SECRETARIAS REGIONAIS DAEDUCAÇÃO E CULTURA E DO PLANO E FINANÇAS
Portaria n.º 162/2011
de 9 de Novembro
Regulamento arquivístico da Direcção Regional de Estatística
A Direcção Regional de Estatística, adiante designada por DRE, é um serviço regional dotado de autonomia administrativa integrado na Secretaria Regional do Plano e Finanças, que funciona como órgão central de estatística relativamente às estatísticas com interesse específico para a Região Autónoma da Madeira e como uma delegação do INE - Instituto Nacional de Estatística, nas estatísticas de âmbito nacional.
A DRE tem por missão, executar, coordenar e controlar as acções necessárias ao cumprimento da política regional no sector estatístico, procedendo ao apuramento, notação, coordenação e publicação de dados estatísticos oficiais de qualidade, de forma eficaz, eficiente e isenta.
O desenvolvimento destas actividades obriga a uma produção e recepção de documentos que, pela sua dimensão e complexidade, exige a definição de uma política de gestão documental de arquivo.
Neste sentido é justificável a definição de uma gestão integrada dos documentos com a elaboração da presente portaria. Esta, visa a aplicação de práticas arquivísticas adequadas e a eficácia na acessibilidade e comunicabilidade dos documentos com a adopção de critérios específicos de conservação permanente e eliminação de documentos sem valor arquivístico para uma apropriada gestão de espaços de arquivo e salvaguarda da documentação com interesse histórico.
Face ao exposto e no uso da competência mencionada na alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto Legislativo Regional n.º 26/99/M, de 27 de Agosto, obtido o parecer favorável do Órgão de Gestão dos Arquivos da Região Autónoma da Madeira, manda o Governo Regional através do Secretário Regional do Plano e Finanças e do Secretário Regional de Educação e Cultura, o seguinte:
1.º - É aprovada a portaria conjunta que estabelece o Regulamento de Conservação Arquivística da Direcção Regional de Estatística, publicado em anexo ao presente diploma, do qual faz parte integrante.
2.º - A tabela de selecção dos documentos anexa ao presente Regulamento aplica-se à documentação anterior à sua vigência desde que enquadrável nas séries ali previstas.
3.º - Esta Portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Secretarias Regionais do Plano e Finanças e da Educação e Cultura, 26 de Outubro de 2011.
O SECRETÁRIO REGIONAL DO PLANO E FINANÇAS, José Manuel Ventura Garçês
O SE C R E T Á R I O RE G I O N A L D A ED U C A Ç Ã O E CU LT U R A, Francisco José Vieira Fernandes
Anexo da Portaria n.º 162/2011, de 9 de Novembro Regulamento de Conservação Arquivística da Direcção
Regional de Estatística Cláusula 1.ª Âmbito de aplicação
O presente regulamento é aplicável à documentação produzida e recebida, no âmbito das suas atribuições e competências, pela DRE.
Cláusula 2.ª Avaliação
1 - O processo de avaliação dos documentos do arquivo da DRE tem por objectivo a determinação do seu valor para efeitos da respectiva conservação permanente ou eliminação, findos os prazos de conservação em fase activa e semi-activa.
2 - É da responsabilidade da DRE a atribuição dos prazos de conservação dos documentos em fase activa e semi-activa.
3 - Os prazos de conservação são os que constam da tabela de selecção do anexo ao presente regulamento.
4 - Os referidos prazos de conservação são contados a partir do momento em que os processos, e os documentos integrados em colecções, dos registos ou da constituição dos dossiers, encerram em termos administrativos e não há qualquer possibilidade de serem reabertos.
5 - Cabe ao Arquivo Regional da Madeira, adiante designado por ARM, a determinação do destino final dos documentos, sob proposta da DRE.
Cláusula 3.ª Selecção
1 - A selecção dos documentos a conservar permanentemente em arquivo definitivo deve ser efectuada pela DRE, de acordo com as orientações estabelecidas na tabela de selecção.
2 - Os documentos aos quais for reconhecido valor arquivístico devem ser conservados em arquivo no suporte original, excepto nos casos cuja substituição seja previamente autorizada nos termos do n.º 2 do artigo 12.º do DLR supra mencionado.
Cláusula 4.ª Tabela de selecção
1 - A tabela de selecção consigna e sintetiza as disposições relativas à avaliação documental. 2 - A tabela de selecção deve ser submetida a revisões,
de modo a adequá-la às alterações na produção documental.
3 - Para efeitos do disposto no número anterior deve a DRE obter o parecer favorável do ARM, enquanto coordenador da política arquivística regional, mediante proposta devidamente fundamentada, conforme o n.º 1 do artigo 6.º do DLR supra mencionado.
Cláusula 5.ª
Remessas para arquivo intermédio
1 - Findos os prazos de conservação em fase activa, a documentação com reduzidas taxas de utilização deverá, de acordo com o estipulado na tabela de selecção, ser remetida do arquivo corrente para o arquivo intermédio.
2 - As remessas dos documentos para arquivo intermédio devem ser efectuadas de acordo com a periodicidade que a DRE vier a determinar.
Cláusula 6.ª
Remessas para arquivo definitivo
1 - Os documentos cujo valor arquivístico justifique a sua conservação permanente, de acordo com a tabela de selecção, deverão ser remetidos para arquivo definitivo após cumprimento dos respectivos prazos de conservação.
2 - As remessas não podem pôr em causa a integridade dos conjuntos documentais e devem ser acompa-nhadas das respectivas formas de registos.
Cláusula 7.ª Formalidades das remessas
1 - As remessas dos documentos mencionados nas cláusulas 5.ª e 6.ª devem obedecer às seguintes formalidades:
a) Ser acompanhadas de um auto de entrega a título de prova;
b) O auto de entrega deve ter em anexo uma guia de remessa destinada à identificação e ao controlo da documentação remetida, obrigatoriamente rubricada e autenticada pelas partes envolvidas no processo; c) A guia de remessa será feita em triplicado,
ficando o original no serviço destinatário, sendo o duplicado devolvido ao serviço de origem;
d) O triplicado será provisoriamente utilizado no arquivo intermédio ou definitivo como instrumento de descrição documental, após ter sido conferido e completado com as referências topográficas e demais documen-tação pertinente, só podendo ser eliminado após a elaboração do respectivo inventário; e) A documentação a incorporar no ARM deve
cumprir ainda os requisitos de inventariação, desinfestação, higienização e acondiciona-mento estabelecidos.
2 - Os modelos referidos nas alíneas anteriores são os que constam da Portaria n.º 182/99, de 26 de Outubro.
Cláusula 8.ª Eliminação
1 - A eliminação dos documentos aos quais não for reconhecido valor arquivístico, não se justificando a sua conservação permanente, deve ser efectuada logo após o cumprimento dos respectivos prazos de conservação fixados na tabela de selecção. A sua eliminação poderá contudo, ser feita antes de decorridos os referidos prazos desde que os documentos sejam microfilmados.
2 - Sem embargo da definição dos prazos mínimos de conservação estabelecidos na tabela de avaliação e selecção, as instituições podem conservar por prazos mais dilatados, a título permanente ou temporário, global ou parcialmente, as séries documentais que entenderem, desde que não prejudique o bom funcionamento dos serviços.
3 - A eliminação dos documentos que não estejam mencionados na tabela de selecção carece de autorização expressa do ARM.
4 - A eliminação dos documentos aos quais tenha sido reconhecido valor arquivístico (conservação permanente) só poderá ser efectuada desde que os documentos sejam microfilmados, de acordo com as disposições da cláusula 10.ª.
5 - A decisão sobre o processo de eliminação deve atender a critérios de confidencialidade e racionalidade de meios e custos.
Cláusula 9.ª Formalidades de eliminação
1 - A eliminação dos documentos mencionados na cláusula 8.ª devem obedecer às seguintes formalidades:
a) Serem acompanhadas de um auto de eliminação que fará prova do abate patrimonial;
b) O auto de eliminação deve ser assinado pelo dirigente do serviço ou organismo em causa, bem como pelo responsável do arquivo; c) O referido auto será feito em duplicado,
ficando o original no serviço que procede à eliminação, sendo o duplicado remetido para o ARM para conhecimento.
2 - O modelo de auto de eliminação consta da Portaria n.º 182/99, de 26 de Outubro.
Cláusula 10.ª Substituição do suporte
1 - A substituição de documentos originais, em suporte de papel, por microfilme, deverá ser realizada quando funcionalmente justificável.
2 - A microfilmagem é feita na observância das normas técnicas definidas pela ISO (Internacional O rganization for Standardization), de forma a garantir a integridade, autenticidade, segurança e durabilidade da informação no novo suporte. 3 - Das séries de conservação permanente é feita uma
matriz (negativa de sais de prata - 1.ª geração, com valor original), um duplicado de trabalho realizado a partir damatriz (positivo em sais de prata - 2.ª geração) e uma cópia de consulta, podendo esta ser efectuada em suporte digital. Das séries que tenham como destino final a eliminação é feita uma matriz em sais de prata e uma cópia de consulta.
4 - Os microfilmes não podem sofrer cortes ou emendas nem apresentar rasuras ou quaisquer outras aplicações que ponham em causa a sua integridade e autenticidade.
5 - Os microfilmes deverão conter termos de abertura e de encerramento, autenticados com assinatura e carimbo do responsável da instituição detentora da documentação e da entidade responsável pela execução da transferência de suportes. Estes deverão conter a descrição dos documentos e todos os elementos técnicos necessários ao controlo de qualidade definidos pela ISO.
6 - De todos os rolos produzidos deverá ser elaborado: a) Ficha descritiva com os dados relativos à
documentação microfilmada;
b) Ficha de controlo de qualidade óptico, físico, químico e arquivístico do novo suporte documental produzido.
7 - As matrizes e os duplicados em sais de prata das séries de conservação permanente, deverão ser acondicionados em materiais adequados e armazenados em espaços próprios, com temperatura, humidade relativa e qualidade do ar controladas, de acordo com o exigido pela ISO para microfilmes de conservação permanente.
8 - Os procedimentos da microfilmagem deverão ser definidos em Regulamento próprio da DRE, tendo em consideração os pontos acima referidos.
9 - As cópias obtidas a partir de microcópia autenticada têm a força probatória do original, nos termos do disposto no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 447/88, de 10 de Dezembro.
10 - Nos termos do n.º 2, do artigo 5.º, do Decreto-Lei n.º 121/92, de 2 de Julho, a substituição de suporte de documentação de conservação permanente
apenas será possível mediante autorização expressa do organismo coordenador da política arquivística, a quem competirá a definição dos seus pressupostos técnicos.
11 - O ARM, na sua acção fiscalizadora, reserva-se o direito de realizar teste aos filmes executados.
Cláusula 11.ª
Acessibilidade e Comunicabilidade
O acesso e comunicabilidade do arquivo da DRE atenderão a critérios de confidencialidade da informação definidos, internamente, em conformidade com a lei geral.
Cláusula 12.ª Documentação Electrónica
1 - Os documentos gerados em meio electrónico aos quais não for reconhecido valor arquivístico definido na tabela de selecção podem ser conservados nesse meio desde que seja expressa e inequivocamente assegurada a sua preservação, segurança, fidedigni-dade, integrifidedigni-dade, autenticifidedigni-dade, durabilidade e acessibilidade.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a DRE deve obter parecer favorável do ARM.
Cláusula 13.ª Fiscalização
Compete ao ARM a inspecção sobre a execução do disposto no presente Regulamento.
Anexo I da Portaria n.º 162/2011, de 9 de Novembro Tabela de Selecção
Anexo I da Portaria n.º 162/2011, de 9 de Novembro Tabela de Selecção
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Anexo I da Portaria n.º 162/2011, de 9 de Novembro Tabela de Selecção
Anexo I da Portaria n.º 162/2011, de 9 de Novembro Tabela de Selecção
Abreviaturas:
ARM: Arquivo Regional da Madeira;
GSRPF: Gabinete do Secretário Regional do Plano e Finanças; P.I.: Processos individuais
Destino final: C: Conservação E: Eliminação
CP: Conservação parcial Observações:
a) Conservar expediente (correspondência recebida e expedida, pareceres e análises finais de dados) b) Conservar apenas o que for específico da RAM.
C) Conservar 1.ª e última versão
Anexo I da Portaria n.º 162/2011, de 9 de Novembro Tabela de Selecção