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EDUCAÇÃO SEXUAL - FACIL OU DIFÍCIL NA ÓTICA DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS DO MUNICÍPIO DE ARACAJU?

Mônica Ismerim Barreto1

INTRODUÇÃO

A sexualidade é um assunto presente nas diversas áreas de conhecimento humano. Porém, embora este seja um tema sempre presente no cotidiano, não é em um assunto fácil ou tranqüilo de ser abordado – especialmente no ambiente escolar. A discussão da sexualidade na escola suscita polêmicas. Isto porque os assuntos ligados à sexualidade estão repletos de interditos e castrações.

De acordo com Groppa Aquino (1997) para pais, professores e alunos, a associação sexualidade /escola é algo exótico, em que os componentes não combinariam muito bem. Castro, Abramovay e Silva (2004), assinalam que para alguns autores, a inserção da escola no campo da sexualidade é algo complexo e que apresenta vários riscos, pois, a escola é um dos principais instrumentos de disciplinamento e censura que observamos nos vários segmentos da sociedade. Dessa forma, a discussão de temas ligados à sexualidade no âmbito escolar não são vistos de forma tranqüila por todos.

Além disso, como Furlani (2003) assinala, os cursos de formação de professores, em sua quase totalidade não abordam esse tema. Os professores(as) que trabalham com educação sexual em geral, têm dificuldades no trato com o tema. A começar pela reação dos alunos, os risinhos, as brincadeiras maliciosas e as perguntas indiscretas. Além disso, o próprio educador também tem que gerenciar seus valores, preconceitos, convicções e concepções sobre a sexualidade, e precisa procurar uma linguagem que possa ser clara o suficiente para ser entendido e administrar as regras e normas que fazem parte do ambiente escolar (SAYÃO, Rosely,1997).

O trabalho em educação sexual, segundo o PCN - temas transversais (BRASIL, 1998) deve ser realizado de forma transversal, ou seja, deve “ser incorporada nas áreas já existentes e no trabalho educativo da escola” (BRASIL, 1998 p. 17), pois “sua complexidade faz com que nenhuma das áreas, isoladamente, seja suficiente para explicá-los; ao contrário, a problemática dos temas transversais atravessa os diferentes campos do conhecimento.” (p.26).

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Porém, segundo diversos autores, entre eles Chaves, Queiroz e Guerra (2004), Raiça e Fernandez (1985), Cenira Silva (1997) são geralmente os professores de Ciências/Biologia aqueles considerados responsáveis pela abordagem de temas ligados à sexualidade em sala de aula.

Segundo Castro, Abramovay e Silva (2004) a sexualidade vem sendo tratada principalmente como “um conteúdo restrito ao campo disciplinar da biologia, reificando-se o corpo como aparato reprodutivo, o que molda a compreensão a respeito da saúde e da doença”. (p. 38)

Os Parâmetros Curriculares Nacianais – Temas transversais – Orientação Sexual (BRASIL, 1998), assinalam que a maneira como a educação sexual é realizada na escola geralmente não contempla os anseios e as curiosidades das crianças e adolescentes. Isto sucede porque o enfoque é centralizado, na maioria das vezes, apenas no corpo biológico, não incluindo, portanto, os outros aspectos da sexualidade.

Conforme indica Figueiró (1998 apud FIGUEIRÓ, 2006 p. 57)

a preocupação da escola em fazer educação sexual porque há necessidade de resolver e controlar os problemas (DST e gravidez), possivelmente, torna o trabalho árduo, pesado, angustiante e desvia as energias que poderiam ser redobradas se se falasse de sexualidade de forma alegre e bonita.

Assim, ao falar dos ‘perigos’ advindos de uma relação sexual, forma-se uma imagem negativa da mesma, recheada de proibições e interditos. Esquece-se o lado positivo e bom da sexualidade. As escolas têm dificuldade em trabalhar com aspectos ligados à sexualidade, e quando o fazem, geralmente é para coibir a atividade sexual dos jovens. Como indica Rosely Sayão (1997), embora cheios de boa intenção, os professores que trabalham com educação sexual nem sempre conseguem separar o discurso moralizante de sua prática o que pode “funcionar como um verdadeiro ato terrorista”. ( p.100)

Yara Sayão (1997) indica que quando a educação sexual entrou na escola, provavelmente no século XVIII teve como objetivo o combate à masturbação.

Lisete Corrêa (2003) relata que em algumas escolas observadas por ela existia a figura de guardiãs morais, que se propunham evitar que no ambiente escolar existisse o que uma delas denominou “frutas podres” (p. 41). Esse termo foi utilizado pela diretora de uma das escolas pesquisadas para se referir a “meninas que tenham vida sexual ativa” (p.41). Segundo essa autora, quando essa diretora fala em “proteção contra a fruta estragada é porque acredita piamente que a sexualidade corrompe e é um mal a ser combatido.” (p.41)

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Os PCN – temas transversais (BRASIL, 1998) sugerem que a educação sexual deve ser tratada em três vertentes: o corpo, como matriz da sexualidade, as relações de gênero, e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis /AIDS. Dessa forma, podemos observar que das três vertentes sugeridas para trabalhar sexualidade em sala de aula, duas (o corpo e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis /AIDS) tem estrita ligação com aspectos biológicos. Embora esse documento indique a sexualidade como fonte de prazer, apresenta também um constante reforço na prevenção de uma gravidez ‘indesejada’ e nas doenças sexualmente transmissíveis.

Helena Altman (2005) observou em sua tese de doutorado que “as professoras de Ciências eram as responsáveis por falar sobre sexualidade com os/as estudantes, sendo através do livro de Ciências que esse assunto aparecia regularmente em sala de aula.” (p.49). Essa autora relata que “é quando se fala sobre reprodução, que acontece o principal momento em que a sexualidade é pedagogicamente ensinada na escola, sendo esse, portanto, o principal – ainda que não o único – momento de educação sexual.” (p. 91).

Para Reiss (1996) a educação sexual é um tema polêmico.Segundo esse autor, quando educação sexual é abordada apenas com vistas à promoção da saúde, ou seja, trata de contracepção, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, está sendo vista com uma visão muito estreita.

Considerando que são os professores e professoras de Ciências aqueles que apresentam o ‘saber competente’ para tratar de assuntos de sexualidade em sala de aula, que a formação inicial destes professores geralmente não contempla os temas ligados à esse assunto, faz-se necessário identificar quais temas são considerados mais difíceis ou fáceis por estes educadores e educadoras.

Assim, essa pesquisa ter por objetivo identificar os temas relativos à sexualidade considerados fáceis ou difíceis de serem trabalhados em sala de aula, por professores de Ciências do município de Aracaju-SE.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada com nove professores(as) (oito mulheres e um homem) de Ciências do município de Aracaju que trabalham com o 8ºano onde o conteúdo Sistema Reprodutor tradicionalmente é abordado e participam do programa “Horas de Estudo” da Secretaria Municipal de Aracaju.

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homossexualidade, masturbação, menstruação, métodos contraceptivos, namoro, prazer, relações de gênero, relações sexuais e sistemas reprodutores, para os quais os professores deveriam assinalar o grau de dificuldade em cada um, sendo quatro as respostas possíveis: Verde (muito fácil), Amarelo (mais ou menos), Vermelho (difícil) ou Não deve ser abordado em sala.

A fim de obter um índice que indicasse os temas de maior/menor dificuldade foi construída uma escala de graduação onde foram atribuídos pesos diferenciados para as respostas: Muito fácil – peso 4; Mais ou menos – peso 3; Difícil – peso 2. A indicação que determinado tema não deveria ser abordado em sala foi tratado separadamente, observando a quantidade de indicações recebidas.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos (Tabela 1) mostram os temas considerados mais fáceis de serem abordados em sala de aula foram, respectivamente: Menstruação, Namoro, DST/AIDS, Métodos contraceptivos, Sistemas reprodutores e gravidez na adolescência.

Tabela 1 – Resultado da escala de graduação de dificuldade por professor(a)

Professor/Professoras Temas 5 9 2 7 3 8 4 6 1 TOTAL Menstruação V V V V V V V V V 36 Namoro V V V V V V V V A 34 DST/AIDS V V V V V A V V A 34 Métodos contraceptivos V V V V V V V VM V 34 Sistemas reprodutores V V V V V V V VM V 34 Gravidez na adolescência V V V V V A V V VM 33 Relações sexuais V V VM V V A A VM A 29 Relações de Gênero V V V VM VM A A V VM 28 Masturbação A A V A VM V VM VM A 26 Prazer A VM V V VM V VM VM A 26

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Homossexualidade V V VM A VM VM VM A NÃO 22

Abuso sexual A/V A VM A VM VM VM VM VM 21,5

V= 9 V= 9 V– 8 V– 7 V– 6 V– 6 V– 5 V– 3 A - 2 A - 2 A - 3 VM-5 A – 4 A -2 A – 1 A - 5 TOTAL V/A - 1 VM-1 V– 9 VM-3 VM-1 VM-2 VM-4 VM-6 VM-3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Legenda: V- Muito fácil – 4 A –Mais ou menos -3 VM –Difícil – 2 N- NÃO V/A – Marcou V e A – 3,5

Dentre os seis temas que foram indicados como mais fáceis para os professores (as), cinco – Menstruação, DST/AIDS, Métodos contraceptivos, Sistemas reprodutores e gravidez na adolescência - apresentam ligação com o aspecto biológico, o que corrobora a proposta do PCN – temas transversais (BRASIL,1998), para quem deve se abordar o corpo e as doenças sexualmente transmissíveis. Tais resultados são esperados quando leva-se em conta a formação destes professores – em Ciências Biológicas. Porém, como assinala Figueiró (2006) se estes professores focarem sua fala sobre o tema ressaltando o biológico, o trabalho do professor vai ficar pesado, angustiante. Como assinalam Castro, Abramovay e Silva (2004), ao se tratar do tema apenas pelo enfoque reprodutivo, vai se promover uma compreensão da mesma associada à doenças e saúde. O prazer, a forma mais leve e tranqüila de encarar a sexualidade não encontra espaço dentro de temas tão pesados.

O tema Relações sexuais foi considerado ‘difícil’ por dois professores. Um tema de foro íntimo pode suscitar dificuldades na abordagem, pois, como assinala Rosely Sayão (1997) envolve convicções e preconceitos do educador sobre o tema.

Para três, dos nove educadores, o assunto Relações de gênero foi apontado como de difícil abordagem. Tal fato se deve possivelmente à complexidade do tema, que envolve os papéis sexuais que homens e mulheres desempenham na sociedade. Sendo um dado cultural, e não biológico, sofre mudanças de cultura para cultura e dentro de cada grupo ao longo do tempo. Acompanhar tais mudanças exige estudos mais profundos em uma área que os licenciados em Biologia não

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Os temas Masturbação e Prazer receberam a mesma pontuação, sendo considerados difíceis por três e quatro professores, respectivamente. A masturbação é um tema considerado tabu, sendo, como assinala Yara Sayão (1997), indicado nas escolas do século XVIII, como um ato proibido. Considerando com indica Rodrigues Júnior (1993) que a masturbação é reprimida nas meninas e estimulada nos meninos, e que o grupo estudado apresenta mais professoras que professores, a rejeição observada para esse tema provavelmente se deve a essa proibição.

O Prazer é um tema que pode gerar dúvidas nos professores quanto ao comportamento dos alunos. Discutir o prazer proporcionado pelo sexo pode ser encarado como um ‘estímulo’ ao ato sexual.

Dos temas citados, Homossexualidade e Abuso sexual foram considerados os mais difíceis. Abuso sexual é um tema de difícil trato, pois envolve dores profundas das vítimas. Requer do educador sensibilidade para abordar o tema, pois o mesmo não sabe se entre seus alunos e alunas existe algum(a) que já foi ou é abusado sexualmente. Porém, como assinala o Guia Escolar: métodos para a identificação de sinais de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes (BRASIL, 2004 p.26) “A escola, por ser instituição que ocupa lugar privilegiado na rede de atenção à criança e ao adolescente, deve assumir papel de protagonista na prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes.” A escola e em especial os professores não podem se omitir no trato com o tema sob pena de não auxiliar alunos e alunas em situação de risco.

O tema Homossexualidade foi o único que recebeu a indicação de que não deveria ser abordado em sala de aula. Dessa forma, é um tema considerado difícil, mas, além disso é rejeitado por um educador. Como indica Erica Weiler (2007), a escola geralmente não tem interesse em tratar das necessidades das minorias sexuais. Porém, essa autora ressalta que todos os estudantes, inclusive as minorias são de responsabilidade da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Professores e Professoras de Ciências mostraram que a formação recebida, de cunho biológico, tem influência sobre a facilidade que determinado tema tem de ser abordado em sala de aula. Temas ligados ao biológico são indicados como mais fáceis de abordar, já temas que fogem do biológico e envolvem outros campos, como Relações de gênero, Homossexualidade e Prazer que não são vistos nos cursos de formação de professores, são indicados como temas mais difíceis.

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Além disso temas como homossexualidade e Abuso sexual são polêmicos, e necessitam de uma maior preparação do profissional para abordá-los.

Tal fato nos faz inferir que há necessidade de que tanto a formação inicial como a continuada contemplem aspectos ligados à sexualidade.

REFERÊNCIAS

ALTMAN, Helena. Verdades e pedagogias na educação sexual em uma escola. Tese (Doutorado em Educação). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/biblioteca. Acesso em: 27 nov. 2008

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: temas transversais. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL.Guia Escolar: Métodos para Identificação de Sinais de Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Brasília: Secretaria Especial de Direitos Humanos e Ministério da Educação. Brasília, 2004.

CASTRO, Mary Garcia; ABRAMOVAY, Miriam; SILVA, Lorena Bernadete da. Juventudes e

sexualidade. Brasília: UNESCO. Brasil, 2004.

CHAVES, Gustavo Batista; QUEIROZ, Eliza; GUERRA, Leonor Bezerra. Apontamentos para trabalho em educação sexual nas escolas. In: Anais do 7º Encontro de Extensão da Universidade

Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004. Disponível em: <http://www.ufmg.br/proex/arquivos/7Encontro/Educa34.pdf>. Avesso em 18 jan. 2009

CORRÊA, Lisete. A Exclusão branda do homossexual no ambiente escolar. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2003. FIGUEIRÓ, Maria Neide Damico. Formação de Educadores Sexuais: adiar não é mais possível.

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FURLANI, Jimena. Mitos e Tabus da Sexualidade Humana: subsídios ao trabalho em educação sexual. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

GROPPA AQUINO, Júlio. Apresentação. In: ______. Sexualidade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1997, p.7-21.

RAIÇA, Darcy; FERNANDEZ, Senira Anie F. A adolescente e o sexo. São Paulo: Brasiliense, 1985.

REISS, Michel J. Food, sex, exercise and drugs: Ethical frameworks for health education. BERA

Annual Conference, Lancaster, 1996. Disponível em:

<http://intranet.bell.ac.uk/sites/courses/Business_Ethics/Shared%20Documents/ethics.3.doc> Acesso em: 22 nov. 2008.

RODRIGUES JÚNIOR, Oswaldo. Os conflitos sexuais na adolescência. In: RIBEIRO, Marcos (org). Educação Sexual: novas idéias, novas conquistas. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993. p.101-111.

SAYÃO, Rosely. Saber o sexo: os problemas da informação sexual e o papel da escola. In: AQUINO, Júlio G. (org.) Sexualidade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus,1997, p.97-105.

SAYÃO, Yara. Orientação sexual na escola: os territórios possíveis e necessários. In: AQUINO, Júlio G. (org.) Sexualidade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus,1997, p.107-117.

SILVA, Cenira. Possibilidades e limitações da escola pública como agente de educação sexual. In:

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