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PROJETO TRANSPORTE ESCOLAR

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Academic year: 2021

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PROJETO TRANSPORTE ESCOLAR 1 – Introdução

Com o advento do Código de Trânsito Brasileiro(Lei Federal 9.503/1997), ficaram estabelecidas diversas regras no tratamento dos veículos e condutores de escolares, vide art. 136 a 138.

Conhecendo a realidade do transporte escolar no Estado de Goiás, realizada por veículos em péssimo estado de conservação, onde constam carros sem assoalho, sem janelas, com pneus em péssimo estado para uso, dentre outros problemas. Verificamos ainda que os condutores destes veículos não tinham habilitação compatível com o previsto na lei, chegando ao ponto de serem constatados motoristas sem habilitação, conduzindo veículos que fazem transporte escolar.

Na capital do Estado, verificamos que, apesar da existência de uma regulamentação específica, não havia qualquer fiscalização por parte do Poder Público, chegando ao cúmulo em que, mais da metade dos veículos que fazem o transporte escolar na capital, não estão devidamente cadastrados junto a Superintendência Municipal de Trânsito.

Verificamos então que o sistema de transporte escolar encontra-se nesta situação por absoluta falta de fiscalização, ou seja, o Poder Público Estadual e municipal(na capital), responsável pela inspeção dos veículos, autorização dos mesmos a prestar o serviço, bem como a fiscalização na prestação do serviço não vem prestando o serviço a contento.

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Indignada a população do Estado de Goiás passou a procurar o Ministério Público. Inicialmente, na capital Goiânia, a Associação Goiana dos Transportadores de Escolares(AGTE), buscou o Parquet com reclamação quanto a clandestinidade. Nas demais localidade do Estado, passou o Ministério Público a receber verdadeira avalanche de reclamações.

A Lei Orgânica Estadual do Ministério Público(Lei Complementar 25/1988) em seus artigos 16, 18 e 50, estabelece o Plano Geral de Atuação. Sistema de metas, em que toda a Instituição busca conjuntamente um objetivo, visando debelar o problema, encaminhando. Estas metas são anuais e contam na sua definição e execução com todas as promotorias de justiça com atuação afim a meta estabelecida.

Conhecendo a realidade e visando garantias mais objetivas, nos anos de 2003/2004/2005 ficaram estabelecidas como metas para área de atuação da infância e juventude a garantia dos programas suplementares do transporte escolar e da alimentação escolar.

Vale lembrar que no interior do Estado de Goiás, o transporte escolar é prestado diretamente pela Prefeitura Municipal, sendo também terceirizada. Na capital do Estado, o transporte é prestado por condutores particulares, ou pelo transporte coletivo urbano, onde se cobra meia entrada(existe procedimento no Ministério Publico visando avaliar a legalidade desta cobrança).

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Garantia da prestação, adequada, do serviço de transporte escolar.

3 – Objetivos Específicos

 Garantir o acesso de crianças e adolescentes ao ensino fundamental, através do transporte escolar

 Implantar sistema de vistoria e autorização dos veículos e condutores a prestar o serviço de transporte escolar.

 Implantar serviço de fiscalização efetiva da prestação do serviço de transporte escolar

 Firmar parcerias visando a fiscalização da prestação do serviço de transporte escolar

 Estabelecer mecanismos de responsabilização do Poder Público pela prestação do serviço de transporte escolar

 Informar a população a existência do direito a prestação do serviço de transporte escolar adequado

 Sistematizar os serviços de vistoria, autorização e fiscalização do serviço de transporte escolar

4 – Execução Capital

1. Firmar parceria com entidades ligadas a prestação do serviço e fiscalização.

2. Estabelecer junto a Superintendência Municipal de Trânsito sistema público de vistoria e autorização a prestação do serviço de transporte escolar. Com isto, foi incrementado o departamento de vistoria e autorização de veículos escolares, sendo aumentado o efetivo humano e material.

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3. Os novos funcionários foram treinados na educada e eficiente prestação do serviço, tendo sido o curso estabelecido pela própria Superintendência Municipal de Trânsito.

4. Foi dada a devida publicidade ao local de vistoria e autorização aos prestadores de serviço, para que se socorressem em tempo para submeter seus veículos a inspeção.

5. Ficou estabelecido prazo para que proprietários e condutores de veículos escolares procurassem o órgão, sendo informado que após tal data não seria mais tolerado o transporte de alunos em veículos escolares não autorizados.

6. Incrementar o sistema de fiscalização da prestação do serviço de transporte escolar. Com isto foram contratados novos fiscais e incrementada parceria com a Polícia Militar, responsável pela segurança dos fiscais. OBS. Em razão desta ação, espera-se resposta por vezes truculenta dos condutores de veículos, quase sempre usando como escudo os alunos que transportam, razão pela qual deve ser usada a educação no trato com os escolares, entretanto sem perder o devido rigor.

7. Levar ao conhecimento da comunidade escolar e da população em geral os veículos autorizados pela Superintendência Municipal de Trânsito a prestarem o serviço de transporte escolar, bem como do selo que, afixado no veículo, identifica esta autorização. Para tanto foi disponibilizado site do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, da Superintendência Municipal de Trânsito, bem como encaminhada a relação a Associação Goiana dos Transportadores de Escolares e Sindicato das Escolas Particulares.

8. Criar um canal direto com a população para o oferecimento de denúncia sobre irregularidade na prestação do serviço, seja contato telefônico, seja via e-mail ou diretamente. Para tanto será disponibilizado os números telefônicos e e-mail do Centro de Apoio

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Operacional da Infância e Juventude, bem como da Superintendência Municipal de Trânsito.

9. Atendimento pronto, pela equipe de fiscalização, das denúncias encaminhadas, visando apresentar resultados e estimular a população a novas denúncias.

Interior

1. Firmar parceria com o Departamento de Trânsito.

2. Levar ao conhecimento dos prestadores do serviço, que a partir de então seria feita a vistoria, autorização e fiscalização da prestação do serviço de transporte escolar. Realização de reunião com as associações de municípios e senhores prefeitos municipais, informando a dinâmica do projeto e sua execução.

3. Criar departamentos e incrementar os já existentes, de vistoria, autorização de prestação de serviço de transporte escolar. Como estamos lidando com um único órgão(DETRAN) e 245 municípios, fora os veículos que prestam serviço para o Estado, melhor que sejam equipes centrais, que circulam o Estado, em dias, horas e locais previamente marcados, para prestarem o serviço de inspeção e fiscalização.

4. Treinamento da “equipe central” nas rotinas de inspeção e autorização de prestação do serviço de transporte escolar. Esta tarefa incube ao DETRAN.

5. Estabelecimento de cronograma de visitas aos municípios, de tal forma que todas sejam realizadas semestralmente, como determina o Código de Trânsito Brasileiro, art. 136, II.

6. Levar ao conhecimento de Prefeitos Municipais, Secretários Municipais de Educação, proprietários de veículos e Promotores de Justiça o dia, hora e local em que será realizada vistoria e autorização de prestação do serviço.

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7. Encaminhar a “Equipe Central” a prestação de serviços. Como o fato é do conhecimento do Promotor de Justiça local, sempre lhe é solicitado que pessoalmente ou através de funcionário acompanhe todo processo e informe qualquer irregularidade verificada.

8. Instruir a população sobre o direito a prestação do serviço de transporte escolar adequado, através de campanha publicitária realizada em rádios e televisão.

9. Levar ao conhecimento da população, por município, a relação dos veículos autorizados a prestarem o serviço de transporte escolar, através da informação contida nos sites do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, e do DETRAN.

10.Exigir da Polícia Militar e Policia Rodoviária Estadual a fiscalização da prestação do serviço de transporte escolar, impedindo de circular os veículos não autorizados pelo DETRAN.

11.Encaminhar material de apoio ao Promotor de Justiça local, bem como relação dos veículos vistoriados e não aprovados a realização prestação do serviço.

12.Firmar entendimento do Tribunal de Contas dos Municípios, para que baixe resolução estabelecendo que somente serão aceitas e aprovadas contas de veículos que prestam serviço de transporte escolar, que acompanhem comprovante de autorização emitido pelo DETRAN, que deverá semestralmente encaminhar ao TCM, relação dos veículos vistoriados e, aprovados ou reprovados, para conhecimento.

13.Aos municípios que adequarem a prestação do serviço com o disposto no lei, será oferecida oportunidade de, informando ao DETRAN, este deslocar equipe para realização da vistoria e autorização do veículo.

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Podemos verificar até o presente momento que o projeto, apesar dos percalços, tem sido um sucesso. No município de Goiânia, partimos de um número aproximado de 60%(sessenta por cento) de veículos “clandestinos” para aproximadamente 95%(noventa e cinco por cento) de veículos aprovados.

Inicialmente houve sérios embates entre o Ministério Público e os condutores de veículos, bem como os pais de filhos que faziam uso deste transporte. O principal argumento era o de que, com a obrigatoriedade de submeter o veículo a procedimento fiscalizatorio o curto o transporte elevaria, inviabilizando o acesso a diversos pais, bem como diversos motoristas, posto não terem condições financeiras de pagar os custos.

Ponderamos que, com a obrigatoriedade do cumprimento da lei não podemos transigir, e mais, que considerando a lei de mercado, o preço se estabilizaria, como de fato ocorreu, não havendo aumento que fosse absorvido pelos custos já embutidos no processo, passando sim a influir sim nos curtos o de manutenção do veículo e combustível.

No que tange a fiscalização nos demais municípios do Estado de Goiás, podemos verificar que a ação pura e simples do representante do Ministério Público e Detran não bastaria para solução. Inicialmente partimos de um número alarmante. Aproximadamente 95%(noventa e cinco por cento) dos veículos que prestavam serviço de transporte escolar rural estava irregular. Com o início das ações este número caiu para aproximadamente 70%(setenta por cento). Com a edição da resolução do Tribunal de Contas dos Municípios, em apenas 02(dois)

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meses de sua publicação, este número já reduziu para aproximadamente 50%(cinqüenta) por cento.

A ação do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás tem sido importante na batalha pela melhoria da qualidade da prestação do serviço. Diversos Prefeitos Municipais tem procurado terceirizar a frota, somente admitindo na licitação aqueles que apresentarem autorização expedida pelo DETRAN, o que facilita a fiscalização pelo ente municipal.

A procura do DETRAN tem sido tão grande que estamos enfrentando um problema que acreditávamos não ocorreria, qual seja, falta de datas para realização de vistorias a pedido do Poder Público e dos proprietários dos veículos.

Alguns problemas enfrentados e merecem destaque. A omissão da Policia Militar na fiscalização dos veículos irregulares. Diversa foram as reuniões com o setores da Policia Militar que demonstraram má vontade na execução de seu serviço. Prova disto estão nas solicitações encaminhadas da relação dos veículos autuados por estarem irregulares, não havendo chegado até o presente momento qualquer resposta. Até porque, não temos qualquer notícia de que houvera apreensão de veículos ou autuação dos mesmos, por estarem irregulares no Estado de Goiás.

Outro sério problema enfrentado é o político. Por se tratar de serviço prestado diretamente a população, ser serviço imprescindível a Educação, a omissão dos Senhores Prefeitos e outros torna ao Ministério Público sério entrave, chegando muitos a acusarem a Instituição ser responsável pela suspensão do serviço.

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Quanto a isto o Ministério Público do Estado de Goiás tem sido intransigente, até porque, quando acontecer um acidente, o que fatalmente ocorrerá devido ao estado precário dos veículos, não poderemos ser acusados de omissos.

Ressaltemos importantes aliados de última hora. Câmara de Vereadores, Sindicato dos Produtores Rurais e Associação de Pais e Mestres. Estes, aderiram ao projeto, denunciado veículos irregulares, o que nos permitiu muitas vezes uma ação pontual.

O Ministério Público firmou diversos temos de ajustamento de conduta, sendo que, pelas ações de todos os parceiros voltados no mesmo sentido, estão sendo cumpridos a contento

Esperamos estar contribuindo para melhoria da qualidade de vida dos alunos matriculados nas escolas públicas espalhadas pelo Estado de Goiás, permitindo conforto e segurança aos mesmos no trajeto de suas residências a escola e retorno, possibilitando assim o acesso ao ensino fundamental de qualidade.

Não esmoreceremos, sabemos que muitas batalhas ainda estão por vir, entretanto o sucesso obtido até o momento, as parcerias e adesões conseguidas, não nos permite desanimar.

ALEXANDRE MENDES VIEIRA

COORDENADOR DO CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DA INFÂNCIA, JUVENTUDE E DIREITO A EDUCAÇÃO.

Referências

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