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Nome: Fernanda Zeitoune Matrícula: 1211975
Curso: Arquitetura e Urbanismo País: Espanha
A Universidade
A Universidade é privada. Possui uma excelente infraestrutura com sala de estudos, biblioteca, refeitórios, impressoras 3d, máquinas à laser, computadores com softwares adequados ao curso de arquitetura e etc. O campus é muito completo. A Universidade possui, ainda, uma grande área de esporte, com quadras poliesportivas, piscinas de natação, academia, etc., que pode ser usada por todos os alunos, através de uma taxa.
Todas as aulas são ministradas em inglês ou em espanhol, em turmas diferentes. Não é necessário, assim, dominar a língua espanhola, por isso, atrai muitos alunos internacionais, de intercâmbio ou que fazem o curso completo. A Universidade oferece, também, aulas pagas de línguas estrangeiras ou espanhola.
Os primeiros dias de aula foram todos dedicados à integração dos alunos intercambistas, chamada “welcome week”. A Universidade divide os alunos em dois grupos, os que falam inglês e os que falam espanhol, para dinâmicas de integração em horários diferentes. Neste momento fiquei um pouco perdida por falar ambas as línguas. Os alunos que não falavam espanhol faziam um teste de nivelamento, que não precisei fazer. Assim, passei a manhã com o grupo hispânico e, posteriormente, juntei-me ao grupo de inglês. Neste último, fiquei mais à vontade, pois faziam dinâmicas para que os alunos se conhecessem. Além disso, tivemos aulas de cultura espanhola, em espanhol.
As aulas tinham poucos alunos, tendo assim, grande proximidade com os professores. Estes sempre foram muito atenciosos, compreensivos e dispostos a ajudar.
O ponto negativo da Universidade é a distância da cidade de Madri. A Universidade possui dois campus. A Faculdade de Arquitetura se localiza em um “Pueblo”, chamado “Vila Viciosa de Odon”. O transporte de Madri é muito eficiente. O ônibus 518, único que vai para a Universidade, sai da Estação Principe Pio. O percurso leva em torno de 35 a 40 minutos.
Maquete do campus
O Curso de Arquitetura
O curso é dividido em trimestres. Fiz intercâmbio no primeiro semestre, portanto cursei na Espanha dois trimestres. Optei por fazer as disciplinas dos primeiros três meses ministradas em inglês e as do segundo em espanhol, o que foi uma experiência muito boa. Percebi que as aulas ministradas em espanhol tinham uma carga de trabalho e rigidez maior.
Não tive dificuldade com o nível das aulas ou dos exercícios. Como regra, na arquitetura, não se tem aulas nas quartas-feiras, quando é marcada uma atividade externa. Assim, em aulas como História da Arte e Arquitetura, frequentemente, íamos à Museus como Prado, Reina Sofia, Caixa Forum. Tínhamos aula sobre Picasso, em frente ao Guernica, por exemplo.
Além destas atividades fora da sala de aula, tive a oportunidade de participar de viagens de estudo. Fui ao Porto, em Portugal pagando, apenas, 60 euros, com hospedagem, transporte e museus incluído. Foi uma experiencia extraordinária, pois tínhamos visitas guiadas a edifícios de arquitetos como Alvaro Siza, Eduardo Souto de Moura e Rem Koolhaans.
Viagem de estudo ao Porto
Onde morar
Existe a possibilidade de morar no campus da Universidade em quartos individuais ou para duas pessoas. Mas, para quem prefere morar na cidade é recomendável que se more próximo às linhas de metrô 6, 10 e Ramal Ópera.
Eu morei, inicialmente, no centro da cidade de Madri, na Calle Atocha, metrô Anton Martin. Uma área muito turística, onde se faz tudo a pé. Tem muitos serviços, linhas de metrô diversas, museus e parques, tudo muito perto. Contudo, não era prático ir para a Universidade, uma vez que, a única linha de ônibus que vai à Universidade sai da Estação Principe Pio, para chegar a esta estação eu tinha que pegar duas linhas de metrô. Assim, muitas vezes, preferia ir até à Estação Príncipe Pio de bicicleta elétrica pública ou cercanias (trem).
Depois mudei-me para o bairro Moncloa, que fica há duas estações da Príncipe Pio, o que facilitou o trajeto até a minha Universidade. Moncloa fica cerca de 15 minutos de metrô da Estação Sol (mais central de Madri) e fica próximo a Universidad Complutense de Madri, por isso é um local onde vive muitos jovens, tem muitos serviços, mercados, vários pontos de metrô e parques próximos.
Em suma, para quem estuda na Universidad Europea de Madri, eu recomendaria morar nas regiões: Opera, Centro, Malasaña, Moncloa, Salamanca, Argueres e Plaza de España.
A Vida em Madri
Madri é uma cidade cheia de vida, as pessoas ficam nas ruas até tarde. Tem festas, literalmente, todos os dias da semana. A cidade recebe muitos erasmus, nome dado aos estudantes de intercâmbio europeus, além de muitos hispânicos e, por isso, se faz amigos de todas as partes do mundo.
Para atender esse público, tem várias agências, como a “City Life Madri” e “Be Madri”, que auxiliam os estudantes internacionais a encontrarem um apartamento, oferecem planos de telefonia mais barato, organizam viagens e festas. Contudo, todas essas viagens são feitas de ônibus, inclusive para lugares mais distantes como Marrocos e Ibiza.
A sesta, pausa no trabalho depois do almoço, tradicional da cultura espanhola, não é muito comum no centro de Madri. Contudo, nos bairros mais residenciais, ainda é muito comum e ocorre das 14 às 17 horas, mais ou menos. Uma alternativa para fazer compras nesses horários são os “chinos”, lojinhas que vendem de tudo e são encontradas por toda a cidade. Estas funcionam não só na sesta, mas, também, na madrugada.
Custo de Vida
A Espanha é um país razoavelmente barato. O meu custo de vida em Madri girava em torno de 800 a 1.000 euros por mês. O maior gasto era com habitação. É muito comum jovens morarem em pisos compartidos, que são apartamentos em que se aluga um quarto e se divide as partes comuns, como banheiro e cozinha. No centro, um quarto pode ser alugado de 350 euros (muitas vezes, sem janela) à 650 euros. Por comodidade, muitas pessoas alugam os apartamentos com agências, como a “City Life Madri”, “Erasmus Flat Madri”, “Fotocasa”, mas paga-se uma taxa de serviço. Para quem fala espanhol, uma opção mais econômica é procurar em sites como “Idealista”, “Easypiso” e grupos no facebook, onde o contrato é firmado diretamente com o proprietário.
Quando morei no centro, dividi apartamento com um amigo brasileiro, onde cada um tinha sua suíte e dividíamos sala e copa cozinha. Custava 550 euros, para cada um, mais custos com luz, água, gás e etc. Depois, em
Moncloa, morei em um piso compartido, com mais cinco pessoas, de diversos países. Meu quarto era pequeno, com janela e custava 340 euros por mês, com todos as taxas incluídas, o que era muito mais barato que a média.
O transporte público é muito eficiente, confortável e barato. Pessoas com até 26 anos, podem fazer o cartão de transporte chamado abono joven, que custa 20 euros mensais. Tem descontos para planos anuais. Há, ainda, um cartão que permite usar as bicicletas elétricas públicas e, também, dá desconto para quem já possui o abono joven.
Muitos museus têm suas entradas de graça, para estudantes ou em determinado dia da semana. Existem bares lowcost por toda a cidade, como o famoso “100 Montaditos”, que tem o seu cardápio todo há 1 euro nas quartas-feiras e domingos. Além, dos tradicionais bares espanhóis, onde se pede uma cerveja e servem tapas.
Viagens
Viajar na Europa é muito fácil pela proximidade e boa conexão de transporte entre os países. Pode ser muito barato, também, devido as conhecidas companhias lowcost, que possuem diversos destinos por menos de 50 euros, além das opções de viajar de ônibus, trem, alugar um carro e blablacar.
A grande novidade, para mim, foi o couchsurfing, que é um conceito de viagem onde você se hospeda na casa de alguém. Além de ser de graça, possibilita conhecer pessoas novas e ter companhia durante as viagens. Retribui-se com hospedagens em sua casa, também. Em função do programa Ciência sem Fronteiras, muitos brasileiros estavam na europa, e tinha um grupo de couch no facebook para estes alunos. Este grupo na rede social era muito útil não só para conseguir hospedagem e companhia durante as viagens, mas também, para tirar dúvidas e ajudar as pessoas em casos de terrorismo, por exemplo, como aconteceu recentemente em Bruxelas.
