DEPARTAMENTO DE COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO TERMOS DE REFERÊNCIA FUNÇÃO:

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DEPARTAMENTO DE COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

TERMOS DE REFERÊNCIA

FUNÇÃO: Assessor Pedagógico de Literatura

LOCALIZAÇÃO: Maputo Cidade, Província de Maputo e Bilene, Moçambique

DURAÇÃO: 19 meses (fevereiro/março de 2020 a 31/08/2021)

CONTEXTO

A Fundação Fé e Cooperação (FEC),instituição com estatuto de utilidade pública, é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), reconhecida pelo Ministério Português dos Negócios Estrangeiros e pela União Europeia (UE). Conta com financiamentos da Cooperação Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian e de organismos internacionais, como União Europeia, UNICEF, CAFOD, Misereor, Kindermissionswerk, entre outros.

A FEC foi criada pela Igreja Católica em 1990. Atua em Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal, apoiando ainda projetos noutros países lusófonos. Nestes países, pauta-se pela missão de "promover o desenvolvimento humano integral através da cooperação e solidariedade entre pessoas, comunidades e Igrejas".

No Plano Estratégico 2017-2021, a FEC defende uma abordagem holística e integrada das suas ações, visando o desenvolvimento sustentável. A sua concretização passa por três eixos estratégicos de transformação social: 1) Educação, Conhecimento e Competências; 2) Boa Governação e Advocacia e 3) Cidadania Global e Desenvolvimento Sustentável. Esta função insere-se na ação do eixo Boa Governação e Advocacia.

Em Moçambique, desde 2012, a FEC definiu como sectores prioritários de atuação a educação e a

capacitação institucional, colaborando com diferentes estruturas públicas moçambicanas ao nível

central e provincial, como com a Universidade Católica de Moçambique, Universidade Pedagógica, Arquidiocese de Maputo, Dioceses do Niassa, com a Associação Juvenil Khandlelo, Associação Salesianos na cidade de Maputo, Associação Mozarte.

O Projeto Raízes e Cultur@ - Empreendedorismo cultural e reforço da identidade e cultura moçambicana tem como objetivo geral promover o desenvolvimento socioeconómico através de uma sociedade mais justa, inclusiva e tolerante, e como objetivo específico fortalecer o contributo das cidadãs e cidadãos, das Organizações da Sociedade Civil (OSC) e das Autarquias Locais (AL) ao processo de desenvolvimento local, boa governação e promoção dos Direitos Humanos e da democracia. Este projeto resulta da parceria entre FEC, Associação Khandlelo, Mozarte, Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME), Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO), Área Transversal de Economia Social da Universidade Católica Portuguesa (ATES – UCP) e conta com o apoio da União Europeia e do Camões Instituto de Cooperação e da Língua.

Neste projeto estão a ser desenvolvidas ferramentas pedagógicas para a comunidade escolar (500 alunos de Educação de Infância; 18.000 alunos do Ensino Básico e 430 professores de 25 escolas públicas e comunitárias) em atividades de promoção da leitura e da escrita com recurso a Baús

Pedagógicos (com jogos, brinquedos e outros materiais que permitem o desenvolvimento da criança)

e Livrotecas Móveis (equipadas com vários livros para a faixa etária do pré-escolar e ensino básico e com jogos dinamizadores da literacia e numeracia).

2 com o apoio É igualmente parte integrante deste projeto um Concurso Literário Nacional de contos infantis para crianças entre os 10 e 15 anos e adultos, seguindo temas de Paz, Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, Género, Necessidades Educativas Especiais, Direitos da Criança e Educação Cívica.

OBJETIVO GERAL DA FUNÇÃO

O

Assessor Pedagógico de Literatura

é responsável por conceber e ministrar formações a agentes educativos para a capacitação em dinamização de baús pedagógicos e livrotecas móveis, bem como animação da leitura e criação de histórias em escolas de educação de infância e do ensino básico. Esta função contempla ainda a realização e implementação de uma estratégia para potenciar a ligação escola e comunidade para que de futuro as atividades possam continuar a decorrer sem apoios externos. Preveem-se igualmente atividades de promoção da cultura e da coesão e identidade moçambicana.

ÂMBITO DA FUNÇÃO

O Assessor Pedagógico de Literatura deve:

- Colaborar em articulação com o gestor de projeto na edição e publicação de um livro nos formatos impresso, e-book e áudio, com contos infantis selecionados no âmbito do Concurso Nacional de contos previsto nas atividades do projeto;

- Participar na adaptação do livro de contos infantis ao formato teatro em articulação com o gestor de projeto e parceiros, nomeadamente na adaptação do texto e da encenação;

- Dinamizar leituras e atividades relacionadas com o livro de contos infantis em 25 escolas e em 8 eventos culturais;

- Capacitar 250 agentes educativos em livrotecas móveis de 10 escolas de educação de infância e 15 de ensino básico, num total de cerca de 500 horas de formação, em:

- Animação de leitura – 7 horas - Criação de histórias – 7 horas - Proteção da criança – 6 horas

- Capacitar 100 agentes educativos para a dinamização de baús pedagógicos de acordo com as 4 áreas de desenvolvimento que os caracterizam (jogos; leitura/biblioteca; expressões e casinha/faz de conta) de 10 escolas de Educação de Infância em:

- Princípios Pedagógicos

- Áreas e Ambiente de Aprendizagem

- Comunidade Educativa – o papel da família e da comunidade no desenvolvimento da criança. A formação deve recorrer, nomeadamente, aos contos do Concurso Literário e deve incluir os temas centrais da Ação e da Cidadania e Direitos Humanos, boa governança, democracia, paz, necessidades educativas especiais, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, preservação e transmissão da herança cultural, fortalecimento da identidade coletiva e memória comum;

- Realizar tutoria à distância e presencialmente incluindo visitas de supervisão trimestral em cada uma das 25 escolas para analisar o progresso pedagógico;

- Colaborar em articulação com o gestor de projeto e parceiros na definição e implementação de um plano que vise potenciar a ligação das 25 escolas do projeto com a comunidade envolvente,

3 com o apoio nomeadamente através de ateliers para crianças e professores sobre artesanato, literatura, pintura e jogos tradicionais, num total de 50 atividades da cultura moçambicana.

- Enquanto formador é responsável pela supervisão pedagógica e pela qualidade técnica/metodológica da intervenção no âmbito das componentes formativas referidas acima, com o supervisionamento do Gestor de Projeto.

POSIÇÃO NA ORGANIZAÇÃO

Reporta ao Gestor do Projeto.

- Coordena e supervisiona os grupos de formandos em ações de formação desenvolvidas no âmbito do projeto para educadores do ensino de educação de infância e ensino básico, sob orientação do Gestor de Projeto.

DEVERES & RESPONSABILIDADES

A) Assessoria técnica à implementação da estratégia e à conceção de programas de formação e de intervenção;

 Implementa atempadamente as atividades no âmbito da Formação em Livrotecas Móveis e

Baús Pedagógicos e garante a sua qualidade técnica e pedagógica;

 Sob orientação do Gestor de Projeto, elabora a conceção dos referenciais de formação, dos calendários mensais e anuais de formação dirigidos aos agentes educativos;

 Implementa 25 sessões de dinamização de leitura do Livro de Contos Infantis nas 25 escolas selecionadas para o projeto e em 8 eventos a definir no distrito de Maputo;

 Em articulação com o Gestor de Projeto, apoia a conceção dos instrumentos necessários à realização das atividades, ao levantamento de necessidades, à recolha de dados e outra informação solicitada e à monitorização e avaliação dos indicadores do projeto;

 Elabora documentos formativos (materiais de apoio à formação, suportes teóricos) e operacionais relativos à Formação, sob coordenação do Gestor de Projeto.

B) Gestão técnico-pedagógica

 Planeia, submete e executa o programa de formação definido no plano de projeto, a agentes educativos;

 Ministra a formação de livrotecas móveis e baús pedagógicos para agentes educativos, de acordo com o cronograma definido no projeto;

 Organiza os Dossiers Técnicos e Pedagógicos das formações, em formato físico e digital de acordo com modelo FEC a entregar pelo Gestor de Projeto.

C) Desenvolvimento administrativo-financeiro da intervenção

 Elabora e implementa, após aprovação, os calendários de atividades na cidade de Maputo e na escola selecionada de Bilene, respeitando a coerência global da intervenção;

 Organiza e apresenta mensalmente relatórios/pontos de situação e cronogramas de atividades de acordo com os modelos estabelecidos.

4 com o apoio

D) Comunicação e imagem

 Tira, cataloga e arquiva fotografias sobre a intervenção de acordo com as regras estabelecidas pela FEC e financiadores do projeto.

E) Monitorização e avaliação da intervenção

 Participa ativamente, recolhendo e tratando dados, para a avaliação inicial e final do projeto, sob orientação do Gestor de Projeto;

 Avalia a progressão na aprendizagem realizada pelos formandos, com avaliações iniciais e finais.

 Realiza visitas trimestrais de supervisão a cada uma das escolas onde, através de uma grelha de observação analisa o progresso pedagógico e serão, em conjunto com os agentes educativos, estabelecidas metas e objetivos para o trimestre seguinte.

F) Relatórios e Produtos

 Referenciais de formação e suportes de formação - antes do início de cada ação de formação – em animação da leitura, criação de histórias e proteção da criança;

 Roteiros de leitura e exploração dos livros que compõem os Baús Pedagógicos e as livrotecas, por níveis de ensino (EI e EB) para orientar os professores na dinamização dos livros e demais materiais (antes do início do calendário das formações);

 Dossiers Técnicos e Pedagógicos (versão impressa e digital) entregues - 15 dias após o final de cada formação;

 Relatório mensal de atividade exercida no âmbito das suas funções com evidências tais como atas de reuniões e listas de presença;

 Grelhas de observação para análise do progresso pedagógico dos agentes educativos;  Guiões para os agentes educativos das escolas de educação de infância, para sua utilização

pedagógica com as crianças (antes do início do calendário das formações);

 Documentação em imagem e vídeo das atividades realizadas e de acordo com a política de proteção de dados definida pela FEC;

 Plano de apresentações públicas do livro de contos infantis das 33 atividades esperadas e respetivo relatório final.

G) Metas esperadas

 250 agentes educativos de educação de infância e ensino básico formados em animação de leitura e criação de histórias, com avaliação positiva;

 100 agentes educativos de educação de infância formados em dinamização de baús pedagógicos, com avaliação positiva;

 50 atividades de promoção da cultura moçambicana nas 25 escolas;

 33 atividades de animação de leituras relacionadas com o livro de contos infantis em 25 escolas e em 8 eventos culturais.

ESPECIFICAÇÃO PESSOAL Aptidões

5 com o apoio  Vocação para o aperfeiçoamento constante;

 Capacidade de automotivação e autoaprendizagem;

 Criatividade e habilidade para trabalhar com recursos limitados;  Capacidade de gestão do tempo;

 Trabalhar em equipa.

Conhecimento

 Formação Superior em Educação Animação Sociocultural ou outras valências de ensino;  Especialização em Animação da Leitura (preferencial);

 Formação ou experiência em Animação de Leitura, em Criação de Histórias e em proteção da criança;

 Conhecimento de literatura infanto-juvenil destinada a crianças do ensino pré-escolar e ensino básico;

 Domínio das ferramentas Microsoft Office;  Domínio da Língua Portuguesa falada e escrita;

 Conhecimento da realidade educativa em Moçambique (preferencial).

Experiência

 Experiência de trabalho no sector da educação e da formação;

 Experiência como contador de histórias, animação sociocultural ou animação sociocomunitária;  Experiência de trabalho em formação de adultos;

 Experiência em gestão da formação (preferencial);

 Experiência de trabalho na área da educação de infância e ensino básico.

Compromisso

 Compromisso com a luta contra a pobreza;

 Compromisso com a capacitação das instituições, baseada no respeito mútuo e na parceria;  Compromisso com a filosofia de trabalho e identidade da FEC, nomeadamente a Doutrina Social

da Igreja e o respeito pelo direito e valores internacionais que estão subjacentes à Declaração Universal dos Direitos do Homem e outros congéneres.

TERMOS & CONDIÇÕES

 Local de trabalho – escritório da FEC em Maputo;

 Horário a definir de acordo com conveniência numa alocação diária prevista de 8 horas;  Não estão previstas viagens internacionais e ajudas de custo para alojamento em Maputo;  Residente em Maputo (prioritário).

Estes termos de referência (TdR) têm valor indicativo. Os TdR procuram apenas delinear as condições e responsabilidades chave da função, que, como o projeto, estão sujeitas a evolução. A avaliação anual por parte do CPP_MOÇ passará em revista os TdR e poderá igualmente resultar na sua modificação. A renovação da função é condicionada pela avaliação de desempenho e pela continuidade dos projetos.