• Nenhum resultado encontrado

IPTU. Sobre o tema, importante verificar a recente tese de repercussão geral do STF:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "IPTU. Sobre o tema, importante verificar a recente tese de repercussão geral do STF:"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

IPTU

Fonte: Helton Kramer Lustoza e STJ

O IPTU é imposto municipal com previsão no Art. 156, I, CRFB. A regra matriz de incidência é a ​propriedade predial e territorial urbana​; de acordo com o Art. 32, CTN, o aspecto material do IPTU é a propriedade, domínio útil ou posse sobre bem imóvel localizado na zona urbana de Município.

De acordo com o STJ, somente a posse com ​animus definitivo é capaz de ser fato gerador do IPTU, conforme decisão no REsp 132.7539/DF. Helton Kramer leciona que a incidência do imposto deve ser afastada nas hipóteses em que a posse ocorra precariamente, bem como nos casos em que os direitos reais não estejam relacionados com a aquisição da propriedade.

(UFPR - Quintandinha - 2018) “O cessionário de direito de uso de imóvel público é

contribuinte do IPTU, pois detém a posse mediante relação de natureza pessoal,

sem animus domini”. R: Falso! Conforme mencionado, deve existir o ​animus domini​.

Sobre o tema, importante verificar a recente tese de repercussão geral do STF:

​Incide o IPTU​, considerado imóvel de pessoa jurídica de

direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado,

devedora do tributo” Tema 437.

“A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da

Constituição ​não se estende a empresa privada arrendatária

de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município”. RE 594015.

Sobre o ​aspecto temporal do IPTU, cada ente municipal pode definir

discricionariamente quando ocorrerá o fato gerador. No entanto, via de regra, o fato

(2)

novo, a regra é que ocorra o fato gerador pela primeira vez quando o imóvel esteja apto à moradia.

Em relação ao ​aspecto espacial​, o IPTU segue a regra da territorialidade, ou seja,

delimita a propriedade imobiliária na ​zona urbana do Município.

De acordo com o Art. 32, §1º, CTN: § 1º Para os efeitos deste

imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei

municipal; observado o requisito mínimo da existência de

melhoramentos indicados em ​pelo menos 2 (dois) dos incisos

seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, ​com ou sem posteamento

para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima

de 3 (três) quilômetros do imóvel​ considerado.

Vale ressaltar que não é necessário a existência de lei complementar para incidir IPTU nos termos do parágrafo acima.

ATENÇÃO:

A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN (Súmula 626, ST).

(3)

O parágrafo segundo do mesmo artigo do CTN ainda dispõe que:

“A lei municipal pode considerar urbanas as áreas

urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados

à habitação, à indústria ou ao comércio, ​mesmo que

localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior​”.

Neste ponto, importante relembrarmos julgado do STJ sobre a incidência do IPTU x ITR. Vejamos:

TRIBUTÁRIO. IMÓVEL NA ÁREA URBANA. DESTINAÇÃO RURAL. IPTU. NÃO-INCIDÊNCIA. ART. 15 DO DL 57/1966.

RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC. ​1. Não incide

IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966)​”.

(VUNESP - Sertãozinho - 2019) “João é proprietário de imóvel situado na área urbana do Município, onde explora atividade agropecuária, própria de zona rural,

com a produção de hortifrutigranjeiros para consumo próprio e revenda. A

propriedade é servida por rede de abastecimento de água, rede de iluminação

pública e de esgotamento sanitário. Considerando-se as disposições do CTN e a

jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que apesar de se

encontrar em área urbana, o imóvel tem destinação rural, sujeitando-se ao ITR”. (VUNESP - Tatuí - 2019) “não incide IPTU, mas ITR, sobre o imóvel localizado na área urbana do Município, desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agropecuária ou agroindustrial”. R: Correto!!

Conforme leciona Helton Kramer: “a incidência do IPTU estará ​restrita ao

(4)

áreas urbanizáveis ou de expansão urbana, constantes em loteamentos aprovados pelos órgãos competentes”.

O sujeito ativo do IPTU é o Município onde localizado o imóvel. Por outro lado, o sujeito passivo é o definido em lei como proprietário, possuidor a qualquer título ou titular do domínio útil. Vale salientar que somente a posse em que o mesmo se porta como se proprietário fosse é capaz de legitimar a incidência do IPTU.

Assim, conforme lições de Sasha Calmon, o locatário e comodatário não são

contribuintes do IPTU. Em relação ao contrato de promessa de compra e venda, a

jurisprudência do STJ admite que tanto o promitente comprador quanto o promitente vendedor sejam legitimados passivos. Vejamos o acórdão repetitivo tema 122:

A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que

tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU​.

(VUNESP - Câmara de Sertãozinho - 2019) ​“O locatário possui legitimidade ativa

para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel

alugado e para repetir indébito desses tributos”. R: Falso! Conforme mencionado

acima, o locatário não ostenta legitimidade neste caso.

De acordo com Helton Kramer, no caso de desapropriação, persiste a

responsabilidade do proprietário, mesmo após o decreto expropriatório, enquanto

não tenha sido deferida e efetivada a imissão provisória na posse.

Vale também ressaltar que o mero decreto expropriatório não significa que houve

uma desapropriação indireta, sendo necessário caracterizar o esbulho possessório

por parte da Administração Pública.

Somente com a imissão provisória na posse é que a responsabilidade tributária referente ao IPTU cessará. Vejamos:

(5)

A imissão do expropriante na posse do bem expropriando afasta do proprietário a responsabilidade tributária sobre o IPTU, por estar inviabilizada a fruição dos direitos de propriedade. DJe 11/04/2018 REsp 1291828/SP.

De acordo com a jurisprudência do STJ, diante da situação de invasão de terras, não será possível a cobrança do IPTU, tendo em vista que no caso a propriedade deixará de ser plena, o que inviabiliza a exação. Vejamos:

1. É inexigível a cobrança de tributos de proprietário que não

detém a posse do imóvel, devendo o município, no caso,

lançar o débito tributário em nome dos ocupantes da área

invadida. 2. "Ofende os princípios básicos da razoabilidade e da justiça o fato do Estado violar o direito de garantia de propriedade e, concomitantemente, exercer a sua prerrogativa de constituir ônus tributário sobre imóvel expropriado por particulares (proibição do venire contra factum proprium)". (REsp 1.144.982/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/10/2009, DJe 15/10/2009.).

No caso de loteamento irregular, também é possível a cobrança do IPTU,

independentemente da matrícula do imóvel, tendo em vista que a Fazenda Pública

não está vinculada ao que está disposto na mesma. Vejamos precedente do STJ sobre o tema:

A jurisprudência do STJ admite, para fins tributários, que a

cobrança do IPTU se dê por unidades autônomas de um lote, sendo desnecessária a regularidade dessa situação na transcrição do registro imobiliário REsp 1.347.693/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, DJe 17/04/2013).

(6)

Vejam que também dá para fundamentar tal cobrança com base no princípio da

isonomia. Se quem tem tudo regular paga o imposto, por que quem está de maneira

irregular não pagaria?

Sobre os imóveis dos correios, existe uma tese de repercussão geral no STF. Vejamos:

“A imunidade tributária recíproca reconhecida à Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT alcança o IPTU

incidente sobre imóveis de sua propriedade e por ela

utilizados, não se podendo estabelecer, a priori, nenhuma

distinção entre os imóveis afetados ao serviço postal e aqueles afetados à atividade econômica”. RE 773992

Em relação aos imóveis de imunidade religiosa, o Supremo tem entendimento no

sentido de que deve ser adotada uma interpretação extensiva, para englobar também os imóveis alugados a terceiros, desde que os valores sejam aplicados nas finalidades essenciais do ente imune (RE 325.822).

Importante também notar que ​é ônus da Fazenda Pública municipal de afastar a

regra da imunidade​, aplicando a regra imunizante até para os imóveis

temporariamente vagos (RE 767.332-MG). Vejamos:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO

EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. IMUNIDADE

TRIBUTÁRIA DE TEMPLOS RELIGIOSOS. IPTU. IMÓVEL

VAGO. DESONERAÇÃO RECONHECIDA. O Supremo

Tribunal Federal consolidou o entendimento de que não cabe à entidade religiosa demonstrar que utiliza o bem de acordo com

suas finalidades institucionais. ​Ao contrário, compete à

Administração tributária demonstrar a eventual tredestinação do bem gravado pela imunidade. Nos termos

da jurisprudência da Corte, a imunidade tributária em questão

alcança não somente imóveis alugados, mas também imóveis vagos.

(7)

Outro tema interessante é que, no caso de sucessão, pela União Federal, dos imóveis da Rede Ferroviária Federal - FSSA, não é possível aplicar a imunidade, devendo a União arcar com o IPTU. Vejamos a tese de repercussão geral:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE

TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. INAPLICABILIDADE À

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUCESSÃO. ART. 150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO. A imunidade tributária

recíproca ​não exonera o sucessor das obrigações tributárias

relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação “retroativa” da imunidade tributária). Recurso Extraordinário ao qual se dá provimento. RE 599.176 A Base de cálculo do IPTU é o ​valor venal do imóvel​, conforme prevê o Art. 33,

CTN. Deve ser levado em consideração o terreno acrescido de suas edificações,

sendo excluído os bens móveis mantidos no imóvel.

(Vunesp - Agente Fiscal Campinas - 2019) “terá como base de cálculo o valor de aquisição dos imóveis”. R: Falso! É o valor venal do imóvel!

(Vunesp - PGM/POÁ) ​“na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade”. R: Correto! Não são considerados, conforme mencionado acima.

(PGM - Apodi) ​a base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. R: Correto! Vejam como essa parte da BC é importante, sendo cobrada em várias questões.

Sobre o tema, é importante lembrar que o aumento da base de cálculo do IPTU

somente pode ocorrer por meio de lei. O que é permitido por decreto é a atualização monetária, desde que não seja acima do índice oficial. Vejamos a súmula 160, STJ:

(8)

SÚMULA N. 160. É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

No mesmo sentido, tem entendimento do STF: “A majoração do valor venal dos imóveis para efeito da cobrança de IPTU não prescinde da edição de lei em sentido formal, exigência que somente se pode afastar quando a atualização não excede os índices inflacionários anuais de correção monetária”. RE 648245

(PGM - LONDRINA) ​“O Município poderá alterar a base de cálculo do IPTU até o montante da inflação ocorrida no exercício anterior ao do lançamento, mediante decreto editado e publicado até o dia 31 de dezembro do exercício para entrar em vigência no exercício seguinte”. R: Correto! Vejam que é até o limite da inflação, não podendo ultrapassar tal limite!

Por fim, para acabar a parte 1 do tema, vale lembrar que:

“A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é no

sentido de que "o locatário, por não ostentar a condição de contribuinte ou de responsável tributário, não tem legitimidade

ativa para postular a declaração de inexistência de relação

jurídica tributária, bem como a repetição de indébito referente ao IPTU, à Taxa de Conservação e Limpeza Pública ou à Taxa de Iluminação Pública" (AgRg no REsp 836.089/SP, Rel.

Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em

23/02/2011, DJe 26/04/2011)”.

As alíquotas do IPTU são definidas por meio de ​lei municipal​, sendo diferenciadas

em razão da utilização (residencial, comercial, etc). Algumas leis municipais também fazem diferenciação em relação se estão construídos ou abandonados, buscando valorizar a função social do imóvel, tal como previsto na CRFB.

(9)

Vale ressaltar que no IPTU não existe limitação de alíquotas na Constituição, tal como ocorre com o ITCD e ISSQN.

A progressividade de alíquota no IPTU antes da EC 29/00 não era possível, salvo quando destinado a assegurar a função social da propriedade (Art. 182, §4º, CRFB). Neste sentido, vejamos a redação da súmula 668, STF:

“É ​inconstitucional ​a lei municipal que tenha estabelecido,

antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas

progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana”.

O que acontece caso um município cobrasse o IPTU progressivo antes da

permissão constitucional? O STF resolveu o tema com base no princípio da

parcelaridade da norma, permitindo a cobrança de IPTU de acordo com cada tipo de utilização do imóvel e com a alíquota mínima prevista em lei. Vejamos:

"1. Tese de repercussão geral fixada: 'Declarada

inconstitucional a progressividade de alíquota tributária do

Imposto Predial Territorial Urbano no que se refere à fato

gerador ocorrido em período anterior ao advento da EC 29/2000, é devido o tributo calculado pela alíquota mínima

correspondente, de acordo com a destinação do imóvel e a

legislação municipal de instituição do tributo em vigor à época'.

2. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento sumulado

no sentido de que 'É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000,

alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a

assegurar o cumprimento da função social da propriedade

urbana'. Súmula 668 do STF. (...). 3. É constitucional a

cobrança de IPTU, referente a período anterior à Emenda

Constitucional 29/2000, mesmo que a progressividade das

alíquotas tenha sido declarada inconstitucional, em sede de representação de inconstitucionalidade em Tribunal de Justiça local. (...). ​4. O IPTU é exigível com base na alíquota mínima

(10)

prevista na lei municipal, de modo que o critério quantitativo da regra matriz de incidência tributária seja proporcional e o menos gravoso possível ao contribuinte.

Precedentes. 5. Recurso extraordinário provido." (RE 602347, Relator Ministro Edson Fachin, Tribunal Pleno, julgamento em

4.11.2015, DJe de 12.04.2016, com repercussão geral - tema

226).

Atualmente, após a emenda 29/00, o IPTU pode ser progressivo em razão dos

seguintes critérios: ​a) ​valor do imóvel​; ​b) ​localização e uso do imóvel e ​c)

destinação social da propriedade​ (Que já era possível antes mesmo da emenda). (PGM MANAUS - 2018 - CESPE) “O IPTU pode ter alíquotas superiores para os

imóveis de maior valor”. R: Correto!!

Vale ressaltar que esse tema da progressividade foi cobrado na segunda fase da PGM-BH (2017 - CESPE) e São José dos Pinhais (2018 - FAUEL).

Vale ressaltar também que a alíquota do IPTU deve respeitar a anterioridade,

anterioridade nonagesimal e legalidade. Sobre o tema, importante também ressaltar o que dispõe a súmula 589, STF:

É ​inconstitucional a fixação de adicional progressivo do

imposto predial e territorial urbano em função do número de

imóveis do contribuinte.

(Auditor Fiscal - Rondonópolis) “O IPTU poderá ter alíquotas diferenciadas em

função do número de imóveis do contribuinte, como medida de equidade fiscal”. R:

Falso! Vide Súmula acima.

Em relação ao lançamento, temos que via de regra, será realizado de ofício, sendo

processado com base na Planta Genérica de Valores, sendo o contribuinte

notificado pelo envio do carnê ao seu endereço, conforme previsto na súmula 397, STJ.

(11)

(PGM - SOROCABA) “O imposto municipal sobre propriedade territorial urbana

(IPTU) é tributo classificado, segundo a forma de lançamento, como sujeito a

lançamento de ofício, considerando-se não ser necessária ação ou declaração do

contribuinte para que seja lançado o tributo, mas apenas ação da administração

tributária tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação

correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo

devido e identificar o sujeito passivo”. R: Correto!!

O imóvel também pode ser penhorado na execução de dívida proveniente do IPTU,

tendo em vista que é exceção ao bem de família. Vejamos:

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra

natureza, salvo se movido: IV - para cobrança de impostos,

predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;

Informativos e súmulas sobre o tema:

1) O fato de parte de um imóvel urbano ter sido declarada como Área de Preservação Permanente (APP) e, além disso, sofrer restrição administrativa consistente na proibição de construir (nota non aedificandi) não impede a incidência de IPTU sobre toda a área do imóvel. Informativo 558, STJ.

ATENÇÃO! ​Esse entendimento é para áreas de preservação permanente, se

estivermos diante de uma estação ecológica, a cobrança do IPTU será indevida.

Vejamos: “​A qualificação de imóvel como estação ecológica limita o direito de

propriedade, o que afasta a incidência do IPTU​”. Info 657, STJ.

2) O Município não pode cobrar IPTU de Estado estrangeiro, embora possa cobrar

taxa de coleta domiciliar de lixo. Informativo 538, STJ.

3) A entrega de carnês de IPTU e ISS pelos municípios sem a intermediação de terceiros no seu âmbito territorial não constitui violação do privilégio da União na manutenção do serviço público postal. Informativo 519, STJ.

(12)

4) Apenas o proprietário do imóvel tem legitimidade ativa para propor ação de repetição de indébito de IPTU. Informativo 516, STJ.

5) O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária

de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses

tributos. Súmula 614, STJ.

6) O usufrutuário de imóvel urbano possui legitimidade ativa para questionar o IPTU (Jurisprudência em teses - STJ).

7) O termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU – inicia-se no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da exação (Informativo 638, STJ).

Tabela muito útil utilizada por Helton Kramer sobre o IPTU:

Legalidade Deve obedecer

Anterioridade Deve obedecer

Anterioridade nonagesimal (noventena) Deve obedecer

Hipótese de Incidência Propriedade, domínio útil ou posse de

bem imóvel por natureza ou acessão física, como definido na lei civil,

localizado na zona urbana de Município

Aspecto Espacial Zona Urbana

Aspectos Temporal Conforme previsto na Lei

(13)

Gabarito da CESPE sobre a progressividade: 3.1. Conceito da progressividade de IPTU A progressividade é caracterizada pelo aumento crescente da alíquota ou dos

elementos que servem de base à apuração do imposto, em razão do aumento da

quota, da base de cálculo ou da riqueza em que vai incidir. No caso dos bens reais, a proporção do tributo é maior quanto mais valioso for o bem objeto da tributação.

No caso, o uso da progressividade determina que a proporção do IPTU deve ser

maior para os imóveis mais valiosos. Será igualmente considerada a resposta do

candidato que explicar o conceito a partir da noção mais genérica de tributo

incidente em bens reais, ou que distinga tributos pessoais e reais, desde que

demonstre correlacionar a tese genérica com a hipótese tratada no caso concreto. 3.2 Possibilidade de aplicação do princípio da progressividade do IPTU em razão do

tamanho do imóvel. O tamanho do imóvel não necessariamente corresponde ao

valor do bem. Uma casa de periferia, com tamanho razoável, pode valer bem menos

que um apartamento pequeno, situado em uma área de luxo.

A progressividade em função da área construída, nesse caso, pode criar situações

nas quais um imóvel de menor valor pagará um IPTU proporcionalmente superior ao

de um imóvel mais luxuoso. Ademais, a lei menciona apenas a área construída,

deixando de considerar a área total do imóvel, beneficiando os imóveis que tenham

uma grande área de lazer ou que tenham um amplo terreno, beneficiando as casas

em detrimento dos apartamentos. Assim, haverá situações nas quais os proprietários de imóveis mais valiosos podem acabar pagando imposto proporcionalmente menor.

A Constituição Federal somente prevê a progressividade do IPTU em razão do valor

do imóvel, ou nos casos de descumprimento de sua função social. O legislador não

pode criar novos critérios de progressividade do tributo, não previstos no texto constitucional. 3.3

Progressividade do IPTU no tempo e requisitos para a sua aplicação, se

juridicamente possível A progressividade do IPTU no tempo está prevista no inciso

II, § 4.º, do art. 182 da Constituição Federal, sendo aplicável ao proprietário de solo

urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que não promova o adequado

aproveitamento do bem. A sua cobrança exige uma lei específica para área incluída

(14)

também preveem condicionantes para a aplicação do IPTU progressivo no tempo.

Deve-se conceder o prazo de um ano, a partir da notificação, para que seja

protocolado o projeto no órgão municipal competente, e de dois anos, a partir da

aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento. Além disso, a

alíquota não pode ser superior a 15%.

A lei federal determina, também, que a alíquota progressiva não pode exceder a

duas vezes o valor referente ao ano anterior. Também serão consideradas as

respostas que, mencionando o dispositivo constitucional acima apontado, apresentem como fundamento complementar os princípios da capacidade contributiva e da isonomia tributária, com a indicação dos dispositivos

constitucionais aplicáveis. 3.4 Entendimento do STF sobre a progressividade do

IPTU Súmula n.º 668 do STF: “É inconstitucional a lei municipal que tenha

estabelecido, antes da Emenda Constitucional n.º 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da

propriedade urbana.” – Obs.: a súmula deve ser obrigatoriamente citada. A

transcrição não é obrigatória, podendo ser explicado o seu teor.

Não é necessária a citação numérica do enunciado da súmula, bastando que o

candidato demonstre ter conhecimento que se trata de entendimento já sumulado.

RE 602.347 RG/MG, com repercussão geral. Rel. Ministro Edson Fachin. Julgamento de 4/11/2015. Tese de repercussão geral fixada: “Declarada inconstitucional a progressividade de alíquota tributária do Imposto Predial Territorial Urbano no que se refere a fato gerador ocorrido em período anterior ao advento da EC n.º 29/2000, é devido o tributo calculado pela alíquota mínima correspondente, de acordo com a destinação do imóvel e a legislação municipal de instituição do tributo em vigor à época”. – Obs.: o precedente do RE 602.347 não necessita ser

transcrito, desde que o candidato apresente os fundamentos legais nele contidos.

Não será exigido que o candidato cite o número do precedente, sendo suficiente

que saiba indicar qual é o entendimento jurídico do STF. Síntese da posição do

STF: Antes da EC n.º 29/2000, somente é possível a instituição de alíquota

progressiva no tempo para assegurar o cumprimento da função social da

(15)

A Constituição permite a progressividade de alíquotas do IPTU em razão do valor do

imóvel, não podendo o legislador criar outras hipóteses de progressividade. Lei que

criou a progressividade de IPTU antes da EC n.º 29/2000 é nula, não sendo

repristinada pelo advento da referida emenda constitucional. É constitucional a

cobrança de IPTU mesmo que a progressividade das alíquotas tenha sido declarada

inconstitucional. Nesse caso, deve-se aplicar a alíquota mínima, afastando-se a

Referências

Documentos relacionados

PARÁGRAFO SEGUNDO: Fica autorizado excepcionalmente o funcionamento do comércio do centro e adjacências no dia 12 de outubro de 2011, com jornada única de 06

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo teve como propósito apresentar o interesse de graduados do curso de Arquivologia, em relação à publicação de seus TCC’s após o término do

Desenvolver gelado comestível a partir da polpa de jaca liofilizada; avaliar a qualidade microbiológica dos produtos desenvolvidos; Caracterizar do ponto de

If teachers are provided with professional development opportunities that helps them develop a learning environment that is relevant to and reflective of students'

Sabe-se que as praticas de ações de marketing social tem inúmeras funções, dentre estas o papel de atuar na mudança de valores, crenças e atitudes, porém os alunos da

Esse tipo de aprendizagem funciona não no regime da recognição (DELEUZE, 1988), que se volta a um saber memorizado para significar o que acontece, mas atra- vés da invenção de

Os dados foram discutidos conforme análise estatística sobre o efeito isolado do produto Tiametoxam e a interação ambiente/armazenamento no qual se obtiveram as seguintes

O dinotefuran se mostrou semelhante em sua atividade adulticida, em ambas as formulações spray e “strip-on”, quando comparado com o imidacloprid, outro neonicotinoide,