CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE,
CAUSAS DE INELEGIBILIDADE,
ESCOLHA DE CANDIDATOS,
REGISTRO DE CANDIDATURAS E
IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE
CANDIDATURA
Capacidade eleitoral ativa e passiva.
Capacidade eleitoral ativa: direito de votar.
Capacidade eleitoral passiva: direito de ser
votado.
Para ter capacidade eleitoral ativa tem que
preencher as condições de elegibilidade e
não ter contra si qualquer causa de
“Para que uma pessoa possa candidatar-se a um
mandato eletivo, exercendo sua capacidade eleitoral passiva, não basta que ela esteja no pleno gozo de seus direitos políticos, ou usufruindo o direito de ser votado (ius honorum). É preciso que ela implemente uma série de outros requisitos, indicados pela lei, e que são uniformes para todos os candidatos. Mais do que isso, é preciso que o cabal atendimento a esses requisitos se dê dentro dos prazos fixados também pela lei, ou por resoluções do Tribunal Superior Eleitoral” (Joel Cândido)
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
(ART. 14, § 3º, CF):1.
Nacionalidade brasileira;
2.
Pleno exercício dos direitos políticos;
3.Alistamento eleitoral;
4.
Domicílio eleitoral na circunscrição (um ano
antes da eleição – art. 9º, Lei 9.504/97);
5.
Filiação partidária (um ano antes da eleição –
art. 9º, Lei 9.504/97);
Nacionalidade brasileira. Podem
candidatar-se tanto os brasileiros natos como os
naturalizados, nos termos da Constituição
Federal. Entretanto, o constituinte de 1988
optou por reservar alguns cargos aos
brasileiros natos. Assim, conforme a regra
do artigo 12, § 3º, os naturalizados não
possuem condição de elegibilidade para
disputar a presidência e a vice-presidência
da República.
Pleno exercício dos direitos políticos. Os direitos
políticos, compreendidos essencialmente como o direito de votar e de ser votado, fazem parte do núcleo básico dos direitos de cidadania. Em um estado democrático, não se admite que o cidadão seja excluído dos processos de escolha da representação. Assim, o pleno exercício dos direitos políticos é a regra. A Constituição Federal, entretanto, prevê algumas hipóteses de perda e suspensão destes direitos, as quais devem ser entendidas como exceções, e interpretadas da forma mais restritiva possível.
Art. 15 CF. É vedada a cassação de direitos
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos
imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do
Alistamento eleitoral e Domicílio eleitoral na
circunscrição.
Estas condições de elegibilidade foram
analisadas na primeira aula, destacando-se
a necessidade de domicílio eleitoral pelo
período mínimo de um ano na circunscrição
eleitoral em que o candidato pretende
concorrer (art. 9º da lei 9504/97).
Filiação partidária. Desde 1945 são proibidas
candidaturas avulsas, sendo que apenas os filiados em partidos políticos podem registrar-se para almejar algum cargo eletivo. Portanto, não há candidato sem partido, e a filiação deve obedecer os termos do estatuto de cada agremiação política, bem como às normas definidas na lei dos partidos políticos (Lei 9096/95).
O prazo mínimo de filiação partidária é o mesmo
prazo do domicílio eleitoral definido pela mesma legislação (art. 9º da lei 9504/97), sendo facultado ao partido fixar, em seu estatuto, prazo mínimo de filiação superior a um ano (art. 20 da lei 9096/95).
Filiação partidária de certos funcionários públicos.
Somente após o prazo de desincompatibilização, previsto na Lei Complementar 64/90, é possível exigir-se filiação partidária dos Magistrados, Promotores de Justiça e membros dos Tribunais de Contas.
Condições de elegibilidade do militar. A Constituição
Federal estabelece que o militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade (art. 14, parágrafo 8º, CF). Conscrito é inalistável e inelegível.
Art. 14, § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Servidor público civil ou militar deve afastar-se, no
mínimo, três meses antes do pleito eleitoral.
Os militares somente são considerados filiados após a
homologação, pela Justiça Eleitoral, de sua candidatura e da sua consequente desincompatibilização.
Militar com mais de 10 anos de serviço será
agregado, com remuneração integral, a partir
da data do registro da candidatura na Justiça
Eleitoral.
Art. 80 do Estatuto dos Militares: agregação é
a situação na qual o militar da ativa deixa de
ocupar vaga na escala hierárquica de seu
Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, nela
permanecendo sem número, mas recebendo
normalmente seus vencimentos.
Idade mínima. A última condição de elegibilidade é a
idade mínima, que difere de cargo para cargo.
Art. 14, § 3º, VI,CF.
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
A idade deve ser analisada em relação ao momento da
CAUSAS DE INELEGIBILIDADE
As causas de inelegibilidade dividem-se em
constitucionais e legais, levando-se em conta
a previsão na Constituição ou em Lei
Complementar.
A
Lei
Complementar
que
trata
das
inelegibilidades é a LC 64/90, sensivelmente
alterada pela Lei da Ficha Limpa (LC
135/2010)
Inelegibilidades constitucionais:
Inalistáveis e analfabetos (art. 14, § 4º).
Inalistáveis não têm condição de elegibilidade.
A questão referente ao analfabeto é bastante
polêmica. Em geral, comprovantes de
escolaridade resolvem o problema. Muitas vezes, entretanto, tais comprovantes não são obtidos pelos candidatos, e o Juiz Eleitoral, responsável pelo registro, deve analisar a situação caso a caso.
“O espírito da Lei Maior é impossibilitar que
o representante do povo – e em certas
regiões ninguém será seu mais autêntico
representante do que o semi-analfabeto –
seja ludibriado nas suas ações em razão da
deficiência apontada. Se o interessado no
cargo eletivo sobretudo lê, e se compreende
o que lê, deve ser considerado elegível, já
que poderá exercer seu mandato em
igualdade de condições com seus pares,
pois terá consciência do que com eles
discute” (Pedro Henrique Távora Niess)
Reeleição (art. 14, § 5º) do chefe do Poder
Executivo. O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
Para concorrerem a outro cargo, o art. 14, § 6º
estabelece que o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Impedimentos de terceiros causados pelos
Chefes do Poder Executivo (art. 14, § 7º). A Constituição também estabelece que são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
O filho do então Presidente da República Lula foi
declarado inelegível para o cargo de vereador, por decisão confirmada pelo TSE (RESPE 29.730, Relator Ministro Felix Fischer, j. 18 de setembro de 2008).
Também, para proteger a igualdade do pleito, o STF
entendeu que “a dissolução da sociedade conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no art. 14, § 7º, da CF. II - Se a separação judicial ocorrer em meio à gestão do titular do cargo que gera a vedação, o vínculo de parentesco, para os fins de inelegibilidade, persiste até o término do mandato, inviabilizando a candidatura do ex-cônjuge ao pleito subsequente, na mesma circunscrição, a não ser que aquele se desincompatibilize seis meses antes das eleições” (RE 568596 / MG. Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, j. 01/10/2008).
Inelegibilidades legais:
Art. 14, § 9º, CF. “Lei complementar
estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta”.
Lei
Complementar
64/90
(Lei
das
Inelegibilidades) prevê várias hipóteses de
inelegibilidade legal em seu art. 1º:
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa e das
Câmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nosincisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subseqüentes ao término da legislatura;
c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que
perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde
a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a
falência;
3. contra o meio ambiente e a saúde pública;
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o
exercício de função pública;
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo;
9. contra a vida e a dignidade sexual; e
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;
§ 4o A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles
definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada.
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos;
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade
insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto noinciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a
si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam
sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade;
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da
Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do
Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da
Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão
profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude;
o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou
judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário;
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas
por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22;
q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados
compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos.
Lei Complementar 135/2010 aumentou a inelegibilidade
para 08 anos e retirou a necessidade de trânsito em julgado, bastando a condenação por órgão colegiado.
Das desincompatibilizações. A LC 64/90
estabelece a necessidade dos candidatos se
afastarem de determinados cargos e
posições meses antes da eleição. Assim, há
previsão de afastamentos de 06 meses, 04
meses e 03 meses, dependendo da função
exercida e do cargo almejado. Tal
afastamento, antes de qualquer coisa, não
pode ser apenas formal. Há a necessidade
de um afastamento de fato, sem o que a
inelegibilidade irá incidir para o candidato.
ESCOLHA DOS CANDIDATOS
Os candidatos serão escolhidos nas convenções
partidárias, que deverão ocorrer entre os dias 10 e 30 de junho do ano eleitoral.
A ADI 2530-9 suspendeu, cautelarmente, a eficácia do
art. 8º, § 1º, da Lei 9.504/97, que tratava das candidaturas natas.
As normas para a escolha e substituição dos
candidatos e para a formação de coligações serão estabelecidas no estatuto do partido (art. 7º).
Se a convenção partidária de nível inferior se
opuser, na deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos termos do respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela decorrentes (art. 7º, § 2º).
Para a realização das convenções de escolha de
candidatos, os partidos políticos poderão usar
gratuitamente prédios públicos,
responsabilizando-se por danos causados com a realização do evento (art. 8º, § 2º)
REGISTRO DE CANDIDATURAS
Art. 11, Lei 9.504/97. Os partidos e coligações
solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições.
§ 4o Na hipótese de o partido ou coligação não
requerer o registro de seus candidatos, estes poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado o prazo máximo de quarenta e oito horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral.
Documentos que devem instruir o pedido de registro:
I - cópia da ata da convenção partidária; II - autorização do candidato, por escrito; III - prova de filiação partidária;
IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo
cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art. 9º;
VI - certidão de quitação eleitoral;
VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de
distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual;
VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas
em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no § 1º do art. 59.
IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a
Resolução 21.823:
“O conceito de quitação eleitoral reúne a plenitude
do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, salvo quando facultativo, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, excetuadas as anistias legais, e a regular prestação de contas de campanha eleitoral, quando se tratar de candidatos”.
Art. 11, § 7º, Lei 9.504/97. A certidão de quitação eleitoral
abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de contas de campanha eleitoral.
§ 8o Para fins de expedição da certidão de que trata o §
7o, considerar-se-ão quites aqueles que:
I - condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data
da formalização do seu pedido de registro de candidatura, comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívida regularmente cumprido;
II - pagarem a multa que lhes couber individualmente,
excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidade solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros candidatos e em razão do mesmo fato.
Número de Candidatos por partido e coligação. Cada
partido poderá registrar candidatos às eleições proporcionais, até cento e cinquenta por cento do número de lugares a preencher. No caso de coligação para as eleições proporcionais, independentemente do número de partidos que a integrem, poderão ser registrados candidatos até o dobro do número de lugares a preencher.
Art. 10, § 3o Do número de vagas resultante das
regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.(Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
No caso de as convenções para a escolha de
candidatos não indicarem o número máximo de candidatos, os órgãos de direção dos partidos políticos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até sessenta dias antes da eleição.
Substituição de candidatos:
Será facultado ao partido político ou à coligação
substituir candidato que for considerado inelegível, renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro cassado, indeferido ou cancelado.
A escolha do substituto far-se-á na forma
estabelecida no estatuto do partido político a que pertencer o substituído, e o registro deverá ser requerido até dez dias contados do fato ou da decisão judicial que deu origem à substituição (Lei nº 9.504/97, art. 13, § 1º), sendo que a data limite nas eleições proporcionais é de 60 dias antes da eleição.
Nas eleições majoritárias, a substituição poderá
ser requerida até vinte e quatro horas antes da eleição, desde que observado o prazo de dez dias contados do fato ou da decisão judicial que deu origem à substituição.
As condições de elegibilidade e as causas
de inelegibilidade devem ser aferidas no
momento da formalização do pedido de
registro da candidatura, ressalvadas as
alterações,
fáticas
ou
jurídicas,
supervenientes ao registro que afastem a
inelegibilidade
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE
CANDIDATURA (AIRC)
O registro de candidatura é um procedimento de natureza
administrativa (ou jurisdição voluntária), não havendo propriamente um conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida.
São analisadas as condições de elegibilidade, os requisitos de
registrabilidade e as causas de inelegibilidade, que são aferidos no momento da formalização do registro de candidatura (art. 11, § 10, Lei 9504/97. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade).
Quando o candidato não preencher as condições de elegibilidade ou
incidir em uma causa de inelegibilidade, a LC 64/90 prevê a AIRC (arts. 3º a 17)
Todos os registros serão analisados pela Justiça
Eleitoral, e poderão ser indeferidos mesmo que não haja a propositura de uma Ação de Impugnação de Registro de Candidatura.
A AIRC é uma ação, tratando-se de procedimento
de jurisdição contenciosa.
É o procedimento mais amplo da Justiça
Eleitoral, razão pela qual alguns autores tratam como procedimento comum ou ordinário.
Rito procedimental:
Prazo de 05 dias, contados da publicação do registro, para propor a
AIRC (art. 3º, LC 64/90);
Contestação do impugnado em 07 dias (art. 4º);
Instrução em 04 dias (máximo de 06 testemunhas – art. 3º, § 3º)
(art. 5º);
Diligências em 05 dias (art. 5º, § 2º);
Alegações finais em 05 dias (art. 6º);
Sentença em 03 dias (art. 8º);
Recurso e contrarrazões em 03 dias. Subida ao Tribunal sem juízo de
Petição inicial segue os requisitos do art. 282
do CPC. Não há valor da causa, porque não há custas nem honorários.
A notificação do impugnado deverá ser
encaminhada com cópia da petição inicial e documentos
Na contestação, o impugnado deve juntar
documentos, indicar rol de testemunhas e requerer produção de provas.
Por ser matéria de ordem pública, o julgador
poderá exercer o princípio inquisitório relativamente à produção
Pode ocorrer o julgamento antecipado da lide
(julgamento no estado do processo, art. 5º, LC 64/90), quando se tratar de matéria de direito, ou não houver necessidade de dilação probatória.
No prazo das diligências, poderá o juiz ou relator
ouvir terceiros, testemunhas referidas, requisitar documentos...
Na sentença “o Juiz, ou Tribunal, formará sua
convicção pela livre apreciação da prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu convencimento” (Art. 7º, Parágrafo único, LC 64/90).Livre convencimento motivado.
O partido que não impugnou o registro não tem
legitimidade para interpor recurso da decisão que deferiu o registro, salvo se tratar de matéria constitucional (Súmula 11, TSE).
MPE poderá interpor recurso, seja como parte, seja
como custos legis.
Recurso recebido em seu duplo efeito (art. 15, LC
64/90, c/c art. 16-A, Lei 9504/97).
Na AIRC de competência originária do TRE, o recurso
cabível será o ordinário (inelegibilidade, art. 121,§ 4º, III, CF) ou o especial (condições de elegibilidade, art. 121, 4º, I e II, CF), no prazo de 03 dias
Em se tratando de AIRC de competência
originária
do
TSE,
caberá
Recurso
Extraordinário para o STF (se for matéria
constitucional), no prazo de 03 dias (Súmula
728 do STF)
Não há necessidade de impugnação para o
Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintes
desta lei complementar são peremptórios e contínuos e correm em secretaria ou Cartório e, a partir da data do encerramento do prazo para registro de candidatos, não se suspendem aos sábados, domingos e feriados.
Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão
proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido.
Legitimidade ativa: partidos/coligações, candidatos e
Ministério Público. Partido coligado não possui legitimidade ativa para impugnar isoladamente.
Precedente do TSE de que a AIRC não precisa ser subscrita por
advogado (em fase recursal precisa) - Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 33378, Min. Marcelo Ribeiro, j. 04.12.2008.
No registro de candidatura busca-se aferir se o candidato preenche
as condições de elegibilidade e se não tem contra si qualquer das causas de inelegibilidade.
Competência:
Art. 2º da LC 64/90:
I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a
Presidente ou Vice-Presidente da República;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a
Senador, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital;
III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito,