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Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

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Dados Básicos 

Fonte: 1.281.236  Tipo: Acórdão STJ  Data de Julgamento: 19/03/2013  Data de Aprovação Data não disponível  Data de Publicação:26/03/2013  Estado: São Paulo  Cidade:   Relator: Nancy Andrighi  Legislação: Arts. 1.580 e 1.581 do Código Civil de 2002.     

Ementa

 

CIVIL.  DIVORCIO  INDIRETO  (POR  CONVERSÃO).  REQUISITOS  PARA  DEFERIMENTO.  PRÉVIA  PARTILHA  DE  BENS.  INEXIGIBILIDADE.  NOVA  PERSPECTIVA  DO  DIREITO  DE  FAMÍLIA.  ARTS.  1.580  E  1.581  DO  CC/02.  1.  A  regulamentação  das  ações  de  estado,  na  perspectiva  contemporânea  do  fenômeno  familiar,  afasta‐se  da  tutela  do  direito  essencialmente  patrimonial,  ganhando  autonomia  e  devendo  ser  interpretada  com  vistas  à  realização  ampla  da dignidade da pessoa humana. 2. A tutela jurídica do direito patrimonial, por sua vez, deve  ser  atendida  por  meio  de  vias  próprias  e  independentes,  desobstruindo  o  caminho  para  a  realização  do  direito  fundamental  de  busca  da  felicidade.  3.  O  divórcio,  em  qualquer  modalidade,  na  forma  como  regulamentada  pelo  CC/02,  está  sujeito  ao  requisito  único  do  transcurso do tempo. 4. Recurso especial conhecido e não provido.   

Íntegra 

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA  RECURSO ESPECIAL Nº 1.281.236 ‐ SP (2011/0198107‐0)  RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHI   

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RECORRENTE: T T N 

ADVOGADO: DIOGENES TORRES BERNADINO E OUTRO(S)  RECORRIDO: L M M S 

ADVOGADO: EDUARDO ELIAS DE LIMA MARCHESANO  

EMENTA:  CIVIL.  DIVORCIO  INDIRETO  (POR  CONVERSÃO).  REQUISITOS  PARA  DEFERIMENTO.  PRÉVIA  PARTILHA  DE  BENS.  INEXIGIBILIDADE.  NOVA  PERSPECTIVA  DO  DIREITO  DE  FAMÍLIA.  ARTS. 1.580 E 1.581 DO CC/02. 

1.  A  regulamentação  das  ações  de  estado,  na  perspectiva  contemporânea  do  fenômeno  familiar,  afasta‐se  da  tutela  do  direito  essencialmente  patrimonial,  ganhando  autonomia  e  devendo ser interpretada com vistas à realização ampla da dignidade da pessoa humana.  2.  A  tutela  jurídica  do  direito  patrimonial,  por  sua  vez,  deve  ser  atendida  por  meio  de  vias  próprias e independentes, desobstruindo o caminho para a realização do direito fundamental  de busca da felicidade. 

3.  O  divórcio,  em  qualquer  modalidade,  na  forma  como  regulamentada  pelo  CC/02,  está  sujeito ao requisito único do transcurso do tempo. 

4. Recurso especial conhecido e não provido.   ACÓRDÃO 

Vistos,  relatados  e  discutidos  estes  autos,  acordam  os  Ministros  da  TERCEIRA  Turma  do  Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes  dos autos, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do(a)  Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Sidnei Beneti, Paulo de  Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva votaram com a Sra. Ministra Relatora.  Brasília (DF), 19 de março de 2013 (Data do Julgamento)  MINISTRA NANCY ANDRIGHI, Relatora   RELATÓRIO  Cuida‐se de recurso especial interposto por T.T.N., com fundamento nas alíneas “a” e “c” do  permissivo constitucional. 

Ação  (e‐STJ  fls.  3/5):  de  divórcio  indireto,  ajuizada  por  L.M.M.S.,  em  face  da  recorrente,  em  virtude  do  transcurso  do  prazo  ânuo  desde  o  trânsito  em  julgado  da  sentença  de  separação  judicial. 

Sentença (e‐STJ fls. 185/186): julgou procedente o pedido. 

Acórdão  (e‐STJ  fls.  233/240):  negou  provimento  à  apelação  interposta  pela  recorrente,  nos  termos da seguinte ementa: 

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CONVERSÃO  DE  SEPARAÇÃO  JUDICIAL  EM  DIVÓRCIO  –  Procedência  –  Alegação  de  descumprimento de obrigações assumidas por ocasião da separação (em especial a partilha) –  Descabimento  –  Exigência  do  artigo  226,  §  60,  da  Constituição  Federal,  atendida  –  Para  a  conversão da separação em divórcio, suficiente a prova do decurso do lapso temporal (artigos  1.580  e  1.581  do  Código  Civil)  –  Questão  relativa  à  partilha  que,  aliás,  já  é  objeto  de  ação  própria – Sentença mantida – Recurso improvido.  Recurso Especial (e‐STJ fls. 245/250): alega a violação do art. 25 a 35 e 43 da Lei nº 6.515/77,  bem como dissídio jurisprudencial. Afirma que, ao decretar o divórcio indireto sem apreciação  da partilha, impediu‐se sua discussão em sede de ação de conversão de separação judicial em  divórcio, contrariando disposição expressa do art. 43 da Lei de Divórcio vigente. Sustenta que  apenas no divórcio direto a discussão da partilha seria obstada, nos termos da Súmula 197/STJ.  Prévio  juízo  de  admissibilidade:  o  TJ/SP  admitiu  o  recurso  especial  (e‐STJ  fl.  290)  interposto  pela alínea “c” do permissivo constitucional.  É o relatório.   VOTO  Cinge‐se a controvérsia a verificar a vigência do art. 43 da Lei nº 6.515/77 e a possibilidade de  se discutir litígio acerca da partilha de bens do casal em ação de divórcio indireto.  De fato, a partir da interpretação dos arts. 31 e 43 da Lei nº 6.515/77, tinha‐se a regra de que a  realização da partilha dos bens do casal era requisito para a convolação da separação judicial  em divórcio. Foi justamente com vistas nesses dispositivos legais que a jurisprudência do STJ  firmou‐se no sentido de que apenas o divórcio direto independia da prévia partilha de bens, o  que foi consolidado no texto do enunciado 197 da súmula jurisprudencial desta Corte Superior,  em julgamento datado de 8 de outubro de 1997. 

Esse  entendimento,  embora  restrito  ao  divórcio  direto  em  decorrência  da  ausência  de  expressa  previsão  legal  para  esta  modalidade  de  divórcio,  já  refletia  a  tendência  atual  de  garantir  cada  vez  mais  autonomia  aos  direitos  de  personalidade,  distanciando‐os  daqueles  direitos  eminentemente  patrimoniais.  Nesse  mesmo  sentido  vêm  se  orientando  as  recentes  reformas legislativas no âmbito do direito de família. 

Nesse  contexto,  o  Código  Civil  de  2002  regulou  o  divórcio  de  forma  essencialmente  diversa  daquela traduzida pela legislação de 1977. Assim, o art. 1.580 do CC/02 passou a condicionar a  concessão  do  divórcio  indireto  apenas  ao  requisito  temporal:  transcurso  de  um  ano  entre  o  requerimento de conversão e a separação judicial ou medida cautelar equivalente. 

Mais:  o  texto  atual  do  art.  1.581  do  CC/02  disciplinou  expressamente  a  desnecessidade  da  prévia  partilha  de  bens  como  condição  para  a  concessão  do  divórcio.  Isso  porque  a  visão  contemporânea  do  fenômeno  familiar  reconhece  a  importância  das  ações  relacionadas  ao  estado  civil  das  pessoas,  enquanto  direitos  de  personalidade,  a  partir  das  lentes  constitucionais de proteção integral à dignidade da pessoa humana. Portanto, o estado civil de  cada  pessoa  deve  refletir  sua  realidade  afetiva,  desprendendo‐se  cada  vez  mais  de  formalidades e valores essencialmente patrimoniais. 

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Estes,  por  sua  vez,  não  ficam  desprotegidos  ou  desprezados,  mas  deverão  ser  tratados  em  sede  própria,  por  meio  de  ações  autônomas,  na  qual  seja  admissível  a  realização  de  ampla  dilação  probatória,  sem,  contudo,  corresponder  a  empecilho  à  realização  do  direito  fundamental de busca da felicidade.  Forte nessas razões, CONHEÇO do recurso especial e NEGO‐LHE PROVIMENTO.  É como voto.  CERTIDÃO DE JULGAMENTO  TERCEIRA TURMA  Número Registro: 2011/0198107‐0       PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.281.236/SP  Números  Origem:  06332724920088260100  100086332723  6332724920088260100  990101843161  PAUTA: 19/03/2013 ‐ JULGADO: 19/03/2013  SEGREDO DE JUSTIÇA  Relatora: Exma. Sra. Ministra NANCY ANDRIGHI  Presidente da Sessão: Exmo. Sr. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO  Subprocurador‐Geral da República: Exmo. Sr. Dr. MAURÍCIO DE PAULA CARDOSO  Secretária: Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA  AUTUAÇÃO  RECORRENTE: T T N  ADVOGADO: DIOGENES TORRES BERNADINO E OUTRO(S)  RECORRIDO: L M M S  ADVOGADO: EDUARDO ELIAS DE LIMA MARCHESANO  ASSUNTO: DIREITO CIVIL ‐ Família ‐ Casamento ‐ Dissolução   CERTIDÃO 

Certifico  que  a  egrégia  TERCEIRA  TURMA,  ao  apreciar  o  processo  em  epígrafe  na  sessão  realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: 

A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto do(a)  Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Sidnei Beneti, Paulo de  Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva votaram com a Sra. Ministra Relatora. 

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