás da aparente diversidade) dos territórios, permitindo a identificação das atividades responsáveis pela geração (e posterior multiplicação) da renda básica.

Em segundo lugar, porque permite a hierarquização destas cadeias em termos de seu poder de geração de emprego e renda em todos os elos instalados no território, por oposição à geração de emprego e renda apenas no elo central mais evidente. E em terceiro lugar, porque as políticas públicas de enfrentamento dos obstáculos – ou “gargalos” - do crescimento regional tendem a ser muito mais eficazes quando incidem sobre cadeias do que sobre atividades não encadeadas.

As atividades de exportação com maior capacidade propulsiva de longo prazo são aquelas que tendem à integração vertical no próprio território, assumindo a forma de cadeias produtivas relativamente longas cujos elos estão associados aos mais diversos setores (atividades classificadas por critérios de similaridade técnica).

Até porque ele é central para a determinação e hierarquização dos programas de ação que conformam uma estratégia de Planejamento do Desenvolvimento Regional.

Não existem atividades X propulsivas que não estejam integradas a alguma cadeia3. Afinal, o que define uma atividade como ‘X propulsiva’ é que ela produz um bem que se volta ao atendimento de um mercado externo.

Porém, a capacidade propulsiva de cada atividade encadeada será maior quanto maior for o número de agentes que auferem rendimento sem eu interior e que: 1) trabalham no território, adotam-no por domicílio e despendem seus rendimentos no mesmo; 2) adquirem bens e serviços produzidos no mesmo ou, pelo menos, ofertados pelas firmas comerciais locais.

Quando uma região demanda bens não padronizados (estandardizados), mas peculiares (em função das especificidades dos padrões de consumo e/ou técnico-produtivos do território), é mais provável que um fornecedor local alcance entender e

3 O que significa dizer que, além de produzido, este bem terá que ser transportado;

envolvendo a solidariedade de (pelo menos) duas atividades num mesmo sistema: produção e transporte. Além disso, não se pode produzir coisa alguma sem a aquisição de insumos. E, num sistema mercantil, a produção volta-se à venda. O que se introduz mais dois elos na cadeia de produção: o comércio atacadista e/ou varejista de insumos e produtos finais. Por fim, mesmo que o beneficiamento exigido para o transporte do produto primário seja o mais elementar – a mera secagem de grãos, por exemplo – emerge um elo industrial na nossa (já não mais atividade, mas) cadeia propulsiva. Em suma: por menor e mais simples que ela seja, toda a atividade ‘X propulsiva’ constitui uma cadeia em torno de si.

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atender estas demandas com mais competência do que um fornecedor externo, o que estimula o desenvolvimento de elos locais nas cadeias produtivas.

Poucos municípios apresentam um sistema produtivo tão especializado que não contam sequer com uma panificadora, uma clínica médica, uma clínica odontológica ou uma escola de ensino fundamental. Por quê? Porque as barreiras à entrada nestes setores são mínimas, os custos de transporte eficiente de pães frescos, alunos da escola fundamental, consultórios médicos e dentários são elevadíssimos, e a espera pelo fornecimento de serviços emergenciais (como os de saúde, por exemplo) são extremamente elevados. Estes serviços são, portanto, ubíquos: tendem a se fazer presentes nas mais diversas localidades. E esta tendência à ubiquidade tem dois lados: dado que são raros os territórios que não contam com, pelo menos, uma panificadora, dificilmente uma região produtora de trigo será exportadora de pães.

No outro extremo do leque de possibilidades, existem bens e serviços cuja produção é circunscrita a um número restrito de firmas e territórios. O ingresso nestes setores produtivos é limitado por barreiras à entrada particularmente elevadas.

Assim, mesmo periferias que apresentam grande dinamismo e que demandam volumes elevados deste tipo de bem dificilmente alcançam internalizar no território plantas industriais produtoras do mesmo. As poucas e grandes plantas que produzem insumos e equipamentos com tais características normalmente são instaladas nas periferias industriais dos polos urbanos de primeira ordem e/ou nos distritos industriais de centros logísticos multimodais (via de regra, articulados a um grande porto marítimo), e distribuem sua produção através da complexa e abrangente rede logística que serve aos polos sem região ou de região difusa.

Entre os dois extremos – atividades ubíquas (tais como panificadoras, clínicas médicas de baixa resolutividade, farmácias, postos de gasolina, mecânicas de automóveis, etc.) e atividades esparsas e concentradas em polos sem região ou de região difusa (tais como refinarias de petróleo, montadoras de automóveis, siderúrgicas, grandes centrais hidrelétricas, etc.) - existem inúmeras atividades cuja escala mínima de operação é relativamente elevada (de sorte que dependem de uma demanda expressiva para serem economicamente viáveis), mas cujas barreiras à entrada, sem serem desprezíveis, tampouco são intransponíveis, admitindo o ingresso de empresas novas e que ainda não percorreram toda a curva de

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aprendizagem associada ao learning by doing. Estas são as atividades que podem ser internalizadas na periferia e que, ao fazê-lo, definem a peculiaridade competitiva e a trajetória de diversificação das regiões emergentes.

Ora, pergunta-se: qual (ou quais) atividade(s) apresenta(m) uma demanda suficientemente elevada num território periférico para estimular a instalação de uma planta fornecedora com as características acima? A resposta é: aquela(s) atividade(s) na(s) qual(is) o território periférico é especializado; as atividades X propulsivas.

A trajetória de diversificação industrial de menor custo por unidade de benefício é aquela que se volta ao atendimento de demandas locais: 1) expressivas em volume; 2) essenciais para a reprodução do demandante (vale dizer: qualquer descontinuidade de oferta impõe custos elevadíssimos ao comprador); 3) cujos custos de importação são elevados (seja em função do transporte, seja por risco de sazonalidade, seja por instabilidade de preços e/ou câmbio e/ou disponibilidade de divisas, seja em função de peculiaridades de transação, adequação e manutenção de equipamentos, etc.).

Cadeias produtivas que insomem fundamentalmente produtos oriundos destes setores industriais dificilmente passarão por processos de integração vertical do conjunto de seus elos num único território. E isto porque as indústrias de processo contínuo minimizam seus custos ao instalarem plantas capazes de atender à demanda dos mais diversos territórios nos entornos dos polos de primeira grandeza (de região difusa) ou daqueles polos sem região que contam com abrangentes sistemas logísticos multimodais.

Vimos afirmando que a identificação e hierarquização das cadeias produtivas X propulsivas de um dado território é o ponto de partida necessário de todo e qualquer planejamento do seu desenvolvimento. E, tal como apontamos repetidas vezes, o primeiro critério de hierarquização das cadeias é o volume global – direto e indireto – de emprego gerado no território e o volume global da renda – direta e indireta – gerada, apropriada e despendida no território.

Agora, contudo, um novo elemento de hierarquização emerge. Para além da integração atual das distintas cadeias, é preciso levar em consideração a integração potencial das mesmas. E o potencial de integração no futuro está baseado em dois fatores: 1) nos tipos de insumos e de equipamentos demandados pelas atividades nucleares das cadeias em processo de desenvolvimento nos distintos territórios; e 2)

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nas perspectivas de mercado para os bens produzidos no elo central da cadeia em implantação.

Quanto maior a demanda projetada no futuro sobre os elos centrais, maiores as escalas de produção e maiores as chances de atração de investimentos voltados ao fornecimento de insumos e equipamentos a montante e de investimentos voltados ao beneficiamento à jusante. E quanto mais expressivas forem as demandas de insumos e equipamentos industriais manufaturados (por oposição a insumos produzidos em processo contínuo) e quanto maior for a depressão dos custos de transporte dos bens processados (por oposição aos custos de transporte dos mesmos bens in natura) maiores serão as chances da diferenciação produtiva regional se realizar através da integração vertical de uma única (ou de poucas) cadeias produtivas básicas.

Lógica para Intervenção no Território

O primeiro passo de qualquer estratégia de planejamento é avaliar o grau de “integrabilidade” das atividades e cadeias “X propulsivas”. Uma avaliação que tem como ponto de partida: 1) mapear o potencial e os obstáculos à integração das mesmas; 2) análise da estrutura final de cadeias similares que tenham atingido sua maturidade em outros territórios (sejam eles do mesmo país ou do exterior). O objetivo desta análise é avaliar se os obstáculos interpostos à integração são estruturais e intransponíveis ou circunstanciais e passíveis de superação. Simultaneamente, é preciso avaliar se as principais cadeias propulsivas do território desenvolveram elos secundários capazes de automatização e qual o potencial de integrabilidade das mesmas. Uma vez identificadas as cadeias com grande potencial de mercado, que tendem à integração e que estimulam a emergência de elos secundários geradores de novas cadeias, devem ser mapeados os obstáculos ao seu pleno desenvolvimento no território e definidas as políticas necessárias e suficientes para a superação daqueles obstáculos.

No caso do território-foco ser um município polo altamente dependente da demanda externa (seja o “externo”, o restante da região, seja um território difuso do entorno ou, mesmo, todo o território nacional) sobre sua rede serviços, a estratégia fundamental de crescimento é tríplice: 1) avaliar as vantagens e desvantagens competitivas do polo sob análise frente aqueles municípios que concorrem na função

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de polarização e definir as políticas eficientes para a alavancagem das vantagens e depressão das desvantagens; 2) ampliar o leque de serviços oferecidos aos não domiciliados, com vistas a explorar as sinergias inerentes às distintas demandas “turísticas” sobre os serviços do polo; e 3) estreitar suas conexões com o entorno através da integração à sua estrutura produtiva de sistemas de beneficiamento e assistência técnica às atividades-cadeias X propulsivas dos municípios e territórios satelitizados.

Por fim, é fundamental que os polos estejam atentos para sua relação de dependência vis-à-vis as demandas oriundas de suas periferias e busquem contribuir com reflexões e propostas de política econômica voltada ao enfrentamento dos obstáculos atuais e potenciais para o crescimento das atividades e cadeias “X propulsivas” do entorno.

No caso do território foco ser um município ou região polarizada (ou, se preferir satelitizada) a estratégia é dúplice. Em primeiro lugar – tal como nos referimos acima – é preciso avaliar o potencial e os obstáculos ao desenvolvimento de suas cadeias propulsivas e desenvolver políticas de diversificação produtiva quando necessário. Mas, igualmente importante, é a busca de minimização da evasão de recursos em direção ao(s) polo(s) via implantação no próprio território-foco de um sistema básico (mas eficiente e qualificado) de prestação de serviços. Em particular, é da maior importância qualificar o comércio local e os sistemas públicos básicos de educação e saúde. A centralidade do comércio se encontra no fato deste ser o principal “dreno” de rendimentos internos para fora dos territórios satelitizados. E as carências nos sistemas de saúde e educação básica contribuem para ampliar este dreno, pois o cidadão que se vê obrigado a se deslocar em direção ao polo para usufruir de serviços públicos básicos via de regra tende a diluir seus custos de deslocamento aproveitando a oportunidade para usufruir das vantagens de preço e diversificação de centros comerciais maiores. Além disso, o controle local sobre a educação básica (e, se possível, técnica) permite compatibilizar os sistemas educacionais com as necessidades específicas de qualificação da mão de obra local para as necessidades do território.

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DEMOGRÁFICO E HABITACIONAL

Este capítulo apresenta as principais informações populacionais da região de abrangência do Oeste do Paraná, apresentando uma caracterização da evolução da população censitária (urbana e rural gênero, faixa etária), ocupação domiciliar, renda por domicílios, densidade demográfica, população em idade ativa, cidades mais populosas e com a maior variação populacional, unidades atendidas de água e esgoto e homicídios dolosos.

Conforme a tabela 01, tendo como base o Censo Demográfico de 1980 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento apresentou um crescimento da sua população total de 12,03% em 2010. Contudo, observa-se que tal crescimento foi alavancado pelo aumento de 27,21% da população urbana e uma diminuição de 25,11% da população rural no mesmo período.

Destarte, esta evolução demonstra uma reconfiguração do território, passando por um processo de urbanização, em parte, decorrente dos desmembramentos municipais na região Oeste paranaense, ocorrido a partir da segunda metade do século XX e que perdurou até 1997. O crescimento da população e a fragmentação dos municípios na região resultou na variação do grau de urbanização de 50,14% em 1980 para 84,59% em 2010.

Tabela 1: População Total, Urbana e Rural para a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010.

População Total - Urbana e Rural Crescimento combase em 1980

A B C

Ano Urbana Rural Total A/C B/C A B C

1980 511.271 508.337 1.019.608 50,14% 49,86% * * *

1991 762.914 311.904 1.074.818 70,98% 29,02% 49,22% -38,64% 5,41% 2000 970.531 233.596 1.204.127 80,60% 19,40% 27,21% -25,11% 12,03% 2010 1.088.027 198.144 1.286.171 84,59% 15,41% 12,11% -15,18% 6,81% Fonte: IPARDES.

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A reconfiguração das características da região também ocorreu na proporcionalidade entre homens e mulheres, retratada na tabela 2. No ano de 1980 a população total era de 1.019.608 pessoas, sendo cerca de 50,93% da população composta por homens e 49,07% de mulheres. Esta representatividade de homens manteve-se até os anos 1990, contudo a partir do ano 2000 o Censo Demográfico do IBGE apresenta uma inversão de proporcionalidade.

O percentual de crescimento da população feminina, com base em 1980, foi constantemente superior ao da população masculina, de maneira que no Censo de 2010 a população da região do Programa Oeste em Desenvolvimento passa a ser composta por uma população de 654.091 mulheres e 632.080 homens.

Tabela 2: População segundo gênero para a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010.

Gênero

Participação Crescimento com base em1980

A B C

ANO Homens Mulheres Total A/C B/C A B

1980 519.297 500.311 1.019.608 50,93% 49,07% * *

1991 538.147 536.671 1.074.818 50,07% 49,93% 3,63% 7,27% 2000 597.968 606.159 1.204.127 49,66% 50,34% 11,12% 12,95% 2010 632.080 654.091 1.286.171 49,14% 50,86% 5,70% 7,91% Fonte: IPARDES.

Ainda relacionado a caracterização populacional do território, a tabela 3 apresenta a estratificação da população total da região em seis faixas etárias: (A) 0 a 9 anos, (B) 10 a 19 anos, (C) 20 a 34 anos, (D) 35 a 54 anos, (E) 55 a 69 anos, (F) 70 a 79 anos e (G) 80 anos em diante. Segundo os dados extraídos dos últimos quatro Censos Demográficos realizados, a dinâmica de crescimento da população entre os anos de 1980 a 2010 aponta uma diminuição da participação relativa das faixas etárias A, B e C sobre a população total. Entretanto, as faixas etárias D, E, F e G no mesmo período apresentou um crescimento da participação relativa.

A faixa etária que apresentou a maior queda foi (A) 0 a 9 anos, com uma variação média de -4,73% entre os anos, extraídos dos Censos Demográficos, sendo que sua participação na população total passou de 28,44% no ano de 1980 para 14,25% em 2010. Em contrapartida, os mesmos dados apontam que a faixa etária (D) 35 a 54 anos obteve o maior crescimento, com variação média de 3,83%

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no período. Isto resultou no aumento da representatividade da faixa etária (D) de 15,99% em 1980 para 27,49% em 2010.

Tabela 3: Participação da população segundo faixa etária para a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010.

Participação das faixas etárias na População Total Ano

A B C D E F G

População Total 0 a 9 anos 10 a 19anos 20 a 34anos 35 a 54anos 55 a 69anos 70 a 79anos e ou mais80 anos

1980 28,44% 26,20% 23,79% 15,99% 4,36% 0,95% 0,20% 1.019.608 1991 23,13% 22,36% 27,06% 19,32% 6,11% 1,58% 0,45% 1.074.818 2000 19,62% 20,38% 25,84% 23,42% 7,84% 2,18% 0,72% 1.204.127 2010 14,25% 18,21% 24,81% 27,49% 10,74% 3,28% 1,21% 1.286.171 Fonte: IPARDES. Habitação

O número de domicílios da região Oeste segundo dados do IPARDES era de 372.023 no ano 2000, composto por 80,48% domicílios na área urbana e 19,52% rural. Mas, como apresentado anteriormente, a região passou por um processo de urbanização e no Censo de 2010 constatou que dos 453.164 domicílios, 84,23% urbano e 15,77% rural.

Estabelecendo um comparativo entre os dados do ano 2000 e 2010, houve um crescimento de 27,50% da participação de domicílios urbanos e uma redução de 1,63% dos rurais na região. Com relação a ocupação dos domicílios particulares permanentes, a tabela 4 demonstra o detalhamento referente a ocupação com (A) até duas pessoas, (B) três pessoas, (C) quatro pessoas e (D) acima de quatro pessoas

Esta distribuição da população indica certo equilíbrio entre os quatro grupos no ano 2000, variando a participação relativa entre 20% a 28%. De acordo com os dados, no ano 2010 há uma alteração nesse equilíbrio com o crescimento da representatividade dos grupos A, B e C de 32,66%, 31,73% e 23,47% respectivamente e redução para 12,14% do grupo D.

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Tabela 4: Ocupação dos Domicílios Particulares Permanentes na Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento – Famílias (2000 a 2010).

Até duas

pessoas Três pessoas pessoasQuatro

Acima de quatro

pessoas Total

Ano A B C D E A/E B/E C/E D/E

2000 99.064 91.238 87.775 72.109 350.186 28,29 26,05 25,07 20,59 2010 124.787 121.246 89.685 46.408 382.124 32,66 31,73 23,47 12,14 Fonte: IPARDES.

Tendo como base o salário-mínimo de R$ 151,00 em 2000 e R$ 510,00 em 2010, e considerando somente os domicílios particulares permanentes, a tabela 5 apresenta a renda mensal dos domicílios da região. Com as informações fornecidas pelo IPARDES, nota-se que a faixa de rendimento mensal domiciliar teve um grande aumento de participação foi de 1 a 3 salários-mínimos, esta faixa cresceu aproximadamente 63,66% entre os anos 2000 e 2010.

Tabela 5: Renda por Domicílios Particulares Permanentes na Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento (2000 e 2010).

Ano Sem renda Até 01 S.M. 01 a 03S.M. 03 a 10S.M. Acima de 10S.M. Total

2000 10.114 30.293 100.302 137.702 51.368 329.779

2010 10.868 38.856 157.558 164.979 36.846 409.107

Fonte: IPARDES.

A tabela a seguir apresenta os 10 municípios com a maior densidade demográfica (Hab/Km²) na região de abrangência do POD em 2015. Os dados coletados no IPARDES apontam que o município mais povoado é Foz do Iguaçu, com cerca de 432,28 habitantes por Km² destacando-se da densidade demográfica das demais cidades elencadas na tabela, que varia de 47,67 a 149,55 habitantes por Km² em 2015.

Tabela 6: Os 10 municípios com maior densidade demográfica (hab/km²) na região do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Município 2012 2013 2014 2015 ∆% (2012-2015)

Foz do Iguaçu 419,07 431,83 432,06 432,28 3,15%

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Medianeira 130,46 135,77 136,92 138,04 5,81%

Toledo 102,20 107,16 108,71 110,19 7,82%

Santa Terezinha de Itaipu 79,31 82,72 83,57 84,38 6,39%

Marechal Cândido Rondon 63,74 66,52 67,22 67,90 6,53%

Cafelândia 55,96 59,00 60,11 61,18 9,33%

Guaíra 54,52 56,59 56,95 57,29 5,08%

Capitão Leônidas Marques 54,79 56,72 56,96 57,20 4,40%

Palotina 44,99 46,85 47,27 47,67 5,96%

Densidade demográfica na região do

POD 41,23 42,67 42,85 43,03 4,36%

Fonte: IPARDES.

A tabela 7 apresenta a evolução da quantidade da população, conforme a População em Idade Ativa (PIA) e População Economicamente Ativa (PEA). Os dados fornecidos pelo IPARDES e coletados pelo IBGE, demonstra que entre os anos de 2010 e 2014 houve um crescimento de 13,90% na PIA e 19,04% na PEA.

Tabela 7: Evolução do número da população ocupada, em idade ativa e economicamente ativa na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 1991 a 2010.

Ano PopulaçãoOcupada -Rural População Ocupada -Urbana População Censitária PIA (10 anos e mais) PEA (10 anos e mais) População Ocupada 1991 - - 1.074.818 825.595 447.106 -2000 108.713 410.461 1.204.127 968.054 596.353 519.173 2010 114.483 560.636 1.286.171 1.102.589 709.901 675.115 Crescimento (∆%) ∆% (2010-2014) 5,31% 36,59% 6,81% 13,90% 19,04% 30,04% Fonte: IPARDES.

A análise das características dos domicílios da região do Programa Oeste em Desenvolvimento, tabela a seguir, apresenta os dados disponibilizados pelo Censo Demográfico do IBGE para 2000 e 2010. As informações abrangem os Domicílios Particulares Permanentes de acordo com a classificação: Próprio, Alugado, Cedido ou Outra Condição.

Destarte, durante o período de 2000 a 2010 observa-se o grande crescimento na quantidade de domicílios alugados, com uma variação de 67,57%. Esta classe de domiciliar foi a única que obteve um aumento acima do crescimento da total de domicílios particulares permanentes de 24,05%. Todavia, a quantidade de domicílios

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próprios continua predominando, com uma representatividade de 68,33% dos 279.539 domicílios particulares da região.

Tabela 8: Número de domicílios na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2000 a 2010.

Característica do domicílio 2000 2010 ∆%(2000-2010)

Domicílios Particulares Permanentes - Total 329.784 409.110 24,05% Domicílios Particulares Permanentes - Próprio 235.679 279.539 18,61% Domicílios Particulares Permanentes - Alugado 52.291 87.624 67,57% Domicílios Particulares Permanentes - Cedido 38.120 39.527 3,69% Domicílios Particulares Permanentes - Outra Condição 3.694 2.420 -34,49% Fonte: IPARDES.

Segundo os dados do Censo 2010, a população da total da região do POD representa cerca de 12,31% da população estadual. E, conforme a tabela 9 os 10 municípios mais populosos são Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Assis Chateaubriand, Guaíra, Quedas do Iguaçu, Palotina e São Miguel do Iguaçu.

A população da região do POD em 2010 era composta por cerca de 84,59% urbana e 15,41% rural, sendo que os municípios com uma concentração acima de 90% de população urbana são respectivamente Foz do Iguaçu, Cascavel, Guaíra e Toledo. As cidades de São Miguel do Iguaçu e Quedas do Iguaçu apresentam a maior participação de população rural na região, com 36,03% e 31,43% proporcionalmente.

Tabela 9: As 10 cidades mais populosas da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2010.

Município Censitária UrbanaPopulação Censitária RuralPopulação Censitária TotalPopulação

Cascavel 270.049 16.156 286.205

Foz do Iguaçu 253.962 2.126 256.088

Toledo 108.259 11.054 119.313

Marechal Cândido Rondon 39.147 7.672 46.819

Medianeira 37.390 4.427 41.817

Assis Chateaubriand 29.013 4.012 33.025

Guaíra 28.206 2.498 30.704

Quedas do Iguaçu 20.987 9.618 30.605

Palotina 24.646 4.037 28.683

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População da região do

POD 1.088.027 198.144 1.286.171

Fonte: IPARDES.

A tabela a seguir apresenta os cinco municípios com a maior variação populacional positiva e negativa entre os anos de 2000 e 2010, conforme os dados censitários. As cidades com variação positiva apresentaram crescimento da população urbana seguido pela diminuição populacional rural, com exceção de Itaipulândia e Pato Bragado que tiveram um aumento em ambas as populações.

Porém, os municípios Brasilândia do Sul, Guaraniaçu e Formosa do Oeste tiveram variação negativa da população total, urbana e rural. Sendo que, apesar a queda da população total entre 2000 e 2010, as cidades de Campo Bonito e Lindoeste obtiveram um crescimento de 1,33% e 0,01% da população urbana.

Tabela 10: Os 5 municípios com maior variação populacional no ano de 2010.

Município Populacional -Rural (%) Populacional - Urbana (%) Populacional - Total(%) ∆% Positiva Itaipulândia 3,36 2,35 2,82 Cafelândia -1,13 3,74 2,78 Toledo -1,05 2,34 1,97 Pato Bragado 0,7 2,48 1,76 Entre Rios do Oeste -0,4 2,87 1,67 ∆% Negativa Brasilândia do Sul -3,84 -0,82 -1,9 Guaraniaçu -2,88 -0,4 -1,64 Campo Bonito -4,41 1,33 -1,5 Formosa do Oeste -3,64 -0,12 -1,48 Lindoeste -2,52 0,01 -1,48 Fonte: IPARDES.

No estado do Paraná o serviço de água e esgoto é fornecido pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), fundada em 1951, é a principal responsável pela expansão e manutenção da infraestrutura de saneamento básico. Os dados fornecidos pelo IPARDES sobre o número de unidades atendidas com água e esgoto apontam que entre 2010 e 2014 houve uma evolução na quantidade atendida.

Em 2014, aproximadamente 408.442 residências foram atendidas, a tabela a seguir apresenta o panorama para os anos de 2010 a 2014.

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Tabela 11: Evolução no número de unidades atendidas com água e esgoto na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Tipo de Unidade 2010 2011 2012 2013 2014 ∆% (2010-2014) Unidades Atendidas Residenciais 358.657 369.066 385.090 400.274 408.442 13,88% Unidades Atendidas Comerciais 30.304 31.371 32.221 33.951 35.218 16,22% Unidades Atendidas Industriais 1.367 1.468 1.559 1.677 1.742 27,43% Unidades Atendidas na Utilidade

Pública 2.739 2.838 2.905 2.979 3.030 10,62%

Unidades Atendidas no Poder Público 3.101 3.244 3.372 3.455 3.540 14,16% Fonte: IPARDES.

Tabela 12: Os 10 municípios com maior número de vítimas de homicídio doloso na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Município 2012 2013 2014 ∆%(2012-2014) Foz do Iguaçu 165 119 90 -45,45% Cascavel 148 95 77 -47,97% Guaíra 29 20 18 -37,93% Medianeira 10 12 14 40,00% Toledo 27 19 14 -48,15% Santa Helena 20 12 10 -50,00% Ubiratã 7 4 10 42,86%

Marechal Cândido Rondon 9 7 9 0,00%

Capitão Leônidas Marques 3 1 6 100,00%

Matelândia 8 6 6 -25,00%

Fonte: IPARDES.

PANORAMA SOCIAL

Na Tabela 13 observa-se que a região Oeste apresenta um aumento na oferta de docentes, que conforme os dados de 2007, era de 28.582 e atingiu 34.228 docentes em 2013. A esfera administrativa segmenta os docentes em Rede Federal, Rede Estadual, Rede Municipal e Rede Particular.

Tabela 13: Número de docentes por esfera administrativa na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Esfera Administrativa 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Docentes - Rede Federal 44 50 65 79 71 112 107

Docentes - Rede Estadual 5.854 6.334 6.611 6.903 6.982 7.087 7.144 Docentes - Rede Municipal 6.014 6.119 6.214 6.273 6.643 6.948 7.006 Docentes - Rede Particular 2.829 2.831 2.790 2.830 2.939 3.198 3.373 Total de docentes 28.582 29.679 30.332 31.188 32.292 33.595 34.228 Fonte: IPARDES.

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Tabela 14 são apresentadas as informações referentes a oferta da Educação Básica na região do POD. Segundo os dados do Ministério da Educação (MEC), a região possuía 1.152 estabelecimentos em 2010 e 1.194 estabelecimentos de Educação Básica em 2014. Vale esclarecer que a tabela a seguir considera a oferta de etapas de Educação Básica, sendo que um estabelecimento pode ofertar mais de uma etapa simultaneamente.

Tabela 14: Evolução da oferta de Educação Básica nos estabelecimentos de ensino na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Etapas da Educação Básica 2010 2011 2012 2013 2014 2010-2014

Com Creche 307 319 331 331 347 13,03%

Pré-Escolar 534 564 564 586 583 9,18%

Fundamental 801 798 797 792 789 -1,50%

Médio 266 271 277 280 280 5,26%

Com Educação Profissional Técnica 46 44 46 50 53 15,22% Com Educação de Jovens e Adultos 101 98 99 97 91 -9,90% Fonte: IPARDES.

A tabela a seguir apresenta o número de professores que atuam nas etapas da Educação Básica, considerando que o profissional pode atuar em mais de uma etapa. Destarte, a região de abrangência do POD possui 17.607 professores no ano de 2014, que atuam nas etapas do Ensino Básico, representando um crescimento de 16,58% com base em 2010.

Tabela 15: Evolução do número de docentes por função na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Funções Docentes 2010 2011 2012 2013 2014 ∆% (2010-2014) Ensino Médio 5.145 5.319 5.408 5.225 5.440 5,73% Educação Infantil 3.084 3.484 3.769 3.773 4.412 43,06% Educação Profissional 529 635 639 734 843 59,36% Creche 1.578 1.917 2.192 2.137 2.490 57,79% Ensino Fundamental 9.889 9.975 10.082 10.193 10.565 6,84% Pré-Escola 1.571 1.664 1.674 1.771 2.103 33,86% Fonte: IPARDES.

O Ideb foi criado pelo Inep em 2007, em uma escala de zero a dez, considerando metas bienais o indicador combina informações de desempenho em exames padronizados (Prova Brasil ou Saeb) – obtido pelos estudantes ao final das etapas de ensino (4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio)

Referências

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