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REFERENCIAIS DE QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA

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RESUMO: Este artigo tem por objeto o estudo dos referenciais de qualidade da educação a distância no Brasil. Tendo como base o dispositivo constitucional de proporcionar acesso à educação a todos os cidadãos, as diretrizes básicas da educação estabelecem referenciais de qualidade, de onde devem basear-se o projeto pedagógico de um curso à distância. Desta forma serão expostos os critérios elaborados pelo Ministério da Educação e Secretaria de Educação a Distância, discorrendo sobre os mesmos e suas finalidades. Após os temas serão correlacionados e dispostos de forma clara e objetiva a conclusão do tema.

ABSTRACT: This article focuses on studying the reference quality of distance education in Brazil. Based on the constitutional provision of providing access to education for all citizens, the basic guidelines of education establish benchmarks of quality, which should be based on the pedagogical project of a distance learning course. Thus we will show the criteria developed by the Ministry of Education and Department of Distance Education, talking about the same and their purpose. After the subjects will be correlated and arranged in a clear and objective conclusion on this issue.

REFERENCIAIS DE QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR A

DISTÂNCIA

Publicação

Anhanguera Educacional Ltda. Coordenação

Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência

Sistema Anhaguera de Revistas Eletrônicas - SARE rc.ipade@anhanguera.com v. 05 • n. 13 • 2011 • p.41-50

Josiane Fernanda Sartore – Universidade Anhanguera-Uniderp - Centro de Educação a Distância

PALAVRAS-CHAVE: Referenciais de Qualidade; Educação à Distância; Disposição Constitucional.

KEYWORDS:

Benchmarks of Quality; Distance Education; Constitutional Provision. Artigo Original Recebido em: 24/02/2012 Avaliado em: 24/05/2012 Publicado em: 17/04/2014

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1. INTRODUÇÃO

Novos valores e novas atitudes começam a ser construídos pela sociedade em favor de uma nova modalidade de ensino que tem como instrumento essencial de aprendizagem as novas tecnologias da informação, principalmente a internet.

Antigamente limitava-se o conhecimento apenas a extensão de sua dimensão visual através de costumes das regiões e lendas folclóricas; tempos depois, adotou-se o sistema de livros, porém sem a devida interpretação merecida; e, atualmente, o foco difundiu-se entre a troca de idéias e ao entretenimento através das ferramentas tecnológicas, fomentando a análise crítica de informações.

Alguns pesquisadores que estudam a EAD afirmam que esta já ocorre há muito tempo. Desde os tempos primórdios quando se desenhava em cavernas, nas relações de mestre e aprendiz, mais tarde pelas correspondências, depois pelo rádio e televisão, até a modernidade do mundo de hoje através da internet, teleconferências e multimídias.

No Brasil o marco principal do ensino a distância foi no ano de 1922 a 1925, no Rio de Janeiro, quando Edgard Roquette-Pinto fundou uma rádio com o intuito de ampliar o acesso a educação. Mais tarde ocorreu a disseminação dos meios de comunicação no país, das radiofônicas às televisivas, até chegarmos à era da informática. Desde a década de 60 existiram órgãos governamentais que coordenaram a teleducação, como o Prontel (Programa Nacional de Teleducação), substituído anos mais tarde pelo Seat (Secretaria de Aplicação Tecnológica) e a partir de 1996 o MEC criou a Secretaria de Educação a Distância.

Assim, nos tempos atuais, não mais se admite uma formação escolar, especialmente em nível superior, com vista apenas em preparar o estudante para o mercado de trabalho, é necessária a formação de pessoas cidadãos que adquiram o interesse de criticar, analisar e elucidar fatos que interferem na cultura social de cada indivíduo. Para tanto, no contexto educacional, discutir as dimensões sociais, políticas e acadêmicas por meio de análises de estrutura e resultado implica em gerir a qualidade do ensino.

2. CONCEITO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O artigo 1° do decreto 5622/2005 define a educação à distância como:

Art. 1º. Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

Portanto nesta modalidade de ensino os diversos meios de comunicação substituem o contato pessoal entre aluno e professor forçando uma aprendizagem autônoma e flexível pelo interessado.

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“O termo educação a distância cobre várias formas de estudo, em todos os níveis, que não estão sob a supervisão contínua e imediata de tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do planejamento, da orientação e do ensino oferecidos por uma organização tutorial.” (BELLONI apud HOLMBERG, 2008, pg. 25)

Importante frisar que educação a distância é, por todos os títulos e modos, a mesma educação de que sempre tratamos e que sempre concebemos como direito preliminar de cidadania, dever prioritário do Estado Democrático, política básica e obrigatória para ação de qualquer nível de governo, conteúdo e forma do exercício profissional de professores¹ .

Contudo, a educação à distância vem se transformando, ao longo dos anos, em uma modalidade de grande importância para o aprendizado continuado. À medida que avançam as tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade também se altera, sendo possível, através destas ferramentas, conciliar estudo e trabalho, com horários mais flexíveis, mantendo a mesma qualidade dos materiais.

Além da formação continuada, a EAD oferece ainda possibilidade de aceleração profissional no ambiente de trabalho, sendo possível que os estudantes apliquem desde o início de seu curso os conceitos obtidos nos materiais de estudo.

Atualmente, todas as concepções metodológicas são utilizadas nessa modalidade de ensino, que emerge ditando novos conceitos, bem como uma nova linguagem de comunicação, que é a educação hipertextual, cujas características são: interatividade, a não-linearidade, a intertextualidade e heterogeneidade no ambiente eletrônico em rede (CORREIA; ANTONY, 2003).

A EAD é, portanto, uma modalidade de realizar o processo educacional quando, não ocorrendo - no todo ou em parte – o encontro presencial do educador e do educando, promove-se a comunicação educativa, através de meios capazes de suprir a distância que os separa fisicamente. Assim, não é verdade que a educação a distância seja uma educação distante, em que o aluno esteja isolado. Ele se mantém em interação com tutores/professores, pelo trabalho de administração de fluxos de comunicação exercido por uma organização responsável pelo curso e suporte facilitador dessa interação (LOBO NETO, 1998).

3. REFERENCIAIS DE QUALIDADE DA EAD

Tendo em vista a grande expansão desta modalidade de ensino, o MEC – Ministério da Educação e Cultura estabeleceu diretrizes básicas como meio referencial de qualidade do ensino às instituições para que estas possam ofertar os cursos à distância.

É importante ressaltar que o documento disponibilizado pelo MEC sobre o assunto em questão não tem força de lei, apesar de ter sido elaborado por especialistas da área, mas tem função norteadora dos processos de organização e sistematização da EAD.

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O Ministério da Educação ressalta que a preocupação central do documento é apresentar um conjunto de definições e conceitos de modo a, de um lado, garantir qualidade nos processos de educação a distância e, de outro, coibir tanto a precarização da educação superior, verificada em alguns modelos de oferta de EAD, quanto a sua oferta indiscriminada e sem garantias das condições básicas para o desenvolvimento de cursos com qualidade².

Portanto, ficou assim definido os tópicos principais do Referencial de Qualidade: Concepção de educação e currículo no processo de Ensino e aprendizagem; Sistemas de comunicação; Material didático; Avaliação; Equipe Multidisciplinar; Infra-estrutura e apoio; Gestão acadêmico-administrativa e Sustentabilidade financeira.

3.1. Concepção de educação e currículo no processo de ensino e de aprendizagem

Observa-se que não existe um modelo único de educação à distância, por isto, as instituições se diferenciam na oferta desta modalidade através dos recursos educacionais e tecnológicos, e estes podem variar de acordo com a cultura e necessidade de cada região. No entanto, a filosofia de aprendizagem deve ser a mesma em qualquer lugar: na modalidade a distância, todos os recursos disponíveis devem propiciar a integração com o estudante com vistas a garantir o desenvolvimento educacional, possibilitando angariar novas habilidades e competências profissionais a que o curso se propõe. Assim, a determinação do MEC é que os instrumentos a serem utilizados devem ter coerência com a opção teórico-metodológica definida no projeto pedagógico do curso3. Compreende-se por instrumento todos os recursos humanos, financeiros,

tecnológicos e estruturais a serem utilizados na organização de um curso EAD.

De todo modo, o ponto focal da educação superior - seja ela presencial ou à distância, nas inúmeras combinações possíveis entre presença, presença virtual e distância - é o desenvolvimento humano, em uma perspectiva de compromisso com a construção de uma sociedade socialmente justa. Daí a importância da educação superior ser baseada em um projeto pedagógico e em uma organização curricular inovadora, que favoreçam a integração entre os conteúdos e suas metodologias, bem como o diálogo do aprendiz consigo mesmo (e sua cultura), com os outros (e suas culturas) e com o conhecimento historicamente acumulado4 .

Outro ponto bastante ressaltado pelo documento do MEC, acerca deste critério, se refere ao conhecimento básico sobre as tecnologias e o conteúdo programático previsto no projeto do curso de modo a garantir que todos os ingressantes do curso superior tenham um ponto de partida em comum.

² Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância – Versão Preliminar. Ministério da Educação. Secretaria de Edu-cação a Distância. 2007, pág. 2.

³Idem. Pag. 8.

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Observa-se, portanto, que, esta nova modalidade exige a construção de uma nova visão do conhecimento, que deverá ser pautada na interdisciplinaridade e contextualização, sendo possível perceber como os conteúdos se combinam e se interpenetram, colaborando no processo acadêmico de ensino-aprendizagem.

3.2. Sistemas de Comunicação

Os sistemas de comunicação são os meios pelos quais as informações são integradas e disponibilizadas de maneira a possibilitar a interação entre os agentes responsáveis do ensino-aprendizagem.

Desta forma, as tecnologias da informação, em especial a internet, tornam-se instrumentos indispensáveis na produção de novas metodologias de angariação de novos conhecimentos, através do uso das ferramentas síncronas ou assíncronas.

Salienta-se que as formas de comunicação devem permitir ao aluno a resolução de questões pertinentes desde o material didático utilizado até os aspectos de orientação de sua aprendizagem, articulando todos os agentes (professor, tutor, colegas) de forma a garantir a qualidade e eficiência do sistema adotado.

Embora a modalidade de ensino seja a distância, se faz necessário também a previsão de momentos de encontros presenciais. Assim, todos os alunos serão acompanhados por vários especialistas tidos como motivadores e facilitadores da aprendizagem, garantindo uma comunicação privilegiada ao estudante e de forma flexível. Neste sistema integrado, os agentes envolvidos são responsáveis pela monitoração da evolução do aluno, de forma a personalizar as conversas e contribuir ainda mais para seu desenvolvimento, criando condições para diminuir a sensação de isolamento.

Portanto, para os cursos a distância, todo o processo educacional deve estar pautado em um eficiente sistema de comunicação, que atenda as necessidades do aluno e seja capaz de atingir os objetivos propostos de cada curso.

3.3. Material Didático

O material didático deve ser produzido de forma a facilitar a construção do conhecimento e mediar a interlocução entre aluno e professor . Assim, todo material disponível deve estar em consonância com o projeto pedagógico do curso, e, ainda, propiciar o desenvolvimento de habilidades e competências específicas de cada área de atuação a que o curso se destina.

Importante ressaltar que por se tratar de educação a distância, este material abrange todos os procedimentos que serão utilizados na aprendizagem, tais como vídeos das teleaulas, fóruns de discussão e chat, mensagens e documentos impressos, mesclando todos os recursos disponíveis e favorecendo a integração dos agentes envolvidos neste processo.

Outra determinação importante sobre este aspecto é que todo o material deve especificar a equipe multidisciplinar responsável por esta tarefa, bem como os demais profissionais nas áreas de educação e técnica que contribuíram para a criação dos recursos audiovisuais utilizados.

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3.4. Avaliação

A avaliação dos cursos superiores a distância deve contemplar as duas dimensões propostas pela instituição que são relacionadas ao processo de aprendizagem e ao projeto pedagógico do curso.

A avaliação da aprendizagem trata do acompanhamento do aluno no decorrer do curso e se destina a identificar o grau de desenvolvimento obtido nas etapas do processo de ensino-aprendizagem e a motivá-los a serem ativos na construção de seu próprio conhecimento.

É importante ressaltar ainda que em conformidade com as normas do Decreto 5.622/2005, as avaliações devem ser realizadas nos pólos de apoio presencial, com as datas definidas antecipadamente. Este critério é válido também para os trabalhos de conclusão de curso e estágios, quando for o caso.

Já a avaliação institucional é voltada para o aperfeiçoamento dos procedimentos acadêmicos e pedagógicos dos cursos oferecidos pela instituição de ensino, de forma a melhorar e aprimorizar os recursos otimizando todos os processos e garantindo a qualidade exigida pelo Ministério da Educação. Para ter credibilidade nos feedbacks obtidos, todos os agentes devem ser envolvidos, tais como, aluno, professor, tutor, corpo técnico-administrativo, etc.

Para ROESLER (2011, p. 5) as avaliações, em seus momentos individuais ou coletivos, precisam apresentar estratégias pedagógicas que permitam o alcance dos objetivos propostos para o curso. Portanto, trata-se de uma ferramenta de grande valia tanto para a instituição quanto para o MEC, pois tem condições de apresentar as falhas que precisam ser melhores trabalhadas bem como apontar as qualidades estabelecidas para cada curso.

3.5. Equipe Multidisciplinar

A equipe multidisciplinar é considerada um grupo de especialistas em diversas áreas do conhecimento que atuam juntos na concretização de um objetivo. Na modalidade de educação à distância, isto se tornou essencial para garantir sua qualidade. Para tanto, são indispensáveis três tipos de profissionais: os docentes, os tutores e o corpo técnico-administrativo.

Os docentes são responsáveis pela elaboração de todo o conteúdo curricular da grade de cada curso, definindo as bibliografias, videografia, iconografia, etc. que serão utilizadas, bem como pela gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, orientando e avaliando os estudantes rotineiramente.

Os tutores são peça chave da modalidade EAD. São os agentes que participam ativamente do processo educacional que contribuem para a compreensão de temas e fixação do conteúdo. O MEC prevê a atuação de duas categorias de tutores: presencial e a distância.

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O tutor presencial é responsável pelo acompanhamento dos alunos nos períodos em que forem determinados os encontros presenciais. Eles devem auxiliar no desenvolvimento de atividades previstas na grade do curso e é responsável pela aplicação de provas, aulas práticas, etc. O tutor a distância media o processo da EAD através de um ambiente virtual. Neste ele é responsável por esclarecer as dúvidas e instigar o aluno a construção de seu próprio conhecimento através de materiais de apoio. Ambos os profissionais devem ser altamente capacitados no domínio específico do conteúdo e nos recursos tecnológicos utilizados para tanto.

E por fim, o corpo técnico-administrativo, que oferecem todos os meios necessários para a plena realização dos cursos propostos. Este grupo de profissionais envolve duas categorias distintas: a administrativa e a tecnológica. A primeira refere-se ao profissional que atua em funções acadêmicas, acompanhando todos os procedimentos de matrícula, certificados, etc. dos alunos e certificando-se da distribuição e recebimento dos materiais didáticos aos docentes e tutores. A área tecnológica fazem o suporte e manutenção de todos os equipamentos tecnológicos, em especial dos sistemas de informática garantindo desta forma a disposição destes materiais aos estudantes e professores.

Verifica-se, portanto, que, este grupo deve estar bem entrosado com todos os procedimentos da modalidade de ensino a distância, pois o trabalho de um depende de outro.

3.6. Infra-estrutura de Apoio

A infraestrutura pode ser material ou física. A infraestrutura material refere-se aos recursos e equipamentos a serem disponibilizados para a realização do curso, tais como, televisão, internet, computador, videoconferências, etc. Já a física é composta por duas instalações básicas, segundo o MEC: a coordenação acadêmico-operacional nas instituições e os pólos de apoio presencial.

A coordenação operacional configura-se o centro da gestão acadêmico-operacional dos cursos ofertados. Ou seja, são unidades responsáveis por garantir as ações e as políticas da educação a distância, devem, portanto, promover ensino, pesquisa e extensão6.

Já o pólo de apoio presencial tem seu conceito definido pela Portaria Normativa nº 02/2007, no § 1º do artigo 2º:

Art. 2º [...]

§ 1º. O pólo de apoio presencial é a unidade operacional para desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância, conforme dispõe o art. 12, X, c, do Decreto nº 5.622/2005.

6Idem. Pág. 25

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Essa unidade, portanto, desempenha papel de grande importância para o sistema de educação a distância. Sua instalação auxilia o desenvolvimento do curso e funciona como um ponto de referência fundamental para o aluno7. Como se trata de descentralização das

instituições, importante ressaltar que este contribui para a viabilização da educação no país, respeitando as peculiaridades de cada região. No entanto, todos devem contar com a estrutura física de sistemas de biblioteca, laboratórios integrados, secretarias de apoio, etc. 3.7. Gestão Acadêmico-administrativa

Este referencial consiste em planejamento acadêmico aos alunos EAD para que estes tenham a mesma condição e suporte do ensino presencial. Este suporte inclui a rede administrativa/ financeira, banco de dados, controle do processo de tutoria, equipamentos/recursos adequados, sistema acadêmico de cada aluno, etc.

Todos estes recursos de gestão devem estar eficientemente integrados para que o aluno esteja cada vez mais motivado com seu processo de ensino-aprendizagem, dando credibilidade a instituição.

3.8. Sustentabilidade Financeira

Segundo o MEC, o ensino EAD envolve uma série de investimentos iniciais elevados, seja para a criação e produção de materiais didáticos, ou no treinamento e capacitação dos recursos humanos e os custos dos equipamentos tecnológicos.

Nem sempre o retorno do custo/benefício ocorre em curto prazo, sendo necessário cada vez mais investimentos para aperfeiçoar as técnicas de ensino nesta modalidade de educação.

Todo este processo exige um planejamento técnico e detalhado onde conste todas as informações sobre o investimento a ser realizado e o custeio destes recursos, com o intuito de que ao final do projeto, seja possível identificar o número de alunos para o desenvolvimento de cada curso nos pólos de ensino.

Para ROESLER (2011, p. 6), para o bom planejamento da sustentabilidade serão previstos os custos fixos e variáveis demandados nas etapas de produção dos materiais, de capacitação dos profissionais, de logística, da infraestrutura tecnológica, humana e material, nas diferentes etapas de implementação do projeto. Evitando dessa forma falhas e arquivamento do curso.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ponto mais discutido nesta modalidade de ensino é a qualidade oferecida pelas instituições. Assim o documento elaborado pelo Ministério da Educação conjuntamente com a Secretaria de Educação a Distância visa a conceituação dos principais critérios que devem ser observados na elaboração de projetos pedagógicos de cursos EAD e na organização dos sistemas adotados. Isto para que não restem dúvidas acerca das disposições legais que regulam esta matéria.

Com base nos referenciais elencados, não há dúvidas de que muitos processos ainda precisam ser melhorados. Assim, professores, tutores e equipe técnica-administrativa devem ser capacitados para atender a demanda de forma especializada, ou seja, considerando as peculiaridades deste público alvo. Pois, de nada adiantaria todas as regulamentações legais sem os instrumentos humanos para aplicá-los com eficiência.

Segundo ROESLER apud Demo, a qualidade em educação implica em:

a) Qualidade acadêmica, que surge na produção original do conhecimento por meio da docência. Refere-se às capacidades do professor de transmitir conhecimentos advindos das práticas de pesquisa que convergem em soluções para problemas específicos da sociedade;

b) Qualidade social, que significa que, decorrente das atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, as instituições educacionais atuem de forma relevante no desenvolvimento da sociedade;

c) Qualidade educativa, que é a capacidade das instituições atuarem na formação plena do cidadão para que possam contribuir e interferir em suas respectivas realidades sociais. (2011, p. 3)

Portanto, a EAD como modalidade de ensino que amplia as possibilidades de acesso à educação, através das tecnologias da informação, deverá ser categoricamente cobrada pela eficiência de todos os processos, nas três áreas distintas – acadêmica, social e educativa – garantindo o desenvolvimento de habilidades e competências profissionais bem como a educação para o convívio em social.

Estamos caminhando na definição de estratégias e abordagens que assegurem cada vez mais a plena aprendizagem dos estudantes, e para isso, é imprescindível a participação e colaboração de todos os envolvidos com a educação a fim de priorizar esta matéria e colocá-la em destaque na sociedade.

REFERÊNCIAS

BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 5ª ed. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2008. BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o Artigo 80 da Lei 9.394, de 20 de Dezembro de 1996, que Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial

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. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 21 dez. 1996.

. Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância: Versão

Preliminar. Ministério da Educação/Secretaria de Educação a Distância. 2007.

BLOIS, M. A busca da qualidade na educação superior a distância no Brasil: situação atual e algumas reflexões. RIED Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, v.7: n.1/2, 2004, p. 97-111. Disponível em: http://www.utpl.edu.ec/ried/images/pdfs/vol7-1-2/a_busca.pdf. Acesso em 10 novembro de 2011.

CORREIA, Ângela Álvares; ANTONY, Geórgia. Educação hipertextual: diversidade e interação como materiais didáticos. In: FIORENTINI, Leda Maria Rangearo; MORAES, Raquel de Almeida (orgs) Linguagens e interatividade na educação a distância. Rio de Janeiro: DP& A, 2003.

LOBO NETO, Francisco José da Silveira. Educação a Distância:Regulamentação, Condições

de Êxito e Perspectivas.http://www.intelecto.net/ead_textos/lobo1.htm Acesso 30/03/2005. Anotações de uma palestra, em 06 abril 1998. Acesso em 26 de janeiro de 2012.

MORAN, José Manuel. Fundamentos, Políticas e Legislação em EaD. Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Anhanguera Educacional, 2011.

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