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EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE CRIANÇAS PRÉ ESCOLARES

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EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE CRIANÇAS PRÉ ESCOLARES

Ana Karolina Paiva Braga1; Juliana Campos Rodovalho1; Lílian Fernanda Pacheco2; Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga3

1 PVIC/UEG, graduandos do Curso de Fisioterapia, UnU Goiânia - ESEFFEGO. 2. Colaboradora, docente do Curso de Educação Física, UnU Goiânia - ESEFFEGO. 3 Orientadora, docente do Curso de Fisioterapia, UnU Goiânia - ESEFFEGO.

RESUMO

A idade pré-escolar é uma fase de aquisição e aperfeiçoamento das habilidades em diversas áreas do desenvolvimento. Os fatores de risco do ambiente podem influenciar negativamente o processo de desenvolvimento da criança pré-escolar podendo levar a atrasos neuropsicomotor ou de aprendizagem. O objetivo do presente estudo foi analisar a prevalência de risco para problemas no desenvolvimento neuropsicomotor de crianças pré-escolares em creches municipais de Goiânia. Participaram do estudo 40 crianças, de 0 a 2 anos de idade, sendo 65% do sexo feminino. O desenvolvimento neuropsicomotor de cada criança foi avaliado pelo teste de Denver II em dois momentos com um intervalo de 2 meses. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e os pais autorizaram a participação das crianças por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Na primeira avaliação, 45% das crianças estavam em risco para problemas de desenvolvimento, sendo a linguagem a área com maior risco (40%). Em comparação às duas avaliações, observou-se que a suspeita de atraso passou de 45% para 30%. Estes resultados possibilitam a criação de estratégias de prevenção de possíveis problemas no desenvolvimento dessas crianças, envolvendo pais e cuidadores, alertando para a questão da qualidade no cuidado com a mesma.

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INTRODUÇÃO

Em conseqüência das transformações socioeconômicas que a sociedade brasileira está sofrendo, têm crescido o número de crianças dos estratos socioeconômicos menos favorecidos em creches públicas (BISCEGLI et al., 2007; BARROS et al., 1998).

A idade pré-escolar é uma fase de aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras globais e finas, sendo que as crianças aumentam consideravelmente seu repertório motor e adquirem os modelos de coordenação do movimento essenciais para posteriores performances habilidosas (CAETANO et al., 2005).

O desenvolvimento é um conceito amplo que se refere à capacidade do indivíduo de realizar funções cada vez mais complexas (MARCONDES, 2004). De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil (2002), o desenvolvimento sofre a influência contínua de fatores intrínsecos e extrínsecos, que provocam variações de um indivíduo para outro e que tornam único o curso do desenvolvimento de cada criança.

Nas crianças menores de cinco anos, a influência que os fatores ambientais exercem sobre o seu potencial genético é muito mais importante que a dos fatores genéticos (EICKMANN et al., 2008).

Estimativas recentes apontam para o risco de 200 milhões de crianças abaixo de cinco anos em países em desenvolvimento não alcançarem seu potencial de desenvolvimento cognitivo devido à pobreza, saúde e nutrição deficitárias e falta de cuidados e estimulação adequados (GRANTHAM et al., 2007).

No trabalho de Pilz & Schermann (2007) realizado em Canoas (RS), entre 197 crianças de 0 a 6 anos, 27% destas apresentaram teste de triagem de Denver II suspeito de atraso no desenvolvimento. Sendo que, neste estudo, a renda familiar foi o fator que demonstrou ter maior associação com a suspeita deste atraso.

O objetivo do presente estudo foi analisar a prevalência de risco para problemas no desenvolvimento neuropsicomotor de crianças pré-escolares em creches municipais de Goiânia.

MATERIAIS E MÉTODOS

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assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O desenvolvimento neuropsicomotor de cada criança foi avaliado em dois momentos com um intervalo de 2 meses.

Os critérios de exclusão do estudo foram crianças que nasceram prematuras, presença de alguma patologia que pudesse interferir no desenvolvimento infantil, necessidade de tratamento intensivo no pós-parto imediato e evidência de infecções congênitas, anomalias cromossômicas e malformações.

O presente estudo foi previsto de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Inicialmente foi realizada uma entrevista com os pais ou responsáveis, que preencheram um questionário com: dados de identificação da criança e dos pais, com informações referentes à condição socioeconômica das famílias.

Para identificar a criança com suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, foi utilizado o teste de Denver II (FRANKENBURG, 1992). O teste consiste em 125 itens que são divididos em quatro áreas de desenvolvimento: a) pessoal-social b) motricidade fina c) linguagem d) motricidade ampla. Foram considerados casos indicativos de suspeita de atraso no desenvolvimento aqueles em que a criança apresentou dois ou mais itens de falha, isto é, não realização do item quando 90% ou mais das crianças da faixa etária o realiza, independente da área em que ocorreu.

A análise estatística foi realizada no programa Statistical Package for Social Sciences for Windows (SPSS), versão 10.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram avaliadas 40 crianças, sendo 26 (65%) do sexo feminino e 14 (35%) do sexo masculino. Na primeira avaliação, a faixa etária variou de 5,2 a 23,5 meses (média de 16 meses) de idade. Na segunda avaliação a idade foi de 7,4 a 26,5 meses (média de 18,4 meses).

A idade média das mães foi de 28 anos (variando de 18 – 42 anos) e a dos pais de 32 anos (variando de 18 – 80 anos). Observou-se que a maioria dos pais e mães apresenta o nível escolar entre colegial completo/superior incompleto. Em relação à condição sócio-econômica, 47,5% (n=19) encontram-se na classe C, 27% (n=11) na classe B e 25% (n=10) na classe D.

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Os resultados do desenvolvimento neuropsicomotor das crianças encontram-se apresentados nas Figuras 1 e 2.

Figura 1 – Classificação do desenvolvimento neuropsicomotor na primeira avaliação, segundo o teste de Denver II.

Figura 2 – Classificação do desenvolvimento neuropsicomotor na segunda avaliação, segundo o teste de Denver II.

De acordo com a Figura 1, os resultados mostraram que, na primeira avaliação, 45% das crianças estavam em risco para problemas de desenvolvimento, sendo a linguagem a área com maior risco (40%). Tais dados foram semelhantes ao estudo de Sabatés & Mendes (2007), que avaliaram o desenvolvimento neuropsicomotor pelo mesmo teste em crianças frequentadoras de creches do Estado de São Paulo, e detectou suspeitos de atraso no desenvolvimento, sendo a linguagem a área mais acometida.

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Em comparação às avaliações do desenvolvimento, observou-se que a suspeita de atraso passou de 45% para 30%. Nosso estudo corrobora com o de Halpern et al. (2008), que comparou o desenvolvimento neuropsicomotor na idade de 12 meses em duas coortes de crianças nascidas na cidade de Pelotas-Brasil, onde a prevalência de casos de suspeita de atraso de desenvolvimento caiu de 37,1% em 1993 para 21,4% em 2004. Esta queda torna-se importante visto que, Halpern (1996) ressalta que a avaliação do desenvolvimento em um único momento não permite que se determine de forma definitiva um atraso no desenvolvimento da criança.

CONCLUSÃO

A alta prevalência de suspeita de atraso no desenvolvimento alerta para a questão da qualidade no cuidado com a criança. Estes resultados possibilitam a criação de estratégias de prevenção de possíveis problemas no desenvolvimento dessas crianças, envolvendo pais e cuidadores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, A. J. D.; HALPERN, R.; MENEGON, O. E. Creches públicas e privadas de Pelotas, RS: aderência à norma técnica. Jornal de Pediatria, 1998; Vol. 74, Nº5, 1998.

BISCEGIL, T. S. et al. Avaliação do estado nutricional e do desenvolvimento neuropsicomotor em crianças freqüentadoras de creche. Revista paulista de pediatria. v 25, n.4, São Paulo, dez. 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde: Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento Infantil. Série cadernos de Atenção Básica nº 11. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília-DF; 2002.

CAETANO, M. J. D.; SILVEIRA, C. R. A.; GOBBI, L. T. B. Desenvolvimento motor de pré escolares no intervalo de 13 meses. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, 2005;7(2):05-13.

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EICKMANN, S. H. et al. Efetividade da suplementação semanal com ferro sobre a concentração de hemoglobina, estado nutricional e o desenvolvimento de lactentes em creches do Recife, Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup 2:S303-S311, 2008.

FRANKENBURG, W. K. et al. The Denver II: a major revision and restandasdization of the Denver Developmental Screening Test. Pediatrics, 1992; 89:91-7.

GRANTHAM-MCGREGOR, S. et al. Developmental potential in the first 5 years for children in developing countries. Lancet, 2007; 369:60-70.

HALPERN, R. et al. Desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de idade em uma coorte de base populacional no Sul do Brasil: diferenciais conforme peso ao nascer e renda familiar. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 12(Supl.1):73-78, 1996.

HALPERN, R. et al. Developmental status at age 12 months according to birth weight and family income: a comparison of two Brazilian birth cohorts. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup 3:S444-S450, 2008.

MARCONDES, E. Pediatria Básica. Sarvier, v 1, 8 ed. São Paulo, 2004.

PILZ, E. M. L.; SCHERMANN, L. B. Determinantes biológicos e ambientais no desenvolvimento neuropsicomotor em uma amostra de crianças de Canoas/RS. Ciência &

Saúde Coletiva, 12(1):181-190, 2007.

SABATÉS, A. L.; MENDES, L. C. O. Perfil do crescimento e desenvolvimento de crianças entre 12 e 36 meses de idade que freqüentam uma creche municipal da cidade de Guarulhos. Ciência, Cuidado e Saúde. 2007 Abr/Jun;6(2):164-170.

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