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PROJETO DE LEI. A CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DO ESTADO DO PARANÁ, aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei: TÍTULO I

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PROJETO

DE

LEI

Dispõe sobre a Proteção do Patrimônio Cultural do Município de Curitiba, cria o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, institui o Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural - FUNPAC e dá outras providências.

A CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DO ESTADO DO PARANÁ, aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I

DO PATRIMÔNIO CULTURAL CAPÍTULO I

DA PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO CULTURAL

Art. 1o A proteção do patrimônio cultural do Município de Curitiba é dever de todos, cabendo a Administração Pública promover sua proteção especial através das medidas de preservação previstas nesta lei e nos demais instrumentos legais e normativos.

Art. 2o O Patrimônio Cultural do Município de Curitiba é constituído pelo conjunto de bens de natureza material e imaterial, públicos ou privados, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade, cuja preservação e proteção seja de interesse público, compreendendo, dentre outros:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, arquitetônico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

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Art. 3o Caberá a Fundação Cultural de Curitiba - FCC a gestão do Patrimônio Cultural de

Curitiba, exceto quanto ao patrimônio cultural edificado, cuja gestão caberá ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – IPPUC.

CAPÍTULO II

DOS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO CULTURAL Art. 4o São instrumentos de proteção ao patrimônio cultural do Município de Curitiba, sem prejuízo a outras formas de acautelamento:

I - o inventário; II - o tombamento; III - o registro; IV - a vigilância.

Art. 5º Serão mantidos pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural os seguintes livros de inscrição do patrimônio cultural do Município de Curitiba, os quais poderão adotar a forma eletrônica:

I - Livro do Tombamento do Patrimônio Edificado e Paisagem Urbana;

II – Livro do Tombamento do Patrimônio Documental, Artístico e Arqueológico; III – Arquivo de Inventário do Patrimônio Documental, Artístico e Arqueológico; IV – Arquivo de Inventário do Patrimônio Edificado e Paisagem Urbana;

V – Livro do Registro do Patrimônio Imaterial.

Parágrafo único. O responsável pela guarda dos Livros deverá conservá-los e garantir a inviolabilidade das suas informações.

Seção I Do Inventário

Art. 6o O inventário é um ato administrativo que declara a representatividade e o

significado social de um bem e consiste na identificação, descrição e registro das características e particularidades de um bem considerado individualmente ou em conjunto, seja móvel ou imóvel, público ou privado, pertencente à pessoa física ou jurídica, adotando-se, para tanto, critérios técnicos fundamentados, dentre outros, na sua relevância histórica, artística, arquitetônica, sociológica, paisagística e antropológica.

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Art. 7o Os bens inventariados não poderão sofrer intervenção, restauração, reparação ou

adequação sem prévia autorização da Administração Pública Municipal nem poderão, ainda, serem descaracterizados, mutilados, demolidos ou destruídos, sendo dever do proprietário ou possuidor sua preservação e conservação, sob pena de multa e demais cominações legais.

Seção II DO TOMBAMENTO

Art. 8o O tombamento é um ato administrativo que declara a singularidade e excepcionalidade de um bem considerado individualmente ou em conjunto, seja móvel ou imóvel, público ou privado, pertencente à pessoa física ou jurídica, em razão do seu valor histórico, paisagístico, científico, cultural, artístico, turístico, arquitetônico ou ambiental, com instituição de um regime jurídico especial de propriedade como forma a garantir sua preservação e conservação.

Parágrafo único. Um bem para que possa ser tombado não precisa necessariamente se submeter a prévio procedimento administrativo de inventário.

Art. 9o Os bens tombados deverão ser conservados e preservados e em nenhuma hipótese poderão ser demolidos, destruídos ou mutilados pelo seu proprietário ou possuidor, devendo qualquer intervenção, restauração, reparação ou adequação ser previamente autorizada pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural ou pelas Câmaras Técnicas, conforme o caso, sob pena de multa e demais cominações legais.

Art. 10. Ao proprietário do bem tombado compete, dentre outros:

I - conservar e preservar o bem, mantendo suas características e qualidades;

II - realizar às suas custas as obras de conservação e reparação, quando necessárias; III- permitir a fiscalização exercida pela Administração Pública, facilitando o acesso ao bem e contribuindo para a adoção de medidas necessárias à execução da lei;

IV – adequar a destinação, aproveitamento e utilização do bem, visando à garantia de sua conservação.

Art. 11. O proprietário do bem tombado que não dispuser de recursos financeiros para realizar as obras necessárias à sua conservação e reparação, deverá comunicar o fato ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural por meio de requerimento escrito instruído, no mínimo, com os seguintes documentos:

I – relação das obras que precisam ser realizadas no bem, com orçamentos contendo a estimativa dos seus valores;

II – prova da sua condição de hipossuficiência econômica que impeça a realização imediata das obras;

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III – apresentação de plano de trabalho, com sugestão de realização das obras no prazo máximo de 12 meses.

Art. 12. Fica vedada a inclusão de obras de caráter urgente no plano de trabalho, devendo ser realizadas imediatamente pelo seu proprietário, ainda que alegue hipossuficiência econômica.

Art. 13. Para efeitos dessa lei entende-se por obras de caráter urgente aquelas que, quando não realizadas, exponham a risco ou perigo:

I - a estrutura do bem tombado, sua funcionalidade ou características; II - a vida, a integridade ou a saúde de pessoas;

III - a estrutura de imóvel vizinho, conforme o caso.

Art. 14. O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural analisará o requerimento, podendo indeferi-lo nas seguintes hipóteses, sem prejuízo à aplicação das sanções cabíveis:

I – ausência ou insuficiência dos documentos mínimos necessários à sua apreciação; II – ausência de comprovação da condição de hipossuficiência econômica que se mostre impeditiva a realização das obras;

III – má-fé do proprietário, com utilização indevida do requerimento para retardar, prejudicar ou suspender a prática de atos de fiscalização.

Parágrafo único. Não será conhecido o requerimento apresentado pelo proprietário que contemple no plano de trabalho obras cuja omissão na sua realização já tenham gerado a aplicação de qualquer espécie de sanção pela Administração Pública.

Art. 15. Deferido o requerimento, o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural fixará a relação dos serviços e o prazo em que deverão ser executadas pelo proprietário.

Parágrafo único. O prazo para execução das obras fixado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural começará a contar a partir da data da publicação de breve síntese do ato administrativo respectivo no Diário Oficial do Município de Curitiba.

Art. 16. O proprietário de bem imóvel deverá afixar placa informativa no local em que serão realizadas as obras, contendo informações sobre o plano de trabalho, conforme modelo definido pela Administração Pública.

Art. 17. Durante a execução das obras, os atos de fiscalização priorização a verificação, acompanhamento e cumprimento das etapas do plano de trabalho pelo proprietário.

Parágrafo único. A fiscalização das obras será compartilhada, cabendo a qualquer cidadão informar a Administração Pública o descumprimento do plano de trabalho pelo proprietário.

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Seção III Do Registro

Art. 18. O registro é um ato administrativo que tem por objetivo declarar um bem cultural de natureza imaterial como integrante do patrimônio cultural de Curitiba.

Art. 19. Poderão ser objeto de registro:

I – os saberes, como os conhecimentos e modos de fazer típicos de um grupo ou comunidade;

II - as celebrações, como festas, rituais e demais manifestações comemorativas coletivas; III - as formas de expressão, como manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas;

IV - os lugares, como mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas.

Seção IV Da Vigilância

Art. 20. A vigilância é o conjunto de atos, ações, medidas e providências praticadas pela Administração Pública de forma isolada ou integrada com outros órgãos, entidades ou instituições, públicas ou privadas, de qualquer esfera de governo, voltados à fiscalização do patrimônio cultural protegido, visando sua conservação e preservação.

Art. 21. A vigilância apresenta caráter subsidiário em relação aos demais instrumentos de proteção ao patrimônio cultural.

Parágrafo único. A subsidiariedade da vigilância não impede sua prática simultânea aos demais instrumentos de proteção ao patrimônio cultural e as medidas de acautelamento.

Art. 22. Para execução da vigilância, a Administração Pública poderá, sem prejuízo a outros meios legais, utilizar-se de recursos tecnológicos bem como a participação da comunidade para o monitoramento e proteção dos bens do patrimônio cultural, tais como implantação de alerta na indicação fiscal do imóvel, adoção de medidas fiscalizatórias e denúncias pelo cidadão por meio dos canais de comunicação mantidos pela municipalidade.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DEINVENTÁRIO, TOMBAMENTO E REGISTRO

Art. 23. O procedimento administrativo de inventário, registro ou tombamento poderá ser iniciado:

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I – voluntariamente, a pedido do proprietário do bem;

II – de ofício ou compulsoriamente, por ato da Administração Pública Municipal. III – a requerimento de qualquer interessado.

Art. 24. O requerimento será endereçado ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba e deverá ser instruído com documentação suficiente, que permita sua análise técnica pelo órgão competente.

Parágrafo único. Para fins de registro, entende-se por documentação suficiente o descritivo do bem imaterial que se pretende registrar, como referências documentais, bibliográficas, material sonoro e audiovisual que o caracterizem como sendo culturalmente relevante.

Art. 25. Recebido o requerimento, o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba o encaminhará a Fundação Cultural de Curitiba – FCC ou ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – IPPUC, conforme competência prevista no art. 3º desta lei, que analisará o pedido, proferindo parecer.

§ 1o O órgão ou entidade competente fará análise preliminar do procedimento

administrativo, verificando a presença da documentação suficiente.

§ 2o Caso necessário, poderão ser solicitados, junto aos demais órgãos, entidades ou instituições, públicas ou privadas, de qualquer esfera, novos estudos, pareceres, vistorias ou qualquer outra informação ou medida que julguem necessárias para melhor orientar a apreciação do pedido.

§ 3o O não conhecimento do pedido por ausência de documentação suficiente impede a instauração de um novo procedimento administrativo sob o mesmo fundamento, exceto se comprovado por aquele que instaura o novo procedimento que supriu a anterior ausência documental.

Art. 26. Recebido o parecer, o Conselho expedirá notificação ao proprietário do bem, por carta ou qualquer outro meio que assegure sua ciência, para que, querendo, se manifeste no prazo de 15 dias sobre o requerimento, contado da data do recebimento da notificação.

§ 1o Quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o proprietário ou ainda não ser possível determinar o titular ou eventuais interessados no procedimento protetivo, a notificação far-se-á por edital, publicado uma vez no Diário Oficial do Município de Curitiba e, pelo menos, duas vezes em jornal de grande circulação.

§ 2o Na citação por edital, o prazo de 15 dias para manifestação começa a contar a partir do primeiro dia útil seguinte ao da última publicação.

Art. 27. Quando o procedimento for instaurado pelo próprio proprietário do bem, será o pedido analisado de plano pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba, após parecer do IPPUC ou Fundação Cultural de Curitiba, conforme a competência, podendo realizar as diligências que entender necessárias antes de proferir a decisão.

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Art. 28. Em se tratando de tombamento, as restrições ou limitações administrativas próprias do regime de preservação passam a incidir sobre o bem:

I – no procedimento iniciado voluntariamente, pelo proprietário do bem, a partir da data do recebido do requerimento pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba;

II – nas demais situações, desde a data da expedição da notificação.

Art. 29. Apresentada a Impugnação ou decorrido seu prazo sem manifestação, o processo será encaminhado:

I – Em se tratando de inventário ou registro, ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba, que decidirá de forma motivada sobre o requerimento;

II – Em se tratando de pedido de tombamento, à Câmara Técnica competente, para deliberação, com posterior encaminhamento ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba, que decidirá de forma motivada sobre o requerimento.

Parágrafo único. A ausência de manifestação ou a concordância do proprietário não enseja o imediato deferimento do pedido.

Art. 30. O prazo para apreciação do pedido será de até 60 dias, contado da instauração do procedimento administrativo, podendo ser prorrogado por decisão motivada.

Art. 31. Na decisão do Conselho de Patrimônio Cultural que determinar quaisquer das medidas protetivas descritas nesta Lei, deverá constar:

I - descrição e documentação do bem;

II - fundamentação das características pelas quais o bem deve ser considerado como de relevante valor cultural;

III - definição e delimitação da preservação;

IV - as limitações impostas ao bem protegido, ao entorno e a paisagem, quando necessário;

V - no caso de tombamento de coleção de bens, relação das peças componentes da coleção e definição de medidas que garantam sua integridade.

Art. 32. Em caso de decisão favorável, o bem protegido será inscrito no Livro respectivo e incluído em arquivo, conforme o caso.

§ 1o Em se tratando de bem imóveis tombados, além da inscrição no Livro respectivo, será o bem declarado como “Unidade de Interesse de Preservação”, com encaminhamento para anotação, conforme o caso, ao Registro de Imóveis para os bens imóveis e ao Registro de Títulos e Documentos para os bens móveis, correndo por conta do Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural - FUNPAC as custas e despesas de registro.

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§ 2o Caso o FUNPAC não apresente recursos suficientes para arcar com as despesas de registro, estas serão arcadas pelo Município de Curitiba.

Art. 33. Na hipótese de indeferimento, ficará vedado o ingresso de novo requerimento pelo mesmo fundamento pelo prazo de 2 anos, contado da data da publicação da decisão de indeferimento no Diário Oficial do Município de Curitiba.

Parágrafo único. Se a decisão do Conselho de Patrimônio Cultural for pela impossibilidade de tombamento, imediatamente serão suspensas as limitações impostas no art. 28 dessa lei, sem qualquer direito a indenização.

Art. 34. Somente será admitida a renovação do requerimento antes do transcurso de 2 anos da decisão de indeferimento se:

I – houver prova de fato superveniente e relevante, que não constou no requerimento anterior analisado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural; ou

II - o novo requerimento for instaurado de ofício pela Administração Pública Municipal. Art. 35. O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba garantirá publicidade da decisão que aprecia o pedido, mediante publicação de breve síntese no Diário Oficial do Município de Curitiba.

CAPÍTULO IV DA FISCALIZAÇÃO

Art. 36. A fiscalização do patrimônio Cultural do Município de Curitiba dar-se-á:

I – ordinariamente, mediante inspeção periódica pela Administração Pública Municipal ou sempre que entender necessário;

II – extraordinariamente, quando houver denúncia formulada por qualquer cidadão. Parágrafo único. A denúncia formulada pelo cidadão poderá se dar pelos diversos canais de comunicação mantidos pela Administração Pública Municipal.

Art. 37. Compete a Fundação Cultural de Curitiba - FCC promover a fiscalização do Patrimônio Cultural de Curitiba.

§ 1o A fiscalização do patrimônio cultural edificado será compartilhada entre FCC, IPPUC e Secretaria Municipal do Urbanismo.

§ 2o Poderão ser celebrados convênios, contratos e parcerias entre os órgãos e entidades da administração pública para aprimoramento das ações fiscalizatórias do patrimônio cultural.

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TÍTULO II DAS PENALIDADES

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES COMUNS

Art. 38. O descumprimento de quaisquer das obrigações previstas nesta lei ensejará a aplicação de penalidades ao proprietário pela administração pública, sem prejuízo à adoção de outras medidas administrativas e judiciais que se fizerem necessárias.

Art. 39. Para efeito dessa lei, a multa pecuniária será fixada considerando o valor do bem protegido, da seguinte forma:

I – em se tratando de bem imóvel, percentual incidente sobre o valor venal do imóvel considerado pelo Município de Curitiba para o cálculo do ITBI;

II - em se tratando de bem móvel, percentual incidente sobre seu valor de mercado ou, quando de difícil ou impossível cotação, sobre o valor estimado do bem.

Art. 40. As penalidades serão aplicadas considerando os seguintes critérios, dentre outros:

I – a natureza da infração; II - a reincidência;

III – a extensão do dano ou a exposição a perigo do bem protegido;

IV – o comportamento do proprietário para a eclosão do evento tido como danoso ou potencialmente danoso;

V – O estado de conservação do bem após a prática do ato; VI – O valor econômico e cultural do bem protegido.

Art. 41 Considera-se reincidente o proprietário que comete nova infração, depois de publicada no Diário Oficial do Município de Curitiba a decisão administrativa que o tenha condenado por infração anterior.

Parágrafo único. Para efeito de reincidência, não prevalece a penalidade anterior se entre a data de publicação no Diário Oficial do Município de Curitiba da decisão administrativa que aplicou a penalidade anterior e a data em que verificada a prática da infração posterior tiver decorrido período de tempo igual ou superior a 5 anos.

Art. 42. Qualquer penalidade poderá ser aumentada até o triplo quando, em virtude da situação econômica do proprietário, se mostrar ineficaz, embora aplicada em seu percentual máximo.

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Art. 43. Ficará isento da penalidade ou terá reduzido em até 2/3 (dois terços) do seu valor, o proprietário que no prazo de Impugnação, cumulativamente:

I - comprovar que o evento que ensejou a lavratura do Auto de Infração se deu por caso fortuito, força maior ou culpa de terceiro;

II – apresentar plano de trabalho em que se compromete a promover a restauração, reparação, reforma ou reconstrução do bem protegido, conforme o caso, com prazo de conclusão de até 12 meses.

Art. 44. Sem prejuízo à aplicação de outras penalidades, a falta de conservação ou destruição de bem imóvel protegido acarretará ao seu proprietário, cumulativamente:

I – a obrigação de reconstruir e restaurar o bem protegido.

II - a revogação de eventual incentivo fiscal ou de potencial construtivo concedido em razão do caráter cultural do imóvel.

III - a obrigação de devolver os valores utilizados a título de potencial construtivo, acrescidos de multa de 50% (cinquenta por cento), juros de mora e correção monetária.

Parágrafo único. Na impossibilidade de reconstrução do bem preservado e sendo possível a realização de nova edificação, deverá obrigatoriamente, observar a área e o volume do imóvel destruído ou demolido, ou ainda, os parâmetros de zoneamento, observado sempre o que for mais restritivo, sem prejuízo da aplicação das sanções previstas nesta lei.

CAPÍTULO II

DAS PENALIDADES EM ESPÉCIE

Art. 45. Destruir, demolir, deteriorar ou mutilar bem protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial: Multa, de 50% (cinquenta por cento) a 80% (oitenta por cento) do valor do bem protegido.

Art. 46. Reformar, reparar, pintar, restaurar ou alterar o bem protegido, por qualquer forma, sem prévia autorização da Administração Pública Municipal ou em desacordo com a autorização concedida: Multa, de 20% (vinte por cento) a 70% (setenta por cento) do valor do bem protegido.

Art. 47. Deixar de realizar as obras de conservação, manutenção, prevenção e reparação do bem protegido: Multa, de 30% (trinta por cento) a 80% (oitenta por cento) do valor do bem protegido.

Art. 48. Deixar de observar quaisquer das normas ou regramentos estabelecidos para os bens da área de entorno: Multa, de 10% (dez por cento) a 50% (cinquenta por cento) do valor do bem protegido.

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Art. 49. Apresentar requerimento de plano de trabalho a que alude o art. 11 dessa lei com o fim de retardar, prejudicar ou suspender a prática de atos de fiscalização: Multa, de 60% (sessenta por cento) a 80% (oitenta por cento) do valor do bem protegido.

Art. 50. Construir em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ambiental, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da Administração Pública Municipal ou em desacordo com a autorização concedida: Multa, de 10% (dez por cento) a 50% (cinquenta por cento) do valor do bem protegido.

Art. 51. Retirar, mover ou deslocar bem móvel protegido para fora dos limites territoriais do Município de Curitiba, sem prévia autorização da Administração Pública Municipal: Multa, de 10% (dez por cento) a 50% (cinquenta por cento) do valor do bem protegido.

Art. 52. Deixar de comunicar ao órgão municipal competente o extravio, furto ou roubo de bem móvel protegido: Multa, de 10% (dez por cento) a 50% (cinquenta por cento) do valor do bem protegido.

Seção única

Do procedimento administrativo de aplicação de penalidade

Art. 53. Verificado o descumprimento a quaisquer das obrigações previstas nesta lei, será lavrado Auto de Infração que deverá conter, no mínimo, o seguinte:

I – nome e endereço do responsável pela prática do ato reputado como contrário a presente lei;

II - local em que a ocorrência se tiver verificado; IV - data da constatação da ocorrência;

V - descrição sucinta da ocorrência;

VI - capitulação da infração com indicação do dispositivo legal infringido, inclusive o valor da multa.

Art. 54. O Auto de infração será lavrado:

I – em se tratando de patrimônio cultural edificado, pela Secretaria Municipal do Urbanismo.

II – nos demais casos previstos nesta lei, pela FCC.

Art. 55. O proprietário do imóvel será citado para, querendo, apresentar Impugnação ao Auto de Infração, no prazo de 10 dias.

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Art. 56. Quando ignorado, incerto ou desconhecido o lugar em que se encontrar o proprietário, a citação far-se-á por edital, publicado uma vez no Diário Oficial do Município de Curitiba e uma vez em jornal de grande circulação.

Parágrafo único. Na citação por edital, o prazo de 10 dias para Impugnação começa a contar a partir do primeiro dia útil seguinte ao da última publicação.

Art. 57. A Impugnação será endereçada à Câmara Técnica, que o encaminhará ao órgão ou entidade da Administração Pública para parecer técnico.

§ 1o Em se tratando de Impugnação inerente ao patrimônio cultural edificado, será

proferido parecer técnico pelo IPPUC, que poderá solicitar informações a Secretaria Municipal do Urbanismo sobre a lavratura do Auto de Infração.

§ 2o A ausência de Impugnação não enseja a imediata declaração de subsistência do Auto de Infração.

Art. 58. Após o parecer técnico, será o procedimento encaminhando à Câmara Técnica para apreciação e julgamento.

Art. 59. Da decisão da Câmara Técnica que confirmar o Auto de Infração caberá recurso ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, no prazo de 10 dias.

Art. 60. Declarado subsistente o Auto de Infração, será o proprietário intimado a promover o recolhimento da multa aplicada no prazo de até 10 dias.

Parágrafo único. Não ocorrendo o pagamento da multa, deverá o processo administrativo ser encaminhado ao órgão competente da Procuradoria Geral do Município para inscrição na dívida ativa e cobrança judicial.

CAPÍTULO III

DOS INCENTIVOS A BENS IMÓVEIS

Art. 61. Os proprietários de imóveis declarados como de valor cultural poderão contar com os seguintes incentivos, sem prejuízo a outros previstos em leis e decretos, a fim de assegurar-lhes a sua conservação, preservação e manutenção:

I – redução de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU; II – enquadramento em leis de incentivo a cultura;

III – incentivos construtivos;

IV – parceria entre poder público e a iniciativa privada.

Parágrafo único. Nas parcerias entre o poder público e a iniciativa privada, o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba, poderá mediante decisão fundamentada e após consulta à Secretaria Municipal do Urbanismo excepcionar as condições para a implantação de elementos publicitários relacionados aos bens protegidos por esta Lei.

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Art. 62. O incentivo construtivo consistirá na autorização para ser edificada construção acima dos limites previstos pela legislação em vigor, mediante compromisso formal do proprietário do imóvel de valor cultural, histórico ou arquitetônico de preservá-lo, com a execução pelo proprietário do projeto de restauro e sua aprovação prévia pelo Poder Público Municipal.

Parágrafo único. O ato de formalização do compromisso será averbado à margem da matrícula do imóvel a ser preservado.

Art. 63. O incentivo construtivo será concedido preferencialmente para construção no próprio terreno em que se encontre edificado o imóvel de valor cultural, histórico ou arquitetônico desde que haja área remanescente e obedecidas as condições impostas pelo Conselho de Municipal de Patrimônio Cultural.

Parágrafo único. No caso de utilização do potencial construtivo no próprio lote onde está edificado o imóvel de valor cultural, mediante restauração integral do bem protegido, o poder público poderá, após ouvido o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, conceder ao proprietário aumento não oneroso de porte comercial ou residencial, desde que observado os parâmetros do zoneamento.

Art. 64. Não sendo possível a utilização total ou parcial do incentivo na forma do artigo anterior, poderá ser o mesmo transferido para outro imóvel, nos termos da legislação vigente.

Art. 65. O potencial concedido poderá ser restabelecido a cada 15 anos, condicionada a boa conservação ou mediante apresentação de alvará de restauro do imóvel de valor cultural, histórico ou arquitetônico, ouvido o Conselho de Municipal de Patrimônio Cultural.

Parágrafo único. O Poder Público Municipal regulamentará a forma e as condições para a concessão do benefício de incentivo construtivo.

Art. 66. O incentivo construtivo poderá ser transferido para outro imóvel na forma de acréscimo de coeficiente e de número de pavimentos e porte comercial, conforme regulamentação do chefe do poder executivo.

Art. 67. Uma vez formalizada a concessão do incentivo, responderá o proprietário do valor cultural, histórico ou arquitetônico pela sua conservação, sob pena das sanções previstas nesta lei.

Parágrafo único. Na hipótese de destruição ou demolição do imóvel sobre o qual foi concedido incentivo construtivo, o valor correspondente à metragem do potencial concedido deverá ser restituído ao Poder Público pelo valor vigente do potencial construtivo comercializado pelo Município à época da restituição, a ser calculado pela Secretaria Municipal do Urbanismo, sem prejuízo da aplicação das sanções previstas nesta Lei.

Art. 68. Para efeito de aprovação de projetos de intervenção em bens imóveis protegidos nos termos desta lei, junto ao Município de Curitiba, a área de construção do bem como sua área de projeção não serão computadas no cálculo de coeficiente de aproveitamento nem na taxa de ocupação.

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TÍTULO III

DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO CULTURAL CAPÍTULO I

DAS ATRIBUIÇÕES E COMPOSIÇÃO DO CONSELHO

Art. 69. Fica criado o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba, de caráter consultivo e deliberativo, com sede na Fundação Cultural de Curitiba, com as seguintes atribuições:

I – conhecer e deliberar sobre os pedidos de registro, inventário ou tombamento. II - acompanhar as políticas públicas relacionadas ao patrimônio cultural;

III - emitir pareceres, resoluções, recomendações e demais atos administrativos, consolidando entendimento técnico sobre matérias relacionadas à preservação e conservação do Patrimônio Cultural em consultas ou requerimentos submetidos à sua análise;

IV – solicitar a expedição de notificações, embargos ou outras medidas, judiciais ou administrativas, junto aos órgãos competentes;

V - promover a defesa, conservação e preservação do Patrimônio Cultural por intermédio de ações que objetivem a vigilância, o registro, o inventário e o tombamento de bens materiais ou imateriais;

VI – promover a integração junto a órgãos, entidades paraestatais e instituições, públicas ou privadas, de qualquer esfera de governo, nas ações, campanhas ou programas voltados à preservação e conservação do Patrimônio Cultural;

VII – requerer a fiscalização do Patrimônio Cultural junto aos órgãos competentes; VIII – organizar, manter, preservar e garantir a inviolabilidade dos arquivos, registros e informações mantidos sob sua guarda, em especial os livros de Registro e Tombamento e os arquivos de inventário;

IX – revisar, querendo, a cada 4 anos, a concessão de benefícios concedidos a bens culturais protegidos por esta Lei, recomendando sua continuidade ou cancelamento;

X – dar publicidade as suas decisões e deliberações;

XI – Realizar outros atos compatíveis com sua área de atuação;

XII – promover o repasse regular e mensal das receitas do FUNPAC ao IPPUC e FCC, na forma desta lei.

Art. 70. Além do seu Presidente, o Conselho será composto por 10 Conselheiros Titulares e respectivos Suplentes, representativos de diversos segmentos, da seguinte forma:

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I – 5 representantes do Poder Executivo Municipal, sendo: a) 1 titular e 1 suplente da Fundação Cultural de Curitiba;

b) 1 titular e 1 suplente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba; c) 1 titular e 1 suplente da Secretaria Municipal do Urbanismo;

d) 1 titular e 1suplente da Procuradoria Geral do Município. e) 1 titular e 1 suplente da Secretaria Municipal de Finanças.

II – 1 titular e 1 suplente do Poder Legislativo Municipal, indicado pelo Presidente da Câmara Municipal de Curitiba;

III – 1 titulares e um suplente Instituto Histórico e Geográfico do Paraná; VI – 1 titulares e um suplente do Conselho Municipal de Políticas Culturais;

VII – 1 titular e um suplente da comunidade acadêmica, vinculado ao ensino ou pesquisa, e docente de uma Instituição de Educação Superior de Curitiba;

VIII – 1 titular e um suplente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo;

§ 1o Fica vedado a um mesmo Conselheiro Titular ou Suplente acumular representações, ainda que transitoriamente.

§ 2o Os representantes indicados para compor o Conselho deverão necessariamente ter conhecimento específico na área de proteção do patrimônio cultural.

§ 3o O procedimento de indicação dos representantes será regulamentado por ato do

chefe do executivo.

Art. 71. A presidência do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba será alternada a cada mandato, entre os representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, da Secretaria Municipal do Urbanismo e representante da Fundação Cultural de Curitiba, nesta ordem.

§ 1o O mandato do presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba será de 2 anos.

§ 2o Nas hipóteses de ausência ou impedimento do Presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba o mesmo deverá indicar seu substituto entre os representantes do IPPUC, da SMU ou representante da FCC.

Art. 72. O mandato dos Conselheiros Titulares e dos seus Suplentes será de 02 anos, sendo permitida uma recondução.

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Parágrafo único. O exercício das funções de Conselheiro e Suplente será considerado serviço público relevante e não será remunerado.

Art. 73. O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural reunir-se-á mensalmente, podendo ser realizadas convocações extraordinárias sempre que necessário.

§ 1o A solicitação de reunião extraordinária poderá ser solicitada por qualquer Conselheiro Titular, mediante solicitação motivada pela urgência, que será encaminhada ao Presidente do Conselho para apreciação.

§ 2o Os Conselheiros titulares e seus Suplentes serão convocados para as reuniões com

antecedência mínima de 05 dias da data designada para a sua realização.

Art. 74. As sessões serão instaladas desde que presentes, no mínimo, a metade absoluta dos representantes, considerando o Conselheiro Titular ou seu Suplente.

Art. 75. As deliberações serão realizadas por voto aberto, sendo consideradas aprovadas quando obtiverem a maioria dos votos, excluída as abstenções.

§ 1o Em qualquer hipótese de deliberação, cada Conselheiro Titular terá direito a um voto, cabendo aos Suplentes votarem somente nos casos de ausência ou impedimento do Conselheiro Titular respectivo.

§ 2o Na hipótese de empate, compete ao Presidente do Conselho proferir voto de desempate.

Seção Única Das Câmaras Técnicas

Art. 76. As Câmaras Técnicas são integradas por servidores e empregados públicos, tendo como objetivo deliberar, estudar, emitir pareceres, apresentar sugestões e opiniões sobre assuntos específicos nas áreas de sua competência.

Art. 77. Ficam criadas, em caráter permanente:

I - a Câmara Técnica do Patrimônio Documental, Artístico, Imaterial e Arqueológico – CAPD, que funcionará sob a coordenação da Fundação Cultural de Curitiba;

II - a Câmara Técnica do Patrimônio Edificado - CAPE, que funcionará sob a coordenação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – IPPUC.

Art. 78. Cabe às Câmaras Técnicas apreciar e aprovar, após manifestação prévia dos órgãos e entidades competentes, projetos de intervenção ou de utilização de bens a que se refere esta Lei.

Art. 79. As decisões tomadas pelas Câmaras Técnicas serão analisadas pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba quando:

(17)

II – o interessado discordar da decisão tomada pela Câmara Técnica, requerendo sua revisão ou reforma.

III - houver requerimento do Conselho.

TÍTULO IV

DO FUNDO DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO CULTURAL - FUNPAC CAPÍTULO ÚNICO

DA GESTÃO E CONSTITUIÇÃO DO FUNPAC

Art. 80. Fica instituído o Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural – FUNPAC, com a finalidade de prestar apoio financeiro, em caráter suplementar, a projetos e ações destinados à promoção, preservação, manutenção e conservação do patrimônio cultural do Município de Curitiba.

Art. 81. A gestão e administração dos recursos do FUNPAC competem à Fundação Cultural de Curitiba – FCC.

Art. 82. Constituem recursos do FUNPAC:

I - dotações orçamentárias e créditos adicionais que lhe forem destinados pelo Município de Curitiba;

II - contribuições, transferências de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, repasses e donativos em bens ou em espécie destinadas à preservação e conservação do patrimônio cultural;

III - valores provenientes das multas aplicadas em decorrência de infrações cometidas contra o patrimônio cultural edificado;

IV - os rendimentos provenientes de suas operações ou aplicações financeiras de seus recursos;

V - valores a ele destinados por meio de contratos, convênios ou acordos celebrados entre o Município de Curitiba e instituições públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, que tenham como objeto a proteção do patrimônio cultural;

VI - valores de condenações proferidas em ação civil pública por lesão ao patrimônio cultural do Município;

VII - quaisquer outros recursos ou rendas que lhe sejam destinados. Art. 83. Os recursos do FUNPAC destinam-se:

I - ao fomento de atividades de pesquisa, projetos, programas e ações, individualmente ou sob a forma de parceria, convênio ou ajuste, relacionadas à valorização, manutenção, difusão, educação e preservação do patrimônio cultural do Município de Curitiba;

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II - à identificação, guarda, conservação, preservação e restauração dos bens culturais protegidos e registrados;

III- ao custeio das atividades relacionadas a fiscalização dos bens protegidos;

IV- a ações de treinamento, capacitação, estudos e projetos voltados à proteção e preservação do patrimônio cultural;

V - à manutenção e criação de serviços e ações de apoio à proteção e difusão do patrimônio cultural;

VI - à implementação e manutenção de programas e projetos de educação para o patrimônio cultural;

VII - à execução de serviços e obras de restauração, manutenção e reparos, quando executados pela Administração Pública Municipal;

VIII – à aquisição de bens imóveis protegidos, quando desapropriados;

Art. 84. A FCC promoverá o repasse mensal ao IPPUC do total dos recursos do FUNPAC inerentes ao patrimônio cultural edificado, para custeio de ações de proteção e preservação.

Art. 85. Os recursos advindos do FUNPAC não excluem outros mecanismos de proteção e fomento ao patrimônio cultural que já existam ou que venham a ser criados.

Art. 86. O eventual saldo não utilizado pelo FUNPAC, será transferido para o próximo exercício, a seu crédito.

Art. 87. O FUNPAC se sujeita a todas as leis e regramentos relativos aos fundos municipais constituídos, especialmente no tocante ao controle, fiscalização, transparência, prestação e tomadas de contas em geral.

Art. 88. Os relatórios das atividades, receitas e despesas do FUNPAC serão apresentados semestralmente pela FCC a um Conselho Fiscal, composto por representantes do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural e da Secretaria Municipal de Finanças de Curitiba, nomeados pelo Prefeito Municipal.

TÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 89. Como forma de incentivo à manutenção do bom estado de conservação do patrimônio cultural, o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Curitiba poderá, querendo, revisar a cada 02 (dois) anos a condição de bem protegido ou a concessão de benefícios a bens culturais protegidos por esta Lei, recomendando sua continuidade ou cancelamento.

(19)

Art. 90. A infração pelo proprietário, ou por quem quer que o represente, de quaisquer das disposições previstas nesta Lei, implica, sem prejuízo às demais cominações, na suspensão imediata de todos os benefícios ou vantagens conseguidas, direta ou indiretamente, em decorrência desta Lei.

Art. 91. Poderá o bem protegido ser desapropriado a qualquer momento, mediante declaração de utilidade pública por ato do Poder Executivo Municipal.

§ 1o A declaração de utilidade pública do bem não suspende nem interrompe o procedimento administrativo instaurado para a verificação de irregularidades praticas pelo proprietário, muito menos o isenta da responsabilidade pelo pagamento da multa pecuniária eventualmente aplicada.

§ 2o Declarada a desapropriação do bem protegido, do valor da indenização será abatido do montante acumulado das multas e penalidades aplicadas administrativamente.

Art. 92. Ficam convalidados todos os procedimentos administrativos de aplicação de penalidade ou de constituição de bem protegido instaurados e já encerrados antes da data da entrada em vigor dessa lei.

§ 1o Ainda que convalidados, nada impede a revisão do ato de constituição de bem

protegido pela Administração Pública, a qualquer tempo.

§ 2o Os procedimentos administrativos instaurados e não encerrados poderão ser revistos

pela Administração Pública Municipal de acordo com os parâmetros estabelecidos nesta lei, desde que haja requerimento do proprietário nesse sentido apresentado até 15 dias após a data da publicação desta lei.

Art. 93. O Poder Executivo regulamentará esta Lei, no que couber, no prazo de 90 dias, contado a partir da data de sua publicação.

Art. 94. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. PALÁCIO 29 DE MARÇO, em 27 de janeiro de 2015.

Gustavo Bonato Fruet

Referências

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