RELATÓRIO DE CONCRETIZAÇÃO
DO
PROCESSO DE BOLONHA
A
NO LECTIVO
2009/2010
SECÇÃO AUTÓNOMA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Odete Abreu Beirão da Cruz e Silva
BIOMEDICINA MOLECULAR
9153
1.
INTRODUÇÃO
Curso -‐ 2
oCiclo em Biomedicina Molecular com o N
o. de registo R/B-‐Cr-‐433/2007. O curso em
Biomedicina Molecular (BMM) da Secção Autónoma de Ciências da Saúde (SACS) da Universidade de
Aveiro foi implementado em Setembro 2009. O relatório aqui apresentado é referente ao ano lectivo
2009-‐ 2010, para o primeiro ano de funcionamento. O curso iniciou já adequado a Bolonha daí não
foi necessário qualquer processo de transição relativamente a este curso.
As linhas orientadoras para a formação dos alunos mantiveram-‐se com o intuito de garantir uma
maior eficácia e eficiência na prestação de cuidados de Saúde, nomeadamente dando continuidade
aos alunos licenciados em Ciências Biomédicas (CBM) com ‘minor’ em Biomedicina Molecular. Vagas
para alunos de outros cursos e outras instituições foram disponibilizadas. No entanto sendo este o
primeiro ano de funcionamento optou-‐se pelo um número reduzido de alunos, nomeadamente
numa primeira edição o curso contou com 12 alunos.
O segundo ciclo em Biomedicina Molecular visa formar Biomédicos de largo espectro, tendo no
entanto uma formação sólida e integrada de conhecimentos chave. Nomeadamente integrar a
doença à sua vertente molecular, exigindo assim transdisciplinaridade na formação.
Para isso os conhecimentos e competências do aluno incluem:
adquirir uma sensibilização da doença em toda a sua dimensão; da clínica humana à base molecular;
associar os vários níveis estruturais da doença;
adquirir conhecimentos laboratoriais;
implementar técnicas de DM;
analisar e cruzar resultados de vários diagnósticos;
entender a dimensão ética, em particular na área da investigação;
entender o impacto das novas tecnologias (informação, diagnóstico, prognóstico e terapêutica);
conhecer o funcionamento dos laboratórios de diagnóstico;
reconhecer a Saúde como uma área multidisciplinar.
É espectável que o Biomédico deve ter a capacidade de analisar e assimilar informação assim como a
competência de aceder às novas tecnologias como motor de pesquisa e facilitadora no diagnóstico e
terapia molecular. Pretende-‐se assim que este profissional reúna as competências para iniciar um
trabalho em vários meios profissionais, como hospitais e centros de saúde. Exemplos específicos
incluem departamentos e/ou clínicas de: patologia clínica, diagnóstico molecular, fertilização ‘in
vitro’, diagnóstico pré-‐natal e até mesmo na área forense. Por último os Biomédicos Moleculares
resultantes deste curso também estão aptos a continuarem em outros cursos de pós-‐graduação.
Assim o Biomédico Molecular será um profissional chave a integrar nas várias equipas médicas. O
sucesso na introdução desta tecnologia no meio clínico está inteiramente dependente na formação
de Biomédicos devidamente capacitados. Estes profissionais não só têm que saber executar os
procedimentos, mas também interpretar os resultados, entender as limitações técnicas e as
implicações clínicas que resultam.
2.
RENDIMENTO ESCOLAR
Ano Unidade Curricular Avaliados /
Inscritos (%) Aprovados / avaliados (%) Média das Classificações dos Aprovados
1º APLICACIONAIS EM BIOINFORMÁTICA CLÍNICA 100% 100% 15.58
BIOLOGIA CELULAR APLICADA 92% 100% 16.00
BIOQUÍMICA CLÍNICA 2 100% 92% 16.00
CONTROLO DE QUALIDADE E ANÁLISE ESTATÍSTICA 100% 100% 16.83
FARMACOLOGIA MOLECULAR 100% 100% 15.58
INFORMÁTICA DA BIOIMAGEM 100% 100% 17.17
NEUROCIÊNCIAS 100% 100% 16.5
PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 1 100% 100% 14.00
PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 2 100% 100% 15.50
SINALIZAÇÃO CELULAR NA BIOMEDICINA 100% 100% 16.25
TOXICOLOGIA E ANÁLISE FORENSE 100% 100% 16.42
Tabela 1 – Aproveitamento escolar
COMENTÁRIO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DO RENDIMENTO ESCOLAR
A número de alunos avaliados face ao número de alunos inscritos para todas as disciplinas foi entre os 92-‐ 100%, as mesmas percentagens foram obtidas no número de alunos aprovados face ao número avaliados. A diferença percentual de 8% corresponde a um único estudante. A média das classificações dos aprovados variou entre os 14.00 e os 17.17 valores. Resumindo estes valores apresentam um excelente rendimento escolar e não suscitam qualquer motivo de preocupação.
Os bons resultados devem-‐se em parte ao facto das turmas terem um número reduzido de estudantes promovendo assim um bom rácio de discente:docente.
3.
TIPOLOGIA DE AVALIAÇÃO DAS UNIDADES CURRICULARES
Ano Unidade Curricular Contínua Mista Final
1º APLICACIONAIS EM BIOINFORMÁTICA CLÍNICA X X
BIOLOGIA CELULAR APLICADA X X
BIOQUÍMICA CLÍNICA 1 X X
BIOQUÍMICA CLÍNICA 2 X X
CONTROLO DE QUALIDADE E ANÁLISE ESTATÍSTICA X X
FARMACOLOGIA MOLECULAR X X
INFORMÁTICA DA BIOIMAGEM X X
NEUROCIÊNCIAS X X
PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 1 X X PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 2 X X SINALIZAÇÃO CELULAR NA BIOMEDICINA X X
TOXICOLOGIA E ANÁLISE FORENSE X X
Tabela 2 – Tipologia de avaliação
4.
A OPINIÃO DOS ESTUDANTES
Ano Unidade Curricular RQ 1 RQ 2 RQ 3 RQ 4 RQ 5 RQ 6 RQ 7 RQ 8 1º APLICACIONAIS EM BIOINFORMÁTICA CLÍNICA 6.5 6.5 6.4 5.78 6.2 5.9 6.2 6.2
BIOLOGIA CELULAR APLICADA 7.1 6 7.22 6.3 2.63 5.6 5.7 6.6
BIOQUÍMICA CLÍNICA 1 7 7.33 7.67 6.2 5.17 7.78 6.67 8.44
BIOQUÍMICA CLÍNICA 2 6.71 6.78 6.56 4 3 6.44 6.44 7.11
FARMACOLOGIA MOLECULAR 7.11 7.33 7.67 6.14 6.71 7.44 6 8.44
NEUROCIÊNCIAS 3 5.75 5.88 5.6 3.2 5.38 5.5 5.25
PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 1 3.86 5.89 5.11 6.6 5.63 5.56 5.89 5.11
PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 2 4.29 7.1 4.89 6 5.63 6.3 5.5 3.9
SINALIZAÇÃO CELULAR NA BIOMEDICINA 6.22 7 6.6 6.43 4.44 6.73 7 6.82
TOXICOLOGIA E ANÁLISE FORENSE 6.71 6.63 6.71 6.17 2.67 5.67 4.78 4.89 Tabela 3 – Resultados (escala 1 a 9) dos inquéritos sobre as unidades curriculares (valores médios, RQ-‐Resposta a Questão)
Chave da tabela 3:
RQ 1 -‐ Coordenação das várias componentes da unidade curricular (Teórica, Prática, Teórico -‐prática; laboratórios, módulos…) RQ 2 -‐ Adequação dos elementos de estudo e bibliografia recomendados
RQ 3 -‐ Adequação das actividades propostas (casos práticos, trabalhos) aos objectivos definidos para a unidade curricular RQ 4 -‐ Adequação e modernidade dos equipamentos (laboratórios, salas de informática, etc.)
RQ 5 -‐ Disponibilização de informação no PACO e no e-‐learning RQ 6 -‐ Adequação dos métodos de avaliação
RQ 7 -‐ Grau de dificuldade dos conteúdos RQ 8 -‐ Funcionamento global da unidade curricular
Ano Unidade Curricular ECTS Atribuídos ECTS estimados pelos estudantes (Mediana) Desvio (%)
1º APLICACIONAIS EM BIOINFORMÁTICA CLÍNICA 4 5 2.61
BIOLOGIA CELULAR APLICADA 6 5 1.04
BIOQUÍMICA CLÍNICA 1 6 6 3.38
BIOQUÍMICA CLÍNICA 2 6 5 1.77
CONTROLO DE QUALIDADE E ANÁLISE ESTATÍSTICA ND ND ND
FARMACOLOGIA MOLECULAR 6 7 3.68
INFORMÁTICA DA BIOIMAGEM ND ND ND
NEUROCIÊNCIAS 4 3 3.39
PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 1 4 7 2.09
PATOLOGIA MÉDICA E CIRÚRGICA 2 4 4 1.66
SINALIZAÇÃO CELULAR NA BIOMEDICINA 4 6 1.5
5.
CONTRIBUTO DOS DOCENTES
COMENTÁRIO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS INQUÉRITOS
Uma breve análise da tabela 3 permite identificar que só em poucos casos é que a opinião dos estudantes desceu para valores inferiores a 4. Estes valores mais baixos verificaram-‐se em 3 questões. Para a questão 1, na coordenação das várias componentes da unidade curricular (UC), as UCs de Neurociências e de Patologia Médica e Cirúrgica 1; para a questão 5, disponibilização de informação no PACO e no e-‐learning, nas UCs de Neurociências, Biologia Celular Aplicada, Bioquímica Clinica 2 e Toxicologia e Análise Forense; e por último, para a questão 8, o funcionamento global da UC, neste caso só para a UC de Patologia Médica e Cirúrgica 2. As UCs que resultaram com valores de 7 ou mais em pelo menos duas questões foram; Bioquímica Clínica 1, Farmacologia Molecular, Biologia Celular Aplicada e Sinalização Celular na Biomedicina.
Para a maioria das UCs, os ECTS atribuídos e os ECTS estimados pelos estudantes tinham na maioria 1 valor de diferença. Há no entanto que ter em mente que os valores apresentavam um grande desvio, provavelmente devido ao facto do curso contar com somente 12 estudantes.
Na generalidade as UCs do 2o ciclo em Biomedicina Molecular tiveram uma avaliação positiva, identificando-‐se
no entanto alguns aspectos que poderão ser melhorados. Nomeadamente as UCs de Patologia Médica e Cirúrgica 1 e 2. O regente destas UCs identificou as áreas problemáticas, propondo-‐se a rever os objectivos e o plano curricular. Nas UCs que envolveram uma componente laboratorial os estudantes e os docentes ambos anotaram a falta de equipamentos para os trabalhos definidos. Este é um aspecto que tem que ser estudado e estas falhas têm que ser urgentemente colmatadas. A experiência no meio profissional foi em parte cumprida, enquadrando um estágio na UC de Bioquímica Clínica 1, embora a experiência para os estudantes tenha sido positiva isto agravou o trabalho exigido dos estudantes para esta UC; no entanto isto não se reflectiu nos ECTS estimados para a mesma.
Tendo em conta algumas das alterações necessárias este segundo ciclo sofreu uma reestruturação, e os comentários dos estudantes também foram comtemplados no novo plano de estudos. As alterações mais significativas passaram por retirar as UCs de Patologia Médica e Cirúrgica 1 e 2 e incluir ECTS explicitamente dedicados a um estágio semestral.
6.
MEDIDAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE
6.1. NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO
As metodologias de aprendizagem/ensino foram multifacetadas. UCs como a Biologia Celular Aplicada ofereceram uma componente significativa de experiência laboratorial, e na de Bioquímica Clínica 1 estágios em meios profissionais. Os meios mais recentes informáticos e audiovisuais foram utilizados para a transmissão de conhecimentos e palestrantes externos colaboraram em várias UCs, como por exemplo a Genética Molecular e Humana. Algumas destas componentes formativas foram oferecidas em formato modelar. Os estudantes foram motivados para uma aprendizagem activa centrada na resolução de problemas e tendo ainda que apresentar trabalhos por apresentação oral e a um público alargado. Por exemplo, o projecto integrado na UC de Informática da Bioimagem.
Outras UCs incorporaram participações em congressos científicos. Por exemplo, enquadrado na UC de Sinalização Celular na Biomedicina os estudantes participaram no Congresso SINAL na Universidade do Algarve, tendo a oportunidade de entrarem em contacto com a comunidade científica.
Discentes e docentes foram encorajados a utilizarem meios electrónicos de comunicação, no entanto, face às respostas obtidas pelos estudantes esta é uma área que tem que ser melhorada no futuro.
6.2. MEDIDAS DE APOIO AO SUCESSO ESCOLAR
Os estudantes participaram numa metodologia de aprendizagem activa que inclui a aprendizagem baseada em problemas, e outros módulos de actividades complementares de formação, incluindo seminários, laboratórios, debates e relatórios. Os estudantes recorreram aos docentes, estando estes disponíveis para reunir com os alunos à medida de necessidades individuais.
Várias metodologias de avaliação foram aplicadas, que é o mais vantajoso para os estudantes permitindo avaliar diferentes capacidades.
A Universidade de Aveiro oferece complementos de formação, e alguns estudantes do 2o ciclo em Biomedicina Molecular ingressaram em componentes formativas em Inglês. A Universidade também oferece estruturas como biblioteca e salas de estudo que são amplamente utilizadas pelos estudantes.
6.3. COMPETÊNCIAS TRANSVERSAIS
Ao completar o 2o ciclo em Biomedicina Molecular o estudante deverá adquirir um conjunto de competências no âmbito da Biomedicina Molecular com competências na área da investigação e do diagnóstico biomolecular. Irá também ter a capacidade de desenvolver trabalho autónomo com espírito crítico de auto-‐avaliação. O Mestre terá a capacidade de utilizar o laboratório biomolecular (UC de Biologia Celular Aplicada), meios informáticos do ponto de vista do utilizador (Informática da Bioimagem e Aplicacionais em Bioinformática), e a capacidade de intervir na área da biologia molecular (Sinalização Celular na Biomedicina) ou da farmacêutica (Faramacologia Molecular). Pretende-‐se que o aluno seja competente na exposição e defesa oral de trabalhos devido ao trabalho ao longo do 2o ciclo de estudos que incentiva este tipo de actividade. Os alunos terão
adicionalmente ampla oportunidade para desenvolver trabalhos em grupo e técnicas de comunicação para defender opiniões/posições científicas. O curso inclui um programa intensivo de seminários e os alunos têm oportunidade para conhecerem os palestrantes que vêm de várias realidades profissionais, conhecendo assim algumas alternativas do potencial futuro meio profissional.
6.4. COMPETÊNCIAS EXTRACURRICULARES
Os estudantes da Universidade de Aveiro de Ciências Biomédicas e Biomedicina Molecular organizaram no ano de 2010 o primeiro congresso Nacional em Ciências Biomédicas. O encontro reuniu em Aveiro cientistas e estudantes de várias Universidades Portuguesas, iniciando assim uma actividade anual que será subsequentemente organizada em várias universidades do país. A organização deste encontro foi inteiramente desenvolvida pelos estudantes, incluindo o programa científico e as outras actividades relacionadas com o encontro. A organização deste encontro foi um acontecimento importante para as CBM em Portugal.
Anualmente os estudantes também colaboram na Semana Internacional do Cérebro. Esta é uma iniciativa mundial que pretende divulgar a importância do cérebro e saúde e investigação na área da neurociência. Durante os estágios os alunos tiveram a oportunidade para contactar com hospitais, clínicas e laboratórios de investigação.
7. MEDIDAS DE ESTÍMULO À INSERÇÃO NA VIDA ACTIVA
As medidas de estímulo à inserção na vida activa passam por dar um apoio muito directo e continuo às actividades acima descritas. Nomeadamente:
-‐ apoiar a organização do primeiro congresso Nacional em Ciências Biomédicas; -‐ promover a participação em encontros como o SINAL na Universidade do Algarve; -‐ incentivar a participação dos estudantes na Semana Internacional do Cérebro; -‐ coordenar estágios em meios profissionais;
-‐ motivar os estudantes para desenvolverem teses de mestrado em parceria com outras instituições.
8. SUGESTÕES DE ALTERAÇÕES A INTRODUZIR
Como acima mencionado o 2o ciclo em Biomedicina Molecular sofreu as alterações já indicadas para melhorar o plano de estudos. A alteração mais significativa será a introdução de UCs e ECTS especificamente relacionados com estágios.
Os inquéritos efectuados foram importantes na identificação de alterações a implementar no novo plano curricular e na introdução de alterações pontuais em algumas UCs. Uma consideração importante para o futuro é equipar devidamente os laboratórios.
Globalmente
os resultados dos inquéritos sobre as disciplinas foram satisfatórios e só em casos muito
pontuais alguns docentes vão ter que reajustar aspectos muito específicos. Por último no
aproveitamento escolar os resultados foram altamente positivos, motivando-‐nos assim para
continuarmos com os métodos de ensino e os complementos de formação implementados.
9.
CONCLUSÕES
O relatório aqui elaborado é referente ao primeiro ano de funcionamento do 2o ciclo em Biomedicina Molecular. Nesta primeira edição 12 estudantes ingressaram no curso e a avaliação global efectuada por eles foi positiva. Os estudantes tiveram a possibilidade de desenvolverem capacidades em vários meios profissionais e junto da sociedade em geral. O desafio é dar continuidade ao plano curricular com um segundo ano académico motivador e colmatar as falhas identificadas com o novo plano curricular. Por último será importante para os estudantes desenvolverem as teses de Mestrado em vários meios; académicos,