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VARIAÇÃO RADIAL DA DENSIDADE BÁSICA E COMPRIMENTO DE FIBRAS DE DIFERENTES PROCEDÊNCIAS DE Cariniana legalis LECYTHIDACEAE

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Academic year: 2021

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Michelle Fonseca GARCIA¹ Sandra Monteiro Borges FLORSHEIM² Eduardo Luiz LONGUI³ Israel Luiz de LIMA

A espécie (Mart.) O. Kuntze, da família Lecythidaceae, é encontrada no estrato superior da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), na formação baixo-montana e na Floresta Estacional Semidecidual (Lorenzi, 2002), distribuindo-se naturalmente nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia e Pernambuco (Reitz, 1981, Correa, 1984 Sebbenn

, 2000).

Os nomes caixão, coatinga, congolo-de-porco, cavinho-branco, estopa, jequitibá, jequitibá-agulheiro, jequitibá-branco, jequitibá-cedro, jequitibá-grande, jequitibá-rei, jequitibá-vermelho, jequitibá-rosa, pau-caixão, pau-de-cerne, sapucaia-de-apito, pau-carga e sapucaia-de-assovio são peculiares a essa espécie (Carvalho, 2003).

Segundo Mainieri & Chimelo (1989), possui altura de 30-50 m, com tronco de 70-100 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, ou seja, a 1,30 m do solo), folhas membranáceas, glabras, de 4-7 cm de comprimento por 2-4 cm de largura, flores pequenas da cor creme e fruto pixídio lenhoso. Trata-se de uma das maiores árvores da flora brasileira (Lorenzi, 2002) e da Região Sudeste, (Carvalho, 2003). O crescimento da espécie varia de moderado a rápido. Em alguns plantios, o crescimento superou 21 m³.ha .Ano (Carvalho, 2003).

apresenta cerne geralmente róseo-acastanhado ou bege-rosado, ou ainda bege-rosa-escuro, eventualmente com sombras pardacentas, alburno pouco diferenciado, bege-claro; grã-direta; textura média, uniforme, superfície áspera ao tato, cheiro e gosto imperceptíveis (Mainieri & Chimelo, 1989). A madeira é leve (densidade aparente 0,53 g/cm³) e macia ao corte (Mainieri & Chimelo, 1989), própria para a construção civil, papel, bem como obras internas, para contraplacados, folhas faqueadas, móveis, para confecção de brinquedos, salto de calçados, lápis, cabos de vassoura (Lorenzi, 2002; Carvalho, 2003). Essa espécie produz celulose para papel de boa qualidade, com um teor de lignina de 24,2%. As fibras da pasta celulósica apresentam um comprimento médio de 1,35 mm e largura média de 0,020 mm, conforme Carvalho (2003). Segundo observações práticas a respeito de sua utilização, a madeira de , quando exposta a condições adversas é considerada de baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos (Mainieri & Chimelo, 1989).

Além da madeira, é utilizada para fins medicinais, obtendo-se da casca um poderoso adstringente com grande poder desinfetante, sendo por isso usada na medicina popular contra afecções da boca, inflamação de garganta e mucosas, amigdalites, anginas, faringites. É utilizada em lavagens vaginais, metrites e outras doenças do útero e dos ovários. São também usadas como ornamentais e em reflorestamentos (Carvalho, 2003).

O presente trabalho teve por objetivo estudar a variação radial da densidade base e comprimento de fibras de três procedências de . 4 -1 -1 1 INTRODUÇÃO Cariniana legalis apud et al. C. legalis Cariniana legalis C. legalis C. legalis C. legalis ______

(1) Discente do curso de Biologia, do Centro Universitário São Camilo. Bolsista da FUNDAP. E-mail: littleberry_mi@hotmail.com

(2) Orientadora. . E-mail: sflorsheim@if.sp.gov.br

(3) Orientador. E-mail: elongui@if.sp.gov.br.

(4) Orientador. . E-mail: israellima@if.sp.gov.br

Instituto Florestal, Caixa Postal 1322, 01059-970, São Paulo, SP, Brasil Instituto Florestal, Caixa Postal 1322, 01059-970, São Paulo, SP, Brasil. Instituto Florestal, Caixa Postal 1322, 01059-970, São Paulo, SP, Brasil

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2 MATERIAL E MÉTODOS

Neste trabalho foram utilizadas amostras de madeira de árvores plantadas na Estação Experimental de Luiz Antonio SP (EELA) do Instituto Florestal. As árvores são oriundas de sementes de polinização aberta colhidas em três populações de (Porto Ferreira, Piracicaba e Campinas, Estado de São Paulo).

O ensaio foi implantado em 1982 na EELA, localizada nas coordenados 21º 40’ S, 47º 49’ W, altitude de 550 m, possuindo clima tropical (Cwa), inverno seco, precipitação média anual de 1.280 mm e sendo o solo do tipo Latossolo Vermelho. O delineamento experimental adotado foi o de blocos de famílias compactas (Wright, 1978), contendo três procedências e seis repetições. O espaçamento utilizado foi o de 3,0 x 3,0 m. Também foi adotada uma bordadura externa de duas linhas da mesma espécie.

As amostras de madeira para o ensaio tecnológico foram coletadas de 18 árvores, sendo três procedências, selecionadas dentro de cada um dos seis blocos, no talhão, tiradas da classe de DAP médio das parcelas, o qual foi definido por um inventário florestal exploratório. De cada árvore aos 26 anos de idade foi retirado um disco de 7 cm de espessura na região do DAP. De cada disco retiraram-se amostras no sentido medula-casca, correspondendo ao raio da árvore (FIGURA1).

A partir das amostras foram preparados corpos-de-prova, de dimensões de aproximadamente (2 x 2 x 2 cm) de aresta, para o estudo da variação radial do lenho das seguintes variáveis: densidade básica (DB) e comprimento de fibra (CF).

Para a mensuração das fibras, foi preparada a maceração das células que constituem o lenho de acordo com Berlyn & Miksche (1976).Aterminologia empregada para as análises anatômicas seguiu as recomendações do IAWA Committee (1989). Todas as mensurações foram realizadas em microscópio equipado para captura de imagens e sistema de medições (Marca Olympus modelo BX 50 com software de análise de imagens Image Pro Express versão 4.0). Na obtenção da análise da densidade básica foi utilizado o método do máximo teor de umidade segundo Foelkel (1971).

FIGURA 1 – Representação da amostragem efetuada para a retirada dos corpos-de-prova para estudo do comprimento de fibra e da densidade básica de .

C. legalis

et al.

Cariniana legalis

GARCIA, M. F.et al. Variação radial da densidade básica e comprimento de fibras de diferentes procedências deCariniana legalis– Lecythidaceae.

Corpo-de-prova para análises de propriedades anatômicas 0,07 m Densidade básica DAP

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Quadrado médio Causa de variação GL DB (g/cm3) CF (mm) Bloco 5 0,0073 0,1402 Procedência (P) 2 0,0025n.s 0,0762** Posição radial (PR) 5 0,0082** 0,2275** (P) x (PR) 10 0,0004n.s. 0,0089n.s Resíduo 85 0,0011 0,0214 Média 0,4971 1,6081 CV experimental (%) 6,7467 9,0992 Quadrado médio Causa de variação GL DB (g/cm3) CF (mm) Bloco 5 0,0073 0,1402 Procedência (P) 2 0,0025n.s 0,0762** Posição radial (PR) 5 0,0082** 0,2275** (P) x (PR) 10 0,0004n.s. 0,0089n.s Resíduo 85 0,0011 0,0214 Média 0,4971 1,6081 CV experimental (%) 6,7467 9,0992

Na avaliação do experimento foi efetuado o teste de homogeneidade de variância por meio do teste de Hartley e, posteriormente, foi feito o teste F de análise de variância segundo o delineamento experimental de blocos casualizados. Foi aplicado o teste de Tukey, para verificarem-se diferenças significativas entre as médias sempre que o teste F detectou pelo menos uma diferença entre tratamentos ao nível de 5% de probabilidade.

De acordo com os resultados do teste F apresentados pode-se verificar que a densidade básica da madeira de não variou significativamente entre procedências, entretanto variou para o comprimento de fibra. O teste foi significativo para posição radial, tanto para a densidade básica como para o comprimento de fibra e não diferiu para a interação Procedências x Posição Radial (TABELA1).

TABELA 1 Análise da variância para a densidade básica da madeira (DB) e comprimento de fibra (CF) de aos 26 anos de idade.

A densidade básica não foi influenciada significativamente pelo efeito de procedência. Porém, para a variação radial as posições 0 e 20% de distância da medula diferiram significativamente da posição 100%. A posição radial 100% apresentou a menor densidade básica e a posição 0% a maior (FIGURA 2). Pode-se observar também que ocorreu uma tendência de diminuição da densidade no sentido medula-casca. Resultado semelhante foi observado por Yanchuk & Micko (1990), porém, diferente da maioria dos trabalhos que estudaram a variação no sentido medula-casca da densidade básica dos gêneros e (Wilkes, 1984; Wilkins, 1990; Malan, 1991; Malan & Hoon, 1992 e Polli , 2006). Essa tendência observada pode ser uma característica desta espécie.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES C. legalis Cariniana legalis Eucalyptus Pinus et al.

Em que: n.s.: não significativo, **: significativo ao nível de 1% de probabilidade e CV (%): coeficiente de

variação experimental. e Quadrado médio Causa de variação GL DB (g/cm3) CF (mm) Bloco 5 0,0073 0,1402 Procedência (P) 2 0,0025n.s. 0,0762** Posição radial (PR) 5 0,0082** 0,2275** (P) x (PR) 10 0,0004n.s. 0,0089n.s. Resíduo 85 0,0011 0,0214 Média 0,4971 1,6081 CV experimental (%) 6,7467 9,0992

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Obs.: médias seguidas de mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

Obs.: médias seguidas de mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

FIGURA 2 Variação do comprimento de fibra em função da procedência e posição radial de aos 26 anos.

O comprimento de fibra variou significativamente entre procedências. A procedência Piracicaba diferiu das procedências Porto Ferreira e Campinas (FIGURA 3). A procedência Piracicaba apresentou o maior valor de comprimento de fibra. Uma tendência de aumentar no sentido medula-casca foi verificada para essa variável. Entretanto, somente a posição 0% diferiu significativamente das outras posições (FIGURA 3). Resultado semelhante foi observado por Yanchuk & Micko (1990), Butterfield . (1993) e Rocha (2004). Essa tendência de aumento do comprimento de fibra e certa estabilidade a partir da posição 80% pode ser um indício de mudança de região de madeira juvenil para adulta (Malan, 1995).

FIGURA 3 Variação da densidade básica em função da procedência e posição radial de aos 26 anos.

Cariniana legalis

et al et al.

Cariniana legalis

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Botanical microtechnique and cytochemistry

IAWAJournal

Espécies arbóreas brasileiras

IPEF

IAWA Bulletin

Árvores brasileiras:

Ficha de característica das madeiras brasileiras

SouthAfrican Forestry Journal

Revista Árvore

Rev. Inst. Flor.

Rev. Inst. Flor.

Wood Science and Technology

Adensidade básica de não foi influenciada pelas procedências.

O comprimento de fibra foi influenciado pelas procedências, sendo que a procedência Piracicaba diferiu significativamente das demais.

Adensidade básica apresentou uma tendência de diminuir no sentido medula-casca. O comprimento de fibra apresentou uma tendência de aumentar no sentido medula-casca.

BERLYN, G. P.; MIKSCHE, J. P. . Ames: Iowa University

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Cariniana legalis

et al

Hyeronima alchorneoides Vochysia guatemalensis

Eucalyptus grandis

et al Eucalyptus grandis

Eucalyptus grandis

et. al. Cariniana

legalis

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Eucalyptus grandis South African Forestry Journal

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Eucalyptus grandis Australian Forestry

Silvae Genetica

Referências

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